Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO "A VEZ DO MESTRE" “A INTERFERÊNCIA DA AUTO-ESTIMA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM” MARCIA ROSANE DIAS HENRIQUES ORIENTADOR : Profª FABIANE MUNIZ RIO DE JANEIRO MARÇO / 2003 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ - REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO "A VEZ DO MESTRE" "A INTERFERÊNCIA DA AUTO-ESTIMA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM" MARCIA ROSANE DIAS HENRIQUES Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia. RIO DE JANEIRO MARÇO / 2003 Agradeço a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a execução desta pesquisa. 1 Dedico este trabalho de pesquisa a todos os educadores, que na sua luta diária por uma sociedade melhor, vem plantando as sementes que germinarão nas gerações futuras. Também não poderia deixar de dedicar este trabalho ao meu bem maior nesta vida que é minha filha. Para a qual me esforcei em passar exemplos de amor ao próximo, esperança, de luta pela liberdade na construção de uma sociedade melhor, que na minha opinião perpassam pelo respeito, pelo afeto, pela aceitação das diferenças. Acreditando que a nossa luta não é solitária continuaremos caminhando. 2 "Paixão alegre, desejos de vida, dão muito trabalho, porque gestados no conflito, nas diferenças no heterogêneo, no desequilíbrio das hipóteses, no choque do velho e do novo, na mudança, na transformação, no enfrentamento do caos da ação criadora, na ação do imaginar, sonhar os desejos juntamente com os outros”. "Um sonho que se sonha só, é só um sonho; um sonho que se sonha junto é realidade." ESTHER GROSSI A TERNURA : "A ternura vital é sinônimo de cuidado essencial. A ternura é o afeto que devotamos às pessoas e o cuidado que aplicamos às situações existenciais. É um conhecimento que vai além da razão, pois mostra-se inteligência que intui , vê fundo e estabelece comunhão. É um afeto que, à sua maneira, também conhece. Na verdade só conhecemos bem quando nutrimos afeto e nos sentimos envolvidos com aquilo que queremos conhecer." LEONARDO BOFF SUMÁRIO RESUMO------------------------------------------------------------------------- 6 INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------7 1. COMO SE APRENDE?------------------------------------------------------- 9 2. COMO FORMAMOS A NOSSA AUTO-ESTIMA-----------------------14 2.1. Conceituando e analisando os fatores que levam a formação da auto-estima-----------------------------------------------------------------------14 2.2. A Influência da Afetividade-----------------------------------------17 3. COMO PODEMOS ESTIMULAR E OFERECER AOS ALUNOS UMA NOVA PERSPECTIVA----------------------------------------------------21 3.1. A Importância da Motivação no Processo de Aprendizagem e na contribuição da auto-estima do aprendiz---------------------------------21 3.2. O Lúdico na Aprendizagem-----------------------------------------26 BREVES RELATOS DE EXPERIÊNCIAS-----------------------------------30 CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------------32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------34 ANEXOS----------------------------------------------------------------------------36 6 RESUMO Este trabalho tem por objetivo mostrar a importância do afetivo sobre o cognitivo, sugere como devemos trabalhar a auto-estima dos nossos alunos para que tenham um bom desempenho na sua aprendizagem. Ele foi baseado principalmente a partir de pesquisa bibliográfica, de relatos de experiências e atuação em sala de aula. Para se ser mais objetivo ele levanta a hipótese, que o aspecto afetivo, principalmente no que tange a formação da auto-estima, interfere no processo cognitivo da aprendizagem. No primeiro capítulo foi analisado como se dá o processo de aprendizagem e daí passou-se para conceituar o que seja auto-estima. Enfatizou-se a relação com a família, com a escola e com o meio de modo geral e sua contribuição para a formação da auto-estima do aluno. Nos capítulos que se seguiram procurou-se abordar a necessidade de oferecermos alternativas para os nossos alunos poderem ter um conceito positivo de si próprios. Isso se dando através da motivação gerada por uma boa atuação dos professores em sala de aula, do interesse demonstrado dos adultos em relação ao aprendiz, da estimulação através de jogos e brincadeiras que contribuem para que o aluno supere suas dificuldades de aprendizagem e formem um alto conceito sobre si mesmos . A partir de breves relatos de experiências observa-se que a afetividade desde a mais tenra idade é fundamental para a formação do educando e influencia no seu processo de construção do conhecimento. Pode-se ver mais profundamente o trabalho lúdico como instrumento de construção e de intervenção da aprendizagem. A pretensão deste trabalho foi propiciar um momento de reflexão sobre a prática psicopedagógica e propor um aprender mais tranqüilo evitando futuras dificuldades. 7 INTRODUÇÃO Ao trabalharmos com o tema "A importância da auto-estima no processo de aprendizagem", pretendemos levantar os seguintes problemas: - Até que ponto a auto-estima interfere na aprendizagem? - Percebe-se dificuldades na aprendizagem e desmotivação em alunos com baixa-estima? A justificativa que damos ao escolher este tema seria por convivermos com alunos de periferia e de percebermos que além de dificuldades sociais, os mesmos possuem relacionamentos pouco afetivos e muitas vezes agressivos, que não oferecem estímulos, levando-os a uma baixa-estima comprometendo assim , a construção do seu conhecimento cognitivo . Devido ao grande número de alunos das classes populares, que não conseguem alcançar os objetivos propostos dentro das séries iniciais e por permanecerem até o término do 1º grau portadores de defasagens, que levam ao comprometimento da sua aprendizagem, consideramos socialmente relevante analisarmos o aspecto afetivo, ressaltando a valorização de sua auto-estima. O objetivo geral do trabalho é pesquisar a importância da valorização da auto-estima na aprendizagem. E os objetivos específicos são: # Refletir sobre a influência do aspecto afetivo em relação ao cognitivo; # Investigar se a dificuldade de aprendizagem do aluno refere-se a sua auto-estima ; # Analisar as causas encontradas em relação à auto-estima e correlacioná-las com o processo de aprendizagem do aluno; # Identificar atividades que sejam relevantes para modificar o comportamento da criança e despertar seu interesse.Por acreditarmos que, ao final do trabalho, vamos perceber uma correlação entre auto-estima e aprendizagem é que nos imbuímos do desejo de desenvolvê-lo. O público alvo de nossa pesquisa é crianças e adolescentes da Rede Pública de Ensino do Município de Niterói, mas especificamente das Comunidades do Morro do Arroz, da Chácara e do Estado , as quais compõem o alunato da Escola Municipal Alberto Francisco Torres . Considerando que a auto-estima também se constrói a partir da motivação e do desejo, resolvemos enfocar neste trabalho o universo do prazer, através de 8 atividades lúdicas iremos ajudar o aluno a se sentir mais seguro e impulsioná-lo para a aprendizagem. O prazer é necessário à vida. Buscar coisas que tragam prazer é algo essencial à vida.Também transformar o nosso viver diário, o modo como realizamos as coisas é fundamental. O prazer é a expressão máxima do respeito àquilo que somos, necessitamos. Podemos nos sentir perdedores ou vencedores dependendo da maneira como conduzimos as nossas vidas. Portanto devemos induzir nossos alunos para que se tornem livres, audaciosos, felizes e ao mesmo tempo responsáveis. Como lidamos com as nossas dificuldades cotidianas? A idéia de obstáculo intransponível é algo que gera reações, em nível emocional, de desestímulo e incapacidade frente à realidade. A acomodação que percebemos em grande parte das pessoas diante a uma realidade dura tem muito a ver com a falta de estímulo, de interesse, de prazer que elas possuem. CAP. I - COMO SE APRENDE ? A criança aprende o tempo todo, mas não necessariamente aquilo que os pais e professores tentam ensinar-lhes de forma intencional. A relação ensino-aprendizagem nem sempre é linear e direta: nem tudo que se ensina, se aprende e às vezes aprendem-se coisas que não se pretendiam ensinar. Além da expressão oral e da ordenação do pensamento infantil há o desenvolvimento do raciocínio lógico - matemático da psicomotricidade e do aspecto sócio-emocional contribuindo para que a criança ou o "sujeito”,seja ajudado na sua totalidade, onde todas as partes do desenvolvimento são atendidas adequadamente . Acreditando nesta inter-relação, não podemos tratar isoladamente cada parte deste processo que leva à aprendizagem. Pois o cognitivo depende do afetivo, que influi no psicológico, que está relacionado ao psicomotor, ao físico, ao emocional. Portanto é fundamental que se preocupe com todos os aspectos do desenvolvimento humano. Todos são igualmente importantes. Segundo, Celso Antunes a idéia de inteligência que é mais difundida e a, que é , naturalmente utilizada pela escola para medir o progresso de seus alunos tem sua origem no início do Século XX , em Paris, quando um psicólogo chamado Binet elaborou um teste que , medindo a inteligência , pudesse predizer quais crianças iriam ter sucesso . Esse teste, que passou, a ser conhecido como "teste de inteligência", media o QI (Quociente de Inteligência ) e , de uma certa forma , modelava as escolas francesas que procuravam desenvolver o que o teste de Binet propunha apresentar " . Por muito tempo pensou-se que um aluno inteligente era aquele que possuísse uma inteligência verbal ou lingüística desenvolvida associada à capacidade de desenvolver cálculos a que chamamos de inteligência lógico- matemática. Hoje sabemos que além destas inteligências possuímos outras, totalizando nove, mas nada nos garante que novos estudos e novas pesquisas não nos revelem ainda outras. A escola tem que estar aberta a novas informações científicas-culturais e portanto receptiva ao novo mundo que a cerca, procurando atualizar-se para receber as crianças e os jovens do século . 10 No mundo de hoje o homem é avaliado por suas múltiplas inteligências e não apenas por aquelas as quais estávamos acostumados desde o início do século a valorizar. Urge, portanto, que a Escola que é uma parte desta sociedade emergente, mostre sua capacidade de adaptação e sua importância como membro responsável por mudanças e formação destas crianças e jovens que irão construir um novo tempo. Não podemos desprezar todo o conhecimento que o alunato traz quando ele chega à escola. Sabemos que todos os outros saberes adquiridos por ele são muito importantes devemos portanto respeitar e valorizar as habilidades que este aluno possui . Cabe a escola não bloqueá-las e muito pelo contrário, ampliar o leque de oportunidades deste aluno. Desenvolvendo cada vez mais as suas habilidades e moldando-as a nova realidade científico-cultural que a escola tem para oferecer. Gostaríamos de dar ênfase aqui aos aspectos que envolvem o processo ensino-aprendizagem. Os estudiosos no assunto já pesquisaram e chegaram a conclusão que são vários os fatores que possibilitam a aprendizagem ou são muitas as causas que dificultam o processo de construção do conhecimento do aluno. Pretendemos nos deter nos aspectos relacionados a parte afetiva do aprendiz . Por exemplo: Como podemos estimular o aluno para que ele consiga trabalhar melhor a construção da sua auto-estima, para que reverta positivamente no seu processo de aprendizagem? Habituados que estamos de trabalhar em escolas, cuja clientela é em sua maioria composta de alunos portadores das mais variadas carências, no que tange ao aspecto sócio-econômico e afetivo-emocional, interessamo-nos por analisarmos a interferência que este último aspecto possui em relação à aprendizagem. Pessoas portadoras de uma auto-estima bem desenvolvida são otimistas, porque fazem uma imagem de si mesmas bem positiva. Isto levá-as a terem prazer no que fazem, possuindo um desejo de aprender, de conhecer, de aperfeiçoar-se . ..."ensinar, aprender, estudar são atos sérios mas também provocadores de alegria . Para educadores democrático o ato de ensinar , de aprender , de estudar são quefazeres exigentes , sérios , que não apenas provocam contentamento , mas que em si já são alegres ." ( Freire,Paulo-2001,p.72) E para que haja alegria em aprender, motivação e interesse em descobrir o desconhecido é necessário que a auto-estima daquele que aprende seja favorável. 11 Para Lúcia Moysés "o autoconceito é a percepção que a pessoa tem de si mesma, ao passo que a auto-estima é a percepção que ela tem do seu próprio valor" . Baseando-nos em leituras feitas, podemos observar que o cognitivo recebe influência do afetivo. E que por muitas vezes sentimos dificuldades de explorarmos a parte intelectual, se não nos preocuparmos em trabalhar o afetivo dos nossos alunos. "...é possível perceber , ainda que no modo implícito , sua profunda preocupação em integrar (e analisar de modo dialético) os aspectos cognitivos e afetivos do funcionamento psicológico humano...Vygotsky concebe o homem como ser que pensa , raciocina , deduz e abstraí , mas também como alguém que sente , se emociona ,deseja , imagina e se sensibiliza . "(Rego,Teresa Cristina - 2000,p.120 e121) Referimo-nos à relação entre intelecto e afeto. A sua separação enquanto objetos de estudo é uma das principais deficiências da psicologia tradicional, uma vez que esta apresenta o processo de pensamento como um fluxo autônomo de pensamentos que pensam a si próprios, dissociado da plenitude da vida, das necessidades e dos interesses pessoais , das inclinações e dos impulsos daquele que pensa . “A análise em unidades indica o caminho para a solução desses problemas de importância vital. Demonstra a existência de um sistema dinâmico de significados em que o afetivo e o intelectual se unem."( Vygotsky , 1988,p.6-7 ) Parapartirmos em busca de uma análise mais profunda destas questões, que nos intrigam e nos estimulam em busca de respostas, vamos observar o que diz Alicia Fernández. "Para que haja aprendizagem, intervêm o nível cognitivo e o desejante, além do organismo e do corpo. Igualmente, a medida em que se apreende o objeto do conhecimento, aumenta-se o desconhecimento, constata-se assim a busca de novos conhecimentos. Ambos circuitos , o do desejo e o da inteligência , enfrentam-se com a falta , com a carência ." ( 1991,p.74 e 75 ) Cada um de nós possui uma maneira particular de aprender, ou seja, é pessoal a forma de se aproximar do conhecimento. Desde a mais tenra idade a criança se depara com a necessidade de aprender. Para nos aproximarmos do conhecimento vamos deixar transpor características de nossa personalidade. 12 Como analisamos no início deste capítulo são vários os fatores que interferem no nosso processo de aprendizagem. E podemos observar que, como nós possuímos uma história que vai sendo construída ao longo da trajetória de nossa vida, da mesma forma ao aprendermos a nossa experiência familiar e social vai refletir sobre como aprenderemos, como alcançaremos esta aprendizagem. A opinião que a criança tem de si mesma está intimamente relacionada com sua capacidade para a aprendizagem e com seu rendimento. O auto- conceito se desenvolve muito cedo na relação da criança com os outros . Os pais atuam como espelhos, que devolvem determinadas imagens ao filho. O afeto é muito parecido com o espelho.Quando demonstra afetividade por alguém, essa pessoa torna-se meu espelho e eu me torno o dela e refletindo um no sentimento de afeto do outro, desenvolvemos o forte vínculo do amor, essência humana, em matéria de sentimento. É nesta interação afetiva que desenvolvemos nossos sentimentos positiva ou negativamente e construímos a nossa auto-imagem. Se os pais estão sempre opinando a partir de uma perspectiva negativa para os filhos e se estão sempre taxando-os de inúteis e incapazes ou usando de zombarias e ironias , irá se formando neles uma imagem "pequena" de seu valor . E se com os amigos, na rua e na escola, repetem-se as mesmas relações, teremos uma pessoa com auto-estima baixa e baixo sentimento de auto-avaliação. Entre os professores e os seus alunos percebe-se em alguns casos que o profº coloca-se como aquele que detém o conhecimento, mostram-se frente aos seus alunos como sendo o Conhecimento e portanto não dão espaço nem permissão para o desejo de conhecer dos seus alunos . O aspecto afetivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo de desenvolvimento, pode determinar sobre que conteúdos a atividade intelectual se concentrará. Na teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo. Paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções em geral. Piaget aponta que há aspectos do afeto que se desenvolvem. E o afeto apresenta várias dimensões, incluindo os sentimentos subjetivos (amor, raiva, depressão) e aspectos expressivos (sorrisos, gritos , lágrimas ) . Na sua opinião, o 13 afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência. E é responsável pela ativação da atividade intelectual. Em vários livros Piaget descreveu cuidadosamente o desenvolvimento afetivo e cognitivo do nascimento até a vida adulta, centrando-se na infância. Com suas capacidades afetivas e cognitivas expandidas através da contínua construção, as crianças tornam-se capazes de investir afeto e ter sentimentos validados nelas mesmas. Nestes aspectos, a auto-estima mantém uma estreita relação com a motivação ou interesse da criança para aprender. O afeto é o princípio norteador da auto-estima. Após desenvolvido o vínculo afetivo, aprendizagem, a motivação e a disciplina com "meio" para conseguir o auto-controle da criança e seu bem estar são conquistas significativas . “Foi então que compreendi a importância de trabalhar a auto-estima do aluno antes que ele se desacredite, antes que ele se cale antes que ele abandone a escola." (Moysés, Lúcia 2001,p.14) CAP II - COMO FORMAMOS A NOSSA AUTO-ESTIMA: 2.1 CONCEITUANDO E ANALISANDO OS FATORES QUE LEVAM A FORMAÇÃO DA AUTO-ESTIMA No caso da criança pequena, verificou-se que a formação do autoconceito obedece ao seu desenvolvimento cognitivo. As relações da criança com as pessoas à sua volta vão sendo estabelecidas, inicialmente, por meio da linguagem não-verbal e, depois, pela linguagem propriamente dita . No caso da não verbalização, percebe-se através de sutilezas as reações de alegria ou de aborrecimento que seus atos provocam nos outros. A forma como os adultos a tratam, se carinhosamente, demonstrando que ela é aceita e querida ou rispidamente, vai contribuir para a formação de sua auto- estima. Os adultos costumam reagir aos comportamentos das crianças pequenas ora com aplausos e incentivos, ora com zangas e repreensões.Ela vai ouvindo se é "boazinha e bonitinha" ou "boba e feia". Com o passar do tempo ela vai internalizando estes conceitos e aquilo que surgiu como um processo interpessoal começa a ser incorporado à própria estrutura cognitiva da criança, tornando-se pessoal. Ela própria passa a se conceituar da forma como foi estigmatizada. Vygotsky nos alerta que a transferência está ligada a mudanças e que essas "são incorporadas em um novo sistema com suas próprias leis". A passagem dos conteúdos interpsicológicos não se dá automaticamente. Ao contrário, eles irão interagir com os conteúdos já existentes na mente da criança, isto é, com o "novo sistema com suas próprias leis". Cada criança reagirá frente a esta situação de avaliação por parte dos adultos de acordo com a sua individualidade. O resultado final será a mescla do social representado por pessoas e circunstâncias que a cercam. Bahtkin soube resumir esse processo de forma magistral ao afirmar: "as palavras dos outros introduzem sua própria expressividade, seu tom valorativo , que assimilamos , reestruturamos e modificamos ."(1992.p.314) Há, de fato, "muitas vozes" ao nosso redor, vozes que vão plasmando nosso conceito sem que o percebamos. Surgem nas mais diferentes situações. Em meio a uma briga, uma brincadeira ou a um simples comentário, essas vozes dizem 15 coisas que nos calam no fundo do coração. Internalizadas, transformam-se, mais adiante, na nossa própria voz. Para conceituar o que seria a auto-estima, podería-se dizer que é a percepção que o indivíduo tem dele próprio. É a avaliação que se tem, a seu próprio respeito. Quando o indivíduo gosta da avaliação que faz de si próprio, quando ele se sente merecedor de respeito, quando acredita ser capaz de vencer desafios pode-se afirmar que este sentimento de valor constituí-se na sua auto-estima. A criança que percebe que tem êxito no que faz começa a confiar em suas capacidades. E quanto mais acredita que “Pode Fazer”, mais consegue. Por isso, poder-se afirmar a importância do autovalor ou auto-estima para o processo de aprendizagem cognitiva. É importante ensinar à criança que ela pode fazer algumas coisas bem e que pode ter problemas com outras coisas. E que esperamos que faça o melhor que puder. Para ajudá-la a criar bons sentimentos é importante elogiá-la e incentivá-la quando procura fazer alguma coisa, fazendo-a perceber que tem direito de sentir que é "importante", que "pode aprender", que "consegue" e que sua família lhequer bem e a respeita. Devemos oportunizar a aprendizagem oferecendo ao educando tarefas que cabem a sua idade, mas que ao mesmo tempo sejam desafiadoras e possíveis de serem realizadas.Tanto em sala de aula ou com suas famílias deve-se solicitar a ajuda da criança, partilhando com ela pequenos afazeres, vale até aplausos às suas conquistas. Também é uma boa ajuda admitirmos nossos próprios erros ou fracassos. Ela precisa saber que também nós não somos perfeitos: "Sinto muito. Não devia ter gritado. Fiquei o dia todo chateado ". Portanto, é importante estabelecer metas realistas e adequadas à idade do aprendiz. Dê-lhe oportunidades de desenvolver-se sem super protegê-lo ou sem pressioná-lo, nem compará-lo com outras crianças. Assim, ele formará um conceito positivo de si mesmo. E para desenvolver esse sentimento, estimule-o quando ele sentir que não tem condições de realizar algo. Talvez tenha de dizer-lhe: "Claro que você pode. Vamos , vou te ajudar ." Não esquecendo que devemos sempre assumir relações de respeito mútuo com as crianças e não devemos ter atitudes autoritárias . Os pais e professores podem encorajar as crianças a resolverem problemas por mesmas e a desenvolverem a autonomia. Os professores podem promover a interação social nas salas de aula estimulando-a ao questionamento e ao exame de 16 qualquer problema que pode ser levantado pela criança. Existe valor intelectual em trabalhar com os interesses morais espontâneos. É importante para o desenvolvimento mental da criança o conflito de opiniões, onde ela ouvindo argumentos diferenciados dos seus colegas terá oportunidade de reorganizar seus próprios conceitos. Cabe ao professor envolver e proporcionar discussões de problemas morais que possibilitarão aos alunos experimentar este desequilíbrio cognitivo. Estes conceitos devem ser construídos por ela a partir de suas próprias experiências. Pais e professor são os, em geral, organizam o meio social ao qual a criança se adapta e a partir do qual ela aprende. Muitas vezes dizemos que queremos desenvolver conceitos de justiça, de igualdade social, de cooperação, que queremos transmitir aos nossos educandos atitudes não preconceituosas e na verdade estamos oferecendo aos mesmos um ambiente cujo o sentido de justiça tem por base apenas a autoridade . Sem percebermos tratamos os nossos alunos em algumas situações, de forma discriminatória e possuímos comportamentos preconceituosos em relação ao aspecto social, racial e também quanto ao aspecto do conhecimento. "A força do educador democrata está na sua coerência exemplar: é ela que sustenta sua autoridade. O educador que diz uma coisa e faz outra, eticamente irresponsável, não é só ineficaz: é prejudicial . Desserve mais do que o autoritário coerente " . "(Freire, 2001-p.73") O professor tem que ter o cuidado para não se colocar frente aos seus alunos, como onipotente, sendo ele o próprio conhecimento, evitando assim que seus alunos se arrisquem e cresçam. Devemos estar atentos para oferecer aos nossos alunos a oportunidade de aprender, aceitando que eles possam absorver o conhecimento passado sem nos idealizar, sem considerar que sabemos tudo. "O ensinante tem que fazer este interjogo entre mostrar e guardar. Guardar é deixar que o outro pergunte para que encontre suas próprias respostas. O que posso fazer é mostrar como fiz para chegar a esse conhecimento, transmitir algo dessa experiência, desse processo". (Fernandez , Alicia - 1991 ,p.172)] 2.2- A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE : 17 Ao pesquisarmos sobre afetividade nos deparamos com algumas perguntas: -Qual a importância da afetividade na relação entre professor e aluno? - De que forma ela interfere na aprendizagem deste aluno? -A afetividade é importante na formação da auto -estima? Ao se falar da inteligência e da aprendizagem precisamos nos referir também, e sempre, à emoção, às ligações e inter-relações afetivas. Seria impossível entender o desenvolvimento da inteligência sem um desenvolvimento integrado e convergente cada vez maior de nossos interesses e amores por aquilo que olhamos, tocamos e fazemos. Quando fazemos o que gostamos nos sentimos curiosos, alimentados para novas aprendizagens. O aspecto afetivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo do desenvolvimento. Na teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo. Paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções em geral. Piaget aponta que há aspectos do afeto que se desenvolvem. O afeto apresenta várias dimensões, incluindo os sentimentos subjetivos (amor, raiva,depressão) e aspectos expressivos (sorrisos, gritos , lágrimas ) . Na sua visão, o afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência. E é responsável pela ativação da atividade intelectual. Piaget descreveu cuidadosamente o desenvolvimento afetivo e cognitivo do nascimento até a vida adulta, centrando-se na infância. Com suas capacidades afetivas e cognitivas expandidas através da contínua construção, as crianças tornam- se capazes de investir afeto e ter sentimentos validados nelas mesmas. Neste aspecto, a auto-estima mantém uma estreita relação com a motivação ou interesse da criança para aprender. O afeto é o princípio norteador da auto-estima. Após desenvolvido o vínculo afetivo , a aprendizagem , a motivação e a disciplina como "meio" para conseguir o auto-controle da criança e seu bem estar são conquistas significativas . A criança que se sente amada, aceita, valorizada e respeitada, adquire autonomia, confiança e aprende a amar desenvolvendo um sentimento de auto- valorização e importância .A auto-estima é uma coisa que se aprende. Se uma criança tem uma opinião positiva sobre si mesma e sobre os outros, terá maiores 18 condições de aprender. O sentimento de baixa-estima que a falta de afeto proporciona levará a criança a não se esforçar muito, a não ter desejo de aprender, a ficar indiferente diante do êxito ou do fracasso. E esse sentimento pode criar problemas de aprendizagem e de comportamento. A criança que é tratada indiferentemente pelos seus pais e professores, que nunca é estimulada para aprender, que ninguém observa os seus afazeres escolares, que os pais esquecem de perguntá-la sobre a sua vidinha, sobre o seu dia , se foi bem na avaliação , ela não tem estímulo para aprender . Para se sentir amada a criança precisa de um tom de voz que lhe seja agradável e suave, produzindo um ambiente sereno e sem tensão. Ela precisa ouvir palavras como: "Gosto de você!" "Amo você!" Ela não pode ser comparada a outra, mas aceita como é . Quando preciso diga-lhe que não aprova ou não gosta de certas coisas que ela faz, mas deixe claro que gosta sempre dela. O modelo da criança é o adulto, por isso ele deve procurar sorrir sempre e cuidar do seu modo de agir diante dela. Oferecer-lhe segurança e não lhe negar a mão, para que se sinta amada e possa não ter medo, face as novas experiências que lhe são propostas. Quanto mais coisas ela realiza, mais segura se sente. Se necessário não tema incentivá-la a brincar com outras crianças, fazendo com que se relacione com pessoas diferentes. E a frente destas, que nunca se sinta envergonhada, nem ridicularizada. A idade escolar proporciona à criança a possibilidade de estabelecer relações diversificadas. Saindo da esfera familiar a criança vai penetrar num mundo novo, onde ela vai poder desabrocharenquanto "indivíduo", ao mesmo tempo em que ela se integra enquanto "ser social". O que distingue o meio familiar do meio escolar são a natureza e a diversidade das relações que os constituem. Essa oportunidade de conviver num ambiente menos estruturado e menos estável que a família, proporciona a participação em grupos, cuja integração inclui seguir regras, assumir tarefas e, principalmente , reconhecer suas capacidades e respeitar a si próprio mediante o outro . "As normas que sua participação no grupo lhe impõem obrigam a criança a regular a sua ação e controlá-la perante o outro como se estivesse diante de um espelho; obrigam-na, em suma, a fazer uma imagem como que exterior a si própria e de acordo com exigências que lhe reduzem a espontaneidade absoluta e a subjetividade infanti ."(wallon,1986,p.177) 19 A escola torna-se assim um meio para edificação do eu, na medida que proporciona à criança estabelecer relações com os mais variados grupos. É na relação com o outro, nas trocas e interações, que delimitamos o nosso próprio "eu". O meio social é de suma importância para a formação da criança, pois além de desenvolver sua sociabilidade ele vai propiciar o desenvolvimento da personalidade. Por isso, a importância de que este meio seja diversificado e acima de tudo, "sadio". É indiscutível a relevância da ação da família e da escola no desenvolvimento da criança. E a escola deve procurar garantir o seu lugar no desenvolvimento do seu educando sem seguir nenhum outro modelo.São as diferenças de estabilidade e estrutura dos meios que proporcionam à criança o crescimento como indivíduo. Wallon condena a reprodução dos modelos familiares na escola, pois, cada meio, com suas devidas interações, tem sua parcela de contribuição para o crescimento da criança . A relação professor-aluno oferece riquíssimas possibilidades de crescimento. Os conflitos que podem surgir dessa relação desigual exercem um importante papel na personalidade da criança. O professor deve administrar estes conflitos e se assim o fizer revelar-se-á como alguém potencialmente necessário na trajetória de delimitação do eu. "As pessoas do meio nada mais são , em suma , do que ocasiões ou motivos para o sujeito exprimir-se e realizar-se ."( Wallon 1986 , p. 164) Alícia Fernandez nos fala da importância do outro: "O outro que está construído por todos os outros, que simbolicamente permitem reconhecer a individualidade construída especularmente.O outro que devolve a própria unidade , a própria integridade . Esse outro devolve especularmente a possibilidade de reconhecer-se como uma unidade , porém só se pode apreciá-lo completo quando o espelho de vidro nos reproduz a imagem corporal , incluindo o rosto. O outro, tal qual o espelho, também devolve a imagem de coisa completa , que alguém só nunca alcança.”( 1991-p.68 e 69 ) Cap. III - COMO PODEMOS ESTIMULAR E OFERECER AOS ALUNOS UMA NOVA PERSPECTIVA? 3.1 - "A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E NA CONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA DO APRENDIZ". Todos que estudam a fundo as Teorias da Educação são unânimes em reconhecer a motivação como fator fundamental para que a aprendizagem ocorra. Mesmo que, os enfoques variem dependendo da linha psicológica adotada é reconhecido que a pessoa predisposta a aprender o faz com muito maior facilidade e significado. Considerando que a prática diária de nossas escolas nem sempre estão em acordo com as necessidades dos nossos alunos, vamos discorrer sobre alguns aspectos para analisarmos a importância da motivação no aprendizado dos mesmos. A criança oriunda do pré-escolar ou da casa fica super entusiasmada com a chegada da hora de ir à escola.Ela vê os seus pais e irmãozinhos lendo, tem acesso à livros infantis e vai se familiarizando com as letras . Ao chegar a idade de ir para a Escola se alfabetizar, ela está motivada e ansiosa para que isso ocorra. Para que ela fique mais feliz e estimulada ela ganha lápis, borracha , apontador , lápis de cor , mochila do desenho preferido e toda uma série de aparatos os quais ela precisa e que fazer uso na Escola. Infelizmente ao chegar à Escola ela vai percebendo que aquele mundo imaginário que ela estabeleceu para ela, não corresponde à realidade e começa a ver seus sonhos frustrados. São impostas várias regras que não sabia que iria encontrar. "O problema de aprendizagem reativo", ao contrário, afeta o aprender do sujeito em suas manifestações, sem chegar a atrapar a inteligência : geralmente surge a partir do choque entre o aprendente e a instituição educativa que funciona expulsivamente . Para entendê-lo e abordá-lo, devemos apelar à situação promotora do bloqueio.” ( Fernández, Alicia 1991-p.82) Cabe ao professor compensar este distanciamento entre o que foi imaginado e a realidade.O afeto entre o professor e o aluno contribui muito para a aprendizagem por isso , a atuação do professor ser fundamental . O aprendiz vive uma ansiedade, uma angústia anterior a conquista da aprendizagem. Esta 22 aprendizagem depende dele, mas também da sua relação com o ensinante, com o objeto a ser ensinado e com o mundo que o cerca. Caso ele não encontre este estímulo, esta busca pelo conhecimento pode lhe proporcionar um desprazer, que acarretará não só uma experiência negativa em relação ao "conhecimento" a ser conquistado, como em relação a qualquer tipo de aprendizagem, trazendo à tona dificuldades reminiscentes, que poderão criar bloqueio a novas conquistas e ainda deixarão uma sensação de frustração e até incapacidade. Podendo assim trazer-lhe comprometimentos que dificultarão sua relação ensino-aprendizagem e também em relação ao mundo em geral. O professor também tem que estar antenado e ter uma visão crítica da sociedade. Percebendo o seu papel social ele tem que se dar conta das condições em que vive seu aluno, nesta sociedade estratificada e com realidades tão perversas. Ele deve compreender e aceitar esta criança, oferecendo-lhe oportunidades, tentando por sua vez diminuir esta agressiva disparidade social. "Jamais aceitei que a prática educativa devesse ater-se apenas à "leitura da palavra" , à "leitura do texto", mas também à "leitura do contexto", à "leitura do mundo" . (Freire , 2001 - p.30) A Escola é o exemplo marcante da rotina desmotivadora, da falta de personalização e do cerceamento da liberdade. É nela que os alunos aprendem que a vida tem de ser rotineira. Por muito tempo temeu-se a presença do indivíduo motivado, porque era sinônimo de criatividade, liberdade e senso crítico. Era preferível o aluno temeroso, obediente que ficasse calado frente aos novos desafios. Significava menos problemas para a Instituição. Existem idéias, concepções e teorias que sustentam a prática de qualquer professor, mesmo quando ele não tem consciência delas. Por exemplo: No modelo de ensino-aprendizagem empirista o aluno é passivo, é uma aprendizagem fora do sujeito, o aluno é mero depósito de conhecimento. Já numa prática onde o aluno é protagonista do seu próprio processo de aprendizagem ele vai se utilizar da observação , da experimentação que vai oportunizar a aprendizagem para o aluno. Quando a maneira que o alunato dispõe para atender é a cópia, a memorização, o ditado, a repetição ele vai se tornar um ser pouco criativo e crítico.E se sentirá não participante do processo pedagógico. 23 "O autoritarismo do educador não se manifesta apenas no uso repressivo da autoridade, que restringe arbitrariamente os movimentos dos educandos. Manifesta-seigualmente num sem número de oportunidades. Na vigilância doentia sobre os educandos, na falta de respeito à sua criatividade, à sua identidade cultural. Na falta de acatamento à maneira de estar sendo dos alunos das classes populares, na maneira como os adverte ou os censura. Na estreiteza com que compreende o binômio ensinar / aprender no qual o educando é reduzido à memorização mecânica do que o professor deposita nele. Professor bancário. "( Freire,2001-p.73) Para se alfabetizar é necessário que a criança estabeleça hipóteses, argumente, faça deduções lógicas e inteligentes. Cada criança quando se alfabetiza ou em qualquer momento de seu processo ensino-aprendizagem ela depende e necessita de um sistema de motivação. A sua auto-estima que é um dos elementos fundamentais que possibilitará a aprendizagem do aluno, também necessita da motivação. As atividades propostas em sala de aula têm que ter significado para os alunos, é preciso encontrar a utilidade da leitura, da escrita ou de qualquer outra atividade produzida em sala de aula. Por exemplo: Lemos para saber as notícias do dia, para aprender as regras do jogo, para usar corretamente o medicamento ou aprender a receita do bolo e etc... A experiência diária é propulsora de novos conhecimentos. O professor deve apresentar situações significativas para os seus alunos, que tenham a ver com sua realidade. Deve procurar fornecer informações que favoreçam a reelaboração do conhecimento, e não resumir sua proposta a uma simples apresentação de definições científicas. O aprendiz tem que ser incentivado a expor as suas idéias e ser levado a perceber que, no decorrer da história, outras pessoas tiveram a mesma coragem de defender seus pontos de vista, mesmo que eles pudessem depois ser derrubados. Só desta forma ele poderá adquirir confiança e poder ao longo de sua vida enfrentar os desafios que lhe são propostos. Lidar com temas que estão muito distante da realidade dos alunos ou frear a curiosidade da criança dizendo-lhe que não é hora de aprender isto ou aquilo, torna os alunos desmotivados levando-os ao desinteresse e a resultados baixos na aprendizagem. Deixar que os alunos tragam a sua vivência para que se sintam valorizados em sua auto-estima vai integrar este aprendiz à escola. Devemos 24 estimulá-las a escrever e falar sobre o que gostam, como vivem, o que pensam. Sentindo-se aceita, percebendo que a imagem que os outros tem dela é positiva, influirá na formação da sua própria imagem e assim a criança ficará motivada para aprender aquilo que a Escola tem a lhe dizer. A partir do conhecimento que o aluno já possui e ao adquirir os conhecimentos científicos que a escola proporciona, que ele poderá fazer correlações que levarão a novas aprendizagens. A Escola é o exemplo marcante da rotina desmotivadora, da falta de personalização e do cerceamento da liberdade. É nela que os alunos aprendem que a vida tem de ser rotineira. Por muito tempo temeu-se a presença do indivíduo motivado, porque era sinônimo de criatividade, liberdade, senso crítico. Era preferível o aluno temeroso, obediente que ficasse calado frente aos novos desafios. Significava menos problemas para a Instituição. Existem idéias, concepções e teorias que sustentam a prática de qualquer professor, mesmo quando ele não tem consciência delas. Por exemplo: No modelo de ensino-aprendizagem empirista o aluno é passivo, é uma aprendizagem fora do sujeito, o aluno é mero depósito de conhecimento. Já numa prática onde o aluno é protagonista do seu próprio processo de aprendizagem ele vai se utilizar da observação , da experimentação que vai oportunizar a aprendizagem para o aluno. Quando a maneira que o alunato dispõe para atender é a cópia, a memorização, o ditado, a repetição ele vai se tornar um ser pouco criativo e crítico.E se sentirá não participante do processo pedagógico. "O autoritarismo do educador não se manifesta apenas no uso repressivo da autoridade, que restringe arbitrariamente os movimentos dos educandos. Manifesta-se igualmente num sem número de oportunidades. Na vigilância doentia sobre os educandos, na falta de respeito à sua criatividade, à sua identidade cultural. Na falta de acatamento à maneira de estar sendo dos alunos das classes populares, na maneira como os adverte ou os censura. Na estreiteza com que compreende o binômio ensinar / aprender no qual o educando é reduzido à memorização mecânica do que o professor deposita nele . Professor bancário. "( Freire,2001-p.73) Para se alfabetizar é necessário que a criança estabeleça hipóteses, argumente, faça deduções lógicas e inteligentes. Cada criança quando se alfabetiza ou em qualquer momento de seu processo ensino-aprendizagem ela depende e 25 necessita de um sistema de motivação. A sua auto-estima que é um dos elementos fundamentais que possibilitará a aprendizagem do aluno, também necessita da motivação. As atividades propostas em sala de aula têm que ter significado para os alunos, é preciso encontrar a utilidade da leitura, da escrita ou de qualquer outra atividade produzida em sala de aula. Por exemplo: Lemos para saber as notícias do dia, para aprender as regras do jogo, para usar corretamente o medicamento ou aprender a receita do bolo e etc... A experiência diária é propulsora de novos conhecimentos. O professor deve apresentar situações significativas para os seus alunos, que tenham a ver com sua realidade. Deve procurar fornecer informações que favoreçam a reelaboração do conhecimento, e não resumir sua proposta a uma simples apresentação de definições científicas. O aprendiz tem que ser incentivado a expor as suas idéias e ser levado a perceber que, no decorrer da história, outras pessoas tiveram a mesma coragem de defender seus pontos de vista, mesmo que eles pudessem depois ser derrubados. Só desta forma ele poderá adquirir confiança e poder ao longo de sua vida enfrentar os desafios que lhe são propostos. Lidar com temas que estão muito distante da realidade dos alunos ou frear a curiosidade da criança dizendo-lhe que não é hora de aprender isto ou aquilo, torna os alunos desmotivados levando-os ao desinteresse e a resultados baixos na aprendizagem. Deixar que os alunos tragam a sua vivência para que se sintam valorizados em sua auto-estima vai integrar este aprendiz à escola. Devemos estimulá-las a escrever e falar sobre o que gostam, como vivem, o que pensam. Sentindo-se aceita, percebendo que a imagem que os outros tem dela é positiva, influirá na formação da sua própria imagem e assim a criança ficará motivada para aprender aquilo que a Escola tem a lhe dizer. A partir do conhecimento que o aluno já possui e ao adquirir os conhecimentos científicos que a escola proporciona, que ele poderá fazer correlações que levarão a novas aprendizagens. 3.2- A FUNÇÃO DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL: 26 A teoria de Piaget nos permite enxergar o conhecimento e o pensamento dentro de uma ótica dinâmica e construtivista. Piaget desenvolveu todo seu estudo sobre as estruturas da inteligência partindo do pressuposto que herdamos um organismo, ou seja, um modo de funcionamento intelectual. Ao longo do tempo, as estruturas biológicas e neurológicas entram num processo de maturação e com a interação do meio ambiente, elas vão sendo construídas e diferenciadas , tornando- se estruturas mentais . Desta forma, podemos concluir que Piaget deseja destacar a importância que o mundo dos objetos e o ambiente social possuem para o desenvolvimento cognitivo. Outro aspecto do sistema Piagetiano que deve ser salientadosão os estágios de desenvolvimento. Uma vez admitido que uma seqüência de desenvolvimento é passível de descrição em estágios, estes possuem certas propriedades . Em primeiro é necessário que os estágios surjam numa ordem ou seqüência invariável e constante. Em segundo é essencial que as estruturas que definem os estágios anteriores integrem-se ou incorporem-se às estruturas dos estágios seguintes . Terceiro critério fundamental é aquele segundo o qual as propriedades estruturais que definem um certo estágio devem formar um todo integrado . Podemos resumir em linhas gerais o pensamento Piagetiano através de uma pequena análise. A inteligência é uma adaptação e é organizada em estruturas mentais. Por meio destas o sujeito assimila o meio. As estruturas mentais não são pré - formadas, no sentido de programadas nos genes. Elas são construídas pelo sujeito e daí a expressão "construtivismo" estar associada à teoria Piagetiana. A teoria de Piaget é interacionista, ou seja , por meio da interação com o meio que o sujeito constrói suas estruturas mentais e seu conhecimento . Os comportamentos ditos inteligentes envolvem dois processos: assimilação e acomodação. Para entendermos como funcionam estes processos, vamos tentar explicar começando pela assimilação. A assimilação seria a incorporação de algo novo ao conjunto de esquemas já existentes. Quando um bebê consegue usar o bico da mamadeira, podemos dizer que assimilou o bico ao seu esquema de sucção. Já o processo de acomodação, envolve modificação de esquemas para que o "novo"possa ser incorporado . Por isto, que os processos de assimilação e acomodação são complementares. 27 Ao estudar a importância que o lúdico tem para o desenvolvimento cognitivo , Piaget deu uma definição para jogo dizendo que é uma atividade em que a assimilação predomina sobre a acomodação . Para Piaget: "É o jogo que transforma o real por assimilação mais ou menos pura às necessidades do eu , ao passo que a imitação é a acomodação mais ou menos pura aos modelos exteriores e a inteligência é equilíbrio entre a assimilação e a acomodação ".(Piaget,1994,p.52) O jogo propicia a construção do conhecimento principalmente durante os períodos sensório - motor e pré- operatório. Ele descreve a evolução dos jogos infantis classificando-os de acordo com sua estrutura . Seriam jogos de exercícios , jogos simbólicos e jogos de regras , correspondendo aos estágios da inteligência sensório-motora , pré-operatória e operatória . O faz-de-conta, a imitação e a dramatização ajudam a recriar experiências que foram vividas e de difícil assimilação. O jogo pode servir para compensar ou liquidar conflitos vividos, necessidades não satisfeitas ou até inversão de papéis. Sintetizando a importância do jogo para a vida da criança, devemos indicar que o papel do brincar seria o de desenvolver capacidades como percepções, criatividade, inteligência , socialização , além do próprio componente físico. A brincadeira, ou seja, o aspecto lúdico faz parte da estrutura do pensamento da criança e o jogo constitui uma das fases da evolução do pensamento. Portanto, incluir atividades lúdicas no processo de aprendizagem infantil torna-se indispensável como bastante oportuno. O jogo não é apenas um divertimento ou brincadeira, ele favorece o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e moral. As crianças ficam mais motivadas a utilizar sua inteligência, fazem esforço para superarem os obstáculos tanto de ordem cognitiva quanto emocional. Através da brincadeira, a criança cria uma ponte do imaginário para o real e manipula a realidade. É brincando de casinha que ela consegue entender as emoções que vivencia na realidade. Ao brincar, ela explora suas emoções, cria as hipóteses necessárias para o entendimento. O brinquedo é oportunidade de desenvolvimento, pois através dele ela experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção. Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto. Brincar é um momento de auto-expressão e auto-realização. As atividades livres com blocos e peças de encaixe, as dramatizações, a música e as construções 28 desenvolvem a criatividade, pois exige que a fantasia entre em jogo. Já o brinquedo organizado, que tem uma proposta e requer desempenho, como os jogos (quebra- cabeça, dominó e outros), constitui um desafio que promove a motivação e facilita escolhas e decisões à criança . O brinquedo suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidades que estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e brinquedos ou jogos garantem que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem . A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para a expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos . Um bichinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola é um convite ao exercício motor, um quebra-cabeça desafia a inteligência e um colar faz a menina sentir-se bonita e importante como a mamãe. Enfim, todos são amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor. As situações problemas contidas na manipulação dos jogos e brincadeiras fazem a criança crescer através da procura de soluções e de alternativas.O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue. Como conseqüência à criança fica mais calma, relaxada e aprende a pensar , estimulando sua inteligência . No lúdico, manifestam-se suas potencialidades e ao observá-las poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos os nutrientes ao seu desenvolvimento. Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo. Jogando com amigos, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando aprender regras e conseguir uma participação satisfatória. No jogo, ela aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com frustrações e elevar o nível de motivação. Nas dramatizações, a criança vive personagens diferentes, ampliando sua compreensão sobre os diferentes papéis e relacionamentos humanos. As relações cognitivas e afetivas da interação lúdica propiciam amadurecimento emocional e vão pouco a pouco construindo a sociabilidade infantil. O momento em que a criança está absorvida pelo brinquedo é um momento mágico e precioso, em que está sendo exercitada a capacidade de observar e manter a atenção concentrada e que irá inferir na sua eficiência e produtividade quando adulto. 29 "Descobrimos que os indivíduos vivem criativamente e sentem que a vida merece ser vivida ou, então, que não podem viver criativamente e têm dúvidas sobre o valor do viver. Essa variável nos seres humanos está diretamente relacionada à qualidade e à quantidade das provisões ambientais no começo ou nas fases primitivas da experiência de vida de cada bebê."(Winnicott,1975,p.102) 30 BREVES RELATOS DE EXPERIÊNCIAS : O aluno C. chegou à Escola aos 7 anos de idade e ao chegar à Escola ele teve que se defrontar com uma situação particular que lhe trouxe muita insegurança e ocasionouvários problemas na área cognitiva . Família oriunda do Nordeste veio para o Sudeste em busca de novas oportunidades, se estabeleceram na comunidade onde está inserida a escol, área com muitas dificuldades sócio-econômicas e problemas de violência. O pai veio com a família, mas depois retornou à sua terra e lá arranjou outra mulher. A mãe de C. inconformada partiu e deixou-o aqui só, com uma tia. A situação do menino foi de abandono, já que foi assim que a mãe conduziu, na medida que deu a entender que o marido era prioridade e aquele filho era um incômodo naquele momento. A partir daí esta criança se fechou no seu mundo, se isolava, o que aprendia, logo em seguida regredia. Mas tarde, percebendo que não acompanhava a turma passou a ser falante, perturbava os colegas enquanto eles faziam suas tarefas. Os professores se sentiam incomodados com aquela criança que "não aprendia" e ao mesmo tempo atrapalhava a aula. Até que ele chegou a ponto de bater em sua cabeça com as duas mãos e dizer: -Eu sou Burro! ! ! Ele negava-se a uma convivência, pois estava sempre no final da sala, às vezes até armava uma barraca para isolar-se. Percebeu-se que ele era altamente criativo e passando a trabalhar a criatividade de C. ele demonstrou ser uma pessoa afetuosa e se sentiu valorizado em sua auto-estima. A princípio C. não conseguia gravar o nome do professor, a relação entre ele e o professor era difícil. Quando a sua criatividade foi estimulada ele descontraíu-se, pois todos elogiavam e se surpreendiam com os desenhos, as esculturas, as maquetes que realizava. Presenteava aos professores com guarda-roupas, prédios de escolas, bonecos feitos com materiais diversos e sucatas. Tornou-se uma criança expansiva, adquiriu amigos e mudou sua relação com os adultos. Quanto a aprendizagem cognitiva ele hoje está no Centro de Otimização da Aprendizagem tem conseguido avanços, mas principalmente houve uma mudança considerável no que se refere ao aspecto comportamental . A sua auto-estima foi trabalhada, foram ditas palavras de aceitação, de elogios. O senso crítico do aluno se desenvolveu, hoje ele gosta de freqüentar a Escola é bem humorado e até divertido em suas considerações. 31 - Outro caso que podemos destacar o reflexo da auto-estima na aprendizagem é da aluna C.S. Os professores ao se relacionarem com a criança percebiam que ela ora era dengosa e dependente, ora agressiva, se colocando como não aceita por colegas e professores. Quanto ao aspecto cognitivo a aluna a princípio era muito desorganizada com seus afazeres e na hora de ler não identificava nenhuma letra. Ela foi acompanhada pelo SOE e foi feito um trabalho de reorientação da aprendizagem onde se realizaram algumas entrevistas com os pais em que havia a participação dos professores. Observamos na relação da aluna com a família, de acordo com o discurso emitido pela sua mãe e padrasto, que eles achavam que a filha tinha dificuldades de relacionamento e na aprendizagem porque ela era parecida com o pai , pois ela era grande e desajeitada como ele .Seu irmão por parte de mãe era fisicamente igual ao pai, seu padrasto e possuía um bom desenvolvimento cognitivo. Decidirmos por realizar um trabalho com a aluna onde valorizássemos suas potencialidades e ela pudesse emitir opiniões, formar conceitos e etc... Foram realizadas atividades diversificadas através de jogos, dramatizações, criações de histórias, fantoches. A Escola estava organizando um grupo de teatro, uma bandinha e um coral e por várias vezes ela foi estimulada a participar destas atividades. Ela passou a fazer parte da bandinha e de algumas peças encenadas pelo grupo teatral A aluna tornou-se mais independente, menos chorosa, menos insegura e agressiva. Está mais confiante quanto a construção do seu conhecimento. Alegre e estimulada ela mantém os seus cadernos bonitos e caprichados e já progrediu na superação das dificuldades da leitura e escrita. CONCLUSÃO: 32 Chegando ao final deste estudo, seria pertinente analisarmos o propósito que motivou nossa pesquisa. No mundo de hoje onde a preocupação com a tecnologia, com o conhecimento científico, com a sociedade globalizada impera, resolvemos enfocar nosso estudo para a questão das emoções, da afetividade, do prazer para a formação do homem como um ser completo, capaz sim, de trabalhando bem com suas emoções chegar ao conhecimento científico, ao conhecimento sobre si e o mundo que o cerca . "No raciocínio de Paulo Freire, a racionalidade reclama racionalmente o direito as suas raízes emocionais. É a volta à sombra da mangueira, ao ser humano completo." ( Freire, Paulo - 2001 p.14 ) Pudemos observar que, uma criança que tem o seu valor reconhecido, que se sente apoiada, estimulada, valorizada terá mais facilidade de enfrentar qualquer situação perante a vida e será mais independente, mais segura para superar as dificuldades e aproveitar as oportunidades que se lhe apresenta , inclusive no que tange ao aspecto cognitivo . Sem sombras de dúvidas, o lúdico é um aspecto que faz parte naturalmente da vida do ser humano e que, portanto, influencia na aprendizagem. Qualquer atividade que esteja relacionada com esse aspecto percebe-se uma dose extraordinária de satisfação e prazer por aquele que irá executá-la. Dentro do trabalho psicopedagógico, o lúdico contribui para desmistificar o tão complexo problema da aprendizagem. Tudo se torna mais leve e gostoso, se pudermos trabalhar com jogos, brincadeiras, dramatizações, pinturas , desenhos e etc... Na verdade, o ser humano recorre ao lúdico como meio de expressão do eu. Além disso, o lúdico ajuda o homem a entender como é este mundo, ou melhor, a realidade na qual está inserido e que muitas vezes lhe parece incompreensível. O jogo aparece como interesse geral de todos, mas principalmente das crianças. Esse desejo freqüente que as crianças possuem por brincar é de importância relevante ao desenvolvimento integral. Além disso, realizam-se tarefas diversas, muitas vezes, a respeito dos conteúdos escolares que são negados por crianças com problemas de aprendizagem. É fundamental para o desenvolvimento da criança o brincar, o inventar coisas, a curiosidade. 33 Concluindo a nossa análise obtivemos em nossa pesquisa a certeza de que a aprendizagem requer prazer, e que só aprende quem se interessa pelo objeto de estudo. Demonstramos neste trabalho a importância da relação do professor- aluno, o cuidado que devemos sempre ter de propiciar aos nossos alunos aulas motivadas, onde a alegria seja uma constante, utilizando atividades lúdicas e prazerosas para que possamos levá-los ao conhecimento e, portanto, a bons resultados em sua aprendizagem . Foi muito bom estudar e formar opinião a respeito deste tema e finalmente concluir este trabalho com a certeza que a tarefa do educador além de fundamental é uma conquista que nos torna a cada dia mais completo enquanto ser humano, pois estamos a serviço do crescimento e engrandecimento de outros seres em formação sejam eles crianças, adolescentes ou adultos. 34 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: - ANTUNES, Celso - A Inteligência Emocional na Construção do Novo Eu - Ed. Vozes, Petrópolis - 2000. - MOYSÉS, Lúcia M . M . - A Auto-Estima se Constrói Passo a Passo - Ed . Papirus , Campinas - 2001 - FREIRE, Paulo - À Sombra desta Mangueira - Ed. Olho d' água , São Paulo - 2001 - REGO , Teresa Cristina - Vygotsky uma Perspectiva Histórico - Culturalda Educação - Ed. Vozes , Petrópolis - 2001 - Fernández , Alícia - A Inteligência Aprisionada - Ed. Artes Médicas , Porto Alegre - 1991 - Vygotsky , Lev S. - A Formação Social da Mente - Martins Fontes , São Paulo - 1988 - BAKHTIN , M . -Estética da Criação Verbal - Martins Fontes, São Paulo - 1992 - PIAGET, J . - A Tomada de Consciência - Melhoramentos - USP - São Paulo - 1977 -WALLON, Henri - A Evolução Psicológica da Criança - Edições 70 - Persona - 1968 -WINNICOTT, D.W. - O Brincar e a Realidade - Editora Imago - Rio de Janeiro - 1975 - PAÍN, S . - Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem - Artes Médicas - Porto Alegre - 1985 35 - WALLON, Henri -" Os Meios , os Grupos e a Psicogênese da Criança" - In : Werebe , M . J. G. e Nadel Brulfert , J.- Ática - São Paulo - 1986 36 ANEXOS 37 FOLHA DE AVALIAÇÃO : NOME DA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES TÍTULO DA MONOGRAFIA: " A INTERFERÊNCIA DA AUTO-ESTIMA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM " AUTOR: MARCIA ROSANE DIAS HENRIQUES DATA DA ENTREGA: 15 DE MARÇO DE 2003 AVALIADO POR:----------------------------------------- CONCEITO : ------------------------ AVALIADO POR: ----------------------------------------CONCEITO:--------------------------- AVALIADO POR:-----------------------------------------CONCEITO:--------------------------- CONCEITO FINAL :---------------------------------------
Compartilhar