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202767031519_CDZ_CRIMINOLOGIA_AULA_05

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HOMOFOBIA 
 
Cifras rosas: 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
Criminologia queer: 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
Homofobia 
 
Etimologicamente, a palavra "homofobia" é composta por dois termos distintos: homo, o prefixo de homossexual; e 
o grego phobos, que significa "medo", "aversão" ou "fobia". 
Homofobia é uma violação do Direito Humano fundamental de liberdade de expressão da singularidade humana, 
revelando-se um comportamento discriminatório. 
 
Hoje, a homofobia e a transfobia não estão - de forma satisfatória - na legislação penal brasileira, ao contrário de 
outros tipos de preconceito, como por cor, raça, religião e procedência nacional. 
Uma das principais reivindicações de militantes LGBT no país, ela chegou ao STF por meio de duas ações, movi-
das pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexos (ABGLT) e o 
Partido Popular Socialista (PPS), em 2012 e 2013, respectivamente. 
 
Vale destacar que o artigo 5º da Constituição Federal de 1988 determina que qualquer "discriminação atentatória 
dos direitos e liberdades fundamentais" seja punida criminalmente. 
 
Princípios de Yogyakarta 
 
tratam-se de princípios que "refletem a aplicação da legislação de direitos humanos internacionais à vida e à expe-
riência das pessoas de orientações sexuais e identidades de gênero diversas e nenhum deles deve ser interpreta-
do como restringindo, ou de qualquer forma limitando, os direitos e liberdades dessas pessoas, conforme reco-
nhecidos em leis e padrões internacionais, regionais e nacionais." 
 
Tem a pretensão de "um futuro diferente, onde todas as pessoas, nascidas livres e iguais em dignidade e prerro-
gativas, possam usufruir de seus direitos, que são natos e preciosos". 
 
Documento redigido por um grupo de especialistas (29 eminentes especialistas de 25 países), reunidos em no-
vembro de 2006, na cidade de Yogyakarta (Indonésia), por iniciativa da Comissão Internacional de Juristas e o 
Serviço Internacional de Direitos Humanos. 
 
Caso sobre uso de banheiro feminino por transgênero, juíza de vara do trabalho do TRT da 23a Região, proferiu 
sentença (interior do Mato Grosso), levando em consideração, dentre outros fundamentos, os citados princí-
pios (notícia veiculada em junho/2014). Ressaltou em sua decisão que: “(...) a Introdução aos Princípios de 
Yogyakarta sobre a Aplicação da Legislação Internacional de Direitos Humanos em Relação à Orientação Sexual 
e à Identidade de Gênero, está previsto que: 'Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e 
direitos. Todos os direitos humanos são universais, interdependentes, indivisíveis e inter-relacionados. A orienta-
ção sexual e a identidade de gênero são essenciais para a dignidade e humanidade de cada pessoa e não devem 
ser motivo de discriminação ou abuso.'" 
 
Ao longo de 55 anos, os Estados usaram as “Regras Mínimas para o Tratamento de Presos” como um guia para 
estruturar sua Justiça e sistemas penais. Ocorre que essas regras nunca tinham passado por revisão até o ano de 
2015 
 
As Nações Unidas oficializaram novo quadro de normas, incorporando novas doutrinas de direitos humanos para 
tomá-las como parâmetros na reestruturação do atual modelo de sistema penal e percepção do papel do encarce-
ramento para a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
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Editaram-se, pois, as chamadas Regras de Mandela 
 
Regras de Mandela (the Mandela Rules) 
 
O novo Estatuto levou em consideração instrumentos internacionais vigentes como o Pacto Internacional de Direi-
tos Civis e Políticos, o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais a Convenção contra a Tor-
tura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e seu Protocolo Facultativo 
 
As mulheres em situação de prisão têm demandas e necessidades muito específicas, o que não raro é agravado 
por históricos de violência familiar e condições como a maternidade, a nacionalidade estrangeira, a perda financei-
ra ou o uso de drogas. Não é possível desprezar, nesse cenário, a distinção dos vínculos e relações familiares 
estabelecidos pelas mulheres, bem como sua forma de envolvimento com o crime, quando comparados com a 
população masculina, o que repercute de forma direta as condições de encarceramento a que estão submetidas 
 
O principal marco normativo internacional a abordar essa problemática são as chamadas “Regras de Bangkok” − 
Regras das Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para 
mulheres infratoras. 
 
Essas Regras propõem olhar diferenciado para as especificidades de gênero no encarceramento feminino, tanto 
no campo da execução penal, como também na priorização de medidas não privativas de liberdade, ou seja, que 
evitem a entrada de mulheres no sistema carcerário 
 
Embora se reconheça a necessidade de impulsionar a criação de políticas públicas de alternativas à aplicação de 
penas de prisão às mulheres, é estratégico abordar o problema primeiramente sob o viés da redução do encarce-
ramento feminino provisório. 
 
A ONU MULHERES (órgão ligado ao secretariado da Comissão das Organizações Unidas sobre a situação da 
Mulheres – CSW) saudou com nota pública a decisão da 2ª. Turma do STF de que mulheres grávidas ou com filho 
até 12 anos ou mãe de filhos deficientes - que estejam presas preventivamente – têm o direito de ir para a prisão 
domiciliar. 
 
ESTUPRO CORRETIVO 
a) 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
b) 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
c) 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
Vítimas: 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
Estupro Corretivo e Internet 
Há casos em que agressores chegam a incitar a “penetração corretiva” em grupos ou redes sociais. 
O termo “estupro corretivo” foi utilizado pela primeira vez no ano 2000 por organizações de Direitos Humanos para 
definir estes crimes que ocorriam na África do Sul 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo e criminalização 
A criminalização é o resultado de processos de definição e seleção que escolhem determinados indivíduos aos 
quais se atribui status de criminoso. 
 
Esses processos se realizam por três fases distintas: 
 
Criminalização Primária: 
Na perspectiva da teoria do etiquetamento, podemos encontrara chamada imputação criminosa, que é o resulta-
do de duas distorções, a criminalização primária e a criminalização secundária, que juntas constituem o processo 
de criminalização. 
 
DEFINIÇÃO: 
 
CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
O labeling approach, no chamado processo de criminalização, desenvolve a criminalização secundária, em que 
predomina a atuação das agências de controle sobre o indivíduo estereotipado como delinquente. 
 
Howard Saul Becker afirma que: “Se um ato é ou não desviante [...], depende de como outras pessoas reagem a 
ele”, evidenciando a ideia da criminalização secundária de que um ato será considerado desviado de acordo com 
o padrão de comportamento pré-estabelecido por um grupo de indivíduos que detém o poder em sociedade – o 
controle social. 
 
Na criminalização secundária, entram em cena os órgãos de controle social, como, por exemplo, a 
polícia e o judiciário, que, ao investigarem prioritariamente os indivíduos portadores de grande 
índice de marginalização, encontram um maior número de condutas criminosas entre eles. 
 
Dessa forma, a criminalização secundária ocorre, mais provavelmente, quando o indivíduo é eti-
quetado formalmente como delinquente, ou seja, quando é detido pela polícia, julgado pelo judiciá-
rio e preso. 
 
A seletividade, a reprodução da violência, a criação de maiores condições para que ocorram condutas lesivas, a 
corrupção institucionalizada, a concentração do poder nas mãos de poucos indivíduos, a verticalização da socie-
dade e a destruição das relações comunitárias/horizontais são características estruturais do exercício do poder de 
todos os sistemas jurídicos criminais. 
 
A responsabilidade pelo suposto delinquente é da agência judicial, que deverá responder pelo processado e pela 
comunidade, dando conta da maneira como exerce ou administra a sua quota de poder. 
 
A teoria do etiquetamento, portanto, sustenta que tal critério é o índice de marginalização do indivíduo, o número 
de estigmas que ele carrega, mesmo que esses estigmas não sejam de natureza criminal. 
 
Criminalização primária é o ato e o efeito de sancionar de uma lei primária material, que incrimina ou permite a 
punição de determinadas pessoas. Trata-se de um ato formal, fundamentalmente programático, pois, quando se 
estabelece que uma conduta deve ser punida, enuncia-se um programa,o qual deve ser cumprido pelos entes 
estatais (polícias, Ministério Público, Poder Judiciário, etc.). 
 
Criminalização secundária é a ação punitiva exercida sobre pessoas concretas. Verifica-se quando os órgãos 
estatais detectam um indivíduo, a quem se atribui a prática de um ato primariamente criminalizado, sobre ele re-
caindo a persecução penal. 
 
Ciberterrorismo: é inegável que terroristas e extremistas violentos também serão beneficiados pela evolução 
tecnológica e que, como já ocorre, suas atividades sejam baseadas em campos físicos, mas também virtuais, já 
que quanto mais difundida a conectividade, maiores são os riscos dela advindos. 
 
Os países desenvolvidos tem suas infraestruturas totalmente dependentes da internet ou de algum outro sistema 
de comunicação, é bastante factível aceitar que estamos, cada vez mais vulneráveis a ataques virtuais e ao ciber-
terrorismo nas suas mais variadas formas. 
 
 
 
 
 
 
 
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Podemos subdividir o cibercrime em três esferas: 
 
a) 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
b) 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
c) 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________ 
 
O ciberterrorismo, em suas distintas formas, juntamente com outras condutas e formas de criminalidade como 
o cyberhate speech – difusão de mensagens de ódio pela Internet – ou o hacktivismo (ciberativismo), representa-
ria a categoria daquelas condutas perpetradas por meio das novas tecnologias que visam desestabilizar uma or-
dem instituída ou um poder instaurado, via de regra, sendo fundamentadas por razões ideológicas e políticas. 
 
ERIC SCHMIDT, presidente executivo do Google e assessor do Presidente Barack Obama para 
questões de Ciência e Tecnologia e JARED COHEN, diretor do Google Ideas e membro da equipe 
de Planejamento Político do Departamento de Estado norte-americano, com foco em Oriente Médio 
e contraterrorismo, ofereceram ao público, em 2013, uma das mais relevantes obras na literatura 
especializada em era digital, abordando de forma técnica e bastante acessível, as possibilidades 
advindas do uso das tecnologias em praticamente todos os campos de interesse humano: identidade, cidadania, 
reportagem, mídia, marketing, Estados, revolução, conflitos e terrorismo, apresentando situações que já ocorrem, 
situações que podem vir a ocorrer e situações que podem – e devem – ser pensadas e estudadas para se evitar 
um futuro obscuro e sombrio para a raça humana. 
 
Livro indicado para Ciberterrorismo: 
SCHMIDT, Eric; COHEN, Jared. A nova era digital: como será o futuro das pessoas, das nações e dos negócios. 1 
ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. 
“haverá mais olhos digitais sobre eles [terroristas], mais interações gravadas e nem os extremistas mais sofistica-
dos, por mais cuidadosos que sejam, conseguirão se esconder totalmente on line. Se estiverem conectados, po-
derão ser encontrados. E, se puderem ser encontrados, toda a sua rede de informações também será”. 
 
Importante lembrar que a internet, as novas tecnologias e a conectividade inegavelmente oferecem informações e 
recursos imensamente perigosos a criminosos e extremistas: é possível aprender, pela internet, como fabricar 
uma bomba improvisada e detoná-la a longa distância, prendendo-a a um gatilho colado em um celular no modo 
“vibrar”, que poderá ser detonada com uma simples ligação para o aparelho a ela colado. 
 
Também se pode causar bastante estrago com uma mistura desse tipo de bomba caseira e um drone, que pode 
ser comprado pela internet ou mesmo em lojas de brinquedos facilmente – já existem modelos de drones, possí-
veis de serem adquiridos em lojas de brinquedos que vem equipados com câmera e podem ser pilotados através 
de um aparelho de celular – tais dispositivos voadores com um bomba caseira amarrada em seu trem de pouso 
pode provocar um ataque efetivo e desastroso. 
 
CONCLUSÃO: 
 
Síndrome de Estocolmo 
A Síndrome de Estocolmo é caracterizada quando a vítima, exposta a um tempo prolongado de intimida-
ção/agressão, começa a criar laços de amizade, simpatia e até mesmo de paixão pelo seu algoz. 
 
Ocorre quando a vítima, no momento traumático, em que está sofrendo violência física ou psicológica pelo agres-
sor, acreditando que o pior vai acontecer, percebe algum gesto de atenção para com ela, pelo abusador. 
 
 
 
 
 
 
 
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A mente cria mecanismos para se defender da situação e essa defesa consiste em acreditar que, ainda que com 
as adversidades apresentadas, o malfeitor está de alguma forma tentando proporcionar-lhe algo bom. 
 
Nesse contexto, pode ser estabelecida uma relação de amor ou paixão decorrente de um processo inconsciente 
de autopreservação pela vítima, que acaba aderindo as características pessoais do agressor, tornando os seusatos justificáveis. 
 
Relacionado ao tema temos o ciclo da violência doméstica: 
 
Assim, a vítima de violência doméstica tem dificuldades de abandonar o agressor, ainda que possua recursos 
para o seu afastamento. 
 
Animais: 
A Criminologia moderna enfatiza que a violência doméstica não ocorre isoladamente de outras formas de abuso, e 
há um crescente reconhecimento de que a violência doméstica, o abuso infantil e de animais ocorrem frequente-
mente nos mesmos lares. 
 
O abuso de animais e a violência interpessoal em relação aos seres humanos compartilham características co-
muns: 
 
Convém evidenciar que GARCIA, Rita de Cassia; BARRERO, Stefany no livro “Violência doméstica e abuso ani-
mal” alertam que: 
“Nas últimas décadas, surgiu a concepção da família multiespécie, que consiste em um grupo familiar composto 
por pessoas que reconhecem e legitimam seus animais de estimação como membros da família” 
 
O campo de Direito Animal é em grande parte responsável por um número de desenvolvimentos judiciais, legisla-
tivos e regulamentares que fornecem uma política relevante para a ligação violência doméstica/abuso de animais. 
 
Conclusão: 
O abuso de animais é agora reconhecido como parte da violência familiar com sérias implicações para as vítimas 
e para a sociedade. 
 
Reconhecer o vínculo entre o abuso de animais e a violência doméstica, os maus-tratos infantis e o abuso de ido-
sos proporcionará aos profissionais uma ferramenta importante. 
 
Trabalhando em conjunto, a conscientização profissional e pública levará a comunidades mais seguras e saudá-
veis e a programas mais eficazes 
 
Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, relativo a teorias sociológicas em 
criminologia. 
 
As teorias sociológicas de consenso vinculam-se a orientações ideológicas e políticas progressistas. Essas teorias 
consideram que os objetivos da sociedade são atingidos quando as instituições funcionam e os indivíduos, que 
dividem os mesmos valores, concordam com as regras de convívio. 
 
( ) CERTO ( ) ERRADA 
 
A chamada criminalidade do colarinho branco foi assim designada de forma pioneira no âmbito da teoria crimino-
lógica: 
 
A) do cálculo racional, a partir dos estudos de Forman. 
B) da discriminação simbólica, a partir da obra de Crane. 
C) do labelling approach, a partir da obra de Becker. 
D) da associação diferencial, a partir da obra Shutterland. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teoria da Associação Diferencial/Social Learning, foi criada por Edwin H. Sutherland. 
Para ele, o comportar criminal é aprendido e não fruto de carga hereditária. Ou seja, é processo natural de apren-
dizagem baseado no contexto social. As reações dos indivíduos são condicionadas ou influenciadas constante-
mente pelas relações daqueles que integram seu meio social. Os crimes são cometidos por pessoas que convi-
vem em grupos que realizam e legitimam suas ações criminosas. 
 
Relacionado às cifras douradas! 
 
O que são os crimes de colarinho branco? 
 
O nome crimes de colarinho branco é uma alusão irônica à imagem que geralmente se tem de criminosos. 
 
São, em geral, crimes tipicamente econômicos ou tributários, relacionados à utilização de informações privilegia-
das, fraudes, questões relativas à corrupção e pessoas das quais não se espera, via de regra, o cometimento de 
crimes. 
 
O nome crime de colarinho branco ("white collar crime") foi dado, em 1939, por EDWIN H. SUTHERLAND, ao 
comportamento daqueles que MORRIS, em 1935, batizara de "criminosos da alta sociedade". 
 
Assinala ANDRÉ NORMANDEAU que a expressão usada por SUTHERLAND objetivava "a atividade ilegal de 
pessoas de nível sócio-econômico superior, relacionado com as práticas normais de seus negócios." 
 
A “etiqueta” colocada por SUTHERLAND causou grande sensação e foi adotada por quase todos os autores, com 
o significado originalmente atribuído pelo autor: 
 
A expressão “crime de colarinho branco” dá exatamente essa ideia: o colarinho branco usado nas roupas de rigor, 
e que entre nós poderia ser melhor classificado, talvez, como colarinho duro, é um símbolo do homem bem situa-
do na vida, geralmente ligado aos poderosos grupos sociais, gozando de prestígio político e financeiro. 
 
Não é pacífica, porém, a aceitação de tal classe de crimes. 
E m torno dessa denominação, e da existência ou não dessa especial modalidade delituosa, travou-se ingente 
dispusta entre os estudiosos da Criminologia, defendendo alguns a procedência da argumentação de SUTHER-
LAND e, outros, negando-a. 
 
O professor HARTUNG sustentou que esses comportamentos apontados por SUTHERLAND constituíam verda-
deira classe de delitos, mas em nada diferiam dos crimes comuns. 
 
Enquanto que BURGESS encontrou traços diferenciais entre os delitos tradicionais e os crimes de colarinho bran-
co, concluindo que "um criminoso é uma pessoa que se vê como um delinqüente e assim é visto também pela 
sociedade" 
 
SUTHERLAND destaca que "os criminosos de colarinho branco são segregados administrativamente dos outros 
delinqüentes, e em grande parte como conseqüência disto não são vistos como verdadeiros criminosos por eles 
mesmos, pelo público em geral, ou pelos criminólogos 
 
SUTHERLAND chega, então a importante conclusão: o crime, tanto o de colarinho branco, como outras formas 
sistemáticas de criminalidade, é aprendido; é aprendido na associação direta ou indireta com aqueles que já se 
comportam dessa forma; e aqueles que aprendem o comportamento criminoso são justamente os que se afastam 
do freqüente e íntimo contato com o comportamento legal estável. 
 
O CRIMINOSO: 
 
O criminoso de colarinho branco não se dá conta, inteiramente, da reprovabilidade do seu comportamento, pois o 
desvio ético é subjetivamente justificado pela prevalência dos motivos que levam o agente a desrespeitar as re-
gras morais ou jurídicas que ordenam conduta diversa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Durkheim sustenta que o crime não constitui uma enfermidade social, mas, sim, um elemento funcional da vida 
social, pois presentes em todas as sociedades, de modo que somente seriam patológicas as suas formas anóma-
las, como no caso de seu excessivo incremento. 
 
Contexto histórico: 
 
Durkheim não concordava com as teorias socialistas, em especial quanto à ênfase que elas atribuíam aos fatos 
econômicos para diagnosticar a crise das sociedades européias. 
 
O FATO SOCIAL: 
A primeira preocupação de Durkheim em “As regras do método sociológico” é demonstrar o que são fatos sociais. 
 
O DIREITO COMO FATO SOCIAL: 
O direito é fato social. A norma jurídica é resultante da realidade social. 
Ela emana da sociedade, por seus instrumentos e instituições destinados a formular o direito, refletindo o que a 
sociedade tem como objetivos, bem como suas crenças e valorações, o complexo de seus conceitos éticos e fina-
lísticos 
 
A ANOMIA: 
Segundo Durkheim, a divisão do trabalho deveria provocar uma relação de cooperação e solidariedade entre os 
homens. 
 
Para Durkheim, a anomia era uma demonstração contundente de que a sociedade encontrava-se socialmente 
doente. 
 
As frequentes ondas de suicídios na nascente sociedade industrial foram analisadas por ele como um bom indício 
de que a sociedade encontrava-se incapaz de exercer controle sobre o comportamento de seus membros. 
 
O CRIME EM DURKHEIM: 
De acordo com Durkheim, o crime não se observa apenas na maior parte das sociedades desta ou daquela espé-
cie, mas em todas as sociedades de todos os tipos. 
Não há nenhuma onde não exista criminalidade. 
 
Durkheim afirma que o crime é normal porque uma sociedade que dele estivesse isenta seria inteiramente impos-
sível. 
 
Para o sociólogo, o crime consiste num ato que ofende certos sentimentos coletivos dotadosde uma energia e de 
uma clareza particulares. 
 
Assim como não pode haver sociedade em que os indivíduos não divirjam em maior ou menor grau, é também 
inevitável que entre essas divergências existam algumas que apresentem um caráter criminoso. 
 
Em resumo: para Durkheim, o crime é normal, necessário e útil, sendo que muita vezes, ele constitui uma simples 
antecipação da moral futura. 
 
Devemos observar que diante de um estado Moderno, fundado em leis e na Democracia, o conceito de crime 
defendido por Durkheim não se coaduna com os princípios éticos e morais da sociedade moderna, devendo ser 
veementemente repudiado, pois o crime não é normal, nem necessário e nem útil ao desenvolvimento de uma 
sociedade. 
 
Ao desenvolver a teoria de Durkheim, Robert Merton interpreta o desvio como um produto da estrutura social, que 
é tão normal quanto o próprio comportamento conforme as regras e valores predominantes. 
 
Com isso, defende que a sociedade não apenas produz um efeito repressivo, mas também estimulante, motivan-
do tanto comportamentos conforme normas e valores, como comportamento desviados, tendo ambos a mesma 
natureza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DELINQUENTE 
 
As teorias bioantropológicas da criminologia, inauguradas por Cesare Lombroso, objetivavam fixar critérios cientí-
ficos de investigação das causas da delinqüência com base no estudo do biótipo do criminoso. 
 
O objeto de estudo não era o crime, mas o criminoso, e o que revelava o caráter criminoso de um indivíduo era o 
seu biótipo. 
 
A Criminologia de Lombroso sofreu um rigoroso ataque crítico após realizar diversos estudos, pesquisas e testes 
comparativos entre a população carcerária e os cidadãos idôneos, não conseguiu encontrar nenhum traço ou ca-
racterística física aparente que pudesse identificar os deliquentes “natos”. 
 
Antropologia Criminal de HOOTON 
Publicou um volumoso relatório com 17000 prisioneiros e cidadãos livres. 
Fez milhares de mensurações. 
 
Concluiu que tipos diferentes de infratores tendem a ser antropometricamente diferentes e que, os criminosos, 
quando comparados aos cidadãos de bem, são: 
 
LACASSAGNE reconhece que o homem delinquente tem mais anomalias corporais e anímicas que o homem não 
delinquente, mas compreende que estas são produto do meio social e, em todo caso, não explicam o crime em si 
sem que se compreenda adequadamente o contexto. 
 
A criminologia passou a não mais acreditar em causa para identificar e estudar a delinqüência, e sim nos fatores 
 
Temos as Escolas intermediárias e as teorias ambientais, a Escola Francesa de Lyon, por exemplo, era o mais 
aberto contraponto às teses da Escola positiva, e tinha como expoentes pensadores como J. LAMARCK, E. GEO-
FFROY ST. HILAIRE e L. PASTEUR. 
 
A Ótica do Criminoso: 
Para o causalismo, o criminoso é entendido como o sujeito que goza de livre arbítrio, por isso que sua pena se 
fundamenta na retribuição do mal causado, sendo esta pena por prazo determinado proporcional à gravidade do 
delito. 
 
Para os positivistas, fundamenta-se a prática da conduta criminosa por um viés determinista, e a aplicação da 
medida de segurança se volta para a prevenção de novos episódios e, além disso, possui prazo indeterminado. 
 
O correcionalismo trabalha dentro de uma postura pedagógica e piedosa do Estado. De acordo com o correciona-
lismo, não existem criminosos incorrigíveis, mas sim criminosos não corrigidos pelo Estado. 
 
As estatísticas oficiais são hoje um instrumento habitual que nasceu com o Estado Moderno. 
Este tem de contabilizar para se poder organizar de forma racional; por exemplo, precisa saber quantos habitantes 
tem para estabelecer exércitos permanentes, a distribuição de rendimentos e a produção para que as Finanças se 
possam organizar. 
 
As primeiras estatísticas atraíram a atenção de importantes investigadores, entre os quais Guerry e, sobretudo, 
Quetelet. 
 
Quetelet é um forte defensor das estatísticas oficiais na contabilização dos crimes, mas é um defensor muito cau-
teloso e perfeitamente consciente do fenômeno da cifra negra. 
 
Concretamente, reconhece expressamente que é impossível saber a soma total dos crimes cometidos num país e, 
além disso acrescenta: 
«O conhecimento sobre as estatísticas do crime do crime e ofensas não terá qualquer utilidade se não admitirmos 
tacitamente que existe uma relação quase invariável entre as ofensas conhecidas e julgadas e a soma total dos 
crimes cometidos que são desconhecidos» 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quetelet estudou o crime pormenorizadamente a nível macro-sociológico destacando: 
a) estabeleceu algo que ainda hoje, como veremos, ocupa um dos lugares mas destacados na discussão teórica 
da Criminologia: as duas variantes que mais se correlacionam com a criminalidade são a idade e o gênero 
b) chamou a atenção sobre o importante papel que desempenha o fator oportunidade na prática de atos crimino-
sos: as oportunidades para delinquir existentes num país ou região têm influência no volume da criminalidade que 
irão sofrer; 
 
TEORIA DA FRUSTRAÇÃO 
 
Em 1955 apareceu Delinquentes Juvenis, de A.Cohen 
Cohen refere que cada sociedade é diferenciada em vários subgrupos, cada um deles com formas de pensar e 
atuar até certo ponto peculiares, adquiridas pelos indivíduos através da participação nos referidos subgrupos e da 
interação com os seus membros 
 
Contudo, e apesar da terminologia utilizada, Cohen parece defender um conceito débil de subcultura e não pre-
tende sugerir que os grupos em causa tenham uma concepção valorizadora sobre o que é bem e o que é mal – ou 
o que é crime – diferente da sociedade em geral. 
 
O trabalho centra-se, essencialmente, na procura de uma explicação – uma vez constatada a sua existência – e 
no modo como se formaram os primeiros grupos de jovens delinquentes 
 
A Criminologia ao se afastar da bioantropologia buscou fundamentos em estudos comportamentais 
Há uma corrente moderna que parte do desenvolvimento da EMPATIA 
Permite que o indivíduo aprimore seus relacionamentos 
 
Características marcantes do psicopata: 
 
Psicopata: 
 
Ted Bundy era filho de mãe solteira e foi criado pelos avós. 
Cresceu cercado de mentiras. Foi dito à ele ser filho adotivo de seus avós e sua mãe, sua irmã! 
 
ASSASSINO EM SÉRIE 
 
Características: 
 
Jeffrey Dahmer (assassino/canibal) alega ter sido abusado sexualmente pelo vizinho quando tinha 10 anos. 
Seus pais divorciaram quando tinha 17 anos. Ambos se mudaram deixando ele sozinho e ele possui memórias 
terríveis dos pais. 
 
ADRIAN RAINE (professor da Universidade da Pensilvânia) publicou uma pesquisa com imagens cerebrais de 
violentos 
 
Notou que seus cérebros são diferentes das pessoas normais principalmente na área do cérebro ligado à: 
 
RAINE notou que os assassinos em série possuem uma outra parte do cérebro reduzida 
Um campo responsável pela 
 
CONCLUSÃO DO CURSO 
 
A Criminologia nos convida a investigar as causas do crime, a origem do delito. 
 
A partir de diversas perspectivas, esta ciência explica as razões de o delito fazer parte da própria história da vida 
em sociedade. 
 
Não o “delito” em um sentido dogmático ou legal, mas em um sentido de “transgressão” aquilo que se espera de 
um determinado indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
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Num sentido estritamente jurídico, a compreensão que é dada sobre o fenômeno criminoso acaba por restar in-
completa. 
 
Afinal, a intervenção da lei penal sempre chega tarde, pois aparece depois que um determinado interesse social já 
foi violado ou, ao menos, sofreu risco que justificasse a ação punitiva estatal. 
 
Conclusão 
 
A Criminologia cumpre uma grande função - abalar as nossas “certezas” e manter nosso olhar aberto para novos 
caminhospolítico-criminais.

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