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TEGUMENTOS, ESQUELETOS E MOVIMENTO 1 REVESTIMENTO EXTERNO (tegumento) ESQUELETO MÚSCULOS Na maioria dos grupos Animais, o tegumento, o esqueleto e a musculatura são inter-relacionados de diversas maneiras para produzir MOVIMENTO 2 Revestimento externo = exoesqueleto (articulado !!) Proteção e sustentação do corpo exoesqueleto Músculos atados na superfície interna do exoesqueleto e organizados em pares de músculos antagônicos Músculos atados na superfície externa do endoesqueleto (articulado !!) e organizados em pares de músculos antagônicos Esqueleto interno (articulado !!) Revestimento externo (pele) separado do sistema muscular e não tendo função esquelética OS DOIS PADRÕES PRINCIPAIS DE INTERAÇÃO ESQUELETO/MÚSCULOS NO MUNDO ANIMAL ARTRÓPODES VERTEBRADOS 1 2 3 Músculo extensor Músculo flexor Músculo flexor Músculo extensor Exoesqueleto Bíceps braquial (flexor Tríceps braquial (extensor) Endoesqueleto Bíceps braquial (flexor Tríceps braquial (extensor) 4 • BARREIRA PROTETORA CONTRA: Ferimentos Abrasão Agentes infecciosos Raios destrutores das células (ex: UV) • SUPERFÍCIE DE COMUNICAÇÃO capaz de realizar a detecção/recepção de vários tipos de estímulos do MEIO EXTERNO através de receptores sensoriais: Temperatura (termorreceptores) Luz (fotorreceptores) Estímulos mecânicos (mecanorreceptores) Estímulos químicos (quimiorreceptores) Dor (nociceptores) etc. REVESTIMENTO EXTERNO (TEGUMENTO) Envelope que encerra o corpo dos animais e que separa o meio interno do animal do meio externo é um ÓRGÃO Pode ter composição (histológica, molecular etc.), espessura e aspectos muito diferentes de um grupo animal para outro Funções: 5 • FUNÇÃO DE TROCA DA GASES (em certos grupos) : Peixes, Anfíbios, certos Invertebrados aquáticos, pequenos Invertebrados terrestres (ex: Minhocas) • REGULAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO EM ÁGUA E ÍONS DAS CÉLULAS DO CORPO (osmorregulação) EM CERTOS GRUPOS AQUÁTICOS • PAPEL NA PRODUÇÃO DE SINAIS QUÍMICOS PARA A COMUNICAÇÃO QUÍMICA INTRA E INTERESPECÍFICA ATRAVÉS DE SECREÇÕES GLANDULARES (feromônios, aleloquímicos [alomônios, kairomônios]) PRODUZIDAS EM GLÂNDULAS EXÓCRINAS • PODE CONTER CÉLULAS COM PIGMENTOS (cromatóforos): camuflagem, mimetismo, cores de aviso (aposematismo), comunicação visual • PRODUZ ESTRUTURAS VARIADAS: Cutícula Penas Chifres, garras, unhas, cascos Cabelos, pelos REVESTIMENTO EXTERNO (TEGUMENTO) Funções: 6 Colete de microtúbulos (tubulina) Alvéolos Alvéolos com placas internas de celulose Malha de microfilamentos (actina) epiplasma Membrana celular PROTOZOÁRIOS Em muitos grupos de Protozoários: rede de microfilamentos, microtúbulos, alvéolos (ou combinação dos 3) debaixo da membrana celular rede + membrana celular = PELÍCULA (tipo de “parede corporal”) 7 “INVERTEBRADOS” Epiderme monoestratificada (= uma só camada de células) Em muitos grupos de invertebrados, o tegumento é formado pela epiderme e uma CUTÍCULA CUTÍCULA = camada de material extracelular não vivo que é secretado pela epiderme e que a recobre Espessura, complexidade e composição química da CUTÍCULA muito variável segundo os grupos de “Invertebrados 8 ANELÍDEOS (ANNELIDA) Minhoca (Lumbricus terrestris) Cutícula Epiderme Músculos circulares Músculos longitudinais Lâmina basal Cutícula simples, flexível e fina constituída principalmente por fibras de colagénio dispostas em camadas e em espiral ao redor do corpo, com alternância de espirais orientadas a esquerda e a direita de uma camada para outra Fortalecimento da parede corporal, e prevenção de aneurisma e nó 9 Fibras de colagénio Microvilosidades da membrana celular (das células da epiderme Epiderme NEMATÓDEOS (NEMATODA) Nematódeo Cutícula espessa e complexa, formada por três principais camadas, mais uma epicutícula externa principal componente: colagénio Fortalecimento da parede corporal, proteção, sistema antagonista dos músculos longitudinais Cutícula Epiderme Músculos longitudinais Camadas fibrosas Camada externa Camada mediana Camada basal 10 Maior grau de complexidade da cutícula encontrado nos Artrópodes: espessa, rígida e organizada em placas articuladas forma um EXOESQUELETO articulado Principal componente: QUITINA Lipídios Lipoproteínas Ceras 11 Epicutícula Procutícula Exocutícula Epiderme Lâmina basal Endocutícula Cerda Abertura de ducto de glândula tegumentar Glândula tegumentar QUITINA: polissacarídeo; polímero de N-acetilglicosamina Glicosamina Grupo N-acetil ARTRÓPODES (ARTHROPODA) Manto Concha Nos moluscos, o manto produz uma concha rígida formada essencialmente por CARBONATO DE CÁLCIO (CaCO3) + matriz de conchiolina e polissacarídeos MOLÚSCOS (MOLLUSCA) Estrutura geral da concha de molusco Camada externa (perióstraco) - conchiolina Camada de carbonato de cálcio (camada nacarada) – cristais de calcite Camada de carbonato de cálcio (camada prismática) – cristais de aragonite Manto 12 Mistura de colagénio, queratina, e elastina Epiderme pluriestratificada (ectoderme) Derme (= tecido conjuntivo de origem mesodérmica) • Fibras de colagénio • Vasos sanguíneos • Nervos • Cromatóforos Stratum germinatum TEGUMENTO (pele) VERTEBRADOS (VERTEBRATA) 13 “PEIXES” (mixinas, lampreias, peixes cartilaginosos [tubarões, raias], peixes ósseos) Epiderme fina (5 a 9 camadas de células), permeável (trocas iónicas), e ricamente provida de células produzindo muco; produção de escamas óssea ou dentes na derme Peixes ósseos (Actinopterygii) Epiderme Escama óssea Derme Peixes cartilaginosos (Chondrichthyes) Dentina Esmalte Derme Epiderme Polpa 14 VERTEBRADOS TERRESTRES (Tetrapoda) Camada córnea = células QUERATINIZADAS Derme Epiderme Escama córnea Largarto Anfíbios (Amphibia) Camada com células queratinizadas (= camada córnea) Glândula de muco Derme 15 Stratum corneum (camada córnea) Sratum germinatum Derme Aves & Mamíferos Pelos & penas = produções queratinizadas da epiderme 16 ESQUELETOS Funções: • Proteger o corpo • Sustentar o corpo • Transmitir forças geradas por músculos Perna de barata Músculos antagonistas responsáveis pelo movimento da perna – transmissão das forças geradas pela contração muscular às peças de esqueleto de barata Planos de flexão de cada articulação de uma perna de artrópode 17 TIPOS DE ESQUELETO ESQUELETOS DUROS Esqueletos flexíveis (ex: cartilagem) Esqueletos rígidos (ex: ossos de vertebrados; exoesqueletos de artrópodes) Exoesqueletos (ex: artrópodes) Endoesqueletos (ex: vertebrados) 18 ESQUELETOS HIDRAÚLICOS (ou hidroesqueletos) TIPOS DE ESQUELETO Ex: Cnidários PlatelmintosNematódeos Anelídeos Cavidade gastrovascular 19 PROTOZOÁRIOS Esqueletos externos ou internos formados de: • Calcário (CaCo3) • Silício (SiO2) • Matéria orgânica • Partículas minerais juntadas com “cimento” Esqueletos silicosos internos de Radiolários Esqueletos calcários externos de Foraminíferos (a) (b) Proteção e sustentação da forma do “corpo” celular Esqueleto externo silicoso (a) ou formado por partículas minerais grudadas (b) de amebas com “carapaça” 20 ESPONJAS (PORIFERA) Espículas calcárias ou silicosas Espongina (escleroproteína) Esqueletos internos de espículas minerais e/ou de espongina Proteção e sustentação do corpo 21 Eixo central de gorgonina (proteína fibrosa) A colônia cresce em cima da exoesqueleto calcário produzido pelos pólipos CNIDÁRIOS (CNIDARIA) Cada ramo da colônia é sustentado por um eixo central de gorgonina Corais: esqueletos externos (“corais pétreos”) ou internos (“corais moles”) Colônia de Scleractinia (“corais pétreos”) Colônia de Gorgonacea (“corais moles”) 22 MOLÚSCOS (MOLLUSCA) Exoesqueleto (CONCHA) de CaCO3 Proteção 23 ARTRÓPODES (ARTHROPODA) Exoesqueleto formado por placas (ou tubos) articuladas(os) • Proteção • Sustentação • Transmissão das forças geradas pela contração de músculos internos Necessidade de mudas periódicas durante a fase de crescimento 24 Esquema de uma Cnidário sedentário (Crinoidea). 1: boca; 2: ânus; 3: cirros; 4: braços: 5: pedúnculo Placa calcária EQUINODERMOS (ECHINODERMATA) Endoesqueleto formado por placas calcárias soldadas (ouriços do mar), articuladas entre si (ofiuras, crinóides), espalhadas na derme (estrelas do mar etc.) 25 VERTEBRADOS (VERTEBRATA) Funções: • Sustentação do corpo • Superfície para a fixação dos músculos • Transmissão das forças geradas pelos músculos • Proteção do sistema nervoso central (cérebro & corda nervosa) Esqueleto interno 26 Dois tipos de tecidos esqueléticos Unidade estrutural do osso (sistema de Harvers) Canal (nervos, vasos sanguíneos) Osteócitos Condrócitos Fibras elásticas Matriz • Colagénio • Condroitina (polissacarídeo) • Glicoproteínas Cartilagem Osso Densa matriz de colagénio, com depósitos de cristais de carbonato/fosfato de cálcio 27 Nos embriões de todos os vertebrados, o primeiro esqueleto que se forma = inteiramenre de cartilagem Therapsida – Thrinaxodon (0,248 Ga 0,246 Ga) PLANO BÁSICO DE ESQUELETO DE VERTEBRATA Esqueleto axial Esqueleto cefálico (crânio) Esqueleto apendicular (patas ou nadadeiras) Cintura pélvica Cintura escapular Caixa torácica 28 CHORDATA • Urochordata • Cephalochordata • Craniata (= Vertebrata no sentido restrito + mixinas) Corda nervosa dorsal Notocorda Cauda pós-anal Cérebro Fendas branquiais na faringe Bainha externa Bainha interna Células vacuolizadas Plano corporal básico dos Chordata 29 A notocorda forma o esqueleto axial primário de todos os embriões de vertebrados Nos embriões de todos os cordatos, o primeiro elemento de esqueleto que se forma = notocorda 30 Craniata Esqueleto axial (Cd) de Petromizontoidea (lampreias) Vértebras de Actinopterygii (peixes ósseos) Vértebras rudimentares; notocorda bem desenvolvida Vértebras bem desenvolvidas; a notocorda desaparece (estado vestigial) 31 TRÊS TIPOS DE MOVIMENTO NO MUNDO ANIMAL (e de Protozoários): Movimento vibrátil (cílios e flagelos) Movimento ameboide Movimento muscular Sempre em associação com um ESQUELETO 1 2 3 32 Movimento ameboide Principalmente nos Protozoários (ex: amebas) Em certas células animais (ex: macrófagos, fibroblastos) Ectoplasma (estado “gel” do citoplasma – plasma-gel) Endoplasma (estado “sol” do citoplasma – plasma-sol) Área onde o plasma-gel torna-se plasma-sol Área onde o plasma-sol torna-se plasma-gel Zona de recrutamento (do plasma-sol) Formação do pseudópode Direção do movimento 33 Movimento vibrátil – Cílios & flagelos Principalmente nos Protozoários (ex: ciliados, flagelados) Em certos Turbelários (Platelmintos) Nos Ctenóforos (Ctenophora) Ondas de movimento em uma fileira de cílios Movimento “em remo” dos cílios (A) e ondulatório dos flagelos (B) (A) (B) Em larvas de Esponjas, Cnidários, Anelídeos, Moluscos etc. Estrutura dos cílios/flagelos Nos espermatozoides 34 Protozoários ciliados Ctenóforos (Ctenophora) 35 Boca Tentáculo Paleta natatória Bainha tentacular Boca Paletas natatórias Movimento muscular & os sistemas músculos-esqueleto Célula mioepitelial Fibrilas Fibrilas Célula nutritiva muscular Epiderme (Ectoderme) Gastroderme (Endoderme) 1. O sistema músculos / esqueleto hidráulico Epiderme Músculos circulares Músculos longitudinais Músculos dorso-ventrais Tecido conjuntivo Cnidários (Cnidaria) Platelmintos (Platyhelminthes) 36 Epiderme Cutícula Pseudoceloma Músculos longitudinais Nematódeos (Nematoda) 1. O sistema músculos / esqueleto hidráulico Anelídeos (Annelida) Direção do movimento Metameria e peristaltismo Epiderme Músculos longitudinais Músculos circulares Celoma 37 Movimento muscular & os sistemas músculos-esqueleto 38 Um hidroesqueleto, dois tubos musculares (um que alonga o corpo [músculos circulares], o outro que encurta o corpo [músculos longitudinais]) e cerdas que servem de âncora no solo permitem à minhoca rastejar no solo e cavar galerias. (a) Quando a minhoca avança rastejando, os segmentos corporais situados perto da cabeça e da cauda encurtam e se tornam mais grossos (músculos longitudinais contraídos, músculos circulares relaxados), e se fixam aos solo graças às cerdas; quanto aos segmentos situados depois da cabeça e antes da cauda, se tornam mais finos e se alongam (músculos longitudinais relaxados, músculos circulares contraídos) (b) A cabeça avançou porque os músculos circulares dos segmentos da região da cabeça se contraíram; os segmentos situados atrás da cabeça e na frente da cauda encurtaram e se tornaram mais grossos, e ficam ancorados (cerdas), impedindo o recuo do corpo (c) Os segmentos da cabeça encurtam e se tornam mais grosso novamente e ficam ancorados numa nova posição; quanto aos outros segmentos, se soltaram do substrato e são puxados para frente Músculo longitudinal relaxado (em extensão) Músculo circular contraído Músculo circular relaxado Músculo longitudinal contraído Cabeça Cerdas Locomoção peristáltica na minhoca 1. O sistema músculos / esqueleto duro Músculo longitudinal Músculo longitudinal Músculo dorso-ventral Músculos que movem os apêndices Músculos dentro dos apêndices Exoesqueleto Hemocele Coração Corda nervosa ventral Músculo extensor Fêmur Articulação Articulação Tíbia Músculo flexor Articulação fêmur/tíbia de inseto Artrópodes (Arthropoda) 39 Movimento muscular & os sistemas músculos-esqueleto 1. O sistema músculos / esqueleto duro Notocorda Blocos de músculos (miómeros) Corda nervosa dorsal oca Branchiostoma lanceolatum (Cephalochordata) Cordados (Chordata) 40 Movimento muscular & os sistemas músculos-esqueleto Branchiostoma lanceolatum (Cephalochordata) Dobra tegumentar dorsal Dobra tegumentar ventral Ânus Miómero Gônadas Cirros bucais 41 Associação de blocos musculares (miómeros) com o esqueletoaxial) e dispostos da cada lado desse esqueleto 42 A. Cordato não-vertebrado tipo anfioxo (Cephalochordata) B. Cordato tipo lampreia (Petromizontoidea) C. Cordato tipo Chondrichthyes/Osteichthyes Blocos musculares segmentares (miómeros) Músculos extra-oculares Músculos do pescoço/nadadeiras Músculos dos arcos das faringe 43 Movimentos ondulatórios do corpo nas lampreias 44 Ichthyostega um dos primeiros vertebrados terrestre conhecido (± 374 -359 Ma) Musculatura dos membros posteriores de Tetrapoda (sapo na fotografia)
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