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PORTUGUÊS
1Português
APOSTILAS OPÇÃO
1. Leitura e compreensão 
de textos: 1.1 Assunto. 1.2 
Estruturação do texto.
Interpretação de textoÉ muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos. Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos. 
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas 
entre si, formando um todo significativo capaz de produzir 
interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). 
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto 
original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. 
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. 
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma 
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
1. Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste 
caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem 
o tempo).2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: 
a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros 
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do 
texto) e semântico; 
Observação – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, 
sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
c) Capacidade de observação e de síntese e 
d) Capacidade de raciocínio. 
Interpretar X compreender 
Interpretar significa- explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.- Através do texto, infere-se que...- É possível deduzir que...- O autor permite concluir que...
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Compreender significa- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está escrito.- o texto diz que...- é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
- o narrador afirma...
Erros de interpretaçãoÉ muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: 
a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. 
b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. 
c) Contradição Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor 
diz e nada mais. 
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um 
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome 
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes 
relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe 
um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase.
qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. 
como (modo) 
onde (lugar) 
quando (tempo) 
quanto (montante) Exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto)Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria 
aparecer o demonstrativo O ). 
2Português
APOSTILAS OPÇÃO
Dicas para melhorar a interpretação de textos
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a 
leitura;- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo 
menos duas vezes;
- Inferir;
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor 
compreensão;
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada 
questão;
- O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Questões
( Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vunesp) O uso da bicicleta no BrasilA utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de transporte, um dos que oferecem mais vantagens. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e prioridade sobre os automotores.Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo 
e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha; a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos 
motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o 
favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito 
bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro, nos impostos.No Brasil, está sendo implantado o sistema de compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto 
em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletasestão espalhadas em pontos estratégicos.A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de 
um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas, ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes, discussões e acidentes que poderiam ser evitados. Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para 
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com 
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de locomoção nas metrópoles brasileiras
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra devido à falta de regulamentação.
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido incentivado em várias cidades.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela maioria dos moradores.
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os demais meios de transporte.
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade arriscada e pouco salutar.
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos objetivos centrais do texto é
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do ciclista.
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é mais seguro do que dirigir um carro.
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta no Brasil.
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de locomoção se consolidou no Brasil.
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve dar prioridade ao pedestre.
03. (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – 
Vunesp) Considere o cartum de Evandro Alves.
Afogado no Trânsito
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é
(A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
(B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
(C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
(D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
(E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
Televisão
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. 
Adaptado)
3Português
APOSTILAS OPÇÃOÉ correto concluir que, de acordo com o cartum, 
(A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro ou pela TV são equivalentes.
(B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma imaginação mais ativa.
(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém que não sabe se distrair.
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto assistir a um programa de televisão.
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo idêntico, embora ler seja mais prazeroso.
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp) Leia o texto para responder às questões: 
Propensão à ira de trânsitoDirigir um carro é estressante, além de inerentemente perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro 
do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como 
clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas também se engajam num comportamento de risco – algumas até 
agem especificamente para irritar o outro motorista ou impedir que este chegue onde precisa.Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá 
ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um motorista a tomar decisões irracionais.Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos. Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no momento.Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que 
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um 
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto comunitário do ato de dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o 
Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças aprendem que as regras normais em relação ao comportamento e à civilidade não se aplicam quando dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre com pressa para chegar ao destino.Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma situação de ira 
de trânsito, a descarga de frustrações pode transformar um incidente em uma violenta briga.Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está predisposta a apresentar um comportamento irracional quando 
dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior parte das 
pessoas fica emocionalmente incapacitada quando dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo quando estiver tentado a agir só com a emoção.(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/
furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado)
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é 
correto afirmar que
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à medida que os motoristas se envolvem em decisões conscientes.
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto comunitário do ato de dirigir.
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção agressiva.
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de experiências e atividades não só individuais como também sociais.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das emoções positivas por parte dos motoristas. 
Respostas
1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D) 
1.3 Ideias principais e 
secundárias. 1.4 Relação entre as 
ideias. 1.5 Efeitos de sentido.
Ideias Principais e Ideias SecundáriasEm todo argumento ou raciocínio existem ideias que são principais, ou seja, são os pontos destacados desse discurso pessoal.Ideias que valorizam determinado ponto de vista. Entretanto, estas ideias principais contam com o reforço das ideias secundárias, estas últimas que são muito valiosas e contribuem com aspectos positivos do ponto de vista pessoal.
Saber distinguir a ideia principal das complementaresUm dos pontos mais importantes na oratória consiste precisamente em saber diferenciar claramente quais são os pontos de destaque numa exposição oral e quais são asideias secundárias para poder contribuir com uma estrutura lógica nesta exposição.
Contribuir com argumentosDo mesmo modo, esta diferenciação também é essencial ao aplicar uma das técnicas de estudo mais habituais na compreensão de um texto: o sublinhado. Ao sublinhar em um texto as ideias destacadas com alguma cor chamativa é indispensável grifar apenas as informações que são valiosas. As ideias secundárias de um texto são aquelas que trazem informação complementar, ideias derivadas de um argumento principal. Atuam como se tratasse de um complemento.Existe uma relação de ligação entre a ideia principal e a ideia secundária de um texto, estão relacionadas entre si na 
qual o significado completo de uma ideia secundária pode ser compreendido melhor em relação ao ponto de vista principal. Estas ideias têm uma função de reforço na mensagem, como 
também trazem mais justificativas e aspectos concretos à mesma.
Como identificar a ideia principal do texto
O uso das ideias secundárias não significa dar rodeios. Existe um ponto importante para diferenciar qual é a ideia principal de um texto daquela que é secundária. A ideia principal é aquela que mesmo com a diminuição do parágrafo continua tendo 
o mesmo valor e significado por si só. Em compensação, não ocorre o mesmo com o resto das ideias.Esta aprendizagem tem grande valor, uma vez que permite melhorar a compreensão da leitura, da comunicação oral e a ter melhor domínio da linguagem através da expressão escrita com uma estrutura mais coerente. Por outro lado, esta compreensão 
traz mais eficiência para a comunicação.Para compreendermos um texto é necessário descobrir 
sua estrutura interna; nela encontraremos ideias principais e secundárias e precisamos descobrir como essas ideias se relacionam.As ideias principais giram em torno do tema central, de um 
assunto-núcleo contida no texto; a ela somam-se as secundárias, que só são importantes enquanto corroboradas do tema central.Se há ideias principais e secundárias, como ocorre relação 
4Português
APOSTILAS OPÇÃOentre elas?Muitas vezes, a técnica usada é a de explanação de ideias 
“em cadeia”; ocorre a explanação da ideia básica e, a seguir, o 
desdobramento dessa ideia nos parágrafos subsequentes, a fim de discutir, aprofundar o assunto.A clareza e a objetividade devem caracterizar a estrutura do texto, para que as ideias nela contidas possam atingir o propósito de sua mensagem. Tal propósito, por sua vez, pode ser alcançado através dos mecanismos linguísticos que se associam às relações de coordenação e subordinação de ideias-conjunções.Vejamos, pois, como uma série de enunciados simples, coordenados e relacionados pelo sentido, pode articular-se para formar um período complexo em que haverá uma ideia principal e outras que lhe servirão de suporte:Júlia chegou ao Chile em 1985.Ela não contava ainda com seis anos.Ela teve que acompanhar a família.Após a chegada, matriculou-se logo numa escola para estrangeiros.Ideia mais importante: a chegada de Júlia.Admitamos que o fato considerado mais importante seja a chegada de Júlia ao Chile. A versão do período poderia ser a seguinte:‘“Júlia, que não contava ainda com seis anos, chegou em 1985 ao Chile, para onde ela teve de acompanhar a família, matriculando-se numa escola para estrangeiros”.Da oração principal “Júlia chegou em 1985 ao Chile” dependem as demais.Fontes: http://professorvallim.blogspot.com.br/2010/12/interpretacao-de-texto.htmlhttp://queconceito.com.br/ideias-secundarias
1.7 Figuras de linguagem.
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem ou de estilo, de acordo com Renan Bardine, são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A 
palavra empregada em sentido figurado, não-denotativo, passa 
a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.
As figuras de linguagem classificam-se em:
1) figuras de palavra;
2) figuras de harmonia;
3) figuras de pensamento;
4) figuras de construção ou sintaxe.
1) FIGURAS DE PALAVRA
As figuras de palavra são figuras de linguagem que consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele 
convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.
São figuras de palavras:
 a) comparação e) catacrese
 b) metáfora f) sinestesia
 c) metonímia g) antonomásia
 d) sinédoque h) alegoria
Comparação: Ocorre comparação quando se estabelece 
aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer, assemelhar-se e outros.Exemplos: “Amou daquela vez como se fosse máquina. Beijou sua mulher como se fosse lógico.
Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta concha, o 
meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.”
Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:- A causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia Com suor e com cimento* Erguendo uma casa aqui Adiante um apartamento.” *Com trabalho.- O lugar de origem ou de produção pelo produto:Comprei uma garrafa do legítimo porto*. *O vinho da cidade do Porto.- O autor pela obra:Ela parecia ler Jorge Amado*. *A obra de Jorge Amado.- O abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração*. *Sentimento, sensibilidade.
Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:- O todo pela parte e vice-versa:
“A cidade inteira (1) viu assombrada, de queixo caído, o 
pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (2) de seu cavalo.”*1 O povo. 2 Parte das patas.- O singular pelo plural e vice-versa:
O paulista (3) é tímido; o carioca (4), atrevido.*3 Todos os paulistas. 4 Todos os cariocas.
- O indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum):
Para os artistas ele foi um mecenas (5). *5 Protetor.Modernamente, a metonímia engloba a sinédoque.
Catacrese: A catacrese é um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. 
É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito 
estilístico.” (Othon M. Garcia)
5Português
APOSTILAS OPÇÃOExemplos: folhas de livro, pele de tomate, dente de alho, montar em burro, céu da boca, cabeça de prego, mão de direção, ventre da terra, asa da xícara, sacar dinheiro no banco.
Sinestesia: A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser 
físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas 
(subjetivas).Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no 
quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal.” (Augusto 
Meyer)Antonomásia: Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue.Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, 
especificativo etc.) do nome próprio.Exemplos:
“E ao rabi simples(1), que a igualdade prega,
Rasga e enlameia a túnica inconsútil; *1 Cristo
Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)
O poeta dos escravos (= Castro Alves)
O Dante Negro (= Cruz e Souza)
O Corso (= Napoleão) 
Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas 
referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra 
que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico.Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a 
orquestra é excelente… (Machado de Assis)
2) FIGURAS DE HARMONIA
Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ou, ainda, quando se procura “imitar”sons produzidos por coisas ou seres.
As figuras de linguagem de harmonia ou de som são:
 a) aliteração c) assonância
 b) paronomásia d) onomatopéia
Aliteração: Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial da palavra.Exemplo: “Toda gente homenageia Januária na janela.”
Assonância: Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.Exemplo: “Sou Ana, da camada cana, fulana, bacanaSou Ana de Amsterdam.”
Paronomásia: Ocorre paronomásia quando há reprodução 
de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.Exemplo: “Berro pelo aterro pelo desterro
berro por seu berro pelo seu erroquero que você ganhe que você me apanhesou o seu bezerro gritando mamãe.”
Onomatopeia: Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.Exemplo: “O silêncio fresco despenca das árvores. Veio de longe, das planícies altas, Dos cerrados onde o guaxe passe rápido… Vvvvvvvv… passou.”
3) FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se 
referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
São figuras de linguagem de pensamento:
 a) antítese d) apóstrofe g) paradoxo
 b) eufemismo e) gradação h) hipérbole
 c) ironia f) prosopopéia i) perífrase
Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos 
almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
Apóstrofe: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” 
(Castro Alves)
Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade 
enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.
Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver;
 É ferida que dói e não se sente;
 É um contentamento descontente;
 É dor que desatina sem doer;” (Camões)
Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.
Ex:“E pela paz derradeira(1) que enfim vai nos redimir 
 Deus lhe pague” (Chico Buarque) *1 paz derradeira: morte
Gradação: Ocorre gradação quando há uma seqüência de 
palavras que intensificam uma mesma idéia.Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o 
passo.” (Castro Alves)
Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma 
idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo 
Bilac)
Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.
6Português
APOSTILAS OPÇÃOExemplo: “Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta:
 um amor.” (Mário de Andrade)
Prosopopéia: Ocorre prosopopéia (ou animização ou 
personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, 
sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: “O 
peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…”Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” 
(Raul Bopp)
Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice 
Lispector)
Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de 
palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.Exemplo: “Cidade maravilhosa Cheia de encantos mil Cidade maravilhosa
 Coração do meu Brasil.” (André Filho)
4) FIGURAS DE SINTAXE
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a 
desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.Elas podem ser construídas por:
a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
d) ruptura: anacoluto;
e) concordância ideológica: silepse.
Portanto, são figuras de linguagem de construção ou sintaxe:
 a) assíndeto e) elipse i) zeugma
 b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto
 c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise
 d) hipálage h) anacoluto m) silepse
Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por 
exigência das pausas rítmicas (vírgulas).Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, 
fundindo-se.” (Machado de Assis)
Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou 
oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” 
1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de 
sandálias…)
Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já expresso na 
frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.
Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes.” 1 1 Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”
Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.Exemplo: “Depois o areal extenso… Depois o oceano de pó… Depois no horizonte imenso
 Desertos… desertos só…” (Castro Alves)
Pleonasmo: Ocorre pleonasmoquando há repetição da 
mesma ideia, isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo literário: É o uso de palavras redundantes para 
reforçar uma ideia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia Quando com os olhos eu quis ver de perto Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto 
de Oliveira)“Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento de ideias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.Exemplos: subir para cima, entrar para dentro, repetir de novo, ouvir com os ouvidos, hemorragia de sangue, monopólio exclusivo, breve alocução, principal protagonista
Polissíndeto: Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige 
a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres,e as criadas das burguesinhas ricase as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” 
(Manuel Bandeira)
Anástrofe: Ocorre anástrofe quando há uma simples 
inversão de palavras vizinhas (determinante / determinado).
Exemplo: “Tão leve estou (1) que nem sombra tenho.” (Mário 
Quintana) *1 Estou tão leve…
Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” 1 (Carlos 
Drummond de Andrade)*1 As belas passeiam na Avenida à tarde.
Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” 1 (Camões)*1 A grita da gente se alevanta ao Céu.
Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a outro, na mesma frase.Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” 2 (Eça de 
Queiros) *2 … as lojas dos barbeiros loquazes.
7Português
APOSTILAS OPÇÃO
Anacoluto: Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais 
termos – que não apresentam função sintática definida – desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar 
nelas.” (Alcântara Machado)
Silepse: Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a ideia a elas associada.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há discordância entre 
os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” 
(Guimarães Rosa)
b) Silepse de número: Ocorre quando há discordância 
envolvendo o número gramatical (singular ou plural).Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário 
Barreto)
c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas 
pessoas.” (Machado de Assis)
Questões
01. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM 
BIBLIOTECONOMIA – FGV/2014 - adaptada). Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de 
linguagem figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.
02. (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR 
DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a 
figura de linguagem presente na tira seguinte:
(A) metonímia 
(B) prosopopeia 
(C) hipérbole 
(D) eufemismo 
(E) onomatopeia
03. (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
UFAL/2014)
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, horário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90 ºC. 
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para 
fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de linguagem. O 
autor do texto refere-se a qual figura de linguagem? 
(A) Eufemismo.
(B) Hipérbole.
(C) Paradoxo.
(D) Metonímia.
(E) Hipérbato.
04. (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/PI – 
ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL – UESPI/2014). A linguagem por meio da qual interagimos no nosso dia a dia pode revestir-se de nuances as mais diversas: pode apresentar-se em sentido 
literal, figurado, metafórico. A opção em cujo trecho utilizou-se linguagem metafórica é 
(A) O equilíbrio ou desequilíbrio depende do ambiente familiar. 
(B) Temos medo de sair às ruas. 
(C) Nestes dias começamos a ter medo também dentro dos shoppings. 
(D) Somos esse novelo de dons. 
(E) As notícias da imprensa nos dão medo em geral.
05. (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG – 
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014) No verso “Essa dor doeu mais forte”, pode-se perceber a presença 
de uma figura de linguagem denominada: 
(A) ironia 
(B) pleonasmo 
(C) comparação 
(D) metonímia
Respostas
01. D\02. D\03. B\04. D\05. B
1.8 Recursos de argumentação.
ArgumentaçãoArgumentar é a capacidade de relacionar fatos, teses, 
estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções a fim de embasar determinado pensamento ou ideia.Um texto argumentativo sempre é feito visando um destinatário. O objetivo desse tipo de texto é convencer, persuadir, levar o leitor a seguir uma linha de raciocínio e a concordar com ela.Para que a argumentação seja convincente é necessário levar o leitor a um “beco sem saída”, onde ele seja obrigado a concordar com os argumentos expostos.No caso da redação, por ser um texto pequeno, há uma obrigatoriedade em ser conciso e preciso, para que o leitor possa ser levado direto ao ponto chave. Para isso é necessário que se exponha a questão ou proposta a ser discutida logo no início do texto, e a partir dela se tome uma posição, sempre de forma impessoal. O envolvimento de opiniões pessoais, além de ser terminantemente proibido em textos que serão analisados em concursos, pode comprometer a veracidade dos fatos e o poder de convencimento dos argumentos utilizados. Por exemplo, 
é muito mais aceitável uma afirmação de um autor renomado ou de um livro conhecido do que o simples posicionamento do redator a respeito de determinado assunto.Uma boa argumentação só é feita a partir de pequenas regras as quais facilmente são encontradas em textos do dia-a-dia, já que durante a nossa vida levamos um longo tempo tentando convencer as outras pessoas de que estamos certos.
8Português
APOSTILAS OPÇÃO
Os argumentos devem ter um embasamento, nunca deve-
se afirmar algo que não venha de estudos ou informações previamente adquiridas.Os exemplos dados devem ser coerentes com a realidade, ou 
seja, podem até ser fictícios, mas não podem ser inverossímeis.Caso haja citações de pessoas ou trechos de textos os 
mesmos devem ser razoavelmente confiáveis, não se pode citar qualquer pessoa.Experiências que comprovem os argumentos devem ser também coerentes com a realidade.Há de se imaginar sempre os questionamentos, dúvidas e pensamentos contrários dos leitores quanto à sua argumentação, para que a partir deles se possa construir melhores argumentos, fundamentados em mais estudo e pesquisa.Sobre a estrutura do texto:Deve conter uma lógica de pensamentos. Os raciocínios devem ter uma relaçãoentre si, e um deve continuar o que o 
outro afirmava.No início do texto deve-se apresentar o assunto e a problemática que o envolve, sempre tomando cuidado para não se contradizer.Ao decorrer do texto vão sendo apresentados os argumentos 
propriamente ditos, junto com exemplificações e citações (se 
existirem).
No final do texto as idéias devem ser arrematadas com uma 
tese (a conclusão). Essa conclusão deve vir sendo prevista pelo leitor durante todo o texto, a medida que ele vai lendo e se direcionando para concordar com ela.A argumentação não trabalha com fatos claros e evidentes, mas sim investiga fatos que geram opiniões diversas, sempre em busca de encontrar fundamentos para localizar a opinião mais coerente.
Não se pode, em uma argumentação, afirmar a verdade ou 
negar a verdade afirmada por outra pessoa. O objetivo é fazer com que o leitor concorde e não com que ele feche os olhos para possíveis contra-argumentos.Caso seja necessário se pode também fazer uma comparação 
entre vários ângulos de visão a respeito do assunto, isso poderá ajudar no processo de convencimento do leitor, pois não dará margens para contra-argumentos. Porém deve-se tomar muito cuidado para não se contradizer e para ser claro. Para isso é necessário um bom domínio do assunto.
Organização TextualO ser humano se comunica por meio de textos. Desde uma simples e passageira interjeição como Olá até uma mensagem muitíssimo extensa. Em princípio, esses textos eram apenas orais. Hoje, são também escritos. Nesse processo, os textos ganharam formas de organização distintas, com propósitos nitidamente distintos também. As principais formas de organização textual registradas na humanidade são, assim:Narrativa: aquela que compreende textos que contam uma história, relatam um acontecimento.Argumentativa: a que visa ao convencimento do interlocutor.
Descritiva: cuja finalidade é apresentar concreta ou metaforicamente uma dada descrição.Cada uma dessas formas de organização textual desdobra-se em inúmeros gêneros textuais distintos, que nada mais são do que cada concretizável possível a cada um dos objetivos textuais. Assim, por exemplo, a diferentes formas e formatos para se narrar: fábula, conto de fadas, romance, conto, notícia, fofoca, etc.
Texto ArgumentativoEsse tipo de texto, que é aplicado nas redações do Enem, inclui diferentes gêneros, tais quais, dissertação, artigo de opinião, carta argumentativa, editorial, resenha argumentativa, dentre outros.Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa ao convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se baseia em uma tese, ou seja, o ponto de vista central que se pretende veicular e a respeito do qual se pretende convencer esse interlocutor. Nos gêneros argumentativos escritos, sobretudo, convém que essa tese seja apresentada, de maneira clara, logo de início e que, depois, através duma argumentação objetiva e de diversidade lexical seja sustentada/defendida, com vistas ao mencionado convencimento.A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução, desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro da composição do texto:
Introdução: é a parte do texto argumentativo em que apresentamos o assunto de que trataremos e a tese a ser desenvolvida a respeito desse assunto.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, correspondendo aos desdobramentos da tese apresentada. Esse é o coração do texto, por isso, comumente se desdobra em mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em defesa da tese geral do texto corresponde a um parágrafo.
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto.
Relação entre tese e argumentoDe modo geral, a relação entre tese e argumento pode ser compreendida de duas maneiras principais:
Argumento, portanto, Tese (A→ pt→T) ou Tese porque 
Argumento (T→ pq→A):
(A→ pt→T)“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento 
das mais diversas doenças relacionadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Além disso (Ainda, e, também, relação de adição 
→ quando se enumeram argumentos a favor de sua tese), as empresas têm grandes prejuízos por causa de afastamentos de trabalhadores devido aos males causados pelo fumo. Portanto 
(logo, por conseguinte, por isso, então → observem a relação 
semântica de conclusão, típica de um silogismo), é mister que sejam proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os meios de comunicação.”
(T→ pq→A)O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer forma de propaganda de cigarro, porque (uma vez que, já que, 
dado que, pois → relação de causalidade) ele gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças 
relacionadas ao tabagismo; e, muito embora (ainda que, não 
obstante, mesmo que → relação de oposição: usam-se as 
concessivas para refutar o argumento oposto) os ganhos com os impostos sejam vultosos, nem de longe eles compensam o dinheiro gasto com essas doenças.Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa consolida o texto.
Argumentação por citaçãoSempre que queremos defender uma ideia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que pensam como nós acerca do tema em evidência.Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma informação extraída de outra fonte.A citação pode ser apresentada assim:
9Português
APOSTILAS OPÇÃOAssim parece ser porque, para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras” 
(Piaget, 1994, p.11). A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade intelectual de compreender que a regra expressa uma racionalidade em si mesma equilibrada.O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto, assim, tal estratégia poderá funcionar bem.
Argumentação por comprovaçãoA sustentação da argumentação se dará a partir das 
informações apresentadas (dados, estatísticas, percentuais) que a acompanham.Esse recurso é explorado quando o objetivo é contestar um ponto de vista equivocado.Veja:O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos que estão fora das escolas em cada estado.Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5 % 
da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula.O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito Federal, 
com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas, seguido por Rio 
Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 
mil).
(Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)Nesse tipo de citação o autor precisa de dados que demonstrem sua tese.
Argumentação por raciocínio lógicoA criação de relações de causa e efeito é um recurso utilizado 
para demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode ser contestada.Veja:“O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de maconha, 
crack ou heroína façam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os desobedientes, cadeia.”VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000.Para a construção de um bom texto argumentativo faz-se necessário o conhecimento sobre a questão proposta, fundamentação para que seja realizado com sucesso.Fonte: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-argumentativo/argumentacao.html
Questão
01. Identifique o sentido argumentativo dos seguintes 
textos, e separe, por meio de barras,a tese e o(s) argumento(s).
a) “Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que 
preciso. É econômico, nunca dá defeito e tem espaço suficiente para transportar toda a minha família.” 
b) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais; além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola. Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do 
mundo. definitivamente, somos o país do futuro.”
c) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado: nossa diferença de idade é grande e nossos gostos são quase que opostos. Além disso, a família dela é terrível.”
d) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda política social por aqui implementada é vista como demagogia, paternalismo.”
Resposta
a) O sentido aí presente é (T→ pq→A), uma vez que, após uma constatação, se seguem as motivações que a fundamentam.Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que 
preciso (TESE)./ É econômico (argumento 1), /nunca dá defeito 
(argumento 2)/ e tem espaço suficiente para transportar toda a 
minha família (argumento 3).
b) Nesse exemplo, já encontramos a orientação (A→ pt→T), 
uma vez que se parte de exemplificações para, a partir delas, enunciar uma proposição.Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais (argumento 
1);/ além disso, todo ano batemos recordes de produção agrícola 
(argumento 2)./ Sem contar que nosso parque industrial é um 
dos mais modernos do mundo (argumento 3)./ Definitivamente, 
somos o país do futuro. (TESE).
c) Aqui, o sentido é (T→ pq→A), em que de uma afirmação 
inicial se desdobram exemplos que a justificam.Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo 
para dar errado (TESE):/ nossa diferença de idade é grande 
(argumento 1) e nossos gostos são quase que opostos 
(argumento 2). Além disso, a família dela é terrível (argumento 
3).
d) Nesse exemplo, o movimento é (A→ pt→T), já que se parte 
de uma causa que funciona como justificativa a uma enunciação que, por sua vez, é a consequência constatada.
Como o Brasil é um país muito injusto (argumento),/ toda política social por aqui implementada é vista como demagogia, 
paternalismo (TESE).ARTIGOS RELACIONADOSRedação Enem 2014: apostas para o temaFaça uma boa redação no Enem: dicas para prova de 2014Fontes: http://www.infoescola.com/redacao/argumentacao/http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-argumentativo/argumentacao.htmlhttp://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm
1.9 Informações implícitas: 
pressupostos e subentendidos.
Informações Implícitas e ExplícitasPara que seja possível compreender o que vem a ser 
informação explícita em um texto, é preciso compreender que a linguagem verbal é polissêmica: um mesmo enunciado pode assumir diferentes sentidos em diferentes contextos e diferentes leitores podem atribuir sentidos distintos a um texto, segundo Kátia Lomba Bräkling.Vejamos a interação a seguir:Aluno: [levantando a mão] Professora, você pode me dizer que horas são?Professora: [olha no relógio e responde] Podem guardar o material, pessoal!Aluno: Êba! [rapidamente, guarda o material, seguido por outros colegas]Podemos observar que o aluno não perguntou se poderia guardar o material. No entanto, pela reação dele era o que queria saber. A professora, interpretando a sua intenção, autorizou a guarda do material, encerrando a aula. Nesse caso, o sentido 
dos enunciados foi definido por fatores externos ao texto, autorizados pelas características da situação comunicativa e pelo conhecimento mútuo dos interlocutores sobre si mesmos e sobre as regras de convivência colocadas.Se o texto tivesse sido compreendido no sentido literal – 
10Português
APOSTILAS OPÇÃOou seja, se tivessem sido consideradas as suas informações explícitas– a resposta da professora teria que ser outra- como, por exemplo, “São cinco para as 11”. Nesse caso, as autorizações não teriam sido dadas e os alunos continuariam executando as tarefas.Podemos dizer, então, que o sentido de um texto é constituído tanto por informações que são apresentadas 
explicitamente na superfície ou linearidade do texto, quanto por outras, que se encontram implícitas. As primeiras são facilmente localizáveis no texto, pois se encontram escritas com todas as letras. Já as segundas são dependentes do repertório prévio dos interlocutores e das características da situação comunicativa.A capacidade de localizar informações explícitas no texto é 
fundamental para a constituição da proficiência leitora e deve ser objeto de ensino, desde os primeiros anos de escolarização, já no processo de alfabetização. Muitos consideram essa capacidade a mais simples de todas. No entanto, é preciso considerar que nenhuma capacidade de leitura é mobilizada no vazio, mas sempre em função da materialidade textual. Assim, se o texto for mais complexo ou extenso, o processo de localização da informação solicitada – e a decorrente atribuição de sentido - poderá ser igualmente mais complexo.
Informações ImplícitasMuitos candidatos ao ENEM se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos textos. Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura 
eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas. Por exemplo, observe este enunciado:- Patrícia parou de tomar refrigerante.A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia tomava refrigerante antes”.Agora, veja este outro exemplo:-Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita. Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir 
informações a partir de um texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos enunciados. A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser inferidas: as pressupostas e as subentendidas.
PressupostosUma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer sentido. Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido. Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e expressões presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado “Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta de Patrícia para casa é dada como certa pelo falante.
SubentendidosAo contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas como insinuações. 
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda 
atrás de uma afirmação, pois não quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores. Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo, parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a anedota é um gênero textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos.Fonte: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/
estudo-do-texto/implicitos-e-pressupostos.html (Adaptado)
Questão
01. (ENEM)Texto I
 
Época. 12 out. 2009 (adaptado). (Foto: Reprodução/Enem)TextoIICONEXÃO SEM FIO NO BRASILOnde haverá cobertura de telefonia celular para baixar publicações para o Kindle
 Época. 12 out. 2009. (Foto: Reprodução/Enem)A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil. Já o texto 
11Português
APOSTILAS OPÇÃOII traz informações referentes à abrangência de acessibilidade das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se que o advento do livro digital no Brasil
a) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às 
informações antes restritas, uma vez que eliminará as distâncias, por meio da distribuição virtual.
b) criará a expectativa de viabilizar a democratização da 
leitura, porém esbarra na insuficiência do acesso à internet por 
telefonia celular, ainda deficiente no país.
c) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, em razão da diminuição dos gastos com os produtos digitais gratuitamente distribuídos pela internet.
d) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no país, levando em consideração as características de cada região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação.
e) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que as características do produto permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas. 
Resposta
01. (B) Observe que o enunciado da questão usa o verbo “inferir”, ou seja, espera-se que o candidato seja capaz de chegar a uma conclusão a partir da leitura dos dois textos. Nesse caso, a leitura dos textos separadamente pode levar o candidato ao 
erro. A partir da leitura do gráfico, o candidato deve inferir que a telefonia celular abrange apenas uma parte do território brasileiro, o que atrapalha a democratização do livro digital. 
1.10 Coesão e coerência 
textuais.
Coerência e CoesãoNão basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber o que 
se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do texto, é preciso saber escrever obedecendo às normas de 
coerência e coesão. Antes de tudo, é necessário definir os termos: 
coerência diz respeito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão referese à expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao emprego do vocabulário.Coerência e coesão relacionamse com o processo de produção e compreensão do texto, a coesão contribui para a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem construído, com frases bem estruturadas, vocabulário correto, mas apresentar ideias disparatadas, sem nexo, sem uma sequência lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no plano da expressão, as estruturas frasais sejam gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. Na obra de Oswald de Andrade, por exemplo, encontramse textos coerentes sem coesão, ou textos coesos, mas sem coerência. Em Carlos Drummond de Andrade, há inúmeros exemplos de textos coerentes, sem coesão gramatical no plano sintático. A linguagem literária admite essas liberdades, o que não vem ao caso, pois na linguagem acadêmica, referencial, a obediência às normas de coerência e coesão são obrigatórias. Ainda assim, para melhor esclarecimento do assunto, apresentamse exemplos de coerência sem coesão e coesão sem coerência:
“Cidadezinha Qualquer”
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar:
Um homem vai devagar
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar
Devagar.. as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.”
(Andrade, 1973, p. 67)Apesar da aparente falta de nexo, percebese nitidamente a descrição de uma cidadezinha do interior: a paisagem rural, o estilo de vida sossegado, o hábito de bisbilhotar, de vigiar das janelas tudo o que se passa lá fora. No plano sintático, a primeira estrofe contém apenas frases ou sintagmas nominais (cantar pode ser verbo ou substantivo os meu cantares = as 
minhas canções); as demais, não apresentam coesão uma frase não se relaciona com outra, mas, pela forma de apresentação, colaboram para a coerência do texto.
“Do outro lado da parede”
Meu laço de botina.
Recebi a tua comunicação, escrita do beiral da viragem 
sempieterna. Foi um tiro no alvo do coração, se bem que ele já 
esteja treinado.
A culpa de tudo quem temna é esse bandido desse coronel do 
Exército Brasileiro que nos inflicitou.
Reflete antes de te matares! Reflete Joaninha. Principalmente 
se ainda é tempo! És uma tarada.
Quando te conheci, Chez Hippolyte querias falecer dia e noite. 
Enfim, adeus.
Nunca te esquecerei. Never more! Como dizem os corvos.”João da Slavonia
(Andrade, O., 1971, p. 201202)Embora as frases sejam sintaticamente coesas, notase que, neste texto, não há coerência, não se observa uma linha lógica de raciocínio na expressão das ideias. Percebese vagamente que a personagem João Slavonia teria recebido uma mensagem de Joaninha (Recebi a tua comunicação), ameaçando cometer suicídio (Reflete antes de te matares!). A última frase contém uma alusão ao poema “O corvo”, de Edgar Alan Poe.A respeito das relações entre coerência e coesão, Guimarães diz:
“O exposto autorizanos a seguinte conclusão: ainda que 
distinguiveis (a coesão diz respeito aos modos de interconexão 
dos componentes textuais, a coerência referese aos modos como 
os elementos subjacentes à superfície textual tecem a rede do 
sentido), tratase de dois aspectos de um mesmo fenômeno a 
coesão funcionando como efeito da coerência, ambas cúmplices 
no processamento da articulação do texto.”A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada à competência linguística, que permitirá a expressão das ideias percebidas e organizadas, no processo de 
codificação referido na página... Deduzse daí que é difícil, senão impossível, ensinar coerência textual, intimamente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A coesão, porém, referese à expressão linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto.O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada 
relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma 
coisa bate com outra”).
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via 
12Português
APOSTILAS OPÇÃOgramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.
Coerência
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão 
conceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, 
com o aspecto global do texto;- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Coesão- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes 
componentes do texto;- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou compreensão do texto. Um texto bem redigido tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias neles contidas. As estruturas frasais devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que respeita à sintaxe.O vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se 
consegue pelo conhecimento dos significados possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais comuns de redaçao sejam devidos à impropriedade do vocabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por função ligar uma frase 
ou período a outro). Eis alguns exemplos de impropriedade do vocabulário, colhidos em redações sobre censura e os meios de 
comunicação e outras.
“Nosso direito é frisado na Constituição.”Nosso direito é assegurado pela Constituição.
“Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar 
exposta.”Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar sujeita.“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensacionalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam tais notícias. “Retomada das rédeas da programação.”Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz respeito a programação.
“Os meios de comunicação estão sendo apelativos, 
vulgarizando e deteriorando indivíduos.”Os meios de comunicação estão recorrendo a expedientes grosseiros vulgarizando o nível dos programas e desrespeitando os telespectadores.
“A discussão deste assunto é inerente à sociedade.”A discussão deste assunto é tarefa da sociedade (compete à 
sociedade).
“Na verdade, daquele autor eles pegaram apenas a 
nomenclatura...”Na verdade, daquele autor eles adotaram (utilizaram) apenas a nomenclatura...
“A ordem e forma de apresentação dos elementos das 
referências bibliográficas são mostradas na NBR 6023 da ABNT”(são regulamentadas pela NBR 6023 da ABNT).O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redigir, 
empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conhecimentos 
linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o significado de determinada palavra, mas não sabe empregála adequadamente, isso ocorre frequentemente com o emprego dos conectivos 
(preposições e conjunções). Não basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas nominais no interior das frases e 
que as conjunções ligam frases dentro do período; é necessário empregar adequadamente tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete aos problemas de regência verbal e nominal.
Exemplos:
“Coação aos meios de comunicação” tem o sentido de atuar 
contra os meios de comunicação; os meios de comunicação sofrem 
a ação verbal, são coagidos.
“Coação dos meios de comunicação” significa que os meios de 
comunicação é que exercem a ação de coagir.
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, 
interação.
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos 
fatos, estar informada.
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
“Ir ao encontro” quer dizer concordar.
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias” 
significa a liberdade não é ameaça; 
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias”, 
isto é, a liberdade fica ameaçada.
“A princípio” indica um fato anterior (A princípio, ela aceitava as desculpas que Mário lhe dava, mas depois deixou de acreditar 
nele).
“Em princípio” indica um fato de certeza provisória (Em princípio, faremos a reunião na quartafeira quer dizer que a 
reunião será na quarta-feira, se todos concordarem, se houver 
possibilidade, porém admite a ideia de mudar a data).
“Por princípio” indica crença ou convicção (Por princípio, sou 
contra o racismo).Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um dicionário de verbos e regimes, pois muitos verbos admitem 
duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um 
significado específico. Lembrese, a propósito, de que as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerarse 
crase como sinal de acentuação apenas, quando o problema referese à regencia nominal e verbal.Exemplos:
O verbo assistir admite duas regências: assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar 
assistência (O médico assiste o doente):Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao jogo da seleção).Inteirar o/a (transitivo direto) significa completar (Inteirei o 
dinheiro do presente).Inteirar do (transitivo direto e indireto), significa informar 
alguém de..., tomar ou dar conhecimento de algo para alguém 
(Quero inteirála dos fatos ocorridos...).Pedir o (transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi o 
jornal do dia).Pedir que contém uma ordem (A professora pediu que 
fizessem silêncio).Pedir para pedir permissão (Pediu para sair da classe); 
significa também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu 
ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a 
alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudálo); pode significar 
ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de 
salário).O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, empregase no 
13Português
APOSTILAS OPÇÃO
qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do 
texto; outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. 
Barbosa e Amaral (colaboradora) apresentam os seguintes exemplos:“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que (o 
qual) estava sem remetente).“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sensibilidade...”
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas 
(palavras cheias de sensibilidade).“Dentro do envelope havia apenas um papel em branco onde 
atribui muitos significados”: havia apenas um papel em branco ao qual atribui muitos significados (onde significa lugar no qual).
“Havia recebido um envelope em meu nome e que não portava 
destinatário, apesar que em seu conteúdo havia uma folha em 
branco. ( .. )”
Não se emprega apesar que, mas apesar de. E mais: apesar de 
não ligar corretamente as duas frases, não faz sentido, as frases 
deveriam ser coordenadas por e: não portava destinatário e em seu interior havia uma folha ou: havia recebido um envelope em meu nome, que não portava destinatário, cujo conteúdo era uma folha em branco.Essas e outras frases foram observadas em redações, quando foi proposto o seguinte tema:
“Imagine a seguinte situação:
 hoje você está completando dezoito anos.
 Nesta data, você recebe pelo correio uma folha de papel em 
branco, num envelope em seu nome, sem indicação do remetente.
 Além disso, você ganha de presente um retrato seu e um disco. 
Reflita sobre essa situação.
A partir da reflexão feita, redija um texto em prosa, sem 
ultrapassar o espaço reservado para redação no caderno de 
respostas.”Como de costume, muito se comentou, até nos jornais da época, a falta de coerência, as frases sem clareza, pelo mau emprego dos conectivos, como as seguintes:
“Primeiramente achei gozado aqueles dois presentes, pois 
concluo que nunca deveria esquecer minha infância.”Há falta de nexo entre as duas frases, pois uma não é conclusão da outra, nem ao menos estão relacionadas e gozado deveria ser substituído por engraçado ou estranho.
“A folha pode estar amarrada num cesto de lixo mas o disco 
repete sempre a mesma música.”A primeira frase não tem sentido e a segunda não se relaciona com a primeira. O conectivo “mas” deveria sugerir ideia de oposição, o que não ocorre no exemplo anterior. Não se percebe relação entre “o disco repete sempre a mesma música” e a primeira frase.
“Mas, ao abrir a porta, era apenas o correio no qual viera 
trazerme uma encomenda.”Observase o emprego de no qual por o qual, melhor ainda 
ficaria que, simplesmente: era apenas o correio que viera 
trazerme uma encomenda.Por outro lado, não mereceram comentários nem apareceram nos jornais boas redações como a que se segue:
“A vida hoje me cumprimentou, mandoume minha fotografia 
de garoto, com olhos em expectativaadmirando o mundo. Este 
mundo sem respostas para os meus dezoito anos. Mundo carta 
sem remetente, carta interrogativa para moço que aguarda o 
futuro, saboreando o fruto do amanhã.
Recebi um disco, também, cuja música tem a sonoridade de 
passos marchando para o futuro, ao som de melodias de cirandas 
esquecidas do meninomoço de outrora, e do moçohomem de hoje, 
que completa dezoito anos.
Sou agora a certeza de uma resposta à carta sem remetente 
que me comunica a vida. Vejo, na fotografia de mim mesmo, o 
homem que enfrentará a vida, que colherá com seu amor à luta e 
com seu espírito ambicioso, os frutos do destino.
E a música dos passosfuturos na cadência do menino que 
deixou de ser, está o ritmo da vitória sobre as dificuldades, a minha 
consagração futura do homem, que vencerá o destino e será uma 
afirmação dentro da sociedade.” C. G.
Exemplo de: (Fonseca, 1981, p. 178)Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das frases, aconselhase levar em conta as seguintes sugestões para o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, preposições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas).Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação sintática se faz por meio de conjunções adversativas: mas, porém, 
todavia, contudo, no entanto, entretanto (nunca no entretanto). Podem também ser empregadas as conjunções concessivas e locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, 
conquanto, posto que, a despeito de, não obstante.A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por 
isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser empregadas as preposições e locuções prepositivas: por, por 
causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência 
de, por motivo de, por razões de.O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o 
time ganhar esse jogo, será campeão. Podese também expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde 
que, a menos que, a não ser que.O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum de 
expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de juros para 
que a economia se estabilize” ou para a economia se estabilizar. 
“Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros 
articuladores que expressam finalidade: afim de, com o propósito 
de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o 
fito de, com o intuito de.A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por 
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão empregase ainda. Os articuladores, aliás, além do mais, além 
disso, além de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, 
apresentado como um acréscimo, para justificar de forma incontestável o argumento contrário.
Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do que foi dito empregamse os articuladores: 
isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do discurso, pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, e se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação entre os correspondentes de determinada escala. No alto dessa escala achamse: mesmo, até, até mesmo; outros situamse no plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
Questões
1. (CONAB - CONTABILIDADE - IADES - 2014). Assinale a alternativa que preserva as relações morfossintáticas e 
semânticas do período “Diante de sua rápida adaptação ao 
solo e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado, transformando-se em um dos principais itens de exportação, 
desde o Império até os dias atuais.” (linhas de 3 a 6).
(A) Em face de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o 
produto adquiriu importância no mercado, porém transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(B) O produto, em virtude de sua rápida adaptação ao solo 
e ao clima, adquiriu importância no mercado e transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
14Português
APOSTILAS OPÇÃO
(C) O produto, por sua rápida adaptação ao solo e ao clima, 
adquiriu importância no mercado, todavia, desde o Império até os dias atuais, transformou-se, consequentemente, em um dos principais itens de exportação.
(D) Face sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto 
adquiriu importância no mercado, e, conquanto, transformou-se em um dos principais itens de exportação, desde o Império até os dias atuais.
(E) O produto transformou-se, desde o Império até os dias atuais, em um dos principais itens de exportação por que sua adaptação ao solo e ao clima foi rápida.
2. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014). Leia o trecho do primeiro parágrafo para responder à questão. Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês meus dois primeiros romances, Os Éguas e Moscow. Temos trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias comuns no meu Pará e absolutamente sem sentido para ele. Às vezes é bem difícil explicar, como na cena em que alguém empina papagaio e corta o adversário “no gasgo”. Os termos muito e bem, em destaque, atribuem aos termos aos quais se subordinam sentido de:
(A) comparação.
(B) intensidade.
(C) igualdade.
(D) dúvida.
(E) quantidade.
3. (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014). Assinale a alternativa em que a seguinte passagem – Mas o 
vento foi mais ágil e o papel se perdeu. (terceiro parágrafo) – está reescrita com o acréscimo de um termo que estabelece uma relação de conclusão, consequência, entre as orações.
(A) mas o vento foi mais ágil e, contudo, o papel se perdeu.
(B) mas o vento foi mais ágil e, assim, o papel se perdeu.
(C) mas o vento foi mais ágil e, todavia, o papel se perdeu
(D) mas o vento foi mais ágil e, entretanto, o papel se perdeu.
(E) mas o vento foi mais ágil e, porém, o papel se perdeu.
4. (PREFEITURA DE PAULISTA/PE – RECEPCIONISTA – 
UPENET/2014). Observe o fragmento de texto abaixo:“Mas o que fazer quando o conteúdo não é lembrado justamente na hora da prova?”
Sobre ele, analise as afirmativas abaixo:
I. O termo “Mas” é classificado como conjunção subordinativa e, nesse contexto, pode ser substituído por “desde que”.
II. Classifica-se o termo “quando” como conjunção 
subordinativa que exprime circunstância temporal.III. Acentua-se o “u” tônico do hiato existente na palavra “conteúdo”.IV. Os termos “conteúdo”, “hora” e “prova” são palavras 
invariáveis, classificadas como substantivos.
Está CORRETO apenas o que se afirma em:
(A) I e III.
(B) II e IV.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) I e II.
5. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE 
AMBULÂNCIA – FGV/2014). 
Dificuldades no combate à dengueA epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São Paulo. Só este ano, já foram registrados cerca de 15 mil casos da doença, segundo dados da Prefeitura. 
As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe 
um protocolo para identificar os focos de reprodução do mosquito transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas 
quando alguém fica doente e avisa as autoridades, não é bem isso que acontece.
 (Saúde Uol). 
 “Só este ano...” O ano a que a reportagem se refere é o ano 
(A) em que apareceu a dengue pela primeira vez. 
(B) em que o texto foi produzido. 
(C) em que o leitor vai ler a reportagem. 
(D) em que a dengue foi extinta na cidade de São Paulo. 
(E) em que começaram a ser registrados os casos da doença. 
6. (PREFEITURA DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE 
AMBULÂNCIA – FGV/2014). “Se uma dupla com roupas que parecem de astronauta tocar a campainha da sua casa, não se assuste.” Nesse texto, o termo sublinhado tem

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