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BUZAN - A evolução dos estudos de Segurança Internacional

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BUZAN 
Questionamento dos ESI como disciplina
Estudos estratégicos tradicionalistas > ampliação e aprofundamento nos anos 1980 > atuais debates de sucuritização.
1990 – Escola de Copenhagen 
Antes e depois da Guerra Fria – anos de 1990 – geralmente vistos como um divisor de águas, percepção de que não existiu ESI antes da Guerra Fria
História ocidental limitada – américa do norte e europa
História ocidental – segurança pensada por civis e não militares
Boa parte da agenda militar tradicional tem sido relativamente silenciada na AL – enfoque interno dos interesses de segurança da AL, preocupações com o comercio e criminalidade – manutenção da paz: mais a ver com Política Externa ou Segurança?
Evolução/declínio/contestação/desintegração dos ESI
Tradicionalismo dos Estudos Estratégicos – relação com os Estados, mais especificamente os EUA como poder hegemônico 
Não tradicionalistas – dialogar com uma agenda mais ampla de SI. 
Pesquisadores da Paz
Relação entre a esfera pública e privada
ESI – área de estudo independente no início, mas que foi absorvida como uma subárea das RI – literatura anterior à 2GM: estudos da guerra, estratégia militar, geopolítica
1945 – Literatura específica de Segurança se desenvolveu: conceito chave era segurança (e não mais guerra ou defesa), o que ampliou o estudo para questões militares e não militares, em especial questões políticas. 
- Capacidade das políticas de segurança subordinarem todos os demais interesses aos da nação
- Problemas da Guerra Fria e das armas nucleares – como utilizar e não utilizar os meios militares nucleares?
- Empreendimento mais civil do que puramente militar – outras áreas/funções civis faziam parte das estratégias de bombardeio, das iniciativas da Guerra Fria e também da elaboração das políticas de segurança – Centralidade no elemento civil se desenvolveu em países democráticos, enquanto que o pensamento estratégico se manteve nos países não ocidentais e na mão dos militares.
Pós 2GM – Segurança como um novo conceito, mas apenas após a Guerra Fria houve uma compreensão da Segurança de uma forma mais ampla e não estritamente político e militar, mas apenas em 1970, com o amadurecimento das relações entre as superpotências, o alcance original do termo segurança passou a ressurgir, com pressões para ampliação da agenda de segurança para além do político-militar.
1990 – Assuntos que eram da segurança nacional na época da Guerra Fria se tornaram temática da segurança internacional, questões que iam além do estado – surgiram vários fluxos distintos dos ESI, mas inter-relacionados. 
Estudos Estratégicos e Pesquisa de Paz – mais tradicionalistas
Estudos Críticos de Segurança
Estudos Feministas de Segurança
Escola de Copenhague
Pós-Estruturalismo
Estudos Construtivistas de Segurança 
Evolução darwiniana – tabula os êxitos, mas também os fracassos
Não existia uma história intelectual dos ESI – impressão de que os ESI tiveram início em 1990
Mito: contar a história das abordagens ampliadoras como se tivessem sido causadas pelo fim da Guerra Fria – houve uma literatura significativa na década de 1980 que preparo o terreno para as abordagens ampliadas a aprofundadas. 
Não existe um fator único que explique a evolução dos ESI – visão mais estrutural dos ESI
ESI abrigam várias perspectivas – compromisso normativo com o debate e embate entre cada abordagem – renovação do diálogo
Cap. 1 – definição e identificação dos ESI, relação dos SI com outras disciplinas, em especial RI
Cap. 2 – conceitos centrais – Estado, governo, soberania, autoridade
Cap. 3 – 5 forças motrizes que moldaram a formação e a evolução dos ESI.
Cap. 4 e 5 – cobrem o período da Guerra Fria. Cap. 4 analisa a perspectiva tradicionalista, estudos estratégicos e seu declínio. Cap. 5 quem desafiou: Pesquisa da Paz, do controle de armamentos, início das perspectivas ampliadoras (econômicas e segurança ambiental) e aprofundadoras (feministas, pós-estruturalistas) que começaram a surgir na década de 1980.
Cap. 6 e 7 – cobrem período do fim da Guerra Fria até o ataque de 11 de setembro. Inicia-se com a tradicional perspectiva político-militar e em seguida, os desafios ampliadores e aprofundadores, mas que operam em selos diferentes da Guerra Fria.
Cap. 8 – impacto do 11 de setembro em todas as linhas dos ESI.
Cap. 9 – conclusões sobre os formatos cambiantes dos ESI.
RESENHA => restaurar e reafirmar a relevância e a contemporaneidade dos ESI
- Formação conceitual e definição dos ESI
Os ESI surgiram de debates sobre como proteger o Estado contra ameaças internas e externas após a 2GM – é difícil definir o que faz parte ou não do ESI
Abordagens – preocupações substantivas e epistemológicas são muito diferentes dentro dos ESI
Segurança diz respeito a temas políticos cruciais como Estado, autoridade, legitimidade, soberania
Hobbes, Clausewitz, Tucídides: figuras pré-ESI
4 questões 
Segurança diz respeito a algo que precisa ser assegurado – a nação, o Estado, o indivíduo, o grupo étnico, o meio ambiente, etc – inicialmente como segurança nacional e mais tarde como segurança internacional tradicionalista, o Estado ou nação era o objetivo de preocupação e referência analítica. Assegurar o estado era visto como a melhor maneira de proteger outros objetos de referência – segurança nacional como segurança estatal. Conceito de segurança da Guerra Fria = fusão da segurança do Estado e da nação.
Inclusão de ameaças internas e externas. Segurança está atrelada às questões de soberania estatal, ameaças aos limites territoriais. Na Guerra Fria, saiu-se de uma preocupação de problemas econômicos internos para ameaças externas de potencias ideologicamente opostas. SI veio para acompanhar e não substituir Segurança Nacional. Com o fim da Guerra Fria, desapareceu a preocupação primordial de ameaça da URSS.
Expansão da segurança para além do setor militar e do uso da força. ESI foram fundados durante a Guerra Fria, e a Guerra Fria dizia respeito as capacidades militares, segurança nacional era quase sinônimo de segurança militar. Até havia outras questões incorporadas, mas era porque elas tinham implicações no uso da força e questões militares. Durante a Guerra Fria, pesquisadores da Paz apontavam para a necessidade de garantir com a mesma prioridade as necessidades humanas básicas e a violência estrutural assim como as questões militares (1980).
Segurança ligada às dinâmicas de ameaças, perigos e urgências. Dilema da segurança. Guerra Fria isso ficou claro, ainda mais com as armas nucleares, a corrida nuclear e espacial. 
Conceitos complementares: estratégia, contenção, humanitarismo
Conceitos paralelos: poder, soberania, identidade
Conceitos opositores: paz, risco 
Securitização
Fronteira entre ESI e RI – ESI não possuem fronteiras claramente definidas, possuem zonas de fronteiras, onde os debates se mesclam com outras disciplinas. 
Pesquisa da Paz – educação para a paz, resolução de conflitos, mediação de conflitos, solução de controvérsias, etc.
ESI são de nascença anglo-americanos, baseados na concepção ocidental de Estado, e portanto, possui relevância política e empírica limitada para grande parte do mundo não ocidental, em especial onde os desenhos das fronteiras coloniais desrespeitam comunidades e alianças locais, criando estruturas politicas, econômicas e culturais radicalmente diferentes.
Cap. 2 – Questões chaves dos ESI – Estado, política e epistemologia
Quais epistemologias e metodologias devem ser trazidas para o estudo da segurança?
Conceito dominante nos ESI é de Segurança dos Estudos Estratégicos Realistas, que define o Estado como objeto de referência, uso da força como preocupação central, ameaças externas como as principais, medidas de emergência, estudar a segurança por meio de epistemologias positivistas e racionalistas. 
Tendência dos ESI de conceber suas escolhas em termos dicotômicos: Estado x Individuo, Militar x não militar, interno x externos – deveriam ser vistas como conectadas e não opostas
Estados medievais > Estado soberanomoderno – mudança de como se compreendia a identidade política também. As autoridades políticas ganharam espaço. Propriedade privada. Princípio da não interferência em assuntos internos. Religião não deveria estar diretamente envolvida na governança do Estado.
Hobbes e o Leviatã / realismo – problemas: Estados fracos, Estados autoritários, arbitrários, não-democráticos – deficiência em fornecer segurança.
Revolução Francesa – nascimento do nacionalismo moderno – introdução À soberania popular, fim da monarquia e dos líderes não democráticos. Nacionalismo como ideologia moderna, senso de identidade, comunidade, pertencimento. 
Fusão do nacionalismo com o Estado territorial soberano trouxe várias implicações à segurança – nacionalismo e governo popular torna a segurança estatal não apenas uma questão de força e controle, mas de legitimidade e coesão societal (evitar movimentos separatistas). Nacionalismo sacralizou o território.
Guerra Fria – enfoque nas ameaças externas – ESI – já que a coesão interna era tomada como algo certo, mais ligado ao contexto político do que o conceito de segurança nacional
Fim da Guerra Fria – guerras civis, conflitos étnicos 
Segurança individual, grupal, societal quando as pessoas se tornam inseguras por seus próprios estados. 
Tradição idealista – Pesquisa da Paz, Estudos Críticos de Segurança – garantia da segurança e liberdade dos indivíduos leva a ausência de conflito interno e entre as comunidades. 
Abordagens de ESI tradicionalistas adotam epistemologias e metodologias positivistas devido à questões políticas e normativas, premissas de racionalidade.
CARR – princípios atemporais de política de poder
WALTZ – neorrealismo das RI – neorrealismo estrutural
Racionalidade – veio a tona de forma forte no período da Guerra Fria e tempo após o 11 de setembro
Epistemologias – como o conhecimento é adquirido, como se deve estudar a segurança?
Durante a Guerra Fria, os ESI não se preocupavam com as questões epistemologias. Isso mudou no fim dos anos de 1980 e 1990 a medida que debates mais amplos sobre epistemologias nas ciências sociais atingiram as RI e por elas, os ESI
Primeira distinção epistemológica dos ESI – concepções objetivas, subjetivas e discursivas de segurança.
- no sentido objetivo, a segurança era a ausência de ameaças
- no sentido subjetivo, a segurança era a ausência do medo – abordagens subjetivas enfatizam a importância da história e das normas, mas percepções, dos contextos relacionais, etc. Afirma que o tradicional enfoque nas questões militares devem ser complementados com fatores não materiais (cultura das forças armadas, coesão nacional, normas internacionais, armamentos químicos). Fatores materiais e ideacionais importam e impactam nas questões militares. No entanto, ainda está ligada a uma concepção objetiva.
- concepções discursivas – segurança não pode ser definida em termos objetivos, e as concepções objetivas e subjetivas são enganosas. Escola de Copenhague afirma que a segurança é um ato da fala. Ao falar de segurança, o representante estatal declara uma situação de emergência, reivindicando o direito de usar qualquer meio necessário para conter a ameaça – entender como as ameaças se manifestam como problemas de segurança na agenda política
Abordagens científicas e positivistas (realistas, liberais, racionalismo) X abordagens filosóficas, sociológicas e construtivistas, pós-positivistas (construtivistas críticos, pós-estruturalistas, feministas)
CONSTRUTIVISMO CONVENCIONAL – importância dos fatores ideacionais (cultura, crenças, normas, ideias, identidades), foco na análise comportamental do estado, tem epistemologias positivistas e pós-positivistas. Forte nos EUA
CONSTRUTIVISMO CRÍTICO – analisa outras coletividades que não são o estado, mas se preocupa com a segurança militar. Metodologias narrativas e sociológicas pós-positivistas. Surgiu nos EUA, mas desde 1990 é forte na Europa
ESCOLA DE COPENHAGUE – ampliar as ameaças e os objetos de referência da segurança, em especial a segurança identitária e societal. Mais atenção ao nível regional. Securitização (processos sociais pelos quais pessoas concebem algo como ameaça e questão de segurança). Contraponto a ameaça materialista dos Estudos Estratégicos tradicionais. Forte na Grã-Bretanha. 
ESTUDOS CRÍTICOS DE SEGURANÇA – metas normativas, enfatiza a segurança humana antes da segurança estatal. Metodologias pós-positivistas. É um ramo da Teoria Crítica das RI, e por isso, tem a emancipação como conceito-chave. Forte na Grã-Bretanha
ESTUDOS FEMINISTAS DE SEGURANÇA – variedade de abordagens, desde a Pesquisa da Paz até o Pós-estruturalismo. Defende que as mulheres enfrentam uma serie de problemas de segurança específicos de gênero que não são reconhecidos dentro de uma concepção estadocentrica de segurança. Papel que a masculinidade desempenha em sustentar políticas de segurança militaristas. Surgiu em 1980 nos EUA e GB, alcance global.
SEGURANÇA HUMANA – ligada a pesquisa de Paz e aos Estudos Críticos de Segurança. Seres humanos como objetos primordiais de referencia da segurança e portanto, os ESI englobam questões de pobreza, fome, subdesenvolvimento, etc. Assimilada pela ONU, UE, Canadá e Japão.
PESQUISA DA PAZ – contraponto normativo clássico aos Estudos Estratégicos. Busca reduzir/eliminar o uso da força nas ri, controle de armamentos, desarmamento, teoria dos jogos. Suporte à segurança individual. Tornou-se institucionalizada nos países escandinavos, Alemanha, Japão, em menor escola na GB e com diferentes orientações teóricas nos EUA
ESTUDOS DE SEGURANÇA PÓS-COLONIAIS – critica ao ocidente-centrismo dos ESI, defende teorias de segurança que incorporem a história colonial. Geralmente são críticos do Estado-centrismo. Academicos ocidentais e não ocidentais
ESTUDOS DE SEGURANÇA PÓS-ESTRUTURALISTAS – adotam o conceito de discurso no lugar das ideias. Soberania e segurança estatal são produtos de práticas políticas. Critica ao estadocentrismo como mitigador de outros objetos de referencia da segurança, mas recusam a segurança individual. Surgiram em 1980 nos EUA e ganharam força na Europa nos anos 1990
ESTUDOS ESTRATÉGICOS – literatura tradicionalista clássica. Define a matéria em termos políticos-militares e tem foco nas questões militares. Tem suas próprias subliteraturas: guerra, proliferação nuclear, corrida armamentista, etc. Abordagem materialista e tende a assumir posição normativa estadocentrica. Forte em todo o ocidente, mas em especial nos EUA e GB. 
(NEO)REALISMO – tem forte ligação com os Estudo Estratégicos, tem suposições essencialmente estadocentricas, materialistas e conflituosas. O conceito de polaridade (WALTZ) teve papel importante na Guerra Fria. É a principal corrente nos EUA e é influente na Europa.
Cap. 3 – 5 forças motrizes que moldaram a formação e a evolução dos ESI.
A política das grandes potencias (poder material) – EUA e Europa se situam se situam de modos diferentes em termos de capacidades e políticas – fim dos anos de 1940 tem-se a cristalização da bipolaridade, disputa intensa e militarizada entre EUA e URSS. Europa Ocidental e Japão nesse período eram poderes majoritariamente civis ligados aos EUA, e não buscavam reafirmar sua capacidade militar como grande potencia. Por isso, a Guerra Fria é quase sinônimo de estudo da relações EUA_URSS.
- unipolaridade pós Guerra Fria? 
- Ascenção da China em 1949 – único par concorrência dos EUA em 1990 com o fim da URSS e eclipse econômico do Japão – expansão econômica chinesa e relação de amizade com outros países ocidentais. 
- ESI começaram como uma politica norte-americana, feita por eles e para falar da segurança deles. AS abordagens europeia ganharam mais força após o fim da Guerra Fria
- Excepcionalismo norte-americano: por estar em um aposição dominante, suas peculiaridades se tornam mais importantes que a dos países menores. EUA é tradicionalmente mais intimista e preocupado com a segurança nacional e questões internas. 
- distribuição de poder entre os estados líderes (polaridadeno sistema internacional), amizade/inimizade entre as grandes potencias, intervencionismo, 
A tecnologia (conhecimento) – alta capacidade de poder destrutivo das armas nucleares, da bomba atômica (1940), mísseis de longo alcance, armas biológicas e químicas, internet, tecnologia nuclear – lado militar e lado civil (energia, medicina) 
- a tecnologia cria pressões por si só, as quais tem impacto sobre o processo político.
Os eventos chaves – exemplo: Crise dos Mísseis de Cuba em 1962 e o 11 de setembro – crises que trouxeram questões à tona / novas informações, conhecimento e entendimento e consciência sobre o meio ambiente – trouxe a questão do meio ambiente a tona. 
- reconhecimento ou não por parte de políticos, instituições, mídia ou do próprio público de que algo é de tal importância que deve ser dado uma resposta (mesmo que militar) é o que caracteriza um evento – CUIDADO: eventos são construídos política, social e subjetivamente: exemplo, eventos de mortes no terceiro mundo não são concebidos como eventos de segurança.
A dinâmica interna dos debates acadêmicos (construções sociais existentes) – a literatura de RI é muito afetada pelos eventos, mas também pelas mudanças nas formas teóricas e epistemológicas.
- 1950: medidas objetivas e ciência racional / 1980: discussões de epistemologia e metodologia ganham força
- EUA: mais receptivos as abordagens racionalistas e economicistas
- Europa: abordagens críticas, analises interpretativas e hermenêuticas. 
- debates acadêmicos em ESI são influenciado pelo desenvolvimento em outras áreas acadêmicas. 
- íntima relação entre ESI, RI e Ciência Política
- Durante a Guerra Fria, os ESI tinham forte relação como (neo)realismo, e foi fortalecida quando teve-se a subdivisão de EPI nas RI. (EPI X ESI)
A institucionalização (dinâmica organizacional e de riqueza) – estruturas organizacionais, financiamento, disseminação do conhecimento e redes de pesquisa.
- não diz respeito somente aos recursos materiais ligados a disciplina, mas a fatores ideacionais, simbólicos e normativos
Devem ser vistas como categorias analíticas gerais, utilizadas como lentes através das quais vamos observar empiricamente a evolução dos ESI.
1980 – advento do Pós-estruturalismo, primeiro na ciências humanas e depois na ciências sociais. 
1940 – surgimento da bomba atômica – surge os Estudos Estratégicos.
Cap. 4 e 5 – cobrem o período da Guerra Fria. 
Cap. 4 – Estudos Estratégicos
analisa a perspectiva tradicionalista, estudos estratégicos e seu declínio. 
Como os Estudos Estratégicos se tornaram institucionalizados e institucionalmente patrocinados durante a Guerra Fria
Como as armas nucleares influenciaram e foram influenciadas pela disputa entre EUA e URSS.
Especialistas civis de várias áreas se especializaram em assuntos estratégicos e de segurança, diferente da guerra e defesa, conectava aspectos militares e não militares.
Foi nesse momento que os EUA abandonam sua politica externa tradicional do isolacionismo política e ingressam em lutas pelo equilíbrio global de poder – financiamento do governo EUA para pesquisa estratégica. 
1955-1965 – Era dourada dos Estudos de Segurança – área torna-se quase que exclusivamente dedicada a assuntos de armas nucleares e disputa bipolar. Não sentiu-se a necessidade de discutir a conceitualização de segurança
Período da Guerra Fria – estabeleceu o significado de segurança internacional
Guerra Fria surgiu final dos anos de 1940 – armamentos nucleares e disputa entre EUA e URSS – ambas saíram vitoriosas da segunda guerra e eram promotoras de ideologias mutualmente excludentes – conceito de superpotência e bipolaridade eram a base dos Estudos Estratégicos.
Japão e Europa eram aliadas dos EUA e aceitavam seu domínio e liderança militar. 
Política de contenção e aliados – EUA cercou a URSS e URSS tentou Cuba, na América Latina – crise de Berlim, da Coreia, de Cuba, do Oriente Médio e do Vietnã.
Padrões de amizade/inimizade e grau de intervencionismo – foi forte na Guerra Fria. A URSS era vista como o Outro, inimigo, hostil, que exigia contenção de longo prazo. 
Neorealismo (Waltz) – EUA e URSS são atores racionais. 
Teoria dos jogos 
O desenvolvimento dos Estudos Estratégico da Guerra Fria ocorreu em um contexto de estabilidade política das potencias bipolares, mas a tecnologia era muito dinâmica
Até meados de 1950, EUA detinha o monopólio de armamentos nucleares e bombardeios. Em 1957, a URSS equilibra – jogo de equilíbrio e dissuasão.
Corrida armamentista e espacial.
Novas mentalidades e estratégia de defesa e de ataques.
Mentalidade da racionalidade ainda era presente (mesmo com as questões nuclear e militares que poderiam levar a um comportamento irracional). 
Bipolaridade e armas nucleares formaram o principal quadro para a evolução dos ESI, mas não eram as únicas forças motrizes. 
Fim da Segunda Guerra, ascensão da URSS e dos EUA como potencias antagônicas – evento fundador da disciplina. – além disso, Berlim (bloqueio soviético em 1948-49, muro de Berlim em1961), Guerra da Coreia (1950-53), Crise dos mísseis de Cuba (1962), crise do petróleo (1973), Guerra do Vietnã (1964-75).
Os misseis de Cuba foi o maior evento para a evolução dos ESI durante a Guerra Fria – literatura substancial sobre o evento. Surgiu também a área de gerenciamento de crises dentro dos ESI. 
Crise do Petróleo – coloca a segurança econômica e o terrorismo internacional na agenda dos ESI.
Poucos atores olhavam para as questões de segurança do terceiro mundo, quando era mencionado, era mais no sentido das consequências dessa questão para o equilíbrio central.
Guerra do Vietnã – não causou tanto impacto na literatura dos ESI como os outros eventos
1970 – rotineiro, complexidade lógica dos debates, equilíbrio nuclear razoavelmente estável – empirismo
Estudos Estratégicos eram comprometidos com os métodos científicos (positivismo, quantificação, teoria dos jogos, racionalismo) – behaviorismo.
1960 – ESI torna-se uma das principais sub-areas de RI – institucionalização forte e crescente dos ESI – ESI como área acadêmica. 
Apesar da institucionalização, inicialmente, as discussões acadêmicas sobre SI ocorriam em períodos menos especializados – periódicos e veículos de RI e política externa, de ciências sociais e humanas. Apenas depois que surgiram os periódicos de ESI. 
Estudos Estratégicos enfrentaram crise de relevância, crise existencial, quando a Guerra Fria acabou, o muro de Berlim caiu.
Apesar da crise, foi durante a Guerra Fria que criou-se os moldes de segurança internacional que se relacionam com os estudo seguintes e atuais da área.
O fim da Guerra Fria não acabou com o interesse continuo em novas tecnologias militares – proliferação horizontal
Cap. 5 quem desafiou: Pesquisa da Paz, do controle de armamentos, início das perspectivas ampliadoras (econômicas e segurança ambiental) e aprofundadoras (feministas, pós-estruturalistas) que começaram a surgir na década de 1980.
Institucionalização da Pesquisa da Paz e outras abordagens alternativas que surgiram nos anos 1980
Na Guerra Fria, em paralelo com os Estudos Estratégicos, temos as abordagens que iam contra ele, contra a natureza da segurança estadocentrica e militar.
Controle de Armamentos –> ênfase no risco coletivo à sobrevivência, foco nas ameaças externas e dimensões militares. Conjunto de visão entre Estudos Estratégicos e Pesquisa da Paz. Produto da era dourada dos Estudos Estratégicos e da reação à tal pensamento. Preocupação com as questões normativas e coletivas de moralidade e sobrevivência. Posição intermediária
- questionamento morais, históricos e políticos
Paz negativa = ausência da guerra, da violência física em larga escala, abre uma grande agenda de pesquisa em segurança militar
Paz positiva = múltiplas conotações. 1950/60: integração da sociedade humana, mas ao final da Guerra Fria foi reformulada para incluir a violência estrutural, ênfase na injustiça social e na desigualdade.
Ou seja, expansão da Paz para além da ausência do conflito/guerra,para paz como violência estrutural
Surgiu artigos que expandiam a concepção militar de segurança para a segurança ambiental e econômica – preocupação com conceitos mais amplos de segurança nos anos 1980
Pós-estruturalismo e o Feminismo – duas novas perspectivas acadêmicas que impactam as ciências humanas e sociais. 
Guinada do conceito de paz para o conceito de segurança
Pesquisa da Paz –> questionam a moralidade e racionalidade dos Estudos Estratégicos, os significados de guerra e paz, questionamento morais, históricos e políticos
- no início, adotou metodologias positivistas
- forte na Europa e Japão, não muito nos EUA
Realistas vs. Idealistas = questões ontológicas sobre o Estado e a natureza humana (estudos estratégicos vs. Pesquisa da paz)
Tecnologia militar – armas nucleares – para os pesquisadores da paz e controle de armamentos, as armas nucleares eram vistas como a principal fonte de ameaça, a humanidade era tomada como objeto de referencia igual ou maior que os Estados. 
Crise dos Mísseis em 1962 em Cuba – evento formado para a Pesquisa da Paz e para os Estudos Estratégicos.
Tanto para a Pesquisa de Paz quanto para o Controle de Armamentos, o foco eram os armamentos militares. 
Desarmamento – trampolim de muitos movimentos pacifistas – desarmamento nuclear – inúmeros tratados de não proliferação e desarmamento, mas os Estados detentores das armas não aderiram (quiseram). Anos de 1960 o desarmamento perdeu força, ganhando espaço o conceito de Controle de Armamentos (meio termo).
Controle de Armamentos – abordagem gerencial em relação a tecnologia militar e dinâmica armamentista, visando a maximização da sua utilidade para estabilização da segurança – poderia incluir desarmamento, mas aumento de armas estabilizadoras – ganhou força no final dos anos de 1950. Ao final dos anos de 1970, passou a enfrentar problemas, tanto pela falha em conter o aumento dos arsenais nucleares, assim como a nova fase de rivalidade acentuada dos EUA e URSS.
Regime de não proliferação – TNP e Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
A Pesquisa de Paz desenvolver uma estratégia militar de fato: a defesa não ofensiva, não perpetuar o dilema de segurança.
Pesquisadores da Paz solicitavam uma expansão do escopo de analise que abrangesse desde a paz negativa até a paz positiva.
- comunidades de segurança: amalgamadas (fusão dos Estados) e pluralistas (processos de integração social interestatal proporcionavam grande normalidade de valores e de confiança, de modo que a guerra não era mais considerada uma maneira viável para resolver conflitos.
Paz Liberal = indivíduos e nações podiam mudar suas percepções uns dos outros.
Governos e Mídias, opinião pública e propaganda – produzem ou manipulam a percepção/imagens do outros, do inimigo – a pesquisa da paz tinha como objetivo incentivar a mídia a apoiar formas não violentas de resolução de conflitos.
Como estruturas representacionais estabelecem e legitimam determinadas políticas externas e de segurança.
UNESCO = guerra como algo que começa na mente das pessoas
Os pesquisadores da paz também estudavam coesão social e arranjos parlamentares
Galtung – 1969 – paz positiva como integração foi retrabalhada por Galtung na forma de violência estrutural (Pesquisa da Paz marxista)
- violência estrutural envolve uma gama de questões ligadas a desigualdade econômica, diferenças Norte e Sul, analfabetismo
- violência estrutural é posicionada a nível dos coletivos e não dos indivíduos – coletividades humanas (nem Estado e nem indivíduo) – grupos ganham a possibilidade normativa de serem objetivos de referencia, independe da ameaça que sofrem (se é do Estado ou demais grupos)
- Ponte entre a pesquisa de paz idealista clássica e a pesquisa crítica de paz (marxistas)
- posição estruturalmente desvantajosa (difere da violência pessoal, conflito interpessoal, da segurança individual) – a identidade/individualidade é constituída de maneira a possuir determinado significado político-estrutura, seja significado religioso, étnico, racial, de classe ou gênero.
- Galtung fala de um imperialismo politico, militar, cultural e de comunicação que apoia uma estrutura global exploratória entre o Sul e o Norte.
1990 – ganha força o debate da segurança individual.
Clamor pelas questões de desenvolvimento na pesquisa de paz – mesmo porque, a pobreza do terceiro mundo pode ser um potencial explosivo para conflitos e para a violência. Crítica ao Estado Ocidental como produtos da insegurança do Terceiro Mundo – agenda de Pesquisa da Paz que fala sobre violência estrutural 
Arrefecimento do confronto entre EUA e URSS no final de 1960/70 foi visto como um espaço para inauguração de preocupações não militares em relação a segurança/paz dentro da pesquisa da paz. 
Pesquisa de Paz é composta, em grande parte, por cientistas políticos, em contrapartida à sua constituição multidisciplinar nos anos de 1960.
1990 – um dos conceitos mais bem sucedidos dos anos de 1990 é a Segurança Humana – PNUD – para situar questões de pobreza e saúde de modo mais firma na agenda de segurança global. 
Questão do meio ambiente – foi incorporado como objeto de referencia, sendo visto como uma ameaça a toda a civilização humana – degradação, mudanças climáticas, desmatamento, poluição, etc
- PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – posiciona a segurança ambiental como uma das primeiras expansões da segurança nacional para além do militar
Ampliadores vs. Aqueles que pregavam uma mudança da segurança militar para o desenvolvimento.
Com a violência estrutural, tudo se tornou paz
1960-70: debate paz positiva e negativa se fixa na Pesquisa de Paz.
- UNESCO era uma promotora da Pesquisa de Paz nessa época. 
- é uma das abordagens mais fracas em termos de institucionalização
- raízes epistemológicas duais: matemática e comportamental vs. Filosófica, histórica e sociológica (Europa Ocidental é humanista e pós-marxista, enquanto EUA é comportamentista e quantitativo)
1980 – deslocamento da paz para a segurança como conceito guia das abordagens críticas
Segurança Comum, Feminismo e Pós estruturalismo – se desenvolveram a partir do inicio da Pesquisa da Paz nos anos de 1980. O feminismo e o pós-estruturalismo possuem intersecções com as teorias sociais, políticas e feministas, que os jogam para longe das correntes de Pesquisa da Paz.
Buzan – Segurança era um termo inexplorado – a palavra em si já estava em ampla utilização na alta política – as pessoas são a unidade sob a qual o conceito de segurança deve ser aplicado – segurança como um conceito individualizador e coletivizador – tensão entre Estado protetor e Estado como ameaça aos seus indivíduos. 
- Segurança como nacional, internacional e individual aponta para um aprofundamento da segurança por meio dos eixos de referencia. 
1980 – Segurança Comum – conceito expansivo – as principais ameaças à segurança internacional não vinham de Estados individuais, mas de problemas globais compartilhados por toda a comunidade internacional
- precursora da Segurança Humana, inaugurada pelo PNUD em 1994, a qual coloca o individuo como objeto de referencia
- conceito oposto a segurança estodencentrica e preparação do cenário para a segurança individual.
Operações humanitárias de 1990 – transgrediam o principio da não interferência em assuntos domésticos. 
ESTUDOS FEMINISTAS DE SEGURANÇA
- negociação entre as tensões de um conceito individual e um conceito coletivo-estrutural de segurança
- final dos anos 1970 e se desenvolveu ao longo de 1980
- ausência de gênero na teoria de Galtung sobre violência estrutural pode se relacionar a minimização do gênero na teoria pós-marxista no final dos ano 1960/70
- estudos sobre gênero, paz e segurança surgiram da pesquisa de paz nos anos de 1980
- Ruddick 1989 – Maternal thinking: toward a politics of peace / Elsthain 1981, 1987 / Pateman 1988
- genero como resultado de praticas de socialização – estrutura cultural, politica, social e discursiva
- mulheres como objetos de referencia 
-Tickner – Gender in Internation Relations – influencia da Pesquisa de Paz – objeto de referencia muda do Estado para o individuo 
- feministas quebram a epistemologia positivista da Pesquisa de Paz – adotam uma conceitualização multinível e multidimensional, baseada na experiencia das mulheres. 
- Cynthia Enloe 1989
- incluir mulheres e gênero como objeto de referência 
- diferença entre como homens e mulheres são afetados pelos problemas de segurança.
- eventos: amplos processos de liberação feminina nos anos 1960/70 – aumento da literatura feminista na sociologia da ciência e teoria politica – impactou as RI por volta de 1987/88 – 1990: Teoria Feminista e Estudos de Gênero da Associação de Estudos Internacionais
POS ESTRUTURALISMO E ABORDAGENS LINGUISTICAS
- linguagem possui uma capacidade estruturadora e influenciadora capaz de fornecer poder social
- analise linguista dos anos de 1980 vinha da Pesquisa da Paz Crítica
- afasta-se da agenda positivista da pesquisa da paz – Pós Estruturalismo nasceu em 1980 da Pesquisa da Paz, mas adota metodologias e epistemologias radicalmente diferentes
- pensar a paz/segurança como discurso – acaba a concepção objetiva de segurança 
- a própria ameaça era discursiva – ecoar discursos de perigo e segurança – o discurso prioriza o que ou não questão de segurança
- construção de um outro radicalmente diferente/inferior/ameaçador (na Guerra Fria, fazia muito sentido a disputa entre EUA e URSS)
- Walker, Waever
Pesquisa de Paz Positiva (liberal ou marxistas) X Paz Negativa (segurança comum, controle de armamentos) 
Da Pesquisa de Paz positiva surgiram o Feminismo e o pós estruturalismo, mas se tornaram abordagens por si só. 
Cap. 6 – cobrem período do fim da Guerra Fria até o ataque de 11 de setembro. Inicia-se com a tradicional perspectiva político-militar
ESI pós-Guerra Fria – os Tradicionalistas
Os tradicionalistas são os estrategistas, pesquisadores da paz e estudiosos do controle de armamentos que permaneceram ao lado da agenda militar apesar do fim da Guerra Fria. X pesquisadores que querem estender e aprofundar o significado de Segurança. 
Questões epistemológicas ganharam força nas RI nos anos de 1980/90
Agenda – multiplicidade de questões – declínio nas preocupações de segurança militar permitiu essa abertura da agenda.
Características especificas da Guerra Fria desempenham um papel importante no modo como de conceitualizava e se institucionalizava a segurança nos ESI – em 1990, surgiu a preocupação de qual era a nova polaridade do sistema, nessa época, já não era mais claro que as capacidades militares eram mais importantes que as políticos, econômicas e culturais.
O fim da Guerra Fria desafiou a compreensão da segurança como preocupada com as ameaças externas, acima de qualquer outra preocupação
Ameaças externas > ameaças internas: aumento dos conflitos étnicos e civis, intervenções militares
Questão: qual deveria ser a agenda de pesquisa dos ESI? Qual epistemologia deveria ser adotada? – pós Guerra Fria houve uma guinada as questões teóricas e conceituais 
Abordagens ampliadores começavam a ter impacto sobre as correntes principais dos Estudos Estratégicos no final dos anos 1980. 
Tradicionalistas se mantinham ao lado das armas militares estadocêntricas – defendem um conceito analítico claro, para evitar um conceito tão abrangente que se torne difícil o alcance de soluções para qualquer um dos problemas.
Estado como a melhor defesa contra a insegurança externa e domestica
Nye – se preocupava com a estrutura e solidez da pesquisa em segurança – para Nye, o campo era teoricamente subdesenvolvido, pois os especialistas/analistas estavam envolvidos na formulação e aconselhamento de políticas. Isso enfraquecia os ESI
Keohane – 1988 – reflexivismo vs racionalismo – entender as posições e debates de RI. 
1980/90 – teoria formal se tornou mais forte no campo da Resolução de Conflitos. 
Superpotencias? Japão, China, UE, Islã Ocidental – nenhum possuía posição militar e ideológica que chegasse perto de substituir a URSS como alter ego dos EUA – uma possível unipolaridade? Duraria muito tempo? De acordo com a teoria neorrealista não duraria, devido ao equilíbrio de poder no sistema internacional. 
Teoria da Paz Democrática – reviveu o pensamento liberal clássico sobre as condições de paz nos anos de 1990, se tornou influente na PE dos EUA e na literatura de RI. 
Formação de Dois mundos pós Guerra Fria – zona democrática de paz entre os Estados capitalistas centrais e zona de conflito na periferia. 
1990 – indagações e discussões sobre as instituições e os arranjos existentes
Relação EUA-Ásia Oriental (com China e Japão) – crescimento da China se tornou um tema substancial 
TRI – nasceram no pós Primeira Guerra Mundial, se embasando no problema da guerra. 
Fim da Guerra Fria como um fenômeno ocidental (zona de paz) e não aplicável à Ásia
Tecnologia – preocupações com a proliferação nuclear surgem e tomam o lugar da corrida armamentista – proliferação nuclear horizontal se torna o principal foco da literatura tradicionalista
- poder nuclear civil vs potencial para armas nucleares
- novos estados possuidores de armas nucleares
- enfoque no terrorismo 
- tecnologia biológica e outras armas de destruição em massa
Estados pária - Um Estado pária é uma nação cuja conduta é considerada fora das normas internacionais de comportamento por parte ou por toda a comunidade internacional (como a Organização das Nações Unidas) ou por algumas das grandes potências.
Segurança Regional e Eventos não-ocidentais – guerra no Terceiro Mundo, enfoque nas guerras dentro dos Estados, preocupações com estados fracos e falidos – relação entre desenvolvimento e (in)segurança > crescimento da intervenção e da manutenção da paz, guerras humanitárias, em nome dos direitos humanos.
Problemas de segurança regionais e locais ganham destaque – formulação de dois mundos explica a guinada da agenda de segurança militar para o Terceiro Mundo como centro de preocupação no pós Guerra Fria
Crises humanitárias, emergência do Estado pária, agenda de terrorismo (essas últimas fortemente ligadas a questão da proliferação de armas).
1991 – Guerra do Iraque vs EUA – parte da mudança em direção à segurança regional. Reivindicação norte-americana do excepcionalismo militar e que deixou para tras os traumas da Guerra do Vietnã (que inibiu as iniciativas norte-americanas no Terceiro Mundo)
África – operações de manutenção de paz, intervenções 
América Latina – interesse relativamente pequeno dos ESI
1993/94 – Guerras na Iugoslávia – guerra intraestatais, étnicas ou civis
Eventos terroristas dos anos de 1990 – até o 11 de setembro, o terrorismo se manteve na literatura de ESI como uma preocupação constante, mas não central
Tópico Segurança no Islã, e no Oriente Médio como um todo – para tradicionalistas e ampliadores
- implicações políticas e de segurança da religião (direita religiosa nos EUA, Brasil e extremismo islâmico no Terceiro Mundo).
Guerra do Golfo 1991
Grau de continuidade na agenda tradicional apesar da perda central da bipolaridade da Guerra Fria – robustez geral adaptabilidade das abordagens militares estadocêntricas + expansão da agenda de ESI para além das questões político-militares e epistemologias materialistas e positivistas
Cap. 7 – cobrem período do fim da Guerra Fria até o ataque de 11 de setembro. Fala dos desafios ampliadores e aprofundadores, mas que operam em selos diferentes da Guerra Fria.
AMPLIANDO E APROFUNDANDO A SEGURANÇA
Ao passo que os tradicionalistas se reposicionaram após o fim da Guerra Fria com sua agenda estadocêntrica e militar, surgiram ampliadores da Pesquisa da Paz positiva, do pós-estruturalismo e do feminismo
Ampliadores e aprofundadores afirmavam que os tradicionalistas não estavam aptos a lidar com os desafios do pós Guerra Fria – os desafiantes não se identificavam como pesquisadores da paz
Eles defendiam a ampliação do objeto de referencia para além do Estado, ampliação do conceito de segurançapara incluir outros setores além do militar, mesma ênfase a ameaças domesticas e transfronteiriças. 
Construtivismo (convencional e crítico), Segurança Humana, Pós-Colonialismo, Estudos Críticos de Segurança, Escola de Copenhague, Pós-Estruturalismo e Feminismo
Debates acadêmicos internos – como e se a segurança devia ser expandida
 
1990 – divisão Europa/EUA ficou mais forte
A partir de 1980 – fundiu-se ao debate a questão do conceito de segurança, ampliação do objeto de referencia e da agenda de segurança (econômica, ambiental, societal, regional)
Algumas abordagens se apossaram da questão do desenvolvimento e da violência estrutura, segurança humana, de gênero, individual – Pós-colonialismo, SH, Estudos Críticos de Segurança e Feminismo. 
Abordagens discursivas – Escola de Copenhague e Pós-estruturalismo
Europa vs. EUA – abordagens europeias eram mais ligadas a interesses políticos, críticos e normativos da Pesquisa da Paz (Escola de Copenhague e Estudos Críticos de Segurança), enquanto o construtivismo nasceu forte nos EUA
CONSTRUTIVISMO => debate racionalistas vs. Reflexivistas
Construtivismo Convencional
Abordagem ampliadora menos radical, tem uma definição tradicional e restrita de segurança – explicava a questão da segurança estadocentrica nacional e militar, mas a explica por meio de fatores ideacionais e não materiais. 
São tradicionalistas – seguem a agenda positivista
Grande crítico do Neorrealismo
Wendt
Foco nas grandes potencias 
Falam da organização do sistema internacional, da política externa dos Estados de uma variável ideacional
Críticas = o Construtivismo pode complementar o realismo, mas não suplantá-lo (tradicionalistas), é uma forma de racionalismo, com foco no Estado e na segurança militar (abordagens ampliadoras), não consegue empregar segurança criticamente, explicações ideacionais construtivistas não implicam em resultados pacíficos, pois ideias, normas e culturas podem incitar comportamentos expansionistas e agressivos. 
Construtivismo Crítico
Se ramificou na última metade dos anos de 1990
Se difere do convencional por analisar os discursos e as ligações entre a constituição de identidades históricas e discursivas com as políticas de segurança
Adler – fala da comunidade epistêmica estratégica norte-americana 
Deutsch – comunidades de segurança se constituem de processos que ocorrem de baixo para cima
Linguística – abordagem mais profunda e discursiva em relação a identidade e a segurança (comecinho da influencia do pós-estuturalismo) 
Políticas externas não surgem de interesses nacionais objetivo, mas se legitimam em construções particulares 
Semelhanças com o pós-estruturalismo – construtivistas críticos analisam a linguagem e as narrativas a partir de uma perspectiva logica e hipotética, os pós-estruturalista utilizam a perspectiva empírica. 
Fala do Estado como atores e não sujeitos constituídos discursivamente como no pós-estruturalismo, o pós-estruturalismo busca questões de identidade mais enraizadas (dicotomias ocidental/oriental, democrático/autoritário, etc).
Críticas = Não reivindicam a expansão do objeto de segurança para além do Estado, assim como não traçam uma teoria que vá além do político-militar
Pós-Colonialismo
Desde 1970 – situação do estado ocidental é uma questão nos ESI
1990 – reivindicações de uma crítica a concepção ocidente-centrica do Estado, assim, se tornou mais frequente uma perspectiva pós-colonial – o pós-colonialismo cresceu e ganhou força nas ciências sociais e humanas
Fala do Estado não-ocidental, mas não como Estado falido ou subdesenvolvido – encontro desigual com o colonialismo ocidental, relações econômicas, sociais e militares desiguais entre o Ocidente e os demais Estados. 
Construção discursiva de identidades e não de estruturas materiais – construção do Outro
Segurança ser constituída em termos não ocidentais distintos que exigem novas epistemologias e metodologias
Trazer a antropologia para os ESI
Conceito universal e global de segurança – existem construções locais de segurança, e que trazem implicações significativas para epistemologia e metodologia para as abordagens discursivas. 
Segurança Humana
Segurança passa a abranger o desenvolvimento – PNUD 1994 – forte base institucional
Combinação de agendas político-ativistas e acadêmicas. 
Esforço global cooperativo para erradicar a pobreza e o subdesenvolvimento
Objeto de referência = pessoas – ampliação radical dos tipos de ameaças e setores nos quais a segurança atuava 
Crítica = amplitude do conceito, acadêmica e politicamente vazia, incluir segurança em uma agenda de Direitos Humanos
Tem uma crítica menos sistemática da estrutura econômica global e não critica o Estado como ator que promove a insegurança
Noruega, Canadá e Japão – adotaram o conceito de SH ligado aos direitos humanos, direito internacional humanitário, desenvolvimento socioeconômico 
1990 – Política externa humanitária – vai contra a compreensão realista clássica do Estado preocupado exclusivamente com a defesa territorial e os interesses nacionais. 
Epistemologia empiricista 
Colocam o individuo como objeto de referência em um ponto que as dinâmicas políticas estatais e internacionais perdem a importância (?)
SH vem influenciado políticas de desenvolvimento – ligação com a EPI e a Pesquisa de Paz marxista
Valor da institucionalização 
SH articulou uma agenda muito ampla, abriu espaço para diversos atores políticas buscar manter seu apoio em assuntos de desenvolvimento e políticas externas humanitárias
Estudos Críticos de Segurança
Se preocupavam com as pessoas em vez dos Estados
Trabalhos inspirados na Escola de Frankfurt, na teoria crítica
Afirmavam que os indivíduos são a última referencia para a segurança, pois os Estados são fornecedores não confiáveis de segurança – objeto de referencia é individual e vê os Estados como geradores de insegurança
Visão pessimista da segurança global: os Estados tornam os indivíduos inseguros e a estrutura econômica neoliberal exacerba essa condição
Conceito de emancipação – meta da segurança individual – e tem consequências positivas para a segurança coletiva: a segurança individual se liga profundamente a segurança global que ocorre quando todos os indivíduos e grupos forem emancipados. 
- O conceito de emancipação se baseia na escola de Frankfurt – seu significado se liga com a Pesquisa de Paz da Guerra Fria e com os primeiros interesses pós-estruturalistas nas formas emancipatórias de conhecimento. 
- Conceito e estratégia da emancipação foram criticados por serem vagos
Todos os conceitos políticos articulam uma relação entre o individual e o coletivo – assim o referencial exclusivamente individual é impossível 
Epistemologia da experiência
Feminismo
Tradicionais abordagens estadocêntricas não abrem espaço apara gênero e segurança
Epistemologia da experiência – traz a tona os sujeitos marginalizados – desafio: como unir o movimento e uma consciência por meio de experiencias múltiplas
- forma subjetiva, narrativa e emotiva do conhecimento
Tickner e Cynthia Enloe
Abordagem de Tickner tem muito em comum com os Estudos Críticos de Segurança e com a SH ao reivindicar a expansão do objeto de referencia para a inclusão das mulheres. 
Abordagem multidimensional e multinível, comprometidas com as visões emancipatórias de segurança
Aspectos rotineiros da vida cotidiana que sustentam a desigualdade de gênero devem vir a tona.
Ligação com pós-estruturalismo – preocupação com a construção da identidade.
- identidade masculina X feminina – seguia as dicotomias
- problemas de segurança feminina eram privatizados, marginalizados, silenciados
Maior parte dos trabalhos de gênero e segurança são escritos em um estilo empírico e pouco teórico 
Agenda: trafico sexual, estupro como arma de guerra, masculinidade, manutenção da paz, intervenção humanitária, reconstrução pós-conflito, 
Resolução 1325
Institucionalização – International Feminist Journal of Politics, Millennium, Alternatives, Security Dialogue
SegurançaDiscursiva: Escola Copenhague e Pós-Estruturalismo
Escola de Copenhague
Buzan e Waever
- teoria dos complexos regionais de segurança
Conceitos de segurança social e securitização
As primeiras linhas ampliadoras dos anos de 1980 se concentraram nos setores econômicos e ambientais
Segurança Social – sociedade é o objeto de referência – segurança da identidade e aponta casos nos quais a sociedade e o Estado não estão alinhados. 
- objeto de referência – unidades coletivas
Escola de Copenhague – posição intermediaria entre o estadocentrismo tradicional e as reivindicações em favor da segurança individual ou global.
Concepção discursiva da segurança – securitização
- atos da fala, compreensão se segurança e política excepcional e debates de segurança tradicionalistas
- segurança possui uma força discursiva e política específica
- apresentar uma questão em termos de segurança
- O conceito de securitização surgiu na Escola de Copenhagen (1985), em meio ao contexto de emergência de novas temáticas para a segurança, que passou a abranger assuntos políticos, econômicos, sociais e ambientais, transpondo os tópicos exclusivamente militares. É amplamente tratado por autores como Barry Buzan, Ole Waever e Jaap Wilde que afirmam que a securitização é o processo pelo qual os atores internacionais transformam um assunto qualquer em matéria de segurança, tomando-o como uma espécie que ameaça que demanda medidas e iniciativas que fujam do processo político padrão. Em outras palavras, é uma versão extrema da politização que permite o uso de meios extraordinários em nome da segurança. 
Críticas => Estudos Críticos de Segurança (estadocentrica, dominada pelo discurso conservador, politicamente passiva), está mais próxima de uma perspectiva construtivista do que pós-estruturalista no que diz respeito a sua concepção de identidade.
- incapacidade do conceito de identificar sujeitos (alvos da (in)segurança) que possuem pouca ou limitada possibilidade de se comunicar sobre seus problemas de segurança – segurança como silêncio/ dilema silencioso da segurança
- mídia – discursos de drama e emergência que fogem das rotinas burocráticas de poder
- segurança como perigo 
Pós-Estruturalismo
Desde o inicio de 1980, os pós-estruturalista se engajam em debates sobre paz e segurança
Visão pós-estruturalista de segurança depende da identidade
- problema da identidade estatal como uma alteridade radical
Pós-estruturalismo é conduzido por eventos – política das grandes potencias
- Guerra do Golfo – 1990-91 – como o Ocidente legitimava as intervenções e as guerras, intervencionismo (em prol da soberania territorial do Kuwait, apoiada pela ONU)
Ocidente – políticas de segurança baseadas em um discurso moral e em valores ocidentais
- discurso muda de guerra para intervenção humanitária (ambiguidade do humanitarismo)
Questão da vigilância e suas consequências sociais – ganhou mais força no pós-11 de setembro
As abordagens aprofundadoras-ampliadoras já estavam fincando seu marco desde 1980, mas o fim da Guerra Fria inaugurou um espaço analítico e político que beneficiou seu crescimento. 
11 de setembro e Guerra ao Terror fornecem um novo enfoque de um meetaevento – impulsiona as abordagens tradicionais e suas exigências por segurança militar? 
Cap. 8 – impacto do 11 de setembro em todas as linhas dos ESI.
O 11 de setembro e o desenvolvimento da guerra global contra o terrorismo foram suficientemente importantes para remodelar a agenda dos ESI?
As abordagens ampliadoras-aprofundadoras não sofreram interferência, basicamente, do evento – nem todos os ESI mudaram a direção e a velocidade em prol de uma resposta e de uma política pós 11 de setembro
- teve influência na relação Ocidente vs. Resto e nas política domesticas dos EUA e da Europa
A literatura antiga lidava com o terrorismo como um problema periférico, não principal aos interesses dos ESI – o 11 de setembro colocou o terrorismo em um nível superior da agenda de segurança, assim como as questões religiosas passaram a se desenvolver mais – em outras palavras, teve impacto sobre o ESI, mas não necessariamente os mudou, não necessariamente afetou seus paradigmas básicos
Será que a agenda crítica pode ser conciliada com o aconselhamento dos Estados?
ESI Tradicionalistas pós 11 de setembro
A resposta tradicionalista a Guerra Global contra o terrorismo 
O primeiro pensamento é que as respostas ao 11 de setembro partiram de uma agenda realista e tradicional, visto que trouxe problemas de segurança (e não humanitários) para o centro
Realismo: reforça sobre a natureza do Estado e proteção/segurança, em como o sistema é anárquico e se tem um equilíbrio de poder, que vai pendendo em momentos entre as guerras. Não previram os eventos de 11 de setembro
Premissas do estadocentrismo e racionalidade
Declaração de guerra ao terrorismo – reacendeu o interesse no uso da força
O foco dos neorrealistas era no Estado e nas ameaças externas – quem provocou o 11 de setembro não eram estados e não eram atores centralizados, mas um ator estatal de rede terrorista descentralizado. O estado como um maximizador de sua utilidade, buscando seus próprios interesses e preocupado com sua sobrevivência. 
Abriu um abismo ainda maior entre os idealistas e os realistas. 
Politicas EUA: internacionalismo X foco interno
Novas questões sobre o evento: como os EUA deveriam gerir suas politicas sobre o evento? Como isso impactaria suas relações com a China, Europa e Russia? O que a guerra ao terror significava para as sociedades ocidentais? Qual o papel dessas sociedades? Elas seriam enrijecidas? – grande enfoque e intervencionismo nos países do Terceiro Mundo no pós 11 de setembro
Adaptação de Clausewitz, utilização do uso da força para impor ou moldar normas
Guerras Antigas dão lugar as Novas Guerras – intraestatais, multifacetadas, variedade de atores (empresas militares privadas, milícias, exércitos governamentais, Estados, com motivações econômicas e criminosas em vez de politicas) – alguns falavam dessa mudança, outros falavam que elas não traziam nada de realmente novo – o 11 de setembro não moldou esse debate, mas ajudou a reforçar a visão de nova guerra.
Preocupações e questões de segurança ligados ao Oriente Médio já existiam antes do 11 de setembro. Mas intensificou-se com a Guerra Global contra o Terrorismo – preocupações das redes terroristas e de países como Irã e Iraque possuírem armas nucleares – usaram isso como justificativa para ocupação em 2003 – crescente preocupação e interesse dos EUA com a segurança regional e a intervenção.
Muitas áreas, no entanto, seguiram intocáveis pela preocupação com o terrorismo – causas da guerra, paz democrática, questão da água e da democracia, além da segurança regional no Oriente Médio (a guerra ao terror só foi mais um tópico a ser acrescentado), política das grandes potencias (China, EUA e UE)
Preocupação com a ascensão da China – relação EUA-China – com o crescimento econômico e questões político-militares, energia, evolução da politica de segurança por si só – inseparáveis do contexto regional Leste Asiático – Taiwan e seu impacto na relação China-EUA, lenta mas continua movimentação japonesa em direção a uma postura militar mais robusta, relações Japão-Coreia, relação entre as duas grandes potencias do Nordeste Asiático: China e Japão, Coreia do Norte, Relação China-Índia e China-Rússia.
PE mais agressiva do governo Bush pós 11 de setembro – nos anos de 1190, era forte o debate sobre a unipolaridade, e que seria mais do que somente um momento de transição, no pós 11 de setembro o debate continua em torno da natureza unipolar 
- enfraquecimento do Ocidente e ampliação do Atlântico – divisão entre EUA e Europa
Tecnologia – aumento da preocupação com armas nucleares, mas não criou nada obsessivo com a tecnologia militar como foi na Guerra Fria – ramificações para novos interesses em biotecnologia, guerra de informação e armas espaciais – segunda era nuclear
- preocupação com a dissuasão de atores não estatais
-preocupação com os Estados páreas
- países do Terceiro Mundo passaram a adquirir armas nucleares – desafios aos acordos de não-proliferação
- interesse verde no poder nuclear – solução para o problema de emissões de carbonos.
Perspectivas ampliadoras e Guerra Global contra o Terrorismo
As perspectivas aprofundadoras-ampliadoras respondem de duas formas a Guerra ao Terror: algumas a reivindicam como um grande evento político, outras minimizam sua importância. O foco é as perspectivas que estavam mais comprometidas com as consequências do 11 de setembro, da Guerra no Afeganistão e a Guerra contra o Iraque – pós-estruturalismo, feminismo e pós colonialismo. 
Concepções discursivas de segurança – pós-estruturalistas, feministas, pós-colonialistas, construtivistas críticos e escola de Copenhague defendem, de maneira diferente, a segurança como discurso por meio do qual as identidades e ameaças são constituídas em vez de serem condições objetivas e materiais 
Assim, o terrorismo/terrorista nada mais é do que um Outro radical. 
Iraque = discurso de que a guerra foi empreendida em defesa da população iraquiana, dos direitos humanos universais e da civilização
Mobilização de categorias universalmente boas (e ocidentais) – civilização democracia, direitos humanos, desenvolvimento, reconstrução – Ocidente superior, tradição colonial que despolitiza o Iraque
Emoção/fatores subjetivos complica as premissas racionalistas, não apenas do terrorista, mas das relações estatais e coletivas de forma mais ampla
- dicotomia racionalidade vs irracionalidade
Preocupação com a utilização norte-americana da tortura, da intervenção, da guerra em defesa de sociedades liberais, democráticas e em termos humanitários
Tecnologia midiática – como ela impacta a compreensão pública da guerra
- produtor potencial para um publico mundial (diferente da Guerra do Golfo em 1190-91)
- securitização visual
- diferentes mídias e gêneros como locais nos quais as politicas de segurança eram articuladas e negociadas
Feminismo – analise critica dos discursos de políticas – da maneira como a guerra era lutada, do processo de reconstrução pós-conflito, da representação de soldados e civis. 
- Governo Bush e Afeganistão – mulheres que viviam sob o regime do Talibã.
- discurso ocidental sustenta as mulheres como vítimas, desamparadas e inativas – exclusão das mulheres como agente ativos, compreensão despolitizada (tanto no Afeganistão como no Iraque)
- Governo Bush: ficha discursiva a ser apostada e não uma preocupação genuína com as mulheres e as questões de gênero
- masculinindade X feminilidade
- preocupação com as mulheres que transgrediam as construções femininas tradicionais: soldadas que torturam, mulheres-suicidas, etc.
Tecnologia da informação, biossegurança e risco
- utilização terrorista das tecnologias de rede
- internet como um local de movimento pacifistas/antiguerra, mas algo de vigilância governamental
- importância do ciberespaço – com a guerra contra o terror, foi elevado a um nível mais complexo
- tecnologias de rede mudam as formas nas quais as comunidades não territoriais e os objetos de referencia são construídos. 
- securitização do terrorismo
- ambiguidade – autoridade soberana e crença na liberdade individual
- constituição de perfis terroristas está intimamente entrelaçado aos discursos políticos sobre insegurança – criação da sociedade de insegurança, na qual cada cidadão aprende a ficar alerta a atividades, pacotes e pessoas suspeitas. 
- controle de corpos e biossegurança – doenças infecciosas como a AIDS/HIV, gripe aviária e outros perigos potenciais a saúde global. 
- maneira pela qual os padrões globais de mobilidade e responsabilidade seriam afetados pelos regimes vigentes e pelas politicas que estavam sendo colocadas em pratica pela Guerra contra o Terror
Analises de riscos já haviam sido trazidas para os ESI antes do 11 de setembro, mas os ataques fizeram o risco se tornar popular e tornou-se mais institucionalizado e discutivo
- é possível discutir se a literatura de risco se insere ou não dos ESI – ela procura mudar o núcleo conceitual de segurança para risco, se comprometa com a problemática segurança-guerra-terrorismo.
Institucionalização
A Guerra contra o Terror gerou um nível alto de intervenções em politicas
ESI como instituição acadêmica e fornecedora de conselhos políticos – esse debate foi trazido a tona com a Guerra ao Terror 
Abordagens que se mostraram abertas a ampliar sua agenda e incluir o terrorismo e o 11 de setembro. 
Conclusões
Alguns consideram o 11 de setembro uma revolução, outros uma continuação de paradigmas
Guerra ao Terror – colocou em questão o Estado como objeto de referencia, visto que os terroristas operam de maneira diferente do Estado nacional soberano
Ameaças internas/externas – o terrorismo transgrede fronteiras
Para os autores, os ESI permanecem como diálogo único, mas que tem uma percepção muito mais ampla, profunda e sofisticada de como interpretar um evento ou assunto determinado
Cap. 9 – conclusões sobre os formatos cambiantes dos ESI.
ESI – crescerem muito desde 1988, ainda mais com as perspectivas ampliadoras nos anos 1990 e a literatura que lidou com o 11 de setembro e a guerra ao terror – área produtiva, alta institucionalização, muitas produções, periódicos, conferencias, think-thanks, defensores políticos. 
Não existe uma sociologia histórica da área, não há uma história intelectual dos ESI – lidam com questões do presente, eventos do presente e não do passado, existe uma contestação do que delineia e o que é incluso nos ESI.
É possível ver os ESI caminhando em direção a uma única conversação, mas com interpretações diferentes – todas as perspectivas concordam que nenhuma perspectiva vai conquistar a área e a premissa normativa de que é bom estabelecer um dialogo entre os campos e as abordagens diferentes.
Historia disciplinar inclusiva, facilita o dialogo – a evolução dos ESI os fez mais amplo, profundo e variado. 
ESI – se distancia da sua concentração inicial em assuntos militares e na segurança nacional – gama maior de objetos de referencia (indivíduos, coletivos, não entidades, estruturas sociais)
Urgência de se lidar com o confronto militar entre EUA e URSS – apenas em 1970, com a paralisação nuclear e a crise do petróleo que surgem caminhos para as questões econômicas começarem a aparecer na agenda de segurança.
- Pesquisa da paz (paz positiva X paz negativa – superar a dinâmica realista) X Estudos Estratégicos
- Pesquisa de paz positiva – importante para os liberais e construtivistas escolherem a tradição sociológica e seu interesse nas instituições internacionais, na comunicação, nos padrões de interação cívica. 
- Pesquisa de paz escandivana foi importante pra a inserção da literatura ampliadora critica – pós-estruturalismo, pós-colonialismo, feminismo, Estudos Críticos de Segurança, que começaram a mudar o terreno conceitual de Paz para segurança
A maior parte do que foi escrito na Guerra Fria não passou explicitamente pelo conceito de Segurança, o conceito era tomado como certo: segurança nacional (estatal), ameaças militares, capacidades e uso da força, ameaças externas, equilíbrio de poder, demonstração de poder.
- é quando surgiu o Realismo nas RI. 
- conceitos de dissuasão, contenção
Discussões epistemológicas – desde os anos de 1980, as RI se preocupavam muito com as questões de epistemologia – enquanto nas RI o eixo fica entre positivismo X pós-positivismo
- nos ESI, as teorias da escolha racional nunca tiveram muita força como na Ciência Política
- grande parte da pesquisa de Paz na Guerra Fria compartilhava da epistemologia positivista, buscava conexões causais ao invés de discursos para mapear os comportamentos dos atores. 
Final da Guerra Fria – empurrou os interesses militares para tras, permitindo mais espaço para a agenda de segurança mais ampla. 
Anos 1980 – mudanças na conceitualização de segurança e guinada da paz para a segurança – reconfiguraram a maneira como os ESI se constituíram- Na Europa, as questões de segurança são um assunto mais sério. Tem mais Pesquisa da Paz, Teoria Critica e Pós-positivismo, enquanto EUA tem mais Estudos Estratégicos e Positivismo.
Conversação – não é sinônimo de acordo, mas de uma visão comum do que é importante discutir
- ESI debatem por meio de conceitos – o que funciona como catalisador da união de diferentes teorias
- papel menor da escolha racional nos ESI gerou um ambiente mais plausível de diálogo
- não deve ser encarado como um fracasso a não produção/falha de respostas consensuais únicas.
ESI permanecerão uma obra em progressão – 5 forças motrizes, que permanecerão em cena:
Política das Grandes potências
Ascenção da China – mas houve uma integração com a economia mundial capitalista (nada que chegue perto de uma URSS), comportamento moderado, instituições internacionais
Diferença entre os ESI na Europa e EUA – durante a Guerra Fria havia diferenças significativas entre os dois e, relação a questões normativas, politicas, estratégicas e epistemológicas, nos anos 1990, se dividiam em relação ao conceito de segurança e as reações ao 11 de setembro.
Eventos
Terrorismo 
Eventos no setor ambiental – podem sobressair a todas as demais preocupações de segurança
- Questões ambientais são a carta coringa no setor de segurança. 
- Até agora elas tem sido marginalizadas
- atualmente – aquecimento global e possibilidade de epidemia violenta e virulenta
Tecnologia
Dissuasão, não-proliferação/proliferação de armas nucleares
Impacto de soldados e pilotos-robôs
Tendências capitalistas de substituir o trabalho pelo capital – se os mortos das guerras fossem robôs, então o conceito e relação da guerra com os combatentes seria outro, se transformaria
Ameaças a cibersegurança – terrorismo, ataques a estruturas físicas e digitais, redes de comunicação globais
Difusão da capacidade destrutiva – pode se tornar constante na condição humana, mudando as estruturas de democracia e governança. 
Debates Acadêmicos
Entre 1980 e 1990, os debates acadêmicos tiveram grande impacto no ESI, trazendo varias questões ontológicas e epistemológicas. 
Os ESI absorveram a onda aprofundadora em todos os novos costumes e perspectivas epistemológicas, estão em concordância com a Ciências Sociais, trabalhando com tudo
Institucionalização
Institucionalização fornece uma inercia, uma estabilidade aos ESI
Mudanças nas prioridades dos financiamentos – muda a atenção que é dada a determinado assunto, mas os ESI costumam ter uma diversificação da base organizacional
Completa gama de diversidade que o conceito de segurança pode fazer por meio de diversos assuntos e abordagens
ESI vão continuar se desenvolvendo, acompanhando os novos interesses de segurança e desenvolvendo novas maneiras de pensar sobre eles.

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