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R. Santa Teresinha, 160 - Centro, São José do Rio Pardo - SP CEP 13720-000 - Tel.: (19) 3681-2655 ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS 2° SEMESTRE DE 2018 - 8° SEMESTRE DE ENGENHARIA CIVIL JÉSSICA DE ALMEIDA VASCONCELOS - RA: C40CJD-6 JOSÉ ROBERTO ROCHA JÚNIOR - RA: C242GI-4 MARCELO AUGUSTO DE SOUZA NATAL - RA: C5930I-4 NATÁLIA DE SOUZA ANDRADE OLIVEIRA - RA: C55021-3 WELINTON CASTRO ROCHA - RA: C643CJ-8 Trabalho apresentado à UNIP-Campus Rio Pardo vinculado às Atividades Práticas Supervisionadas, como parte dos requisitos para avaliação semestral, no Curso de Engenharia Civil. São José do Rio Pardo 2018 JÉSSICA DE ALMEIDA VASCONCELOS - RA: C40CJD-6 JOSÉ ROBERTO ROCHA JÚNIOR - RA: C242GI-4 MARCELO AUGUSTO DE SOUZA NATAL - RA: C5930I-4 NATÁLIA DE SOUZA ANDRADE OLIVEIRA - RA: C55021-3 WELINTON CASTRO ROCHA - RA: C643CJ-8 ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS 2° SEMESTRE DE 2018 – 8° SEMESTRE DE ENGENHARIA CIVIL Trabalho apresentado à UNIP-Campus Rio Pardo vinculado às Atividades Práticas Supervisionadas, como parte dos requisitos para avaliação semestral, no Curso de Engenharia Civil. São José do Rio Pardo 2018 RESUMO O trabalho de APS (Atividade Prática Supervisionada) é realizado semestralmente por alunos de graduação da UNIP- Universidade Paulista, com objetivo geral de propiciar uma fundamentação prática dos conceitos teóricos explorados na disciplina em questão levando em conta a interdisciplinaridade do curso. Neste semestre, a disciplina regente é “SISTEMAS ESTRUTURAIS – METAL E MADEIRA” onde a proposta é projetar um telhado em estrutura metálica levando em conta suas cargas permanentes e variáveis, calcular suas reações nas tesouras e dimensionar um elemento desta tesoura, além de criar uma maquete eletrônica 3D fidedigna ao exposto no projeto. Palavras-chaves: Engenharia Civil. Estrutura metálica. Telhado metálico. Calculo de terça. Atividade Prática Supervisionada. INTRODUÇÃO A estrutura metálica possui várias vantagens na área da Engenharia Civil, tais como: a grande variabilidade de formas, redução de tempo de construção, racionalização de materiais, alta resistência do material, além de garantir um canteiro de obras mais limpo e organizado. Traz como pontos negativos a questão logística no que diz respeito ao transporte das peças metálicas (processo esse que pode ser muito complexo dependendo da região de execução da obra e do tamanho das peças a serem transportadas), e requer também uma equipe qualificada para conseguir realizar a montagem da estrutura de forma assertiva. O avanço da tecnologia empregada no aço com o passar dos anos até os dias atuais, permite um grande campo de pesquisa, fato comprovado, por exemplo, com a adição de componentes químicos a liga de ferro e carbono, proporcionando um aumento na resistência do aço. A fabricação de estruturas em aço no Brasil teve início no século passado, mas ainda assim, seu uso em construções de edifícios é pouco utilizado no âmbito nacional, porém, atualmente a estrutura metálica vem ganhando um grande espaço na utilização em construções de pequeno e médio porte, como no caso de galpões comerciais e industriais metálicos, por se tratar de uma construção que apresenta uma série de vantagens incluindo a agilidade na sua execução. A garantia de sucesso na obra está atrelada ao planejamento, elaboração e estudo da finalidade da construção, independente do material utilizado na obra, é dever do engenheiro realizar o projeto buscando sempre reduzir os custos e garantir a qualidade. Neste projeto de uma cobertura metálica para um galpão com dimensões de 10m X 15m, abordaremos a finalidades dos elementos construtivos empregados na sua execução, atendendo as normas que regem esse tipo de construção. ELEMENTOS BÁSICOS DE UM TELHADO METÁLICO CONTRAVENTAMENTO É um sistema de proteção na Engenharia Civil contra a ação do vento em edificações de grande porte, evitando uma deformação. Em estruturas em aço, o contraventamento é feito a partir de barras finas com travamento em formato de um X, fazendo com que haja tração ao invés de flexão. O contraventamento tem como finalidade aumentar a rigidez. Em edificações de pequeno porte não é necessário considerar a ação do vento. FIGURA 01 - Contraventamento Fonte: WikiPedia[1: Wikipedia. Contraventamento. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Contraventamento>. Acesso em: 11 de novembro de 2018.] TERÇA A terça é o que dá sustentação ao telhado, fazendo com que as amarrações das peças metálicas fiquem firmes. São várias as vantagens da terça na cobertura metálica, entre elas: as estruturas são fabricadas de acordo com a necessidade de cada projeto, precisando apenas da instalação, deixando os canteiros de obras organizados; possui uma grande durabilidade, já que é uma estrutura fixa, entre outros. FIGURA 02 - Terça Fonte: DM Estruturas Metalicas[2: DM Estruturas Metálicas. Terças. Disponível em: <https: //www.dmestruturasmetalicas.com.br /t erca-estrutura-metálica/>. Acesso em: 11 de novembro de 2018.] TRELIÇA As treliças são bastante utilizadas na Engenharia Civil, é uma estrutura bidimensional ou tridimensional, que garante a forma da estrutura e também serve para evitar rompimentos, fazendo com que absorva todo impacto e peso da estrutura dividindo toda carga, sendo ligadas por nós. FIGURA 03 - Treliça Fonte: Galvaminas[3: Galvaminas. Disponível em: <http://www.galvaminas.com.br/blog/trelica-metalica-saiba-tudo-sobre-ela/>. Acesso em: 11 de novembro de 2018.] TESOURA A tesoura é um apoio dos telhados que cobrem grandes vãos, são um tipo de estrutura em treliça bi apoiada. FIGURA 04 - Tesoura Fonte: Galvaminas[4: Galvaminas. Disponível em: <http://www.galvaminas.com.br/blog/trelica-metalica-saiba-tudo-sobre-ela/>. Acesso em: 11 de novembro de 2018.] TIRANTE Os tirantes são peças estruturais que é formada por um ou mais elementos, que resiste às tensões de tração. FIGURA 05 - Tirantes Fonte: Galvaminas4 PERFIS SOLDADOS Os perfis soldados são usados em tesouras ou pilares, são chapas planas que são montadas a partir de soldas, formando o perfil I, seguindo a norma NBR5884/2005. FIGURA 06 – Perfil I Fonte: Próprio grupo O perfil I é dividido em três partes: CS – Coluna soldada VS – Viga soldada CVS – Coluna viga soldada FIGURA 07 – Partes do perfil I Fonte: Próprio grupo METODOLOGIA Para dimensionar a cobertura de um galpão comercial com duas aguas primeiramente foram decididas as dimensões a serem utilizadas: Vão transversais = 10 metros; Vão longitudinais = 15 metros; Pé direito = 6 metros; Espaçamento entre as tesouras de 5 metros. Outra consideração feita foi o tipo de tesoura a ser utilizado, que para o trabalho em questão foi escolhido uma tesoura treliçada trapezoidal (veja figura 08). Figura 08: Geometria da tesoura: Fonte: Próprio grupo Com as dimensões e perfil da tesoura foi decidido o material a ser utilizado: perfil “U” simples soldado e telha de alumínio galvanizado, e através do catalogo do fabricante retiramos todas as informações necessárias para definir as cargas como peso próprio, dimensões gerais, etc. Para o dimensionamento da tesoura que é o objetivo principal do trabalho foram realizados os seguintes passos: Definir a áreas de influência do telhado O telhado foi feito com duas aguas com 10% de caída e foram distribuídas 4 terças em cada agua com vão de 1,70 metros em cada e um beiral de 0,40cm de telhas. Figura 09: Áreas de influencia Fonte: Próprio grupo Área de influência das terças da metade do telhado, visto que os lados são simétricos, veja os cálculos utilizados para atingir tais áreas: T2= T3=1,7*5= 8,5 m² Definir as cargas nas terças Após encontrarmos a área de influência em cada terça e com o peso próprio dos elementos retirados dos catálogos,calculamos a carga nas mesmas devido ao peso próprio, veja a seguir: Cargas nas terças devido ao peso próprio: Peso próprio da telha: 4,85 Kg/m² = 0,048KN/m² Peso da terça = 6,8Kg/m = 0,068KN Carga de montagem= 1KN Beiral = 40 cm T1= (6,25*0,048) +0,34 +1=1,64KN T2=T3= (8,5*0, 048) +0,34+1= 1,74KN T4= (4,25*0, 048) +0,34+1=1,54KN Cálculo das tesouras: Encontradas as cargas nas terças partimos para o dimensionamento das tesouras (treliças), para isso os elementos devem ser analisados separadamente conforme figura abaixo: Figura 10: Elementos da tesoura Fonte: Próprio grupo Veja na tabela, as características e pesos de cada elemento: Tabela 01: Pesos e comprimentos das pernas e linhas da tesoura PERNA E LINHA Peça Tamanho (m) Peso (kgf/m) N° elementos Perna 5,08 4,48 2 Linha 5,00 4,48 2 Fonte: Próprio grupo Após coletados os dados, veja os cálculos: Peso total= (5,08+ 5,00) *2* 4,48 = 90,31 Kg Dividi por sete (terças)= 90,31/7= 12,90Kg = 0,129 KN (cada nós) Para o pendural principal, veja tabela 02 e os cálculos a seguir: Tabela 02: Peso e comprimento do pendural principal PENDURAL PRINCIPAL Peça Tamanho (m) Peso (kgf/m) N° elementos Pendural principal 0,50 3,41 1 Fonte: Próprio grupo Peso total = 0,50 *3,41= 1,70 Kg = 0,017KN (nó central) Agora, para as montantes. Veja a tabela 03 e os cálculos seguintes: Tabela 03: Peso e comprimento das montantes MONTANTES Peça Tamanho (m) Peso (kgf/m) N° elementos Montante 1 1,70 3,41 2 Montante 2 1,66 3,41 2 Fonte: Próprio grupo Peso total= (1,70+1,66) *2*3,41= 22,91Kg Dividi por 4 (montante) 22,91/4= 5,72 Kg = 0,057 KN (cada montante) Tabela 04: Peso e comprimento dos pendurais secundários PENDURAL SECUNDARIO Peça Tamanho (m) Peso (kgf/m) N° elementos Pendural sec. 1 0.33 2,31 2 Pendural sec. 2 0.17 2,31 2 Fonte: Próprio grupo Peso total = (0,33+0,17) *2*2,31=2,31Kg Dividi por 4 (pendural) 2,31/4= 0,5775 Kg = 0,0057 KN (cada pendural) Depois de encontradas a carga devido ao peso de cada elemento somou o valor obtido do carregamento do telhado e majoramos com um coeficiente para combinações normais em aço de valor 1,25 KN para encontrar o carregamento em cada no da treliça, fizemos os seguintes cálculos: T1 = 1, 64+0,129= 1, 76 KN * 1,25= 2,2KN T2=T3= 1, 74 +0,129 + 0,057+0, 0057=1, 93KN*1,25= 2,4KN T4= 1,54+1,54+0,129+0,017= 3,22KN*1,25= 4KN Definição dos esforços de tração e compressão Com as cargas em cada terça encontrada, utilizamos o programa Ftool para encontrar o esforço e o tipo sofrido em cada nó da terça, obtive os seguintes valores (veja figura 11). Figura 11: Cargas lançadas no Ftool Fonte: Próprio grupo Depois de adicionadas as cargas e feitas as modificações segundo orientações do próprio programa, foi gerado um gráfico de esforços axiais, no qual podemos verificar qual o elemento sofre os maiores esforços e também saber se esse esforço é tração ou compressão, sendo os valores negativos de compressão e tração positivos, veja na figura a seguir: Figura 12: Gráfico do Ftool de forças axiais Fonte: Próprio grupo Com base nos gráfico, tiramos os seguintes valores máximos de: Tração: 68,0KN Compressão: 68,3KN De posse dos maiores valores, dimensionaremos os elementos com base neles, para tal primeiramente devemos ver se o perfil escolhido com as dimensões especificadas no catalogo resiste a carga sofrida, para tal veremos o quanto o perfil resiste. Calculo da resistência do perfil Tração Tabela 05: Dimensões coletadas do catalogo do fabricante d (mm) b (mm) t (mm) Acm² PKgf/m Ix Iy 100 50 3,04 5,71 4,48 88,29 14,20 Fonte: GERDAU[5: Gerdau. Catalogo de estruturas metálicas. Disponível em:< https://www.gerdau.com/br/pt/produtos/perfis-estruturais-gerdau#ad-image-0>. Acesso em:23/11/2018.] Para L de solda= 100 mm, temos: 1,5b ≤ l ≤ 2.b: Ct=0,87 Para o calculo a tração, utilizaremos as formulas estudada em sala de aula referentes a seção bruta e a seção liquida, das quais o menor valor será tomado como resistência máxima a tração do perfil. Para a seção bruta, temos: Portanto, a tração resistida pelo perfil escolhido na seção bruta será: Rdt=129,77KN Para a seção liquida, temos: AN= Ag, definido ems ala de aula. Ae= Ct*An Ae=0,87*5,71 Ae= 4,96 cm2 Aplicando na fórmula, temos: Portanto, a resistência a tração da seção liquida será de: Rdt=146,96 KN Como definido anteriormente, o menor valor será tomado como resistência do perfil, assim o perfil escolhido tem uma resistência a tração de = 129,77KN. Compressão Para este calculo, seguimos os passos estipulados e aprendidos em sala de aula, utilizando a seguinte formula: O primeiro passo é a definição do btlim e o bt que define se quando o elemento é comprido ele sofre ou não flambagem local e no fim das considerações será tirado o valor de Q da formula acima, para tal veja os dados a seguir: Para a alma, temos: = Para Como: Para a mesa, temos: Para Assim obtemos: Para a flambagem global, utilizaremos a seguinte formula: Para a direção x do elemento temos: K=1 Ix=88,29 L=1,7m = 170cm, assim: =603,03KN Para a direção y do elemento temos: K=1 Iy=14,20 L=1,7m, assim: =96,98KN Adotar menor valor de Ncr, portanto =96,98KN Índice de esbeltez (ʎ) = = 1,2 Para ʎ < 1,5, como estudado em sala de aula temos: X= 0,55, assim: = 71, 38 KN Portanto resistência à compressão do elemento é de 71,38 KN. MAQUETE Para construir a maquete, foi utilizada a ferramenta SKETCHUP, o arquivo contendo a maquete segue em anexo. Abaixo, algumas vistas do projeto em 3d. Figura 13 – Vista frontal do telhado Fonte: Próprio grupo (Print do Sketchup) Figura 14 – Vista lateral do telhado Fonte: Próprio grupo (Print do Sketchup) Figura 15 – Vista em planta do telhado Fonte: Próprio grupo (Print do Sketchup) Figura 16 – Vista frontal com a cobertura metálica aplicada Fonte: Próprio grupo (Print do Sketchup) CONCLUSÃO Por fim, conclui-se que o trabalho obteve êxito, no qual fomos capazes de através dos conhecimentos obtidos em sala de aula, projetar um telhado metálico de duas aguas, no qual escolhemos os perfis que o constituiriam, além, de testar se os perfis suportariam as cargas sofridas por este telhado. Como visto no decorrer do trabalho, os elementos da tesoura sofriam de uma carga máxima de tração de 68,0KN e de compressão de 68,3 KN desse modo estes perfis teriam de resistir no mínimo a essas cargas. Após terem sido feitas todas as considerações ensinadas em aula e os cálculos necessários, observou-se que os dois perfis as quais as cargas estavam aplicadas, resistem na tração a mais do que o dobro necessário e na compressão a aproximadamente 10% a mais do que o solicitado. Não houve teste com outros perfis devido ao êxito do escolhido, porem com a aquisição de experiência e conhecimento técnico, seremos capazes de escolher o perfil que melhor se adeque a situação, levando em conta a economia e eficiência em termos de resistência e arquitetura. Trabalhos como esse são de grande valia na formação de futuros engenheiro civis, haja vista a necessidade do trabalho em equipe, além do conhecimento de ferramentas como Ftool e Sketchup que fazem parte do dia-a-dia dos profissionais da área e a aplicação pratica do conhecimento adquirido em sala de aula que desta forma consolida o conhecimento e cria ligações com outras matérias e estudos vistos anteriormente. BIBLIOGRAFIA [1] Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Contraventamento>. Acesso em: 11 de Novembro de 2018. Disponível em: <https://www.dmestruturasmetalicas.com.br/terca-estrutura-metalica/>. Acesso em: 11 de Novembro de 2018. [2] Galvaminas. Disponível em: <http://www.galvaminas.com.br/blog/trelica-metalica-saiba-tudo-sobre-ela/>.Acesso em: 11 de Novembro de 2018. Blogspot. Disponível em: <http://felipeschmitzhaus.blogspot.com/2015/04/voce-sabe-o-que-e-um-perfil-cs-vs-e-cvs.html>. Acesso em 16 de Novembro de 2018. [3] Gerdau. Catalogo de estruturas metálicas. Disponível em:< https://www.gerdau.com/br/pt/produtos/perfis-estruturais-gerdau#ad-image-0>. Acesso em:23/11/2018. [4] Escola de engenharia. Estruturas metálicas. Telhados metálicos. Disponível em:<https://www.escolaengenharia.com.br/estrutura-metalica/>. Acesso em: 23/11/18