Buscar

CONTESTAÇÃO 1

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
Processo n° 009876-23.2019.8.05.0274
ASTROGILDO SOUZA PRADO, brasileiro, casado, empresário, titular do RG nº 24.151.225-88, inscrito no CPF sob nº 365.154.654-88, residente e domiciliado na Av. Genésio Porto, nº 120, bairro Recreio, Vitória da Conquista/BA, CEP 45015-150, por intermédio de sua advogada que este subscreve constituída por instrumento procuratório em anexo e com endereço profissional situado na Av. Guilhermino Aguiar, nº 75, Recreio, CEP 45022-110, Vitória da Conquista/BA, endereço eletrônico escritorioandrade@gmail.com, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no Art. 523, NCPC, apresentar:
CONTESTAÇÃO
Nos autos da AÇÃO DE DIVÓRCIO COM PARTILHA DE BENS, ALIMENTOS, GUARDA, E ALTERAÇÃO DE NOME que lhe move GISÉLIA ALMEIDA PRADO,jádevidamente qualificada nos autos da ação em epígrafe, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. 
DAS PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO
DA INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL 
A petição inicial apresentada pela requerente apresenta pedido de ‘expedição de formal de partilha’, carecendo, portanto de interesse nesse sentido, haja vista que se trata de uma ação de divórcio, e não um inventário. Nessa perspectiva, observa-se a existência de pedidos incompatíveis, bem como à ausência de causa de pedir para emissão de formal de partilha no caso concreto.
Tais fatores são suficientes para ensejar o indeferimento da petição inicial, conforme dispõe o art. 330 e parágrafos, do NCPC, in verbis:
Art. 330.  A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
No que tange ao valor arbitrado para a causa, é visível o erro cometido pela requerente, tendo em vista que se baseou nos bens arrolados como patrimônio comum do casal, questão esta controversa, que será esclarecida adiante.
De acordo com o art. 293, Novo CPC:
Art. 293.  O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído àcausa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.
Não sendo, pois, caso de partilha, o valor da causa deve ser definido com base em no pedido de divórcio, guarda e prestação de alimentos, somente, o que contabilizados um montante ideal de R$ 28.400,00, composto por R$ 1.000,00 do divórcio, R$ 1.000,00 da guarda e R$ 26.400,00 da soma de 12 prestações alimentícias.
DOS ESCLARECIMENTOS INICIAIS
O Requeridoconfirma que se casou com a Requerente em 15/03/2009, sob o regime de comunhão parcial de bens, e que, dessa união, nasceram Martina Almeida Prado e Adolfo Almeida Prado.
Quanto ao motivo que levou a Requerente pleitear o divórcio, o Requerido entende desnecessário ser pontuado nos autos da demanda, visto que se trata de questões pessoais e nada interfere nos direitos da primeira que sejam, eventualmente, reconhecidos. Este não opõe nenhum empecilho para a dissolução do vínculo conjugal, apenaspretende ver todos os seus direitos e interesses resguardados.
A demandante afirma que participou, onerosamente, para a construção do patrimônio por ela arrolado, entretanto não consegue provar tal colaboração, haja vista que tratam-se de bens adquiridos com os valores resultantes das alienações dos bens recebidos pelo Requerido a título de herança e doação, conforme contratos de compra e venda e DUT anexados. 
Dessa maneira, o Demandado entende que não há o que se falar sobre partilha de bens, uma vez que os itens mencionados na petição inicial não compõem patrimônio comum do casal, mas sim, única e exclusivamente do demandado.
No que tange à guarda e pensão alimentícia, o requerido reconhece seus direitos e deveres oriundos da paternidade e espera justa decisão no sentido de resguardá-los.
DOS BENS PARTILHADOS 
Como já fora destacado, anteriormente, os bens arrolados pela demandante na peça inaugural da presente ação não integram patrimônio comum do casal e, por isso, não podem ser objeto de partilha decorrente do divórcio. 
DO DIREITO
DO DIVÓRCIO E DA PARTILHA DE BENS
Em relação a dissolução do matrimônio, o requerido não traz nenhum obstáculo, haja vista que não enxerga a possibilidade de reconciliação com a Requerente. Não havendo mais outra solução, concorda com o divórcio. 
Quanto a partilha, por sua vez, como bem explicado acima, não existe patrimônio comum do casal, visto que os bens mencionados como tal pela demandante, são sub-rogados de outros bens que integravam o patrimônio individual do Demandado, através de heranças e doações, antes da celebração do casamento.
	Nesse sentido, o Código de Processo Civil traz em seus artigos 1.658 e 1.659 a definição dos bens que compõem o regime de comunhão parcial, bem como aqueles que são excluídos da comunhão, ipsis litteris:
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; (grifo nosso)
	Contudo, apesar de entender que não existe situação de partilha, o requerido dispõe do seu imóvel residencial em Vitória da Conquista, no valor de R$2.000.000,00 (dois milhões de reais), em favor dos filhos, para que permaneçam residindo no local com a genitora.
DA GUARDA E ALIMENTOS
O requerido aceita que seja definida a guarda compartilhada, mas exige, desde logo, que seu direito de visita sejaassegurado de modo que não possa ser privado da convivência com as crianças.
Para tanto, entende-se razoável que os filhos fiquem com requerido aos fins de semana e datas comemorativas, bem como em outros dias do ano que genitor solicite.
Quanto ao dever de prestar alimentos aos descendentes, o demandado não só o reconhece como não se exime, responsabilizando-se pelas despesas materiais dos filhos dentro das sua possibilidades econômicas.
Todavia, o valor exigido pela Requerida extrapola o aceitável e não está enquadrado do binômio necessidade-possibilidade aplicável na fixação desse tipo depensão alimentícia.
No que tange à sua possibilidade de prestar alimentos, o requerido, apesar de ser empresário, tem passado por dificuldades financeiras, destaca-se, inclusive, que sua empresa está beirando à falência. Por esse motivo, não pode se comprometer com um valor tão alto de pensão alimentícia como foi exigido pela genitora.
Quanto a necessidade dos menores, o demandado compreende que o padrão de vida dos filhos requer certas despesas, contudo, não são todas elas extremamente necessárias ao desenvolvimento deles, a exemplo do salão e das aulas de música. São atividades que podem ser suprimidas por um período, sem prejuízo para as crianças. O mesmo se observa com as consultas com psicólogo, serviço este oferecido gratuitamente em órgãos públicos e universidades, além de já serem, as crianças, acompanhadas pelo psicopedagogo das escolas que frequentam.
Dessa forma, entende que a quantia ideal a ser fixada como prestação alimentícia é de R$1.100,00 para cada filho.
PEDIDOS
Diante do que foi exposto, requer:
Que sejam julgadasprocedentes as questões preliminares arguidas na presente contestação, dando causa, dessa forma, ao indeferimento da petição inicial;
Que seja julgadaimprocedente o pedido inicialquanto a partilha de bens;
Que seja definida a guarda compartilhada dos menores, nos termos propostos no tópico do respectivo tema;
Que a pensão alimentícia seja fixado no valor de R$ 1.100,00 para cada filho, dentro do binômio necessidade-possibilidade, a ser depositado em conta poupança a ser aberta em nome das crianças sob administração da genitora;
Que seja condenado a Requerida ao pagamento de custas e honorários processuais por ter dado causa à presente demanda litigiosa;
Que seja impugnado o valor arbitrado em petição inicial, sendo o valor ideal R$ 28.400,00.
Nestes termos, pede deferimento
Vitória da Conquista – BA, 05 de abril de 2019
Thamires Viana de Andrade
OAB/BA 555555

Continue navegando