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CRESCIMENTO BACTERIANO O crescimento e a divisão das células bacterianas necessitam de ambiente com todos os fatores necessários para seu metabolismo, ou seja, condições físicas, químicas e nutricionais. Algumas espécies são capazes de sintetizar alguns de seus componentes a partir de nutrientes simples, porém outras espécies necessitam de nutrientes complexos a partir do ambiente para o seu crescimento. Do ponto de vista da relação das bactérias com o meio de onde obtêm os nutrientes, elas podem ser classificadas como: saprófitas – decompõem material orgânico de animais e plantas mortos - ou simbióticas – se associam a um hospedeiro, dividindo funções e produtos. Os nutrientes podem ser definidos em duas classes: macronutrientes e micronutrientes; ambos são imprescindíveis, mas os primeiros são requeridos em grande quantidade, por ser fonte de energia e por constituírem a principal fonte de moléculas estruturais. Os macronutrientes são: carbono, oxigênio, hidrogênio, enxofre, nitrogênio, fósforo. O oxigênio é participante da cadeia respiratória no metabolismo aeróbio como aceptor final de elétrons. O oxigênio pode ser fundamental, letal ou inócuo para as bactérias e de acordo com a concentração de oxigênio no meio as bactérias podem ser classificadas como: -aeróbias estritas: exigem a presença de oxigênio para seu crescimento e não crescem na sua ausência; -microaerófilas: necessitam de baixo teor de oxigênio para seu crescimento; -facultativas: podem empregar oxigênio quando este está disponível, mas sua falta não impede o seu crescimento; -anaeróbias estritas: não toleram a presença de oxigênio e o aceptor final de elétrons em seu metabolismo pode ser o enxofre ou compostos orgânicos. O carbono está presente na maioria das substâncias componentes das células e, por isso, é fundamental. As bactérias que podem utilizar o carbono do ambiente, fornecido como gás carbônico ou carbonatos, são denominadas autotróficas e os microorganismos que obrigatoriamente necessitam de uma fonte orgânica de carbono são denominados heterotróficos, sendo a sua principal fonte de carbono, os carboidratos. Quanto à fonte de energia e a assimilação de carbono, os microorganismos podem ser classificados em: -quimioautotróficos: empregam substâncias químicas inorgânicas como fonte de energia e dióxido de carbono como principal fonte de carbono; -quimioheterotróficos: empregam substâncias químicas orgânicas como fonte de energia e de carbono; -fotoautotróficos: utilizam a luz como fonte de energia e dióxido de carbono como fonte de carbono; -fotoheterotróficos: utilizam luz como fonte de energia e compostos orgânicos como fonte de carbono. O nitrogênio está disponível na natureza na forma de gás (N2) ou combinado; na forma combinada, está disponível como compostos inorgânicos (NH3, NO3) ou orgânicos, na forma de aminoácidos, purinas e pirimidinas. A utilização de nitrogênio gasoso é restrita a algumas bactérias que vivem no solo. O enxofre pode também ser encontrado no meio nas formas elementar, oxidada ou reduzida. As duas últimas aparecem como compostos orgânicos e inorgânicos. Todas as formas podem ser utilizadas, porém são os sulfatos inorgânicos (SO4 e SO3) e os aminoácidos as formas de preferência. O enxofre participa como aceptor final de elétrons nas bactérias anaeróbias. Os micronutrientes são elementos como ferro, cobre, manganês, magnésio, cálcio, zinco, potássio, sódio, cloro, cobalto, molibdênio e selênio são sempre assimilados de forma inorgânica em quantidades que variam com o gênero bacteriano. Estes elementos podem funcionar como: componentes de proteínas (ferro), osmorreguladores (sódio, cloro, potássio), cofatores de enzimas (magnésio, potássio, molibdênio) e componentes estruturais (cálcio). Além dos nutrientes, as bactérias exigem a presença de balanços adequados nas concentrações de oxigênio e gás carbônico, além de pH, pressão osmótica e água. A tomada de nutrientes é influenciada por aspectos físicos e químicos do ambiente, sendo os principais pH, temperatura, presença de oxigênio, osmolaridade e luz. A temperatura ótima de crescimento está em uma faixa em que o desenvolvimento ocorre sem atingir o máximo; temperatura mais alta que a superior leva à desnaturação de proteínas e morte celular; temperaturas mais baixas diminuem o ritmo metabólico, reduzindo ou impedindo a multiplicação celular. As exigências quanto à temperatura classificam as bactérias em: -psicrófilas: entre 12 e 17ºC; -mesófilas: entre 28 e 37ºC; -termófilas: entre 57 e 80ºC. A maioria das bactérias de interesse médico entra no grupo das mesófilas. A faixa neutra de pH é a mais adequada para a grande maioria das espécies bacterianas para a melhor absorção de nutrientes; existem, contudo, bactérias adaptadas para a sobrevivência em pH mais ácido ou alcalino: -acidófilas: possuem crescimento ótimo em pH ácido; -neutrófilas: seu crescimento ótimo se dá na faixa de pH entre 5,5 e 8,0; -alcalófilas: mostram crescimento ótimo em pH alcalino. Alguns microorganismos conseguem alterar o pH do meio para torná-lo adequado ao seu crescimento, pela produção de ácidos, diminuindo o pH do meio – bactérias fermentativas – ou amônia, a partir da degradação de aminoácidos, aumentando o pH. A atividade de água – ou aw - é a medida da quantidade de água disponível em um ambiente para a utilização pelos microorganismos; tem valor máximo de 1, que corresponde a 100% e decresce à medida que sais são diluídos e aumenta, portanto, a pressão osmótica. A maioria dos microorganismos necessita de grande atividade de água, mas alguns se adaptaram para o crescimento em ambientes com muito baixa aw. Como o meio ideal para a maioria das bactérias tem aw próxima de 1, este é hipotônico e, portanto, a água entra com facilidade no interior celular o que levaria à explosão da célula, se não houvesse a parede celular. Em meio hipertônico, o desafio da célula bacteriana é manter uma concentração de solutos suficiente dentro do citoplasma para evitar que a água saia da célula, promovendo o colapso da célula; para manter a osmolaridade intracelular adequada em meio hipertônico, as células de certas bactérias mantêm altas concentrações dos chamados solutos compatíveis, que são aqueles que, mesmo em alta concentração, não interferem no metabolismo celular; estes microorganismos são ditos osmotolerantes. Ex.: Staphylococcus aureus, que sobrevive em meios com até 30% de NaCl. CRESCIMENTO, SOBREVIDA E MORTE O crescimento bacteriano inicia-se com aumento do citoplasma, produção de ácidos nucléicos, proteínas, lipídeos, polissacarídeos, absorção de água e de eletrólitos; em resposta a esta pressão exercida pelo crescimento, a célula acaba por se dividir, resultando em multiplicação celular. O processo é por cissiparidade, que ocorre a partir de uma fenda ou septo equatorial, que ocorre em qualquer sentido nos cocos e de maneira transversa nos bacilos. Os estudos de crescimento bacteriano são realizados em meios líquidos e obedecem a uma curva padrão de crescimento, que mostra quatro fases características: -fase lag: ocorre logo após a transferência das células de um ambiente a outro e corresponde ao ajuste ou adaptação das células ao novo meio; as células estão produzindo material necessário para a divisão; portanto crescem em tamanho, mas não se duplicam; -fase log ou exponencial: as células se dividem em uma taxa constante até atingir um máximo de crescimento; nesta fase, as células são menores que no final da fase lag; a fase se encerra em razão da depleção de nutrientes essenciais,diminuição de oxigênio (nas culturas aeróbicas) ou acúmulo de produtos tóxicos; -fase estacionária: ocorre o decréscimo na taxa de divisão celular; a verdadeira população estacionária mostra equilíbrio entre as células novas e as células que morrem; nesta fase, a energia é obtida a partir da degradação de componentes de armazenamento celular, como glicogênio, amido e lipídeos e é denominada energia de manutenção; -fase de declínio ou de morte: como as condições se tornam impróprias, as células mortas passam a predominar sobre as células vivas devido à diminuição da taxa de duplicação; o meio está depletado de nutrientes e rico em toxinas, produzidas pelas próprias bactérias. http://www.google.com.br/imgres
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