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Tipos textuais Caetano Caprício Descritivo – narrativo - dissertativo Designa uma sequência linguística: Aspectos sintáticos; Tempos Verbais; Palavras; Relações lógicas. Descritivo (fotografia) Representa objetos e personagens, imagens que o leitor não vê; permitindo-lhe imaginar; Predomínio de verbos no pretérito (passado); Indicação de lugar, insistência sobre as localizações; Abundância de adjetivos (palavras que dão características); Geralmente, não há textos construídos inteiramente com descrição. Esse tipo textual costuma aparecer em gêneros de outros tipos de textos; É comumente encontrada em receitas, anúncios publicitários, bulas de remédio, cardápios, entre outros “— Você me contou tudo sobre o gol — disse Max — mas não sei que tipo de dia está fazendo lá em cima. Não sei se você fez o gol ao sol, ou se as nuvens cobriam tudo. Passou a mão pelo cabelo à escovinha, e seus olhos alagadiços imploraram a mais simples das coisas: — Você pode subir e me dizer como está o tempo? Naturalmente, Liesel subiu a escada correndo. Parou perto da porta manchada de cuspe e se virou ali mesmo, observando o céu. Ao voltar para o porão, contou-lhe: — Hoje o céu está azul, Max, e tem uma nuvem grande e comprida, espichada feito uma corda. Na ponta dela, o sol parece um buraco amarelo… Naquele momento, Max soube que só uma criança seria capaz de lhe fornecer um boletim meteorológico desses.” A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS - Markus Zuzak NARRAtivo (filmagem) Relata fatos e acontecimentos, reais ou imaginários, situados no tempo, apelando, muitas vezes, à imaginação do leitor; Emprego frequente dos tempos verbais do pretérito (passado); Insistência nas indicações temporais (antes disso, depois, entre outras); Indicação de lugar. Envolve personagens e um contexto; Há variações dentro de uma narração, como o tipo de narrador, se segue ou não uma ordem cronológica, se é fictício ou verdadeiro; Gêneros textuais pertencentes à tipologia narração: fábulas, contos, crônicas, piadas, relatos, novelas, romances e outros “NUNCA PUDE entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito. disserativo (argumentação) Procura convencer, propondo ou impondo ao receptor uma interpretação particular de quem o produz; Desenvolve ideias ou argumentos. Difere da narração por não ser um tipo de texto literário; Deve-se expor uma ideia e discursar sobre ela, através da exposição de fatos ou de argumentação, traçando uma linha de raciocínio lógica, objetiva e coerente, com introdução, desenvolvimento e conclusão da discussão A dissertação é o tipo textual dos manifestos, monografias, textos jornalísticos, críticas, teses, editoriais, textos científicos Quando o fim é progredir Aluna: Sandra H. Gordon Há milhares de anos o universo existia em harmonia. Os ciclos de escuridão e luz se alternavam periodicamente. As estrelas nasciam, brilhavam e explodiam. Sempre o mesmo ciclo. Harmonia. Tranqüilidade. A luz fez um planeta fértil. Plantas surgiram. A harmonia continuou. Animais surgiram. Sucederam as eras geológicas. Surgiu, então, o homem. O homem não se contentou com os ciclos naturais. Construiu ferramentas e com estas ergueu as cidades, afastando-se até das memórias dos campos, da vida simples e natural. A harmonia se despedaçou. Ao homem foi dado o domínio da tecnologia, mas ele a usou para a destruição. Foi dada também a conquista do meio, mas ele o converteu em sua própria prisão. As florestas foram arrasadas. A atmosfera foi poluída. Enfim, a Terra criou o homem e foi destruída por sua criação. Os mais sábios tentaram impedir o progresso, mas o lucro do momento fechou os ouvidos do homem. A avalanche continuou. Cada um competiu para transformar uma parte maior do todo. Ignoraram completamente o ciclo natural. Materialismo passou a ser o novo indicador. O progresso abalou o homem até onde a ambição alcança. Ele cada vez sabe mais, consegue mais e constrói mais. Só que não percebe, em sua escalada, a possibilidade da queda. Quando ele se der conta dos abusos que comete, será tarde demais para voltar.
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