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Analise da decisao - CASE Monte Everest - EAD0659

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Análise da Decisão
Caso Monte Everest - 1996
	
Objetivo
As duas expedições eram comerciais e tinham como objetivo guiar um grupo de alpinistas não profissionais ao topo do Monte Everest. 
Fatores relevantes
Excesso de confiança: Tanto os líderes das expedições quanto os guias contratados para auxiliá-los eram alpinistas experientes em escaladas em grandes altitudes e de renome no meio do alpinismo. A consciência de suas experiências anteriores de sucesso contribuiu para presença da armadilha do excesso de confiança tanto em Hall quanto em Fisher, o que é comprovado por inúmeras declarações de ambos, por exemplo:
“Eu acredito 100 por cento que eu volto... Minha mulher acredita 100 por cento que eu volto. Ela não se preocupa comigo quando sou guia porque vou fazer todas as escolhas certas. Quando acidentes acontecem, acho que é sempre falha humana. Então é isso que eu quero eliminar” (Fisher, grifo nosso)
“Hall gabou-se em mais de uma ocasião de que conseguia colocar qualquer pessoa razoavelmente em forma no topo da montanha, e seu histórico parecia justificar o que dizia”. (John Krakauer sobre Rob Hall)
A “equipe”: Os líderes não pareceram se preocupar com a inexperiência dos grupos ou mesmo com a ausência do espírito de equipe, muitos só se conheceram ao chegar em Katmandu. A falta de experiência do grupo foi completamente subestimada como demonstrado por Fisher:
“A experiência é supervalorizada. Importante é a atitude, não a altitude... Temos toda a ficha do grande E, já instalamos toda a fiação nele. Hoje em dia, vai por mim, construímos uma estrada maravilhosa até o topo”. (Fisher)
Problemas prévios
Saúde: Condições de ar e higiene afetaram a saúde do grupo antes mesmo que chegassem ao acampamento base o que os fragilizou diante da grande escalada que teriam pela frente.
Logística: A expedição de Fisher particularmente enfrentou diversos problemas logísticos que tiveram que ser resolvidos por ele, pessoalmente. Isto prejudicou seu processo de aclimatação e do próprio planejamento da expedição. Durante o período de aclimatação seu cansaço era evidente e houve dúvidas por parte de seus próprios guias com relação às suas condições físicas para a subida.
Falta de confiança da equipe: O fato de serem desconhecidos e inexperientes desfavoreceu o surgimento do sentimento de confiança e bom relacionamento entre os membros da equipe, o que comprometeu sua tomada de decisão nos momentos difíceis que se seguiram. 
Equipamentos: Somente os guias estavam equipados com rádios de comunicação e eles eram de tecnologia ultrapassada o que viria a comprometer a tomada de decisão nas situações críticas que estavam por vir. 
Indefinição quanto a prazos: Mesmo estando cientes do quando era decisivo e indispensável definir um horário limite para chegada ao cume, de modo que fosse possível retornar ao Acampamento IV em segurança Hall e Fisher hesitaram em estabelecer o horário fixo. Esta atitude mostra uma falha imensa no planejamento da expedição e que custaria caro no decorrer da subida.
Decisões equivocadas
Fisher acompanha o cliente doente de volta ao acampamento base: Mesmo exausto pelos problemas prévios com que havia lidado antes do início da expedição, ao se deparar com um cliente doente e sem condições de prosseguir com a subida, Fisher decide acompanha-lo pessoalmente de volta ao acampamento base. Tal tarefa poderia, facilmente, ter sido delegada a um de seus guias, assim Fisher se pouparia de maiores desgastes voltando seus esforços para o restante da equipe que prosseguiria na subida. ]
Equipes decidem prosseguir mesmo com o mau-tempo poucos antes da saída do Acampamento IV: Hall confiando apenas na sua experiência decidiu que uma “calmaria” surgiria após a ventania noturna enquanto estavam no acampamento IV, mais uma demonstração da armadilha da autoconfiança influenciando sua decisão. No caso de uma situação tão delicada o mais aconselhável seria buscar avaliações mais ponderadas a respeito dos riscos a serem enfrentados caso decidissem prosseguir mesmo com os sinais de tempo ruim. Além do mais, já havia se deparado com uma outra equipe que devido ao mau-tempo optara por desistir da subida. Hall tomou uma decisão imprudente com base apenas em sua intuição e confiança exacerbada e pôs em risco a partir daí a segurança de toda a equipe.
Equipes se dirigem ao cume sem definição da hora-limite para retorno: Um dos aspectos mais críticos para garantir o retorno em segurança era a definição de um horário limite, que caso ultrapassado seria o gatilho para abandono da subida e retorno ao acampamento IV. As duas equipes prosseguiram a subida após os ventos se acalmarem sem definir este horário limite, ou seja, sem parâmetro objetivo algum de qual seria o ponto de retorno em que a escalada deveria ser abandonada para garantir a segurança dos grupos.
Doug Hansen segue para o cume mesmo com claros sinais de saúde deteriorada: Dou Hansen não dormia ou comia há dois dias, de acordo com relato de Beck Weathers. A decisão de prosseguir ao cume, onde as condições são ainda mais delicadas foi extremamente equivocada para alguém que já se encontrava com visíveis problemas de saúde. Aqui a liderança de Rob Hall se mostra falha e precária, sua não atitude em impedir a subida do seu cliente será responsável pelo falecimento de Doug no cume e no seu próprio em seguida.
Fisher não cumpre suas funções de “varredor”: Desgastado pelo cansaço resultante dos problemas que enfrentou desde antes da expedição e da própria escalada, Fisher se afasta do grupo principal e fica impossibilitado de orientá-los quanto a retornar caso atrasos ocorram. Em outras palavras, o extremamente confiante líder está agora sem condições de se comunicar e liderar seu grupo. Seu grupo está abandonado à sua própria sorte.
Harris se desorienta e conclui que não há oxigênio extra no cume sul para a descida: A informação errada de Harris prejudicará a decisão futura de Rob Hall, culminando na morte do líder e a sua própria.
Boukreev desce sem esperar os clientes: Não bastasse o prejuízo de um líder completamente deteriorado, a equipe de Fisher é deixada para trás pelo guia russo que resolver descer ao Acampamento IV sem espera-los. O grupo depois irá se perder já próximo ao acampamento e precisará ser resgatado depois. 
Hall decide ficar ao lado de Hansen, que está morrendo: Munido de informação equivocada de que não havia oxigênio no cume sul, Hall resolve ficar ao lado de Hansen, que não resistiu à subida. Embora se trate de uma decisão difícil, caso tivesse optado por descer Hall teria constatado por si mesmo que havia sim oxigênio no cume sul e quiçá poderia ter salvado Hansen. Hall resolveu descer depois mas não conseguiu seguir além do cume sul. 
O caso da expedição de 1996 ao Monte Everest mostra com ao falta de coordenação, afinidade, espirito de equipe e planejamento (livre de vieses e vícios) pode ter consequências catastróficas. 
Evidentemente, a tarefa de escalar o Everest não é nada fácil e está sujeita a inúmeros imprevistos, porém isso só deve reforçar a necessidade de examinar com realismo as possibilidades, riscos e estratégias para lidar com as situações extremas. Um bom planejamento, isento de julgamentos, poderia guiar decisões simples e objetivas, como por exemplo o horário para retornar ou a disponibilização de equipamento de comunicação para todos os membros da equipe, e assim minimizar danos como os que ocorreram neste caso de 1996.

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