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Prof. Ana Claudia 1 O uso do Prontuário do cliente pela Equipe de Enfermagem 2 Prontuário • O nome prontuário, provém do latim prontuarium, lugar em que se guardam as coisas que devem estar à mão, despensa, armário. • O prontuário médico é constituído de um conjunto de documentos padronizados, contendo informações geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência prestada a ele, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo. PRONTUÁRIO DO PACIENTE Administração Legal Pesquisa e Ensino Assistência Indicadores Epidemiológicos FUNÇÕES DO PRONTUÁRIO 5 História • Idealizado por Flexner em 1910. • Histórico de internações do paciente com o sistemas de serviços de saúde. 6 CONCEITO PRONTUÁRIO DE PACIENTES É o conjunto de documentos padronizados e ordenados, destinados ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente pelos serviços de saúde públicos ou privados. Resolução 1331/89, CFM 7 CONCEITO PRONTUÁRIO DE PACIENTES MS estabelece: O Prontuário é um conjunto de documentos padronizados, ordenados e concisos, destinado ao registro dos cuidados médicos e dos demais profissionais, prestados ao paciente em um estabelecimento de saúde. (Portaria do MS/SAS/92) 8 A Portaria do MS/SAS/40 de 30/12/92 institui: Registro obrigatório em prontuário único, das atividades desenvolvidas pelas diversas categorias profissionais: • Enfermeiro/ Médico/ Odontólogo • Assistente social/ Psicólogo • TO/ Nutricionista/ Farmacêutico, • Pessoal auxiliar. CONCEITO PRONTUÁRIO DE PACIENTES 9 DEFINIÇÃO SEGUNDO POTTER (2004): “É a documentação legal permanente das informações relevantes para o gerenciamento do cuidado de saúde de um cliente. Em cada visita ao hospital ou instituição de cuidados de saúde, as informações sobre o cuidado de saúde do cliente devem ser registradas, fornecendo uma narrativa contínua das necessidades e do estado de saúde do cliente”. 10 Fonte: Johns Hopkins Nursing School by Dra. Heimar Marin “Na tentativa de chegar à verdade, eu tenho buscado, em todos os locais, as informações; mas, em raras ocasiões eu consigo obter os registros hospitalares possíveis de serem usados para comparações. Estes registros poderiam nos mostrar como o dinheiro tem sido usado, o que de bom foi realmente feito com ele…”. Florence Nightingale- 1820-1910 11 A quem pertence o Prontuário? • 1. Ao profissional de saúde; • 2. Ao cliente; • 3. À Instituição de Saúde. 12 CONTEÚDO • Não existe legislação específica sobre documentos mínimos • INAMPS, OS5/83: Capa, Anamnese e exame físico, exames complementares, sumário de alta, identificação, evolução, prescrição, histórico de enfermagem, documentos específicos • COFEN • CFM • AMB • Comissão de Prontuário de cada instituição 13 Padrões de documentações COFEN Lei do exercício profissional no 7.498/86 Código de Ética de Enfermagem Resolução no 271/2002 Regulamenta ações do Enfermeiro na consulta, prescrição de medicamentos e requisição de exames. Resolução no 272/2002 Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE - nas Instituições de Saúde Brasileiras 14 LEGISLAÇÃO Lei no 7.498/86 • Art 8o - Ao Enfermeiro incumbe: I - privativamente: c) consulta de enfermagem f) prescrição de assistência de enfermagem II - como integrante da equipe de saúde: c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e em rotinas aprovada pela instituição de saúde; 15 LEGISLAÇÃO • Artigo 69 do Código de Ética Médica: "É vedado ao médico deixar de elaborar prontuário médico para cada paciente". • Artigo 39 do Código Ética Médica: "É vedado ao médico receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar em branco folhas de receituários, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos médicos." 16 PRAZOS DE ARMAZENAMENTO • CFM 1331/89: – O prontuário é de manutenção permanente pela instituição – Após decorrido o prazo de 10 anos a partir do último registro, o PP pode ser substituído por outras formas de registro • Art 177 Código Civil: as ações prescrevem ordinariamente em 20 anos • ECA: os prazos são considerados a partir dos 18 anos. 17 18 Documentos de Enfermagem no ANAMNESE E EXAME FÍSICO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM FOLHA DE CONTROLE INTENSIVO EVOLUÇÃO DE TRANSFERÊNCIA EVOLUÇÃO DE ALTA FICHA DE PRÉ-OPERATÓRIO 20 ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM E EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM Anotação Evolução Dados brutos Dados analisados Elaborada por toda equipe de enfermagem (enfermeira, técnico e auxiliar de enfermagem) Elaborada apenas pelo enfermeiro Referente a um momento Referente ao período de 24h Dados pontuais Dados processados e contextualizados Registra uma observação Registra a reflexão e análise de dados 21 REGRAS BÁSICAS O adequado preenchimento do prontuário garante a qualidade da assistência: • A facilidade da recuperação de informações para pesquisa, • A comunicação entre profissionais, • A documentação legal do atendimento prestado. Todos os profissionais que atuam no hospital DEVEM zelar pela sua qualidade. 22 Os registros no prontuário de pacientes devem ser feitos: • forma legível, • com caneta de tinta preta ou azul. Atenção: Não se permite o uso de carbono, canetas com tinta de outra cor. 23 Relatam que as anotações expressam, principalmente, o cumprimento das prescrições médicas e a execução das atividades de rotina do serviço, com conteúdos simples, incompletos, fragmentados e repetitivos 24 • Os registros, feitos em qualquer tipo de documento do prontuário (evolução, prescrição, nota de alta, etc) devem ser devidamente : • A assinatura do profissional responsável, • Nome legível, • Número do seu registro profissional • Data. Ex: Dr.ª Diana Duarte Enfermeira COREN-PE 10001 • Em caso de anotações feitas por doutorandos e acadêmicos, é exigida sua assinatura e nome legível. 25 É vedada: • A rasura • A destruição de documentos do prontuário • A colocação de observações em documentos pré-existentes como laudos de exames ou de consultorias • O uso de borracha • O uso de corretivos ou similares • Riscar o documento por cima, várias vezes 26 A anotação deve servir como instrumento no processo de tomada de decisão e esta pode surgir a partir da análise das condições do paciente. IMPLANTAÇÃO DE ROTEIRO NORTEADOR E TREINAMENTO 27 Na evolução: colocar a seguir da informação, que o registro foi nulo e seu motivo, pode-se colocar um risco em diagonal se for um texto muito grande, mas justificar abaixo o motivo porquê foi nula a informação. Nos controles intensivos: colocar na observação que o registro foi nulo, pode-se colocar um risco por cima da informação a informação do erro deve ser clara e objetiva. Colocar a seguir a informação correta. Se forem verificados erros ouenganos, estes devem ser apontados e corrigidos em um registro posterior, que faça referência aos problemas encontrados. 28 Não é permitido o arquivamento de documentos que não façam parte do conjunto oficial de documentos do prontuário, como resultados de exames realizados em outros locais, encaminhamentos de outros serviços, etc. As informações relevantes nestes contidas deverão ser transcritas nas folhas de anamnese ou de evolução. São exceção a esta regra os laudos descritivos extensos (quimio, radio, etc). 29 A preservação do sigilo e da privacidade das informações sobre o cliente é dever e responsabilidade de todos os envolvidos no processo assistencial e o não cumprimento desta determinação se caracteriza como infração ética e legal. O acesso a estas informações só é permitido a pessoas autorizadas pelo Hospital, não sendo também permitida a reprodução, utilização e divulgação de documentos dos prontuários para qualquer fim, SEM A AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL. 30 SIGILO E PRIVACIDADE Código de Ética Art. 26 Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito da Assistência de Enfermagem, possíveis benefícios, riscos e consequências que possam ocorrer; Art. 29 Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional, exceto nos casos previstos em lei; 31 NÃO FAZER! 32 NÃO FAZER! “ DESABAFOS” 33 34 JUSTIFICATIVAS Acusações 35 36 Prontuário Eletrônico (PE) O Institute of Medicine (IOM, 1997), entende que o prontuário eletrônico do cliente é “um registro eletrônico que reside em um sistema especificamente projetado para apoiar os usuários fornecendo acesso a um completo conjunto de dados corretos, alertas, sistemas de apoio à decisão e outros recursos, como links para bases de conhecimento médico”. • O PE, um repositório onde todas as informações de saúde, clínicas e administrativas, ao longo da vida de um indivíduo estão armazenadas, e muitos benefícios podem ser obtidos deste formato de armazenamento. Prontuário Eletrônico (PE) Vantagens e Desvantagens do prontuário em papel e do PE • O modelo de prontuário em papel, considerando o volume de informações e a estrutura de organização da informação em saúde, não é mais suficiente para atender as necessidades. Principais vantagens do prontuário de Papel • Pode ser facilmente carregado • Maior liberdade de estilo ao fazer um relatório • Facilidade para buscar um dado; • Não requer treino especial, não “sai do ar ” como ocorre com computadores. Desvantagens Prontuário Papel • Só pode estar em um lugar ao mesmo tempo – pode não estar disponível ou mesmo ser perdido. • Conteúdo é livre, variando na ordem, algumas vezes é ilegível, incompleto e com informação ambígua. • Para estudos científicos, o conteúdo precisa ser transcrito, o que muitas vezes predispõe ao erro. • As anotações em papel não podem disparar lembretes e alertas aos profissionais. Benefícios do PE: • Acesso remoto e simultâneo: vários profissionais podem acessar um mesmo prontuário simultaneamente, de forma remota e a partir de qualquer lugar. Com a possibilidade de transmissão via Web, profissionais podem rever e editar os anotações/ evolução de seus clientes. • Legibilidade: registros feitos à mão são difíceis de ler, na maioria das vezes. Os dados na tela ou mesmo impressos são muito mais fáceis de ler. • Confidencialidade dos dados do cliente: o acesso ao prontuário pode ser dado por níveis de direitos dos usuários e este acesso ser monitorado continuamente. Auditorias podem ser feitas para identificar acessos não autorizados; • Integração com outros sistemas de informação: uma vez em formato eletrônico, os dados do cliente podem ser integrados a outros sistemas de informação e bases de conhecimento, sendo armazenados localmente ou a distância. • Assistência à pesquisa: o dado estruturado pode facilitar os estudos epidemiológicos • Saídas de dados diferentes: o dado processado pode ser apresentado ao usuário em diferentes formatos: voz, imagem, gráfico, impresso, e- mail, alarmes e outros. • Acesso rápido aos problemas de saúde e intervenções atuais; • Acesso a conhecimento científico atualizado com consequente melhoria do processo de tomada de decisão; • Melhoria de efetividade do cuidado, o que por certo contribuiria para obtenção de melhores resultados dos tratamentos realizados e atendimento aos pacientes; • Possível redução de custos, com otimização dos recursos Desvantagens do PE • Necessidade de grande investimento de hardware e software e treinamento. Os usuários podem não se acostumar com os procedimentos informatizados. • Estar atento a resistências e sabotagens. • Demora para ver os resultados do investimento. • • • Sujeito a falhas tanto de hardware quanto de software; sistema. • Inoperante por minutos, horas ou dias que se traduzem em informações não disponíveis. • Dificuldades para a completa e abrangente coleta de dados. 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 48 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 49 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 50 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 51 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 52 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 53 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 54 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 55 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 56 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente 57 REGRAS BÁSICAS- CONCLUSÃO O não cumprimento destas regras dificulta a comunicação adequada entre os diferentes profissionais envolvidos com a atenção aos clientes, prejudicando a qualidade desta assistência, da pesquisa e do ensino, além de tornar o prontuário inadequado do ponto de vista legal. 58 Auditorias CONCLUSÃO • O Prontuário do cliente é um documento de importância fundamental para garantir a qualidade da assistência continuada ao mesmo, do ensino e da pesquisa e para assegurar ao profissional de saúde e ao paciente o atendimento de todos os seus direitos e deveres. • O cumprimento das questões referentes ao conteúdo completo e de qualidade, à correta identificação do responsável, aos prazos de armazenamento e, principalmente, ao sigilo, privacidade e segurança das informações dos prontuários, é um compromisso legal e ético assumido por todos os médicos e é o seu principal argumento de defesa quando necessário. 59 Referência • Potter E Perry. Fundamentos De Enfermagem, 2013, Guanabara Koogan, RJ. • Processo Consulta nº 1.401/02-Conselho Federal de Medicina (30/02), de 21 de junho de 2002. • Resolução COFEN 311/2007. Conselho Federal de Enfermagem. Disponível em: www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7323& sectionID=37. Acesso em: 02/02/2010. • Resolução COFEN-272/2002. Conselho Federal de Enfermagem. Disponível em: http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7 100§ionID=34 Acesso em: 02/02/2010. 60
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