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AULA 5 FUNÇÕES PSÍQUICAS E EXAME PSÍQUICO

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Funções psíquicas
exame psíquico
Disc.: Saúde Mental 
Profª. Ms. Angela Maria Lima Santos
Prof ª. Ms Marissol Bastos de Carvalho	
Aula 4
FUNÇÕES PSÍQUICAS
Percepção ou sensopercepção
Pensamento (conteúdo, curso e forma)
Orientação 
Memória 
Linguagem ou fala
Psicomotricidade
Afeto
Humor
Inteligência 
Atenção 
Consciência
Julgamento 
Insight
PERCEPÇÃO
	Capacidade que desenvolvemos de formar uma síntese de todas as sensações e percepções que temos a cada momento. 
	Para isso fazemos uso de todos os nossos sentidos. 
Alucinação
	Percepção sensorial falsa na ausência de estímulo externo real. 
 Tipos: auditiva, visual, tátil, olfativa, gustativa... 
	.
ALUCINAÇÃO
Auditiva: ouvir ruídos ou sons na forma de vozes, variam desde uma voz conversando com o cliente, até entre 2 ou + vozes sobre a pessoa; vozes de comando; pensamentos audíveis nos quais comentam o que ele está pensando.
Visual: lampejos de luz, figuras ou cenas elaboradas, pessoas (vivas ou mortas...)
Tátil: experiência de dor ou desconforto, espetadas, choques...
Gustativa: gosto de sangue, metálico!
Olfativa: odores como sangue, urina, fezes, odor de coisas podres...
Ilusão
	Percepção errônea, falsa resposta a um estímulo sensorial, ao contrário do que acontece nas alucinações, aqui existe um objeto real.
	O paciente geralmente vê pessoas, monstros, animais, entre outras coisas, a partir de estímulos visuais como móveis, roupas, objetos ou figuras penduradas nas paredes.
	PENSAMENTO
	Processo pelo qual associamos e combinamos os conhecimentos que já adquirimos no mundo e chegamos a uma conclusão ou a nova ideia. 
	Classificados de acordo com:
Processo (ou forma) 
Conteúdo 
Curso 
Processo ou forma do PENSAMENTO 
	Modo como se reúne ideias e associações, lógico/ilógico, coerente/incoerente.	
	Alterações do Processo ou forma 
Bloqueio
	Súbita interrupção no fluxo de pensamentos, antes da ideia ter sido completada. 
	Dificuldade de recordar. 	
	
Perseveração
	Dificuldade de mudar de um tema para outro, de se desvincular de uma ideia.
Tangencialidade
	Dificuldade de responder exatamente ao que foi perguntado. 
	O indivíduo entende a pergunta e responde algo próximo ao tema.
Salada de palavras
	Mistura de palavras e frases que não apresenta um sentido compreensível ou coerência lógica.
	Extremo da desorganização. 
Conteúdo do Pensamento
	Refere-se ao que uma pessoa realmente está pensando: idéias, crenças, preocupações, ...
	O significado é expresso na comunicação.
	Delírio
	Falsa crença, isto é, não compartilhada por outros, fora de sintonia com o nível de conhecimentos do indivíduo e seu grupo cultural, firmemente mantida, embora contrariada pela argumentação lógica e pela realidade social. 
		Pobreza de discurso
	Quando não há diminuição da quantidade do discurso, mas o material produzido traz pouca informação.
Obsessão
	Ideia ou impulso persistente e indesejado que não pode ser eliminado pela lógica ou raciocínios normais.
Curso do PENSAMENTO 
	Fluxo de pensamento. 
	Pode apresentar aceleração ou lentificação.
Fuga de ideias
	Salto verbal de uma idéia para outra, antes que a ideia precedente tenha sido concluída. 
	Ocorre perda da estrutura lógica do discurso, o indivíduo passa a fazer associações de palavras por semelhança sonora e baseadas em estímulos do meio.
	Ideias são fragmentadas.
Lentificação do pensamento
Suceder lento de ideias, é a diminuição do pensamento
	ORIENTAÇÃO
	Consciência de si mesmo em relação ao tempo, local ou pessoa.
	Desorientação
	Perda da consciência quanto à própria posição em relação ao tempo, espaço ou pessoas. 
	Tipos: tempo, lugar e pessoa.
	MEMÓRIA
	Capacidade, processo ou ato de recordar ou relembrar; capacidade de reproduzir o que foi aprendido ou vivenciado.
MEMÓRIA
Memória imediata
	Retenção imediata, isto é, eventos dos últimos dias.
	Memória recente
	Eventos dos últimos meses.
	Memória remota
	Eventos do passado distante.
	
Alterações quantitativas: amnésia, hipermnésia.
Amnésia: Perda da memória manifestada por incapacidade total ou parcial de recordar experiências passadas.
Hipermnésia: Aumento da capacidade
Alterações qualitativas: jamais vú, déja vú, falso reconhecimento. 
jamais vú: Falso sentimento de estranheza em uma situação que já se experimentou.
Déja vú: Ilusão de reconhecimento visual na qual uma nova situação é incorretamente considerada como uma repetição de lembranças anteriores. 
Falso reconhecimento: Identificação de uma pessoa por outra, inclusive com troca de nome. 
	LINGUAGEM/FALA
	Modo de comunicação que se caracteriza pelo uso de fonemas em combinação produzindo o conjunto de palavras de uma língua. 
	Pensamento reflete-se no discurso do indivíduo, sadio ou doente, e dependendo da adequação deste discurso é que se detectará alguma anormalidade.
	Pressão de fala
	Fala rápida, acelerada e excitada. 
	Às vezes, excede a capacidade da musculatura vocal para a articulação, levando a uma fala atrapalhada e indistinta. 
	De difícil interrupção.
Logorréia (Taquilalia) 
	Aumento da velocidade da fala.
	Bradilalia
	Diminuição da velocidade da fala.
	Mutismo
	Ausência de discurso.
	
	PSICOMOTRICIDADE
	Aspectos que incluem impulsos, motivações, desejos, vontades, instintos e anseios expressos pelo comportamento ou atividade motora do indivíduo.	
Compulsão	
	Impulso incontrolável para realizar um ato repetitivamente.
Estereotipia
	Repetição constante e quase mecânica de qualquer ação, desprovida de finalidade.
Lentificação Psicomotora	
	Retardamento dos movimentos e pensamento.
Agitação Psicomotora
	Excessiva hiperatividade, geralmente improdutiva e em resposta a tensão interna.
	AFETO
	Expressão externa da resposta emocional, estado emocional vivenciado. Tom emocional visível.
	Pode ser observado através da expressão facial.
	Pode ser congruente ou incongruente com o humor. 
	Afeto Adequado
	Variação na expressão facial, tom de voz e movimentos corporais. 	
Afeto Constrito/Restrito
	Redução na variação e intensidade de expressões 
	Afeto embotado
	Expressão da emoção mais reduzida ainda
	Afeto plano
	Não encontra-se qualquer emoção, voz monótona, rosto imóvel
Afeto inadequado 
	Desarmonia entre o tom emocional e a idéia que o acompanha.
HUMOR 
	É definido como uma emoção abrangente e constante, que colore a percepção que a pessoa tem do mundo.
	Tom emocional persistente, percebido ao longo de uma linha contínua normal de triste a alegre.
	Relato sobre seu estado emocional preponderante e reflete sua situação de vida. 
Alterações do humor 
	Eutímico: faixa normal
	Disfórico: estado de ânimo desagradável
	Irritável: facilmente provocado até a raiva
	Lábil : oscilações entre períodos de euforia e tristeza ou ansiedade	
 Deprimido: sentimento patológico de tristeza.
 Exaltado: ar de confiança e alegria, mais animado que o normal, mas não necessariamente patológico
	Euforia: intensa relação com sentimentos de grandeza
	Anedonia: perda do interesse e afastamento de todas as atividades regulares e prazerosas 
	INTELIGÊNCIA
	Capacidade para aprender e utilizar apropriadamente o que se aprendeu. 
	Consiste na habilidade para pensar e agir racional e logicamente.
	Relacionada com o vocabulário, grau de instrução e conhecimentos gerais.
Deficiência Intelectual
	Falta de inteligência a um grau no qual há interferência com o desempenho social e ocupacional: 
leve (Q.I. de 50 a 69)
moderado (Q.I. de 35 a 49)
grave (Q.I. de 20 a 34)
profundo (Q.I. abaixo de 20). 
	Herdado ou adquirido precocemente.
	ATENÇÃO
	É o direcionamento da consciência. Divide-se em:
 Voluntária
 Espontânea
	Atenção Voluntária
	Implica a capacidade de dirigir a atenção (sondagem), selecionar o foco (seletividade), mantê-la (tenacidade) e alternar o foco (alternância). 
	Atenção Espontânea
	Reações aos estímulos externos, independentemente da vontade do indivíduo atraindo-o, pode estar aumentada ou diminuída.
	
CONSCIÊNCIA
É a esfera psíquica que promove integração do indivíduo ao meio ambiente.
	Quando esta função psíquica está preservada, dizemos que a pessoa está lúcida, vigil ou consciente.
	A consciência pode sofrer alterações quantitativas e qualitativas	
CONSCIÊNCIA 
Alterações quantitativas: variam de acordo com o estado de vigília, que pode estar preservado (estado de vigília), aumentado (hiper vigília) ou diminuído (sonolência, obnubilação, torpor, coma, delirium).
	Avaliação através da Escala de Coma de Glasgow.
Alterações qualitativas: podem estar prejudicadas nas parafilias sexuais, transtornos alimentares nas crianças (pica), catatonia (negativismo).
INSIGHT 
	Grau de conscientização e compreensão do indivíduo que está doente.
INSIGHT 
	Negação completa da doença.
	Ligeira conscientização acerca do adoecimento.
	Consciência de estar doente, culpabilizando as pessoas ao redor.
	 
	EXAME PSIQUICO
	Estudo dos fenômenos psíquicos expressados, comunicáveis e dotados de algum significado.
O objeto de estudo são os produtos mentais normais e anormais que ocorrem no indivíduo.
DESCRIÇÃO GERAL
APARÊNCIA : É a impressão geral transmitida ao examinador ( estado geral de saúde e nutrição, idade aparente, postura, marcha, modos olhar, dilatação ou constrição das pupilas, expressão facial, vestuário ( incluir acessórios e maquiagem), higiene, corte de cabelo, barba, uso de piercings e/ou tatuagens.
Comportamento: adequação ou inadequação AO AMBIENTE, ATITUDES PARA COM O EXAMINADOR POR EXEMPLO: MOVIMENTOS CORPORAIS EXCESSIVOS OU REDUZIDOS.
ATITUDE: POSTURA ATIVA E COLABORATIVA, RESPONDENDO AS PERGUNTAS ADEQUADAMENTE OU IGNORAR INTENCIONALMENTE AS QUESTÕES E SOLICITAÇÕES DO EXAMINADOR(NEGATIVISMO ATIVO), OU O FARÃO POR SE ENCONTRAREM ALHEIOS AO QUE LHES É PEDIDO OU PERGUNTADO ( NEGATIVISMO PASSIVO).
Obs.: o contato com o examinador é sempre uma um impressão subjetiva. Cabe ao examinador não julgar os clientes. É importante frisar quanto ao comportamento e a atitude, postura do examinador.
REALIZAÇÃO DO EXAME PSÍQUICO
Técnicas de avaliação: perguntas claras e simples
Modo coerente e esquematizado, nunca interrogatório
Ideação suicida e ou homicida abordadas diretamente, sendo necessário questionar tentativas anteriores, verificação de avaliação de planos, disponibilidade de sistemas de suporte
Iniciar o exame através da observação de comportamento, como descrever a aparência e comportamento, quanto a psicomotricidade verificar o grau de movimentação, se há dificuldades com os movimentos em si, avaliar grau de consciência 
Questionar “onde você está hoje?”, “que dia é hoje?” para avaliar a orientação têmporo-espacial
Durante a interação com o cliente observar tom de voz, velocidade da fala, se há respostas monossilábicas, momentos de silêncio. Através da linguagem conferir se o cliente expressa suas ideias com clareza e a ocorrência de mudança de assuntos, não contestar as crenças delirantes
Perguntar se o cliente ouve ou vê coisas não compartilhadas por outras pessoas presentes no mesmo ambiente. Manter a atenção aos sinais indiretos de alucinação como solilóquios 
A afetividade (humor e afeto) é avaliada a partir dos sentimentos frente aos relatos
O cliente mantém-se atento durante a entrevista ou qualquer interferência o atrai e apresenta dificuldade em retornar
Indagar sobre a recordação dos eventos das últimas 24 horas para avaliar a memória recente
Constatar o que o cliente pensa sobre a situação atual, por exemplo, a sua compreensão em estar frente a um (a) enfermeiro (a)
Averiguar o estado de ânimo e de energia para a execução das atividades de vida diária
ESTUDO DE CASO 
	Jovem 22 anos, foi hospitalizado esta semana. Segundo o cliente brigou no barzinho da faculdade porque apareceram bocas, pássaros e dentes a se movimentarem dei um salto e distribui dentadas. Após o relato comenta do zumbido presente e que estranha o fato das pessoas ao redor não se incomodarem. Sabe que o ex-sogro (pai da ex-namorada) ao fazer os churrascos no domingo, como entregava os pratos, tinhas conhecimentos de magia e de fazer mal aos outros. De acordo com os pais, faz 2 meses que não mais sorri (era alegre), mal acompanha a faculdade, pois os colegas o prejudicam nas provas através de chips. Realize o exame psíquico
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	ALVARENGA PG, ANDRADE AG. Fundamentos em psiquiatria. São Paulo: Manole; 2008.
	CARVALHO MB. Psiquiatria para a Enfermagem. São Paulo: Rideel, 2012.
	KAPLAN HI, SADOCK BJ, GREBB JA. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artmed; 7ª ed, 1997.
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