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obrigação de dar coisa certa

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DISCIPLINA_ teoria geral das obrigações 1 Profa. Dra. Vera Lucia GebriN Temas abordados: I. Das modalidades das Obrigações: 1. OBRIGAÇÕES DE DAR 1.1. obrigação de dar COISA CERTA; 1.2. Obrigações de dar coisa Incerta; 
2. Obrigações de fazer: 2.1. obrigação de fazer personalíssima; 2.2. OBRIGAÇÃO DE FAZER NÃO PERSONALISSIMA
3. Obrigações de não fazer
II. OBRIGAÇÕES HIBRIDAS OU MISTAS ENTRE O DIREITO REAL E O DIREITO OBRIGACIONAL Obrigações in rem, ob rem , propter rem
 Observação: 
As obrigações hibridas ou Mistas entre o DIREITO REAL E O Obrigacional_ são as Obrigações chamadas de “in rem”, “ob rem” ou “propter rem” 
Ex.: é o caso da obrigação do inquilino de contribuir para a conservação da coisa comum (art. 1.315) ou a dos vizinhos de proceder à demarcação das divisas de seu prédio (art. 1.297) 
Ou seja: Para Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho “o direito das obrigações trata do conjunto de normas (regras e princípios jurídicos) reguladoras das relações patrimoniais entre um credor (sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo) a quem incumbe o dever de cumprir, espontaneamente ou coativamente, uma prestação de dar, de fazer e de não fazer” 
Viu-se em aulas passadas a diferença entre direito obrigacional e direito real.
Nesse particular, os autores citados e outros autores, reconhecem que existem “obrigações” em sentido estrito, que decorrem de um “direito real” sobre determinada coisa, aderindo a essa, e por isso acompanhando-a nas modificações do seu titular. São as chamadas obrigações in rem, ob rem ou propter rem.
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São obrigações, em sentido estrito, que ficam na zona intermediária entre o direito real e o direito obrigacional; decorrem de um direito real sobre determinada coisa.
São consideradas figuras mistas ou hibridas., se transmitem automaticamente para o novo titular da coisa a que se relacionam.
Exemplificam os autores: É caso da obrigação do condômino de contribuir para a conservação da coisa (art. 1.315) ou a dos vizinhos de proceder à demarcação das divisas de seus prédios (art. 1.217), em que a obrigação decorre do direito real, transmitindo-se com a transferência da titularidade do bem.
 Vejamos agora a abordagem da obrigação de dar Coisa certa e coisa Incerta_ 
 1.1. Obrigação de dar coisa certa_
 Perecimento e deterioração com ou sem culpa do devedor
A regra res perit domino (a coisa perece para o dono)
Deterioração
Direito aos melhoramentos, acréscimos, frutos;
Restituição, Direito de Retenção, Acessórios 
1.2. Obrigação de dar coisa incerta
 Conceito, características
 A regra” genus nunquam perit” 
 (o gênero nunca perece) 
RESUMINDO: 
 As obrigações classificam-se quanto: 
 ao seu objeto (dar ou restituir, fazer, não fazer)
 ao seu sujeito;
 aos seus elementos.
Classificação das obrigações quanto ao objeto: Obrigações de dar, são aquelas cujas prestações consiste em um dar (em latim_ dare), são aquelas em que o devedor tem de entregar ou restituir um bem material (coisa) ao credor (DONIZETTI,2016, P. 265) 
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Dar............... no direito das obrigações significa transmitir a posse e transferir a propriedade da coisa. 
É aquela em virtude da qual o devedor fica com o dever de entregar mediante tradição (móvel) e pela transcrição ( registro do imóvel ) no cartório competente de determinada coisa ( PODESTÁ, 2003, p. 94) 
Ex. de obrigação de dar coisa certa (compra e venda) Ex. de obrigação de restituir ( devolução do imóvel dado em comodato)
Clóvis Beviláqua, visualiza-as como:
É aquela cuja prestação consiste na entrega de uma coisa móvel ou imóvel, seja para constituir um direito real, seja somente para facultar o uso, ou ainda, a simples detenção, seja finalmente para restituí-la ao seu dono. ( BEVILAQUA, 1954, p. 54) Ex.: contrato de depósitoA entrega de coisa móvel se faz pela tradição –art. 1267
A da entrega de coisas imóveis pelo registro na respectiva matrícula ou transcrição do título no Cartório de Registro de Imóveis _ art. 1. 245 e Lei nº 6015/73 (LRP).
_ A regra fundamental , na obrigação de dar coisa certa consta do artigo 313: “ o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
No entanto, fica ressalvada a hipótese do credor aceitar coisa diversa, caso em que teríamos a dação em pagamento. A tradição pode real, simbólica ou ficta ( se se tratar de bens móveis) e solene (em se tratando de bens imóveis) 
Elpidio Donizetti exemplifica: a. Caio me entrega um livro_ há tradição real; b. Augusto entrega as chaves do carro que me vendeu_ tradição simbólica; c. Cesar me vendeu o imóvel que dele alugara, e no contrato há uma clausula que considera que o imóvel foi entregue a mim_ tradição ficta; d. Manuel registra a escritura de compra e venda do imóvel que comprou de Pontes_ tradição solene. (p. 265) 
Na obrigação de dar, o devedor deve promover em beneficio do credor, a entrega (no caso de compra e venda) ou restituir (no caso de comodato) de coisa certa, determinada, individuada, podendo ser resumida numa única palavra: tradição.
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Na obrigação de dar coisa certa, o devedor é obrigado a entregar o objeto da prestação pactuada, pois lhe é vedado entregar coisa diversa, ainda que mais valiosa (art. 313)
Ex.: comprou um pneu para automóvel e a loja lhe entrega um pneu para trator 
O contrato não transfere a propriedade. O contrato é fonte de direitos e obrigações. Só a tradição (real ou simbólica ou ficta ou solene) é a que tem o poder de transferir o domínio (art. 1.267 e art. 1.245)
...................... A regra Res Perit Domino (= a coisa perece para o dono)
Na obrigação de dar coisa certa: Se houver perda da coisa, antes da tradição, o credor assume a perda, porque ainda é dono_ aplica-se a regra res perit domino ( a coisa perece para o dono);
Se não houve culpa do devedor, a obrigação se resolve ( art. 238);
Se, a coisa se perder com culpa do devedor, este, terá de indenizar o credor pelo valor da coisa_ equivalente_e, ainda será obrigado a indenizar as perdas e danos (art. 239)
O Prof. Elpidio Donizetti exemplifica:
Manuel emprestou a Augusto um exemplar do Cód. Civil, que veio a ser roubado de Augusto. Nesse caso, Manuel arca com a perda sem que possa exigir de Augusto qualquer indenização.
Mas, se o livro foi esquecido por Augusto num ponto de ônibus, Manuel pode exigir dele o equivalente do livro, mais os prejuízos que a perda lhe causou.
Supondo-se que Manuel teve de alugar um código para estudar para uma prova escrita, cobrará de Augusto o valor do código perdido ,mais também o que pagou pela locação de um código.
 Deterioração_ 
Na hipótese de deterioração da coisa, antes da tradição, sem culpa do devedor, o credor tem de aceita-la, no estado em que se encontra sem direito à indenização (art. 240, 1ª parte)
Se, todavia, a coisa se deteriorar com culpa do devedor, determina o código a aplicação do art. 239 (art. 240, 2ª parte). Conforme alerta o Prof. Elpidio, a referencia não faz sentido.
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Na I Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal , foi aprovado o Enunciado nº 15,: “as disposições do art. 236 do novo código civil também são aplicáveis à hipótese do art. 240, in fine”; ou seja, 
“deteriorada a coisa, com culpa do devedor, pode o credor optar por receber a coisa no estado em que se encontra, ou seu equivalente, e cobrar, em qualquer caso, perdas e danos”
 O Prof. Elpidio Donizetti, esclarece a questão exemplificando:
Orlando devia a Clovis a restituição de um livro de direito civil. Em razão do envelhecimento da encadernação, a capa soltou, não obstante Orlando ter tomado bastante cuidado com a obra. Neste caso, Clovis tem de aceitar o livro no estado em que se encontra.
Se, porém, a capa do livro se desprendeu porque Orlando não o guardou adequadamente, Clovis poderá aceitar receber o livro, ou enjeitá-lo, e exigir o equivalente.
Aceitando ou enjeitando-o, Clovis ainda tem direito à indenização pelos prejuízos que sofreu. Por exemplo, se o exemplar era uma primeira edição autografada, que se desvalorizou 50% em razão do dano,................................ 
Orlando será responsável por indenizar Clovis a quantia correspondente à desvalorização. 
Considera-se também prejuizo o valor necessário para o reparo do dano. 
 DIREITO AOS MELHORAMENTOS, ACRÉSCIMOS, FRUTOS_ 
Na entrega de coisa certa, pode ocorrer um lapso de tempo entre a realização do negocio e a efetiva transferência do bem. Nesse tempo, a coisa ainda é do vendedor (devedor) e ele, terá direito aos seus acréscimos, pelos quais poderá pedir um aumento do preço que, se o comprador (credor), não concordar, lhe autoriza a desfazer o negocio. Ex.: a compra de uma égua que vem a dar uma cria 
O devedor não está obrigado a entregar a cria, exceto se isso já constou expressamente do contrato. 
Se, entretanto, no ato de entrega, a cria ainda não nasceu, ela passa para o credor, pois este, tem direito aos frutos pendentes (art. 237, § único)
 Restituição, Direito de Retenção, Acessórios Restituição_ Ex.: no depósito, o credor tem direito à devolução do bem, com 
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todos osseus melhoramentos e acréscimos se isto ocorreu sem o trabalho e despesas do devedor (arts. 241 e 629)
 Direito de retenção_ Quando se tratar de restituição, se o devedor empregou esforços próprios ou se realizou gastos para os melhoramentos ou acréscimos, terá direito a uma indenização.
Se não for indenizado pelo credor, poderá exercer o direito de retenção da coisa como forma de obrigar a realização da indenização (art. 1219)
 Conteudo e alcance dos acessórios_ Uma das máximas do direito afirma que “o acessório segue o principal” (art. 233) Vide ainda arts. 237, 241, 242 comb. com arts. 92, 96, § 1º, 3º, arts. 1.219, 1ª e 3ª partes, 1.214, § único, 1.216) 
 Principal é o que tem existencia própria (Ex. a vaca) 
Acessório é aquele cuja existencia depende do principal (Ex. o bezerro)
Esse principio aplica-se somente às partes integrantes da coisa principal, tais como: a. os produtos (são bens que se exaurem. Ex. pedras preciosas) b. os frutos ( são coisas que se extraem periodicamente do bem principal sem que se lhes diminuam o valor, pois podem ser renovadas periodicamente. 
São rendimentos ou utilidade que a coisa principal produz (MELO, 2016, p. 129) Classificam-se em: _ Quanto à natureza, os frutos podem ser: 
b.1. frutos naturais ( pomar de frutas, crias, leite), vegetais (verduras); b.2. frutos industriais (produção de uma fabrica) b.3. frutos civis (juros, alugueis, rendas, dividendos)
Quanto ao estado, os frutos podem ser classificados em: b.1.1. pendentes são os que ainda se encontram presos às arvores; b.1.2. percebidos são os que já foram colhidos e separados do pé 
b.1.3. estantes _ aqueles que estão armazenados e prontos p/ venda; b.1.4. percipiendos_ aqueles que poderiam ter sido colhidos e não o foram; b.1.5. consumidos_ aqueles que já foram consumidos ou destruídos. 
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c. as benfeitorias (art. 96) _ é um bem acessório, constante da realização de uma obra, com o propósito de conservar (necessária), melhorar (uteis) ou embelezar ( voluptuárias) de uma coisa 
Este principio não se aplica às pertenças (art. 94) exceto se expressamente pactuado. Ex.: família de mudança vende imóvel mobiliado ( MELO, 2016, p. 130)
As pertenças (art. 93 e 94) são coisas que não formam parte integrante do bem principal, mas que são importantes para uma melhor exploração ou aproveitamento do mesmo
Classificam-se em:
Agrícolas (tratores e equipamentos de uma fazenda) 
Mobiliárias (móveis, peças decorativas, ar condicionado);
Industriais (ferramentas de uma indústria, maquinários);
Comerciais (balcões, prateleiras) 
 Conclusões_ 
_ Perecimento e deterioração com ou sem culpa do devedor Ocorre o perecimento quando há perda total de seu objeto, com a perda total de seu valor econômico ( Fábio H. Podestá) Ex: um veículo incendiado, um anel perdido no mar (=perecimento)
Na deterioração, pelo contrário, tem-se a perda parcial da coisa. 
Se o fato ocorreu sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação (resolução) voltando as partes à situação anterior ( art. 234, 1ª parte) 
Assim, se o devedor já recebeu o preço, deverá devolvê-lo ao comprador e o devedor arcará com o prejuizo da perda do objeto (art. 492)
 Ex.: na venda de um animal. Depois de concluído o negocio, o animal vem a morrer, antes da entrega por ter sido atingido por um raio.
Nesse caso, as partes voltaram ao “status quo ante”= estado anterior: deverá o devedor devolver o preço e ainda sofrerá o prejuizo da perda do animal (porque ainda é proprietário do animal até a tradição do mesmo. 
 Perecimento com culpa do devedor_ 
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Nesse caso, o devedor deverá arcar com a devolução e ainda poderá ser condenado a indenizar perdas e danos ao credor (art. 234, 2ª parte) 
Daí a obrigação do devedor com culpa, nas obrigações de restituir ou de entregar, antes da tradição, no caso de perecimento, o equivalente valor pecuniário da coisa, mais as perdas e danos _ arts. 234, 2ª parte e 239. 
 DETERIORAÇÃO SEM CULPA DO DEVEDOR_Se o devedor não concorreu por ação ou omissão, para a deterioração, restará para o credor (comprador):
A opção de resolver o negócio recebendo seu dinheiro de volta ou
Ficar com o bem, exigindo:
b.1. abatimento no preço promocional;
b.2. diminuição no valor da coisa (art. 235)
 DETERIORAÇÃO COM CULPA DO DEVEDOR Estabelece o art. 236, que o credor poderá: 
 Optar entre exigir a devolução do que pagou e resolver o contrato ou
 Aceitar a coisa deteriorada,
E, em ambos os casos, poderá exigir, adicionalmente as perdas e danos
 Responsabilidade do devedor na obrigação de restituir_
A obrigação de restituir é como uma subespécie da obrigação de dar, caracterizando-se pelo fato de que a coisa entregue em pode do devedor, não lhe pertence, estando em suas mãos em razão de um contrato de locação, comodato, depósito.
Também nesse caso, o devedor poderá ser obrigado a indenizar se a perda ou deterioração da coisa ocorreu por sua culpa (vide art. 240, 2ª parte)
A regra Res perit domino
Referida regra está atrelada ao princípio da conservação da coisa alheia com mais cuidado do que cuidaria de coisa própria (art. 239), podendo, contudo, se ocorrer a perda ou destruição da coisa alheia sem culpa do devedor antes da ficando, portanto a obrigação resolvida para ambos (res perito domino)
Ex.: se o carro vendido é roubado, sofrerá o prejuízo o vendedor pois até a tradição ele ainda era dono da coisa (art. 492)
Ex. um cavalo atingido por um raio (art. 238) No entanto, se vier a perecer depois da tradição, a culpa é do comprador.
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 Os acessórios na obrigação de dar_
O art. 237 do cód. civil dispõe in verbis:
“ Até a tradição, pertence ao devedor a coisa com seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço. 
Se o credor não anuir poderá o devedor resolver a obrigação.
 Ou seja:
- Até a entrega da coisa, os frutos percebidos pertencem ao devedor.
- Os frutos pendentes pertencem ao credor.
Os arts. 241 e 238, devem ser interpretados conjuntamente, ao deixar claro que, se a coisa teve melhoramentos sem trabalho ou aumento do devedor, o lucro pertencerá ao credor.
Do processo judicial para entrega da coisa certa 
Pelo art. 806 a 810 do atual Cód. de Processo Civil ocorre a chamada “Execução para a entrega da coisa”. 
 
 DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA_ ART. 234 
Conceito. Caracteristicas. A expressão “coisa incerta” indica que a obrigação tem seu objeto indicado pelo gênero e pela quantidade. 
Incerta não quer dizer indeterminada, mas determinável pelo gênero e pela quantidade (art. 243), restando apenas indicar a sua qualidade.
A incerteza recai sobre o objeto da prestação ou seja, sobre a coisa a ser dada.
Elpidio Donizetti exemplifica:
Pontes reserva com o feirante da sua rua 01 Kilo (quantidade) de tomates (gênero) para serem entregues na próxima semana.
No momento da contratação, não se sabe quais os tomates (gênero) para serem entregues na próxima semana.
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A determinação da coisa ( se serão tomates italianos, débora, carmem ou comum) ocorrerá no ato da escolha. 
 A prestação consiste na entrega do genero e quantidade acordadas entre Pontes (credor) e o feirante (devedor) 
Se, porém faltar também o gênero ou a quantidade, a indeterminação será absoluta, e a avença não poderá gerar obrigação, sendo portanto, nula. 
Ninguém pode, por exemplo pedir a entrega de sacas de café (quantas?) porque inexistente a quantidade, bem como solicitar a entrega de 10 sacas (de quê?) por faltar o gênero.
Porém será obrigação de dar coisa incerta, o pedido de 10 sacas de café, porque se apontou o gênero e a quantidade. Falta apenas determinar a qualidade. 
Impende frisar que a obrigação de dar coisa incerta, precisa ser convertida em obrigação de dar coisa certa.
Essa transformação é denominada de CONCENTRAÇÃO e depende da realização da escolha da coisa a ser entregue. 
Portanto, o ato unilateral de escolha denomina-se concentração. 
A escolha consiste na individualização da coisa (por exemplo, a escolha dos tomates, dos caquis) sem o que não pode haver execução.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: 
Assim que o credor é comunicado da escolha, considera-se realizada a concentração, e a obrigação “se converte em obrigação de dar coisa certa” art. 245, caso em que tornar-se-ão aplicáveis as disposições acerca da obrigação de dar coisa certa (arts. 233 a 242) 
Podem os sujeitos do vinculo (credor e devedor) pactuar que a escolha ou individualização da coisa caberá a qualquer um deles (art. 244, 2ª parte)
Na ausencia de ajuste, a escolha caberá ao devedor (art. 244, 1ª parte), caso em que não poderá entregar a coisa pior, mas não será obrigado a dar a melhor (art. 244, 3ª parte) 
É necessário que se exteriorize pela entrega, pelo depósito em pagamento, pela constituição em mora ou por qualquer outro ato jurídico que demonstre a cientificação ao credor (arts. 811 a 813 do atual Cód. Processo Civil) 
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Podem, no entanto as partes convencionar que a escolha cabe a terceiro, 
 Pelo art. 812 do C>P>Civil: 
“Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 dias, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação”
A regra genus nunquam perit ( o gênero nunca perece)
Dispõe o art. 246:
“Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito”
Carlos Roberto Gonçalves em parceria com Pedro Lenza observam que a expressão “antes da escolha” tem sido muito criticada pela doutrina.
Para eles, nãobasta que o devedor separe o produto para entrega-lo ao credor sendo mister que realize ainda o ato positivo de coloca-lo à disposição deste.
Só nesse caso ele se exonerará da obrigação, caso se verifique a perda da coisa.
Enquanto esta não é efetivamente entregue ou, pelo menos, posta à disposição do credor, impossível será a desoneração do devedor, aplicando-se aí a regra “genus nunquam perit” (=o gênero nunca perece), porque pode ser substituído por outro, lecionam eles (p.506)
Exemplificam: 
Se alguém por exemplo, se obriga a entregar 10 sacas de café, não se eximirá da obrigação, ainda que se percam todas as sacas que possui, porque pode obter no mercado ou em outra propriedade agrícola, o café prometido ( GONÇALVES, Direito Civil Esquematizado, p. 506)
Washington de Barros Monteiro leciona: “Entram nessa categoria também as obrigações em dinheiro, pois o devedor não se exonera caso venha a perder as cédulas que havia separado para solver a divida” (MONTEIRO, P. 85)
Diversa será a situação em que alguém estando obrigado a entregar garrafas de vinho de determinada marca e, na data do cumprimento, não mais existem, hipótese em que somente a interpretação do contrato poderá dizer se se trata de obrigação genérica ou alternativa.
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Por isso, para os autores, melhor seria que a redação “antes da escolha” fosse substituída por “antes de cientificado da escolha o credor”
A quem compete o direito de escolha?
Pelo art. 244: 
“Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrario não resultar do titulo da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor”
Pior é a coisa que está abaixo da média, e deve ser esta a direção a guiar o julgador, quando o credor rejeitar a escolha, valendo-se ainda dos usos e costumes do lugar da execução ou da conclusão do negócio jurídico ( LÔBO, p.24)
Para Paulo Luiz Netto Lôbo, adotou-se o critério da qualidade média ou intermediária (no mesmo sentido Alvaro Villaça Azevedo)
Exemplifica ele:
“Se alguém se obrigou a entregar 01 saca de café, não se tendo convencionado a qualidade, deverá o devedor entregar 01 saca de qualidade média. Se existirem três qualidades: A, B, C., deverá entregar 01 saca de café tipo B.
Para Alvaro Villaça Azevedo, “após a escolha feita pelo devedor, que era incerta passa a ser certa, determinada, devendo então vigorar o então correspondente às obrigações de dar coisa certa, conforme autoriza o art. 245 do CC, porque estabelecida a qualidade, a coisa se torna certa, individualizada, determinada” (AZEVEDO, 2011, p. 45)
Leciona ele ainda: “se, antes dessa mesma escolha, ocorrer perda ou deterioração da coisa, o devedor não poderá alega-la a seu favor, ainda que ocorra força maior ou caso fortuito, principalmente porque a coisa não estava individuada, ainda não determinada. Tudo de acordo com o art. 246 do CC” (p. 45)
 Escolha atribuída a terceiro_ aplica-se por analogia o disposto no art. 1.930 Escolha atribuída ao credor_ vide art. 342 do CC/2002; Vide art. 811, caput e § único e art. 812 do CPC
OBRIGAÇÃO DE FAZER OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER 
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A obrigação de fazer, é positiva, tal como a obrigação de dar. Nela, o devedor compromete-se a prestar um serviço representado por um trabalho físico ou intelectual, licito e vantajoso para o credor, leciona Alvaro Villaça Azevedo.
Ex.: pintar um quadro, confeccionar um vestido, 
 A obrigação de fazer pode ser: a. personalíssima ou intuitu personae e b. não personalíssima ou impessoal
A 1ª hipótese exige que a obrigação seja desempenhada pelo próprio devedor, não se admitindo a sua substituição por outra pessoa (art. 247) 
Em caso de descumprimento, resolve-se a questão via perdas e danos, podendo-se até mesmo pleitear danos morais, como por exemplo, no caso de um casal, que contratou os serviços de fotos e filmagem de seu casamento, o que não aconteceu. 
Por ser personalíssima, não se pode obrigar os sucessores do devedor a cumpri-la em caso de morte do devedor.
OBRIGAÇÃO DE EMITIR DECLARAÇÃO DE VONTADE_ P/ o Prof. Nehemias D. de Melo, a obrigação de fazer pode também derivar de um contrato preliminar e consistir numa manifestação de vontade a ser expressa pelo devedor ( MELO, 2016, p. 35)
Exemplifica: no compromisso de compra e venda de bens imóveis, o vendedor se obriga a outorgar a escritura quando do final do pagamento. 
Em caso de recusa, o comprador pode compelir o devedor através de uma Ação de Obrigação de Fazer denominada .............AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSORIA ( Decreto-Lei nº 58, art. 56), caso em que a sentença irá substituir a declaração não emitida pelo devedor (art. 501 do CPC) (p. 35)
Responsabilidade pelo inadimplemento_ Pelo art. 248 do CC., há que verificar-se se houve ou não culpa do devedor.
Com culpa do devedor_ Não se pode obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Havendo culpa do devedor, resolve-se a questão em perdas e danos.
Ex.: alguém contrata uma empresa para fazer a reforma em sua casa. A empresa iniciou os serviços, posteriormente abandonando-os., Nos termos do art. 249 do CC, o credor dos serviços poderá pedir autorização
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 judicial para contratar outra empresa às custas da primeira (devedor), ou, se for urgente, poderá faze-lo sem autorização judicial (§ único do art. 249),
Sem culpa do devedor_ Se a prestação se tornar impossível sem culpa do devedor, afasta-se a sua responsabilidade, resolvendo-se a obrigação. Ex.: alguém contrata um advogado. Entretanto, ao dirigir o seu carro, tal advogadosofre um acidente e vem a falecer.
 ASTREINTES_ É uma multa pecuniária, normalmente por dia de atraso, com a finalidade de constranger indiretamente o devedor a cumprir, o que não está disposto a realizar.
Obrigações de não fazer_ Tal espécie impõe ao devedor uma abstenção, porque, se o fizer, a sua responsabilidade será desfazer daquilo que fez e não poderia ter feito (MELO, 2016, p. 37) 
Trata-se de obrigação negativa, impondo ao credor o direito de exigir que o devedor desfaça o ato, sob pena de ser desfeito por terceiro às suas custas, com eventual indenização por perdas e danos (art. 251 e seu § único do CC)
Ex.: em condomínios fechados, a convenção determina que os condôminos não construam muros de tijolos e sim de cercas vivas 
Impossibilidade de desfazimento_ Leciona o Prof. Melo que, em algumas situações se torna impossível o desfazimento do ato, por exemplo: no compromisso de não se divulgar segredo profissional pelo empregado. Se o empregado divulgar, resolve-se a questão em perdas e danos _ art. 499 do CPC (p. 39)

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