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fichamento - ação monitória e execução extrajudicial

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Texto: Cabimento da Ação Monitória Fundada em Título Executivo Extrajudicial no CPC/2015
Autor: Antonio Adonias Aguiar Bastos
	
 	 	Expõe o autor no presente texto sobre o cabimento da ação monitoria fundada em título extrajudicial, diante da divergência na doutrina. 
 	 	Apresenta como questionamento, se um título executivo extrajudicial não poderia ser aproveitado e utilizado também como título monitório, a ensejar o cabimento tanto da execução como da demanda injuntiva, de acordo com a escolha do autor credor.
 	 	Analisa o cabimento da ação de conhecimento fundada em titulo executivo extrajudicial, averiguando se, havendo direito certificado num título executivo, o credor só teria interesse processual para a ação satisfativa, ou se ele também pode valer se da ação de conhecimento, como meio adequado para veicular pretensão.
 	 	Destaca que o título executivo consiste em requisito indispensável para a propositura da demanda satisfativa, aperfeiçoando o interesse e adequação do credor para a prática dos atos invasivos que ele pretende ver praticados pelo Estado sobre a esfera patrimonial do devedor ou do terceiro responsável.
 	 	Nesse sentido, defende que o título, a um só tempo, demonstra a existência de uma obrigação certificada e autoriza a prática dos atos de invasão. Além de funcionar como seu elemento autorizador, também os delimitará, tornando-os lícitos e permitindo o seu controle, de modo que não sejam praticados arbitrariamente.
 	 	Verifica ainda, as situações, onde possuindo título executivo, se teria o credor interesse para a propositura da ação de conhecimento. A resposta é negativa para o título judicial, afinal esse documento emana da atividade jurisdicional, e não há utilidade alguma para a veiculação de nova ação de conhecimento que visaria a certificação de obrigação que já fora constatada na própria via judicial. Porém, no contexto dos títulos extrajudiciais, ele ganha outros contornos.
 	 	Há na doutrina autores que afirmavam que o credor possuía a opção de ajuizar tanto a ação de conhecimento, como a de execução, na medida em que esta espécie de título forma-se por ato das partes. Fora do ambiente jurisdicional, a certificação do direito não teria passado por um prévio acertamento judicial, com a observância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
 	 	Assim, o credor pode ter a pretensão de adquirir plena segurança acerca do seu direito, caso em que lhe será útil a ação de conhecimento. De um lado, o título extrajudicial da ao credor o direito de acessar diretamente a via satisfativa, mas, de outro, não lhe retira o direito à cognitiva. 
 	 	O CPC/2015 dispôs expressamente sobre a matéria, afirmando, em seu art. 785, que “ [...] a existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial”.
 	 	Sob o ponto de vista do credor, ele deterá um título formado sob o crivo do devido processo legal, o que contribui para a efetivação do direito certificado no ambiente jurisdicional. Sob a perspectiva do devedor, ele terá a oportunidade de exercitar o direito de defesa antes da prática de atos invasivos do seu patrimônio.
 	 	Defende que a ação monitoria consiste num procedimento especial que visa a abreviar a obtenção do título executivo judicial, e sua estrutura faz com que, não havendo resistência do réu, o juízo se limite a averiguação superficial do direito alegado pelo demandante, emitindo um provimento que, em seguida, constituirá o título executivo. O procedimento só se transformará em contencioso sobre o mérito da relação jurídica material se o réu se opuser a pretensão autoral, a teor do art. 702 do CPC/2015.
 	 	Alega que os atos satisfativos propriamente ditos só terão cabimento depois de haver a constituição do título executivo judicial, o que acontecerá se o réu se mantiver inerte, sem pagar nem opor embargos, ou se, apresentada a defesa do réu, for proferida sentença, confirmando o direito do credor que já havia sido chancelado em caráter provisório no início do procedimento. Assim, em vez de observar o contraditório previamente como sucede no rito comum, ele é diferido para o futuro, dado o grau de probabilidade que emana do título injuntivo.
 	 	Conclui argumentando que o emprego do procedimento diferenciado propiciará a formação do título executivo judicial com maior brevidade do que sucede no rito comum, não havendo porque refutar a sua utilização quando o credor possui título executivo extrajudicial. A aplicação do art. 785 apenas ao rito padrão implicaria em fazer com que o credor tivesse que submeter sua pretensão de acertamento exclusivamente a um procedimento mais demorado. Sob o ponto de vista do sujeito passivo da obrigação, não haverá prejuízo à defesa. O aviamento da demanda monitoria pelo credor lhe oportunizará o exercício do contraditório, da mesma maneira que acontece no rito comum.

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