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Introdução a terapia Cognitiva comportamental

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Introdução à Terapia 
Cognitivo-Comportamental 
Carlos Henrique Santos 
carlos.santos@unipaulistana.edu.br
Aaron 
Beck
Professor na 
Universidade da 
Pennsylvania
Início da década de 60
Psicanalista e 
cientista
Demonstração 
com validade 
empírica
Aceitação na 
comunidade 
médica
Série de 
experimentos
Busca de outras 
explicações para 
a depressão
Identificou cognições 
distorcidas como 
característica da 
depressão
Desenvolveu 
tratamento de 
curta duração
Teste de 
realidade como 
um dos 
objetivos
O que é Terapia Cognitivo-Comportamental?
Nome original: Terapia Cognitiva. 
!Hoje utilizado como sinônimo de Terapia Cognitivo-Comportamental 
Tratamento da depressão (Beck, 1964) 
• Psicoterapia estruturada 
• Curta duração 
• Voltada para o presente 
• Direcionada para os problemas atuais 
• Modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais 
Outros autores aderiram a terapia e tiveram sucesso em populações 
diversas, abrangendo muitos transtornos e problemas.
Tratamento também é baseado em uma compreensão de cada cliente (suas 
crenças específicas e padrões de comportamento). 
O terapeuta procura produzir uma mudança cognitiva, mudando o 
emocional e o comportamental de forma duradoura. 
!Modificação no pensamento e no sistema de crenças do cliente. 
Adaptada para clientes de diferentes níveis de educação e renda, uma 
variedade de culturas e idades. 
Usada atualmente em cuidados primários, especializações de saúde, 
escolas, programas vocacionais, prisões, etc. 
Individual, grupos, casais e famílias
Teoria subjacente à Terapia Cognitivo-
Comportamental
O modelo cognitivo propõe que o pensamento disfuncional é comum a todos os 
transtornos psicológicos. 
Melhora no estado emocional e no comportamento ocorre quando as pessoas aprendem a 
avaliar seu pensamento de forma mais realista e adaptativa. 
Pessoa deprimida ! emite cheque sem fundos ! “eu não faço nada direito 
(pensamento automático) ! tristeza (reação emocional específica) ! ficar na cama 
(comportamento) 
Se a pessoa examinasse a validade dessa ideia poderia concluir que fez uma generalização 
e que, na verdade, muitas coisas são bem feitas. 
• Encarar a experiência a partir dessa nova perspectiva provavelmente faria essa pessoa 
se sentir melhor e levaria a um comportamento mais funcional.
Os terapeutas cognitivos trabalham em um nível profundo de cognição: as crenças centrais 
(básicas) do cliente sobre si mesmo, seu mundo e outras pessoas para que haja melhora 
duradoura no humor e no comportamento. 
A modificação de crenças disfuncionais produz uma mudança mais duradoura. 
Cliente continuamente subestima as próprias habilidades ! provavelmente a crença é de 
incompetência 
• A modificação dessa crença (ver a si mesmo de forma mais realista, como alguém que 
possui pontos fortes e fracos) pode alterar a sua percepção de situações específicas. 
• Mudança no pensamento em situações específicas nas quais comete erros 
•“Eu não faço nada direito” ! “Eu não sou bom nessa tarefa” 
Pesquisas 
TCC tem sido amplamente testada desde os primeiros estudos científicos em 1977. 
Mais de 500 estudos científicos demonstraram eficácia para uma gama de transtornos. 
• Transtorno depressivo maior, TAG, Transtorno do pânico, Fobia social, Agorafobia, 
TOC, Abuso de substâncias, TDAH, Transtornos alimentares, Transtornos de 
personalidade, Agressão sexual, Transtorno bipolar (com medicação), Esquizofrenia 
(com medicação), problemas conjugais, familiares, luto, disfunção erétil, insônia, 
obesidade, etc. 
• Eficácia na comunidade; 
• TCC assistida por computador; 
• Validação do modelo cognitivo da depressão e ansiedade.
Desenvolvimento da Terapia Cognitivo-Comportamental de Beck 
Início da década de 60. 
Beck testou o conceito psicanalítico de que a depressão é resultante da hostilidade voltada 
para si mesmo. 
• Sonhos de pacientes deprimidos continham menos temas de hostilidade e muito mais 
temas relacionados a fracasso, privação e perda. 
• Temas eram similares ao pensamento dos pacientes enquanto acordados; 
• Resultados desse e de outros estudos levaram Beck a acreditar que uma ideia 
psicanalítica (que pacientes deprimidos têm necessidade de sofrer) poderia ser 
incorreta. 
Como a depressão poderia ser entendida então?
Desenvolvimento da Terapia Cognitivo-Comportamental de Beck 
Pacientes de Beck ocasionalmente relatavam duas vertentes de pensamento. 
! Pensamento de livre associação 
! Pensamentos rápidos de qualificações sobre si mesmos. 
Beck percebeu que todos os pacientes deprimidos tinham pensamentos automáticos 
negativos e essa vertente de pensamentos estavam ligados às emoções. 
Começou a ajuda-los a identificar, avaliar e responder ao pensamento irrealista e 
desadaptativo, notando melhora rápida. 
Por conseguinte, ensinou seus residentes psiquiátricos a usar a forma de tratamento e notou 
que os pacientes respondiam bem. 
John Rush, residente chefe, realizou uma pesquisa científica com Beck para demonstração 
da eficácia da terapia cognitiva.
Desenvolvimento da Terapia Cognitivo-Comportamental de Beck 
Ensaio clínico controlado randomizado 
• Pacientes deprimidos; 
• Resultados apontaram que a terapia cognitiva era tão efetiva quanto a um 
antidepressivo comum (imipramina). 
Componentes da terapia cognitivo-comportamental para depressão: 
• Foco na ajuda aos clientes para solucionarem problemas e tornarem 
comportamentalmente ativados; 
• Ajudar os clientes na identificação e avaliação de pensamentos depressivos, 
especialmente pensamentos negativos sobre si mesmos, seu mundo e seu futuro.
Desenvolvimento da Terapia Cognitivo-Comportamental de Beck 
Beck e seus colegas começaram a estudar a ansiedade no fim da década de 70 e 
descobriram que era necessário um foco um pouco diferente. 
Pacientes com ansiedade precisavam: 
• Avaliar melhor o risco das situações que temiam; 
• Levar em consideração seus recursos internos e externos, melhorar tais recursos; 
• Reduzir a evitação e enfrentar as situações que temiam para testar 
comportamentalmente as suas predições negativas. 
Aperfeiçoamento do modelo cognitivo da ansiedade para cada um dos transtornos de 
ansiedade. 
Estudos científicos demonstraram a eficácia da TCC para transtornos de ansiedade.
Princípios Básicos do Tratamento
Terapia deve se adequar a cada indivíduo, mas há princípios existentes para todos os casos 
1) A terapia cognitivo-comportamental está baseada em uma formulação em 
desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e em uma conceituação 
individual de cada paciente em termos cognitivos. 
Ex.: cliente com depressão 
• Identificar o pensamento atual que contribui para sentimentos de tristeza e os 
comportamentos problemáticos; 
• Os comportamentos são gerados pelo pensamento disfuncional; 
• Identificar fatores que influenciaram as percepções do cliente no início da depressão; 
• Levantar hipóteses a respeito dos eventos-chave do desenvolvimento e padrões 
constantes de interpretação desses eventos que podem ter contribuído para a depressão; 
• Basear a conceituação do cliente na formulação cognitiva e nos dados que ele fornece 
durante a sessão de avaliação; 
• Aprimoramento contínuo da conceituação a cada sessão, mediante novos dados. 
• Ajudar o cliente a examinar sua experiência.
2) A terapia cognitivo-comportamental requer uma aliança terapêutica sólida. 
• Importante se esforçar para demonstrar afeto, empatia, atenção, interesse e 
competência; 
• Assinalar os sucessos, sejam eles pequenos ou maiores; 
• Manter um ponto de vista otimista e bem-humorado; 
• Pedir um feedback no fim de cada sessão para se certificar de que o cliente sente-se 
compreendido. 
3) A terapiacognitivo-comportamental enfatiza a colaboração e a participação ativa. 
• Encorajar o cliente a encarar a terapia como um trabalho em equipe; 
• Terapeuta e cliente devem decidir juntos a frequência de sessões, o que trabalhar em 
cada sessão e o que fazer entre as sessões como exercício de terapia; 
• Tornar o cliente gradualmente mais ativo, encorajando-o a decidir sobre o que falar, 
identificando as distorções no pensamento, resumindo pontos e prescrevendo tarefas.
4) A terapia cognitivo-comportamental é orientada para os objetivos e focada nos 
problemas. 
• Enumerar os problemas; 
• Estabelecer juntos objetivos específicos; 
• Ambos devem compartilhar o entendimento de para onde a terapia está se dirigindo. 
5) Enfatiza inicialmente o presente. 
• Foco nos problemas atuais e em situações específicas que são angustiantes, 
independente do diagnóstico; 
• Atenção se volta para o passado em duas ocasiões 
• Forte preferência por parte do cliente e quando não fizer assim pode colocar em risco 
a aliança terapêutica; 
• Cliente “emperrado” no pensamento disfuncional, quando o entendimento das raízes 
de suas crenças podem ajudar a modificar suas ideias rígidas. 
• Auxiliar na avaliação de crenças, tanto no passado quanto no presente. 
6) É educativa, tem como objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza 
a prevenção de recaída. 
• Desde o início o cliente é informado sobre o modelo cognitivo (ex.: como seus 
pensamentos influenciam suas emoções e comportamentos); 
• Ajudar e ensinar a definir objetivos, identificar e avaliar pensamentos; 
• Anotações sobre a terapia (ideias importantes sobre o que aprendeu). 
7) A terapia cognitivo-comportamental visa ser limitada no tempo. 
• Muitos pacientes com depressão e ansiedade são “tratados” de 6 a 14 sessões; 
• Nem todos têm sucesso em poucos meses (1 ou dois anos) para modificar crenças 
disfuncionais. 
• Pacientes com doença mental grave podem precisar de tratamento periódico por um 
longo período para manterem a estabilização.
8) Sessões são estruturadas. 
• Independente do diagnóstico ou estágio do tratamento, seguir uma determinada 
estrutura em cada sessão maximiza a eficiência e eficácia. 
• Parte introdutória 
• Verificar o humor; 
• Examinar rapidamente a semana; 
• Definir juntos a pauta da sessão. 
• Parte intermediária 
• Examinar o exercício de casa; 
• Discutir os problemas da pauta; 
• Definir um novo exercício de casa; 
• Fazer resumos. 
• Parte final 
• Eliciar um feedback.
9) A TCC ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e 
crenças disfuncionais. 
• Ajudar o paciente a identificar as principais cognições e a adotar perspectivas mais 
realistas e adaptativas. 
• Processo de descoberta guiada para avaliar seu pensamento 
• Experimentos comportamentais para o cliente testar diretamente seu pensamento. 
• Exploração colaborativa de evidências. 
10) A TCC usa uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o 
comportamento. 
O tipo de técnica é influenciada pela conceituação do cliente, pelo problema em questão e 
pelos objetivos da sessão. 
Tratamento pode variar dependendo dos objetivos do cliente, da sua capacidade de 
desenvolver um vínculo terapêutico consistente, da sua motivação para mudar, sua 
experiência prévia com terapia, suas preferências de tratamento, etc.
Como é uma sessão?
A estrutura das sessões é bem parecida para vários transtornos, podendo variar de cliente 
para cliente. 
Academia de Terapia Cognitiva 
www.academyofct.org 
Formulação cognitiva, estratégias e técnicas para uma ampla gama de diagnósticos. 
• Reestabelecer a aliança terapêutica 
• Checar o humor 
• Sintomas e experiências do paciente durante a semana que passou 
• Pedir para nomear os problemas que mais deseja ajuda para resolver 
• Examinar exercícios de casa 
• Coletar os dados a respeito do problema colocado 
• Conceituar cognitivamente as dificuldades do cliente (perguntando sobre pensamentos, 
emoções e comportamentos) 
• Planejar uma estratégia (solução do problema, avaliação do pensamento e mudança no 
comportamento).
Exemplo: 
Dificuldades de estudo: “De que adianta? De qualquer forma eu vou ser reprovado” 
• Ajuda para avaliar e responder a esse tipo de pensamento (experiências e estratégias 
anteriores) 
• Decisão sobre quais as soluções a implementar na semana seguinte 
• Exercícios fáceis, resumir mentalmente o que leu após cada página, sessões de estudos 
mais curtas, pedir ajuda ao professor e colegas, etc. 
• A sessão prepara as condições para o cliente fazer mudanças no pensamento e no 
comportamento durante a semana, levando a uma melhora no humor e no 
funcionamento. 
Um segundo problema da pauta é colocado em evidência e o processo repetido. 
Revisão dos pontos importantes no fim da sessão. 
Assegurar que o cliente fará os exercícios e pedir feedback sobre a sessão.
O desenvolvimento de um terapeuta cognitivo-
comportamental
TCC: falsa impressão de ser simples 
Modelo cognitivo é simples: proposição de que o pensamento influencia as emoções e o 
comportamento. 
Terapeutas experientes realizam muitas tarefas de uma vez: conceituam o caso, 
familiarizam e educam o cliente, identificam problemas, coletam dados, testam hipóteses e 
fazem resumos periódicos. 
Terapeuta iniciante: precisa ser mais cuidadoso e estruturado, se concentrando em menos 
elementos por vez. 
! Precisa aprender primeiro a habilidade de desenvolvimento da relação terapêutica, de 
conceituação e técnicas da TCC.
3 estágios de desenvolvimento do terapeuta 
1) Aprendizagem das habilidades básicas de conceituação do caso em termos cognitivos 
com base na avaliação inicial e em dados coletados na sessão. 
• Aprende também a estruturar a sessão, planejar o tratamento, ajudar o cliente a resolver 
os problemas e a encarar os pensamentos disfuncionais de forma diferente. 
2) O terapeuta se torna mais proficiente na integração da sua conceituação ao seu 
conhecimento das técnicas, fortalece a habilidade para compreender o fluxo da terapia, 
identifica com maior facilidade os objetivos principais do tratamento e torna mais hábil na 
conceituação dos pacientes, usando-a para tomar decisões quanto às intervenções. Amplia 
também o repertório de técnicas e a seleção do momento apropriado para utiliza-las. 
3) Integra mais automaticamente os dados novos à conceituação, aperfeiçoa a habilidade 
de formulação de hipóteses, varia e estrutura (quando necessário) as técnicas da TCC. 
Conceituação Cognitiva
Conceituação cognitiva dá o enquadramento para compreender o cliente. 
Começa a ser construída desde o primeiro contato com o cliente e continua a aprimorar sua 
conceituação ao longo do tratamento. 
A formulação ajuda o terapeuta a planejar uma terapia eficiente e efetiva. 
Dando início ao processo de formulação de um caso: 
“Qual o diagnóstico do cliente?” 
“Quais são seus problemas atuais? Como esses problemas se desenvolveram e como são 
mantidos?” 
“Que pensamentos disfuncionais e crenças estão associados aos problemas? Que reações 
(emocionais, fisiológicas e comportamentais) estão associadas a esses comportamentos?” 
A seguir, formular hipóteses sobre o desenvolvimento do problema: 
“Como o cliente vê a si mesmo, os outros, seu mundo pessoal e seu futuro?” 
“Quais são as crenças subjacentes (incluindo atitudes, expectativas e regras) e 
pensamentos?” 
“Como o cliente está enfrentando suas cognições disfuncionais?” 
“Que estressores contribuíram para o desenvolvimento dos seus problemas psicológicos 
atuais ou interferem na resolução desses problemas?” 
“Que experiências anteriores podem ter contribuído para os problemas atuais? Que 
significado o cliente extraiu dessas experiências e que crençasse originaram delas?” 
“Que mecanismos foram desenvolvidos para enfrentar as crenças disfuncionais?”
O Modelo Cognitivo
Premissa: percepções que uma pessoa tem dos eventos influenciam as emoções, os 
comportamentos e a fisiologia.
Situação/evento
Reação 
(emocional, 
comportamental
, fisiológica)
Pensamentos 
automáticos
Não é a situação em si que determina o que a pessoa sente, mas como ela interpreta uma 
situação. 
Exemplo: vários alunos leem o mesmo texto de TCC 
“Isso faz sentido. Finalmente um livro que vai me ensinar a ser um bom terapeuta” (sente-
se animado e continua a leitura) 
“Esta abordagem é muito simplista. Nunca vai funcionar” (desapontado, fecha o livro) 
“Não era o que eu esperava. Que desperdício de dinheiro” (desgostoso, descarta o livro) 
“Eu preciso aprender isso. E se eu não conseguir entender? E se eu nunca for bom 
nisso?” (ansioso, continua lendo repetidamente) 
“Isso é muito difícil. Eu sou tão burro. Nunca vou conseguir ser terapeuta” (triste, liga a 
TV).
A forma como as pessoas interpretam e pensam a respeito de uma situação está associada a 
como as pessoas se sentem e como se comportam. 
! A resposta emocional é mediada pela percepção da situação. 
Os terapeutas estão mais interessados no nível de pensamento que pode operar 
simultaneamente com o pensamento mais óbvio, de nível mais superficial.
Aula de TCC
Parte da mente 
focada nas 
informações
Pensamentos 
rápidos e 
avaliativos
Pensamentos 
automáticos
Pensamentos automáticos: parecem surgir espontaneamente, são rápidos e breves. 
Podemos nem perceber esses pensamentos. É muito mais provável que estejamos 
conscientes da emoção ou do comportamento que se segue. Mesmo quando há consciência 
dos pensamentos, é provável que os aceitemos, acreditando que eles são verdadeiros. 
Identificar pensamentos automáticos 
• Dar atenção às mudanças no afeto, comportamento ou fisiologia. 
• Perguntar-se: “O que estava passando pela minha cabeça?” 
Ao identificar um pensamento automático 
! Poderá avaliar a validade do pensamento. 
Muitas coisas a fazer ! “Eu nunca vou conseguir terminar tudo” 
• Teste da realidade: relembrar experiências e lembrar a si mesmo “Está tudo bem. Você 
sabe que sempre consegue fazer o que precisa”.
Quando a interpretação errônea de uma situação é corrigida, provavelmente o humor 
melhora e o indivíduo se comporta de maneira mais funcional e/ou as reações fisiológicas 
diminuem. 
• Em termos cognitivos: quando pensamentos disfuncionais são sujeitos à reflexão 
objetiva, as emoções, o comportamento e a reação fisiológica do sujeito geralmente se 
modificam. 
De onde surgem os pensamentos automáticos? 
O que faz uma pessoa interpretar uma situação diferente de outra? 
Por que uma mesma pessoa pode interpretar o mesmo evento de forma diferente de outra 
vez? 
Resposta relacionada com fenômenos cognitivos mais permanentes
Crenças
Crenças centrais: compreensões duradouras tão fundamentais e profundas que 
frequentemente não são articuladas nem para si mesmo. A pessoa considera essas ideias 
como verdades absolutas. 
• No começo da infância as crianças desenvolvem determinadas ideias sobre si mesmas, 
sobre outras pessoas e o seu mundo. 
“Isso é muito difícil. Eu sou tão burro. Nunca vou conseguir ser terapeuta” 
• Frequentemente tem uma preocupação similar diante nova tarefa (aprender uma nova 
habilidade no computador, descobrir como montar uma estante de livros ou pedir um 
empréstimo bancário) 
• Crença central: “Eu sou um incompetente” 
• Opera quando está em estado depressivo ou na maior parte do tempo. 
• Quando ativada, o leitor interpreta as situações por meio de sua crença.
O leitor tende a focar seletivamente nas informações que confirmam sua crença central, 
desconsiderando ou desvalorizando informações contrárias. 
Ex.: 
• Não considerou que outras pessoas competentes poderiam não entender completamente 
o material na primeira leitura. 
• Não levou em consideração que a autora pode não ter apresentado o material 
adequadamente. 
• Não considerou que a dificuldade de compreensão poderia ser derivada da falta de 
concentração. 
• Esqueceu que frequentemente tinha dificuldades iniciais diante novas informações, mas 
que depois tinha domínio sobre o assunto. 
❖ A crença central foi ativada e ele automaticamente interpretou a situação de forma 
negativa e autocrítica
Eu sou 
incompetente
- 
Dificuldades com 
novas habilidades PC
- 
Dificuldades para 
pedir um empréstimo
- 
Mas eu não merecia
- 
Mas levei muito 
tempo
+ 
Elogio do 
chefe
+ 
Escolhi 
plano de 
saúde
+ 
Paguei as 
contas no 
prazo
+ 
Arrumei a 
tubulação
Crença central: nível mais fundamental da crença. Ela é global, rígida e 
supergeneralizada. 
Pensamento automático: é específico para as situações e pode ser considerado 
como o nível mais superficial de cognição. 
Regras e pressupostos 
As crenças centrais influenciam uma classe intermediária de crenças, que são 
as regras e os pressupostos. 
Exemplo de crenças intermediárias do leitor: 
• Regra: “Desistir se um desafio parece muito grande”. 
• Pressupostos: “Se eu tentar fazer alguma coisa difícil, vou falhar. Se eu 
evitar fazer, ficarei bem”.
Essas crenças intermediárias influenciam a visão da situação, que, por sua vez, influenciam 
o pensamento, sentimento e o comportamento. 
Crenças centrais ! crenças intermediárias ! pensamentos automáticos 
Surgimento de crenças centrais e intermediárias 
• Desde os primeiros estágios de desenvolvimento, as interações das pessoas com o 
mundo e com outras pessoas conduzem a determinados entendimentos: suas crenças, as 
quais podem variar na acurácia e funcionalidade. 
Crenças disfuncionais podem ser desaprendidas e novas crenças baseadas na realidade e 
mais funcionais podem ser desenvolvidas e fortalecidas durante o tratamento. 
Maneira mais rápida de ajudar o cliente: modificação direta das crenças centrais o mais 
rápido possível. 
! Cliente tende a interpretar situações ou problemas de maneiras mais construtivas.
Curso habitual da TCC 
• Ênfase inicial na identificação e modificação de pensamentos automáticos que derivam 
de crenças centrais e em intervenções que modifiquem indiretamente as crenças 
centrais. 
• É mais fácil para o cliente reconhecer a distorção em seus pensamentos específicos do 
que a sua compreensão mais ampla de si mesmo, de seu mundo e dos outros. 
• Após repetidas experiências de alívio depois de trabalhar no nível mais superficial da 
cognição, o cliente fica mais aberto à avaliação das crenças. 
• A modificação mais profunda das crenças diminui a probabilidade de recaída.
Hierarquia da cognição
SITUAÇÃO/EVENTO
PENSAMENTO 
AUTOMÁTICO
REAÇÕES
COMPORTAMENTO EMOÇÃO
FISIOLOGIA
CRENÇA 
INTERMEDIÁRIA
CRENÇA 
CENTRAL
Hierarquia da cognição
Situação: leitura de 
um novo texto
PA: “Isso é muito difícil. 
Nunca vou entender” 
REAÇÕES
Evitar tarefa e ver 
TV Desânimo
Peso no corpo
C.I.:“Eu devo 
desistir se um 
desafio parecer 
muito grande”
CRENÇA 
CENTRAL: Eu 
sou 
incompetente
Hierarquia da cognição
Situação: perder a 
hora do trabalho
PA: “Eu não vou me 
adaptar ao novo horário” 
REAÇÕES
Sai sem tomar 
café Raiva
Taquicardia
C.I.: “Nunca 
consigo me 
programar”
CRENÇA 
CENTRAL: Eu 
sou 
irresponsável
Hierarquia da cognição
Situação: Tirar 0 na 
prova
PA: “Não consigo 
entender nada dessa 
matéria” 
REAÇÕES
Sair da aula e ir 
para casa Tristeza
C.I.: “Mesmo 
que eu estude, 
não consigo 
memorizar as 
coisas”
CRENÇA 
CENTRAL: Eu 
sou burro
Eu sou 
desvalorizado
Situação: Após ter limpado a casa, 
a mãediz: “você não limpou 
direito” 
Pensamento automático: “Não 
acredito que vou ter que limpar a 
casa novamente”
Reações: com raiva, limpa 
novamente.
Crença intermediária: “As pessoas 
não enxergam minha boa 
vontade”
Situação: professora diz – “você 
tirou 0 porque a resposta estava 
incompleta”
Pensamento automático: “Ela não 
podia ter me dado 0, eu fiz o que 
pude”
Reações: tristeza, coração 
apertado, começa a chorar.
Crença intermediária: “Nunca 
faço o suficiente par os outros”
Perguntas a serem feitas quando se conceituam clientes: 
• Como o cliente veio a desenvolver esse transtorno? 
• Quais foram os eventos, experiências e interações significativos na sua vida? 
• Quais são as crenças mais centrais do cliente sobre si, seu mundo e os outros? 
• Quais são as crenças intermediárias? 
• Que estratégias o cliente usou durante a vida para fazer frente a essas crenças 
negativas? 
• Que pensamentos automáticos, imagens e comportamentos ajudaram a manter o 
transtorno? 
• Como as crenças desenvolvidas pelo cliente interagiram com situações de vida para 
deixa-lo vulnerável ao transtorno? 
• O que está acontecendo na vida do cliente no momento atual e quais são as suas 
percepções?

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