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Fabricação de Cabos de Aço Daniel Costa Ana Laura Oliveira Biazon Lucas Oliveira Biazon Processos Matéria-prima Trefilação Fechamento Produto finalPernas Arame trefilado Construção: Trefilação É a operação que consiste em conformar o metal através do estiramento (aumento de comprimento), em uma fieira, forçando a passagem do metal por matrizes com orifícios cônicos sucessivamente menores até a bitola desejada. O processo sempre é realizado a frio. Comparando os resultados com a laminação quente, a Trefilação apresenta as seguintes vantagens: 1. Ausência de oxidação: a matéria-prima para Trefilação que é uma barra do mesmo tipo de seção do produto final é decapado antes de iniciar a Trefilação. 2. Ausência de rebarba da laminação. 3. Maior precisão e melhor acabamento superficial devido à ausência da oxidação. 4. Possibilidade de se ter um produto com camada superficial endurecida. Para isto basta que após ser feito um último recozimento, sejam feitas algumas passagens. Aço: Alto carbono (SAE 1060 À 1080) médio carbono (SAE 1030). ● A fieira é o dispositivo básico da trefilação e compõe todos os equipamentos trefiladores. Fieira: Construção: Arame Os arames utilizados em cabo de aço são fios de aço estirados a frio, de alta resistência mecânica, fabricados com técnicas específicas para obtenção das seguintes propriedades: ▪ Resistência à tração; ▪ Ductilidade; ▪ Resistência ao desgaste; ▪ Pequena variação dimensional devido à variação de temperatura; ▪ Resistência à corrosão. Galvanizados: Apropriado para cabos estáticos ou relativamente estáticos, submetidos a ação de um meio agressivo, como umidade, ácidos, etc. Lubrificados: Recomendado para a maioria das aplicações, pois combina as propriedades da lubrificação que são proteção contra corrosão e diminuição do atrito entre os arames, existem diferentes tipos de lubrificantes adequadas para diferentes realizações do cabo de aço, acordo com as normas ISO 4346:1998. Construção - Pré formação Pré formação ▪ A fabricação de cabos de aço pode ser fornecidos tanto pré-formados como não pré-formados. ▪ A diferença consiste em que na fabricação do pré-formado é aplicado um processo adicional, que faz com que as pernas e os arames fiquem torcidos na forma helicoidal, permanecendo colocados dentro do cabo na sua posição natural com um mínimo de tensões internas. Vantagens dos cabos pré-formados 1. No cabo não pré-formado os arames e as pernas tem a tendência de endireitar-se, e a força necessária para mantê-lo em posição provoca tensões internas, as quais se adicionam as tensões provocadas em serviço quando o cabo é curvado em uma polia ou em um tambor. 2. O manuseio dos cabos pré-formados é muito facilitado pela ausência de tensões internas. 3. Nos cabos pré-formados o equilíbrio do cabo é garantido, tendo cada perna tensão igual a outra, dividindo-se a carga em partes iguais entre as pernas. 4. No cabo pré-formado o manuseio é mais seguro, sendo cabo e isento de tensões, não tendo a tendência de escapar da mão. Se um arame quebra pelo desgaste, ele ficará deitado em sua posição normal não se dobrando para fora o que tornaria perigoso seu manuseio. Construção: Alma A alma de um cabo de aço é um núcleo em torno do qual as pernas são torcidas e ficam dispostas em forma de hélice. Sua função principal é fazer com que as pernas sejam proporcionadas de tal forma que o esforço aplicado no cabo de aço seja distribuído uniformemente entre elas A alma pode ser constituída de fibra natural ou artificial podendo ainda ser formada por uma perna ou por um cabo de aço independente. Construção: Alma Alma de aço (AA): Formada por uma perna do próprio cabo de aço. ● Quando a aplicação requer resistência a amassamentos; ● Trabalhar em ambientes com temperatura maior que 82ºC; ● Quando o Cabo não for enrolado ordenadamente no tambor. Alma de cabo de aço independente (AACI): Formada por um cabo de aço independente, sendo esta mais utilizada, pois combina as características de flexibilidade e resistência à tração. Construção: Alma Alma de fibra (AF): O núcleo é composto por fibras naturais, tais como sisal, rami, cânhamo ou juta, embebidos em óleo para redução do desgaste produzido pelo atrito entre os fios e para a proteção contra corrosão. ● Quando a aplicação exigir maior flexibilidade; ● Trabalhar em ambientes com temperatura abaixo de 82ºC; ● Quando o Cabo de Aço for enrolado ordenadamente no tambor; Caso o Cabo trabalhe em ambientes sujeitos a intempéries, usar alma de fibra artificial (AFA), pois não se deteriora e não absorve umidade. Alma de fibra artificial (AFA): O núcleo é composto de fibras artificiais, geralmente de polipropileno, que não se deterioram em contato com a água ou substâncias corrosivas e agressivas. Porém são de preço mais elevado, sendo utilizados apenas para cabos de aços especiais. Construção: Alma Construção: Fechamento (torceduras) ● As pernas são compostas de arame torcidas em torno de um núcleo. A torcedora pode se dar as seguintes formas: Torcedora regular, diagonal ou cruzada: Os fios de arame e as pernas são torcidos em sentidos opostos, como resultado, os arames do topo das pernas são posicionados aproximadamente paralelos ao eixo longitudinal do cabo de aço não tem nem a torcer. ● Esses cabos são mais estáveis possuem boa resistência ao desgaste interno e torsão e são mais fáceis de manusear. Também possuem considerável resistência e amassamentos e deformações, devido ao curto comprimentos dos arames expostos. Torcedura plana, Lang ou paralela: Os arames e as pernas são torcidas no mesmo sentido, os arames externos são posicionados diagonalmente ao eixo longitudinal do cabo de aço e com comprimento maior de exposição que na torção regular. ● Devido aos fatos dos arames externos possuírem maior área exposta, a torção Lang proporciona ao cabo de aço maior resistência à abrasão, são menos flexíveis e mais difíceis de manusear. Quando as pernas são torcidas da esquerda para a direita, diz-se que o cabo de aço é “torção à direita”(Z). Quando as pernas são torcidas da direita para esquerda diz-se que o cabo de aço é “torção à esquerda” (S) A - SIMPLES: Todos os arames possuem o mesmo diâmetro B - SEALE: Caracteriza-se por possuir uma configuração em que na, última camada são dispostos arames de grande diâmetro, possibilitando assim grande resistência à abrasão. C - Perna FILLER: Caracteriza-se por ter fios mais finos entre duas camadas de arames, ocupando o espaço existente entre elas. Esse tipo de perna é utilizado quando são necessárias cabos com uma seção metálica maior e boa resistência ao esmagamento. Construção: Tipos de pernas Construção: Tipos de pernas D - Perna WARRINGTON: Caracteriza-se por ter camada exterior formada por arames de diâmetros diferentes, alternando a sua colocação. O cabo é torcido com pernas de fios de vários diâmetros. Isto reduz as pressões específicas entre os dois fios e aumenta a flexibilidade e a vida desses cabos. E - Perna WARRINGTON-SEALE: essa composição possui as principais características de cada composição, proporcionando ao cabo alta resistência a abrasão conjugado com alta resistência à fadiga de flexão. Fabricação das Pernas NORMAS APLICADAS: ▪ NBR ISO 2408:2008 - Cabos de aço em uso geral; ▪ API 9-A ou ISO 10425:2003 - Cabo de aço para o petróleo e gás natural Indústrias - Requisitos mínimos e condições de aceitação; ▪ NBR ISO 3108:1998 - Determinação de carga de ruptura; ▪ NBR ISO 4346:1998 Lubrificantes - requisitos básicos; ▪ ISO 2232:1990 - Arame trefilado redondo para cabos de aço não ligados de uso geral e para cabos de aço degrande diâmetro - Especificações; ▪ ISO 4345:1988 - Corda de fio de aço - núcleo principal de fibra - especificação. IS O 24 08 :2 00 8 ▪ Esta Norma especifica os requisitos mínimos para a fabricação e ensaios de cabos de aço para uso geral, incluindo operações com equipamentos de elevação de carga, tais como guindastes e guinchos. ▪ Também são abrangidos cabos de aço para laços e apresentadas tabelas fornecendo as cargas de ruptura mínimas para os diâmetros, categorias de resistência e construções mais comuns de cabos de aço. ▪ Esta Norma se aplica a cabos de aço de camada simples, resistente à rotação e com pernas fechadas em paralelo feitos de arames sem acabamento (polidos), galvanizados e revestidos com liga de zinco em cabos de aço com diâmetros de até 60 mm, fornecidos a granel. Exemplo de requisitos mínimos para a fabricação de cabo de aço, de acordo com a norma ISO 2408:2008 para cabo de aço com alma de fibra, fornecendo as cargas de ruptura para os diâmetros, de arames sem acabamento (polidos) e galvanizados. ISO 2408:2008 Exemplo de requisitos mínimos para a fabricação de cabo de aço, de acordo com a norma ISO 2408:2008 para cabos de aço de alma de aço, polidos e galvanizados. ISO 10425:2003 ▪ A ISO 10425: 2003 especifica os requisitos mínimos e os termos de aceitação para a fabricação e teste de cabos de aço que não excedam a classe de nível 2 160 para as indústrias de petróleo e gás natural. ▪ Esta Norma especifica a natureza e as propriedades de lubrificantes usados na fabricação de cabos de aço para uso geral. Graxas e lubrificantes para alma de fibra não estão incluídos nesta Norma. ISO 4346:1998 ISO 3108:1998 ▪ Esta Norma especifica um método de ensaio de resistência à tração até a ruptura, para se determinar a carga de ruptura real de cabos de aço para uso geral e de grande diâmetro, conforme a ISO 2408 (Steel wire ropes for general purposes - Characteristics). ▪ Norma Atualizada: ABNT NBR ISO 3108:2018 ▪ Este documento especifica um método de ensaio destrutivo de tração para determinação da carga de ruptura real de cabos de aço, conforme indicado na ABNT NBR ISO 2408. ISO 2232:1990 ▪ Especifica: as tolerâncias dimensionais; as características mecânicas; As condições a que o revestimento, se for caso disso, deve estar em conformidade; as condições de amostragem, controle e os termos de aceitação. Não se aplica ao fio para cabos para aplicações especiais. Esta segunda edição cancela e substitui a primeira edição (1973). ▪ Esta segunda edição cancela e substitui a primeira edição (ISO 4345: 1977), da qual constitui uma revisão técnica. Especifica a construção e as características usando fibras naturais e artificiais. Não é aplicável a cabos para fins de elevação de minas. Inclui cinco anexos ISO 4345:1988 Referência https://www.siva.com.br/pdf/curso_siva_2018.pdf
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