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DISERTAÇÃO SOBRE A ESTRUTURA DO DELITO SEGUNDO OS SISTEMAS PENAIS CLÁSSICO, NEOCLÁSSICO, FINALISTA E FUNCIONALISTA

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FACULDADE DE IMPERATRIZ - FACIMP WYDEN
CURSO DE DIREITO
MARRONY MELO DANTAS MARTINS
DISERTAÇÃO SOBRE A ESTRUTURA DO DELITO SEGUNDO OS SISTEMAS PENAIS CLÁSSICO, NEOCLÁSSICO, FINALISTA E FUNCIONALISTA.
IMPERATRIZ
2019
	Escola Clássica
A Escola Clássica representou um grande avanço para a teoria do crime e consequentemente para o direito penal. Era composta por várias correntes de pensamentos que a tornavam heterogênea. Ela veio para trazer uma das mais importantes funções jurídicas em um Estado de Direito, que é a garantia de direitos fundamentais do indivíduo.
	Ela foi constituída juntamente com o iluminismo, tinha como intuito a humanização das penas, já que a época era muito comum penas de caráter degradante e brutal, pois estava em vigor o Absolutismo monárquico, que na maioria das vezes expressava penas injustas para os réus. Proporcionando assim uma maior segurança jurídica.
	Berccaria desenvolveu a ideia da estrita legalidade dos crimes e das penas. Trazendo com isso o princípio da legalidade penal, onde só haveria crime se houvesse previsão legal explicita e não analogias, como era feito antes no sistema Absolutista.
	Foi na Escola Clássica que se trouxe o conceito de livre-arbítrio, onde a ação desenvolvida pelo homem era fruto da vontade e que dela se originava um resultado que alterava o mundo exterior.
	Nessa escola o delito se dividia em duas formas, uma objetiva que era composta pelo fato típico (ação + tipicidade) e pela antijuridicidade, a segunda subjetiva integrada pela culpabilidade.
Fato típico: ação era consequência da vontade humana e ela produzia consequências no mundo exterior, a tipicidade é, pois, a relação de subsunção entre um comportamento e o tipo em legal de crime.
Antijuridicidade: possuía natureza objetiva, desta forma observava-se apenas se a conduta do agente contrariava a lei, sem se importa com a subjetividade dos elementos da ação do agente. Destarte a legitima defesa poderia ser comprovada apenas pela conduta do de repelir uma agressão injusta contra si ou contra terceiros, mesmo que o agente desconhecesse tal situação de perigo ele estaria respaldado pela legitima defesa.
Culpabilidade: é o elemento subjetivo, no qual dolo e culpa estão inseridos dentro da culpabilidade, instante onde se procede à análise do querer interno do agente 
A principal falha desse sistema era de separar a conduta praticada pelo agente no mundo exterior, da relação psíquica do agente de praticar o resultado.
	Escola Neoclássica
	Essa escola tem como base filosófica o pensamento Neokantista, como isso essa nova teoria passou a valorizar o conceito do dever ser do direto, pois foram inseridos novos elementos de considerações axiológicas e materiais, diferenciando assim do Positivismo que priorizavam o ser do direto.
	Se posicionando contra o positivismo ela substituiu o método puramente jurídico-formal do positivismo, pois avaliava fundamentalmente a compreensão do conteúdo dos fenômenos e categorias jurídicas, sobrepondo simples definição formal ou explicação causal.
	Destarte, o delito passou a ter relevância social, perdendo a condição de mero movimento corporal gerador de resultados. Permitindo graduar o injusto de acordo com a gravidade da lesão praticada.
	Possibilitou a introdução de elementos normativos e subjetivos nos tipos penais, de considerações materiais na ilicitude transformando-a em elemento de lesividade social, por intermédio do conceito de bem jurídico. Acrescentou propriedades normativas na culpabilidade que a revestiu de juízo de reprovabilidade, com base em elementos psiconormativos.
	Com isso a culpabilidade passou a conter três elementos fundamentais: a) a imputabilidade; b) o dolo e a culpa; c) exigibilidade de conduta diversa.
Deixou de ser mero pressuposto e passou a responsabilizar o agente pela pratica de delitos expressamente previstos em lei penal.
O dolo hibrido ou normativo, não bastava a consciência da conduta e a vontade de realizar o ato, exige-se também a consciência da ilicitude do comportamento. Culpa a vontade defeituosa.
Passou a ser considerado como causa geral de exclusão da culpabilidade.
Escola Finalista
Criada por Hans Welzel, teve bastante influencia na construção do Direito Penal brasileiro.
Entende que o homem é um ser livre e responsável pelos seus atos, então o Direito com suas regras não pode ordenar ou proibir meros processos causais, porem se ocupam dos atos dirigidos finalisticamente, como também da omissão de tais atos.
Essa teoria preservou as bases da teoria clássica, mas também acrescentou a nota da finalidade. Pois para ela o comportamento humano (conduta) é consciente e voluntario, sempre dirigido a um fim, levando em conta a finalidade do agente. Por isso o nome Finalista.
Na teoria Clássica o dolo e culpa, estavam inseridos no elemento culpabilidade. Porem na finalista eles foram retirados e realocados para a conduta, que se enquadra no fato típico. Destarte, formou-se uma culpabilidade vazia, desprovida dolo e culpa. Adotando-se assim um conceito analítico de crime tripartido ou bipartido.
Fato típico
Conduta: com dolo ou culpa;
Resultado naturalístico;
Relação de casualidade;
Tipicidade.
A antijuridicidade foi sensivelmente modificada na afirmação que as causas de justificação deveriam conter não só elementos objetivos, como também subjetivos.
	Com isso todos os elementos da culpabilidade passaram a ser de natureza normativa, por não haver nenhum elemento de intenção dentro da culpabilidade, apenas exprimem um juízo de valor. Ademais todas as descriminantes putativas deveriam ser tratadas na esfera da culpabilidade.
Imputabilidade;
Potencial consciência sobre a ilicitude do fato;
Exigibilidade de conduta diversa.
Escola Funcionalista
Essa teoria é posterior ao finalismo, e aproveitou muito dos seus fundamentos, por isso também chamada de pós-finalismo. Iniciada na Alemanha representou uma forte revolução no Direito Penal.
Possibilitava ao tipo penal desempenhar sua efetiva função de mantenedor da paz social e aplicador da política criminal. Esse funcionalismo parte de pressupostos que tem como núcleo a chamada teoria dos fins da pena.
Esse sistema parte de duas bases sendo elas a teoria da imputação objetiva e a mudança terminológica de culpabilidade para a categoria de responsabilidade:
Teoria da imputação objetiva, nos crimes de resultado, passa a exigir-se além da relação material de casualidade um liame normativo de causalidade, com a finalidade de se verificar se o resultado produzido pelo agente pode, juridicamente, ser a ele imputado.
A responsabilidade exige-se sempre a análise da necessidade preventiva da pena, sem a qual seria impossível sua imposição.
O Funcionalismo busca a utilização da tarefa primordial do Direito Penal, que é possibilitar o adequado funcionamento da sociedade. Muito mais importante do que seguir a letra fria da lei é compreendê-la para uma melhor aplicação, mas sem extrapolação para não se cometer equívocos na atuação jurisdicional. Para isso o interprete deve se ater a real vontade da lei e emprega-la com êxito. Com o intuito de cumprir o seu dever dentro do ordenamento jurídico.

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