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Apatia Política e Ética na Ciência Política

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"A apatia política é aceita pelo consenso e no “aparelho político” tudo o que os políticos fazem é aceito pela população, não pressupondo que quando um político corrupto é pego ao roubar a sociedade o aplaude, porém ao deixar que o mesmo continue no cargo há um consenso que ele realmente pode faze-lo.
Finley afirma que há um enfraquecimento do elo entre a ética e a ciência política, tal qual vemos hoje. Tem que se tratar a política em termos morais. O autor diz que “a tranquilidade política e o consenso tornaram-se, aparentemente, o interesse nacional dominante” .
O autor trata o consenso da seguinte forma:
“o consenso não é, necessariamente, um bem em si; houve consenso suficiente na Alemanha quanto à ‘solução final’, se é que não houve unanimidade, e ninguém exige a unanimidade para o consenso. O bem é naturalmente uma categoria moral e os objetivos morais, como já vimos, são rejeitados por uma poderosa escola de cientistas políticos contemporâneos. Como escreveu importante expoente dessa escola, ‘por um lado, há uma grande disposição para tratar a política em termos morais, por outra, as descobertas da psicologia, da antrologia e da observação política silenciaram esse impulso’ (...) nos quase dois mil e quinhentos anos que se passa desde a descoberta da política pelos gregos, que os teóricos mais influentes chegaram a afirmar que não só a prática política é geralmente amoral, mas também que, essencialmente, não tem nada a ver com a ética” ” (FINLEY, 1988, p. 99).
Houveram três grandes guerras e Atenas que a marcaram : a resistencia à invasão persa, do Peloponeso e a contra Felipe da Macedônia.
Os lucros do Império vinham através de um sistema bastante peculiar que consistia em os ricos arcavam com as despesas “litúrgicas” e também os povos dominados mantinham o governo que era comum na época. Havia uma divisão em que os ricos entravam para o exército e os pobres entravam na marinha e os jovens eram recompensados por isso, ser remador da marinha era uma profissão que muitos jovens desempenhavam, em Atenas como já foi dito antes bancavam o governo e suas despesas, já os pobres recebiam para desempenhar uma função na Marinha, por exemplo.
Esse sistema livrou Atenas da guerra civil por quase dois séculos, pois havia um equilíbrio satisfatório entre as partes da sociedade e trouxe uma melhor distribuição de renda entre a população.
O Império condicionou a democracia ateniense no século VI a.C. tanto que após a dissolução do mesmo a democracia já estava enraizada em Atentas e não mais poderia ser mudada.
O conceito grego de liberdade era estendido apenas para população grega e os atenienses estimulavam e impunham regimes democráticos aos povos dominados, pois tinham em mente que o povo não teria condições de se organizar e tentar se libertar o que poderia acontecer mais facilmente se deixassem na mão da aristocracia local, essa forma de impor a democracia era a “versão grega do conceito romano de dividir e conquistar”.
A estrutura dos grupos de interesses eram simples, a divisão era entre ricos e pobres e não se aplicava o conceito de classes.
Havia uma dupla dificuldade associada ao interesse nacional que era a determinação e a realização prática e para amenizar essa dificuldade os “ajustes” eram utilizados afim de que não haja discrepância no pensamento que perambulava entre os interesses especiais e o nacional.
Hoje, o consenso é apenas ilusório pois se concentra apenas em uma pequena parte da população que participa da sociedade e essa participação de um pequeno grupo traz a alienação política da massa. O autor afirma que para o ateniense há uma dificuldade relacionada na divisão entre nós, o povo e eles, a elite. Hoje essa divisão nos parece mais simples.
O autor afirma: “a questão, no entanto, é saber se a extensão que a satisfação simbólica” parece refletir supera a profunda frustração registrada com a exatidão pela muito difundida apatia política, que surge de um sentimento de impotência , da impossibilidade de neutralizar aqueles grupos de interesse cuja vezes prevalecem nas decisões do governo.
O autor ainda afirma que sem uma filosofia social corrente o interesse nacional torna-se retórica, política, e que essa filosofia vigente traz a visão do que é bom ou mal para o país.
Hoje há uma perda de noção de comunidade, pois existe o sentimento de não poder mudar a política. Os movimentos extremistas são tentativas de provocar qualquer mudança e tirar a concepção de que não se pode fazer nada a apatia trouxe.
Em Atenas os movimentos extremistas se concentravam nas partes mais ricas, o autor até cita um golpe oligárquico em 411 a.C. que durou pouco tempo.
Qualquer grupo de pressão pode vir a abandonar os processos democráticos e no caso das oligarquias atenienses era impossível ganhar na Assembléia se não fosse através do terror.

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