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INICIATIVA POPULAR CONTRA A CORRUPÇÃO Lucas Gabriel Santos Souza1 RESUMO: Este artigo apresenta as medidas propostas através de iniciativa popular pelo Ministério Público Federal (MPF) destinado ao aperfeiçoamento do sistema jurídico no âmbito de combate à corrupção. O objetivo do artigo é analisar meios viáveis para o combate à corrupção, focando naqueles apresentados no ano de 2015 pelo Ministério Público Federal e batizado como “Dez medidas contra a corrupção” que possuem claramente o objetivo de impugnar a corrupção no país através de concessão de transparência para o judiciário e para o Ministério Público. Objetiva, de forma direta, explicar o que é o Tribunal de Contas e como o mesmo age no combate à corrupção. Palavras-Chave: Corrupção. Combate à corrupção. Ministério Público Federal, Ferramentas de combate à corrupção. ABSTRACT: This article introduces the measures proposals by way of popular initiative by Federal Public Ministry (“MPF”) the improvement of the legal system in the field of fight against corruption. The object of the article is to analyze viable means for the fight against corruption focusing on those presented in the year 2015 by Federal Public Ministry and named as "ten measures against corruption" which clearly aim to combat corruption in the country through the granting of transparency to the judiciary and for the Federal Public Ministry. This article also has the objective, in a direct way, to explain what the court of accounts is and how it acts in the fight against corruption. Keywords: Corruption, Fight against corruption, Federal Public Ministry, Ways to fight against corruption. 1 Lucas Gabriel Santos Souza, aluno do 5º período de Direito na Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: lucasouza357@gmail.com 1 Sumário 1 BREVE RESUMO SOBRE AS DEZ MEDIDAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL . 3 1.1 Prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação......... 3 1.2 Criminalização do enriquecimento ilícito de agentes .............................................. 4 1.3 Aumento das penas e crime hediondo para a corrupção de valores altos ........ 6 1.4 Eficiência dos recursos no processo penal ................................................................ 8 1.5 Celeridade nas ações de improbidade administrativa ............................................. 8 1.6 Reforma no sistema de prescrição penal .................................................................... 9 1.7 Ajustes nas nulidades penais ....................................................................................... 10 1.8 Responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa dois ...... 11 1.9 Prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro desviado .............. 12 1.10 Recuperação do lucro derivado do crime ................................................................. 13 2 CRIMINALIZAÇÃO DO ENRIQUECIEMNTO ILÍCITO DE AGENTES PÚBLICOS ......... 14 2.1 Demonstrativo sobre a questão ................................................................................... 14 2.2 Análise ................................................................................................................................. 14 3 RECUPERAÇÃO DO LUCRO DERIVADO DO CRIME ....................................................... 15 3.1 Demonstrativo sobre a questão ................................................................................... 15 3.2 Análise ................................................................................................................................. 16 4 RESPONSABILIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLITICOS E CRIMINALIZAÇÃO DO “CAIXA DOIS” ..................................................................................................................................... 16 4.1 Demonstrativo sobre a questão ................................................................................... 16 4.2 Análise ................................................................................................................................. 16 5 A CONSOLIDAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS ............................................................... 17 5.1 A importância do Tribunal de Contas dentro das medidas ao combate à corrupção ....................................................................................................................................... 17 5.2 A eficácia do Tribunal de Contas ................................................................................. 19 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 21 2 INTRODUÇÃO O artigo se inicia com a apresentação das medidas criadas pelo Ministério Público Federal, tais medidas foram criadas através de um projeto no ano de 2015, que desde o início possuía o claro objetivo de se integrar no sistema jurídico para que desta forma fosse dado a sua eficácia no âmbito político quando passou a tratar os casos de corrupção. O Ministério Público Federal coletou cerca de 1,7 milhão de assinaturas que seriam necessárias para a apresentação de tal projeto ao Congresso, como projeto de iniciativa popular, trazendo dez medidas que possuíam em sua essência o formato de se integrar ao meio jurídico para que dessa forma aumentasse a eficácia no combate à corrupção. O Conteúdo da proposta foi debatido em diversos setores do meio jurídico, recebendo críticas de juristas como o ministro do STF Gilmar Mendes, o ex-ministro do estado Eugênio Aragão e até mesmo de um dos funcionários que fazem parte do grupo anticorrupção do Ministério Público Federal Celso Antônio Três. O processo para que seja aprovada tais medidas se encontram paradas no Senado desde o ano passado. No tópico seguinte será apresentado três medidas selecionadas de uma forma que, trabalhadas em conjunto, poderiam ter uma grande eficácia quando utilizadas de forma unilateral. Medidas como as que serão apresentadas são importantíssimas para o projeto, pois desta forma mostra que o projeto como um todo foi estudado e analisado e depois apresentado, possuindo assim a forma necessária para ajudar os órgãos encarregados no combate à corrupção. Logo em seguida será tratado sobre o TCU (Tribunal de Contas da União), como essa instituição brasileira, que possui atribuições previstas na Constituição Federal para exercer a fiscalização contábil, financeira, operacional, orçamentária e patrimonial da União, trata a corrupção no país, de que forma ela se organiza para encontrar números fraudulentos dentro das contas da união e qual o entendimento da mesma quando se trata de tais assuntos. 3 1 BREVE RESUMO SOBRE AS DEZ MEDIDAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 1.1 Prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação Possuímos um grande círculo de corrupção no país, tanto no setor privado, quanto no público, mesmo não generalizando, é de conhecimento empírico que essa afirmativa é no seu sentindo mais amplo algo certo. Algo que é de natureza humana como a corrupção, o fato do homem estar sujeito ao erro, a mais especificamente, esse tipo de erro, a natureza fraca do homem o leva a se corromper, logo, englobando todo um meio nessa esfera de corrupção. O Ministério Público Federal, criou tal medida para que se quebre esse vício que encontramos no nosso país, buscando desta forma, integrar a população em um “debate”, aprimorando assim esses mecanismos que buscam enfrentar a corrupção e diminuir o sentimento de impunidade encontrado nasociedade. Sendo assim uma iniciativa que almeja a criação de mecanismos que se voltem à defesa ética e da moral dos cidadãos. Em um dos artigos que trata dessa medida, implica no gasto público de forma moderada para que ocorra o incentivo de uma cultura que seja totalmente contra a corrupção, a qual ainda se encontra presente no meio da sociedade em que vivemos. Essa foi uma das formas que Hong Kong usou para que sua posição subisse de em uma escala global de honestidade. Há de se trabalhar com a transparência para que assim haja um “gatilho” de honestidade na cultura popular, tal projeto trata esse meio como uma forma de assegurar a eficácia das medidas que ainda serão tratadas. Estatísticas seriam fornecidas pelos tribunais e pelo ministério público, para que toda a tramitação 4 de processos em cada órgão e em cada instância, para que assim esses órgãos possam avaliar medidas necessárias, para assim alcançarmos outra previsão constitucional, chamada de “razoável duração do processo”. A possiblidade de se realizar testes de integridade, que seria de acordo com o site do Ministério Público Federal “simulação de situações, sem o conhecimento do agente público ou empregado, com o objetivo de testar sua conduta moral e predisposição para cometer crimes contra a Administração Pública”. (MPF, 2015) Outra proposta da mesma seção, declara que haja um investimento entre 10 e 20% do dinheiro público em publicidade dos setores da administração pública em ações e programas de marketing para que a cultura anticorrupção seja instaurada, desta forma, conscientizando a sociedade sobre os danos que os mesmos sofrem e podem vir a sofrer devido o fenômeno “corrupção”. A última proposta da seção, trata sobre a segurança do relator, no caso, o indivíduo que desejar cumprir com seu dever como cidadão de relatar casos de corrupção que o mesmo presenciou. Em determinada proposta, o Ministério Público deve assegurar que a fonte da denúncia seja de total sigilo, para assim, proteger o noticiante do crime. 1.2 Criminalização do enriquecimento ilícito de agentes Desde o início da divisão de poderes, onde homens passam a possuir diferentes posições em diferentes cargos, em algum lugar de comando do estado, a sociedade passou a ser ferida com a corrupção, que no final, os atos de um político que comete tal alto corrupto aproveitando de seu status e poder no estado, reflete no meio em que o mesmo de certa forma comanda. Homens que possuem essa característica corrupta, sempre busca um fator que o favoreça de alguma forma, seja ela socialmente ou até mesmo, financeiramente. Logo, levando ao ponto de que o indivíduo corrupto passa a se enriquecer devido a sua corrupção, sua riqueza passa a ser uma riqueza ilícita, perante a essa situação, o Ministério Público Federal implantou entre suas propostas uma medida que trata especificamente disso. Com essa medida, o indivíduo que cria determinada riqueza de forma que não faça sentido com sua renda fixa, o estado passa a observar, logo, o criminalizando devido ao fato 5 narrado, desta forma, a eficácia seria quase que plena no quando se trata de descobrir os indivíduos envolvidos nessa situação de corrupção. Com várias formas de investigação, seria aberta uma investigação contra determinado investigado, para assim acontecer o devido processo, porém, nesse meio, descobrir a origem da corrupção ou conseguir provas que mostrem o fato precisa passar por um caminho um tanto dificultoso, levando assim, muitas vezes ao fracasso. Através dessa medida decorrida pela segunda medidas proposta pelo Ministério Público Federal o indivíduo passaria a responder pelo seu enriquecimento de forma diversa de sua renda, assim, o agente não ficaria impune mesmo nas situações em que no processo não fossem encontradas provas dos atos específicos que delimitaram a corrupção em questão até então praticados. Com todos os benefícios, há também disposto na mesma medida sobre uma grande desvantagem que dada as circunstâncias, seria clara o suficiente para buscar uma medida mais apropriada. O revés da situação seria o fato de que caso o agente fosse incriminado apenas pelo enriquecimento ilícito, poderia se dizer que dos outros crimes diversos que o mesmo supostamente cometeu, vieram a deixa- lo como inocente nesse ponto, logo, seria uma grande ineficácia para a justiça quando um suposto culpado, sai de um julgamento praticamente sem sofrer danos, deixando assim vários outros crimes de lado. Devido ao grande revés que essa medida poderia criar em determinadas situações em que o criminoso sairia praticamente safo de certas ações corruptas, o Ministério Público Federal calhou a criar uma outra medida dentro do mesmo artigo, uma medida que tipifica o enriquecimento ilícito contido no código penal. O fator maior nessa questão seria, através de provas concretas, comprovar os atos ilícitos desses agentes para que assim fossem aplicadas as sentenças cabíveis, comprovando assim a eficácia de todo um grande processo que se tramita no estado para que ocorra a diminuição da corrupção quando se trata em 6 criminaliza-las, levando assim, essa, como uma das formas de se combater os atos corruptos cometidos por funcionários públicos. Aqueles que deviam representar o povo de forma imparcial, acabam sendo os únicos responsáveis pela situação que o país se encontra, em um estado de colapso entre pessoas e a política, algo que deveria ocorrer de forma natural para que todas as outras questões fossem resolvidas através da democracia que o país supostamente possui. São situações que viraram pauta dentro da sociedade brasileira nos últimos anos: Desvio de verba; Tráfico de influência; Suborno e etc. A partir do momento que algum desses crimes é cometido logo vemos o reflexo do ato ilícito citado acima nas margens da sociedade. Por isso o tema deve ser colocado em pauta, por conta deste fato, é necessário discutir o assunto colocado em pauta, para que com análises o diagnóstico seja “receitado”. 1.3 Aumento das penas e crime hediondo para a corrupção de valores altos “A corrupção Mata, tira dinheiro da saúde. A prisão é de extrema importância em crimes de colarinho branco. Os padrões da penalização precisam ser maiores conforme aumentam os desvios, quem devia R$ 100 mil não pode receber como pena o pagamento de cesta básica” (Thaméa Danelon, 2015). Quando se trata de corrupção política, ocorre um processo grandioso para ser aberta toda uma investigação entre todos os possíveis agentes envolvidos em determinadas ações de corrupção, devido a lentidão do processo, a quantidade de indivíduos envolvidos, acaba dificultando a descoberta do até então suposto crime de corrupção. Quando, através de provas concretas, se descobre o crime de corrupção, devido todas as questões processuais que envolvem tal ação, como nulidades por exemplo, pode ser que ocorra de o agente não sofrer nenhum tipo de condenação, sem falar dos casos que a prescrição chega a extinguir o processo, levando assim, há absoluta impunidade do agente criminosos. Mesmo que o processo 7 até não chegou ao limite para que ocorra a prescrição, ocorre a demora absurda para a finalização do processo, levando até mesmo anos de burocracias do processo e, como mostra nos últimos casos que aconteceram no país, normalmente, as penas tendem a penas baixas, principalmente devido ao fato de que os fatores favorecem o ator que normalmente é classificado como um criminoso de colarinho branco. Devido a toda essa burocracia, levando assim a lentidão do todo o processo, a corrupção acaba sendo um crime de alto benefício e debaixíssimo risco, o que leva o homem a pensar somente uma vez antes de o praticar. Pois diferente de alguns outros crimes, a corrupção, praticamente, somente depende de uma questão racional, que leva em consideração os custos e os benefícios e os colocam em uma “balança”, onde também se coloca as personalidades cujo se denominam “honesto” e “corrupto”. São esses os fatos fundamentais da decisão se cometerem ou não tal ato corrupto: o “tamanho” da punição e as chances de o mesmo sofrer essa punição. Com todas as conturbações nesse processo, o Ministério Público Federal propôs como medida de seu projeto, transformar o crime de corrupção, em um crime de alto risco quando se leva em consideração seus resultados, levando assim, devendo assim, ter uma punição no mínimo razoável para com suas consequências, passando assim, a ser considerado um crime hediondo. A pena mínima do crime de corrupção, passaria a ser a prisão em regime semiaberto. Sendo aprovado tais medidas, as consequências seriam proporcionais, logo, levando o agente criminoso a colocar um peso maior em determinados atos, trazendo assim para a própria população, uma sensação justiça, pois isso poderia vir a diminuir novos casos de corrupção no país. Levando a medida a frente, também seria modificado alguns artigos regidos pelo Código Penal, escalonando todas as penas que envolvem o crime de corrupção, ou seja, a punição para tal crime seria maior, desta forma, tratando uma doença com a precaução do cometimento do mesmo. 8 1.4 Eficiência dos recursos no processo penal Como dito na medida anterior, é comum que processos envolvendo esses tipos criminais, venham a demorar anos para a sua conclusão. Devido a esse infeliz fato que engloba toda a nossa esfera jurídica, o Ministério Público Federal, através desta medida, planeja para que essa situação venha a mudar com tal determinação. Com tal medida, seria acrescentando algo Código de Processo Penal, novos artigos que estabeleceriam diversas possibilidades para que ocorresse a execução de forma imediata nas vezes em que o tribunal reconhece o possível uso de má-fé durante o processo para que o mesmo venha a atrasar com a quantidade de vezes que a parte busque recorrer determinadas sentenças. 1.5 Celeridade nas ações de improbidade administrativa Devidos aos diversos casos de improbidade administrava nos processos ainda em tramite, o Ministério Público Federal veio a recorrer para a criação desta medida como forma de criar uma forma de celeridade em tais processos, alterando redações dispostas no CPP, desta forma aumentando a eficácia do combate a corrupção, pois esse também é um meio que aqueles que se usam da má-fé também vem a usar deste para que a lentidão do processo os favoreça. Com a criação desta medida, isso iria se acabar, pois com a regras postas pela redação, a probabilidade de haver o erro deste tipo no processo seria baixíssima, partindo do princípio de que elas fossem de fato ter eficácia, essa acaba sento a maior discussão entrar aqueles que são favoráveis a tais medidas e aqueles que não são favoráveis, portanto, há de se fazer um estudo detalhado de todas as regras em busca de sua aprovação, mas que só assim, descobrirmos de fato se seria dada a eficácia nesta situação ou não. Além das regras impostas por essa medida, outras medidas que a mesma tomaria, seria com a criação de novas varas, turmas especializadas e câmaras para que fossem julgadas as ações deste tipo, e ações que viessem através da corrupção. Isso com certeza iria evitar os casos de improbidade administrativa nesse meio, como vem acontecendo diariamente. 9 1.6 Reforma no sistema de prescrição penal Como uma forma de acabar com o fato de que durante o processo se usar recursos simplesmente para tomar tempo, buscando a prescrição de tal, o Ministério Público Federal apresentou esta medida, trazendo métodos que serão eficazes para solucionar tal problema, e trazendo assim o favorecimento do princípio de tempo ágil nos processos. Esta medida prevê algumas alterações em artigos específicos do Código Penal, com foco principal naqueles que regem sobre o sistema prescricional, colocando assim um alvo no ponto de corrigir distorções que possam ocorrer no sistema. Uma das alterações propostas, rege especificamente sobre o artigo. 110 do Código Penal, o modificando em dois pontos principais. O primeiro ponto seria o seguinte: Aumentam-se em um terço os prazos da prescrição da pretensão executória, nos moldes em que ocorrem em vários outros países. O princípio subjacente à diferença entre os prazos prescricionais das pretensões punitiva e executória é de que, quando a pretensão de punir do Estado é coroada com a condenação, há uma firme manifestação de atividade estatal para promover a punição, o que justifica a dilação do tempo em que a inércia implicaria uma leitura de desinteresse estatal (MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, 2015, 6º medida contra a corrupção). Observa-se que no primeiro ponto de tal medida, o objetivo é destacar a diferença entres os dois tipos de prescrição das quais foram destacadas no artigo, desta forma possibilitando uma forma de tratar os agentes do processo com uma forma mais adequada e precisa, para assim alcançar o tempo necessário e objetivo do processo. Trazendo agora o segundo ponto, não menos importante de tal medida, que trata sobre a prescrição retroativa disposta no Código Penal, a medida dispõe o seguinte firmamento: 10 Extingue-se a prescrição retroativa, um instituto que só existe no Brasil e é um dos mais prejudiciais ao nosso sistema, por estimular táticas protelatórias, desperdiçar recursos públicos, punir um comportamento não culpável do Estado, bem como ensejar insegurança e imprevisibilidade (MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, 2015, 6º medida contra a corrupção). Esta medida é um tanto especifica, ela extinguiria com determinado tipo de prescrição, pois de acordo com o texto narrado, ela apenas prejudica o sistema judicial, logo, necessitando o sistema de sua extinção para um bom funcionamento como um todo durante os processos. Seguindo a medida como em seu decorrer, a mesma trata com modificações em outros artigos do Código Penal, são elas propostas para que se corrija “furos” e lacunas dispostas em suas regras, transformando-a assim em uma forma adequada para tratar dos casos de corrupção e até mesmo atingira outros casos específicos que poderiam se adequar à esses artigos até então modificados. Desta forma seria atingido com êxito em sua proposta final, que seria de certa forma dificultar para os indivíduos que buscam falhas no sistema para “joga- las” a seu favor, cavando cada vez mais um buraco nas regras dispostas pelo Código. Mudando assim, acarretaria uma grande mudança nesse meio. 1.7 Ajustes nas nulidades penais Esta medida traz em seu texto alterações especificas nos artigos 563 e 573 do Código Penal que trata sobre “nulidade”. É feito de alvo cinco objetivos com todas as propostas para alteração nesses artigos, trata-se de pequenas alterações em determinados artigos. Os objetivos buscados por essa alteração nos dois artigos citados, são os seguintes, respectivamente: Ampliar as preclusões de alegações de nulidades; 2) Condicionar a superação de preclusões à interrupção da prescrição a partir do momento em que a parte deveria ter alegado o defeito e se omitiu; 3) Estabelecer o aproveitamento máximo dos atos processuais como dever do juiz e das partes; 4) Estabelecer a necessidade de demonstração pelas partes do 11 prejuízo gerado por um defeito processual, à luz decircunstâncias concretas; e 5) Acabar com a prescrição com base na pena aplicada em concreto, evitando a insegurança jurídica em relação à pretensão punitiva estatal (MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, 2015, 7º medida contra a corrupção). O mesmo artigo dispões sobre novas adições no artigo 157 do Código Penal, introduzindo o balanceamento entre o direito e interesses quando tratarem da verificação antes de excluir determinadas provas. 1.8 Responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa dois Atualmente há trinta e cinco partidos políticos no Brasil, à princípio, eles servem para representarem formas diversas de ideais políticos, sendo uma organização integradas por indivíduos que normalmente possuem os mesmos princípios e ideais políticos, sendo assim, um pensamento comum em “x” partido. Cada partido político possui seus respectivos membros, logo, com trinta e cinco partidos, a quantidade de membros passa a ser um número grandíssimo, dificultando assim, qualquer tipo de investigação que possa ser feita em caso de corrupção política ou em qualquer outro tipo de crime. Visando tal fato, o Ministério Público Federal criou tal medida om a intenção de aglutinar a responsabilidade, logo, os partidos políticos passam a responder pelos seus membros. Tal medida, propõe uma modificação na dos partidos políticos, para os mesmos passarem a ter responsabilidade total sobre seus membros quando se tratar do crime de “caixa dois”, qualquer ato de algum membro de partido político que venha a se aproximar de determinado crime, seria responsabilidade do partido em que o mesmo se coliga. Desta forma, com toda a burocracia que se encontra dentro do processo, seria encontrado uma forma de agilizar por inteiro o processo na investigação, incriminação e identificação de provas nos crimes de não contabilização e não declarados de recursos financeiros pertencentes a determinados partidos. 12 1.9 Prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro desviado De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) o Brasil perde por volta de duzentos bilhões de reais por ano. É o valor suficiente para alcançar a internet banda larga alcançar 90% da população brasileira, se igualando a países como o Canadá e Estados Unidos da América de acordo com a Boston Consulting Group (BCG), empresa de consultoria empresarial fundada em 1963 na cidade de Boston, Massachusetts. Devido a tal grandeza do problema, colocando atenção no assunto, o Ministério Público Federal redigiu a medida de número nove, propondo uma breve e simples alteração no Artigo 312 do Código de Processo Penal, colocando em pauta a prisão preventiva do suposto culpado para que assim viesse evitar a “perda” deste dinheiro provido pelos agentes através de ato ilícito. Com tal alteração, leva-se o fato de que a medida prevê a prisão extraordinária para que de tempo o suficiente do órgão encarregado de buscar provas, localizações do dinheiro e até mesmo a sua devolução para os cofres públicos. Há quem critica tal medida pelo fato de que todas essas ações tomadas pelo sistema do Código de Processo Penal acarretam a uma imposição de “prisão de dívida”. No caso de ocultação de dinheiro desviado, sendo essa uma das possibilidades, se enquadraria no ato de lavagem de dinheiro. Portanto, tal medida não é nada mais do que uma simples prisão preventiva com os mesmos moldes dispostos no Código de Processo Penal, mesmo sendo uma medida que seja considerada excepcional, que apenas será solicitada quando houver ineficiência nos outros métodos aplicados, desta maneira, seria um processo de devolução do dinheiro desviado garantido pelo próprio processo em questão do Código de Processo Penal. A mesma medida propõe outra alteração, desta vez no artigo “17-C” da lei de lavagem de dinheiro de 1998. Com tal mudança, a eficiência para rastrear o dinheiro sujo seria muito maior, o que facilitaria tanto nas investigações de crimes mais graves, quanto nas investigações que se buscam o bloqueio de dinheiro obtido de forma criminosa. 13 Tal alteração sugere que os bancos passem a combater a lavagem de dinheiro, tendo o serviço moral de prestar determinadas informações de forma rápida para o Poder Judiciário, para que desta forma o processe se movimentasse de uma forma continua e rápida, englobando outras medidas como um todo, evitando que os culpados se desliguem do processo e sejam simplesmente “inocentados” por falta de provas ou até mesmo por prescrição do processo. A redação prevê multa de até dez milhões de reais aos bancos caso seja feito o contrário do que foi citado anteriormente, desta forma seria como um “empurrão” do poder judiciário aos bancos do país para que somente assim pudessem obter de forma célere devidas informações contundentes para que seja dada a continuidade e efetividade na continuação do processo. 1.10 Recuperação do lucro derivado do crime Dando conclusão as medidas oferecidas pelo Ministério Público Federal através de iniciativa popular, vem a décima proposta que traz duas claras mudanças que possuem o objetivo de fechar lacunas que até então estão abertas que possibilitam o agente passivo de conseguir vantagens que o mesmo não era suposto de conseguir no processo. A primeira alteração é a que se trata da criação do chamado “confisco alargado”, seria posta no artigo 91-A do Código Penal. Tal artigo rege sobre a possibilidade de colocar diferenças entre o patrimônio do réu que possui comprovação de que o mesmo adquiriu de forma licita e o patrimônio que o mesmo adquiriu através de práticas ilegal de crimes graves e que claramente geraram uma grande quantidade de dinheiro, o próprio texto traz exemplo de crimes como “crimes contra a Administração Pública” e o “tráfico de drogas”. De acordo com o texto posto pelo Ministério Público Federal dá a seguinte justificativa: “por atingir apenas o patrimônio de origem injustificada, vários tribunais no mundo já reconheceram que tal medida se harmoniza com os princípios constitucionais basilares em regimes democráticos”, (MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, 2015, 10º medida contra a corrupção), propondo esta como justificativa para tal medida viável para esta ação. A segunda alteração que o Ministério Público Federal é simplesmente trazer a chamada “ação civil de extinção de domínio” que consiste em cessar direitos 14 sobre a propriedade e de posse quando determinados bens fossem adquiridos através de métodos ilícitos. A alteração pretende trazer tal medida com os mesmos moldes propostos pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção (ENCCLA). Mesmo que haja outros projetos no Congresso Nacional que buscam esta medida, trouxeram nessa redação para enfatizar tal necessidade de tal, aproveitando também de seu poder por possuir vários órgãos públicos trabalhando no mesmo plano. 2 CRIMINALIZAÇÃO DO ENRIQUECIEMNTO ILÍCITO DE AGENTES PÚBLICOS 2.1 Demonstrativo sobre a questão O enriquecimento ilícito trata-se de quando determinado patrimônio ou até mesmo o padrão de vida de um agente público não condiz com seu salário. Desta forma o mesmo acaba por se juntar a uma atipicidade no sistema público, logo, o órgão possuidor da obrigação de julgar tal agente, deve por meios lícitos e abrangentes, tramitar o processo para que a justiça seja feita e a sociedade tenha seja livre e não refém de determinados políticos. Atualmente, o Brasil possui como forma de combate ao enriquecimento ilícito de agentes públicos somente o que lhe é disposto pela Lei nº 8429, de 2 de junho de 1992. Na Lei nº 8429, de 2 de junho de 1992, o enriquecimento ilícito ésubjugado como crime de improbidade Administrativa e será preenchido com as mesmas normas, não diferenciando os crimes na letra da lei, não levando em consideração todas as diferenças por serem crimes diferentes. 2.2 Análise Mesmo que essa a medida seja a de número dois das dez medidas propostas pelo Ministério Público Federal em 2015, possui a mesma relevância das outras quando tratadas de forma individual, porém, quando posta em conjunto com 15 outras duas medidas, podemos obter outras ideias sobre a informação anterior sobre elas possuírem a mesma importância. Tal proposta é uma medida recorrente nos debates sobre política no país, e, aos poucos o nosso poder jurídico vem tratando tais atos que até então deveriam ser prioridades desde o princípio como crimes que não podem ser deixados de lado no banco do réu, logo, a preocupação com o mesmo vem crescendo, desta forma, a opinião que condiz com o fato de que o agente público pode é o principal suspeito até que provem o contrário vem ganhando força no meio jurídico com o passar dos anos. Como exemplo disso, pode-se destacar a consideração do sistema de combate à lavagem de dinheiro, tal consideração vem de um grupo chamado “Grupo de Ação Financeira Internacional”, e dentro dele possui-se várias subseções, a condizente com a lavagem de dinheiro, tem a seguinte consideração sobre: Agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil ou em países, territórios e dependências estrangeiras, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e estreitos colaboradores (COAF, Resolução nº 16, de 28 de março de 2007) 3 RECUPERAÇÃO DO LUCRO DERIVADO DO CRIME 3.1 Demonstrativo sobre a questão O agente pesa todos as vantagens e possíveis desvantagens antes de cometer ato delituoso, após cometer o mesmo e obter sucesso, o efeito e o fruto daquele crime acaba sendo o resultado daquele ato criminoso, seja ela da forma que for. Logo, após o ato de corrupção que o agente foi partícipe do ato criminoso o mesmo obterá uma “gratificação” econômica revertida para os cofres públicos, esse fato narrado, é a descrição do que chamamos de confisco “clássico”, dispostos no artigo 91, inciso II, alíneas a e b do código penal. A segunda espécie de confisco é disposta pela Lei de nº 12.694 e é conhecido como “confisco de equivalência”, pois na mesma quando o objeto de perde, acaba por 16 se interagir com o resultado do crime que decorreu devido a atividade criminosa, mas somente objetos que possuem o valor proporcional. 3.2 Análise Um dos objetivos que ficam claro com tal medida, é a possibilidade do Ministério Publico poder requerer por direito o confisco daquele patrimônio que foi obtido de forma ilícita pelo agente criminoso, mesmo que não possua vínculo com o fato do agente estar sendo processado. Tal medida, visa o princípio da proporcionalidade, devido à grande relação que os crimes do âmbito econômico previstos pelo Código Penal com a necessidade de ressarcir o dano causado pelo acusado. 4 RESPONSABILIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLITICOS E CRIMINALIZAÇÃO DO “CAIXA DOIS” 4.1 Demonstrativo sobre a questão O partido político é o grupo possuidor de ideais, o que norteia a campanha de seus candidatos, logo, nada mais justo que o mesmo se responsabilizar pelos atos de seus candidatos, desta forma o Ministério Público Federal busca enraizar o partido para que haja uma rapidez maior na busca de provas concretas para determinadas ações criminosas e investigativas. Quando se trata da criminalização do caixa dois, é ligada ligeiramente a criação de normas que irão reger sobre tal situação que não se encontra na forma especifica e ideal para combater a corrupção no país, pois as regras presentes acabam dificultando o processo, pela lentidão, com tais medidas, a celeridade seria finalmente tomada como real princípio do processo, dando assim, a uma nova fase processual no meio jurídico. 4.2 Análise Desde que passou a vigorar a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, o governo brasileiro vem tentando a inovar esse meio para que a eficácia passe a ser 17 cada vez mais abrangente no meio em que é lhe dada as devidas medidas. Com esse projeto do Ministério Público Federal, se busca como foco principal estender aos partidos políticos exigências feitas nos dias atuais para quaisquer pessoas jurídicas. Como foco ramificado a causa principal, a medida tenta evitar por lacuna da lei, delitos que foram praticados em áreas diversas que possuam também diversas finalidades, como “estratégia de exclusão” ou “minoração das sanções”, atribuídas às formas disputadas através de eleição. Desta forma, a lei traz a responsabilidade objetivas das pessoas jurídicas por feitos que vão contra a administração pública, é certo também que os partidos políticos, responsáveis pela junção de ideais de seus respectivos candidatos, venham ser responsáveis pelos atos feitos pelos seus membros. Para tipificar como crime, o ato do “caixa dois”, a medida propõe a alteração da Lei das Eleições, Lei nº 9.504/1997. Essa lei apresenta “dignidade penal”, por conta de sua popularidade durantes as disputas eleitorais, que acabam desequilibrando tal pratica. 5 A CONSOLIDAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS 5.1 A importância do Tribunal de Contas dentro das medidas ao combate à corrupção O Tribunal de Contas da União é um tribunal administrativo cuja a responsabilidade é julgar as contas de administrações provindas de órgãos públicos e quaisquer outros bens de valores que união federal possui, abrangendo sua competência até as contas de pessoas que de certo modo, como a corrupção, prejudiquem a União Federativa do Brasil. É um órgão colegiado, o que significa que o mesmo toma suas decisões em um determinado grupo, no caso do Tribunal de Contas, são nove os ministros que o integram. Sua competência é regida por onze incisos no artigo 71 da Constituição Federal. No Inciso I, diz que o Tribunal de Contas possui a competência da “apreciação” de contas do Presidente da República, desde que com aviso antecipado, e sua elaboração deverá ser feita em sessenta dias após a contar de seu recebimento. 18 O Inciso II, dar ao Tribunal de Contas da União o direito de “julgar” as contas de quaisquer administradores e responsáveis por bens públicos Os meios de controle são através de fiscalizações contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, o objetivo principal em suma do órgão é garantir que o dinheiro do cofre público seja usado da maneira mais correta, ou seja, para o bem da sociedade como um todo, e não para aqueles que possuem o acesso direito ao cofre. Já o inciso III, pode ser vinculado diretamente à Súmula 347 do Supremo Tribunal Federal: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.” Isso significa dizer que os Tribunais de Contas, embora não detenham competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos em abstrato, pois essa prerrogativa é do STF, poderão no caso concreto, reconhecer a desconformidade formal ou material de normas jurídicas, incompatíveis com a manifestação constituinte originária (BULOS, 2012, p. 946). Com isso, destaca-se a possibilidade de os Tribunais de Contas não darem continuidade em determinados atos por considerarem inconstitucionais. Nos incisos IV, V e VI há a regência de diversas funções fiscalizadoras do Tribunal de Contas, através da realização de fiscalização e inspeções.No inciso VII, dá ao Tribunal de Contas da União o poder de fiscalizar qualquer recurso que a União passar para algum Estado, Município ou o Distrito Federal. O Inciso VIII, passa a obrigação do Tribunal de Contas prestar quaisquer informações ligadas ao lado financeiro para o Congresso Nacional. São descritas funções corretivas nos incisos IX e X, “que são desenvolvidas pelos Tribunais de Contas para garantir o cumprimento de suas atribuições” (FURTADO, 2018, p. 1138-1139). 19 Reunindo informações para compilar os mecanismos de aplicabilidade que se dão no combate a corrupção, chega-se nos seguintes pontos principais: prevenção, detecção, investigação, correção e monitoramento. A cada mecanismo é adicionada uma ramificação para que seja de forma direta ou indireta, útil na aplicação do mecanismo em questão. A responsabilização de cuidar de tais medidas não estão de forma adequada para que o Tribunal de Contas tem a jurisdição necessária para cuidar dos casos, logo, não possuir autonomia para o mesmo, sendo assim, o órgão deixa de obter toda a “experiência” que seria de suma importância no combate contra a corrupção no país. Outros órgãos, como o Ministério Público e a polícia, possuem jurisdições para “cuidarem” de casos envolvendo cidadãos comuns e empresas privadas, dando assim, certa limitação para o Tribunal de Contas atribuir seu objetivo como um todo diante do país do jeito que está, o ministro do Tribunal de Contas criticou de forma clara o sistema até então em regência do Tribunal, “as ferramentas atualmente disponíveis para o combate à corrupção não dão o resultado esperado” (CEDRAZ, 2014, XII congresso nacional do TCU). Embora o Tribunal de Contas seja um órgão que possui bons resultados em suas ações, o que falta para o mesmo se consolidar como um “super- herói” do combate à corrupção é possuir uma organização supranacional, para desta forma alcançar os meios necessários e assim obter eficácia em seu real objetivo, atuando assim de forma sistêmica no combate à corrupção diante de suas próprias normas e regras. 5.2 A eficácia do Tribunal de Contas Através do decreto 966-A2 foi instituído o Tribunal de Contas para a fiscalização das verbas públicas de modo geral. Desde a sua criação, inúmeros casos fraudulentos foram constados pelo Tribunal de Contas, e todos esses casos são devidamente documentados pelos mesmo. Tal fato vem crescendo cada vez mais 2 EMENTA: Cria um Tribunal de contas para o exame, revisão e julgamento dos aos concernentes à receita e despesa da República. Instituído em 07 de novembro de 1890 pelo ex-ministro da Fazendo Ruy Barbosa. 20 com o passar dos anos, mostrando assim certa ineficácia no processo de prevenção de atos ilícitos que possuímos até então para o combate à corrupção. Documentos disponibilizados pelo Tribunal de Contas da União, mostram os seguintes números tratando de valores “recuperados” e de atos feitos pelo Tribunal para combater tais atividades ilícitas. ITENS Ano/Resultado no período 2013 2014 2015 2016 2017 Montante envolvido nas medidas cautelares adotadas R$ 8,971 bilhões R$ 19,303 bilhões R$ 6,991 bilhões R$ 47,119 bilhões R$ 20,947 bilhões Montante resultante de condenações em débito e de multas R$ 1,103 bilhões R$ 2,079 bilhões R$ 6,661 bilhões R$ 2,461 bilhões R$ 2,943 bilhões Fiscalizações concluídas 809 680 595 628 545 Responsáveis inabilitados para o exercício de cargo em comissão 104 97 177 165 95 Responsáveis afastados do cargo em comissão --- --- --- --- 7 Pessoas jurídicas declaradas inidôneas 194 52 74 115 80 Arresto de bens solicitados 2 56 66 46 44 Atos de pessoal apreciados 101.436 105.035 83.007 80.997 76.442 Processos de Cobranças executivas (CBEX) formalizados 2.197 2.723 3.270 3.563 2.966 Montante envolvido nos processos de cobrança executiva R$ 567 milhões R$ 1,52 bilhão R$ 1,37 bilhão R$ 1,66 bilhão R$ 1,592 bilhão Analisando os dados disponibilizados pelo Tribunal de Contas da União, podemos chegar a conclusão quanto a eficácia do mesmo, da forma que se “encontra” muitos pecúlios públicos que deveriam ser destinados à população, porém, alcança somente indivíduos de conduta ilegal. Por outro lado, dá-se a questão, casos de corrupção estão aumentando com o tempo, ou só parecem crescer devido as investigações concretizadas nos anos atuais? É uma questão com resposta ambígua, pois somente investigando e descobrindo atos ilícitos de anos passados para a união respondesse tal questionamento. Sobre o valor de gastos com o Tribunal de Contas da União, a Secretaria-geral de Controle Externo do TCU diz: Ao valor dessas deliberações devem ser somados, como benefícios das ações de controle externo, os valores das condenações em débito e das 21 multas aplicadas (R$ 2.943.727.474,90). Assim, o benefício financeiro total mensurável das ações de controle, no ano de 2017, atingiu o montante de R$ 10.907.140.483,73, valor 5,65 vezes superior ao custo de funcionamento do TCU no período (R$ 1.927.065.928,14). 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O homem está passível a se tornar corrupto, e esse é um fator determinante para a sociedade, que acaba sofrendo com tais atos dos homens. Tal afirmativa fica ainda mais clara quando a sociedade passa a ter uma tolerância maior para com tal fenômeno denominado “corrupção”, colocar em vigência novas leis determinam fortemente o combate à corrupção. Com as dez medidas propostas pelo Ministério Público Federal, facilitaria a luta contra este fenômeno, proporcionando assim um aumento na eficácia dos órgãos que possuem tal designação, como o Tribunal de Contas da União. Sobre o Tribunal de Contas da União, mesmo com as dificuldades encontradas hoje em dia para combater tal ilicitude, o que restam ao TCU é concentrar toda a sua investigação para que o meios usados sejam suficientes, porém, com os dados analisados, pode-se chegar à conclusão de que não basta tais meios utilizados pelo TCU, mesmo com tamanha eficácia, ainda é pouco para encontrar redes corruptas que estão constantemente evoluindo graças ao aumentado de tecnologia e inovações que possuímos nos dias de hoje. Todas as medidas propostas pelo Ministério Público Federal devem ser analisadas antes de serem aprovadas para que haja desta forma uma otimização do tempo de eficácia, caso contrário, o tempo necessário para “concertar” tais medidas durante sua vigência seria algo que atrasaria todo o lado das investigações e poderia até mesmo diminuir a credibilidade daqueles que colocaram as proposituras em pauta. Tais medidas pretendem dar o andamento na velocidade necessária para o sistema poder ter uma eficácia maior, pois desta forma a justiça irá agir na sociedade. De acordo com o Ministério Público, as dez medidas são sustentadas por três pilares, são eles: prevenção, repressão com celeridade adequada e impunidade, 22 e terceiro e último, a recuperação dos prejuízos causados de forma monetária para os cofres públicos. Quando se trata da prevenção, o princípio é de que seja destinada uma parte do poder aquisitivo da repartição do Executivo para campanhas educativas contra a corrupção, desta forma, alterando a cultura vista hoje no país. Dando lugar ao segundo pilar citado, o aumento de pena para crimes de corrupção para pelo menos quatro anos, afirma Procuradora da República que: “São poucos os casos em que há punição real, exceto em operações como a Lava jato.Quando condenado, o réu recebe pena baixa, que não é compatível com o delito” (VALIENGO, Thaméa Denelon, 2016, FENAPEF). 23 REFERÊNCIAS 10 MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO. Objetivo geral das propostas. Disponível em: <http://www.dezmedidas.mpf.mp.br/apresentacao/objetivo-geral-das- propostas>. Acesso em: 22 set. 2018. BARRETO, Waléria Da Cruz Sá. O fortalecimento do Tribunal de Contas e a busca de um novo sistema de combate à corrupção. Controle, Doutrina e Artigos, [S.L], v. 10, n. 1, p. 243-256, jan. 2012. CÂMARA DOS DEPUTADOS. 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