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ÍNDICE NOTA DE AULA 01 1 Regionalização e Planejamento Regional no Brasil NOTA DE AULA 02 23 Relevo NOTA DE AULA 03 38 Clima NOTA DE AULA 04 54 Vegetação e Extrativismo Vegetal NOTA / AULA 05 70 Hidrografia e Litoral NOTA DE AULA 06 79 Mineração NOTA DE AULA 07 87 Agricultura e Pecuária 1 NOTA DE AULA 01 REGIONALIZAÇÃO E PLANEJAMENTO REGIONAL NO BRASIL HISTÓRICO Em 1750 o Brasil já possuía quase a extensão territorial atual. Só no começo do Século XX, entretanto, é que o Brasil definiu seus contornos e extensões atuais, 8.547.403 km2, tendo o último acordo ocorrido em 1909, com o Peru. • Tratado de Tordesilhas, em 1494 (2,8 milhões de km2). • Movimentos expansionistas expedições militares missões religiosas exploração de drogas e especiarias entradas e bandeiras expansão da pecuária, borracha, etc. • Fator importante no processo de expansão territorial foi a União Ibérica, 1580 a 1640, que praticamente aboliu Tordesilhas, permitindo a livre expansão portuguesa. Cessando o domínio espanhol as terras foram incorporadas com base no "uti-possidetis". Durante o período colonial foram conquistadas a quase totalidade das terras do Brasil de hoje. • A assinatura do Tratado de Madri. entre Portugal e Espanha efetivou a posse dessas terras. A única área não cedida foi a colônia de Sacramento, às margens do rio Prata, hoje Uruguai. • Durante o Império e a República houve a incorporação de outros territórios ao longo da nossa fronteira, cerca de 1 milhão de km2 , através de arbitramento internacional ou acordos e tratados bilaterais, como o Tratado de Petrópolis, em 1903, com a Bolívia. FRONTEIRAS (figura 1.1) Terrestres - 15.719 Km Total de 23.127 Km RELAÇÃO- 2:1 Marítimas - 7.408 Km PONTOS EXTREMOS (figura 1.1) • Norte - nascentes do rio Ailã, na serra do Caburaí, entre Roraima e a República da Guiana. • Sul - curva sul do arroio Chuí, entre RS e Uruguai • Leste - ponta do Seixas, no cabo Branco, na Paraíba • Oeste - nascentes do rio Moa, na serra do Divisor ( ou Contamana ), entre Acre e Peru LOCALIZAÇÃO (figura 1.2) O Brasil é cortado pelo Equador e pelo Trópico de Capricórnio. A maior parte do território está no hemisfério sul - 93% e na zona tropical (ou intertropical) - 92%. Está integralmente no hemisfério ocidental. O Brasil é mais extenso no sentido N-S do que no L-O [ 4.394 Km e 4.319 Km. Como essas distâncias são quase iguais considera-se o Brasil um país EQUIDISTANTE e tem a forma do território COMPACTA. Assim temos terras em três hemisférios. 2 FIGURA 1.1 FIGURA 1.2 3 FIGURA 1.3 A FIGURA 1.3 B 4 FUSOS HORÁRIOS (figuras 1.3 A e 1.3 B) O Brasil possui QUATRO fusos horários, todos a oeste de Greenwich. (mudança em out de 2014) • 1° fuso brasileiro corresponde ao 2° fuso a W do de Londres (Greenwich) - abrange as ilhas oceânicas. • O 2° fuso brasileiro corresponde ao fuso horário oficial do Brasil, hora de Brasília. Abrange: AP - GO - TO - DF – PA e todos os estados do NE, SE e S. • O 3° fuso abrange: RO - RR - MT - MS e a maior parte do AM. • O 4o fuso abrange uma pequena parte do AM e todo o AC. As horas diminuem em direção ao oeste e crescem para leste, já que o movimento da Terra é no sentido oeste para leste. Observe no mapa que na prática os fusos horários fogem aos meridianos limites, para evitar diferença de horários entre áreas próximas, que poderia trazer alguns transtornos. DIVISÃO POLÍTICA E REGIONAL O surgimento das divisões regionais oficiais do Brasil está vinculado à centralização do poder político na esfera federal e à política de industrialização e de integração econômica e territorial implantada na década de 1930 pelo governo Getúlio Vargas. AS DIVISÕES REGIONAIS DE 1941 E 1945. (figura 1.4) Em 1941, o IBGE estabeleceu a primeira divisão regional oficial do Brasil. Delimitava cinco grandes regiões (Norte, Nordeste, Leste, Sul e Centro-Oeste) tendo em vista finalidades estatísticas e didáticas. Foi substituída pela divisão regional de 1945, que, manteve a divisão anterior, mas criou um sistema hierárquico de regiões (grandes regiões. regiões, sub-regiões e zonas fisiográficas) e acrescentou os novos Territórios Federais criados em 1942 (Fernando de Noronha) e 1943 (Amapá, Rio Branco, Guaporé, Ponta Porã e Iguaçu). A DIVISÁO REGIONAL DE 1969 (figura 1.5) Na divisão regional de 1969 foram estabelecidos inicialmente dois níveis hierárquicos básicos de regiões: as microrregiões (nível hierárquico mais baixo) e as macrorregiões homogêneas (nível hierárquico mais alto). . As microrregiões homogêneas (que substituíram as zonas fisiográficas) são áreas formadas por um certo número de municípios que apresentam características naturais, sociais e econômicas semelhantes. Ex: O médio Amazonas paraense, o médio São Francisco e o Vale do Paraíba. Cada região é formada por um certo número de microrregiões. Quanto às macrorregiões, a adoção do critério da homogeneidade fez com que a divisão regional de 1969 apresentasse várias diferenças em relação à divisão regional de 1945, São elas: • Acaba a subdivisão da região Nordeste em Nordeste Ocidental e Oriental. • A região Leste desaparece. Os estados da Bahia e Sergipe, que formavam o Leste Setentrional, foram anexados à região Nordeste. • Os estados do Leste Meridional (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) junto com o estado de São Paulo, desmembrado da região Sul, vão formar uma nova região, a região Sudeste, cuja criação está vinculada ao intenso processo de industrialização e urbanização ocorrido nessa área . Essa divisão continua em vigor, apenas com as modificações da Constituição de 1988 . Pela Constituição de 1988 a República Federativa do Brasil é composta de 26 estados e o Distrito Federal, totalizando 27 unidades político - administrativas. Embora seja uma federação os estados têm pouca autonomia, caracterizando uma centralização política econômica. Os estados são divididos em municípios e estes em distritos. A cidade é a sede do município. A vila é a sede do distrito. As alterações foram: (figura 1.6) *transformação dos territórios de RR e do AP em estados; *transformação do território de Fernando de Noronha em município de Pernambuco; "criação do estado de Tocantins, pela divisão do estado de Goiás, sendo o novo estado incluído na região Norte e sua capital é PALMAS. 5 FIGURA 1.4 FIGURA 1.5 FIGURA 1.6 FIGURA 1.7 6 OUTRAS DIVISÕES As Regiões Geoeconômicas ou Complexos Regionais do Brasil (figura 1.7) A divisão do Brasil em regiões geoeconômicas é uma proposta de estudo do espaço brasileiro com base em três grandes unidades territoriais: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul individualizadas segundocritérios geográficos e econômicos. Trata-se de uma divisão regional não oficial, elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. Na divisão do Brasil em regiões geoeconômicas os limites das regiões não coincidem com os limites dos estados. Isso significa que um mesmo estado pode ter parte do seu território em uma região e parte em outra. Observe o mapa. ESPAÇO MARÍTIMO (figura 1.8) Em 1994 uma Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) reformulou o direito do mar. Esse tratado internacional fixou para o mar territorial uma largura de 12 milhas náuticas (cerca de 22,2 quilômetros), a partir da linha de base. Ao mar territorial, aplica-se a soberania do Estado costeiro, limitada apenas pelo direito de passagem inofensiva de navios de qualquer origem. Muito mais larga que o mar territorial, uma faixa de 200 milhas (370, 4 quilômetros) a partir da linha de base forma a Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Nessa faixa, há total liberdade de navegação, sobrevoo, construção de dutos e lançamento de cabos submarinos. Contudo, o Estado costeiro tem o monopólio dos direitos de exploração dos recursos biológicos e das riquezas do subsolo marinho, devendo zelar pela defesa do meio ambiente sob pena de perder esse monopólio. A convenção da ONU assegura ainda o direito soberano do Estado costeiro sobre a exploração dos recursos de toda a plataforma continental, ainda que a sua largura ultrapasse a da ZEE. Plataforma continental é o prosseguimento submarino do relevo continental. As plataformas apresentam declividade suave desde a linha de praia até o início do talude continental, que é uma rampa inclinada e conduz às profundezas da região pelágica. Nas plataformas, a profundidade do mar não ultrapassa cerca de 200 metros. Em busca da Amazônia Azul Brasil quer aumentar jurisdição no Atlântico para explorar biodiversidade e energia ( figura 1.9 ) 7 FIGURA 1.8 FIGURA 1.9 8 NORDESTE (figura 1.10) Ocupa uma área de 1.5 milhão de km2 (18% da área do país). Concentra cerca de 30% da população do país e constitui uma "região-problema", em virtude dos graves problemas sociais e econômicos que apresenta: pobreza, fome, subnutrição, elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixos salários, elevada concentração da renda e das terras. secas, etc. Marcado por acentuados contrastes naturais (litoral úmido, interior seco, etc.), o Nordeste apresenta quatro porções ou sub- regiões distintas: Meio-Norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata. 1. A ZONA DA MATA é a faixa úmida litorânea, em relevo de planícies e tabuleiros. que corresponde aos "nordestes" do açúcar e do cacau. É a mais importante sub-região do espaço geoeconômico nordestino. Concentra a maior parte da população. os principais centros urbanos e industriais (Salvador. Recife) e, também, concentra grande parte dos problemas que afetam o Nordeste. Nessa área predominam as grandes propriedades rurais produtoras de cana de açúcar. a. Histórico: Na época colonial formou-se um "Nordeste açucareiro", na faixa litorânea desde o Rio Grande do Norte até a Bahia. b. Situação dos "nordestes açucareiro e cacaueiro" No final do século XVIII, o "nordeste açucareiro" enfrentava a concorrência com a produção da região do Caribe. No século XIX a expansão do café no Vale do Paraíba e depois no oeste paulista acentuou a decadência da produção do açúcar. Durante o Império a velha "região do açúcar" tornou- se fornecedora de escravos para a "região do café". Apesar de uma revitalização no final do século XIX com a introdução das usinas, os grandes usineiros pernambucanos enfrentavam a crescente concorrência da produção em São Paulo e Rio de Janeiro. O lançamento do Proálcool, em 1975, estimulou o crescimento da agroindústria sucro-alcooleira. A crise do Proálcool na segunda metade da década de 1980 levou à nova decadência dos produtores da Zona da Mata nordestina. O "nordeste cacaueiro" também entrou em crise, com a concorrência dos produtos africanos do Golfo da Guiné, em especial a Costa do Marfim. Para piorar, nas décadas de 1980 e 1990, uma praga conhecida como vassoura-de-bruxa dizimou várias plantações e desvalorizou as terras. O monopólio do cacau foi desfeito pela diversificação de culturas (frutas tropicais e café), mas o sul da Bahia ainda é o maior produtor de cacau. 2. O AGRESTE é uma área de transição entre a fachada litorânea (Zona da Mata) e o Sertão, compreende uma estreita faixa de terras que se estende desde o Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Corresponde, em parte, ao espaço ocupado pelo Planalto da Borborema. A parte do Agreste que está em contato com a Zona da Mata apresenta solos férteis e boas condições de umidade. Já a porção que está em contato com o Sertão apresenta solos de baixas fertilidades e pouca umidade. As densidades demográficas no Agreste são muito superiores às encontradas no Sertão, porém inferiores às densidades demográficas da Zona da Mata. Área com predomínio de médias e pequenas propriedades, o Agreste tem como principais atividades econômicas a poli cultura comercial e a pecuária leiteira ambas voltadas, principalmente, para o abastecimento da Zona da Mata. No Agreste são encontrados expressivos centros urbanos, resultado da expansão canavieira da Zona da Mata, dentre os quais se destacam Campina Grande ("capital do Agreste"), na Paraíba, Caruaru, em Pernambuco e Feira de Santana na Bahia. 9 FIGURA 1.10 FIGURA 1.11 10 3. O SERTÃO abrange todo o domínio da caatinga, do clima semi-árido, incluindo o norte de Minas Gerais, dos rios temporários e das secas periódicas. É a mais extensa das sub-regiões. A área afetada por secas periódicas constitui o chamado Polígono das Secas (figura 1.11). O único rio perene que atravessa o Sertão é o rio São Francisco. Historicamente, a economia da sub-região sertaneja individualizou-se na segunda metade do século XIX, organizando-se com base no latifúndio algodoeiro-pecuarista e no poder político dos "coronéis", os grandes proprietários de terra. Nessa época, configurou-se o "Nordeste algodoeiro-pecuarista". A expansão acelerada da indústria têxtil europeia, principalmente inglesa, multiplicava a demanda pelo algodão, enquanto a Guerra de Secessão (1861-1865) provocava o colapso das exportações do sul dos Estados Unidos. Nessas condições, ocorreu uma explosão de produção algodoeira no semiárido nordestino. O Sertão é área de baixas densidades demográficas e de economia baseada na pecuária extensiva de corte e na agricultura tradicional, praticada nos vales mais úmidos e nas encostas e pés de serras. Milho, arroz, feijão, mandioca, algodão e cana-de-açúcar são as principais culturas agrícolas do Sertão. A agricultura irrigada, voltada para a produção de frutas (uvas, melões, etc.), vem obtendo expressivo crescimento ultimamente. A "indústria da seca" •• Existe registro documental do fenômeno natural das secas, desde o início do século XVIII. Em 1945, foi criado o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A "política hidráulica" originou a chamada "indústria da seca". As obras financiadas por recursos federais - açudes e barragens para retenção de águas pluviais, poços e estradas de rodagem - funcionaram como meios de valorização das grandes propriedades, onde em geral foramconstruídas. O controle do Dnocs, com sede em Fortaleza, ficou com políticos cearenses por décadas. As reivindicações das elites sertanejas baianas levaram à criação, em 1948, de órgãos que originaram em 1974 a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Ela promoveu grandes obras de irrigação, especialmente no semiárido baiano. 4. O MEIO-NORTE é formado pelos estados do Maranhão e do Piauí, trata-se de uma área de transição entre a Amazônia e o Nordeste. No quadro natural do Meio-Norte destaca-se o clima tropical úmido, a Mata dos Cocais (babaçu). Apresenta população pouco numerosa e economia baseada no extrativismo vegetal (babaçu) e na agricultura tradicional (algodão, arroz, etc.). O Piauí, ocupado inicialmente pela expansão da pecuária no semiárido, manteve ligações tênues com o centro econômico açucareiro. O Maranhão, bastante separado da dinâmica econômica nordestina, funcionou como trampolim para a colonização do vale amazônico e atualmente está muito mais integrado à Região Norte que ao Nordeste. AGROINDÚSTRIA EMPRESARIAL ( figura 1.12 ) Na Zona da Mata, as plantações canavieiras permanecem quase intocadas, apesar da oligarquia do açúcar ter perdido a condição hegemônica que desfrutava. As velhas estruturas econômicas e sociais permanecem. Uma das poucas exceções é o Polo de cítricos do sul de Sergipe. A modernização da agropecuária manifesta-se seletivamente, no interior do nordeste, nas bacias leiteiras do Agreste, nos polos de fruticultura irrigada do semiárido ou nas áreas de culturas de grãos do cerrado, especialmente na Bahia. O Agreste estruturou-se sobre pequena produção camponesa de alimentos. Mas, nas últimas décadas, o avanço da pecuária comercial, de corte e de leite, provocou mudanças na economia rural da sub-região com a retração da agricultura familiar tradicional e gerando concentração fundiária especialmente na Paraíba e em Pernambuco. A bacia leiteira de Alagoas é o principal exemplo da modernização da economia rural do Agreste. A produção alagoana abastece principalmente os mercados das grandes cidades nordestinas. As consequências são o aumento do êxodo rural e a redução da produção de alimentos para os mercados locais. 11 FIGURA 1.12 No Sertão a concentração fundiária continua a ser o traço marcante. Mas, no semiárido, as paisagens tradicionais sofreram profundas mudanças. O antigo complexo do algodão, pecuária e pequena agricultura de alimentos foi dissolvido pela crise da cultura algodoeira. O avanço descontrolado da praga do bicudo praticamente eliminou as plantações de algodão. No interior do domínio da caatinga, obras rodoviárias e de irrigação estimularam o surgimento, em áreas descontínuas, de polos de produção de frutas tropicais destinadas à exportação e ao mercado do Centro-Sul. O polo de Petrolina e Juazeiro, no médio Vale do Rio São Francisco, é o maior complexo agroindustrial do semiárido. No final da década de 1970, o reservatório de Sobradinho proporcionou o desenvolvimento de extensos projetos de irrigação. Nas bordas do semiárido, já no domínio do cerrado, as culturas mecanizadas de soja, milho, arroz e feijão invadiram o oeste baiano, especialmente a região de Barreiras, e o sul do Maranhão e do Piauí. O impulso da modernização, associado aos fluxos migratórios de agricultores do sul do país, resultou no desenvolvimento de atividades como a avicultura, a criação de suínos e a instalação de fábricas de processamentos de soja e frigoríficos. 12 TRANSPOSIÇÁO DAS ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO O projeto guarda estranha semelhança com a "política hidráulica" do passado, Mas a semelhança é apenas superficial. As grandes obras de engenharia dos áureos tempos do Dnocs destinavam-se a beneficiar a oligarquia sertaneja do algodão e da pecuária. As águas oriundas da transposição têm outro endereço: os empreendimentos agroindustriais irrigados. Os "coronéis" sertanejos saem de cena, substituídos pelos complexos globalizados do agronegócio. PLANEJAMENTO REGIONAL NO BRASIL A SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), criada em 1960 no governo Juscelino Kubitschek, foi o primeiro organismo brasileiro do planejamento macrorregional. Sua área de atuação abrangia toda a Região Nordeste do IBGE e o extremo norte do Estado de Minas Gerais, área essa incluída no Polígono das Secas. Em 1998 foram incluídos na área da SUDENE toda a porção mineira do Vale do Jequitinhonha e o norte do Espírito Santo (figura 1.14). Em 2001 a SUDENE foi extinta (governo Fernando Henrique) dando origem à Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE). O objetivo era reforçar o controle federal sobre o novo órgão, dentro de uma política de conectar o Nordeste aos fluxos de investimentos globalizados e ao mercado mundial. No entanto, um ano depois, com a eleição de Lula, anunciou-se a recriação da SUDENE. Na década de 60, foram criadas outras três superintendências: em 1966 a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM); em 1967, a Superintendência do Desenvolvimento da região Sul (SUDESUL); e, em 1968, a Superintendência do Desenvolvimento da região Centro-Oeste (SUDECO). A área de atuação da SUDAM é a chamada Amazônia Legal, que compreende toda a região Norte do IBGE e mais o estado do Mato Grosso e a Porção Oeste do Maranhão. Mais detalhes no tópico sobre Amazônia. A SUDESUL e a SUDECO foram extintas em 1990, sendo a SUDECO recriada em 2009. A SUDENE Apesar de a ação da SUDENE ter abrangido todos os setores da atividade econômica, foi o setor secundário ou industrial, base para o desenvolvimento do Nordeste, o que recebeu a maior parte dos investimentos aplicados na região através da SUDENE. Veremos na Nota de Aula sobre Indústria todo o processo de industrialização no Nordeste AMAZÔNIA — A SUDAM A Amazônia Brasileira foi definida, em 1953, pela lei que criou a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA). Ela abrangia a totalidade do Pará, Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima, mais parte do Maranhão, Goiás (área que hoje corresponde ao Tocantins) e Mato Grosso. Essa região correspondia, grosso modo, à porção brasileira da Amazônia Internacional. A Amazônia Brasileira não era uma região natural, mas uma região de planejamento. Em 1966, a SPVEA foi extinta e, no seu lugar, foi criada a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM, sendo redefinida a Amazônia Brasileira que passava a se chamar Amazônia Legal. Em 1977 houve o desmembramento do Mato Grosso do Sul e com isso foram ampliados os limites da Amazônia Legal que passou a abranger todo o novo estado de Mato Grosso, ficando com uma superfície de 5,2 milhões de km2, cerca de 61% do território brasileiro. OBS: A Amazônia Internacional tem cerca de 6,5 milhões de km2 em terras de nove países: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Com exceção desse último, os demais países firmaram em 1978 o Tratado de Cooperação Amazônica, ou Pacto Amazônico, que tem atuação muito limitada. A SUDAM foi extinta em março de 2001, dando origem à ADA. Foi recriada pelo presidente Lula em 04 de janeiro de 2007, sancionando lei aprovada no Congresso em novembro de 2006. 13 FIGURA 1.13 FIGURA 1.14 14 Os projetos minerais e industriais concentraram-se em Belém e seus arredores e na Zona Franca de Manaus. Os projetos florestais e agropecuários.mais numerosos, concentraram-se no Mato Grosso e sobre o eixo da Belém-Brasília Em meados da década de 1970, a SUDAM abandonou os projetos de colonização dirigida e passou a aprovar somente megaprojetos. Nos planos governamentais, o grande capital substituía os pequenos proprietários na condição de motor da economia regional. Sob uma política de incentivos, multiplicaram-se os latifúndios e surgiram os primeiros grandes projetos de exploração da riqueza mineral amazônica. Até 1985, mais de 900 projetos foram aprovados pela SUDAM (a maioria agropecuários). A legislação vigente nesse período determinava que a devolução dos recursos públicos recebidos por projetos cancelados não envolveria juros ou correção monetária. Desse modo, em um ambiente econômico inflacionário, abandonar projetos incentivados pelo governo tomou-se um negócio altamente lucrativo. As políticas que orientaram a "conquista" geraram um conflito entre dois tipos de ocupação do espaço geográfico. O povoamento tradicional, com base no extrativismo, consistia numa ocupação linear e ribeirinha, assentada na circulação fluvial e na rede natural de rios e igarapés. O novo povoamento consistia numa ocupação areolar, polarizada pelos núcleos urbanos em formação e pelos projetos florestais, agropecuários e minerais. Esse conflito expressou-se, de um lado, como tensão social envolvendo índios, posseiros e grileiros. Desde a década de 1970, as disputas pela terra configuraram um "arco de violência" nas franjas orientais e meridionais da Amazônia. De outro lado, o conflito expressou-se pela modificação antrópica das paisagens e pela degradação progressiva dos ecossistemas naturais. Aparece, assim, um "arco da devastação", bem coincidente com o "arco de violência" e um “arco de povoamento adensado” que assinala os vetores da ocupação recente da Amazônia. AMAZÔNIA ORIENTAL (figura 1.15) Constituída por Amapá, Pará, que mais sofreu modificação antrópica Tocantins, Mato Grosso e pelo oeste do Maranhão. Eixos de transportes: rodovia Belém-Brasília e Ferrovia de Carajás. As jazidas de ferro da Serra de Carajás foram descobertas em 1967 e revelou-se a maior reserva de minério de ferro do mundo. Em 1980 foi lançado o Programa Grande Carajás (figura 1.16), com a seguinte infraestrutura: Estrada de Ferro Carajás (890 Km). Porto de Itaqui, em São Luís. Hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins. PROJETOS principais do Programa Grande Carajás: 1) PROJETO FERRO CARAJÁS- Extração de minério para exportação. Ao longo da ferrovia há previsão de instalação de siderúrgicas primárias, com a opção energética do carvão vegetal, o que pode acarretar em mais desmatamento. 2) PROJETO DOS POLOS DE ALUMÍNIO- A matéria-prima é a bauxita cujas reservas estão na serra de Oriximíná, no vale do Rio Trombetas, no noroeste do Pará (fora da área do Programa). Temos 3 polos: em Barcarena (próxima a Belém), a Alumínio do Norte do Brasil S. A. (ALUNORTE) e a Alumínio Brasileiro S. A. (ALBRAS). Em São Luís, a Alumínio do Maranhão S. A. (ALUMAR). Essas três indústrias são as principais consumidoras da energia elétrica de Tucuruí. (Veja mapa na Nota de Aula sobre Mineração) OUTROS PROJETOS NA AMAZÔNIA ORIENTAL PROJETO JARI- implantado pelo americano Daniel Ludwig, em 1967, com atividades florestais, agrícolas, minerais e industriais. Foi vendido no inicio da década de 1980 para um consórcio de diversos grupos empresariais nacionais, que produzem celulose, cultivam arroz e criam búfalos. SERRA DO NAVIO- havia exploração de manganês pelo consórcio ICOMI, com escoamento pela E. F. Amapá e porto de Santana. A maior parte das reservas foi extraída até a década de 1990 e o alto custo para exploração do minério restante levou a dissolução do consórcio. Atualmente a ICOMI extrai minério de cromo na Mina do Vila Nova, em Mazagão, próximo ao Porto de Santana. 15 FIGURA 1.15 FIGURA 1.16 16 AMAZÔNIA OCIDENTAL (figura 1.17) Compreende o Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima. É a área mais preservada. Manaus é o principal centro comercial e industrial e liga-se a Porto Velho pela BR-319 que necessita pavimentação. A hidrovia do rio Madeira (trecho Itacoatiara - Porto Velho) integrada à BR-364 e à futura ferrovia Ferronorte será um importante eixo de escoamento, particularmente da soja. A Zona Franca de Manaus foi criada em 1967, vindo a constituir o maior enclave industrial da Amazônia, sendo controlada pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Nesse mesmo ano foi criado o Banco da Amazônia S A. (Basa). Mais detalhes no Volume que trata da Geografia Econômica. A FRONTEIRA NORTE A preocupação com a extensa faixa de fronteiras políticas amazônicas marcou a política sul-americana do Brasil. Na década de 1970, diante das ameaças potenciais representadas por grupos guerrilheiros que atuavam na Colômbia e no Peru e pelo narcotráfico, o Brasil tomou a iniciativa de articular o Pacto Amazônico. Na década seguinte, o narcotráfico fortaleceu-se na Colômbia. Ao mesmo tempo, reativaram-se tensões derivadas de antigas disputas de fronteiras entre a Venezuela e a Guiana e entre a Guiana e o Suriname. A resposta brasileira consistiu no lançamento, em 1985, do Programa Calha Norte (PCN) (figura 1.18) . Concebido com a finalidade de proteger as fronteiras setentrionais, o programa previa um conjunto de ações nos setores de infraestrutura viária, energética e de comunicações, educação e saúde, apoio às comunidades e aos grupos indígenas, aparelhamento dos órgãos policiais e judiciários e fiscalização de movimentos transfronteiriços. A faixa de cerca de 150 quilômetros adjacentes às fronteiras, desde Oiapoque (AP) até Tabatinga (AM) foi definida como prioridade do PCN. A instalação de uma rede integrada de postos e bases do Exército e da Aeronáutica nessa faixa, rica em recursos minerais e atravessada por reservas indígenas, figurava como objetivo central do programa. Em 2004, a área de atuação do PCN foi ampliada passando a abranger 151 municípios dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Toda a margem esquerda do rio Amazonas e, ainda, todas as terras na margem esquerda do rio Juruá, perfazendo 1/4 do território nacional e 30% da população indígena do país, passaram a integrar a Calha Norte. O SIVAM (figura 1.19) o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM) é outra iniciativa estratégica para o controle do espaço amazônico. Concebido no início da década de 1990, o Sivam subordina-se à Casa Civil da Presidência da República, mas envolve diversos ministérios. Os objetivos principais são o controle do tráfego aéreo, a fiscalização de fronteiras, o monitoramento de queimadas, desflorestamento e garimpos ilegais e o mapeamento de recursos naturais. O sistema baseia-se em uma rede integrada de sensoriamento remoto e telecomunicações que abrange a maior parte da Amazônia Legal. A coleta e processamento de dados e imagens obtidos por satélites, radares e sensores assenta-se sobre três centros regionais de vigilância - em Belém, Manaus e Porto Velho - subordinados ao Centro de Coordenação Geral, em Brasília. As fontes primárias de dados são as unidades de vigilância, com radares fixos de solo. O Centro de Vigilância Aéreo, em Manaus, foi inaugurado em 2002. Cumpre salientar que antes do SIVAM tivemos o PROJETO RADAMBRASIL que operou entre 1970 e 1985, inicialmente com o nome de RADAM com atuação apenas na Amazônia. A partir de 1975, devido ao sucesso do projeto ele teve seu nome alteradopara RADAMBRASIL e passou a operar no levantamento de recursos naturais em todo o país até 1985. 17 FIGURA 1.17 FIGURA 1.18 FIGURA 1.19 18 SUDESTE Foi colonizada desde o século XVI. No século XVIII ganhou mais importância com a exploração do ouro nas Minas Gerais. Com a capital da colônia saindo de Salvador e vindo para o Rio de Janeiro vai se consolidando como principal polo econômico e político do país. O cultivo do café, no século XIX e início do século XX, foi a principal atividade econômica do país nesse período. Chegou a representar 70% do valor das exportações do Brasil. Atualmente é a região mais industrializada, urbanizada e populosa do país. Também apresenta agropecuária altamente mecanizada com cultivos voltados para exportação, destacando-se a agroindústria canavieira para produção do açúcar e do etanol, a soja, o café, o milho. Apesar da riqueza a região também apresenta graves desigualdades devido a péssima distribuição de renda e baixos índices sociais como nas outras regiões do país. SUL A região foi ocupada desde o século XVI, destacando-se a criação extensiva de gado. NO século XIX recebeu grande número de imigrantes, especialmente alemães e italianos, dando início ao crescimento populacional e econômico da região. Essa ocupação caracterizou-se por um sistema de pequenas propriedades. É a segunda região mais industrializada do país e apresenta os melhores indicadores sociais do Brasil em saúde e educação. CENTRO-OESTE A chamada Marcha para o Centro-Oeste, iniciada na década de 1940, foi o início da ocupação de uma área ainda pouco populosa. A atividade principal era a pecuária e o gado era transportado por ferrovias expandidas a partir de S. Paulo. Na década de 1950 iniciou-se a construção de Brasília que atraiu milhares de migrantes, principalmente nordestinos que trabalharam na construção da nova capital do país. Esses trabalhadores ficaram conhecidos como candangos. Rodovias radiais ligaram a capital a outras regiões do país. Migrantes sulinos, especialmente paranaenses e gaúchos, expandiram a cultura da soja (principalmente) e outros grãos. A grande concentração populacional pela forte atração exercida por Brasília e a ocupação rural com a pecuária e a soja, cultura altamente mecanizada, que demandam pouca mão-de-obra, tomaram a região Centro Oeste a segunda mais urbanizada do país. A indústria é pouco desenvolvida, mas desde as últimas décadas do século XX vem ocorrendo uma forte expansão de agroindústrias, principalmente da soja destinada à exportação. É a região que tem apresentado os maiores índices de desmatamento, é a floresta dando lugar às pastagens. AS DESIGUALDADES REGIONAIS A desigualdade no desenvolvimento do país tem como uma causa importante a sua grande extensão territorial. A polarização em tomo da região Sudeste começou a se formar a partir da consolidação da economia cafeeira entre os séculos XIX e XX, que forneceu as bases para o desenvolvimento industrial. A integração do país é feita a partir da expansão da região Sudeste, área hegemônica que comanda a articulação dos meios de transporte e comunicações, ampliando a circulação de capitais, mercadorias e pessoas. A região Sudeste serve de parâmetro para avaliar o desempenho econômico do país. Nas últimas décadas observa-se, ainda que lentamente, uma desconcentração industrial para outras regiões brasileiras. Veremos mais detalhes no estudo de Industrialização no Brasil. As desigualdades são avaliadas por dados coletados pelo IBGE como taxa de natalidade, taxa de mortalidade, nível de instrução, condições de saneamento básico, atendimento médico-hospitalar, mortalidade infantil, expectativa de vida, nível de renda. Muitos indicadores têm melhorado, mas ainda são ruins, particularmente na região Nordeste. A ONU adotou o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH - para avaliar a qualidade de vida da população. No Brasil esse índice varia bastante de acordo com as regiões e os estados, como veremos ao final do estudo da população brasileira. 19 EXERCÍCIOS 1 - Quando em Porto Alegre (510 de longitude W) são 14 horas, em Londres o relógio marca: (A) 11 horas (B) 15 horas (C) 17 horas (D) 16 horas (E) 23 horas 2 – São 13 horas em São Paulo, situada no fuso horário 450 W. Que horas são em Manaus? (A) 13 horas (B) 11 horas (C) 15 horas (D) 14 horas (E) 12 horas. 3 - Quando em Brasília são 15 horas que horas são em: (A) Recife_____ (B) Rio Branco_____ (C) Boa Vista_____ (D) Vila dos Remédios_____ 4 - Em Cruzeiro do Sul, Acre, são 20 horas. Que horas são no Rio de Janeiro? (A) 20 horas (B) 21 horas (C) 19 horas (D) 18 horas (E) 22 horas 5 - O território brasileiro possui terras nos hemisférios: (A) setentrional, ocidental e oriental. (B) meridional, ocidental e oriental. (C) ocidental, meridional e setentrional. (D) oriental, meridional e setentrional. 6 - A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), criada com a finalidade de implementar oficialmente o desenvolvimento da região Nordeste, concentrou seus recursos e sua atuação sobretudo no setor da(o): (A) agricultura (B) industrialização (C) extrativismo (D) petróleo (E) urbanização 7 - (EsAEx - 1997 / 1998) A região Nordeste do Brasil se distingue do restante do país por uma série de características. Entre elas é incorreta: (A) Urna homogeneidade geográfica tão aparente que é muito difícil distinguir subunidades regionais; (B) A identificação bem marcada de duas áreas regionais, o Nordeste açucareiro, que contrasta inteiramente com o Sertão boiadeiro; (C) A possibilidade de divisão da região em quatro subunidades: o Meio-Norte, o Sertão, o Agreste e o Litoral; (D) O litoral é a área de clima úmido e desde a colonização foi ocupado pela lavoura canavieira; (E) O Sertão é a área de clima semiúmido e coincide com o chamado Polígono das Secas, onde a atividade econômica é, predominantemente, a pecuária extensiva. 8 - A partir de 1967, com a criação da Zona Franca de Manaus, a Amazônia Ocidental sofreu grande desenvolvimento industrial (no setor de montagem), comercial e turístico. O órgão responsável pela administração da Zona Franca de Manaus é: (A) Sudam (B) Radam (C) Basa (D) Suframa (E) Polamazônia 9 - (EsAEx - 2003 / 2004) O fundamento atual da divisão regional do IBGE, estabelecido em 1988, é o conceito de ____1____, definidos (as) segundo uma combinação de características econômicas,____2____ e_____3_____ . A alternativa que corresponde corretamente às lacunas 1, 2 e 3, respectivamente é: (A) complexos regionais, políticas e demográficas. (B) mesorregiões geográficas, naturais e demográficas. (C) microrregiões, naturais e políticas (D) complexos regionais, demográficas e naturais (E) macrorregiões, demográficas e naturais. TEXTO IV "Por território entende-se geralmente a extensão apropriada e usada. [ . .} Num sentido mais restrito o território é um 'nome político' para o espaço de um país. Em outras palavras, a existência de um país supõe um território." (SANTOS, 2001, p. 19) 10 - (EsAEx - 2004/2005) A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre o território brasileiro,é correto afirmar que: (A) a ideia de extensão apropriada e usada atesta que o território brasileiro é sinônimo de Estado e possui sua atual configuração desde o período colonial, forjada na era pombalina. (B) a transformação do Brasil em Estado Federal, com a constituição republicana do final do século XIX. deu às unidades da federação a autonomia política, cuja expressão de maior polêmica hoje é a política fiscal, pois promove a "guerra dos lugares". 20 (C) os territórios brasileiros, como Acre e Amapá, criados depois da II Guerra Mundial, representavam áreas de segurança externa do país, pois situavam-se na faixa de fronteira do Brasil, daí a falta de autonomia política destes até a Constituição de 1988. (D) o Distrito Estadual de Pernambuco representa, atualmente, o Território Federal de Fernando de Noronha, em razão da sua localização em rota estratégica no Atlântico Sul, extinguindo-se todas as suas representações políticas. (E) a extensão de costas atlânticas no Brasil é inferior a 200 mima (milhas marítimas), pois o atual tratado internacional limita a soberania do país costeiro a uma ZEE (Zona Econômica Exclusiva) correspondente a 12 mima, em cuja faixa terá total soberania sobre os recursos. 11 - (EsAEx - 2004 / 2005) Considere as afirmativas abaixo sobre as questões de limites e fronteiras brasileiras e, em seguida, marque a alternativa correta: I - O território brasileiro, desde sua gênese decorrente do Tratado de Tordesilhas no remoto ano de 1494, quando possula uma área em tomo de 2.800.000 km2, sofreu sucessivos acréscimos. Estes foram fruto de arbitramento e tratados até atingir a sua dimensão espacial de hoje, com 8.547.403,5 km2 de área. II - O Tratado de Madri, acordo firmado entre Portugal e Espanha que concluiu a Questão Cisplatina, definiu, delimitou e demarcou os limites físicos do que constitui o atual território brasileiro. III- O Brasil possui o quinto território mais extenso do mundo e, em função da sua dimensão longitudinal, é atravessado por quatro fusos horários, adotando como hora oficial a de Brasília, IV - Na região amazônica, o Projeto Calha Norte, instalado nas áreas situadas ao norte das calhas dos rios Solimões e do Amazonas, ao longo das fronteiras com a Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, é constituído fundamentalmente por bases militares, que têm como principal orientação a garantia da presença estratégica e a movimentação tática das forças armadas no controle sócio-econômico-militar da região. Assinale a alternativa correta (A) I (B) I, II e III (C) II e III (D) II e IV (E) I e IV 12 - (EsAEx - 2001 /2002) Sobre os processos de integração e planejamento regional na Amazônia, analise as afirmativas abaixo: I - O SIVAM - Sistema de Vigilância da Amazônia consiste numa rede integrada de telecomunicações, baseada no sensoriamento remoto. A instalação desse sistema enfatiza o caráter de fronteira do espaço amazônico. II - O projeto Calha Norte consiste numa rede integrada de bases da Marinha e da Aeronáutica ao norte das calhas dos rios Solimões e Amazonas, ao longo das linhas de fronteiras com a Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A precariedade da demarcação dessas fronteiras é a principal justificativa deste projeto. Ill - A SUDAM definiu uma região de planejamento: o domínio amazônico, formado pelos estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Tocantins e Roraima. Através da SUDAM o Governo transformou a região em um vasto campo de investimentos privados. IV - O objetivo principal do projeto Radambrasil foi o de estabelecer as áreas de reservas ambientais para fins de ocupação e exploração da Região Amazônica. Com base na análise, assinale a alternativa correta. (A) I (B) II e IV (C) III e IV (D) I, II e III (E) Todas 13 - (EsAEx - 2001 /2002) Sobre a divisão territorial, o planejamento espacial e a regionalização brasileira, analise as afirmativas abaixo: I - A primeira divisão regional do Brasil instituiu um sistema hierárquico onde estabeleceram-se os complexos regionais, as macrorregiões, as regiões, as sub-regiões e as zonas fisiográficas. II - A economia de arquipélago que caracterizou a economia brasileira, só foi desmontada a partir da criação das divisões regionais, as micro e macrorregiões homogêneas, o que facilitou a integração do território nacional. III - A divisão regional de 1945 foi elaborada com base no conceito de região natural e foi justificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE como sendo a mais prática, possibilitando comparações com dados de diferentes épocas. IV - A atual tendência, ainda não oficial, de regionalização do espaço brasileiro é a que considera os grandes complexos regionais. Com base na análise, assinale a alternativa correta. (A) I (B) II e IV (C) III e IV (D) I, II e III (E) Todas 21 14-(EsAEx-2002/2003) Quanto à regionalização brasileira, analise as afirmativas abaixo. I - Os limites políticos administrativos da federação subordinam-se à divisão regional oficial. II - A dinâmica territorial gerada pelo processo de integração nacional não está representada nos complexos regionais. III - Segundo os critérios da divisão em complexos regionais, o Nordeste foi classificado como região economicamente deprimida. IV - A divisão oficial do território em macrorregiões adapta-se às necessidades de planejamento regional. Com base na análise, assinale a alternativa correta. (A) I (B) II e IV (C) III e IV (D) I, II e III (E) Todas Leia o texto VII para solucionar o item 15. Texto VII Projeto situado na Amazônia oriental, interligando esta área ao meio-norte e que exerce profunda influência na vida econômica do Maranhão. Caracterizado pela ocupação e aproveitamento do espaço amazônico com base no grande capital. 15 - (EsAEx - 2001/2002 e 2004/2005) O texto acima refere-se ao Projeto: (A) Sivam. (B) Calha Norte. (C) Grande Carajás, (O) Trombetas. (E) Radambrasil. 16 - (EsAEx - 2003/2004 e 2004/2005) No nordeste, dois portos modernos foram empreendimentos prioritários dos governos estaduais da década de 1990, são eles: (A) Itaguaí, no Maranhão e Suape, no Ceará (B) Pecém, Pernambuco e Ubarana, no Ceará (C) Areia Branca, Ceará, e Aratu, na Bahia (D) Suape, Pernambuco e Pecém, no Ceará (E) Pecém, Pernambuco e Suape, no Ceará 17 - (EsAEx - 2000 / 2001 ) Observando o mapa abaixo, pode-se inferir que a área destacada com listas verticais corresponde a: (A) Região Nordeste (B) área de atuação da SUDENE (C) área do polígono das secas (D) área do domínio da Caatinga (E) região do semiárido GABARITO 1-C 2-E 3- Recife 15h; Rio Branco - 13h; Boa Vista – 14h; Vila dos Remédios - 16h 4-B 5-C 6-B 7-A 8-D 9-E 10-B 11-E 12-A 13-C 14-C 15-C 16-D 17-B 22 NOTA DE AULA 02 RELEVO ESTRUTURA GEOLÓGICA A Terra tem aproximadamente 5 bilhões de anos que, para efeito de estudo, são divididos em eras e períodos, numa escala geológica. Cada uma das eras é caracterizada por uma série de ocorrências, por vezes de grande magnitude. ERA TEMPO CARACTERÍSTICAS NO BRASIL Pré-Cambriana (Azóica, Arqueozóica e Proterozóica) 2 a 5 bilhões de anos Formação dos escudos cristalinos e das principais jazidas de minerais metálicos. Formação das serras do Mar e da Mantiqueira. Paleozóica 250 a 600 milhões de anos Soterramento de florestas e formação do carvão mineral. Processo de sedimentação e formação de bacias sedimentares mais antigas. Mesozóica 70 a 250 milhões de anos Formação do petróleo. Formaçãode bacias sedimentares. Intensa atividade vulcânica no sul do país (derrames de lavas) formando os terrenos basálticos ou vulcânicos e posteriormente o solo de terra roxa. Terciário Cenozoica Quaternário 1 a 70 milhões de anos 1 milhão de anos Formação de bacias sedimentares. Sedimentação costeira . Atividade vulcânica ( ilhas oceânicas ). Sedimentação quaternária no litoral, ilha de Marajó e Pantanal Mato-grossense. Aparecimento do homem. AS BASES GEOLÓGICAS DO TERRITÓRIO BRASILEIRO O Brasil possui em seu território as três macro-estruturas do relevo terrestre: • os crátons ou plataformas • as bacias sedimentares • as cadeias orogênicas (no caso, as antigas) Em relação às cadeias orogênicas, é importante ressaltar que nosso território não possui as de formação recente, isto é, as do fim do Mesozóico e Cenozóico (Terciário), denominadas também dobramentos modernos, mas sim as antigas (do Pré-Cambriano), como as das serras do Mar e da Mantiqueira, da Serra do Espinhaço e das serras do Planalto das Guianas. a. Os crátons ou plataformas O território brasileiro está totalmente alojado na Placa Sul-Americana, (veja a figura 2.1), sendo parte integrante da Plataforma Sul-Americana. A plataforma Sul-Americana contém dois grandes embasamentos ou escudos cristalinos. que correspondem ao Escudo das Guianas e ao Escudo Brasileiro (fig.2.2), formados predominantemente por rochas metamórficas muito antigas (Azóico e Arqueozóico), por rochas magmáticas intrusivas antigas (Arqueozóico e Proterozóico) e ainda por rochas sedimentares antigas (Proterozóico). Essas rochas são verdadeiros resíduos que, no passado geológico, deviam recobrir maiores porções das plataformas ou crátons. 23 Esses escudos cristalinos (das Guianas e Brasileiro) são circundados por bacias sedimentares FANEROZÓICAS. Em vista de o território brasileiro ocupar a porção centro-oriental da Plataforma Sul-Americana, localiza-se distante das zonas de contato entre as placas tectônicas Sul-Americana, de Nazca e Caribe ou das Antilhas (veja a figura 2.1), por isso a relativa estabilidade geológica do território brasileiro. O Brasil não possui. portanto, tectonismo OROGÊNICO recente (movimentos horizontais consequente de choque de placas), muito embora apresente o do tipo EPIROGÊNICO, ou seja, de movimentos verticais ou de soerguimento que vêm ocorrendo ao longo do Cenozóico, isto é, nos últimos 70 milhões de anos. Esses movimentos epirogenéticos explicam, por exemplo, a existência no Brasil de planaltos formados em bacias sedimentares, hoje situados em altitudes mais elevadas do que antes do Cenozóico. Explicam, também, a formação de depressões, pois, ao mesmo tempo que ocorria e ocorre a epirogênese, os agentes da dinâmica externa do relevo (intemperismo fisico ou químico, a ação da água e dos ventos) provocaram e provocam o desgaste de rochas menos resistentes criando, assim, as depressões que circundam os planaltos de nosso território. Durante algum tempo pensou-se que as formações arqueozóicas não abrigassem depósitos minerais expressivos. Entretanto novas descobertas minerais e seu estudo têm colocado em dúvida essa questão. Tudo indica que as grandes jazidas minerais da Serra dos Carajás, no Pará, ou ouro de áreas próximas aos Rios Madeira e Tapajós e a outros da Amazônia, como também o minério de manganês da Serra do Navio, no Amapá, estão relacionadas aos territórios arqueozoicos. b. As bacias sedimentares: características gerais (figura 2.3) Essas formações geológicas ocupam a maior área do território brasileiro, estimando-se que ocupem 5,5 milhões de Km2 ,ou seja, cerca de 64%. No Brasil, existem bacias sedimentares de grande e de pequena extensão. • . De grande extensão: a Amazônica, do Parnaíba (chamada também de Meio-Norte), a do Paraná e a Central. De menor extensão: do Pantanal Mato-grossense, de São Francisco ou Sanfranciscana (esta muito antiga), Do Recôncavo Tucano (produtora de petróleo) e a Litorânea. As bacias sedimentares do Brasil possuem camadas dispostas horizontalmente ou quase horizontalmente, fato que evidencia a ausência de movimentos importantes – como os tectonismos – desde remotos tempos geológicos. Entretanto, no fim da era Mesozoica, ocorreram movimentos da crosta que formaram fraturas, ou fendas, por onde ocorreu escoamento de lavas básicas (lavas que podem percorrer grandes extensões), cobrindo grande extensão do Sul do território brasileiro e da região de Poços de Caldas e Araxá (MG). Uma vez consolidadas, essas lavas resultantes do VULCANISMO deram origens a rochas, destacando-se os basaltos, e a diversos diques, ou seja, intrusões magmáticas em forma alongada nas camadas da crosta terrestre, onde se solidifica. Essas rochas e diques, por apresentarem grande resistência à erosão, formaram relevos residuais, permitindo a existência de várias quedas d'água nos rios do Centro-Sul, com destaque para as de Sete Quedas (que não existem mais, devido à construção da barragem de Itaipu), no Rio Paraná, e para as Cataratas do Iguaçu, na foz do rio Iguaçu. Além disso, o basalto devido ao intemperismo, se desagregou e se decompôs dando origem a solos avermelhados conhecidos genericamente com o nome de TERRA-ROXA, encontrados principalmente no Planalto Meridional ou Arenito-Basáltico, hoje denominados Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. As bacias sedimentares do Brasil datam do Paleozóico, do Mesozóico e do Cenozóico. As bacias sedimentares como a do Pantanal Mato-grossense, litorâneas e de trechos que rnargeiam os rios da bacia hidrográfica Amazônica são do Cenozóico. 24 FIGURA 2.1 c. As cadeias orogênicas antigas do Brasil (figura 2.4) As cadeias orogênicas antigas do Brasil (Escudos Cristalinos antigos) estiveram (e estão) submetidas a várias fases erosivas, motivo pelo qual encontram-se bastantes desgastadas. Devem ter possuído elevadas altitudes, mas nos dias atuais apresentam aspecto serrano em várias porções. Ocupam 36% do território brasileiro. Não possuímos os Dobramentos Modernos. CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO (figura 2.5 – 2.6 – 2.7) A estrutura geológica é o substrato rochoso que forma a crosta, enquanto o relevo é o conjunto de formas moldadas sobre a base. Por isso, o relevo brasileiro atual é fruto do trabalho de modelagem realizado nos "tempos recentes" sobre um arcabouço geológico antigo. Os climas desempenham papéis decisivos na modelagem do relevo. As águas correntes, o intemperismo e os ventos atuam sobre as massas rochosas, desgastando-as desigualmente e esculpindo as silhuetas da superfície. A nova classificação do relevo brasileiro, segundo Jurandyr Ross, distingue três tipos de compartimentos: os planaltos, as depressões e as planícies. Os planaltos são áreas onde o processo de erosão predomina sobre a acumulação de sedimentos. Ao contrário do que sugere o nome, apresentam superfícies irregulares formadas por serras, morros e chapadas, Por definição, situam-se em cotas altimétricas superiores a 300 metros. As depressões também exibem predomínio de processos erosivos, mas caracterizam-se por superfícies suavemente inclinadas e bastante aplainadas. Situam-se em cotas altimétricas entre os 100 e os 500 metros. As planícies, ao contrário dos tipos de compartimentos anteriores, são áreas onde a deposição de sedimentos é predominante e realiza-se, essencialmente, pela ação das águas dos rios, dos lagos ou do mar. Situam-se em cotas inferiores a 100 metros de altitude. 25 FIGURA 2.2FIGURA 2.3 FIGURA 2.4 26 CLASSIFICAÇÕES ANTIGAS FIGURA 2.5 FIGURA 2.6 27 AS UNIDADES DO RELEVO BRASILEIRO SEGUNDO O PROFESSOR JURANDYR L. S. ROSS (1989) - UNIDADES MORFOESCULTURAIS 28 PLANALTOS Há planaltos em escudos cristalinos ( como os Planaltos e Serras do Atlântico Leste- Sudeste, o Planalto da Borborema e outros) e em bacias sedimentares ( como o Planalto da Amazônia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e outros ). Mas, de modo geral, esses compartimentos caracterizam-se por serem formas residuais. Isso significa que são relevos mais altos que as depressões circundantes, pois as suas estruturas rochosas ofereceram maior resistência à erosão. 1) Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste - Formados por cinturões orogênicos muito antigos e submetidos a prolongado desgaste erosivo. Ex: serras da Mantiqueira e do Espinhaço. O soerguimento epirogenético da plataforma durante o Cenozóico pressionou sistemas de falhas geradas por essa orogênese muito antiga, reativando-as e causando afundamentos gue originaram o Vale do Paraiba e as escarpas serranas acentuadas, por onde correm importantes rios, como o Paraíba do Sul, o Jequitinhonha e o Doce. O trabalho da erosão, principalmente em fases climáticas úmidas, esculpiu elevações suavemente arredondadas e caracterizam as paisagens de mares de morros. Ex: morros em "meia laranja" da Serra da Mantiqueira. 2) Planaltos e Serras de Goiás-Minas - Formados por dobramentos da Era Proterozóica, intensamente desgastados pela erosão. As paisagens descortinam amplos topos aplainados, com feições de chapadas, como a dos Veadeiros e a de Brasília, As chapadas e chapadões são mesetas delimitadas por taludes abruptos, que funcionam como divisores de águas. Brasília foi erguida sobre uma dessas elevações, a quase 1.200 metros de altitude. 3) Planaltos Residuais Norte-Amazônicos - São relevos serranos onde as altimetrias variam, de forma geral, entre 600 e 1000 metros, mas chegam a atingir 2.993 metros no Pico da Neblina. o mais alto do Brasil. As serras do Imeri, Parima e Pacaraima acompanham os limites com a Venezuela, enquanto as do Acaraí e Tumucumaque acompanham os limites com a Guiana e o Suriname. As linhas de cristas dessas serras serviram como referências naturais para a delimitação das fronteiras setentrionais brasileiras. Ao sul das serras, o planalto inclina-se suavemente, até fundir-se com a Depressão Marginal Norte-Amazônica. Essas áreas abrigam as nascentes de diversos afluentes e subafluentes da margem esquerda do Rio Amazonas, como os rios Negro, Branco, Trombetas e Jari. DEPRESSÕES As depressões circundam os planaltos e foram geradas pelo desgaste erosivo das massas rochosas menos resistentes. Em geral, o seu arcabouço geológico é constituído pelas bacias sedimentares. As bordas de contato das depressões com o planalto, constituídas muitas vezes por escarpas praticamente verticais, atestam a resistência desigual do substrato rochoso à erosão. A unidade dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, sustentada pelas camadas de arenitos da Era Paleozóica e pela cobertura de rochas vulcânicas derramadas na Era Mesozóica, limita-se a oriente com a Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná, que não está assentada sobre basaltos. A modelagem do relevo pela erosão diferencial fica evidente nesse contato. Os sedimentos da depressão foram intensamente desgastados pela erosão, enquanto a resistente camada de basaIto do planalto sofria desgaste muito menor. Em consequência, formou-se uma escarpa que demarca o contato entre os dois compartimentos. Essa escarpa é a Serra Geral e estende-se desde o Estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul. Os seus paredões íngremes voltados para o oriente constituem FRENTES DE CUESTAS que podem ter 300 ou 400 metros de altura. Do outro lado, as vertentes voltadas para a calha do Rio Paraná, a ocidente, apresentam inclinação suave. As frentes de cuestas são feições de relevo características de diversas áreas do Brasil A Depressão Sertaneja e do São Francisco na sua porção meridional configura um longo corredor encaixado entre compartimentos de planaltos e limitado pela Chapada Diamantina, a leste, e pelo Espigão Mestre, a oeste. O Rio São Francisco, que é o eixo desse corredor, atravessa Minas Gerais e 29 a Bahia, tendo constituído nos tempos coloniais, um importante caminho de interiorização seguido pelos vaqueiros e criadores nordestinos. A superfície da depressão apresenta-se bastante aplainada, mas é interrompida em inúmeros trechos pela presença de morros rochosos isolados, denominados INSELBERGS. Essas elevações, apoiadas em rochas cristalinas, são outros exemplos de formas residuais. Mas os principais relevos residuais dessa depressão estão representados por extensas chapadas, como as do Araripe, no sul do Ceará e oeste de Pernambuco, e do Apodi, no Rio Grande do Norte. PLANÍCIES As planícies são as únicas unidades do relevo brasileiro cujo arcabouço consiste em bacias de sedimentação recente, formadas por camadas depositadas no Período Quaternário. As superfícies apresentam-se notavelmente aplainadas e ainda em processo de consolidação. A Planície do Rio Amazonas compreende área muito menor que a imaginada há algumas décadas. Atualmente sabe-se que a verdadeira planície está circunscrita a uma estreita faixa, sustentada por sedimentação quaternária, que acompanha o Rio Amazonas e o baixo curso de alguns de seus grandes afluentes. Na foz amazônica, a planície toma-se mais larga, abarcando a Ilha de Marajó. Toda a verdadeira planície é limitada por depressões e baixos planaltos construídos sobre rochas sedimentares do Período Terciário. A Planicie e Pantanal Mato-Grossense é a mais extensa dessas unidades e constitui parte desta vasta área rebaixada que se limita, a oeste, pelos contrafortes da Cordilheira do Andes e a leste pelos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. Essa área rebaixada é o Chaco sul-americano, que abrange terras brasileiras, paraguaias, argentinas e bolivianas, inclusive os pantanais do Rio Guaporé. As Planicies e Tabuleiros Litorâneos são, na verdade, um conjunto de compartimentos heterogêneos, formados por sedimentos marinhos, fluviais e lacustres do Período Quaternário. As planícies estendem-se do leste do Pará até o Rio Grande do Sul, exibindo larguras maiores no norte, mas chegando a desaparecer em trechos da costa sudeste e sul, onde afloram os embasamentos cristalinos e aparecem FALÉSIAS em contato direto com o mar. Na costa nordeste, TABULEIROS assentados em sedimentos do Período Terciário interpõem-se entre as planícies e formam falésias voltadas para o mar. No extremo sul do país, a Planície da Lagoa dos Patos e Mirim diferencia-se das demais planícies litorâneas pela extensão da atividade de sedimentação lacustre, que se combina com a deposição marinha. A Lagoa dos Patos, que liga Porto Alegre ao oceano, apesar do nome é urna laguna. Na sua extremidade sul, junto ao porto de Rio Grande, uma entrada a conecta ao mar. Ao longo do litoral brasileiro, sucedem-se paisagens muito diversificadas. No litoral do Rio de Janeiro, destacam-se as escarpas da Serra do Mar, aparecem lagunas e restingas, como a de Marambaia. No trecho nordestino destacam-se as lagoase brejos de Alagoas, os mangues em estuários fluviais de Pernambuco, as dunas do Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte. Algumas designações tradicionais dos compartimentos de planície na antiga classificação: Planície AMAZÔNICA (fig 2.8) - pequena parte são áreas de planície. A maior parte são baixos planaltos sedimentares denominados BAIXOS PLATÔS ou TABULEIROS. As planícies recebem o nome de VÁRZEAS e o nível intermediário é o TERRAÇO ou TESO. Planícies COSTEIRAS - Do Amapá ao RJ apresentam terrenos terciários nas BARREIRAS ou TABULEIROS, típicos do litoral do NE, são barrancos costeiros abruptos que chegam a 60m. Além desses, apresentam terrenos quaternários nas BAIXADAS ALUVIAIS. Do RJ ao RS aparecem os COSTÕES ou FALÉSIAS (costas altas e abruptas) onde a Serra do Mar entra em contato direto com o mar. Temos as falésias cristalinas (RJ, SP) e as falésias basálticas (litoral sul). Encontram-se, ainda, as BAIXADAS (fluminense, santista, de Paranaguá), as BAÍAS, RESTINGAS, e LAGOAS. As lagoas são resultantes do entulhamento de antigas baías (Patos, Mirim, Araruama). Planície do PANTANAL (fig 2.9) - banhada pelo rio Paraguai. Não é uma área permanentemente alagada. Nas cheias dos rios surgem pequenas lagoas e as existentes se ampliam. Na estiagem há intensa evaporação provocando a formação de SALINAS para onde o gado se dirige. As lagoas recebem o nome local de "BAÍAS" e quando há as cheias elas se ligam por canais chamados "CORICHOS". Os terrenos mais elevados são chamados “CORDILHEIRAS” e ai se instalam os fazendeiros. 30 FIGURA 2.8 FIGURA 2.9 31 FIGURA 2.10 FIGURA 2.11 FIGURA 2.12 32 INFLUÊNCIA DO RELEVO Como o relevo brasileiro possui baixas altitudes, sua influência é pequena, exceto em alguns casos. Não há regiões excessivamente frias. O relevo não perturba a circulação das massas de ar. Na região SE aparece o clima tropical de altitude. A maior influência do relevo no clima é barrar as chuvas, já que os ventos dominantes têm a direção L-O, na região tropical sul, as elevações litorâneas são uma barreira para as chuvas, como por exemplo o Planalto da Borborema, uma das causas da seca no NE. Esta barreira pode determinar chuvas intensas nas encostas da serra do Mar, ocasionando altos índices pluviométricos. As linhas gerais do nosso relevo desenvolvem-se no sentido Sul-Norte o que forma corredores para a penetração da massa de ar polar, que vem do Sul. Essa influência será vista quando estudarmos o clima. EXERCÍCIOS 1 - Devido à sua estrutura rochosa muito antiga, ao longo trabalho dos agentes erosivos e à ocorrência, no Brasil, de climas quentes e úmidos, o relevo brasileiro caracteriza-se pela predominância de: (A) planícies, com médias altimétricas inferiores a 300m e ausência de falhamentos. (B) planaltos, com médias altimétricas inferiores a 1000m e presença de formas arredondadas. (C) montanhas, com médias altimétricas entre 2000m e 2500m e formas pontiagudas. (D) serras, com médias altimétricas entre 1500m e 2000m e formas arredondadas. (E) planaltos, com médias altimétricas inferiores a 300m e ausência de falhamentos. 2 - Nos mapas 1,2 e 3, as áreas assinaladas em preto correspondem, respectivamente, às rochas: (A) sedimentares, cristalinas e vulcânicas. (B) cristalinas, sedimentares e vulcânicas. (C) vulcânicas, metamórficas e sedimentares. (D) sedimentares, metamórficas e cristalinas (E) magmáticas, metamórficas e vulcânicas 3 - Com base no esquema abaixo, assinale a alternativa incorreta: (A) O número I corresponde ao planalto das Guianas. (B) A planície Amazônica está indicada pelo número III (C) A prospecção para encontrar petróleo teria resultados mais favoráveis provavelmente nas indicações II e III (D) A Cordilheira dos Andes não aparece indicada no perfil acima. (E) O número IV apresenta o planalto Meridional. 4 - Os solos formados no próprio local a partir da desagregação e decomposição das rochas, chamam-se: (A) orgânicos (B) eluviais (C) aluviais (D) lateritos (E) lixiviados 5 - O solo é a camada superficial da litosfera, formada pela desintegração e decomposição das rochas, fenômeno esse conhecido como: (A) tectonismo (B) orogênese (C) intemperismo (D) vulcanismo (E) epirogênese 6 - O pico culminante do Brasil é o pico da Neblina situado na serra __________ , fronteira do Brasil com a Venezuela. (A) lmeri (B) Curupira (C) Acaraí (D) Tapirapecó (E) Parima 33 PERFIL ESQUEMÁTICO DAS TERRAS BAIXAS AMAZONICAS 7 - Na planície do Pantanal, os canais que ligam as lagoas na época das cheias denominam-se: (A) baías (B) lagunas (C) furos (D) cordilheiras (E) corichos 8 - No Brasil a maior influência do relevo no clima é: (A) diminuir a temperatura (B) barrar a massa polar que vem do sul (C) barrar as chuvas (D) provocar a ocorrência de neve (E) aumentar a temperatura 9 - (EsAEx - 1998 / 1999) Os grandes derrames basálticos, cuja decomposição produz a fértil "terra roxa", ocorreram durante a Era Mesozóica, sobretudo nota): (A) Escudo Brasileiro (B) Bacia do Paraná (C) Escudo das Guianas (D) Bacia Amazônica (E) Planície Costeira 10 - Sobre a estrutura geológica do território brasileiro, é incorreto afirmar que: (A) o território brasileiro não foi marcado por dobramentos recentes. (B) as bacias sedimentares são de origem paleozóica, mesozóica e cenozóica. (C) os escudos cristalinos que afloram no território brasileiro são de origem pré-cambriana. (D) na história geológica do país não há notícia de vulcanismo nas nossas formações. (E) transgressões marinhas marcaram nosso território durante a era mesozóica. 11 - No perfil esquemático da Amazônia, as letras "A" e "B" identificam, respectivamente, (A) terra firme e tesos (B) várzea e tesos (C) terra firme e várzea (D) tesos e terra firme (E) tesos e várzea. 12 - (EsAEx - 1997 / 1998) No mapa os números 3 e III correspondem respectivamente: (A) Planície Amazônica e Planalto das Guianas (B) Planície do Pantanal e Planalto Atlântico; (C) Planície Costeira e Planalto Central; (D) Planície do Pantanal e Planalto Meridional; (E) Planície Amazônica e Planalto Meridional. 34 13 - (EsAEx - 1997 / 1998) A figura mostra o perfil da região Sul brasileira. A porção hachuriada corresponde: (A) A um extenso planalto arenito-basáltico (B) À depressão gaúcha (C) Ao maior planalto cristalino do Brasil (D) Aos Pampas Gaúchos (E) Ao planalto Uruguaio-Rio-Grandense 14 - Em relação às bases geológicas do relevo brasileiro analise as proposições abaixo: I - Das três macro-estruturas do relevo terrestre, o Brasil possui apenas os crátons ou plataformas e as bacias sedimentares. II - As cadeias orogênicas antigas, datadas do Pré-Cambriano, são encontradas no Brasil, como as Serras do Mar e da Mantiqueira. III - O Brasil possui cadeias orogênicas recentes, ou dobramentos modernos, como a serra do Espinhaçoe as serras do Planalto das Guianas. IV - O Brasil está totalmente alojado na Placa Sul-Americana. Está (ão) correta (s): (A) I (B) II e IV (C) III e IV (D) I, II e III (E) Todas 15 - Em relação aos crátons ou plataformas analise as proposições abaixo e responda: I - A plataforma Sul-Americana contém dois grandes embasamentos ou escudos cristalinos. II - Os- dois grandes escudos cristalinos da Plataforma Sul-Americana são o Escudo das Guianas e o Escudo Atlântico. III - Os escudos cristalinos da plataforma Sul-Americana são formados por rochas metamórficas muito antigas (Azóico e Arqueozóico), por rochas magmáticas intrusivas antigas (Arqueozóico e Proterozóico) e por rochas sedimentares antigas (Proterozóico). IV - Esses escudos cristalinos são circundados por bacias sedimentares fanerozóicas Está (ão) correta (s): (A) I (B) II e IV (C) III e IV (D) I, III e IV (E) Todas 16 - Sobre o relevo brasileiro analise as proposições abaixo e responda: I - O Brasil não possui tectonismo orogênico recente, mas apresenta o do tipo epirogênico. II - Os movimentos tectônicos orogênicos recentes explicam a existência de planaltos em bacias sedimentares. III - As depressões que circundam os planaltos são consequência da ação dos agentes da dinâmica externa do relevo, como o intemperismo. IV - As grandes reservas de minerais metálicos encontram-se nas bacias sedimentares. Está (ão) correta(s): (A) I (B) II e IV (C) I e III (D) I, III e IV (E) Todas 17 - Sobre o relevo brasileiro analise as proposições abaixo e responda: I - Os Planaltos e Serras do Atlântico são formados por cinturões orogênicos muito antigos. Il - O domínio dos mates de morros formou-se devido ao surgimento epirogenético da plataforma durante o Cenozóico. III - Os Planaltos e Serras de Goiás são dobramentos recentes apresentando chapadas e serras com elevações acima dos 2.000 m. IV - O Pico da Neblina está localizado na serra do Imeri, que faz parte dos Planaltos Residuais Norte Amazônicos. Está (ão) correta(s): (A) I e III (B) II e IV (C) II e III (D) I, II e III (E) I e IV 18 - (EsAEx 2000 / 2001) O domínio morfoclimático das Pradarias recebe também a denominação de: (A) pampas, cerrados e campanha gaúcha. (D) campinas, savanas e matas tropicais. (B) savanas, matas de galerias e araucárias. (E) coxilhas, pampas e campanha gaúcha. (C) coxilhas, caatingas e matas-galerias. 35 19 - (EsAEx 1999 / 2000) A expressão "mares de morros" deve-se aos desgastes das rochas cristalinas, resultantes da ação das chuvas e da umidade típica do clima tropical litorâneo. São representantes típicos do domínio natural dos "mares de morros": (A) As Serras da Mantiqueira e do Espinhaço. (B) A Depressão Sertaneja e do São Francisco. (C) O Maciço das Guianas e o Escudo Brasileiro. (D) As Chapadas Diamantina e dos Veadeiros. (E) A Serra da Borborema e os Planaltos Residuais do Alto Paraguai. 20 - (EsAEx 2001 / 2002) Analise o mapa II abaixo e assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta entre as unidades de relevo e as letras a, b, c e d, respectivamente. (A) Depressão Residual da Amazônia Ocidental, Planície do rio Amazonas, Planalto Residual Sul-Amazônico e Depressão Marginal Sul-Amazônica. (B) Planalto Residual Sul-Amazônico, Planície do rio Amazonas, Planalto da Amazônia Oriental e Depressão da Amazônia Ocidental. (C) Depressão da Amazônia Ocidental, Planície do rio Amazonas, Planalto da Amazônia Ocidental e Planalto Residual Norte-Amazônico. (D) Planícies Residuais da Amazônia Oriental, Planície do rio Amazonas, Depressões Marginais Orientais e Depressão Marginal Norte-Amazônica. (E) Planaltos Residuais Sul-Amazônicos, Planície do rio Amazonas, Depressões do Amazonas Oriental e Depressão Marginal Norte-Amazônica. 36 21 - (EsAEx 2005 / 2006) O quadro a seguir representa características dos três tipos de unidades geomorfológicas do relevo brasileiro: Identifique a alternativa que nomeia, respectivamente, as unidades do relevo I, II e III, e dá uma de suas áreas de ocorrência. (A) planície (rio Araguaia); depressão (sertaneja) e planalto (alto Paraguai). (B) planície (rio Araguaia); planalto (alto Paraguai) e depressão (sertaneja). (C) planalto (alto Paraguai); planície (rio Araguaia) e depressão (sertaneja). (D) depressão (sertaneja); planalto (alto Paraguai) e planície (rio Araguaia). (E) depressão (sertaneja); planície (rio Araguaia) e planalto ( alto Paraguai). 22 - (EsAEx 2006- / 2007) Sobre as classificações do relevo brasileiro, todas as afirmativas abaixo estão corretas, exceto: (A) o complexo formado pelas planícies do Amazonas e do Pantanal Mato-Grossense se constitui no maior conjunto geomorfológico da porção extremo-oriental do Brasil. (B) o uso de tecnologias de aerofotogrametria e sensoriamento remoto permitiu sucessivas evoluções na classificação do relevo brasileiro ao longo do século XX. (C) a classificação elaborada mais recentemente indica a existência de unidades morfo esculturais do relevo brasileiro. (D) o relevo amazônico, anteriormente classificado como uma grande planície, é considerado, atualmente, como uma região formada por planície, planaltos e depressões. (E) o Projeto RADAMBRASIL foi um dos importantes instrumentos voltados ao estudo da configuração do relevo brasileiro. GABARITO 1-B 2-A 3-E 4-B 5-C 6-A 7-E 8-C 9-B 10-D 11-D 12-B 13-A 14-B 15 -D 16- C 17-E 18-E 19-A 20-B 21-D 22-A TIPO CARACTERISTICAS I Gerados por processos erosivos, com grande atuação nas bordas das bacias sedimentares e ai ficaram fortemente registradas as marcas dos paleoclimas. lI Assume caráter de formas residuais, circundadas por relevo mais baixo, evidenciando os relevos mais altos que oferecem maior dificuldade ao desgaste. lII Correspondem a formas de relevo geradas pela depositação de sedimentos recentes de origem marinha, lacustre ou fluvial. 37 NOTA DE AULA 03 CLIMA O estudo do clima deve levar em consideração a ação dos elementos climáticos- temperatura, chuva, umidade, massas de ar, ventos e pressão atmosférica- e dos fatores climáticos - latitude, altitude, continentalidade, correntes marítimas. Devemos levar em conta, ainda, a localização geográfica (figura 3.1) do Brasil. Observando a localização geográfica do Brasil vemos que 92% do seu território está na zona tropical, daí haver o predomínio de climas quentes. Constatamos, também, que sua maior parte - 93% - está no hemisfério sul, onde há predomínio de massas líquidas sobre terras emersas, apresentando, assim, um elevado grau de umidade. No Brasil há um PREDOMÍNIO DOS CLIMAS QUENTES E ÚMIDOS. TEMPERATURA As máximas estão entre 40° e 44° C e ocorrem no norte, no sul ou no litoral. As mínimas chegam até -1º C e ocorrem na região sul. As Médias Térmicas anuais mais elevadas ocorrem no norte do país e no sertão do NE (25° a 28° C) e as mais baixas no sul do país (14° C). A Amplitude Térmica (diferença entre a temperatura máxima e mínima) ao contrário da média térmica vai apresentar valores mais elevados no sul do país (8° a l30C) enquanto no norte as amplitudes térmicas são mais baixas (inferiores a 3°C). CAMADAS DA ATMOSFERA (FIGURA 3.2) Observe na figura as camadas da atmosfera. Na TROPOSFERA é onde ocorrem as principais
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