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Geopolítica: Conceitos e Relações de Poder

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Geopolítica
Conceitos centrais 
Área de estudos que tem como objetivo de usar fatos do passado para interpretar a atualidade por meio do entendimento das relações mútuas de poder político e espaço geográfico, além de compreender conflitos internacionais e as principais questões que intrigam a sociedade na atualidade.
É levado em consideração a posição geográfica dos países e suas ações no cenário internacional.
Os interesses na geopolítica é o desenvolvimento econômico, político e social do Estado, usando como parâmetro principal as informações geográficas. 
Os mecanismos utilizados pelo Estado são as rodas de negociações, acordos internacionais, acordos bilaterais, associações para comércio, formação de blocos econômicos e uso da força (bélica, militar...)
	A geopolítica é composta pela globalização, influencia dos Estados poderosos no mundo atual, nova ordem mundial e a utilização dos recursos energéticos no mundo.
	Geopolítica é a expressão de poder de um Estado em sua relação com outro Estado sendo que para isso deve-se ter em conta sua posição geográfica, sua vocação de governo (liderança) e seu poderio militar.
As relações entre sociedade, espaço e poder.
	Poder é o meio a partir do qual se instaura uma relação de dominação na qual uma ou mais partes obedecem à outra, sendo assim uma relação de subordinação, autoridade, capacidade de ditar o comportamento dos demais. É formado pelo conjunto de hegemonia militar; fatores que possibilitam um país de exercer influência sobre os demais; cenário diplomático*; sua atuação estratégica; desenvolvimento econômico. Os elementos mais importantes de poder é o espaço territorial, poder econômico, poder militar e a sua soberania.
	A sociedade internacional é formada pela união de diferentes Estados que se relacionam diplomaticamente, ora por cooperação, ora por coerção e é caracterizado pela ausência de um poder central, tendo assim um ambiente anárquico. É a relação de um Estado com os outros, sua relação internacional. 
	Sociedade civil é onde ocorre as relações de interesse, vontades e valores entre o Estado e a sua sociedade. Durante os nos ela foi/ vai se transformando e moldando por depender do regime e momento histórico que o Estado inserido. Ela está dentro da sociedade internacional.
	Espaço é o palco onde acontecem as relações de poder entre Estado e a sociedade organizada. O seu território mostra o poder geopolítico de um país, pois é a partir dele que um Estado se apresenta diante da comunidade internacional de forma independente e pode exercer sua influencia sobre outros Estados. É também nesse espaço que ocorrem as relações entre sociedade e o Estado, por meio de agentes econômicos que promovem a proposta de produção para os cidadãos que produzem e vendem seus produtos.
	Existem vantagens estratégicas decorrentes da expansão territorial, pelo fato do território possuir recursos naturais necessários ao desenvolvimento econômico de um país, assim promovendo as melhores condições de prosperidade para sua população, assim ocorrendo um crescimento demográfico e criando grandes exércitos e poder militar. 
	O poderio econômico gera riquezas em seu espaço territorial e o poderio militar atua nos conflitos armados e na capacidade de negociação política no cenário internacional (evitando guerras por se mostrar fortemente armado).
	A riqueza dos recursos naturais aliados à vasta extensão territorial (espaço) desperta o potencial produtivo de um país, além de demonstrar que o crescimento demográfico (sociedade) não se apresenta como fator inibidor para criação de grades exércitos e poderio militar, tendo assim mais poder.
*procurando resolver as divergências sem o uso da violência ou de ofensas. Agir com diplomacia é ter respeito pelo próximo, sabendo lidar de modo pacífico perante diferentes situações e comportamentos.
Estado e território 
No período medieval o Estado era absolutista, então o rei que legislava e ajuizava, o povo não tinha liberdade individual, os direitos dos homens estavam estruturados pelo Estado, a sociedade era hierárquica com o seu status herdado desde o nascimento. A economia era de subsistência e o senhor feudal se apropriava compulsoriamente do excedente de produção de seus servos. 
Com o passar do tempo à noção de soberania, o povo começou a se contrapor a soberania do rei e o seu poder incontestável. E a noção de direito fez nascer preferência pelas leis escritas.
Foi assinado em 1646, após a guerra dos trinta anos, o tratado de Westfália com os princípios de definir respeito às fronteiras e as decisões dos Estados dentro de seus próprios territórios sem a influência (soberania). 
Entre 1500 á 1800 a política econômica europeia era baseada no acúmulo de capital e a interferência do governo na economia, acumulação de territórios e na exploração colonial.
O fortalecimento do poder real se dava pela sua capacidade de acúmulo de riquezas (metais preciosos) e de proteger a sua nação da concorrência miliar e econômica de outros países.
O território era uma fonte de poder do Estado. 
O território era uma fonte de poder, pelo acesso as minas tanto de metais preciosos quanto de carvão usados para desenvolver o armamento e o excedente vender e isso dava um poderio econômico aliado ao poderio bélico.
Os países que não possuíam riqueza precisavam aumentar o seu comércio e para isso iniciavam sua expansão marítima e comercial conquistando e explorando novos territórios.
Para controlar e manter as riquezas da economia dentro da nação era utilizado barreiras alfandegarias, tarifas de comércio, incentivo as empresas privadas, controle da produção interna, promoção das atividades comerciais e a criação de companhias de comércio para a exploração colonial (mercantilismo). Com isso foi dado origem ao nacionalismo econômico, uma política que favorece o intervencionismo estatal sobre esses mecanismos de mercado. 
A geopolítica começa a ganhar força como nacionalismo.
E contra o nacionalismo econômico criado o liberalismo econômico, que defendia a não interferência do Estado na economia, acabando assim com o absolutismo.
O liberalismo pretendeu restringir a existência do Estado ao mínimo possível.
Uma das maiores conquistas do liberalismo também foi a declaração francesa dos direitos do homem e do cidadão que estabeleceu os direitos de liberdade, igualdade e os direitos naturais do ser humano.
O crescimento da economia de mercado, capitalismo comercial e a circulação de produtos pela Europa fez com que as pessoas tivessem que deixar os feudos, pondo fim assim no feudalismo.
A insatisfação das lideranças europeias e as revoluções que destruíram o absolutismo favoreceu o surgimento de uma nova classe social, a burguesia.
A burguesia apoiava a monarquia por causa do seu desejo em comum de fazer a sua nação se tornar potência.
A burguesia tinha o desejo de liberdade e principalmente o direito de propriedade que foi dada pelo acúmulo de capital de venda da revolução industrial.
Na segunda metade do século XVIII com a revolução industrial a burguesia assume o controle econômico por causa do processo de produção coletiva em massa que gerou lucro e acúmulo de capital e assim gerando poder. A força do capital se impõe. 
Assim dando mais força ao liberalismo, seu percursor foi Adam Smith, e foi dividido em duas escolas liberais, os otimistas, liderados por Adam Smith e Jean Baptiste, e os pessimistas, liderados por Malthus e David Ricardo.
Os otimistas alegavam que as leis da economia são de ordem naturais e inevitáveis, produzindo efeitos mesmo que se pretenda evitar. Já os pessimistas alegavam que as leis ainda que naturais nem sempre eram benéficas para todos, beneficiava assim apenas a burguesia.
Após o reconhecimento dos direitos da burguesia, o crescimento do processo de industrialização e o processo de acúmulo de capital, o proletariado (trabalhadores do chão de fábrica) começa a reivindicar os seus direitos, dando origem ao Estado social que novamente começou a dar poder e força ao Estado. 
No liberalismocultivou-se ao máximo o direito ao privado, mas no Estado social até mesmo a distinção entre finanças públicas e economia privada perdem o foco.
O Estado passou a ser reconhecido como o único instrumento capaz de oferecer os meios necessários para atingir a satisfação das carências sociais, ou seja, passou a ser visto como um órgão de equilíbrio que poderia pôr fim ás desigualdades a garantir para todas as pessoas o gozo dos direitos sociais. 
Com a livre concorrência gerada pela explosão da produção aliadas com as condições desumanas de vida e do trabalho iniciou movimentos que deram origem aos sindicatos. 
Na época não existia um conjunto de regras apropriadas para cuidar dos problemas criados por esse novo ambiente, ainda não existia a diferenciação entre os direitos sociais e individuais.
Contra os abusos liberais e uma forma de igualdade entre as classes, se dá origem um movimento chamado socialismo. Liderado por Karl Marx e Engels que afirmavam que com o liberalismo viveríamos em uma eterna luta de classes, que abriria espaço para o levante as desigualdades e que a doutrina liberal seria uma expressão para o capitalismo e as classes abastadas.
Com isso no século XX aumentaram as tendências sociais na política e o Estado passou a intervir cada vez mais, incrementando serviços aumentando a responsabilidade do poder executivo. Com isso se dá a crise no imperialismo europeu e se dá início a ascensão norte americana.
Com objetivo de resgatar o controle da situação e acalmar as vontades foram propostos novos debates em todo o mundo que resgatam a revisão de leis que constituíam a ideia do poder do Estado, o intervencionismo, o aumento do poder executivo o enfraquecimento da igualdade dos poderes e a separação do público e privado.
Com o poder do Estado se tinha também uma grande burocracia, no qual se colocava o poder nos escritórios do governo, como resultado da extensão do poder executivo, se desdobrando para todo o Estado como forma de controles e suportes, uma hipertrofia do poder executivo que gerou uma exagerada multiplicação de serviços públicos.
Assim deu início ao Welfare State ou Estado de bem estar, ou seja, o Estado provia tudo, mas se sentia capaz de intervir no processo econômico tirando proveitos de seus ganhos.
Até hoje não se conhece historicamente nenhuma economia que tenha correspondido ao não intervencionismo do Estado (anarquia), e também nunca se teve notícia de uma economia que tenha um sistema de controle total do Estado (socialismo) que tenha dado certo.
Atualmente é usada a economia mista, na qual é usado a colaboração entre o Estado e particulares.
Geografia política e geopolítica 
A geografia política estuda as relações de poder relacionadas ao Estado trabalhando no âmbito interno, se preocupa com a capacidade que eles demonstram em se arranjar internamente e converter isso em poder de projetar na sua política externa.
A geopolítica estuda o poder e relacionamento entre o Estado com os outros, em relação a uma estratégia internacional e sua atuação como Estado na sua área de influência.
A evolução do pensamento em geopolítica 
A disputa entre Cidades, Principados, Reinos e Estados modernos vem sido estudado há muitos anos. O espaço territorial sempre desempenhou um papel de extrema importância e desencadeou diversas guerras, pois quem detém terra, detém poder.
Tanto a Igreja quanto o Estado buscava propostas de poder e de regulação das ações. A busca pela paz e as questões de ordem possibilitaram estudos que comprovaram que as disputas territoriais têm relações com poder.
As questões de paz em disputas territoriais foram pensadas por diferentes estudiosos em diferentes momentos. Desde Trucídes (404 a.C) nas relações entre Atenas e Espartas até Fichte (1807) enaltecendo a nação alemã
Origem da geopolítica 
As propostas de relacionar poder e espaço territorial ganharam força a partir do nacionalismo, entre eles se destaca a teoria dos grandes espaços, que nasce da conclusão do relacionamento do o poder político ao espaço geográfico para “adivinhar” o comportamento dos Estados nas relações internacionais contribuindo para o desenvolvimento das escolas de geopolítica.
Os grandes pensadores da época se dedicaram estudar a importância do espaço na organização do poder político militar e na afirmação deste poder no contexto das relações internacionais. Essa teoria foi usada para criar o estudo do Estado entendido como um elemento capaz de modificar e de influenciar a política desse mesmo Estado. E assim a palavra geopolítica foi usada pela primeira vez por Kjellén.
Ratzel afirmava que o Estado possuía todas as características biológicas, e assim o Estado é mais do que a soma dos cidadãos. Assim Kjellén definiu os quatro características dos Estados que passaram a ser conhecidos como postulado de Kjellén:
Um Estado tem o direito natural á procriação, ao desenvolvimento e expansão.
O Estado tem que preferir aos princípios morais as manifestações brutais.
A expansão territorial. 
Um Estado só pode ser grande potência quando possuir bastante espaço.
A obra de Kjellén foi continuada por Mackinder. Sobretudo a Alemanha direcionando a política externa de Hitler do espaço vital, sendo considerada a ciência da estratégia militar (a geopolítica). Após a derrota alemã na segunda guerra mundial, os americanos que por muito tempo contribuíram para o descredito da teoria, a usaram para formar suas alianças e construir espaços políticos, econômicos e militares.
A escola de geopolítica de Munique (Alemanha- até 1924) 
Fundada por Friedrich Ratzel, a escola baseou sua investigação em analisar a influência do espaço no destino dos povos. Procurou relacionar as causas da decadência dos Estados, alegando que determinados povos tenham tendência para serem dominadores e outros para serem dominados. Desenvolveu os conceitos de espaço, posição do espaço, sentido do espaço e espaço vital. Formulou assim uma teoria dos espaços que pode ser resumida em quatro princípios básicos: 
O espaço é um fator primordial na grandeza dos Estados
Um grande espaço assegura a vida dos Estados, por ser uma força e não somente conduzir poder. 
Um grande território incita a expansão e ao crescimento do seu povo e atua como força para o sentimento de nacionalismo. 
Em todos os tempos o poder mundial esteve representado pelos grandes espaços e isso só foi possível pela demonstração de força, especialmente em pontos e momentos críticos.
Depois da morte de Ratzel a escola de Munique começou a publicar uma revista mensal de geopolítica que se dedicava a estratégia militar e a Alemanha encomendava esses estudos para aplicação na nova política externa.
“A geopolítica é uma arma destinada a acordar a Alemanha, para fazer cumprir seu destino de grandeza. Reeduquei a nação, de modo que cada jovem alemão deixará de ter um espirito bairrista para pensar em termos de continente.” 
A grande pressão fez a escola atribuir a grande relevância ao conceito de espaço vital, que era interpretado por tais critérios:
Geográfico- Se eu não tenho o espaço que preciso, busco fora através do comércio da dominação, garantindo aliviar a pressão demográfica e matérias primas e mercado consumidor para o desenvolvimento industrial.
Econômico- A Alemanha tinha que levar os Estados europeus a uma cooperação integrada sob o seu domínio exclusivo.
Biológico- A Alemanha chegaria a pureza do sangue ariano (supremacia de uma raça).
A concepção de superioridade racial determinou a ideia de uma comunidade alemã, formada pelo mundo todo em seus diferentes territórios e o povo alemão eleito para dinamizar e organizar o espaço, então a Escola de Munique esboçou uma teoria das áreas compensadas e dos Estados- Diretores. De acordo com essa teoria o mundo seria divido em grandes espaços autárquicos*, constituindo quatro macros regiões. 
*forma de governo em que um indivíduo ou grupo (no caso os alemães) tem poder absoluto sobre a nação.
A geopolítica de Mackinder (Inglaterra - século XIX)
Fundada por Halford Mackinder, usoua teoria do poder terrestre baseado nos fatores geográficos como fatores históricos. Mackinder é considerado o fundador da geoestratégia e criou vários conceitos como
Pivot area: era o grande núcleo do continente euroasiático 
Heartland: uma privilegiada posição geoestratégica para quem dominasse essa área terrestre 
World Island: era o velho mundo, Europa e África.
Indo contra a tese do amereicando Mahan, que afirmava que a chave para a hegemonia mundial estava no controle de rotas marítimas, Mackinder apresentou sua tese na qual afirmava que Europa e Ásia apresentam uma continuidade geográfica maior que qualquer outro continente e que a Europa havia sido perturbada política e socialmente por forcas do leste. Para ele existia uma área pivot inacessível ao poder marítimo, desde o Báltico até Pérsia, mas sem acesso ao mar, acabando assim com a teoria de Mahan.
A Rússia dominava grande parte da Europa, e Mackinder se preocupava que uma possível aliança entre a Rússia e a Alemanha pudesse desequilibrar a balança de poder do velho continente. Mackinder “se influenciou” pela visão histórica e da geografia tradicional, que na Europa se situava o umbigo do mundo desde a época das grandes navegações e dos descobrimentos e Mackinder expos seu temor com a fórmula: 
“Quem domina a Europa Ocidental controla o Heartland; quem domina o Heartland controla a World Island; quem domina a World Island controla o mundo”. 
A geopolítica de Spykman (América- 1942)
Fundada por Nicolas Spykman com a publicação da sua obra: “A estratégia Americana na política mundial”, que baseou seus estudos no princípio que a política mundial é determinada pela força e com isso o mundo deveria ser dividido em cinco ilhas: América do Norte, África, Eurásia, Austrália e América do Sul. Atendendo a distribuição e divisão a intensidade de poder, que deveria ser definida pelos recursos naturais, quantidade de população, capacidade do poderio militar e importância política. Ele considerava que o hemisfério norte seria sempre a sede mundial, pois desfrutam das melhores condições em relação a “intensidade de poder”.
Como seu trabalho foi desenvolvido durante a segunda guerra mundial, ele considerava que os EUA deveria aumentar sua influência nos Estados mais distantes que tivessem acesso ao mar, sua preocupação era de saber até que ponto esse distanciamento de América em relação às coisas contribuiria para a sua própria segurança.
Com a URSS saindo de aliado para inimigo e a crescente investida comunista para o leste Europeu e para Ásia, as concepções de Spykman ganharam força e orientaram a política externa americana. Spykman afirmou que quem controla o mundo costeiro controlaria a Eurásia, e, por conseguinte controlaria os destinos do mundo.
Se opondo a Mackinder, ele afirmava que os EUA não deveriam se preocupar com o Heartland e sim em manter um diálogo permanente com os Estados do mundo costeiro para evitar o poder constante e crescente da Heartland. Ele considerava que uma verdadeira segurança se traduziria em paz e está so poderia ser alcançada por meio da segurança coletiva, numa sociedade das nações que partilhassem os mesmos valores. Teria que possuir uma sensação de segurança para não gerar tensão e atacar.
Geopolítica contemporânea 
Na geopolítica contemporânea cabe analisar três movimentos distintos são eles:
1º Movimento 
Um abandono da geopolítica pelo mundo inteiro caracterizado pela impopularidade do regime nazista.
Com o final da segunda guerra mundial, a geopolítica entra em questionamento no mundo inteiro por ter sido influencia para a política externa alemã. 
Após o termino da segunda guerra mundial os EUA saem bastante fortalecidos do conflito e se torna o maior fornecedor de bens e capital e com o cenário que a Europa se encontrava destruída ela iria precisar de tudo, assim foi criado o plano Marshall que foi uma cooperação econômica americana para a Europa se reconstruir.
Enquanto a Europa se reorganizava surge um inimigo para o capitalismo americano, o socialismo soviético, pela URSS ser o segundo país mais rico do mundo ela recamou da parte que havia ficado, e como ambos tinham ideias econômicas contraria para a reconstrução do equilíbrio mundial, começou uma grande rivalidade pela busca da soberania sobre o mundo e ficou conhecido como guerra fria.
Assim surge um novo assunto para a geopolítica, agora não mais classificada no poder Estatal, mas sim no mundo bipolar. Europa Ocidental, Canadá e Japão se aliaram aos EUA, e a Tchecoslováquia, Polônia, Hungria, Lugoslávia, Romênia, Bulgária, Albânia, parte da Alemanha e a China se uniram a URSS. Foi promovida pelos dois países uma corrida armamentista como objetivo de produzir tecnologias bélicas e com maior poder de destruição, mas as armas jamais foram usadas, era apenas para mostrar o seu poder. Mesmo não se enfrentando diretamente, os dois países apoiaram guerras entre países menores, como por exemplo, a guerra da Coréia e a do Vietnã.
2º Movimento
Caracterizado pelo esfriamento da bipolaridade passando por certa flexibilidade.
Durante os anos 50 a Europa passa por uma forte reconstrução e com isso enfrenta o seu declínio como força bélica, deixando de ser o centro de um processo decisório internacional. Com o fim da segunda guerra a supremacia de poder estava restrita entre EUA e URSS.
Com a morte de Stalin, o fim do governo Truman e o desenvolvimento europeu houve um período de relaxamento entre as tensões da EUA e URSS com uma preocupação de evitar um confronto direto.
Nesse período a geopolítica ficou restrita exclusivamente ao monopólio americano e novamente a geografia política tinha tomado o lugar da geopolítica e apenas nos anos 70 essa proposta volta visto que os conflitos gerados não se encaixavam nas questões bélicas conhecidas.
3º Movimento 
Aconteceu com o final da guerra fria com a multipolaridade e novos temas dada a crise do socialismo e os impactos da globalização 
Como as ideias socialistas eram contrarias ao liberalismo e ao capitalismo, os países que aderiram a essa economia se isolaram do restante do mundo e em 1980 não conseguiram passar pela crise provocada por esse isolamento, conhecido como cortina de ferro. 
A maior parte da indústria soviética estava obsoleta e a qualidade de vida era cada vez pior, um terço da população estava desempregada, havia fome, falta de médicos e precariedade de serviços básicos, como telefone, agua e luz, as diferenças tecnológicas, a ausência de práticas democráticas, a frustação do enriquecimento material da população, aliado a abolição das fronteiras europeias, a proliferação dos meios de comunicação, entre outras coisas geraram uma proposta de mudança rápida e urgente.
Os Estados socialistas começaram a perceber que impossibilidade de autossuficiência e a necessidade de inserção no processo de globalização e assim acabou o socialismo, após sofrer ameaças.
Com o fim da guerra fria e o desaparecimento da URSS houve a multiplicação dos trabalhos e artigos de geopolítica, mas a questão continuavam sendo o Estado, a sua centralidade e relações pautadas pela política de poder. EUA também percebem que ele não iria conseguir deter o poder centralizado por muito tempo e nem produzir tudo, se abrindo e assim começando o processo de globalização.
Ainda possuía um Estado de maior influência e definidor do sistema internacional, apesar das transformações impostas pela globalização. Porem esse poder vai se mesclando e os Estados devem negociar entre si.

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