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Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Departamento de Engenharia de Estruturas "Ação do Vento nas Edificações" José Jairo de Sáles ' Maximiliano Malite Roberto Martins Gonçalves São Carlos, março de 2002 reimpressão • • .. ~ APRESENT AÇÃ.0 O tema "Ação do Vento nas Edificações", abordado nesta publ icação, está baseado nos preceitos da Norma Brasil eir a NBR 6123 "F'orças Devidas ao Vento em Edi ficações", junho de J.988. Esta publ icação destina- se aos alunos de graduação em Engenharia Civil e tem como objetivos: introduzir os conceitos bási cos sobre a formação do vento, as forças por ele geradas em edif icações correntes, a l guns aspectos complementares sobre o tema e alguns exemplos de a c identes causados pela ação do vento . Este tema é abordado na disci plina Sistemas Estruturais, porém será utilizado nas disciplinas de projeto nas áreas de Estruturas Metálicas, Concreto e Madeiras, o que j á demonstra a neces sidade do conhecimento deste assunto pelos alunos. Sugerimos a resolução de todos os exercícios propostos que encontram-se no final desta publicação. São Carlos, janeiro de J.99~ José Jairo de Sáles Maximil i ano Malite Roberto Martins Gonçalves ( . . ,. t • Univers idade 'de ·São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Departamento de Engenharia de Estruturas '' A cão do Vent,o- nas ' . ' Edif icaçoes" .p ~/-~ Á-<T~ ~"# José Jairo de Sáles Maximiliano Malite . Roberto Martins Gonçalves / .. --···,,,.~· ~- ~.' / . ti ij I São Carlos, março ae 2002 reimpressão - Cód. 01094 • .. ... - SUMÁRIO I - ASPECTOS GERAIS I . 1- Origem do venco ... . . .... . . .. .......... ...• ..... l I.2· Os e f eitos do vento . . ... . . . . ..... .. ... . ........ 1 I.3 · O vento nas edificações ... •. .. • . .. •.•. ....... .. 7 I I . VELOCIDADE DO VENTO !I .1 - Introdução . . ... . .. . . . .... . ... .. ... .. : •. .... ... 12 II. 2· Velocidade bás ica do vent o !l.3- Velocidade característica .... . ... . .... ... ... . 1 ) .. .. .. .. ... ... •. . ...• 14 II.3 . 1 · !?ator 1 1 . 3 .2 · Fat:or II.3 . 3 · Fator topográfico s Rugosidade 2 • i::s r. a t í s t: i co II . J.4 - Comentários gerais . .. ....... . . . ... .. . . ... do terreno e di men!=iÕen ... .. .... ..... .... ..... . .. .. . ... . - . .... ... ... . II.3 .5- Exemplos da determinação da . '15 . 1 7 .23 . 24 velocidade c aracterística . . . ...... .... . .... . 25 III - COEFICIENTES AEROD I NÂMICOS E AÇÃO ESTÁTICA DO VENTO III.1 - Breve fundamentação teórica . . .... . . ... . . .. . .. 29 I II. l .1- Teorema da conse rvação da massa . .... . . . . .. 29 II I.1 .2- Teorema de Bernoulli .. . .... . . . . • . .. . .. .... 30 III .1. 3- Pressão estática .................. .. .. .. .. :n III . 2 - Coeficiente de pressão . . ••. .. ... ••.•• ... •• ... 3 3 III.2 . 1 · Coeficiente de press ão externa . . . . - . . . .33 III.2 .2 · Co efici ente de p ressão interna . - - . ... . . . 4 3 III .2 . 3- Coeficiente de pressão . . . . . . .. . . . . . - .. . 47 I !I.3- Exemplos . ....... ••••• .... ••• .. . • •.•••• .... ·1 9 III.4 coeficiente de força II I .4 .l · Força de arrasto ••• ••• • •••• •• • •• :. • • • • • • . . • 6 O . ...•.•. . ..•... . ...• • ..... G 1 III.4. l .1- Coeficientes de arrasto para edificação de seção constante e p l anta retangular' II I. 4. 1 . 2- coeficience de arrasto para estruturas . G :1 reticulares .... .... ..... . .. .. .... .... . ... , . 66 '· • . ~ , III.4. 1.3 · Coeficiente de arrasto para torres treliçadas .. ... . ..... ....... . ... . .. .. ... .. . G9 III .4.2 · Exemplos de determinação da força de ;,.rras.to III.4.3- Co~ficientes ........ . • ............. . ....... . de força ~ barras prismáticas, muros , placas e coberturas sem fechamentos .. 72 laterais e frontais ....... . . . ... . .. . .. . .. .. 75 rv - ASPECTOS COMPLEMENTARES SOBRE A AÇÃO DO VENTO . IV . l • Introdução · .......... . .......... . .... . .. . .... . . 7 9 IV.2- Interação . : . ... . . ........ . .. . ......... . .. . ..... 80 I V.2.1 · Deflexão vertical do.vento . ... . ... . . .. . . . .. 80 I V.2.2- Turbulência de esteira . .. .. . .... . . .• .... . . . 81 IV.2.3 - Efeito venturi . . . .. ................. ... ... . 82 I V.3 Conforto de transeuntes e usuários das edificações 82 IV.3.1- Conforto de transeuntes ......... . . .. ..... .. 82 IV . 3.2- Con·forto de usuários das edificações .. . . . .. 85 rv·. 4 - Ação dinâmi ca do vento ... .. .. . . . .. . . . • .. . .. . .. 8 7 IV .4.1 - Despreendimento de vórtices .... . . . .... . . . .. 87 .. 88 IV . 4.2 - IV.4 . 3 - IV.4.4 - IV . 4 . 5- Galope Efeito de golpe Energia de rajada Drapejamento •••.• •• ••••• ••• ••• . • ••.•••. . 8 9 ... • ..... .• .... . . ...... ... 8 9 ••... ..... .. . ..•. . ..•. .. .•• • ... 9 O IV.5 - Considerações gerais sobre a ação dinâmica do vento em edifícios altos ..... . ..... .. .... . .. 90 IV. 5 . 1 - Aspectos gerais . . . . .. . ... . .... . .... . .. .. . . . 90 IV.5.2 - Velocidade de projeto e parâmetros para a análise dinâmica . ... . ..... . ... . .... .... .. 90 IV . 5 . 3- Resposta dinâmica na direção do ven to .... .. 91 V - ACIDENTES DEVIDO À AÇÃO DO VENTO V.1- Preliminares · · .. ... .... . .. .. . ..... . ......... . .. 94 V.2- Aspectos Aerodinâ micos dos acidentes devido à ação do vento . ... . .. ...... . . ..... . . .... . .... . .. 94 V. 2 .1- Preliminares .. ; ..... ... ............ . . .. ... .. 94 • • • • ~ .. ' V . 2.2 - Comentários gerai s . .. . . •... . ..... .. • . •• . .. . . 9 5 V.3 - As pe ctos es t r u turais dos acidentes devido à açã o do ven to V.3 . 1 - Prel iminar es .... .. .. . . ... ... ... .. •. . . . . 9 6 . .. ..... • .. . . •••. . • ...... .• . . . . . 9 6 V. 3 . 2 - Comentários gerais V.4 - Exe mplos de acidentes . . . . •• . . •...•.. . . .. ... . . . . 97 . • • . .. .. . . .. . •. ... • .. . . . • . 9 9 VI - EXERCÍCIOS PROPOSTOS . ... . .. ..... . . .. . . . . .. .. .. . . . 1 0!,j VII - BIBLIOGRAFIA . . ... . .. .. ..... .... .. . .. . .. . . . . .. . . 1 09 CAPÍTULO I AÇÃO DO VENTO NOS EDIFÍCIOS - ASPECTOS GERAl:S I .1 - Origem do vento: Pode-se, de maneira simpli ficada , defi nir o vento como o movimento das massas de ar decorrente das d iferenças de pressões na atmosfera. É um conceito quase q ue intuitivo que o ar, sendo um flu ído e estando em movi mento, ao encontrar um obstáculo exercerá uma ação sobre esLe obstáculo . Na engenharia civil, o exame do vento é então norteado, numa primeira anál ise, na consideração de qual será o efeito destas forças sobre as edificações. Pode - se também definir o vento como um fluxo de ar médio sobreposto a f lutuações de denominam-se rajadas ou t uburlências. fluxo, e stas flutuações As ra j adas apresentam, por tanto, um valor da velocidade do ar superior a média e são responsáveis pelas " forças " que irão atuar nas edificações. Cabe salient.ar t ambém o carát er aleatório do vento na sua intensidade, duração e direção, que deverá ser considerado na determinação das forças que irão solicitar as e d i ficações. Não é objeto deste texto a discussão aprofundada dos 1 ' ~ . aspectos metereológicos a) Circulação global: - do vento, porém é interessante comentar: o aquecimento diferenciado entre a região de ar equatorial e os pólos ( Fig I .1a) faz com que massas frio (mais densas) desloquem- se em direção ao equador (Fig I.1b), pois o ar desta região (menos denso) sobe. Associada à rotação da Terra que, evidentemente,influirá na movimentação destas massas de ar, teremos então o que se classifica como c irculação global( Fig I.1cl. FIGURA I.l - Esquema Simplificado da Circulação Global do ~r b) Frente fria: resumidamente, pode-se dizer que é a movimentação da massa de ar frio sob a de o ar quente. Este deslocamento caracteriza-se por fortes zonas de instabilidade provocando chuvas na região de superfície . frontal. O vento neste tipo de movimentação, pode atingir até 30m/s (108km/h). FIGURA I.2 - E':squema de uma Frente Frid 2 I ' ' • t t ' t 1 1 1 1 • • .. • .. ... l , • cl Frente Quente: resumidamente, pode-se dizer que é o movimento da mas sa de ar quente sobre a de ar frio . Este deslocamento é ,nais estável que a frente uma intensidade menor . AR OVENTE fria e a velocidade dó venco tem .. FIGURA I . 3 - Esquema de uma Frente Quente ., . d) Tempestade tropical : Caracteriza- se pela formação :· àe uma célula (nuvem) convectiva (Fig . I .4a), seguida do seu desen- volvimento através da entrada de umidade e calor (Fi g . I.4b). Após isto, processa- se o crescimento vertiqal, com sua altura podendo at ingir 12km, seguido do movimento externo da massa de ar frio e inici a ndo ass im a precipitação (Fig. I . 4 . c). o colapso do topo da nuvem associado a seu deslocamento, dependendo das condições produzir velocidades do (Fig . I.4.d) . !. ~a - Formação da Nuvem de ar 3 ' ' pressão e temperatura, superior a 30m/s (108 pode km/h) I.4b - Desenvol vimento -· ' • JO-J5km r ! ! 1 ' !J ; ' i Ar Frio e ~ e <o .. .. I.4c - Crescimento vertical I.4d - Desabament o do Topo da Nuvem FIGURA I.4 - Esquema de uma Tempestade Tropical -----1 1 Vz30,r,/$ ~ Este breve relato da formação do vento e de alguns a spectos metereológicos são importantes como introdu ção ao estudo do efeito do vento nas edificações. I.2- Os efeitos do vento A sensibilidade ·de cada pessoa quanto a natureza que nos cerca já permite dizer q ue a velocidade do vento é responsável por vários efei tos danosos em edificações. Portantq , os ventos fort e s são os de maior interesse na engenharia de estruturas e a rugosidade do t erreno, os obstáculos naturais e artificiais serão objeto de consideração para determinar tal velocidade . E até comum a ruína parcial ou t otal d e edificações, (casas, torres, silos, caixi lhos, etc), devido a ação do vento. Muit.as v~zes somos surpreendidos por notícias de tais eventos . A s·urpresa talvez seja decorrente da pouca atenção que o ser humano dedi ca aos v ários aspe ctos da natureza e e m particular ao ar . As fo tos l e 2 i l.ui,;tram danos causados pela ação do vento. 4 1 • • ~ 6111 6111! ~ ~ 1 f ' ·~ •.,,, foto 1- Destruição de uma cober- tura em arco - Estrutura execu- tada, provavelmente, s em projeto ·~sc.ruLural. F'oto 2 - Descel hame1~to de um telhado tipo duas águas de madeira. Observar a perda de estabilidade do banze. Vários acident es, devidos ao vento, são dignos de nota; t alvez o maior deles tenha sido a ruína da ponte Tacoma Narrc·.-:s, nos Estados Unidos; ocorreu num dia de ventos constances, que f requência de v i do sua frequência estar próxima da a c;:n:-acterís t ica da ponl:e, provocou grandes oscilações. A ru i nn ocorreu aproximadamente seis horas após o inic io àas osci~aç60s , pôde ser f ilmadü e celebrizou mundiâlmente este acidente. uma das dificuldades do . ser humano é quant.ific<1,· ., velocidade do vento. t razoavelmenie difícil para as pessoas~' ~111 part i cular aos engenheiros, ter est.a sensibilidade. A ,:-scti l ."'l d,, l\ei.lufor L classi ficü a velocidade do vento em graus c1·e,;çé, l1 ~··"; ,·m f11nc,:;;io dos e (eitos causados. A Tabela I.l ,•,:o;«l«. procurand o assim permi tir uma: idé~a d<1 v,·ntc> ;J.pór; il i\ ValicJção dos danos causados . ' . repr"Odt1:,: e :.:._· , ve 16c i <l. ld ,_· !, , TABELA I.1 - Escala d e Beaufort VELOCIDADE DO VENTO GRAU Intervalo em m/s o l 3 1 5 6 7 a 9 1 0 11 12 0 - 0,5 0,5-1,7 1,7 - 3, 3 3.3 - 5 ,2 5 ,2 - 7,4 7,4 - 9,8 9 ,8 - 12,4 1 2,4-15,2 1 5 , 2 - 18,2 18,2 - 21,5 21 ,5-25,5 25, 5 - 29,0 29,0 e mais • Média em km/h 1 4 8 15 20 30 40 50 70 1'05 DESCRIÇÃO DO VENTO calmaria aura.sopro brisa leve brisa fraca brisa mo- derada brisa viva EFEITOS DEVIDOS AO VENTO A fumaça sobe pratica - mente na vertical Sente- se o vento nas faces Movem- se as fol has das árvores Movem- se pequenos ramos. vento extende as bandeiras Movem- se ramos maiores brisa.forte Movem- se o s arbustos ventania fraca ventani a moderada ventania ventania f orte ventania dest r u c iva furacão 6 , Flexionam-se galhos o vento é ouvido em fícios . for tes edi- Difícil caminhar, galhos qu ebram- se, o tronco das árvores osci lam . Objetos leves são .deslo- cados, partem-se arbus - tos e galhos grossos , avarias em chami nés Árvores são arr ancadas, quebram- se os postes Avari as severas Avarias desastrosas , cal amidades ' ~-~- O vento nas edificações A ação do vento em edificações depende necessariamente de dois aspectos : aerodinâmicos e metereológicos . Os aspectos metereológicos serão responsáveis pela primeira pergunta a qual temos que responder: Qual é a velocidade do vento a considerar no projeto de uma dada edificação? E~ta velocidade será avaliada a partir de considerações tais como: - local da edi ficação; - tipo de terreno (plano, aclive, morro, etc ) ; - altura da edificação; rugosidade do terreno (tipo e altura dos obst~culos n passagem de vento); - tipo de ocupação. Fica evident.e que esta velocidade deverá considerar todos estes aspectos bem como as dimensões da edificação e as condições dos locai s em que será construída . Estes fatores têm influência na ação do vento sobre as edificações. Outro a s pecto a ser considerado é a aleatoriedade do ven t o que exige, não só a necessidade de real izar medições do vento natucal, como também adotar simplificações para pode·, cons i derar seus efeitos. A variação da velocidade do vento com a altura é outro 1 import ante a ser observado e Oavenport propôs uma aspecto variação exponencial. A Figura I . S ilustra os perfis da ' velocidade ~édia propostos para três t ipos de terreno: a) r egião com grandes obstruções - centros de grandes c idades b) regiões com obstruções uniformes com obstácul os com .:tltura rnédia de lOrn; Subúrbios de grandes cidades e cidades pequei\.:t!'i. e:) região c o m poucos obstáculos - campo abe rto, fazendas . 1 - DAVENPORT, A.G. The relationship of wind l oading. l n:. Wind E:f feci:s on Bu ildings Teddingt;:m., 1963, p . 5 3-102. 7 structure e.o and St 1:uct. t1 rt?~i w j nc.l lG, m 160 500 400 l~-- 160 -- --1 300 129 1~8 L§_f) 1 200 qq 1n 1~3 100 o PERFIL VELOCIDADE MEDIA ( km/h) FIGURA I .S - Perfil da Velocidade Média Proposto por Davenport A observação dos perfis de velocidade média, apresen- t ados na Figura I . S, permite concluir a existência de uma velocidade limite, denominada velocidade gradiente . Esta é associada a uma altura gradiente acima da qtJal não ocorrerão alterações significativas da velocidade. Salienta- se para as edificações, esta altura é suficientemente varia em função da rugosidade do terreno. também que, elevada e Por outro lado o caráter localizado do vento e os efeitos das rajadas serão os responsáveispela velocidade do ar que atingem uma dada edificaç~o. Pode- se dizer que num dado instante a vel ocidade pode ser expressa por : onde: V (t) a Vm(t) + t:.V (t) V (e) .~ velocidade num dado instante· t ' ' velocidade média do fluxo de ar neste instante; variação da velocidade média · - o ;efeito de raja- da ou turbulência. 8 • ! í 1 i • - A turbulência (ou rajada) é trar.ada de várias ,nanej rns, porém um critér io de avaliação simples e de fácil visualização é imagi nar que pode-se torma de um r.ubo associar a rajada ideal izado, que a um grande r.urbilhão, deverá envolver tuda ,:;di ficação para que esta seja totalmente solicitada. em A Figura I.6 exempl ifica este turbilhão e estabcJ~cP. as d i n1ens<:>c~s a serem consideradas. o tempo de rajada estcl ,;;1*;fa.,c_·l «do ;, passagem deste tubo idealizado sobre a edificação, o ,111.:, j6 pe1·mite concluir que as dimensões da edi ficação ,;er5o « respot11)áveis pelo tempo de rajada2 a ser r;onsiderado. 2 - --~ '• "' w ( . ' FIGURA I. 6 - Esquema para a Determinação do Tempo de R;; , .t,J., A NBR 6 1.23 estabelece intervalos de tempo para p cálculo dD velocidade bá,;ica de 3,5 e 10s. E:stas rajadas então definem t:rês classes de edificações em função das dimensões fron~ a is . ' < A Figura 1.7 ilustra a influência da dimensão da edificação no tempo de rajada a ser considerado . lz (TENl'O Oé 11.-JAOA/ &r e, 'z I reJ.IP() DE RAJA()AJ 83 83 FIGURA I. 7 - Tempo de Rajada em Função da Dimensão da Edificação, Deve-se primeiramente uma salientar velocidade que de é necessário referência para definir uma dada situação de tempo de rajada, rugosidade e altura, e a partir daí considera r as particularidades de cada edifi cação. Por outro lado, a análise da edificação e da sua f orma definem o outro aspecto importante na análise do vento, ou seja, o aerodinâmico . A forma da edificação ;tem um papel imr:,ortante para a de t ermi nação da força devida ao ao vento que a soli cit ará . ~ poss i vel fazer urn avião com motor de um automóvel . At é para c hamar a atenção vale a pergunta: Porque o avião voa e o au tomóvel não? A resposta desta questão consiste exatamente nas d iferentes formas aer odinâmicas adot adas para o automóvel e para o a vião. O vento ao incidir sobr e uma edifi cação terá, e v i dentemente , um comportamento diferente em função da sua forma . r ntuitivamente, é possível imagi nar que o vento ao 10 I e• , • I 1 ; 1 1 l ' incidir sobre um t.elhado tipo duas águas, um arco ou um edif icio de andares múltiplos terá sua "trajetória" alterada em função da forma d iferenciada destas edificações. A visual ização da alt.eração do ar pode ser feita a través das linhas de fluxo. A Figura I.8 iluscra as linhas de fl uxo sobre um edi fício com telhado tipo duas águas. --- ,,....., 1---- --l :::> .;, ~ .;, -:, :) .;, --.==::::::::· ~ ~ 1---1~~ FIGURA I . B· Linhas de Fluxo para um Edifício com Cobertura Tipo Duas Águas 11 t • • CAPÍTULO II VELOCIDADE DO VENTO I I .1 - Introdução Neste item serão defi nidas as condições gerais que permitem determinar a velocidade que atuará em uma determinada edif icação. i r A primeira consi deração sobre este aspecto é que j regiões diferentes da terra estão s u jeitas a diferentes situações da velocidade do vento. Como exemplo, sabe-se que ocorrem furacões nos Estados Unidos, no Brasil e l es praticamente não ocorrem . Conclusão: é quase intuitivo que este aspecto deverá ser considerado . Uma outra consideração .importante é que a velocidade do vento, para uma dada região, é obtida através de medições (anemômetros ou anemógrafos), por ém não deve ser esquecido q ue os ~esultados destas medi ções não poderão ser adotados como r.eferência inicial sem as devidas considerações de sua variabilidade ao longo do tempo. A vida útil de uma edificação corrente é normalizada em S:o anos fazendo com que a análise do vento deva considerar esce aspecto. Em outras palavras, é necessário determinar qual a velocidade máxima neste período de tempo, o que já nos permite • antever a necessidade de não s ó obter informações sobre a velocidade em vários loca i s, como também considerar e sta t -..i st. icamente estas informações. 1 2 • II.2 - Velocidade Básica do Vento O conceito d e velocidade básica do vento está diretamente associado às condições em que são efetuadas . as medidas desta velocidade para o vento natural. Os equipamentos destinados a leitura da velocidade do v e nto são padronizados assim como as condições de instalação (altura, localização e rugosidade do terreno) . Estas condições são : - Localização dos anemómetros ou anemógrafos em terrenos planos sem obstrução; - Posicionados a 10m de a l tura; - Inexistência de obsc.ruções que possam interferir diretamenteº" velocidade do vento. Define-se, assim, um padrão que será ut.ilizado como padrão de comparação . Sabe- se que nem sempre as edificações e.em lOm de altura ou estão situadas em terrenos planos. Estabelece-se a velocidade padrão e a part ir daí deverão ser feitas as devidas correções para cada caso particular da edificação . A NBR-6123 estabelece para a velocidade básica um gráfico de isopletas, Figura I I. l, baseado nas seguintes condições: - ve l ocidade básica para uma rajada de três segundos; - período de retorno de 50 a nos; probabilidade de 63% de ser excedida pelo menos uma vez no período de retorno de 50 anos; - altura de 10m; - cerreno plano, em campo aberto c·scm obstruções. As veloc i dades médias máximas, apresentadas no gráfico da figura II .1, foram obtidas através de informações de várias e s t ações metereológicas (a maioria situada nos aeroporc.os) e com o devido tru.t.amento estac.istico. A NBR 61.23 apresenta em um de seus anexos as estações consideradas, sua localização e altitude . 13 '. , ' < . ' -/ . ./ ' • 1 ~' ,. : _-i-~~ .,,__,,. ---- ' ,. • / 1 . .... , . .l FIGURA. II. 1 - Isoplet as da Velocidade Básica . II-3- Velocidade Característica Como pode ser observado, a P.:raticamente um padrão . d e referência velocidade básica a pa rtir do qual é é necessário decerminar a velocidade que atuará em uma dada edificação, ou seja, a velocidade caracteristica . Esta velocidade , caracteristica deverá considerar os aspectos particulares da edi f icação, entre estes podemos citar: Topografi a do local , ~ondições particulares podem a lterar consideravelmente a velocidade do vento . Por exemplo, uma edificação sobre um acliv:e . Rug-os idade do terreno : a pre sença ou não de obstáculos, sua altu-ra e disposição a l tera, • ' como já foi visto, o perfi l da velocidade do ~ento; Altura da edi f icação : e ste i tem; o próprio per fil de velocidade justifica 14 , • 1 Dimensões da edificação: o tempo de rajada será proporcional às dimensões da edificação; - Tipo de ocupação e r isc o d e vida : deve - s e estabelece r critérios que possam considerar os riscos de vida envolvidos em caso de ruína da edificação . Portanto, a NBR 6123 prevê que a velocidade caract erístic a s e r ~ o b t i da por onde - velocidade básica fator topográfico f ator r ugosidade do terreno (dimensões e altura da edi - ficação) s 3 fator esta t ístico II .3 . 1 - Fator Topográf ico O fator topográfico S1 considera os efeitos das variações do relevo do terreno onde a edificação será construída. Es te fator cons idera, portanto , o aumento ou a diminuição da velocidade básica devido a topografia do terreno . Aaproximação ou afastamento das linhas de fluxo é a maneira em que se pode visualizar estas condições . A norma brasi leira considera basicamente crês situ.:i.ções : terreno plano ou pouco ondulado, tal ude .e morros, e vales profundos pr otegidos do vento. A Figura II.2 ilustra estes aspect:os. ~ -· --3ifr~'~·"'-·'· ......___ -~ . ",/1' -:-----:~ --···· --,../ . ,,,., .. ;,. .~ / A t ··· FIGURA. II.2- Aspectos da Alteração das Linhas de Fluxo em Função da Topografia 1 5 Ponto A - Terreno plano Ponto B - Aclíve com aumento da velocidade Ponto C - Vale protegido com d i minuição da velocidade Valores de s1 : a) Terrenos Planos com poucas ondulações S 1 = 1,0 bJ Vales protegidos do vento em todas as direções s 1 = 0,9 c) Taludes e morros : a correção da velocidade ,básica será realizada a par tir do ângulo de inclinação do talude ou do morro e a Figura II . 3 ilustra os valores prescritos. r-- d s., 1 z s11z 1s2 z 4 d a) TALUD~ b) MORRO r-IGURA J I. J- Fator s 1 Taludes e Morros 16 1 • • • e .. • ' sendo: -- No ponto B [s1 é uma f unção s1 Cz)) o ~ 3º, s1 (z) = 1 ,0 z o :: 1, 0 + (2,5- ---a->tg(8-3 )~ 1 " l z - - altura medida a partir da superfície do terreno no ponto considerado ; d -- difer ença de nível entre a base e o topo do talude o u rnorro. 8 -- i ncl i nação média do ta l ude ou encost a do morro. Entre A e B e entre B e C o fator s1 é obtido por interpolação linear. II . 3 . 2 - FATOR s 2 - Rugosidade do t erreno e dimensões da edificação O fator s 2 considera as particularidades de uma dada edi f icação no que se refere às suas dimensões, bem como a rugosidade média geral do terreno no qual a edif i cação será construida. A discussão da i nfluênci a de cada um destes fator es na ve loci dade caract eríst ica e stá apresent ada a seguir: a ) Rugosidade do terreno: Estã diretamente associada ao perfil de velocidade que o v e nc.o apresenta quando interposto por obstáculos naturais ou artificiais. É quase intuitivo que num terreno plano, aberto e sem obstr.uções o vento cerá uma velocidade s uperior ao que ocorre no c e nt ro d e uma cidade como São Paul o, densamente ocupada , onde os obst á culos fazem com que a velocidade média do vento scj ,, "'"'"º '° · 1 7 ' ' A Figura II.4 ilus tra novamente o perfil da velocidade do vento para crês tipos de terre no. A altura do perf il está apresentada até a altura gradiente, altura esta a partir da qual a alteração da velocidade é praticamente desprezível . m 160 500 400 14 5 160 - - -·--<--- ·· -- 300 129 ·-----~- -- 11;0 200 _l.ll .. PERFIL VELOCIDADE MÉDIA ( km/h) FIGURA I I.4 - Perfil da Velocidade do Vento A NBR- 6123 e s tabelece cinco cacegorias de terreno CI a V) em função de sua r ugosidade, transcricas a seguir: CATEGORIA I : Super fícies lisas de grandes dimensões , com mais de 5km de extensão, medida na d ireção e senti do do vento incidente. Exemplos: -mar cal mo; -lagos e rios; - pânt anos sem vegetação. CATEGOR I A II : Terrenos abertos e m nível o u aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isol a dos, ca is como árvores e edificações baixa s. Exempl os: - zonas costeiras plânas; -pãntanos com vegetação rala ; - c ampos de aviação; 18 • ' ' . . ' j • • • -- - ' • . . -pradarias e charnecas; -fazendas sem sebes ou muros. A cota média do topo dos obstáculos· é considerada inferior ou i gual a l,Om. CATEGORIA III : Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, e.ais como sebes e muros. poucos q uebra-ventos de árvores, ed~ficações baixas e e sparsas . Exemplos: -granjas e casas de campo, com exceção das partes com matos; - fazendas com sebes e/ou muros; -subúrbios a considerável distância do cenc.ro , com casas baixas e esparsas. A cota média do topo dos obsc.áculos é considerada igual a 3 , 0m. CATEGORIA IV: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona florestal, industrial o u urbanizada. Exemplos: -zonas de parques e bosques com muitas árvores; -cidades pequenas e seus arredores; -subúrbios densamente consc.ruídos de grandes cidades; - áreas i ndus triais plena ou parcialmente desenvolvidas. A cota média do copo dos obstáculos é considerada · igual a 1 0m. Esta Categoria também inc lui zonas com obstáculos maiores e q ue ainda não pos·sam ser considE> radas na Categoria v . CATEGORIA V: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos , grandes. ale.os e pouco e spaçados. Exemplos : - f lorestas com árvores altas de copas isoladas; - centros de grandes cidades; - complexos industriais bem desenvol~idos. A coe.a média do copo dos obst.áculos é considerada igual o u superior a 25m . 19 ' ' . ' É necessário então adotar uma definição do fator s 2 para u ma edificação . b) Di mensões da edi ficação: cat egori a para a As dimensões da edificação estão relacionadas d i retamente com o turbi l hão (rajada) que dever á envolver toda a edifica ção . Quanto m'! i or ê a edificação maior deve ser o t u rbilhão que envolverá a edi ficação e por consequência me nor a vel ocidade média. Uma maneira d e compr e e nder este e f eito é como se pudessemos ma ceria lizar a rajada do vento c omo um grande tubo que envolverá a edificação . o tempo que este tubo irá dispender para ultrapassá- lo será então cons iderado o tempo de rajada. É evidente que quanto maior a edi f icação maiores deverão ser as dimensões do tubo. A no r ma brasi l e i r a def ine três class es de edificações e seus elementos. considerando o s intervalos de tempo de 3,5 e 10s para as rajadas . As cla sses estão transcri tas abaixo: "CLASSE A: todas as unidade s de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais d e estn, turas sem vedação . Toda .:,di f icação oc: pare e da edif icaçào na qual a maior dime11são ~ori zontal ou vertical d a superfic.ie frontal não exceda 20 rnetros _ CLA.SSE B , toda edif i cação ou part: e da edif i ca,;ão para a qual a maior dimensao hor i zonta l ou vertical da superfície fronLal • esteja e11cre 20 e 50 met r os . CLASSE C: Lo da edi ficação ou parte da edificação para a q ual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície front:al e xceda 50 mec 1Ds." II. l. ü c,Hculo de s 2 pode, ser obtido acravés da expressão 20 • • • • • -~ (XI.ll Z ·; o nde : i: - é a altura acima do terreno ( l imitad o à a ltura gradiente) F r - fator de rajada correspondente a classe B, categoria II b - parâmetro de co~reção da classe da edif icação p - par âmetro metereológico . Os parâmec.ros Fr b e p adotados pel a norma brasileira ·estão apresentados na Ta bela II . l. TABELA II . l - Parâmetros Metereológicos para o Fator s 2 CLASSE " CATEGORIA g PARÂMETRO (m) A B e I 250 b l,1.0 1. ,11. 1. , 12 p 0,06 0,065 O, 0 7 b l ,00 1. ' ºº l ,00 II 300 F l,00 0,98 O, 95 Pr 0,085 0 ,09 0,10 I II 350 b 0,94 0,94 0,93 p o, ro 0 , 105 0,115 IV 420 b 0,86 0,85 0,84 p 0,12 0,125 0 , 1 35 V soo b 0,74 O, 73 O, 7 1. p O, 1.5 0,16 0,1.75 A Tabel a II . 2 apres;enta os valores de s 2 para algumas al t uras das edificações . , • • "' "' z (m) s 5 10 15 ' 20 30 40 50 60 80 100 120 HO 160 180 200 250 300 350 400 ~20 450 soo A l, 06 1,10 l, 13 1,15 1 ,17 1 ,20 1,21 l, 22 1 , 2 5 l ,26 1,28 1,29 1 ,30 1 ,31 1 . 32 l, 34 .. . " .. . . . . . . I CLASSE:$ a e 1,04 1,01 1, 09 1, 06 l , 12 1 , 09l , 14 l, 12 l , l. i l, 15 l, 19 l ,17 1,21 1,19 l ,22 l ,21 1.24 l, 23 1,26 1 , 2S 1 , 28 1,27 1,29 1 , 28 1, 30 1,29 ., 1,31 1, 31 l, 32 1 ,32 1 ,34 l,33 . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . C A T E G O R I A II III CLASSES CLASSES A B e A B 0,94 0,92 0,89 o, 8 8 o, 86 l ,00 0,98 0,95 0,94 0,92 l,04 1,02 0,99 0 , 98 O, 96 1,06 l ,04 1,02 1 ,01 0,99 1 , 10 1,08 1,06 1, os 1, 03 l,13 l,ll 1 ,09 l,08 1,06 l,15 l,13 l_, 1 2 1,10 1, 09 l,16 1, 15 l, 14 1 ,12 l,11 l, 19,1,18 1,17 1, 16 1, 14 l,22 1,21 l, 20 1,18 1 , 17 1,24 1 , 23 1, 22 1 ,20 1,20 1,25 1 , 24 1(24 l, 22 1 ,22 l , 2 7 1 , 26 l, 2S 1,24 1,23 1,28 1,27 1,27 1,26 l,2S l,29 1,28 1,28 1,27 1 ,26 1,31 l ,Jl 1,31 1,30 1,2.9 l ,34 1.33 l, 33 1,32 1 , 32 .. .. .. 1,.)4 l, 34 . . . . . . .. . . .. . . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . IV CLASSES e A B e 0,82 0,79 0,16 O, 7J 0,88 0,86 0,83 O, BO o, 93 0,90 0 ,88 0,84 0,96 0,93 0 ,91 0,88 0,93 0,98 0,96 0,93 l,04 1 , 01 O, 99 º· 96 1 ,06 1 , 04 1,02 0,99 1,09 1,07 1,04 l ,02 1, 12 1,10 l,08 l , 06 1, 1 5 .1 , 13 l,ll 1,09 l, 18 1,16 1,14 1. 12 l , 20 l,18 1, 16 l, 14 1,22 1 ,20 1 ,18 i ·, 1i: 1,23 1 , 22 1,20 l, 18 1,25 1, 23 1,21 1,20 1,28 l,2'7 0, 25 0,23 l, 31 1 ,29 l , 27 l.26 1,33 1, 32 1,30 1.29 .. 1, 34 l, 32 l, 32 .. 1 , 35 1,35 l,J3 .. .. . . . . .. . . . . . . V CLASSES A li o, 74 0.12 0,74 º· 12 0,79 o, 76 0,82 0,80 0,87 o,ss 0,91 0 , 99 0,94 0,93 0,91 0,95 1,01 l,00 1,os . 1,03 1,07 l, 06 1,10 1,09 i,12 .. l, 11 1 ,14 l,14 1,16 l,16 0,2{> 0,20 l ,23 1.23 l,26 1,26 l,29 1,29 1,30 l , 30 l,32 l , 32 l,34 l , 34 e 0,67 0,67 0,72 0 , 76 0 ,82 0 , 86 0,89 ·o: 92 º· 97 .. 1., 0 1 1 , 04 l,07 1,10 l ,12 1,14 0 ,18 l , 22 l,26 l , 29 l,30 l, 32 l, H ~ !O 111 ~ H H "' ;;; ...: 6 :,o [r. "' " ' •• • • • .. ,,. II.3.5- Exempl os da Decermi.nação da Velocidade Característica Al Velocidade característ ica do vento para um edi fício indu strial (dimensões na Figura II. 6} a ser construído na cidade de São Carlos em t erreno plano, zona industrial . LI.V. ~ ov e.> oJ -,.+~--~~ i[ + .. 30,0 CORTE 1 i· " COTAS EM .!!l 60,0 - -----J,- PLANTA FIGURA II.6 -Dimensões do Edifício Exemplo V o = 40rn/s Fator s 1' Fat.or S3: Fator S2: (iso pleta s1 = S3 de 1,0 l,0 velocidade - Fi gur a II.l) (terreno plano) (alc o fator de ocupação) Direção e/O Vento 90° Direção do Vento 0° H : 15 m 01 MENSÃO FRONfA L 6010 .. .... .. · CLASS E .t C .. CA TEG OR I A 1Y 25 0 {}o.v. ' , H : l.5 m 01 ME NSÃO F"·~ONT AL lO o, CLASSf: ""8"' CAlE C., OR IA :nr 1. V K,l , ' 4 O l, O O, 83 l, O v ; 33,20m/s K,l 40 1,0 0,88 1.0 V 2 = 35,20 m/s K, T Conclusão: Duas velocidades características em função da direção do vento (D.V) B) Velocidade característ i ca do vento para um edifício habitacional e suas esquadrias, situado na cidade de Americana (dimensões na Figura 1 1 .7 ) . Região categoria IV . 50 m 25 m 25 m Figura II.7 - Dimensões da edificaçâo Para o caso de edifícios com grande altura é possível dividi-los em várias par tes e, a partir daí, calcul ar il velocidade caracteríscica para estas partes, tomando como allura de referência a cota superior de cada trecho. Este conceito será ext:e nd i do c.ambém para as forças que atuam nas edificações, assunto a ser apr esentado posteriormente . . 26 • • . - • - - - Dados Gerais, - Categoria IV - Classe B - Divis ão da altura em 5 partes ~ ~ ~ ~ ~ B.1) Velocidade caracterist ica para a edificação : v 0 45m/s (Isopletas de velocidade Figura I I.l ) 1,0 1,0 (Terreno p l ano) (edifício habitacional - alto fator de ocupação) . s 2 = determinado por trechos. Resultado de Vk para cada trecho . TRECHOS H. s1 S2 S3 VK '-(m) (m/s) l 10 1,0 0,83 1, 0 37 , 35 2 20 1,0 0,91 1, 0 40 , 95 3 30 1,0 0,96 l, o 43,20 4 4 0 l,O 0,99 l,0 11,55 5 5 0 l, o 1,02 l, o 45,90 27 ' . Result:ado de Vk 45,90 / 30m ITJ 44,55 20m [TI 43,20 lOm o:J 40,9 B.2) Caixilhos e elementos de vedação: Para estes elementos a NBR-6123 recomenda adotar altura máxima: V = 15m/s o s 1 = 1,0 s 2 = 1,02 (h = som, classe A) S 3 = 0,88 {elemento de vedação) VK = 45 l 1,02 0,88 28 VK = 40,39 m/s • • • • f"/ II.3.3 - Fator Estatístico s 3 O fator estatístico s 3 está relacionado com a segurança da edificação considerando, para isto, conceitos probabilí sticos e o tipo de o cupação. Para tanto a NBR- 6123 estabelece como vida úti l da cdif\cação o período de 50 anos e uma probabilidade de 63% da velocidade básica ser excedida pelo menos uma vez neste período. A Tabela II.3 apresenta os valores sugeridos pela norma braGileira. TABELA I I . 3 - Valores Mínimos para o Fator s 3 GRUPO DESCRI ÇÃO S3 Edificação cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança o u possibilidade de so- - l corro a pessoas após uma tempestade destru- 1,10 tiva (hospitais, quartéis de bombeiros e de for ças de segurança, cencrais de comunica- ção, etc) Edificações para hotéis e residênci.is . Edi- 2 ficações para comércio e indústria com a l to 1,00 fator de o c upação_ Edificações e instalações industriais com 3 baixo fator de ocupação (depósitos, silos, 0,95 construções rurais, etc) 4 Vedações (telhas, v i dros, painéis de veda- 0,88 çâo, etc) 5 Edi f i cações temporárias. Estruturas dos 0,83 ' Grupos l a 3 durante a const rução. A expressão II.2 permite a adoção d e outros parâmetros est a t ís t icos na determinação do fat or est at í stico s3 . . ;, 0. 54 [ ~ ( II. 2) o nde:. 23 , , ' P - Probabilidade considerada m m - período de retorno adotado Na Tabela :11 .4 é possível obter a l guns valores para determinados períodos de retorno e várias probabilidades de ocorrência do vento . TABJ,LA rr . 4 - Valores de s3 pa·ra Diferentes Pe ríodos de Retorno e Probabilidades p V 1 e d s3 m a o r s e m 0,10 0 ,20 0,50 0,63 0,75 0,90 2 0, 86 0,76 0,64 0,60 0,57 0,53 10 1 ,10 0,98 0,82 0,78 0,74 º· 68 25 1,27 l ,13 0,95 0,90 o.as 0 , 79 50 l, 42 1 , 26 1 ,06 1,00 0,95 0,88 100 1,58 l., 11 1 ,18 l., ll l,06 0 , 98 200 1 ,77 l, 57 1, 31 1,24 1,18 l ,09 IL 3 . 4 - Comentários Gerai e A determinação dos fatores s1. S2 e S3 deverá ser sempre adequada ãs carac terísticas da edificação e do terreno, procurando reproduzi r .estas condições. É: interessante velocidade característic a , sa l ientar que a determinação da isto é, a velocidade na qual estará adequada uma dada situação do edifício e do ter reno, nada mais é do que a correção d e uma velocidade padrão (V 0 ) para e stas condições particulares. A NBR-6123 estabel ece duas outras condições que deverão ser consideradas, a) Transição de categorias de rugosidade; b) correção do tempo de rajada para edi ficações com superf ícies frontais supe~iore s a 80m. Estas considerações estão apresentadas na norma b r asileira e irão corrigir o fator ·s 2 . 24 • ' l • • • • 9 .. : . CAPÍTULO III COEFICIENTES AERODINÂMICOS E AÇÃO ESTÁTICA DO VENTO III .1- Breve Fundamentação Teórica III. l . l- Teorema da Conservação da Massa De maneira bastante simplificada pode-se dizer que para um fluído incompressível e num regimede escoamento permanente, o volume que passa e m qualquer seção de um tubo de corrente é conscant:e. A Figura III . l ilustra um tubo de corrente para um [luido. Seção A l ~11 ', p 1 ( Az Seçõo B l v2 ---.....,...,---·, P, -- ~:-, -------+-+--- -- - -4- - - ;;,.,.- -- - ~-~- ' r:'IGURA III.l Teorema da Conservação da Massa 29 , r , ' Baseado na Figura II I.l e admicindo a hipótese de incompressibilidade do ar (hipótese válida para velocidades menores que 300km/h): pod~- se escrever: Pi Alvl = P2 A2V2 como (fluído incompressível) (III.l) A part ir do teorema acima exposto é possivel afirmar que partículas de um fluído de mesma velocidade descrevem a mesma trajetória, sendo esta a definição das linhas de fluxo . Sabe-se também que a aproximação das linhas de fluxo indicará aumento de velocidade, e seu afastamento, diminuição . Este conceito é extremamente importante para compreender os aspect os fís i cos que serão apr~sentados a seguir . A Figura III.2 ilustra, csquematicamence, as linhas de fluxo num edifício tipo duas águas. o o FIGURA III.2 - Linhas de Fluxo para Tel hado Duas Águas III.l.2- Teore1na de Bernoulli Apresenta~se, de maneira suscinta, uma recordação do teorema de Bernoulli. Para um fluído incompressível e um fluxo em regime permanente pode - se dizer que a soma das pressões estática, dinâmica e piezométrica é constante. A equação III.2 ilustra este teorema. 30 •• . ' • • .. .. ... onde + p v2 + P + p g z = constante P = Pressão estáti c a V= Velocidade g r aceleração da gravidade p massa específica do ar z =cota do ponto considerad o. (I I I .2 ) Este teorema é válid o para uma mesma linha de fluxo se -o escoamento é rotacional e entre dois pontos se o escoamento é irrotacional. No caso da ação do vento em edificações é possível desprezar a pressão piezométrica. Pode-se então dizer qu~ : Pressão dinâmica + Pressão estática = constante, ou seja: constante III.1.3 - Pressão Es t ática Podemos aplicar o Teorema esquematizada na Figura I II .3. ( 1 ) (III . 3) de Bernoulli para a situação PIGURl\ I I I.3 - Teorema de Bernou ll i ;' ~~--------------................. ' 1 Ponto (l) e (2) l 2 p2 l pv; como v 2 = o 01;:>temos Pl.+ -2- pVl = + ~ P2 - pl ~ l - 2- p ~ ou seja llP ~ + p~ = g O ponto 2 tem a particularidade da velocidade ser nula e o denominamos de ponto de estagnação. Define- se, com isto, o parâmet ro q, pressão de obstrução que nada· mais é do que a pressão obtida num dado ponto onde só existe pressão estática, sendo este ponto particularmente interessante nas aplicações da engenhar ia civil. Sabendo que a velocidade V 1 nada mais é do que a velocidade característica do vento para uma edi.ficação, obtemos então a p ressão de obstrução . o btemos: 1 . .Z q ª -2- P vk (III.4) Substituindo o valor de p = massa específica do ar 12,022 p Q 9,8066 q = 0 ,613 11c 2 q = 0,061.3 vk l, 226 Ns2 /m4 (N/m2 ) ou (III.5) (kgf/m2 ) Cabe salientar a importância da pressão de obstrução, poi s será utilizada como um padrão para todos os demais pontos onde deseja-se determinar a pressão estática total, enfatizando que esta pressão é perpendicular à superfície da estrutura. 32 ; ' • • • • • • • .. .. - - -.. .. .. .. .. .. &. .. .. .. .. • III.2- Coeficiente de Pressão III.2.1- Coeficien te de Pressão Externa Para def inirmos o coeficiente de pressão externa (Ce) aplicaremos o teorema de Bernoulli entre os pontos l (vel ocidade caracte rística) e o ponto 3 (onde existe pressão dinâmica), ilustrados na Figura III. 3 . Porr.anto : . . ... Pl+ l p~ P3+ l 2 - 2- = -2- pV3 ree s crevendo: .... P3 p = 1 p~ 1 P'S - "'T - "T l P 1 ,ou seja, a diferença de pressão estãtica , Como v1=Vk, reescrevendo : 6P l -2- 2 ~ pv:k ( 1 - - - v2 k Substituindo III.4 em I II.6 obtemos 6P ~ = q <1- v2 k Define- se Ce como: (1 - v2 _ 3_ ) { (I II.6) ( III , 7 ) A análise da expressão do coeficienc.e de pressão e x t erna permic.e obs e rvar que, se for possível medir a vel ocidade no ponto verificado e a veloc i dade car acterísti c a , det.e r mi na-se 33 ' ' , l este coe ficiente. Este coefic iente, a ser aplicado a um ponto da superfície, pode ser obti.do, para as várias formas de edificação, atra vés de ensaios de protótipos no t únel de vento. Na realidade, nestes ensaios mede- se as pressões que pressão gerada atuam em vários pontos dos protótipos, bem como a pel a velocidade característica e associando-as às velocidades. 3 respeci:ivamente, As f otos 3 e 4 ilustram o túnel de vento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde o Prof . Joaquim Blessmann :·desenvolveu parte de seus trabalhos cujos resultados foram incorporados à NBR 6123 . Foto 3: Vista geral do Túnel de Vento da UFRGS Foto 4: Vista interna do Túnel de Vento . Modelo po- 3 sicionado e destaque os ressaltos do piso para des- tinados a obter o perf il do vento desejado Maiores detalhes sobre os mecanismos de em protótipos ver BLESSMANN, J. Construções", série Engenharia Estrutural UFRGS, 1 983, 255p. 31 • medição de pressão "Aerodinâmica das - Ed . Universidade, • • • • • .. ~ .. .. focos 5 e 6 estão ill,st:i.-ador: ouLro,; ,·1nd,); Os ,·ll5di::1do!-; pe.l(, Prof. Hlessma1Lr1. Foto 5: Exemplos de modelos e nsaiados pelo Prof, Blessmann Foto 6 : Destaque para o mo- delo de uma edificação com cobertura em cúpula Ntls fotos 7 e 8 apresencu.m- se. respect i vament.e. o modelo e o edif í cio construído da sede do Citybank . Fo10 7: Modelo do edifício ~. d ,.. de.'\ e i e. ybank ( . . 35 Foto 8: Edifício cons1:1-ufdo etn São Paulo T Através desta metodologia, a NBR-6123 aprese ntv. uma série de tipos de edificações com os respectivos valores de Ce. Cabe agora observar q ue a ~orça externa para uma dada s uperfície será: : . (III . 8) onde : Fe força externa A= área da superfície analisada . Os valores de ce, podem ser obtidos ponto a ponto, porém o cálculo seria extremamente complicado e as normas t écnicas recomendam valores médios para a s superfícies que compõem uma edifi cação. A Figura III.4 esquematiza , respectivamente, os valores do . coeficiente médios em cad;,; duas águas. a) 1 •' \ ... .,. ...... ~ ... de pressão e observados em ensaios e os valores e superfície plana para um edifício com telhado tipo. (]lo .. ' I . ,' ' I FIGURA III .:.; __ :., Óistribui ção f~quemát i ca do _ce~ --- -----· ....... ~- Como pode ser observado na Figura III.4, a distribuição do C aprese nta valores elevados em pequenas regiõe s das paredes e e dos telhados. Se para o dimensionamento de toda a ·estrutura os valores médios do Ce, representados no item b), são muico razoãveis, p e rmít i ndo assim faci l itar o cálculo, os val ores 36 • ; . elevados de e e não podem ser simplesmente ignorados . Para efeito de dimensionamento de partes da estruc.ura (telhas, caixilhos, altos valores de ou mesmo terças) é necessário adotar estes ce (a médio) . NBR 6123 adota Como nome para estes coeficienc.es, e pe Observou- se que os maiores valores com o vento inclinado em relação a estrutura de Cpe médio ocorrem (normalmente qsº). A e xpl icação para e,:;tes valores está na formação localizada de v9rtices sobre o t elhado e paredes . A Figura III. 5 ilustra este aspecto . / a) Vórtices valores que i rão geraraltos de ce bl Regiões de cpe médio FIGURA IlI .5 - C Médio pe A título de curiosidade, a Figura III.6 reproduz curvas isubárJ c.:a:; para um edifício em telhado tipo duas águas obtidas '""' úns:.iioi: n,1 Universidade de Iowa, estados Unidos. 37 ._y • ! :1 ' · -~ • ~· . . . ~ r' .. ___ ~ ·--· ...... . .::::--~~ ·~"":-- :::: ~- .... _-: - - --· ' ' -o., .. , ' . _,<:... ~~ ··~- '/ ..• ,,_ 7,..J ·~~~~ __ '.:·_ . ............. ... _ . . ,t .. -~,,.;.. .... Q ·.' ·. --- "\' -.~ ,/'"''- ?L>;.~.7. O a.:.;.o=::-, ;)}tj / ) ; .•• - V ,......_. - }///, '//#/ -- , (' '-- - - -- ' ~ ~:: ·, . ................ • . í !I - , :.. ~ 1:1 .:. .. .. ' i I ~".. ·-- .. --....:..-..., íl - ·- ' :: J . / / . _,,,, . ,~ : · 1 1 • (' . -. i.: ... ,· FIGURA I II . 6 · Curvas Isobáricas de ce (Universidade de Iowa) No Anexo I' estão reproduzidos os valores de e e recomendados pela NBR 6123 para vãrios tipos de edificações. Nas Figura III. 7, 8 e 9 e Tabelas 4,5 e 6 estão reproduzidos os valores de Ce, respectivamente, para paredes, telhado t:ipo uma ãgua e t:elhado tipo duas água si especificados pela NBR 6123 . 38 • 1 1 1 1 1 • • ... TABELA 4 - Coeficiente de pressão e de forma, externos, para paredes de edificações ._ de p lanta retan·gular. ~ ...., . ' . Altura Relativa . b . h vt\ a 3 1 < -< -- b - 2 ,O,Zb ou h a (o menor dos 2) 2~b~4 h 1 b " 2 .. . . . . .. ' ·.· a " ., 1 < - < - -b - 2 1 h 3 ') b 2 ' a -· ? :, - :, 4 - b : :\ 3 1< - < - - b - 2 j h n ? b a 2 5b54 b/.~ ou o / 4 ( o N,o to , dos 2. porem , 2h } ~ -· ex ~ oo A 1 e A2e e B 1 ,,-B2 -0,8 -0,S +0,7 -0,8 -0,4 +0,7 -0.9 -0,5 +o,7 -0,9 -0,4 +0,7 -1 ,0 -0,6 +o,8 -1 ,0 -0.5 +o8 ' ' ' ' A, e B, '\2 82 ·- D 1 . ... .. Valores de Ce para --Cpe 1nédio a a 900 .",,·.,· . ·,· (!:/; ... . (. D A B C1 e C2c D1 D2 -0,4 +0,7 -0,4 -0,8 -0,4 -0,9 -0,3 +0,7 -0,5 -0,9 -0,S - 1,0 -0,5 +0,7 -0,S -0,9 -0.5 - 1.1 -0,3 +0,7 -0.6 -0,9 -0,5 - 1, I -0,6 +0,8 -0,6 - 1,0 -0,(, . I.:?. -0,3 +0,8 -0.6 - 1.0 -0.(> -1.2 2h ou b/7. ~:.(v rn eno, do s 2) ,. . -, •• • 9 0· - ·· ·-A 8 - o , D 0 2 , -·'-:..'~ ~ ~ .r ' b 39 ' . . ' ' Notas referentes à Tabela 4 NOTA. l - Para a/b entre 3/2 e 2, interpolar linearmente. • NOTA 2 - Para vento a o0 , nas partes A e B o coeficiente de forma Ce tem os seguintes valores: a/b l (valor das partes A 2 e B2 ) a/b " 2 : Ce = - O, 2 l < a/b < 2: interpolar linearmente NOTA 3- Para cada uma das duas incidências do vento (oº ou 90°) o coeficiente de pressão médio ext erno, cpe médio, é aplicado à parte de barlavento das par edes paralelas ao vento, em uma distânci a igual a o, 2b ou h, considerando- se o menor desces valores NOTA 4 - Pa ra determinar o coeficiente usado o gráfico da Figura 4 (vento de Figura S (vento de alta .tu:r:bulência ) de arrasto, C, deve ser a baixa turbulência) ou da TABELA 5- Coefi cientes de pressão e de forma, externos, para t e lhados tipo uma água 40 • • 1 1 J ) r " e. 8 TABELA 5 - Coeficiente de pressão e de forma. externos, para telhados tipo uma água # "i .. , , O,>b ,;'- b_ - . f 1 A • i ' i- ! '.-1-- -- T! y z. ~,· __ili.: 1L • • L 1 1. . i ,,. li ! 1 ':'1: .. 1~1:. . ' '%: J /1 y "'º •" CORTE A-A ,.0_1 b.,/ ·'< ... ,,;0.1 b ' ' . · 'f·"· ·o· ;·-, . ..: . venlo h ' y = h ou O, 151) (tomar o menor dos dois valores) As superfícies H e L referem-se a todo o respectivo quadrante. Valores de Cc para ângulo de incidência do vento de a 90º (C) 450 ºº H L H L HeL HeL (A) (B) 50 · 1.0 -0,5 • J ,O -0,9 -1,0 -0,5 100 -1,0 -0,S -1,0 -0,8 -1 ,0 -0,5 150 -0,9 -0,S -1 ,0 -0,7 -1 ,0 -0.S 20º -0,8 -0.S -1 ,0 -0,6 -0,9 -0,5 25º -0,7 -0.S -1,0 -0,6 -0,8 -0,S JOO -0,5 -0,S . J,0 -0,6 -0,8 -0.5 e Cpe médio Ht H2 L1 50 ·2,0 · l ,S ·2,0 10º -2,0 - 1,S -2,0 150 · l ,8 -0,9 - 1,8 200 · 1 ,8 -0,8 - 1,8 25º · 1,8 -0,7 -O,? JOO - 1,8 -0,6 -0,S (A) Até uma profundidade igual a b/2. (B} De b/2 atê a/2. L2 · 1 ,s -1,,S - 1,4 - 1,4 -0,9 -0,S -450 -90º H L H L -0,9 - 1,0 -0,5 -1 ,0 -0,8 - 1,0 -0,4 - 1,0 -0,6 -1,0 -0,J -1 ,0 -0,S -1 ,0 -0,2 • 1,0 .. o,3 -0,9 -0, I -0,9 -0, 1 -0,6 o -0.6 HE LE. -2,0 -2,0 -2,0 -2,0 -2,0 -2,0 -2,0 -2,0 -2,0 -2,0 -2,0 -2.0 (C) Considerar valores simétricos do outro lado do eixo de simetria paralelo ao vento Nota· Para vento a o•. nas partes I e J (que se referem aos respectivos quadrantes) o coeficiente de forma e. tem os seguintes valroes: a/b ; 1 - mesmo valor das partes H e L a/b = 2 - Ce = -O .2 .. interpolar frncarmente para valores intermediários de a/b. 41 ' . . ' , • TABELA6- Coeficiente de pressão e de forma, externos, para telhados tipo duas águas Altura relativa ~-, OET. 1 _,<fO '?r - '\< : \f-·--Íh . b ;. -!' h 1 b " i <"'r 1 t h 1 l _ t 1 - ·- : b }. ·}!·. 1 h 3 ·2-< .b {, 2 /"-....-. . 1 : ; 1 ' ! ., 1 : ' h a.• __ _;_ _ _ _ ,}<h;; s 2 b 0 O" s· 10' 15° 20• Jo• 45• 60' O" s• 1 O" is· 20' 30" 45' 60' o• 5• 10• is• 20• 30' 40" 50' 60' /~ - ·-y ! ~º· '~ !" ;-- - O( rALHE 1 valores de e .. para o. = 9Qo CA) a • Oº EF GH EG FH -0,8 -0,4 -0,8 -0,4 -0,9 -0,4 -0,8 -0 ,4 •l,2 -0,4 -0,8 -0.6 -1,0 -0.4 -0,8 -0,6 -0.4 -0.4 -0, 7 ·0,6 o -0,4 -0,7 -0,8 +0,3 -0,S -0.7 -0,6 +0,7 -0,6 -0,7 -0,6 -0,8 -0,6 · 1,0 -0,6 -0,9 -0,6 ·0,9 -0,6 -1,1 -0,6 · 0,8 -0,6 -1,0 -0,6 -0,8 -0,6 -0.7 -0,5 -0,8 -0.6 -0,2 -0,S •0,8 -0.8 •t,0,2 ·0,5 -0,8 -o,g +o,6 -0,S -0,8 -0,8 -0,8 -0,6 -0,9 -0,7 -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 .. J ,O ..ois -0,8 ..O, 7 -,02 -0,5 -0,8 -0,7 +0,2 -0,5 -0,8 -0,7 +0,5 -0,S -0,8 -0,7 . ' e,. médio ~ ~ t=.'···=-·7'i:i ;. . .. .. ~.o -1,4 -1,4 -1,4 -1,0 -0.8 -- -2,0 -2.0 ·2,0 • l,8 - 1,8 .. 1.0 -- ·2,0 -2,0 -2,0 -1,8 -1,5 - 1,S -2,0 -1,2 - 1.~ -1 ,2 - - -2,0 -2.0 -2,0 • J ,5 -1 ,5 -- • l ,8 -1.5 -2,0 :1 ,2 - : -2.0 -1.S -1.S - 1,S - 1,S - - -2,0 •I ,5 -1,5 - 1,S - 1,S ' ·- -1,0 \ · J.2 -1.2 -1.2 -1.1 - 1, I -1, I - -1.0 -1,2 - 1,2 - 1,0 -1.0 -- .,.o -1,2 -1,2 -1,2 •Z::t.ti' 1 • -11b/3 ou o/• ··--4--ol. ( o moior dos 2. F . H ; porlim e Zh) ! 1 ' , - ,.,_·; jo>b . : f I l J . ; y::h ou 0 , 1 Sb j ! 1 ~ (o m enor dos 2 ) , .--1-~ --...i. ~ b l Nota: a) O coeficiente de forma e. na face inferior do beiral é igual ao da parede correspondente. b} Nas :,:onas em torno de partes de edifteaÇôes salientes ao telhado {chaminés. reseIVatôrios, torres. etc.) deve ser considerado um coeficiente de forma C, = 1.2. até uma distancia igual a metade distância. 42 • ' ~ 3 ~ iillll iilil fjllil (i,1111 Q.11 QII Qill "" e.. ~ § .J ., ·1 3 Notas referentes à Tabela 6 r, 'tJ' '" Nota 1- O coeficiente de forma Cena face inferior do beiral é igual ao da par ede correspondente . NOTA 2 - Nas zonas em torno de partes de edificações salientes ao telhado (chami nés, reservatórios, torres, etc . ) deve ser considerado um coeficient e de forma C a - 1,2, até uma distância . e iguala metade da d imensão da diagonal NOTA 3 - Na cobertura de l anternins , c da saliência em planta. médio= - 2,0. o pe NOTA 4 - Para vento a O , nas partes I e J o coeficiente de forma Ce tem os seguintes valores: a/b e l : mesmo valor das partes F e H; a/b" 2: Ce -0,2. Interpolar linearmente para valores intermediários de a/b. III . 2 .2- Coeficiente de Pressão Interna O coeficiente de pressão interna está diretamente associado ao fato que as edificações, em sua grande maioria, çj!m aberturas onde o vento pode adent rar. A anál ise do coeficiente de pressão externa, obtido com base no Teorema de Bernoulli, permite concluir que este é decorrente principalmente das características aerodinâmicas da edificação. Com i sto fica claro que, externamente, nas paredes e telhados podemos ter sobrepressões e s ucções . O coeficiente de ,pressão interna ser~ obtido a partir das sobrepressões e sucções externas que irão atuar nas várias aberturas da edificação . A Figura II I .10 ilustra os efeitos de aberturas a barlavento (de onde vem o vento) e de sot avento (ct·e onde sai o vento) e é evident e que, sobrepressões inter nas e para o ' ' • para o segundo 43 primeiro caso, tem-se sucções internas. . ' o/ Abertura o Barlavento ' • D.V. o .. o o o SOB REPRESSÃO b) A be r! uro o Sol ove nlo (XT!ANA ,, ·~ . ··'---- ,....,- D.V. .. ., . o o o o o o FIGURA III .10- Coeficiente de Pressão I nte r na Barlavento e a Sotavento ; ;_,,;>, INTERNA SUCÇÃO I NTERNA Abertura a Com base nas duas figuras anteriores, fica evidente que o coefici ente de pressão int e r na será obtido em função das ·dimensões, loca l ização das aberturas e da direção do_ vence . As condições de abe rtur a, ou seja, a permeabilidade de cada face da edi ficação é q ue permitirá obt er os valores do coefic iente de pressão interna. O concei to de permeabil i dade está associado à presença de aberturas, est.ls podem ser decorrentes de janelas, portões, f r estas no próprio assentamento de ceihas e não se descartando as abercuras que porventura possam ocorrer decorrentes de danos e m elementos da cobertura, paredes, vidros , etc . Pode - se, de uma maneira até pouco técnica, dizer q ue a pressão média i nterna na edificação será o "quanto" de ar que entrou menos o que "saiu 11 • Os e studo s teóricos e experimentais permitiram concl uir 44 ' . • r. . que a pressão interna está diretamente associada à vazão do fluído na região da abertura que pode ser expressa por: Q = K A p v (Il!.9) onde Q - vazão volumétrica na abertura A - área da abertura p - massa específica do ar v - velocidade do ar na abertura. A velocidade do ar na abertura pode ser obtida por: (III.10) Como pode ser observado, a solução da equação III. 10 exigirá aproximações sucessivas para a sua determinação . Este cálculo está exemplificado no Anexo D da NBR 6123. A expressão III .10 indica claramente a influência da região da abertura e do coeficiente de pressão externa, porém do ponto de vista prático, será muito difícil calcular o coeficiente de pressão interna. A NBR 6123 apresenta então, uma série de situações de abertura e permeabil idade para faci l itar este cálculo . Descreve-se, a seguir, os principais tópicos referentes ao coeficiente de pressão interna prescritos na NBR Gl23. -Definições: a) Elementos impermeáveis: lajes e cortinas de concreto, paredes de alvenaria, bloc?s o u pedras sem nenhuma abertura; bJ Í ndice de permeabilidade: é a relação entre área das abertu~as e a área total da superfície considerada; e) Abertura dominante: abertura com área igual ou superior à soma das áreas das ,outras aberturas da edificação. d) a pressão interna é considerada uniforme e atua sobre cedas as faces; e) o sinal . positivo de Cp:{ indica sobrepressão interna ; [) O sinal negativo de Cpi indica sucção interna. 45 . . ' -Ítens, da NBR - 6123 Valores de cpi' ' a): Duas faces a-1.) Vento opostas· permeáveis e as outras perpendicular a face permeável impermeáveis: cpi = +0,2 a-2) Vento perpendicular a face impermeável cpi b) Quatro faces igualmente b-l) Adc:;,tar permeáveis: C. a - 0,3 Pl. ou e . = o pl. c) Abertura dominante com as outras faces permeáveis c -1) ~.bertura dominante na face de barlavento: -0,3 Relação entre a área da abertura dominante e a área total das aberturas succionadas nas outras faces: Relação de Áreas coi l.' o +0,l l,5 +0,3 2,0 +o.s 3,0 +0,6 6,0 +0,8 c - 2) Abertura dominante na face de sotavento Cpi = Ce correspondente a face de sotavento que contém esta abertura. c-3) Abertura dominante nas faces paralelas ao vento. c-3.l) Não situada em zona 9e alta sucção externa: Cpi = Ce ~~~!~spondente à região da abertura nesta c - 3.2), Situada em zona de alta sucção externa. Relação entre a área da abertura dominante e demais áreas de aberturas succionadas externamente. 46 • •• • l Relação Áreas entre e pi O, :25 -0,4 0, 50 -0,5 0,75 -0,6 l' o -0,7 1,5 - 0,8 ~3,0 - 0,9 Not.a: Zo!las de alta sucção externa são indicadas n a s t abelas de ce e denominadas na NBR 6 123 como cpe médio. A determi nação dos coeficient es de pressão interna deve s e r feita de manei ra a reproduzir , o mais f ielmente possí vel, as condições gerais e as possibil idades de abertura numa edi_~_icação. Esta análise deve ser criteriosa, ºbuscar 11 situações exc.remas não parece ser a mais indicada para este índice . Exempl i ficando, a probabilidade de, num dec.erminado edifíci o, só t e r j anelas abertas e em sua totalidade numa única f ace, com o ve nto normalizado (P = 63~ uma vez a cada 50 a nos), e ser est a a d i reção considerada, parece ser uma hipótese exager ada do ponto de vis ta de probabi lidade de ocorr ência . Por outro lado é conveniente ressaltar qu~ as ale.as sobrepressões internas advindas das aberturas a barlavenco têm ori ginado uma sér ie de acidentes, portanto é conveniente dar ao Cp i um t ratamenco o ma i s :r;ealista possível . Cabe ao engenheiro d e f inir . com clareza, todas as suas hipóteses. I I I.3 - Coeficien t e de Pressão Após a definição dos coefi c i enc.es de pressão e xterna e incerna é nece ssário calcular a força que irá a t uar numa dada superf'ície de uma edifi cação . Sabe - se que a for ça do vento dependerá da diferenç a da l)t"e ssão nas face s opostas ( interna e e xterna ) d a pa re.e da 47 ' < • edificação coeficient e ' , considerada de pressão e, que, para isto, multiplicado pode - se pela área de terminará a força atuante nesta _parte da edificação. 6P • LIP e - LIPi onde llP - pressão resultante LIP -e pressão externa LIP. - l. pressão interna o que permite obter llP a (Cpe - e . > q p1. ou reescrevendo llP ; e g p definir o analisada, (III . 12) CIII.13) O que permite concluir que a pressão será a soma vetoria l dos coeficientes multiplicada pela pressão de de pressão obstrução (q). int erna e externa, Este coeficiente será ·aplicado em cada superfície que compõe uma edificação objetivando determinar as situações crit icas para a estrutura em questão. É conveniente ressaltar dois .aspectos importantes: a> O coeficiente de pressão para urna dada parte da estrutura advém de uma determinada direção que deverá ser a mesma para o • cálculo dos demais coeficientes; b) É necessário obter as condições do CP crítico para "todos" os e lementos que compõem uma estrutura . Exemplificando, para o caso de uma treliça de cobertura é necessário analisar os ventos queresultarão em solicitações máximas quer de sobrepressão quer de sucção . . 48 • -· •,' f'', ' III.2.i- Exemplo A) Oecerminação do coeficiente de pressão para o edifício industrial (dimensões e especificação abaixo), situado na cidade de São Carlos e destinado a uma industria com alto fator de ocupação. Coeficientes de vento - Telhado Duas Águas l ) Características do Edifício : CORTE -~ 10.-! j_ zoooo (bl 1 + o.v ,o· - - .J< o 1 1 1 LPORTÃO ~ 1 k 16 mi D.v.,90• .. 1 'L · JANELAS (6mz/JANELA1 I'' PLANTA 2) Velocidade característica VK: 11 , ..I~ a) v0locidade Básica: Localidade - São Carlos V = 40m/s () l.i) l .. êl tor topogríi fico s1 : Topografia comum s 1 = 1, o ( ' ) l~ \1<ios idade de ·rerreno s 2 : 49 ' < , • Categoria IV : Área industrial "Classe Bº Altura da Edif i cação: lOm. s 2 ~ 0,83 dl fator Estatística s 3 : s3 = 1,0 e) Velocidade característica VK = 40 1,0 0,83 1,0 = 33,2m/s 3) Pressão de Obstrução: q = 0,613;/~ q a 675, 6N/m2 2 q = 0,68kN/m 4) Coeficiente de Pressão Externa ce 4 . 1) Vento a 90° h ª·ºº -i;- = 20 = - 1.2 \ 0,4 e = 10° O.V. .. +0,1 ---- -o.s +0.7 • - i 10,0 __ ,__1_o.o _ ;.~ -0.9i -1,20 0 t - 0,9 , -o,s - o.~ 0 t - 0,5 5 0 Meno, ('n1t c o,:; - - ê h~ \6,0m t- : 10,0 m '• ', { 2, O • • • • ~ 1.2) Vento a oº D.V. ~1 I= + -05 0' 10 l ID 2 1 'r·3 !-0,41 -o.d 1 : Sei:ão 1- 1 ' -0,B : - 0,6 -0.2 0 1 0 0 +0,7 ' - 0,3 1 - - :;) ' 0 0 -o.e ' -0,6 - 0,2 . Seçã o 2-2 -Ob servar que os valores dos coeficientes de Pressão Ext e rna (Cel des tinam-se ao dimensionamento das tesou ras e dos pilares. - Cas o algum elemento estrutttral (Ex: alto valor de sucção (C médio), pe di ,nensionado com tais valores. terças) , esteja numa zona de este ~lemento deverá ser -No cálculo dos coeficientes ext ernos deve -se valores máximos de sobr e pressão e sucção. procurar os 5 ) Coef icience de pressão i nterna :· 5 . 1) Duas faces permeáveis e as outras imperm~áveis - não 0~orrP 51 ' < • 5 . 2) Quatro faces i gu·,>lmente (Nota: Esta s i tuação é possível frestas ent:re,a vento a 90° al.venaria 'o e O ----, ' l pern1ec:ivei s. poi s no oitão sem portã o existirá e as t elhas) . cpi = -o ,3 ou cpi = o 5 .3) Abertura dominante com as outras f aces permeáveis -Vento 90° a) Abertura dominante na face de barlavento: Abertura dominante : 3 janelas próximas Ad = 18m 2 Demüis Abert uras: - 1 janela sotavento - f restas portão (5% de área) - f restas oitões (10cm) A • 6 + 0,05 16 + 2 20 0,1 A = 10, Bm2 relação entre a abertura domi- nante e demais aberturas succi o - nadas. Ad 18 ~A = ~ ~ a 1 ,6 = 1 ,5 10 ,8 e. = +0 ,3 pl. -Vento a oº a) Abertura dominante na face de barla vento : Abertu ra dominante: portão Aa = 16m2 Demais Aberturas: - 1 janela succionada -frestas oitões A= 6 + 2 20 0,1 A 10,n2. relação entre abertura domi- nante e demais aberturas. Ad 16 l, 6 -r = 10 a cpi +0 ,3 bl Abertura dominante na face de b) Abertura dominante na face sotavento de sotavento Abertura domi nante: 3 janelas Abertura dominante: portão C . = Ceda face de sotavento p 1. cpi = - o,s • 52 e . ce pi cpi = - 0,2 .. ,_ ,. . j r- ;..."' · . ' .. . . 5.4) Abertura dominante em face paralela ao vento: -vento 9o0 a) Abert ura dominante: Por tão e = . o,s pl. •suposto abert:o meio portão adotado valor menor de Ce b) Abertura dominante em alta sucção externa: -Não ocorre pois o portão não está -situado nesta região . Obs. : o Cpe médio corresponde a faixa de 0, 2b = 4,0m na pa.L·ede do oitão . 5 . 5) Valores a serem adotados: -Vento a oº a) Abertura de j ane las cpi = -o,s •v~;~~r~~ ce para a região bl Abertura dominante em alta sução externa: Não ocorre pois há probabil i- dade d esprezível de ocorrer uma janela aberta na zona de alto valor de sucção (C e médio). P Normalmente, para uma estrutura simil ar a esta, tem-se como objetivo obter valores máximos associado ao C de sucção e p sobrepr essão, portanto; Coeficiente de pressão interna: a ) - Ve nco a 90° b)-Venc.o a oº cpi +0,3 e p i ~ +0,3 e pi = - 0,5 e . pi = - 0,5 ; _t;i ) 53 • ! • ' 6) Coeficiente de Pressão: e : p 6 . 1) Sucção no telhado Ve nto o 90° 1,2 \ /º·4 0.7 \ ! 0,5 ~ - 0,3 - -- Ili ~ ~~~~e '·· . . · . .. . 6 . 2) Sobrepressão no telhado Venlo o 90° l,2, /º·4 \ I 0,7 0,5 _,_ - 0,5 - -.... 111 0,7 1\- I ' fo,1 l,Z -- o.o .. .. ... 54 • Vento a o" o,a O 3 o,e ~~ . -~ 111 Vento o oº 0,2, \ I 0.2 0,2 -+- - 0,5 - -- ·.· .: ... ' 11 r 0,3\ /0,3 \ {, 3_3 0,3 -> ...,_ . ...... ,•. ,· .. ... -... j , .• • ., ( ' r '. ' Bl Determinaçao dos coeficientes de pressão para o edifício industrial (dimensões e especificações abaixo), situado na cidade de São Paulo e destinado a uma indústria com al to fator de ocupação. l) Características do Edifício - - - - - -),'· POA T.iO 201) ,..z • • ~ A =- . ---. CORTE A-A 2) Velocidade característica Vk vk = V o s1 $2 S3 V o = 40m/s s1 = 1 ,0 (topografi a s3 . 1 ,0 , • f l2.0 .' . ·• normal ) 55 o "' n A ..=. ' ' , ' (O ' a, w 1- < a: ; o ~---<J· o ' ' . . : , ' Vento oº e 180 Vento 90° Classe B RUGOSIDADE h = IV Classe C RUGOSIDADE IV 13,0m (adotado h =lSm) h = 13,0m (adotado h=lSm) S2 = 0,88 S2 = 0,84 vk = 40 1,0 o,88 1 ,0 35,2m/s vk = 40 1,0 o,84 1,0 3) Pressão de obstrução: q = 0,613 vt oº e 180° q = 759, 5 N/m2 o, 76 kN/m2 Vento q 4) Coeficient e de Pressão externa Ce Vento 90° q • 692,1 N/m2 q = O, 70 kN/m2 Rel.ações a -i;-- = h -i;-- = 72 35 10 35 ti - 18° (incl inação telhado) Adotado f) - 1sº 33,6m/s = 2,06 ~ 0,28 do (1) A existência de dois valores de s 2 deve-se a diferentes classes de edificações. vento a oº e 180° superfície frontal 35x1.4,5 - classe B Vento a 90° superfície frontal ó0xl4,S - classe e 56 • - --- - -.. .. --... ... ... .. ... ' ... • ... i - -e.. - '- e;. - - - -~ ~ 1 ' • • • -~ "' 4. l ) Vento a oº t 0,2 36 ,0 O,l - 0º" ~"'°'2 o 4.2) Ve n t o a iao o.v. 1so· ~ 0.V. 180" =:> t 1,. 6 r . l 0,7 - • ~0"" ~00,Z ~00,Z t 57 L 11,6 1. l l ~0~' ' . . 0,7 - O.V. 0° <:=i o.v.o· 4.3) Vento a 90° B =-- A -=- - ' . ~1 - - -- - -- - - - - --L - - -- - - -· ·--,,- ,2. -0,6 . 0,9 o ' ~--- -L--- --i..---- ~------- - ~ 0.9 ._ _ _ ,_ _ _. _ _ _,_-_º_··_ ..._ _ _ ...__ _ __, ~ -. :t. o,, t t'::, LJ O.V. 90° 0.) - 0,l ~ º·' 07 0 ,9 - - 0' CORTE A-A O,> CORTE B-8 5) Coeficiente de Pressão interna B --= A --= 5 . 1) Duas faces permeáveis e as o utras impermeáveis - não ocorre 5.2) Quatro faces igualmente permeáveis 5.3) Aberturas dominantes. Vento oº a)abert . dominante face de barl avento n<io ocor re • Vento 90° a)abert. dominan te face de bar lavento não ocorre 58 - não ocorre Vento l80° a)abert . dominante face de barlavento Abert.dominante : portão Demais aberturas <· •• ' • i· - ' i: ,. ' ,,. .. .. .. .. .. ili .. .. .. • &li ,... E (..; -~ ~ -'-- -e. e. e.. -limi ~ • "' ~ #; • b)abert. dominante face de sotavento A.bert . dominante: portão e . pi face do cpi= cena portão -0,3 c)abert. dominante face paralela ao vento não ocorre d)abert. dominante em zona de alto cpe médi o não ocorre e) Para todas as direções do vento cpi = +0 ,2 ou o ' ' • b)abert. dominante face de sotavento não ocorre c)abert. dominante face paralela ao vento e . =C no local pi e da aber tura cpi = -0,5 (abert valor médio) d)abert . dominante em zona de alto cpe médio não ocorre o mais nocivo 59 A = (0,3 35) 6 = A= 63 m2 Ad 20 ~ = ~ 0,3 cpi = + 0,1 b)abert. dominante face de sotavento não ocor re c)abert . dominante face paralela ao vento não ocorre ~Jabert. dominante em zona de a~.to cpe médio não ocorre o .• 6) Coeficiente de Pressão : o 6 . 1) Vento a o a) cpi = - o, 3 : -. - - - ·- - ... - - o,J ' '\ 4', · \ - - -o ... . , ' 6.2) Vento a 90° a)Cp: -0 , S cor te A.A (item 4.3) corte B. B (item4.3) ' ' . ' , ' ~ ~ ~ ~ - - - 6.3) Vento 180° a) CP= 0.1 ' \ \ ' ~ ~ - ! III.4 - Coeficiente de Força bJ c . = -0,2 p i E~\ º \ º , º , º ·, º O ~,º·' 0 .1 09 º·' ~ - - - edificação ·particular A força do vento atuando numa superfície será admitida sempre perpendicular a esta, as obtidas atrav és do coeficiente de pressão. de uma e em as forças direções, A força global do vento (F9 ) é a soma vetorial de todas que atuam nas várias partes que compõem a edi ficação. Esta força global poderá ser decomposta em várias sendo que a definição destas será de acordo com as condições e h i póteses a serem efetuadas para o cálculo da 60 ; . • ., • • • • • ., !"!l estrutura. Qualquer destas forças (arrasto; direções x. y; sustentação. etc). poderão ser obtidas genericamente por: F = e* q A (III.14) onde • C coeficiente de força especi ficado para cada caso q pre~são de obst rução A área da superfície de referência para cada caso . A Figura III .11 ilustra a força global e algum;;,s das direções pos·síveis de decomposição desta força. FORÇAS AERODINÂMICAS Fg - FORÇA GLOBAL Fo - FORÇA OE ARRASTO O.V . Fs - FORÇA DE SUSTENTACÂO .. Fh - FORÇA HORll:ONTAL F1 - FORÇA OIREÇÃO GENÉRICA 1 FIGURA III.11 - Forças Aerodinânicas III . 4.1- Força de Arras t o A força de arrasto é a component.e da força global na direção do vento. 8sta força é particularmente importante pois permite ao calculista determinar ações com características globais, ou seja, ações estas que serã~ a pl~cadas em toda a estrutura . 61 • . ' , De maneira análoga às demais forças aer odi nâmicas, será obt i da por, onde ( II I . l S ) Fa ~ Força de arrasto Ca coeficiente de arrasto q pressão de obstrução A ~ área de uma s uperfície, especificada para cada caso. A aplicação prática mais comum da f orça de arrasto é a determi nação da ação do vento em edifícios de andares múltiplos, torr es, est ru t uras isoladas. Obter a força global numa direção do vento é razoavelmente mais simples do que a análise da edificação em vár ias superfícies. Serão apresentados, a seguir, as recomendações da NBR 6123 r eferente ao coeficiente de arrasto IIJ.4.1.1- Coeficientes de arrasto para edificação de seção constante e p l anta retangul ar A determinação de coeficiente de arrasto (Ca), segundo a NBR 612 3 , para edificações de planta retangular (edifícios de andare s múltiplos)· deve considerar, principalmente, as condições de t urbulência ou não do vent o que incide sobre a edificação. O vento não turbulento, caracterizado pela ausência de obstruções, como por exemplo em campo aberto e plano , foi o utilizado para a determinação do Ca nos ensaios de túnel de ven t o. O gráfico, reproduzido na Figura III.12 , indica o valor do Caem função da alt4ra, comprimento e largura da edificação . 62 ,. • ·I .. ;§ ,. ' 1 ( } ' ' lo~ ,. , - 1.:;. o .e o .e º ·" o.~ O,:t l 1 / l :: ,. 1, v ent o ~, bl•, ,. , b! o o ., f ven1.; F'IGURA I II .12- Coeficiente d e Arra s to ca para Ed i ficações com Pla n c a Reta ngular - Vence de Baix a Turbulência . A consequência principal do vento turbulenco, , no rmalmence observado e m grandes cidades (categori a IV e V) , é uma diminuiçao da sucção na pared e de sotavento . A força de a r r a sto deve considerar este efeito e a NBR 6123 define, de maneira genérica, as condições mínimas para que ,:e possa a d mitir o vento de a l ta turbulência e consequentemen te 63 1 • ' ' obt er o eª . As recomendações estão abaixo transcritas: "Uma edi .ficação pode ser considerada em zona ,de 'llta turbulência quando sua altura não excede duas vezes a · altura . . média das edi ficações nas vizinhanças, estendendo- se estas, na direção e sentido do vento incidente, a distância mínima de: - 500 m para uma edif icação de até 40m de altura, - 1 .0 00m para uma edificação de até 55m de altura, - 2.000m para uma edificação de até 70m de altura , -3 . 000m para uma edificação de até 80m de altura," Admi t ido o vento de a l ta turbulência é possível r eduzir o coefici ente do arrasto ca que pode ser obtido no gráf ico da l?i gura I II . 1.3 . . . ' '/ '! / / / , 1 r --J V / ' ) 11 1 , J 1 Jl::.f_~I / 1/ / / 1 / J 7 1; -, 1 I -~ oi / 1 ..._- / I / J / 1 I C,) 7 I 1 1/ ~1 / j J . / 6 , .s I I 1 ' I I , I I I I ';; / / / / / 1 : :/ / o.:s " :, 2 1.:; º-" º·" 0.4 o,:, 0.2 L, /lz 12 l 1 \/ento >I 31, l z l bl l o o ivento l?IGURA III .13 - Coeficiente d e Arrasto ca para Edificações com Planta Retangular - Vento de Alta Turbulência. 64 • ' •I - -.. ... ... . , A NBR 6J.23 prevê a atuação da força de arrasto com excentricidades em relação ao centro de torção e utiliza para isto a seguinte frase: "Devem ser consideradas, quando for o caso, os efeitos da excentricidade da força de arrasto.º Com esta frase fica claro que o calculista deverá ou não utilizar a excentricida~e em função do tipo de edificação a ser calcul ada, suas características e o modeJ.o de cálculo . Salienta- se que a aplicação da força de arrasto excêntrica irá introduzir o momento torçor. o dimensionamento de um edifício de andarec; mú l tipJ.os com esta consideração exigirá, do ca1culista, o cálculo tridimensional ou uma simplificação adequada do efeito da t orção . Não é objeto deste texto tecer maiores comentários, porém cabe o alerta quanto ao modelo de cálculo a adotar. As excentricidades previstas pela NBR 6J.23 relacionados abaixo: - edificações sem efeitos de vizinhança estão ea = 0,075a e eb e 0,075b ( III. J.6) - edficações com efeitos de v i zinhança ea = O,OJ.Sa e eb = 0,0lSb onde ea medida na direção do lado maior (a) e, eb excentrici dade mediga na direção do lado menor (bl Os coeficientes de força e, em particular o coeficiente de arrasto, são afetados pela presença de obstáculos naturais ou arci ficiais nos arredores de uma edifi cação . É extremamente difícil não s6 considerar esces efeitos como também dizer se eles serão benéficos ou não. A NBR 6 1 23 recomenda que estes efeitos qe vizi nhança sejam considerados até a altura do topo das edificações situadas num círcul o de diâmetro igual da altura a edifi
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