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Poliomielite e Síndrome Pós-Poliomielite - paralisia infantil

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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE 
COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS 
Centro de Vigilância Epidemiológica 
"Prof. Alexandre Vranjac" 
Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar 
Tel. 0xx 11 3081-9804; Fax 3066-8258 
 
São Paulo, Junho de 2006 
Documento Técnico 
 
Poliomielite e Síndrome Pós-Poliomielite 
 
 
1. A POLIOMIELITE 
 
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda descrita 
desde a Antiguidade, porém reconhecida como problema de saúde pública, 
somente no final do século XIX, quando epidemias começaram a ser 
registradas em vários países do mundo. Sua etiologia infecciosa foi descoberta 
somente em 1908. 
É causada por três tipos de poliovírus (I, II e II) e manifesta-se em 
grande parte, por infecções inaparentes ou quadro febril inespecífico, em 90 a 
95% dos casos. Nos quadros mais severos, a poliomielite pode manifestar-se 
com meningite asséptica, formas paralíticas e causar óbito. 
As formas paralíticas representam cerca de 1 a 1,6% dos casos e 
possuem características típicas: paralisia flácida de início súbito, em geral nos 
membros inferiores, de forma assimétrica; diminuição ou abolição de reflexos 
profundos na área paralisada; sensibilidade conservada e arreflexia no 
segmento atingido e persistência de alguma paralisia residual após 60 dias do 
início da doença. 
A transmissão pode ocorrer de pessoa-a-pessoa, através de secreções 
nasofaríngeas, ou de objetos, alimentos e água, contaminados com fezes de 
doentes ou portadores. O período de incubação varia de 2 a 30 dias (em geral, 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 2
7 dias). Demonstra-se a presença do poliovírus nas secreções faríngeas e nas 
fezes, respectivamente 36 e 72 horas após a infecção, tanto nos casos clínicos 
quanto nas formas assintomáticas. O vírus persiste na garganta cerca de uma 
semana e, nas fezes, por 3 a 6 semanas. 
A suscetibilidade é geral, sendo que a infecção natural ou a vacinação 
conferem imunidade duradoura ao tipo específico de poliovírus. 
 
 
1.2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO 
 
A “paralisia infantil”, assim conhecida popularmente, foi uma doença de 
alta incidência no mundo, deixando centenas de deficientes físicos. Contudo, o 
controle dessa doença representa uma das experiências mais bem sucedidas 
em saúde pública no mundo, devido ao desenvolvimento das vacinas de vírus 
inativados de Salk (disponível a partir de 1955) e de vírus atenuado de Sabin 
(disponível a partir de 1960). 
Desde sua disponibilização no mercado, a vacina Salk, no Brasil, passou 
a ser utilizada apenas em consultórios e vacinações de pequena escala, 
especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro, por apresentar algumas 
desvantagens: necessidade de vários reforços para manutenção dos títulos de 
anticorpos, não induzir a imunidade local (intestinal), custos elevados, 
dificuldades operacionais para aplicação em grandes contingentes 
populacionais (via intramuscular), além de falhas técnicas na sua inativação 
que poderiam causar surtos. 
A vacina Sabin, adotada em política global de saúde pública proposta 
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é a que tem sido empregada na 
maior parte do mundo, por sua eficácia e imunidade duradoura, e por seu baixo 
custo e facilidade em seu manejo em aplicações em massa (via oral). É 
considerada das mais seguras e menos reatogênica, contudo, por ser feita com 
vírus vivos atenuados, pode por mutação genética, causar casos em seus 
receptores ou contatos. Observa-se, porém, um risco mínimo de um caso para 
cada 2.600.000 doses distribuídas (1/500 mil na primeira dose e 1/13 milhões 
nas doses subseqüentes). Estudos mostram que quanto mais se aumenta a 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 3
cobertura da vacina Sabin, além do controle do poliovírus selvagem, diminui-se 
o risco de casos associados à vacina. 
1.3. HISTÓRIA DA POLIOMIELITE NO BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO 
 
Os primeiros relatos de casos esporádicos de poliomielite no Brasil 
foram feitos no início de 1911, em São Paulo, pelo Dr. Luiz Hoppe, da Santa 
Casa de Misericórdia de São Paulo e no Rio de Janeiro, pelo Dr. Oswaldo 
Oliveira, do Hospital Misericórdia. A primeira descrição de um surto de 
poliomielite no país foi feita também, em 1911, pelo Dr. Fernandes Figueira, no 
Rio de Janeiro, e um segundo registro de surto no país, em 1917, pelo Dr. 
Francisco de Salles Gomes, em Americana, SP. 
Devido a esta epidemia, já em 1917, a doença passou a constar da lista 
oficial de Doenças de Notificação Compulsória no Estado de São Paulo. 
Em 1962, iniciou-se no Estado de São Paulo a aplicação da vacina 
Sabin. Em 1964 foi implantado o Programa de Vacinação de rotina no Estado 
de São Paulo. Em 1968 iniciam-se as primeiras atividades de Vigilância 
Epidemiológica da Poliomielite em nível nacional, através da Fundação de 
Serviços Especiais de Saúde Pública, tornando a doença, de notificação 
obrigatória e semanal em todo o território nacional. 
Em 1968, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo implanta a 
Caderneta de Vacinação no ESP e a matrícula na escola fica condicionada à 
sua apresentação. 
Em 1970, o Dec.nº. 52.503, de 28.07.70, estabelece as Normas 
Técnicas referentes à Preservação de Saúde regulamentando um novo elenco 
de doenças de notificação compulsória, profilaxias e vacinações e adotando o 
Manual de Profilaxia das Doenças Transmissíveis, editado pela Associação 
Americana de Saúde Pública (adotado pela OMS); assim, a Poliomielite passa 
a ser de notificação imediata à autoridade local. 
Em 1971, o ESP divulga a Norma Técnica SS 7/71, de 12.02.71 (CSC), 
definindo e padronizando os impressos e fluxos para a investigação 
epidemiológica das doenças de notificação compulsória em todos os níveis do 
sistema de saúde, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional e o 
Dec.52.503/70/ESP. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 4
Ainda em 1971, é instituído o Plano Nacional de Controle da Poliomielite 
(PNCP) - Estratégia de Vacinação em massa em 1 só dia (3 m a 4 anos de 
idade). 
Em 1974, é expedida no ESP a Norma Técnica SS 7/74, de 23.02.74 
(CSC) que estabelece um novo conjunto de formulários e fluxos para a 
investigação epidemiológica das doenças de notificação compulsória em todos 
os níveis do sistema. 
Em nível nacional, em 1974, o PNCP é incorporado ao PNI (Programa 
Nacional de Imunização), estabelecendo a vacinação de rotina com a vacina 
Sabin em nível nacional, incluída no calendário infantil de vacinação. 
Em 1975 é promulgada a Lei Nº. 6.229, de 17.07.75 que dispõe sobre o 
Sistema Nacional de Saúde e a Lei 6.259, de 31.10.75, que cria o Sistema 
Nacional de Vigilância Epidemiológica, estabelecendo normas técnicas, e em 
relação ao controle da poliomielite, definindo a rede de laboratórios de Saúde 
Pública com responsabilidade de diagnóstico da infecção pelo poliovírus no 
sangue e fezes dos casos notificados. 
Em 1977, no ESP, o Dec. 9.959, de 06.07.77/ESP cria o CIS (Centro de 
Informações de Saúde) com a função de coordenar o Sistema de Vigilância 
Epidemiológica no ESP, e a Vigilância Epidemiológica da Poliomielite, 
elaborando-se o Manual de Vigilância Epidemiológica (editado em 1978). 
De 1975 a 1979 são estudadas e avaliadas as características da 
poliomielite com os dados gerados no período, observando-se a necessidade 
de ampliação das coberturas vacinais. Adotou-se, assim, como medida para 
controle da poliomielite, a Vacinação em Massa através de campanhas, em 
1980, para todo o território nacional, utilizando-se a vacina Sabin. 
As campanhas em massa contra a poliomielite passaram a ser feitas em 
duas etapas anuais, de um só dia cada uma, na faixa etária de 0-5 anos, em 
todo território nacional. 
A diminuição dos casos foiassim observada: no Brasil, de 1290 casos 
em 1980 para 122 em 1981; no Estado de São Paulo, de 101 casos em 1980 
para 7 em 1981. 
Em 1984, observam-se ainda, especialmente nos estados do Nordeste, 
baixas coberturas da vacina oral, com casos também associados à baixa 
eficácia para o poliovírus tipo III da vacina oral produzida na época. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 5
Após epidemias ainda importantes no Nordeste, em 1985, o governo 
brasileiro assumiu juntamente com outros países das Américas, através da 
OMS/OPS (Organização Panamericana de Saúde), o compromisso de 
erradicar a transmissão autóctone do poliovírus selvagem até 1990. 
Em 1986 foi criado o Grupo de Trabalho para Erradicação da 
Poliomielite (GT- POLIO), iniciando suas tarefas no ano em que epidemia de 
poliomielite atingia novo pico. No Brasil foram registrados 612 casos 
confirmados, entre eles, 469 originários da Região Nordeste, e 7 casos no 
ESP. 
Ainda em 1986, o ESP implanta a busca ativa retrospectiva através do 
formulário “CH 106”, em 105 hospitais, totalizando 300.000 revisões de 
internações, sendo encontrados 5 casos adicionais de Poliomielite, 35 de 
Polirradiculoneurite, e 40 de seqüelas de Poliomielite. 
Finalmente, em 1989 são registrados os últimos casos de isolamento de 
poliovírus selvagem no Estado de São Paulo e no Brasil, após um período de 
realização de grandes campanhas vacinais e vigilância epidemiológica. Em 
1991, no Peru é registrado o último caso das Américas. 
Em 1994, o país recebeu da OMS/OPS o “Certificado de Erradicação da 
Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas”. A partir de 
então, o Brasil reafirma seu compromisso em manter altas coberturas vacinais 
e uma vigilância epidemiológica ativa de todo quadro de paralisia flácida aguda 
(PFA), possibilitando, assim, a identificação imediata e precoce da reintrodução 
do poliovírus, e a adoção de medidas de controle para impedir sua 
disseminação. 
 
 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 6
1.4. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA POLIOMIELITE NO ESTADO DE 
SÃO PAULO 
 
A poliomielite está erradicada no ESP e Brasil. Pode-se observar sua 
evolução, no ESP, conforme Quadros 1 e 2 e Figura 1 abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO 1 - DISTRIBUIÇÃO DE CASOS CONFIRMADOS E COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA 
DE POLIOMIELITE POR 100.000/HAB. SEGUNDO ANO E LOCAL DE RESIDÊNCIA. 
ESTADO DE SÃO PAULO, 1970 - 1979 
 
GRANDE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO ANO 
CASOS COEF. CASOS COEF. 
1960 ... ... 1684 13,05 
1961 ... ... 1318 9,85 
1962 ... ... 868 6,26 
1963 ... ... 1058 7,37 
1964 ... ... 1059 7,12 
1965 ... ... 539 3,50 
1966 ... ... 568 3,57 
1967 ... ... 77 0,47 
1968 ... ... 139 0,82 
1969 ... ... 205 1,18 
1970 101 1.24 135 0.76 
1971 277 3.26 368 2.02 
1972 151 1.69 261 1.39 
1973 333 3.53 531 2.74 
1974 269 2.71 389 1.95 
1975 374 3.58 652 3.18 
1976 85 0.77 305 1.44 
1977 58 0.50 97 0.45 
1978 72 0.60 115 0.51 
1979 111 0.88 190 0.82 
FONTE: DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR -CVE-SP 
( ... ) = informação não disponível 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 7
 
 
QUADRO 2 - DISTRIBUIÇÃO DE CASOS CONFIRMADOS E COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA 
DE POLIOMIELITE POR 100.000/HAB. SEGUNDO ANO E LOCAL DE RESIDÊNCIA. 
ESTADO DE SÃO PAULO, 1980 - 2005 
 
GRANDE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO ANO 
CASOS COEF. CASOS COEF. 
1980 25 0.20 101 0.41 
1981 5 0.04 7 0.03 
1982 - - 2 0.01 
1983 - - 1 0.00 
1984 - - 1 0.00 
1985 2 0.01 5 0.02 
1986 2 0.01 7 0.02 
1987 3 0.02 8 0.02 
1988 3 0.02 5 0.02 
1989 - - 2 0.006 
1990 - - - - 
1991 - - - - 
1992 - - - - 
1993 - - - - 
1994 - - - - 
1995 - - - - 
1996 - - - - 
1997 - - - - 
1998 - - - - 
1999 - - - - 
 2000 - - - - 
2001 - - - - 
2002 - - - - 
2003 - - - - 
2004 - - - - 
2005 - - - - 
FONTE: DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR - CVE-SP 
( - ) = nenhum caso registrado 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 8
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A incidência da poliomielite no ESP declinou de 13,05 casos/100 mil 
hab., em 1960, para 0,03/100 mil hab., em 1981, resultado obtido após a 
primeira campanha em âmbito nacional que proporcionou o aumento das 
coberturas em outros estados vizinhos. Esses estados vizinhos com baixas 
coberturas vacinais em sua rotina, contribuíam com casos para o ESP, através 
de correntes migratórias. Em 1989, o coeficiente de incidência declina para 
0,006/100 mil hab., não sendo registrado mais nenhum caso no ESP e em todo 
o Brasil desde essa época. 
Dados sistematizados de cobertura vacinal em menores de 1 ano (3a. 
dose completada) estão disponíveis somente a partir de 1974, observando-se 
um importante aumento da cobertura, de 57,42%, em 1974, para níveis acima 
de 95%, desde 1978, nível mínimo exigido pela OMS para erradicação da 
poliomielite (Figura 2). 
Nos anos em que a cobertura está acima de 100% foram computadas 
doses de campanha, além de problemas com estimativas populacionais, 
sistemática de registro que foi aprimorada a partir da década de 90. 
Figura 1 - Número de casos de poliomielite no Estado de São Paulo, 1960-2005 
 
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
19
60
19
62
19
64
19
66
19
68
19
70
19
72
19
74
19
76
19
78
19
80
19
82
19
84
19
86
19
88
19
90
20
01
20
03
20
05
Ano
N
úm
er
o 
de
 C
as
os
Epidemia 
 MSP 
Vacinação 
Vacinação de rotina Correntes migratórias, 
estados vizinhos com baixas 
coberturas e epidemias e PNI 
SSVVEE EESSPP DDiiaass NNaacciioonnaaiiss
ddee VVaacciinnaaççããoo 
Fontes: DDTHA/CVE-SES-SP 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 9
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir de estudos anteriores, com recuperação de registros antigos de 
doses de vacina Sabin aplicadas, correlacionando as doses aos coeficientes de 
incidência, observamos a tendência de declínio da doença para o município de 
São Paulo, de 1960 a 1981 (Figura 3). Cabe destacar que em 1960, o 
município de São Paulo concentrou quase 50% dos casos de poliomielite 
ocorridos em todo o Estado. 
Observa-se, assim, que no Estado de São Paulo a aplicação de vacina 
Sabin introduzida a partir de 1960, e à medida em se aumenta a aplicação de 
doses, através da rotina e de campanhas, diminuem os coeficientes de 
incidência, erradicando-se a doença, quando se aumenta a cobertura no Brasil, 
especialmente por meio das campanhas em todo o território nacional. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Poliomielite: Cobertura vacinal * (3as. doses) em menores de 1 ano, 
ESP, 1974-2005* 
 
0
20
40
60
80
100
120
140
160
19
74
19
76
19
78
19
80
19
82
19
84
19
86
19
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19
90
19
92
19
94
19
96
19
98
20
00
20
02
20
04
Ano
C
ob
er
tu
ra
 (%
)
Fontes: DDTHA/CVE-SES-SP 
(*) Dados provisórios até set. 2005 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 10
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – (Gráfico 1) Poliomielite – Coeficiente de Morbidade e
Número de Doses* Aplicadas de Vacina Sabin Para o Município de
São Paulo, 1960 - 1981 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 11
1.5. A POLIOMIELITE NO MUNDO 
 
Apesar de erradicada na maior parte dos países, o poliovírus continua 
circulando na Ásia e África, o que impõe a manutenção de uma vigilância ativa 
para impedir sua reintrodução nasáreas erradicadas. 
Em 2003 e 2004, devido à epidemia africana além de se espalhar em 
países com casos devido à baixa cobertura vacinal, o vírus reinfectou outros 
países que estavam sem casos de pólio desde 1995. Até o momento, 16 
países apresentaram casos derivados da importação do vírus, destes, seis 
tiveram a transmissão restabelecida: Sudão, Mali, Burkina Faso, Chad, 
República Africana Central e Costa do Marfim. 
Em 2004, 1265 casos de poliomielite foram confirmados no mundo, em 
comparação com os 784 de 2003, quando o número de países endêmicos 
eram seis (Nigéria, Niger, Egito, Paquistão, Afeganistão e Índia), com os 125 
países em 1988 e um número de casos de 350.000. 
Atualmente, o mundo registra 1163 casos confirmados, o que representa 
um importante risco de disseminação do poliovírus frente à vulnerabilidade 
promovida pela intensa mobilização das populações. 
 
 
2. A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE 
 
A Síndrome Pós-Pólio (SPP) é uma desordem do sistema nervoso, que 
se manifesta em indivíduos que tiveram poliomielite, após, em média, 15 anos 
ou mais, com um novo quadro sintomatológico: fraqueza muscular e 
progressiva, fadiga, dores musculares e nas articulações, resultando numa 
diminuição da capacidade funcional e/ou no surgimento de novas 
incapacidades. Alguns pacientes desenvolvem, ainda, dificuldade de deglutição 
e respiração. 
Compõem o grupo das neuropatias motoras, além da poliomielite aguda, 
a atrofia muscular espinhal progressiva (AMEP) e a doença do neurônio motor 
(DNM). A SPP encontra-se incluída na categoria de DNM, considerando-se que 
seu quadro clínico e alterações histológicas estão associados à disfunção dos 
neurônios motores inferiores. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 12
A incidência e prevalência da SPP são desconhecidas no mundo e no 
Brasil. Estima-se a existência de 12 milhões de pessoas em todo o mundo 
(OMS) com algum grau de limitação física causada pela poliomielite. 
Dados preliminares dos Estados Unidos apontam para a existência de 
cerca de 1 milhão de sobreviventes naquele país, dos quais cerca de 433.000 
sofreram paralisias que resultaram em diferentes graus de limitações motoras. 
No Brasil a SPP é ainda desconhecida, bem como são escassos os 
trabalhos sobre casos. No Estado de São Paulo, o Centro de Vigilância 
Epidemiológica, tomou a iniciativa de pesquisar a existência da doença, a partir 
dos anos de 2001 e 2002, realizando seminários sobre a vigilância 
epidemiológica da poliomielite, das paralisias flácidas agudas e da SPP, 
divulgando essa nova doença entre médicos e equipes de vigilância. Além 
disso, estabeleceu algumas parcerias para o dimensionamento do problema no 
ESP, como contribuição à necessidade de organização da assistência médica 
para acompanhamento dos casos na rede pública de serviços de saúde. 
Há várias hipóteses para a causa da SPP, porém a mais aceita é a de 
que a SPP não é causada por uma nova atividade do poliovírus, mas sim pelo 
uso excessivo dos neurônios motores ao longo dos anos. O vírus pode 
danificar até 95% dos neurônios motores do corno anterior da medula, matando 
pelo menos 50% deles. Com a morte destes neurônios os músculos de sua 
área de atuação ficam sem inervação, provocando paralisia e atrofia. Embora 
danificados, os neurônios remanescentes compensam o dano enviando 
ramificações para ativar esses músculos órfãos. Com isso a função 
neuromuscular é recuperada, parcial ou totalmente, dependendo do número de 
neurônios envolvidos na “adoção”. Um único neurônio pode lançar derivações 
para conectar 5 a 10 vezes mais neurônios do que fazia originalmente. Assim, 
um neurônio inerva um número muito maior de fibras neuromusculares do que 
ele normalmente faria, restabelecendo a função motora; porém, 
sobrecarregado, após muitos anos de estabilidade funcional, começa a se 
degenerar surgindo o novo quadro sintomatológico. 
O diagnóstico clínico da SPP é feito por exclusão. Requer diferenciação 
com outras doenças neurológicas, ortopédicas ou psiquiátricas que podem 
apresentar quadro semelhante; entretanto, existem critérios que fundamentam 
o diagnóstico: 1) confirmação de poliomielite paralítica com evidência de perda 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 13
de neurônio motor, através de história de doença paralítica aguda, sinais 
residuais de atrofia e fraqueza muscular ao exame neurológico e sinais de 
desenervação na eletroneuromiografia; 2) período de recuperação funcional, 
parcial ou completa, seguido por um intervalo (15 anos ou mais, em média 40 
anos) de função neurológica estável; 3) início de novas complicações 
neurológicas: uma nova e persistente atrofia e fraqueza muscular; 4) Os 
sintomas persistem por mais de um ano; 5) exclusão de outras condições que 
poderiam causar os novos sinais e sintomas. 
 
 
2.1. PREVENÇÃO E ASPECTOS TERAPÊUTICOS NA SPP 
 
Primeiramente, a prevenção da SPP deve ser iniciada na fase da 
poliomielite aguda, quando, deve-se evitar atividade física intensa. A 
recuperação se embasa em fisioterapia, com exercícios de resistência a 
atividade aeróbica, que podem permitir uma reinervação compensatória. 
Deformidades devem ser tratadas para se evitar desequilíbrio funcional. 
Na presença da SPP recomenda-se o tratamento da fraqueza muscular 
com exercícios de aeróbica e resistência, de pouca carga, evitar o 
supertreinamento e a fadiga, fazer hidroterapia em piscinas aquecidas e 
temperatura controlada. Para a dor são preconizados exercícios localizados, 
gelo e compressas quentes, órteses específicas, anti-inflamatórios não 
hormonais e acupuntura. Em casos de fibromialgia e/ou depressão e ansiedade 
são administrados medicamentos orais antidepressivos como amitriptilia, 
clomipramina, fluoxetina, sertralina. Na presença de anormalidade das 
articulações e tecido mole deve haver modificação no uso da extremidade e 
órteses. Nas anormalidades do sono, utilizam-se equipamentos apropriados 
para evitar a apnéia do sono e/ou outros procedimentos. Na disfagia, 
orientação fonoaudilógica, nutricional e consistência de alimentos. Na presença 
de síndrome do túnel do carpo, descompressão do nervo mediano e 
procedimentos adequados para os portadores de hérnia de disco. O paciente 
necessitará de orientação ortopédica permanente. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 14
Feito o diagnóstico de SPP o paciente deverá freqüentar programas de 
reabilitação que envolvem, além da assistência a problemas físicos, 
acompanhamento psicoterápico/psicossocial. 
 
 
2.2. A HISTÓRIA DA SPP 
 
Há várias descrições de casos desde 1875 e especialmente de casos 
relacionados a epidemias que ocorreram na primeira metade do século XX em 
várias partes do mundo. Foi, contudo, na década de 70 e início dos anos 80 
que se observou uma procura crescente de sobreviventes da poliomielite aos 
serviços de saúde, relatando esses novos sintomas os quais foram 
primeiramente interpretados como de natureza psicológica. A SPP só foi 
reconhecida como síndrome e nova entidade nosológica em 1986. Entretanto, 
ela não foi ainda incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID 10ª 
Revisão), e por isso, não possui o devido código para identificação e registro 
do diagnóstico nos sistemas de informação. 
Nos Estados Unidos e países da Europa, os laudos médicos 
representam, nos casos de SPP, a base para aposentadoria desses pacientes. 
A falta de um CID dificulta o registro de informações mais precisas de 
importância para o acompanhamento dos portadores da SPP, e principalmente 
para a avaliação de ações programáticas desenvolvidas. 
 
 
2.3. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA SPP NO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
Os dados disponíveis sobre a SPP no Estado de São Paulo são 
resultadosde uma pesquisa desenvolvida pelo Dr. Abrahão A. J. Quadros, sob 
orientação do Prof. Dr. Acary S. B. Oliveira, da UNIFES/EPM, com apoio e 
acompanhamento da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, 
deste Centro de Vigilância Epidemiológica. 
Ao mesmo tempo em que se desenvolveu o processo de coleta e análise 
de dados, os casos diagnosticados como SPP passaram a usufruir das ações 
de saúde identificadas como necessárias, na rede de reabilitação do SUS, em 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 15
unidades gerenciadas por municípios, em especialmente, no município de São 
Paulo, que esperadamente concentraria mais casos da síndrome. 
Na primeira etapa do estudo foram avaliados 167 pacientes com 
diagnóstico de poliomielite paralítica prévia. Destes, 64 do sexo masculino e 
103 do sexo feminino, com idades na faixa de 14 a 72 anos. 
Com base em critérios clínicos de diagnóstico estabelecidos pela maioria 
dos pesquisadores do assunto, foi identificado que 129 deles (77,2%) 
apresentavam a SPP; os demais 38 pacientes (22,8%) foram caracterizados 
como portadores de seqüela tardia de poliomielite. 
Segundo o estudo, após a poliomielite, os pacientes que se recuperaram 
funcionalmente, mantiveram-se estáveis por um período médio de 38 anos. 
As principais manifestações clínicas foram: Nova fraqueza – 100%; 
Cansaço – 92,2%; Ansiedade – 82,9%; Dor articular – 79,8%; Fadiga – 77,5%; 
Dor muscular – 76,0%; Distúrbio do sono – 72,1%; Intolerância ao frio – 69,8%; 
Cãibra – 66,7%; Desvio da coluna – 55,3%; Aumento de peso - 58,1%; 
Fasciculação – 52,7%; Nova atrofia – 48,8%; Cefaléia – 48,1%; Depressão – 
48,1%; Problemas respiratórios – 41,1% e Disfagia – 20,9%. 
Observou-se que a poliomielite aguda, nesses pacientes, ocorreu 
predominantemente quando estavam na faixa de idade 0 a 2 anos (83,2%). 
Apenas três casos de poliomielite ocorreram em faixa etária > 12 anos, 2 da 
Bahia (não vacinados) e 1 do município de São Paulo (não vacinado). 
Dos 167 casos estudados, 56 (33,5%) residiam em São Paulo, quando 
adquiriram a poliomielite, 49 (29,3%) em outras cidades do ESP, 60 (35,9%) 
em outros Estados do Brasil, e 2 (1,2%) em outros países. 
A história de antecedentes vacinais foi obtida de relatos dos pacientes e 
não de documento/carteira de vacinação. 143 (85,6%) dos pacientes com 
diagnóstico de poliomielite informaram não ter feito vacinação prévia. 
Dos 129 pacientes com SPP, 89 (69,0%) residiam no município de São 
Paulo, 30 (23,3%) em outras cidades do Estado, 9 (7,0%) em outros Estados e 
1 (0,8%) na Inglaterra. 
Estão participando atualmente do estudo na UNIFESP 364 pacientes 
com SPP, 80% procedentes do ESP. 
 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 16
3. ATENDIMENTO DA SPP NO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
Entre os casos recrutados, a grande maioria reside no município de São 
Paulo. Na cidade de São Paulo, destacam-se, no atendimento às pessoas que 
tiveram poliomielite, o ambulatório de doenças neuromusculares da UNIFESP 
que vem fornecendo atendimento a todos os casos estudados; a Associação 
de Assistência à Criança Deficiente (AACD), que ao acompanhar os casos 
atingidos pela poliomielite, contribuiu também para a identificação, entre os 
portadores de seqüelas, da existência da SPP; o Instituto do Sono que 
disponibiliza exames e procedimentos nas anormalidades do sono, e as 
Coordenadorias de Serviços de Saúde e de Regiões de Saúde, da Secretaria 
de Estado da Saúde de São Paulo, autorizando e custeando os exames para 
diagnóstico das doenças neurológicas, próteses e órteses a todos os 
deficientes físicos atendidos no SUS, através da rede credenciada de 
reabilitação física. 
O atendimento aos deficientes físicos é feito em toda a rede credenciada 
ao SUS no Estado de São Paulo, sob a responsabilidade dos municípios. O 
pagamento de exames, equipamentos, procedimentos é custeado pela 
Secretaria de Estado da Saúde, seguindo os procedimentos estabelecidos para 
o SUS como um todo. 
 
4. AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PARA PREVENÇÃO DA 
POLIOMIELITE 
 
I. Vigilância Sentinela das Paralisias Flácidas para Detecção Precoce de 
Poliomielite 
1) Objetivos: 
™ Identificação oportuna de casos de poliomielite por meio da investigação 
de casos de paralisias flácidas agudas para impedir a reintrodução do 
poliovírus. 
™ Monitorar permanentemente a doença, a cobertura vacinal e o impacto 
da vacina. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 17
1) Componentes do sistema: 
™ Notificação imediata de todos os casos de paralisias ou paresias flácidas 
agudas em menores de 15 anos, ou e em pessoas de qualquer idade 
que apresentem a hipótese diagnóstica de poliomielite. 
™ Busca Ativa de casos. 
™ Investigação imediata dos casos (início nas primeiras 48 h). 
™ Coleta precoce de uma amostra de fezes, preferencialmente nos 
primeiros 14 dias do início do déficit motor e nunca ultrapassando os 60 
dias a partir do início da paralisia ou paresia). Em caso de óbito, 
coletam-se fragmentos de cérebro, medula e intestino. 
™ Notificação negativa semanal pelos serviços de saúde que atendem 
casos de paralisias e paresias agudas e flácidas. 
™ Monitoramento do poliovírus em águas residuais em portos, aeroportos 
e hospitais sentinelas (CETESB). 
™ Vacinação de todos os viajantes vindos de áreas com circulação de 
poliovírus selvagem. 
™ Vacinação seletiva em viajantes (com esquema vacinal incompleto) para 
países com circulação do vírus selvagem. 
™ Avaliação e classificação dos casos. 
3) Indicadores de desempenho do sistema 
™ Taxa de Notificação: META: 1 caso/ 100.000 menores de 15 anos. 
™ Investigação de casos em 48 h: META: 80% dos casos investigados 
nas primeiras 48 h. 
™ Coleta Adequada de fezes (primeiros 14 dias): META : 80% dos 
casos com fezes coletados nos primeiros 14 dias. 
™ Notificação Negativa Semanal: Meta: 80% das fontes notificando 
semanalmente. 
Os percentuais de casos de PFA por tipo de diagnóstico realizado 
encontram-se na Figura 4. As metas de notificação alcançadas podem ser 
observadas na Figura 5, para o período de 2000 a 2005. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 18
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(*) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0
5
10
15
20
25
30
35
SGB AVC Infecções Outras
paralisias
Neoplasias Outros
2004 2005
 
Figura 4 – PFA: Percentuais de casos por diagnóstico sob vigilância em 
menores de 15 anos, notificados ao CVE, ESP, 2004 e 2005 
Fonte: DDTHA/CVE 
 
Figura 5 – PFA: Taxa de notificação das Paralisias Flácidas - ESP, 2000 – 
2005 
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Tx
. N
ot
ifi
ca
çã
o/
10
0 
m
il 
em
 m
en
or
es
 d
e 
15
 
an
os
 Taxa Notificação
Meta
Fonte: DDTHA/CVE 
SGB = Síndrome de Guillain-Barré 
AVC = Acidente Vásculo-Cerebral 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 19
II. Proposta de ações de acompanhamento da SPP 
 
O atendimento da SPP está no âmbito da rede de assistência médica. No 
âmbito do CVE, propõe-se: 
 
1) Objetivos: 
™ Contribuir para melhorar o diagnóstico médico da SPP divulgando a 
síndrome 
™ Monitorar os casos atendidos pela rede do SUS como contribuição 
para o planeja mento e melhoria do atendimento à SPP. 
 
2) Componentes do sistema em desenvolvimento: 
™ Registro dos casos atendidos pelos serviços de saúde (formulário 
específico) e envio mensal, através das vigilâncias municipais e 
regionais, à DDTHA/CVE, e envio destes às Coordenadorias da 
SES/SP, responsáveis pela coordenação em nível estadual das 
ações prestadas aos deficientes físicos no Estado de São Paulo. 
™ Participaçãoem reuniões/Grupos/Comissão de Monitoramento da 
SPP (CMSPP) com representantes da UNIFESP/EPM, das 
Coordenadorias SES, dos principais serviços municipais que 
concentram o atendimento aos casos e da Associação Brasileira de 
Síndrome Pós-Polio (ABRASSP). 
™ Desenvolvimento de uma página dentro do site do CVE material 
científico e educacional como subsídio ao desenvolvimento das 
ações à SPP. 
 
3) Atividades planejadas no âmbito do CVE, para o ano de 2006 na 
SPP: 
™ Seminário com Regionais, Municípios, principais serviços neurológicos e 
outras entidades envolvidas com a questão, para avaliação da vigilância 
sentinela de PFA/erradicação de pólio, bem como, divulgação da 
síndrome e melhoria do diagnóstico. 
™ Acompanhamento do processo internacional de inclusão da SPP no CID 
10ª Revisão, a cargo do Centro de Classificação Internacional de 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 20
Doenças, sediado na Faculdade de Saúde Pública – USP (processo que 
levará cerca de 2 anos). 
™ Elaboração de material técnico. 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A SPP, ao contrário da Poliomielite, não é uma doença de notificação 
compulsória no mundo, e por isso, ela não faz do sistema de vigilância 
epidemiológica. 
Cabe primeiramente destacar (resumidamente) a definição e funções da 
vigilância epidemiológica (VE): 
• “é o conjunto de atividades que permite reunir a informação 
indispensável para conhecer a qualquer momento, o comportamento ou 
história natural das doenças, bem como, detectar ou prever alterações 
de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar 
oportunamente, sobre bases firmes as medidas indicadas e 
eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas 
doenças” (Lei Orgânica da Saúde - Lei Nº. 8080/90). 
Nesta definição incluem-se doenças cujos fatores de risco à saúde 
pública constituam ameaças de disseminação, afetando adversamente as 
populações humanas (por ex., no caso das infecciosas) ou simples aumento 
dos casos (nas doenças crônicas, por ex., fatores, como dieta inadequada, 
propiciando o aumento de casos de doença coronariana, diabetes, etc.). 
Para que uma doença seja de notificação obrigatória, transmissível ou 
provocada por agentes químicos, substâncias radioativas ou outros, deve ter 
algumas características como: risco de propagação, emergência em saúde 
pública ou representar perigo grave e imediato para o indivíduo e outras 
pessoas. Supõe-se também, que ao ser feita a notificação da doença ou 
agravo, seja possível, através das investigações epidemiológicas, intervir em 
suas causas, desencadeando ações que previnam o surgimento de novos 
casos, eliminando ou minimizando os fatores de risco que provocam a doença. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 21
Esses critérios aplicam-se bem à poliomielite, e sua vigilância 
permanente, através da busca de casos de PFA, é essencial para impedir a 
sua reintrodução no Brasil. 
 No caso da SPP, não há necessidade dessa inclusão no sistema de 
notificação. A SPP é uma síndrome não transmissível, de aparecimento tardio 
após o acometimento pela Pólio. A identificação do caso não requer 
investigação epidemiológica, porque ela não se propagará para outras 
pessoas, ainda que saibamos, ela representa um grande e sério transtorno 
para os indivíduos que foram vítimas da pólio. 
Por ser de manifestação tardia, não constitui um bom indicador de casos 
de pólio, que pudesse subsidiar a VE com a finalidade de captar casos 
subnotificados e tomar medidas imediatas de prevenção. Entretanto, os casos 
de SPP, devem ser bem atendidos nos serviços de saúde, com acesso a todo 
tipo de terapêutica e reabilitação, que necessitam. Os dados registrados 
enviados mensalmente serão de grande auxílio para o conhecimento do 
impacto da doença no ESP, para a reavaliação de ações, melhoria de 
programas aos deficientes físicos nos municípios e na reorganização de ações 
ou políticas de saúde, nos âmbitos das: Coordenadoria de Regiões de Saúde, 
da Coordenadoria de Serviços de Saúde e da Coordenadoria de Planejamento 
em Saúde. 
Para a VE, o monitoramento de casos permitirá compreender melhor a 
evolução dos quadros de poliomielite e trazer conhecimento complementar à 
doença. 
 
6. PRINCIPAIS BIBLIOGRÁFIAS CONSULTADAS 
 
1. American Academy of Pediatrics. Pickering L.K. ed. Red Book; 2003 
Report of the Committee on Infectious Diseases. 26th ed. Elk Groove 
Village, IL: American Academy of Pediatrics; 2003. 
2. Benenson, A. S (Editor). Control of Communicable Diseases Manual. 
16th ed, Washington D. C.: OPAS; 1995. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 22
3. Centers for Diseases Control and Prevention/CDC. Use of race and 
ethnicity in public health surveillance: summary of the CDC/ATSDR 
work-shop. MMWR 1993;42(no. RR-10). 
 
4. Centro de Informação de Saúde. Poliomielite 1980. In: Relatórios do 
sistema de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de Estado da Saúde. 
São Paulo, 1982. 
5. Diament, A; Kok, F. Poliomielite. In: Veronesi, R. & Focaccia R. Tratado 
de Infectologia. Ed. Atheneu, Vol. 1, São Paulo, 1996, p. 469-475. 
6. Executive Office of the President, Office of Management and Budget. 
Revisions to the standards for the classification of federal data on race 
and ethnicity. Federal Register 1997;62:58782-90. 
7. Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Succi RCM. Imunizações – 
fundamentos e prática. 4 ed. São Paulo: Atheneu; 2000. 
8. Fields, B. N.. Virology. Volume 1, 2ª Edição, 1990. 
9. Laurence M. Tierney, Jr., Stephen J. Mc Phee, Maxine A. Papadakis, 
Current Medical Diagnosis & Treatment, Appleton & Lange, USA, 1996. 
10. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Programa Nacional 
de Imunizações. Manual de Normas de Vacinação.3ª. ed. Brasília 2001. 
11. Office of Communications and Public Liaison. NIH Neurological Institute. 
What is Post-Polio Syndrom? Washington D.C.: National Institutes of 
Health (NIH); 1996 - NIH Publication No. 96-4030 (Reviewed June 
2000). 
12. Quadros A.A.J. Síndrome Pós-poliomielite (SPP): Uma nova doença 
velha. Tese (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo. Escola 
Paulista de Medicina; São Paulo, 2005. 
13. Takahashi, A.A. e col. Programa de Manutenção da Erradicação da 
Transmissão Autóctone dos Poliovírus Naturais (selvagens). Centro de 
Vigilância Epidemiológica “Professor Alexandre Vranjac” - Secretaria de 
Estado da Saúde. São Paulo, 1985. 
14. Vogt RL. Laboratory reporting and disease surveillance. Journal of Public 
Health Management Practice 1996;2(4):28-30. 
15. Williams DR. Race and health: basic questions, emerging directions. Ann 
Epidemiol 1997;7:322-33. 
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 23
 
Documento elaborado pela DDTHA/CVE com base no parecer SPP, enviado ao Ministério 
Público de São Paulo, em fevereiro de 2006. 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS 
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO Formulário Especial - Registro de Casos de Síndrome Pós-Poliomielite 
CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
MÊS |____|____| ANO ________ 
REGISTRO MENSAL DE CASOS DE SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE - SPP 
 
MUNICÍPIO: __________________________________________ DIR: _______________________________ SERVIÇO DE SAÚDE: _______________________________________ 
 
 
Nº 
Ord. 
Data do 
Atendimento
Iniciais 
do 
Nome 
Idade Data 
Nascimento 
Sexo Endereço 
Completo Atual 
Ano de início da 
Poliomielite 
Serviço de Saúde que 
diagnosticou 
a Poliomielite 
Município e Estado 
onde residia 
Estado vacinal na época 
de início da Pólio (Nº 
Doses) 
Data 
Diagnóstico da 
SPP 
 
OBSERVAÇÕESResponsável pelo Preenchimento: _______________________________________________ Assinatura: _________________________________ 
Data ____/____/_____ 
PLANILHA EM TESTE 
Fluxo de envio – Mensal 
 
 
UNIDADE NEUROMUSCULAR/ORTOPEDIA/OUTROS 
5º dia do mês subseqüente ao informado 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO MUNICÍPIO 
10º dia do mês subseqüente ao informado 
 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA REGIONAL 
15º dia do mês subseqüente ao informado 
 (envio e-mail em excel) 
 
DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR/CVE 
(Consolidação e envio às Coordenadorias de Saúde)

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