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TUTORIAL 05 / MÓDULO 301 – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOR TORÁCICA. INTRODUÇÃO: o tórax aloja o coração; e além de apresentar alerta de sofrimento cardiovascular e risco iminente de morte, a Dor Torácica (DT) pode ter origem respiratória, digestiva, musculoesquelética ou neurológica. A prioridade quando avalia-se um paciente com dor torácica consiste em determinar se essa dor é decorrente de doença coronariana, uma vez excluída, devem-se atentar a outras causas que podem pôr em risco a vida (ex.: embolia pulmonar, dissecção aórtica, ruptura esofágica ou pneumotórax hipertensivo), e após identificada a causa, inicia-se o tratamento. História e exame físico direcionados, combinados com testes selecionados (como ECG ou radiografia de tórax), geralmente permitem ao médico chegar a um diagnóstico preciso, ajudando a estimar a probabilidade de causas orgânicas da DT antes que se solicitem os exames complementares – auxiliando na interpretação dos resultados dos exames e evitando a realização de procedimentos desnecessários e dispendiosos. A repetição dos episódios dolorosos ou a cronicidade da dor modificam o comportamento psíquico, causando ansiedade, pânico, depressão e repercussões negativas na qualidade de vida do paciente – a distinção entre os quadros agudos e crônicos, e dos diferentes tipos de dor é necessária para instituir a terapêutica adequada. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA: a DT pode representar 5% das consultas em uma emergência geral, e podem resultar de 2 mecanismos: fibras somáticas (p.ex. inervação de pele, estruturas superficiais e pleura parietal) e fibras viscerais (p.ex. coração, esôfago e pleura visceral). A dor retroesternal profunda ou precordial indica a existência de estímulos dolorosos em uma porção das regiões anatômicas inervadas pelos dermátomos T1 a T6, esses níveis neuroanatômicos espinhais inervam a região torácica desde metade do pescoço até abaixo do processo xifoide e se estendem até as superfícies anteromediais dos braços e antebraços. As vísceras torácicas, incluindo miocárdio, pericárdio, aorta, artéria pulmonar, mediano e esôfago, são todas inervadas por fibras aferentes sensoriais com origem em T1 a T4 – lesões em qualquer uma dessas estruturas tendem a produzir uma dor visceral profunda, mal localizada e percebida com sua intensidade máxima na região retroesternal ou no precórdio, e com frequência essa dor irradia-se para o pescoço, hemitórax esquerdo ou direito ou as superfícies anteromediais de um ou de ambos braços e antebraços. As fibras sensoriais de T5 e T6 inervam a parede torácica inferior, os músculos diafragmáticos e suas superfícies peritoneais, a vesícula biliar, o pâncreas, o duodeno e o estômago – a lesão de qualquer uma dessas estruturas acarreta uma dor visceral profunda, mal localizada, de natureza idêntica àquela mencionada anteriormente, mas localizada na região xifoide e na área subescapular direita, mas essa dor pode se estender até os dermátomos T1 a T4 através de conexões simpáticas posteriores, originando um padrão anatômico de dor indiferenciável daquela que se origina nas regiões acima do diafragma. Inervações: As vias aferentes das vísceras digestivas torácicas são comuns às cardíacas; a aferência sensitiva da região rostral do esôfago e da traqueia é veiculada pelos nervos vagos; as estruturas somáticas da caixa torácica e região periférica são inervadas pelos nervos intercostais, e a pleura diafragmática, pelos nervos frênicos. PREVENÇÃO: é feita com base nos fatores de risco que nesse caso aumentam a probabilidade de outras doenças que causam DT: (1) O risco de isquemia do miocárdio aumenta na presença de hiperlipidemia, hipertrofia ventricular esquerda ou história familiar de doença coronariana precoce; (2) Presença de hipertensão eleva os riscos tanto para doença coronariana quanto para dissecção aórtica; (3) Fumo (cigarros) é um fator de risco inespecífico associado a doença coronariana, trombose venosa profunda e embolia pulmonar, dissecção aórtica, pneumotórax e pneumonia bacteriana; (4) História de uso de cocaína (últimos 60 min) pode aumentar probabilidade de IM; (5) História de infecção viral recente pode indicar pericardite ou miocardite. Além disso, há outros fatores de risco clinicamente identificáveis para surgimento de trombose venosa e embolia pulmonar: (1) história recente de imobilização; (2) história cirúrgica nos últimos 3 meses; (3) AVE; (4) História prévia de tromboembolia venosa; (5) Câncer atual. QUADRO CLÍNICO: ANAMNESE: clínica que sugere (1) Dissecção de aorta: dor súbita precordial lancinante/dilacerante, persistente, irradiando-se para regiões dorsal e lombar; (2) Tromboembolismo pulmonar: dor torácica súbita do tipo pleurítica, acompanhada de tosse, dispneia e hemoptise (com consequente infarto pulmonar associado); (3) Pericardite aguda: dor retroesternal em opressão, sem relação com esforço, de longa duração (horas a dias), que melhora quando o paciente se inclina para frente, piora sob decúbito ou inspiração profunda, e pode vir acompanhada de febre; (4) Pneumotórax: dor torácica tipo pleurítica, de início súbito, associada a dispneia, geralmente associada a procedimentos torácicos invasivos e/ou trauma local; (5) Pneumonia: dor torácica tipo pleurítica, associada a tosse, secreção e febre, e pode apresentar dispneia associada; (6) Musculoesquelética: dor de início insidioso (leva horas a dias para alcançar seu pico) que piora à movimentação de tórax ou mmss e à respiração profunda, reprodutível à palpação. Sintomas menos típicos (equivalentes isquêmicos: dispneia, tontura, diaforese, empachamento ou indigestão) devem estar sob olhar atento do médico mesmo na ausência de dor precordial, pois pode representar episódios de isquemia miocárdica. É importante pedir ao paciente para indicar o local da dor, quando o paciente coloca um punho fechado sobre o esterno, como se fosse em aperto, é chamado de SINAL DE LEVINE. A DT deve ser categorizada em 4 tipos que resumem didaticamente o sintoma e auxiliam na estratificação do risco: Tipo A: DOR DEFINITIVAMENTE ANGINOSA: dor/desconforto retroesternal ou precordial, geralmente precipitada pelo esforço físico, podendo irradiar para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, com duração de alguns minutos, sendo aliviada por repouso ou nitrato em menos de 10 min. Tipo B: DOR PROVAVELMENTE ANGINOSA: tem a maioria, mas não todas as características da dor definitivamente anginosa. Tipo C: DOR PROVAVELMENTE NÃO ANGINOSA: tem poucas características da dor do tipo A. TIPO D: DOR DEFINITIVAMENTE NÃO ANGINOSA: nenhuma característica da dor anginosa, mesmo se localizada em região precordial ou retroesternal. Deve-se também avaliar os fatores de risco (HAS, SM, DLP, tabagismo, idade [H > 45a, M > 55ª], hist. familiar de DAC precoce [H < 55a, M < 65a]), e estimar a probabilidade de ser DAC: (1) Baixa: até um fator de risco (diferente de DM) e < 60a; (2) Intermediária: 2 fatores de risco (diferente de DM) e < 60 anos; (3) Alta: > 2 fatores de risco, DM, > 60 anos ou doença aterosclerótica conhecida (DAC, doença carotídea). EXAME FÍSICO: o médico deve estar alerta a sinais de comprometimento circulatório, incluindo palidez e sudorese, que estão associados a uma alta mortalidade precoce. O transtorno do pânico pode estar presente em até 33% dos pacientes com DT sem isquemia coronariana, pode coexistir também com doença coronariana. SINAIS VITAIS: PA sistólica < 90 mmHg, especialmente em combinação com sinais físicos de comprometimento circulatório, indica necessidade de proporcionar assistência emergencial. O aumento da FC e PA pode ser observado na isquemia coronariana, secundária à ativação simpática (apesar de essa ocorrência ser inespecífica).Uma grande diferença na PA entre os 2 braços pode sugerir dissecção aórtica. Justifica-se uma verificação das alterações posturais na FC e PA, particularmente em idosos em pré-choque que podem ter depleção volêmica. PALPAÇÃO DA PAREDE TORÁCICA: a hipersensibilidade na parede torácica que reproduz exatamente a dor do paciente é muito sugestiva de doença NÃO-CARDÍACA, apesar de poder haver ocasionalmente na isquemia miocárdica. A hiperestesia na distribuição de um dermátomo, particularmente quando associada a uma erupção cutânea eritematosa vesicular/papulosa, pode ser decorrente de HERPES-ZÓSTER. EXAME CARDÍACO: a ausculta nas posições sentada e supina pode detectar sopros da insuficiência ou estenose aórticas agudas, assim como atrito pericárdico da pericardite aguda. Um sopro da insuficiência mitral decorrente de disfunção músculo papilar ou um galope S3 ou S4 podem ser causados por isquemia miocárdica. A palpação no ápice pode detectar também uma elevação anormal do ventrículo esquerdo, que às vezes é percebida durante os episódios isquêmicos provocados por uma área de discinesia secundária à oclusão da artéria coronária descendente anterior esquerda. EXAME PULMONAR: sons pulmonares assimétricos ou ausentes podem indicar pneumotórax. Nos casos de isquemia do miocárdio suficientemente intensa (a ponto de aumentar a pressão diastólica final) podem ser ouvidos nas bases pulmonares os estertores. A evidência de consolidação pode indicar pneumonia ou câncer; macicez em uma das bases pulmonares pode ser observada com um derrame pleural. EXAME ABDOMINAL: hipersensibilidade epigástrica pode ser compatível com doença ulcerosa péptica ou pancreatite; enquanto hipersensibilidade no QSD pode indicar colecistite. Uma massa epigástrica pulsátil pode representar uma extensão de um aneurisma aórtico torácico que se manifesta com DT. EXAMES COMPLEMENTARES: ECG: deve ser feito em até 10 min. Alterações como inversões de onda T, bloqueio de ramo esquerdo novo, infradesnível ou supradesnível de ST podem caracterizar a presença de SCA. Quando as alterações forem inconclusivas, é interessante comparar com um ECG prévio. O ideal é que o ECG seja repetido no mínimo em 3, 6 e 9h após a chegada do paciente, ou imediatamente em caso de dor – aumenta a sensibilidade para detectar SCA. Mesmo em situações de DT não coronariana, o ECG pode ser útil nos casos de: (1) Embolia pulmonar: a presença de taquicardia sinusal, inversão de T em parede anterior, bloqueio e/ou sobrecarga de câmaras direitas podem apontar o diagnóstico, além de mostrar gravidade; (2) Dissecção de aorta: em até 5% dos pacientes pode-se observar supradesnível de ST (princ. em parede inferior por acometimento do óstio da artéria coronária direita); (3) Pericardite: redução ampla de amplitude em todas as derivações e/ou alternância elétrica, o diagnóstico de tamponamento cardíaco deve ser descartado. BIOMARCADORES: (1) Troponinas ultrassensíveis T e I: a maior parte das vezes, são detectadas em casos de IAM, mas podem ser detectadas em situação não relacionadas ao IAM; valores intermediários ou positivos podem ser encontrados em pacientes com dissecção aguda de aorta ou embolia pulmonar; além disso, falsos-negativos foram encontrados em pacientes com miopatias, hipertrofia ventricular, hipertensão pulmonar e insuficiência renal crítica (princ. com creatinina > 2,5 mg/dL); devem ser colhidas, pelo menos, uma na admissão e depois de 3h (sensibilidade 100% p/ IAM). (2) Dímero D plasmático: produto de degradação da fibrina e encontra-se elevado no sangue, em presença de trombose aguda, devido ativação do sist. fibrinolítico endógeno; sua dosagem não deve ser solicitada em casos de alta probabilidade de embolia pulmonar, pois mesmo negativa não afasta a doença; seu valor > 500 mg/dL demonstrou sensibilidade em torno de 100% e especificidade de 54% no diagnóstico de dissecção aguda de aorta, e quando associados a PA sistólica ≥ 180 mmHg, a sensibilidade vai para 40% e especificidade a 96%. RADIOGRAFIA DE TÓRAX: (1) Dissecção da aorta: 85% apresenta alteração como alargamento de mediastino, cardiomegalia (devido ao derrame pericárdico ou derrame pleural). (2) Embolia pulmonar: a maioria não apresenta alterações, mas em alguns casos podem ser vistos oligoemia pulmonar, obstrução da artéria pulmonar direita, derrame pleural e áreas infartadas pulmonar (imagem em cunha). (3) Pneumotórax, pneumonia e pneumomediastino: são outras detecções que a radiografia pode detectar. ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO DE REPOUSO: em pacientes de baixo risco e sem dor, o método se torna limitado na detecção de SCA, quando presente, a detecção de disfunção ventricular esquerda é capaz de inferior prognóstico ao paciente. Ele pode ser útil em estabelecer DD, como dissecção aguda de aorta, embolia pulmonar, estenose valvar aórtica, cardiomiopatia hipertrófica e pericardite. Em pacientes com embolia pulmonar, o eco pode mostram aumento da pressão sistólica de artéria pulmonar e disfunção aguda de ventrículo direito (inferindo maior gravidade). ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO: quando a suspeita diagnóstico for dissecção aguda de aorta, ao menos um eco transtorácico deve ser realizado, apesar de ter acurácia reduzida p/ diagnóstico de dissecção aguda de aorta, esse eco permite visualizar a presença de derrame pericárdico, insuficiência aórtica e alterações segmentares da parede ventricular esquerda. Em pacientes com instabilidade hemodinâmica, o uso dessa eco torna-se primeira escolha para o diagnóstico (S: 97-100% / E: 77-100%). Pacientes com suspeita de embolia pulmonar, o eco pode apresentar aumento da pressão sistólica de artéria pulmonar e disfunção aguda de ventrículo direito, inferindo maior gravidade. CINTILOGRAFIA PULMONAR DE VENTILAÇÃO-PERFUSÃO: em pacientes com alta probabilidade para embolia pulmonar, princ. quando a angiotomografia de artérias pulmonares não puder ser realizada (insuficiência renal, anafilaxia ao contraste), pode ser indicada a realização de cintilografia pulmonar de ventilação e perfusão. Exame seguro e com valor preditivo positivo de 88%, quando o resultado é de baixa probabilidade para embolia pulmonar, o diagnóstico pode ser excluído, e quando é de alta probabilidade pode-se considerar como confirmação diagnóstica. Nos resultados intermediárias devem-se considerar outros exames antes de firmar diagnóstico. RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA: diferentes estudos demonstraram o uso de ressonância para detectar ou afastar SCA, com a vantagem de poder, em um mesmo exame, detectar miocardite. Para avaliação de dor torácica, é necessária injeção de adenosina. S: 96%, E: 85%. ANGIOTOMOGRAFIA DE AORTA: é o exame de escolha para diagnóstico de dissecção de aorta, com sensibilidade de 94% e especificidade de 87%. Permite visualizar a anatomia do vaso e a extensão exata da doença. Baseado nesses achados, a dissecção de aorta segue duas classificações (De Bakey e Stanford): (1) Bakey I ou II / Stanford A: quando acomete aorta ascendente (até a emergência do tronco braquiocefálico); (2) Bakey III/ Stanford B: quando não há dissecção na porção ascendente. O paciente deve apresentar estabilidade hemodinâmica no momento da realização do exame, permitindo transporte e mobilização. ANGIOTOMOGRAFIA DE ARTÉRIAS PULMONARES: método de escolha em pacientes com suspeita de embolia pulmonar, pois permite visualizar a vasculatura pulmonar até os segmentos mais finos. Precisa de uso de contraste iodado e tem dificuldade à sua realização em pacientes hemodinamicamente instáveis. S: 83% e E: 96%. Em pacientes com alta probabilidade pré-teste, o valor preditivo negativo é de 60%, e o valor preditivopositivo é de 92-96%; nos com baixa probabilidade, o valor preditivo negativo é de 96%. Em paciente de probabilidade pré-teste baixa/intermediária, trata-se de exame definitivo. Em casos de pacientes de alta probabilidade e o resultado for negativo, deve ser complementado por USG de mmii e/ou cintilografia pulmonar de ventilação-perfusão. TOMOGRAFIA DE TRIPLO DESCARTE (triple rule out): esse procedimento pode visualizar pneumotórax, pneumonia, patologias abdominais (como pancreatites e colecistites), evitar a realização de outros métodos complementares, e pode ser usado para DD graves (como dissecção de aorta e embolia pulmonar). Principal indicação: pacientes de risco baixo/intermediário para SCA, onde há possibilidade de outro diagnóstico acometendo aorta ou a circulação pulmonar pulmonar seria maior. Aprox. 1-11% dos pacientes com DT em que SCA foi descartada apresentam alguma patologia grave envolvendo aorta/pulmão. Pacientes com DT anginosa típica, alteração no ECG e/ou nos marcadores de necrose miocárdica devem seguir os protocolos de rotina e não devem ser submetidos a esse exame. As diretrizes internacionais ainda não colocam o triple rule out como método de escolha para avaliação de DT. Críticas ao exame: grande quantidade de contraste iodado administrada, quantidade de radiação empregada (2x mais do que na cineangiocoronariografia) e apenas 1% teve realmente o diagnóstico de embolia pulmonar ou dissecção de aorta (não justifica o emprego em uso rotineiro). BIOMARCADOR CKMB, TESTE DE ESFORÇO, ECOCARDIOGRAMA COM ESTRESSE, CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA EM REPOUSO, CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA COM ESTRESSE, TC DE ARTÉRIAS CORONÁRIAS (TCAC): usados para diagnóstico de SCA, IAM. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DA DOR TORÁCICA: CAUSAS CARDÍACAS: DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA: possui incidência de 3/100.000 pacientes/ano, sendo mais comum em homens, a partir da 7ª década de vida. O principal fator de risco é HAS. É um distúrbio causado por progressão de um hematomas sob a túnica íntima, na parede da aorta; o hematoma pode começar com uma laceração na íntima da aorta ou com a ruptura de vasa vasorum na túnica média. Pode ocorrer por um trauma da aorta, por acidentes automobilísticos ou por procedimentos médicos em que a íntima da aorta é danificada por cateteres ou balão intra-aórtico. Clínica: dor de início súbito, lancinante (do tipo arrancamento, implacável), de pico máximo no início, de forte intensidade, retroesternal, com irradiação para o dorso; quando a dor migra de seu ponto de origem para outros pontos, seguindo o percurso da aorta (em 70% casos), há presença de sinais autonômicos (palidez cutânea e sudorese profusa) deve levantar a suspeita imediata de dissecção aguda de aorta. Complicações: (1) Ruptura de vasos: da aorta (principal causa de óbito), para saco pericárdico (tamponamento), pleura (derrame pleural esquerdo), mediastino e retroperitôneo; (2) Insuficiência aórtica aguda: extensão em direção à valva aórtica produzindo distorção de suas comissuras; (3) Dissecção das coronárias: geralmente à direita, produzindo IAM; (4) Extensão para vasos cervicais: pode causar AVE; (5) Outras: isquemia mesentérica, de mmss e mmii, isquemia medular ou renal. Fatores predisponentes: HAS (> 90% dos pacientes), idade avançada, sexo masculino; as doenças do tecido conectivo (Marfan e Ehler Danlos) costumam associar-se à dissecção em idade jovens; outras são doenças congênitas (p.ex.: coarctação da aorta), arterite temporal, uso de cocaína, gestantes e puérperas. Exame de escolha: angiotomografia de aorta (exame com contraste), mas em casos de pacientes instáveis, sem condições de transporte para tomografia e com suspeita de dissecção ascendente, o ecocardiograma transesofágico pode ser utilizado para diagnóstica. Tratamento: cirúrgico. VALVULOPATIAS: as anormalidades das valvas cardíacas (incluindo estenose aórtica, estenose mitral e prolapso da valva mitral) podem causar DT. ESTENOSE AÓRTICA: causada pela hipertrofia ventricular esquerda, podem ocorrer angina devido á insuficiência coronária relativa, síncopes, dispneia, edema pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva. Exame cardiovascular: pode mostrar pulsos arteriais periféricos enfraquecidos e retardados, impulso apical cardíaco sustentado e um sopro sistólico pronunciado na borda esternal esquerda que, com freq., se irradia para as carótidas. O ecocardiograma pode medir o gradiente de pressão através da valva e a função ventricular. Testes de estresse com exercício podem estar contraindicados. ESTENOSE MITRAL: causa incomum de DT, podendo ser semelhante à angina, apesar de hipertensão pulmonar e hipertrofia ventricular direita, podendo haver doença associada das artérias coronárias. As taquiarritmias atriais podem ser uma causa adicional de dor intermitente. PROLAPSO DE VALVA MITRAL: causa DT atípica, geralmente fugaz e de natureza lancinante, mais freq. em mulheres jovens, estando freq. associado a um estalido médio-sistólico e um sopro sistólico tardio. Raramente pode ocorrer insuficiência mitral hemodinamicamente significativa. PERICARDITE: dor geralmente pleurítica, retroesternal ou em hemitórax esquerdo, súbita, em fincada ou opressiva, piora quando o paciente respira, deita ou deglute; melhora com a posição sentada ou inclinada para frente (posição de “prece maometana”), pode irradiar, princ., para região do trapézio. O paciente pode apresentar história prévia de gripe, febre baixa e mal-estar (pois a princ. causa da pericardite é viral). Exame físico: pode revelar atrito pericárdico, que pode ser dinâmico. ECG: apresenta supradesnivelamento difuso do segmento ST (geralmente côncavo), e pode demonstrar infradesnivelamento do segmento PR. O ecocardiograma não é bom para avaliar o pericárdio, na pericardite aguda, mas é bom para avaliar a presença de derrame pericárdico associado. Tratamento: anti-inflamatórios e colchicina. MIOCARDITE: pode associar-se com a sintomatologia cardíaca e sistêmica, como febre e mialgia. A DT, quando presente, decorre de pericardite com suas características clínicas. Podem estar presentes as características clínicas e eletrocardiográficas de evento coronariano isquêmico. A miocardite pode provocar dor subesternal semelhante àquela associada à angina do peito CAUSAS PULMONARES TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP): acredita-se que a DT seja decorrente da distensão da artéria pulmonar ou do infarto de um segmento do pulmão adjacente à pleura, início súbito. A maioria das mortes ocorre por êmbolos recorrentes, até 90% dos êmbolos pulmonares têm origem nas veias profundas das extremidades inferiores e o restante tem origem nas veias pélvicas, renais ou das extremidades superiores, ou no coração direito. A embolia pulmonar clinicamente significativa, em geral, resulta de trombos iliofemorais. A DT ocorre quando os trombos menores se deslocam distalmente e se alojam nas veias segmentares, o que desencadeia uma resposta inflamatória adjacente à pleura parietal. O infarto pulmonar ocorre apenas em cerca de 10% dos casos; as plaquetas e outros componentes do trombo e sua árvore vascular circundante, liberam mediadores inflamatórios, induzindo alterações na permeabilidade vascular e um desvio (shunting) intrapulmonar, causando um impedimento de troca gasosa. DT ocorre em 50% dos episódios de TEP e geralmente é uma dor pleurítica, ventilatório-dependente, sendo o principal sintoma a dispneia súbita, freq. lateral no lado do embolismo, e em uma minoria dos pacientes pode ocorrer hemoptise, e tosse. Na história, deve-se perguntar sobre fatores de risco para TEP (trombose venosa profunda prévia, tabagismo, imobilização, cirurgia ou trauma recente,uso de anticoncepcional oral ou terapia de reposição hormonal, história de trombofilia, viagens longas, ca, insuficiência cardíaca). No exame físico: geralmente podem-se observar taquipneia, hipoxemia com ausculta pulmonar normal, estertores, taquicardia, B4 e um componente pulmonar acentuado da B2; em casos de TEP maciço, o paciente pode apresentar choque e sinais de falência de VD na admissão. ECG: o achado mais freq. é taquicardia sinusal, mas o específico é a presença de S1, Q3, T3 (onda S em DI, onda Q em DIII, e inversão de onda T em DIII). Radiografia de tórax: o achado mais freq. é um pequeno derrame pleural unilateral, e os mais específicos são uma imagem em cunha (significando infarto pulmonar) e o sinal da oligoemia (região menos penetrada que significa diminuição da perfusão sanguínea). Angiotomografia de artérias pulmonares (contrastado): exame diagnóstico de escolha. Deve-se fazer o ecocardiograma transtorácico para estimativa da pressão da artéria pulmonar e avaliação do VD. Troponina e peptídeo natriurético tipo B (BNP) podem ser dosados para prognóstico: quando aumentados significa TEP grande e pior prognóstico. Após diagnóstico, a internação deve ser imediata e iniciada a anticoagulação plena. PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO: uma manifestação clínica que inclua o início agudo de dor pleurítica e angústia respiratória deve induzir-nos a pensar em pneumotórax espontâneo. O pneumotórax espontâneo primário geralmente ocorre em fumantes jovens, altos e adultos do sexo masculino sem qualquer história prévia de doença pulmonar; a recorrência é comum. O pneumotórax espontâneo secundário sobrepõe-se a uma doença pulmonar básica, tal como a doença pulmonar obstrutiva crônica ou pneumonia por Pneumocystis. O pneumotórax hipertensivo pode pôr em risco a vida, deve ser tratado como emergência – uma “valva unidirecional” é criada por um retalho tecidual do pulmão lesionado, encarcerando o ar no espaço intrapleural progressivamente com cada inspiração. A compressão do pulmão sadio pode causar insuficiência respiratória em poucos minutos. Clínica: DT localizada no dorso ou nos ombros, e acompanhada de dispneia. Exame físico: podemos encontrar dispneia, taquipneia e ausência de ruídos no hemitórax afetado. Tratamento: pneumotórax deve ser descomprimido pela introdução de uma agulha de grosso calibre dentro do 2º EIC da linha medioclavicular no lado afetado, antes da confirmação por radiografia de tórax. HIPERTENSÃO PULMONAR E COR PULMONALE: a hipertensão pulmonar primária é rara e os pacientes com esta afecção que relatam DT ao esforço podem experimentar também síncope e edema (que são indicadores de doença grave e alteração da função do coração direito), em geral, a dispneia ao esforço precede a DT induzida pelo esforço, costuma ser de duração variável, do tipo pressão, de localização subesternal. A hipertensão pulmonar secundária pode ocorrer na doença pulmonar obstrutiva crônica, na embolização pulmonar crônica ou difusa, e em algumas doenças reumatológicas – a DT pode ser decorrente de doença basal. Ocasionalmente, a DT pode ser atribuída diretamente a hipertensão pulmonar secundária, mas nesse caso a DT costuma ocorrer após a dispneia ao esforço e depois da fadiga e síncope observadas com o esforço. Os pacientes que sofrem simultaneamente de estenose mitral ou de cardiopatia congênita com cor pulmonale podem ter angina típica ao esforço até mesmo com artérias coronárias normais. Nesses casos a DT pode ser decorrente de estiramento da artéria pulmonar ou de isquemia do VD. PNEUMONIA BACTERIANA: cerca 80% queixam-se do surgimento súbito de calafrios com tremores seguidos de febre, DT pleurítica e tose produtiva de escarro purulento. A DT (em 30% paciente) é do tipo lancinante ou penetrante, e piora com a inspiração. Tratamento: para os pacientes com dor intensa, podem ser necessários analgésicos opióides até que os antibióticos tenham suprimido a vigorosa resposta anti-inflamatória à infecção bacteriana. CÂNCER: dos primários que causam DT, o mais comum é o Ca de pulmão – 90% são sintomáticos quando procuram assistência médica. Até 50% dos pacientes com Ca de pulmão tiveram DT em combinação com tosse, dispneia, perda de peso e hemoptise. A dor devida ao acometimento tumoral costuma ser surda e intermitente; dor mais intensa ou persistente pode indicar invasão da parede torácica, óssea ou mediastinal. A dor neuropática que acomete o ombro ou o braço na distribuição de C8 a T1 pode ser uma manifestação do Tu de Pancoast – quando um tumor do ápice se propaga para o plexo braquial; a síndrome de Horner pode ser uma manifestação associada e podem ser observados também derrame pleural ou pericárdico, rouquidão ou síndrome da veia cava superior. Os derrames pleurais isolados manifestam-se mais freq. com dispneia ou desconforto torácico vago do que com DT pleurítica típica. SARCOIDOSE: DT é comumente observada, mas causa com mais freq. tosse e dispneia. Pode haver arritmias (que incluem bloqueio cardíaco e, ocasionalmente, morte súbita) devido ao acometimento cardíaco pelo processo granulomatoso; esse evento pode ser precedido de DT, palpitações, síncope ou tontura. PLEURITE: causada por afecções que causam inflamação ou estiramento pleura, e que acometem as terminações nervosas provenientes nos nervos intercostais ou diafragmáticos presentes na pleura parietal. A dor pleural apresenta intensidade variável, podendo chegar a lancinante durante esforço inspiratório e é referida no local da lesão. Comprometimento das regiões central da pleura diafragmática inervada pelo nervo frênico: causa dor cervical e nos ombros. Acometimento das regiões periféricas: causa dor referida na região superior do tórax, regiões lombar e abdominal rostral. O início agudo de dor pleurítica em adultos jovens sadios nos demais aspectos geralmente decorre de pleurite vira, mas os responsáveis por essas doenças autoimunes de base como lúpus eritematoso sistêmico ou artrite reumatoide ou, ocasionalmente, lúpus induzido por medicamentos; possíveis agentes estressores: procainamida, hidralazina, isoniazida e outros. CAUSAS GASTRINTESTINAIS/GASTROESOFÁGICAS: doença esofágica pode causar dor visceral igual àquela causada pela isquemia do miocárdio, pois o coração e o esôfago compartilham uma inervação neurológica semelhante; a dor esofágica pode acarretar pressão torácica, ser provocada por exercício ou pela movimentação, ser aliviada por repouso ou nitratos, ou exibir um padrão em crescendo. Características que podem sugerir causa esofágica para DT incluem: (1) Queimação associada, disfagia e regurgitação; (2) dor que ocorre tipicamente após as refeições; (3) Dor que persiste tipicamente > 1h; (4) Dor aliviada tipicamente por antiácidos; (5) Nunca se irradia. RUPTURA ESOFÁGICA E MEDIASTINITE: esforços vigorosos provocador por vômitos repetidos podem causar perfuração espontânea do esôfago (síndrome de Boerhaave). Paciente queixa-se de dor lancinante retroesternal e na região superior do abdome. Se instalam rapidamente taquipneia, cianose, febre e choque, sendo o diagnóstico fácil. A perfuração esofágica pode ser vista também após ingestão de subst. cáustica, esofagite induzida por comprimidos, úlceras infecciosas nos pacientes com AIDS ou após dilatação de um estreitamento esofágico. DOENÇA DO REFLUXO ESOFÁGICO: ao monitorar o pH intra-esofágico percebeu-se que cerca de 50% dos pacientes com DT recorrente e achados normais nas angiografias coronarianas têm exposição anormal do esôfago a ácido. A esofagite de refluxo pode resultar da combinação de refluxo excessivo do conteúdo gástrico com alteração da eliminação esofágica. O ensaio terapêutico de supressão ácida que elimine a dor ajuda afazer o diagnóstico, assim como também pode-se monitorar o pH (menos econômico). Clínica: pirose, regurgitação, DT, sensação de globus, ou até tosse crônica, broncoespasmo, disfonia e pigarro. HIPERSENSIBILIDADE ESOFÁGICA: estudos que usam distensão intra-esofágica por balão mostram que em alguns pacientes com DT não cardíaca há baixo limiar para a dor esofágica – um padrão semelhante foi visto nos pacientes com dispepsia funcional e síndrome do intestino irritável. Podem estar envolvidos, quimiorreceptores periféricos, mecanorreceptores, termorreceptores ou um problema com o processamento central. MOTILIDADE ESOFÁGICA ANORMAL E ACALASIA: o espasmo esofágico verdadeiro é uma causa incomum de DT, a maioria apresenta também disfagia. Este espasmo pode ser primário ou estar associado a doença sistêmica, como esclerodermia ou diabetes. Ocasionalmente, o espasmo pode sobrepor-se a uma doença crônica de refluxo esofágico. Estudos com manometria esofágica: mostraram espasmo difuso, aumento do tônus do esfíncter esofágico inferior ou um “esôfago em quebra nozes”, e pressão esofágica > 180 mmHg. ESOFAGITE INDUZIDA POR MEDICAÇÃO: anormalidades esofágicas podem ter relação com efeitos locais ou sistêmicos dos medicamentos, como antibióticos (princ. doxiciclina), AAS e AINEs, cloreto de potássio, quinidina, compostos com ferro e outros. Pode haver odinofagia intensa. A “esofagite induzida por comprimidos” pode ter relação com a deglutição de comprimido sem água. OUTRAS CAUSAS INTESTINAIS: DT pode ser decorrente de dor visceral irradiada ou referida da doença ulcerosa péptica (costumar dar dor epigástrica em queimação que piora coma alimentação), colecistite aguda (dor em HD, mas pode ter a irradiação retroesternal contínua) ou outras causas de cólica biliar, pancreatite aguda/crônica (geralmente causa dor na parte superior do abdome com irradiação para o dorso, junto a náuseas e vômitos), cálculos renais ou, ocasionalmente, apendicite. CAUSAS NEUROMUSCULOESQUELÉTICAS: as condições que afetam as estruturas musculoesqueléticas da parede torácica são freq. referidas como potenciais causas de DT não cardíaca, representando 36% dos diagnósticos. Suas causas podem ser divididas em: (1) Primárias: Costocondrite, Síndrome de Tietze, Fibromialgia, Artrite reumatoide, Espondilite anquilosante, Infecções por herpes-zoster (neurossensorial); (2) Secundárias: Síndrome da parede torácica posterior, Subluxação esternoclavicular espontânea, Lúpus eritematoso sistêmico, Artrite séptica, Policondrite recidivante, Neoplasias, Osteoporose (fraturas de estresse). A dor é geralmente bem localizada e desencadeada pela compressão de um ponto, de início lento e insidioso, sua intensidade pode variar desde surda até desconforto intenso e persistente, durando horas a dias, pode ser desencadeada durante movimentos ventilatórios (princ. inspiração profunda ou movimentação de braços e pescoço); sintomatologia em outras áreas do tórax pode alertar para possível causa musculoesquelética; necessário avaliar a pele para ver possíveis lesões específicas associadas a síndromes musculoesqueléticas; sensibilidade em alguma área da parede torácica (achado bem característico da origem musculoesquelética) não exclui a presença de algo mais grave, como SCA ou TEP. Costocondrite: caracteriza-se por uma dor difusa à palpação das cartilagens costais sem edema localizado, piora respiração – quando se observa tumefação dolorosa nas articulações acometidas, eritema e calor chama-se síndrome de Tietze – nas síndromes costocondral, condroesternal e de Tietze a dor costuma ser transitória e aguda, mas alguns podem ter dor surda durante horas. Doença discal cervical: pode causar DT devido compressão de raízes nervosas. A dor como manifestação dermatomal pode também ser causada por cãibras dos músculos intercostais ou por herpes-zoster (os sintomas da DT no zoster pode aparecer antes das lesões cutâneas [erupção cutânea vesicular], com dor no dermátomo bem intensa). Exames: a escolha de exames laboratoriais diante da suspeita de síndrome musculoesquelética é dirigida pela hist. clínica e exame físico; pacientes saudáveis, com áreas sensíveis, mas sem edema ou outras alterações osteomusculares/sistêmicas podem ser conduzidos sem qualquer exame complementar. Alívio de sintomas: analgésicos, anti-inflamatórios, injeções locais de coricoides – opção inicial: adm AAS 500 mg a cada 6h. CAUSAS PSICOGÊNICAS: é bastante comum no pronto-socorro e costuma acometer pacientes com depressão, transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, hipocondria e Síndrome de Münchausen (paciente fingem ou causam a si mesmo doenças ou traumas psicológicos para chamar atenção ou simpatia para eles, podem queixar- se de DT retroesternal, síncope, dispneia e dorsalgia). Clínica “comum”: dor costuma ser difusa, imprecisa, freq. o paciente tem dificuldade para definir a dor e se utiliza de comparações do cotidiano para descrevê-la. Os transtornos de ansiedade podem cursar com DT associada a taquicardia, hiperventilação, sudorese e palpitação; precedidos por sensação de medo e apreensão – alterações no ECG secundárias à hiperventilação dificultam o esclarecimento diagnóstico. Deve-se atentar para causas psicogênicas: pacientes que relatam dor precordial, história de vários infartos anteriores, dissociação entre intensidade da queixa e a observada, e exames eletrocardiográfico e enzimático normais. Os achados físicos são inespecíficos.
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