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Zoologia dos Invertebrados - Ctenários

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CTENOPHORA
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São animais transparentes e gelatinosos. A maioria é planctônica, algumas espécies são epibênticas. Natureza frágil. Constituem a porção principal da biomassa planctônica em muitas áreas do mundo. Cerca de 120 espécies catalogadas. São animais que possuem simetria radial. São diploblásticos – ou triploblásticos. Se assemelham aos cnidários. Entre as características semelhantes aos cnidários podemos citar: a simetria, mesênquima ou colênquima gelatinoso, ausência de cavidade corpórea entre o tubo digestivo e a parede corpórea, sistema nervoso em forma de rede relativamente simples. Com relação as diferenças entre os dois filos podemos citar: ciclo de vida monomórfico; nunca serem coloniais; ausência de traços de vida séssil fixa. A maioria é hermafrodita, capaz de realizar autofertilização. Fase larval distinta: formação da cidipídia. Exclusivamente marinhos. Há variação na forma e no tamanho – podem chegar até 2 metros de comprimento. Possuem estruturas adesivas em seus tentáculos- os coloblastos.
CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DIAGNOSTICAS DE CADA SUBFILO OU CLASSE: 
O filo é dividido em duas classes – ou subfilos: Tentaculata, com os ctenóforos com tentáculos e Nuda, com ctenóforos não tentaculados.
MORFOLOGIA EXTERNA
Geralmente possuem corpo gelatinoso e transparente. A posição em que se encontra a boca e o órgão apical define o eixo oral-aboral. Possuem oito fileiras de ctenos ao redor do corpo. De cada bainha tentacular sai um tentáculo axial longo, ramificado em tentilas e recobertos por coloblastos. Algumas espécies podem apresentar também, tentáculos ao redor da margem oral. O formato do corpo varia entre formas ovaladas ou globulares e achatadas ou alongadas.
MORFOLOGIA INTERNA
Os representantes desse filo são compostos por dois epitélios: um de origem ectodérmica – epiderme- e outro de origem endodérmica – gastroderme. Entre essas duas camadas há uma camada de mesogleia, a qual é atravessada por células nervosas e mesenquimais. Representam os metazoários mais basais que apresentam lâmina basal.
Internamente, esse filo tem como característica um conjunto de canais gastrovasculares. O principal deles é o estomodeu (infuncíbulo ou faringe) – que liga a boca ao canal aboral. Em alguns grupos está presente o canal oral, que é um canal que circunda a boca e normalmente está ligada à porção oral.
SUSTENTAÇÃO
São constituídos sobretudo por água, não possuem esqueleto rígido. Eles dependem da mesogleia para sustentação estrutural. Além disso, as fibras musculares são as responsáveis pela manutenção do formato corpóreo.
MOVIMENTO
Os representantes desse filo são os maiores animais a utilizarem cílios para locomoção. Sua movimentação é rápida e eficiente. Os ctenos possuem milhares de cílios longos e fundidos que atuam em sincronismo. O movimento dos cílios segue sentido oral-aboral. A extremidade oral fica voltada para frente durante a locomoção.
Os representantes da ordem Platyctenida se locomovem de modo semelhante a um platelminto. Os cílios são reduzidos ou ausentes.
SISTEMA NERVOSO E ÓRGÃOS DOS SENTIDOS
Redes nervosas não centralizadas, uma subepidérmica e outra subgastrodérmica. Há concentração de elementos nervosos na região da boca, tentáculos e próximos da base. Além disso, há cílios modificados - receptores sensoriais- espalhados pelo tegumento. A principal estrutura sensorial é o órgão apical, situado na depressão da epiderme no polo aboral. As oito fileiras de ctenos se conectam ao estatocisto do órgão apical.
TOMADA DE ALIMENTO
Todos são carnívoros. A maioria se alimenta de pequenos organismos planctônicos. Os ctenários utilizam tentáculos e tentilas – repletos de coloblastos (as presas ficam aderidas). Algumas espécies são filtradoras.
Beroida tem comportamento raptorial, consumindo outros organismos gelatinosos. Possuem macrocílios, que atuam como dentes.
DIGESTÃO
Ao passar pela faringe (por movimentos ciliares), o alimento é parcialmente digerido e posteriormente encaminhado para o estômago. Os dejetos são eliminados pela boca. No epitélio da faringe há células glandulares que secretam enzimas digestivas. Digestão intracelular e extracelular.
TROCAS GASOSAS, CIRCULAÇÃO, EXCREÇÃO E OSMORREGULAÇÃO:
O sistema gastrovascular pode ser considerado um sistema vascular simples. Porém, as trocas gasosas, a distribuição de nutrientes e a excreção são realizadas por difusão. O batimento dos cílios ao redor mantém a água sempre renovada.
REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO:
A maioria é hermafrodita simultâneo. Os gametas femininos ficam de um lado e os gametas masculinos de outro. Eles são liberador pelos gonodutos para o exterior. A fecundação é externa e apresenta grande chance de ocorrer autofecundação.
Nos tentaculados, há a formação de uma larva chamada de cidipídia. Na ordem Cydippida o desenvolvimento é direto – o juvenil se diferencia muito pouco do adulto.
Muitas espécies apresentam pedogênese, reprodução sexuada na fase larval ou juvenil. Não são capazes de se reproduzirem assexuadamente, mas possuem grande capacidade de reprodução.
MODOS DE VIDA
PELÁGICOS: Possuem corpo globulosos e translúcidos, consistência gelatinosa e delicada. Oceânicos mais frágeis do que os costeiros. Mais comum na primavera e no verão. São mais tolerantes a baixas concentrações de oxigênio dissolvido.
BENTÔNICOS: Rastejam pelo substrato. Corpos opacos e achatados, lembram platelmintos. Platyctenida em quase nada se parecem com os pelágicos, tanto na morfologia externa como na ecologia.
OUTRAS CARACTERÍSTICAS:
A bioluminescência é comum no filo. As células luminescentes estão espalhadas ao longo dos canais meridionais. Algumas espécies emitem partículas luminosas na água como resposta de fuga. 
Por possuírem corpos grandes e frágeis, a amostragem em laboratório é problemática. Uma espécie – Mnemiopsis leidyi – originária da costa leste das Américas e tolerante a grandes variações de salinidade e temperatura; tem sido reconhecida como invasora em várias partes do mundo.

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