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1 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 1 01 - (EFEI SP/2001) Em seu trabalho sobre a escravidão e as relações entre Brasil e África durante os séculos XVI a XIX, Luiz Felipe de Alencastro levanta os seguintes dados sobre o número de escravos africanos desembarcados no Brasil entre 1520 e 1850: Desembarque de Africanos no Brasil - 1526/1850 (em milhares) 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 0 10 40 150 50 185 175 292 312 364 325 652 759 712 15 25 - 15 50 15 51 - 15 75 15 76 - 16 00 16 01 - 16 25 16 26 - 16 50 16 51 - 16 75 16 76 - 17 00 17 01 - 17 20 17 21 - 17 45 17 46 - 17 60 17 61 - 17 80 17 81 - 18 10 18 11 - 18 32 18 33 - 18 50 Analisando o quadro, assinale a opção correta: a) O tráfico de escravos africanos tornou-se maior – 1811 a 1830 – em conseqüência da crise do ouro e da necessidade de buscar uma nova riqueza econômica que pudesse substituir a extração do ouro, para enriquecer as elites brasileiras falidas. b) Entre 1601 e 1720, a importação de escravos dobrou, em função da necessidade de ocupação do interior do Brasil, uma vez que Portugal não tinha população suficiente para fazê-lo e precisava garantir a posse do território. c) Percebe-se a necessidade de um número cada vez maior de escravos na mesma proporção em que a vida útil dos mesmos foi se tornado cada vez menor, em função dos novos tipos de atividade que foram se desenvolvendo, como a grande fazenda de gado às margens do Rio São Francisco e nos Pampas do Rio Grande. d) Várias conclusões são possíveis a partir do quadro: o crescimento do número de desembarcados ocorre em função da proteção dispensada aos índios pelos jesuítas; a exploração mineral permitiu o acúmulo de capitais para investimento em mão- de-obra; a chegada da corte portuguesa e a liberdade comercial tornaram necessárias as importações para a utilização de mão-de-obra em novas frentes de produção – lavouras de produtos de exportação. e) A grande lavoura de monocultura exigia cada vez mais escravos para a exploração da terra e abertura de novos campos de plantio. Os escravos que obtinham conhecimento de técnicas agrícolas eram depois vendidos a outras colônias da América por bom preço. 02 - (EFEI SP/2002) Durante muitos anos, no decurso do século XIX, a riqueza de Itajubá foi garantida pelo emprego da mão- de-obra escrava, utilizada basicamente para o transporte de mercadorias que eram levadas para o Rio de Janeiro e São Paulo, através do "Caminho Real" e dos caminhos da Serra da Mantiqueira. A chegada da estrada de ferro mudou este quadro, pois: a) O transporte de mercadorias poderia ser feito de forma muito mais segura, através da estrada de ferro, sem necessitar de transporte perigoso no lombo de escravos para descer a Serra da Mantiqueira. b) O transporte pela estrada de ferro atrasava a entrega de mercadorias, pois as pessoas ainda consideravam o trem de ferro como "coisa do diabo" e temiam-no. c) Os escravos poderiam ser libertados gradativamente, uma vez que, por serem ligados ao transporte de mercadorias, estavam sendo dispensados e os escravos de serviço ligados aos trabalhos da casa grande não eram numerosos. d) Os escravos se recusavam a deixar o trabalho de transporte de mercadorias, pois era a oportunidade de fugirem para os quilombos. Revoltaram-se, então , contra o trem de ferro. e) Os grandes proprietários investiram nas estradas de ferro, pois queriam livrar-se dos escravos, que só lhes davam problemas. 03 - (FATEC SP/2006) Em relação ao período da ocupação holandesa no Nordeste brasileiro, afirma-se: I. A invasão deveu-se aos interesses dos comerciantes holandeses pelo açúcar produzido na região, interesses esses que foram prejudicados devido à União Ibérica (1580-1640). II. Foi, também, uma conseqüência dos conflitos econômicos e políticos que envolviam as relações entre os chamados Países Baixos e o Império espanhol. III. As medidas econômicas de Nassau garantiam os lucros da Companhia das Índias Ocidentais e os lucros dos senhores de engenho, já que aumentaram a produção do açúcar. IV. A política adotada por Nassau para assentar os holandeses na Bahia acabou por deflagrar sua derrota e o fim da ocupação holandesa, graças à resistência dos índios e portugueses expulsos das terras que ocupavam. São verdadeiras as proposições: a) I e II. d) I, III e IV. b) I, II e III. e) II e IV. c) II, III e IV. 04 - (FATEC SP/2006) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, 2 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 2 o governo imperial brasileiro aprovou outra, “a Lei de Terras”. Dentre as alternativas abaixo, assinale a correta. a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao Brasil. b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o acesso a elas. c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelos coronéis, inspirou-se no “Act Homesteade” americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres. d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de trabalho para os cafeicultores. e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de quilombos que existiam no Brasil. 05 - (FUVEST SP/2002) Sobre a condição dos escravos no Brasil monárquico, è possível afirmar que eles: a) Foram protagonistas de diversas rebeliões. b) Eram impedidos de constituir família. c) Sofreram a destruição completa de sua cultura. d) Concentravam-se no campo, não trabalhando nas cidades. e) Não tinham possibilidades legais de conseguir alforria. 06 - (PUCCamp SP/1994) "... Se dantes a servidão corrompia o homen livre, agora é a liberdade que corrompe o escravo..." A partir do texto pode-se afirmar que,no Brasil, a) A atualização do trabalhador livre, enquanto mão- de-abra especializada, foi provocada pela expansão do setor secundário. b) A presença do trabalhador livre, quando deixou de ser exceção, tornou-se forte elemento de dissolução do sistema escravista. c) O regime de parceria, quando gradativamente implantado, acelerou o processo de libertação de um grande contingente de escravos. d) Em períodos de crise econômica o problema da mão-de-obra foi solucionado, parcialmente, com a trasferência interna de escravos. e) O modelo escravista fortaleceu-se em decorrência de medidas de contenção de despesas provocadas, basicamente, pela imaginação. 07 - (PUC RJ/1994) O movimento abolicionista no Brasil, crescente no século XIX< nas décadas de 70 e 80, pode ser relacionado com: a) O apoio pessoal do Imperador aos projetos abolicionistas. b) A implantação das sanções internacionais ao Império. c) A progressiva substituição do trabalhador escravo pelo imigrante europeu na lavoura de café. d) A emergência do Partido Republicano, que apresentava a Abolição como principal bandeira política. e) As Leis do Ventre Livre e do Sexagenário, que esvaziaram a pregação abolicionista. 08 - (UFC CE/2004) Em 29 de maio de 1829, oficiais ingleses abordaram o navio Veloz. “Os diários de bordo e mais papéis do capitão foram examinados … estavam em ordem. O númerode pessoas transportadas obedecia ao que estipulava a lei…” GÓES José Roberto Pinto de, Cordeiros de Deus: tráfico, demografia e política no destino dos escravos, em:Marco. A. Pamplona (org.) Escravidão, exclusão e cidadania, Rio de Janeiro, Access, 2001, p. 23 Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre o tráfico de escravos, durante o Império. a) A Inglaterra vistoriava os navios para impedir o contrabando de produtos que pudessem concorrer com as manufaturas inglesas. b) Os traficantes de escravos obedeceram aos tratados e leis firmados com a Inglaterra, inclusive os compromissos assumidos por Portugal, a partir da transferência da Corte. c) Portugal tinha se comprometido a limitar a prática do tráfico ao sul do equador e, desde então, a Inglaterra tinha o direito de vigiar pelo cumprimento dos acordos firmados. d) Tratados firmados entre o Brasil e a Angola proibiam o tráfico ao sul do equador. e) Os tratados assinados, em 1810 e 1831, permitiam aos piratas de Sua Majestade seqüestrar carregamentos de escravos e levá-los para as plantações do Caribe. 09 - (PUC SP/2001) A luta pela abolição da escravidão no Brasil: a) Contou exclusivamente com a participação de negros, que alcançaram seu objetivo após várias revoltas e organização de quilombos. b) Resultou do fracasso do emprego de mão-de-obra escrava na produção açucareira e cafeeira, que só obtiveram sucesso com a presença de imigrantes. c) Aconteceu simultaneamente à independência política brasileira, à semelhança do que ocorreu na América de colonização espanhola. d) Antecedeu a luta pela abolição da escravidão nos Estados Unidos, o que só ocorreu no início da Guerra de Secessão Americana. e) Ocorreu de forma gradual, dado o interesse crescente de vários setores da sociedade, inclusive alguns fazendeiros, no fim do trabalho escravo. 3 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 3 10 - (UECE/2000) Sobre a extinção do tráfico de escravos para o Brasil em 1850, é correto afirmar que: a) Os navios negreiros eram atacados por piratas ingleses e sua carga vendida por um baixo preço, inviabilizando o comércio de escravos. b) O movimento abolicionista brasileiro conseguiu a aprovação do “Bill Aberdeen”, lei que suprimia o tráfico negreiro. c) Os escravos não eram mais necessários à economia brasileira, que neste momento dependia dos colonos imigrantes. d) A pressão inglesa, através de sua Marinha de Guerra, contribuiu para a efetiva aplicação da Lei “Eusébio de Queiróz”. 11 - (UEL PR/2001) A aprovação da “Lei do Ventre Livre”, em 1871, contribuiu para a desagregação do regime de trabalho escravo no Brasil. Examine as seguintes afirmativas sobre essa lei: I- Considerou livres todos os filhos nascidos de mulher escrava a partir da data de promulgação da lei. II- Determinou a criação de um Fundo de Emancipação para garantir indenização aos proprietários de escravos. III- Acelerou a extinção do tráfico interprovincial de escravos para as regiões cafeicultoras. IV- Incentivou a aliança política entre fazendeiros do Oeste paulista e abolicionistas, ambos favoráveis a novas relações trabalhistas, como a assalariamento de escravos. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras. b) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Apenas as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. d) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. e) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras. 12 - (UEM PR/1999) Sobre a escravidão no Brasil, assinale o que for correto. 01. Mesmo após a extinção do tráfico negreiro, em 1850, o escravo negro continuou sendo a mão-de- obra preferencial nas lavouras de café, até 1920, quando chegaram ao Brasil as primeiras levas de imigrantes europeus. 02. O “Levante dos Malês”, ocorrido na Bahia, em 1835, foi uma importante rebelião urbana que teve como objetivo libertar os negros da escravidão e massacrar os brancos e mulatos. 04. A maioria dos negros africanos que foram trazidos ao Brasil pertencia a dois grandes grupos: bantos, capturados no Congo, em Angola e em Moçambique; e sudaneses, originários da Nigéria, de Daomé e da Costa do Marfim. 08. Apesar de explorado e maltratado, o escravo negro era tão resistente e saudável que tinha uma vida útil superior a 25 anos de trabalho, principalmente, aquele que atuava nos engenhos de açúcar. 16. A população negra e seus descendentes enfrentam, ainda hoje, condições de vida difíceis, formando o maior número de indivíduos de baixa renda, de analfabetos e de desempregados, expostos ao preconceito racial. 32. A Lei dos Sexagenários, que garantia aos escravos aposentadoria somente depois dos 65 anos de idade, alterou o sistema de seguridade anterior, que, baseado na aposentadoria por tempo de serviço, era muito oneroso ao Estado, gerava o chamado “rombo da previdência” e aumentava o déficit público. 64. No início da colonização brasileira, recorreu-se à escravização da mão-de-obra nativa, rompendo as relações amistosas que haviam se estabelecido entre portugueses e indígenas nos primeiros contatos. 13 - (UEM PR/1999) Sobre a escravidão no Brasil, assinale o que for correto. 01. A rebeldia negra, desde o início da escravidão, nunca deixou de se manifestar, tanto através de fugas, quanto de movimentos organizados, como o de Palmares. 02. Os jesuítas e as ordens religiosas lutaram, devotadamente, em favor dos negros escravizados, desenvolvendo projetos missionários e entrando em choque com os interesses dos proprietários de terras. 04. A passividade dos negros permitiu que a escravidão se prolongasse após a extinção do tráfico negreiro, uma vez que os negros nunca empreenderam movimentos organizados de rebeldia. 08. Nos quilombos, os negros reavivaram as tradições, as crenças e os costumes africanos, resistindo, assim, à imposição da cultura ocidental. 16. Os escravos, que nunca se acomodaram à situação que lhes era imposta, viram, nas primeiras experiências com o trabalho livre, outras formas de trabalho e relacionamento, com isso, agitaram–se ainda mais. 32. A indenização paga aos escravos, após a abolição, impediu que o racismo emergisse no Brasil. 64. A corrente abolicionista radical pregava claramente a violência justa, a violência do escravo contra o senhor e a insurreição aberta contra o sistema escravista. 14 - (UEM PR/2001) A escravidão talvez tenha sido a mais longa "tradição" brasileira. Iniciada nos primórdios da colonização, somente foi abolida em 1888. Sobre o processo de abolição da escravidão no Brasil, assinale o que for correto. 4 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 4 01. Os negros não se submeteram à escravidão e reagiram em diversas ocasiões, demonstrando sua resistência ao mundo do cativeiro. A Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia, em 1835, pode ser entendida como um dos episódios em que esses escravos reagiram contra a opressão. 02. Após abolir a escravidão em suas colônias (1833), a Inglaterra transformou–se em uma grande defensora do fim do tráfico negreiro e passou a pressionar o Brasil para que fizesse o mesmo. 04. A partir do século XVII grupos de intelectuais brasileiros passaram a pressionar o Governador Geral pelo fim da escravidão no mundo colonial. 08. A Lei do Ventre Livre de 1871 e a Lei dos Sexagenários de 1885, embora tenham libertado poucos escravos, foram importantes porque reconheciam o direito à liberdade dos cativos. 16. Nem todos os escravos partilhavam dos valores cristãos, dentre os quais os adeptos do islamismo, que se rebelaramcontra a escravidão na primeira metade do século XIX, participando, dessa forma, do processo abolicionista. 15 - (PUC RS/2001) Com a proibição do tráfico internacional de escravos pela Lei Eusébio de Queiroz (1850), a questão da forma de substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre passou a mobilizar a elite política brasileira e os grandes proprietários de terras, principalmente os cafeicultores paulistas. Em São Paulo, na década de 1850, foi tentada uma forma de transição entre o trabalho escravo e o livre com apoio oficial, que estimulou a vinda de trabalhadores imigrantes para trabalhar nas lavouras de café. Essa forma de transição era o sistema de: a) Assalariamento. b) Cooperativas. c) Parceria. d) Servidão. e) Colônias. 16 - (UERJ/1995) Analise os dados da tabela abaixo: ESCRAVOS IMPORTADOS PELO BRASIL NO PERÍODO DE 1842-1852 A n o E s c ra v o s 1 8 4 2 1 7 4 3 5 1 8 4 3 1 9 0 9 5 1 8 4 4 2 2 8 4 9 1 8 4 5 1 8 4 5 3 1 8 4 6 5 0 3 2 4 1 8 4 7 5 6 1 7 2 1 8 4 8 6 0 0 0 0 1 8 4 9 5 4 0 0 0 1 8 5 0 2 3 0 0 0 1 8 5 1 3 3 8 7 1 8 5 2 7 0 0 A alternativa que indica corretamente a relação, destes dados com a conjuntura do período é: a) A variação existente no período relaciona-se com a intensificação do tráfico interprovincial. b) A tabela apresenta movimentos freqüentes de aumento e diminuição na entrada de escravos no Brasil devido às crises constantes na produção cafeeira. c) Os escravos introduzidos no país neste período dirigiram-se preferencialmente para os engenhos açucareiros no Nordeste, tradicional região escravista. d) O movimento existente no período de 1845 e 1852 é explicado por dois acontecimento: a aprovação, no Parlamento inglês, do Bill Aberdeen (1845), e a Lei Eusébio de Queiroz (1850). e) O movimento de importação de escravos a partir de 1850 explica-se em função da nova área produtora de café, o Oeste paulista, que preferia utilizar o trabalho livre do imigrante, mais produtivo. 17 - (UFBA/1999) Para a maior parte do continente americano, o século XIX foi um século de abolições. Da independência do Haiti ainda em finais do século XVIII à Lei Áurea no Brasil, as abolições constituíram talvez a mais ampla e profunda transformação social nas Américas. Privacidade e direitos civis são noções que o mundo ocidental viu se consolidarem no mesmo contexto histórico e cultural que engendrou no continente americano essa “era de emancipações”. (ALENCASTRO, p. 338.) As abolições referidas no texto ocorreram em contextos históricos distintos, assumindo também diferentes significados, que podem ser reconhecidos a seguir: 01. No Haiti, revestiu-se de caráter violento, sendo conquistada através da força e resultando na proclamação da primeira república negra independente no mundo. 02. No Brasil de 1850, a extinção do tráfico de escravos africanos resultou da valorização do escravo indígena, que substituiu o negro nas grandes plantações. 04. No Sul dos Estados Unidos, a consolidação da abolição do trabalho escravo dependeu de uma luta armada, na qual a resistência escravocrata foi derrotada. 08. A abolição da escravidão indígena foi alcançada no contexto do movimento de independência do Brasil, acompanhando a política geral antiescravista que se desenvolvia em toda a América Latina, no início do século XIX. 16. A Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, representou a articulação do governo imperial com o processo abolicionista planejado nos quilombos e executado pela revolta dos malês na cidade do Salvador. 32. O clima de abolições registrado no texto não foi suficiente para impedir distorções escravistas em relações de trabalho do Brasil atual, especialmente 5 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 5 no que se refere ao trabalho em garimpos, carvoarias e plantações diversas. 18 - (UFC CE/2002) Em sua obra O Abolicionismo, Joaquim Nabuco afirma: “Para nós a raça negra é um elemento de considerável importância nacional, estreitamente ligada por infinitas relações orgânicas à nossa constituição, parte integrante do povo brazileiro. Por outro lado, a emancipação não significa tão somente o termo da injustiça de que o escravo é martyr, mas também a eliminação simultânea dos dois typos contrários, e no fundo os mesmos: o escravo e o senhor.” (NABUCO, Joaquim. O Abolicionismo. Edição fac-similar. Recife. Fundação Joaquim Nabuco. Ed. Massangana. 1988. p. 20) Em relação à condição do negro na sociedade brasileira, é correto afirmar que: a) A abolição representou uma perda total da mão-de- obra pelos antigos senhores. b) O fim da escravidão possibilitou ao negro liberto a integração no mercado de trabalho e o livre acesso à terra. c) As Sociedades Libertadoras tinham como objetivo principal promover a integração do ex-escravo na sociedade, garantindo-lhe os direitos de cidadania. d) A diferença entre o processo abolicionista ocorrido nos Estados Unidos da América e o ocorrido no Brasil foi a ausência de preconceito racial em nosso país. e) O negro livre permaneceu à margem do universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou sujeito ao preconceito e a novos mecanismos de controle social. 19 - (UFF RJ/1993) Em várias partes da América as estruturas sócio- econômicas coloniais tiveram por base a escravidão negra. No século XIX, o avanço do capitalismo mundial e a difusão do liberalismo submeteram a escravidão a forte questionamento, levando-a à decadência e à extinção. A respeito dos abolicionismos emergentes em várias partes do mundo, pode-se afirmar que: a) nos países hispano-americanos, o abolicionismo foi a principal bandeira dos movimentos de independência nacional. b) a preocupação essencial dos movimentos abolicionistas na América era, além de extinguir a escravidão, combater os preconceitos raciais. c) nos Estados Unidos, o desfecho do abolicionismo foi traumático, pois somente se efetivou após a Guerra de Secessão (1861-1865) entre o norte capitalista e o sul escravocrata. d) no Brasil o processo foi lento, estimulado pela cessação do tráfico africano em 1850, e concluído em 1888 graças aos levantes urbanos irrompidos em várias províncias do império. e) no caso dos Estados Unidos e do Brasil, a Abolição recebeu apoio incondicional e decisivo da Inglaterra, interessada em abrir novos mercados para sua indústria nascente. 20 - (UFJF MG/1997) Do século XVI ao século XIX, o escravo é a mão-de-obra mais importante no Brasil, dominando as atividades produtivas tanto na cidade quanto no campo. Sobre a utilização do trabalho escravo no Brasil, marque a alternativa ERRADA: a) A opção pelo trabalho escravo africano, na maior parte do território brasileiro, explica-se, dentre outros, pela insuficiência crescente da disponibilidade de escravos indígenas, tendo em vista a catástrofe demográfica que dizimou quase totalmente esta população no decorrer do século XVI; b) As fugas e a formação de quilombos foram as principais formas de resistência dos negros ao processo de escravização, fazendo parte das relações entre senhores e escravos desde o início do século XVI; c) No final do século XVIII e início do XIX, tendo em vista a expansão das idéias liberais, a escravidão negra deixou de ser vista como algo natural; d) As pressões inglesas, no decorrer do século XIX, para que o Brasil extinguisse o tráfico africano de escravos, podem ser explicadas pelo fato de o açúcar produzidonas colônias inglesas das Antilhas ter seu preço elevado em virtude do fim do tráfico, decretado pela Inglaterra no início daquele século; e) O processo abolicionista, que atingiu seu auge na década de 80 do século passado, contou apenas com a participação dos setores médios urbanos, excluindo totalmente a ação direta de escravos. 21 - (UFJF MG/1999) No final do século XIX, o Brasil passou por inúmeras transformações econômicas, políticas, sociais e culturais, que podem ser estudadas sob a ótica da transição do escravismo ao capitalismo. Enquanto processo diferenciado regionalmente, esta transição possibilita uma análise sob variados aspectos. Assinale a opção que não se refere ao processo citado: a) No Rio de Janeiro ocorria uma lenta diminuição da produção de café, devido ao esgotamento das terras. A abolição da escravatura contribuiu de forma decisiva para o processo de desestruturação desta economia; b) Nos últimos anos de vigência do trabalho escravo, o Oeste Paulista estava no auge de sua produção cafeeira e já associava mão-de-obra cativa e imigrante. Portanto, a abolição da escravatura não 6 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 6 serviu de obstáculo ao desenvolvimento da cafeicultura; c) A grande entrada de estrangeiros no país abasteceu o campo com trabalhadores através de diversas formas de trabalho, tais como a parceria, a meação e o colonato. Já na cidade, os imigrantes constituíram a principal força de trabalho das indústrias; d) O Nordeste Brasileiro, ainda no auge de sua produção açucareira, sofreu os fortes impactos da abolição da escravatura, sendo obrigado a absorver grande leva de trabalhadores imigrantes. 22 - (UFJF MG/2000) Assinale abaixo o item que NÃO corresponde ao contexto das transformações sócio-políticas e econômicas processadas com o declínio do escravismo no Brasil: a) Criação de política imigratória com a finalidade primordial de substituição da mão-de-obra cativa no campo; b) Crescimento dos setores urbano e industrial no Sudeste, com a integração do imigrante ao mercado de trabalho; c) O mito da superioridade técnica do imigrante europeu relegou o trabalhador nacional a uma condição secundária na formação do mercado de trabalho industrial; d) Criação de uma política social voltada para integração do negro à sociedade brasileira. 23 - (UFJF MG/2001) No que diz respeito à abolição da escravatura, o Brasil passou por um lento processo de mudanças que culminou com a Lei Áurea, em 1888. Acerca desse processo, assinale a alternativa INCORRETA: a) A Lei do Ventre Livre, defendida majoritariamente por deputados das principais províncias cafeeiras, proporcionava a liberdade somente aos filhos dos escravos nascidos no Brasil. b) O movimento abolicionista cresceu nas zonas urbanas como também as pressões escravas, através de fugas e rebeliões. c) A Lei dos Sexagenários, que concedeu liberdade aos escravos com mais de 60 anos, teve um alcance pouco significativo, podendo ser avaliada como uma concessão para frear o movimento abolicionista. d) A lei Eusébio de Queirós, que extinguiu o tráfico negreiro, resultou, sobretudo, das pressões inglesas, da necessidade de expansão dos mercados consumidores e da preocupação com a defesa dos direitos humanos. 24 - (UFLA MG/2000) O processo de abolição da escravatura no Brasil se deu pela aprovação de dispositivos legais, elaborados ao longo do século XIX (leis abolicionistas). NUMERE a coluna 2 de acordo com a coluna um e indique a alternativa CORRETA: COLUNA 1 1. Lei Áurea 2. Lei dos Sexagenários 3. Lei do Ventre Livre 4. Lei Eusébio de Queiróz COLUNA 2 ( ) liberta os escravos sexagenários ( ) liberta os filhos de escravos ( ) liberta definitivamente os escravos ( ) extingue o tráfico negreiro a) 3, 2, 1, 4 b) 1, 2, 3, 4 c) 2, 3, 1, 4 d) 3, 1, 4, 2 e) 2, 3, 4, 1 25 - (UFMG/1996) Observe o cartoon. Assinale a alternativa que apresenta a interpretação correta desse cartoon. a) A abolição da escravidão e a implementação das leis trabalhistas representaram respostas positivas aos anseios dos trabalhadores. b) A Constituição de 1988 iniciou o movimento de contenção das demandas da classe trabalhadora. c) A intervenção do Estado nas relações de trabalho tem efeitos negativos para os trabalhadores. d) A livre negociação é um avanço no processo de liberalização econômica em curso no Brasil. 26 - (UFMG/1999) Considerando-se a questão do acesso à terra no período imperial, pode-se afirmar que a Lei de Terras de 1850 obrigava à: a) Concessão de terras cultiváveis aos imigrantes europeus, proprietários de escravos e de equipamentos agrícolas de produção. 7 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 7 b) Ocupação econômica das terras, concedidas de acordo com o número de escravos de seu proprietário, no prazo máximo de três anos. c) Aquisição, por compra, das terras devolutas e ao registro de todas as terras efetivamente ocupadas. d) Divisão de lotes entre pequenos agricultores visando à generalização da policultura. 27 - (UFMG/1999) Uma estratégia do conservadorismo político é o argumento da perversidade - "a tentativa de empurrar a sociedade em determinada direção fará com que ela, sim, se mova, mas na direção contrária" -, ou seja, toda mudança produzirá, por meio de uma cadeia de conseqüências não-intencionais, o exato oposto do objetivo proclamado e perseguido. Todas as alternativas contêm argumentos utilizados no debate sobre a abolição da escravatura no Brasil. Assinale a alternativa em que se reproduz o argumento da perversidade, ao afirmar-se que a abolição a) "Deixa expostos à miséria e à morte os inválidos, os enfermos, os velhos, os órfãos e crianças abandonadas da raça que se quer proteger, até hoje nas fazendas a cargo dos proprietários, que, hoje, arruinados e abandonados pelos trabalhadores válidos, não poderão manter aqueles infelizes, por maiores que sejam os impulsos de uma caridade, que é conhecida e admirada por todos os que freqüentam o interior do país". b) "É escusada para operar a transformação do trabalho e apressar as emancipações: estas se farão por iniciativa individual em um período muito curto. Estaria em mãos do governo mesmo precipitar por meios indiretos este fato auspicioso ..." c) "Ataca de frente, destrói e aniquila para sempre uma propriedade legal, garantida, como todo o direito de propriedade, pela lei fundamental do Império entre os direitos civis de cidadão brasileiro, que dela não poderia ser privado, senão mediante prévia indenização do seu valor". d) "Desorganiza o trabalho, dando aos operários uma condição nova, que exige novo regime agrícola [...]. Ficam, é certo, os trabalhadores atuais; mas a questão não é de número, nem de indivíduos, e sim de organização, da qual depende principalmente a efetividade do trabalho, e com ela a produção da riqueza nacional". 28 - (UFMG/2002) Considerando-se a população escrava negra no Brasil até o final do século XVIII, é CORRETO afirmar que houve: a) Crescimento vegetativo constante, devido à ausência de qualquer tipo de controle de natalidade junto à população escrava. b) Declínio progressivo da população negra alforriada, em razão da necessidade de se manter a mão-de- obra escrava. c) Equilíbrio entre os escravos do sexo feminino e masculino, com o objetivo de garantir o crescimento da população cativa. d) Necessidade de repor constantemente a mão-de- obraescrava com negros trazidos da África, para suprir uma forte demanda. 29 - (UFMG/2002) Leia este trecho de documento: Pela presente, por um de nós escrita e por ambos assinada, declaramos que, desejando comemorar por um ato digno da Religião de Cristo, o redentor, e de humanidade, o aniversário que hoje celebramos, e atendendo aos serviços que já tem nos prestado o pardo Sabino, nosso escravo, temos de comum acordo e de muita nossa livre e espontânea vontade, resolvido conferir ao mesmo, como conferimos, a sua liberdade, podendo conduzir-se como se de ventre livre fosse nascido: com a cláusula porém de continuar a servir- nos, ou a pessoa por qualquer de nós designada, ainda por espaço de cinco anos a partir desta data. Registro de uma carta de liberdade conferida, em 1866, pelo Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro e sua mulher ao pardo Sabino. Citado por CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.140. Com relação à conjuntura histórica em que foi abolida a escravidão e com base nas informações contidas nesse trecho, é CORRETO afirmar que: a) A extinção da escravidão se deu de forma abrupta, sendo que as elites abolicionistas optaram por uma estratégia radical de enfrentamento com a Coroa, o que causou grandes traumas sociais. b) As soluções encontradas para o problema da escravidão não escaparam ao controle político da Igreja Católica, que acabou impondo aos fiéis da elite uma teoria particular do abolicionismo. c) O debate sobre a abolição trouxe à tona as ambigüidades das atitudes políticas de uma parte da elite brasileira, que julgava o ato de emancipação uma benesse, pela qual o ex-escravo deveria pagar. d) Os problemas ligados à escravidão se atenuaram ao longo do século XIX, quando o crescimento das revoltas escravas suprimiu conflitos entre os negros e as elites rurais. 30 - (UFPE/2009) A luta contra a escravidão foi importante para a afirmação política dos grupos mais liberais do Brasil, dedicados ao fim das injustiças sociais, embora houvesse resistências claras de muitos políticos. A participação do escravo nessa luta: 8 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 8 a) foi de resistência, mas também de formação de grupos dispostos ao conflito mais violento. b) aconteceu apenas nas regiões onde a produção de açúcar prevalecia, devido à influência dos liberais mais radicais. c) começou com a formação dos quilombos no século XIX, em toda região de produção do açúcar. d) não foi significativa devido à forte repressão policial e política e à falta de decisão militar dos escravos, tomados por grande apatia. e) firmou-se na região açucareira, no interior de Pernambuco, consolidando-se também na região da pecuária. 31 - (UFMS/1999) Leia atentamente o texto abaixo. “Aos 41 anos, Isabel não lembrava em nada a menina que, transformada em herdeira da Coroa…, assumira o cargo pela primeira vez em 1871… Apesar disso, já na primeira regência Isabel assinaria a polêmica Lei do Ventre Livre.” (História do Brasil. 2ª ed. São Paulo, Publifolha/Zero Hora, 1997. p. 145). O texto citado refere-se aos episódios marcantes dos anos finais do Segundo Reinado no Brasil, sobre os quais é correto afirmar que: 01. Ao ocupar o trono, durante o afastamento de seu pai Pedro II para tratamento de saúde, Isabel assinou a Lei do Ventre Livre, garantindo às mulheres do Império o direito ao aborto. 02. Isabel assinou diversas leis polêmicas, sendo a principal delas a Lei Áurea, que aboliu, em 13 de maio de 1888, a escravidão no Brasil. 04. A Abolição da escravidão no Brasil correspondeu a um lento e gradativo processo que esbarrou na oposição dos militares favoráveis à permanência da estrutura escravista e do recrutamento obrigatório dos escravos para o Exército. 08. A Lei dos Sexagenários, também conhecida como Lei Eusébio de Queirós, tornou libertos todos os escravos com idade superior a 60 anos. 16. A abolição dos escravos, festejada como ato de generosidade da Princesa Regente, na ocasião representando o governo imperial, foi um dos fatores que colaborou para a queda do regime monárquico no Brasil poucos anos depois. 32 - (UEL PR/2001) Em 13 de maio de 1888 ocorreu a completa libertação dos escravos no Brasil. Sobre o tema, assinale a alternativa INCORRETA. a) Em 1888, a Província de São Paulo, por ter sua mão- de-obra basicamente na escravidão, perdeu 50% de sua safra cafeeira. b) Antes de 1888, a escravidão foi extinta totalmente, nas províncias de Ceará e do Amazonas. c) Contrariamente ao esperado, o policiamento e captura de navios negreiros pela Inglaterra, através do “Bill Aberdeen”, não diminuiu, mas aumentou o tráfico africano para o Brasil. d) A Lei do Ventre Livre, de 1871, sob um Gabinete Conservador, pretendia preservar a escravidão por mais de 2 décadas, pois o filho de escrava, era livre “de direito”, mas escravo “de fato”. e) O Governo de D. Pedro II era contrário à escravidão, tendo alforriado, muito antes de 1888, todos os escravos a serviços da Família Imperial. 33 - (UEPB/1999) O mais longo governo da história do Brasil (1840-1889), o Segundo Reinado, apresenta fases diferenciadas, mudanças e permanências, entre as quais pode-se citar: I. A implantação do Parlamentarismo, com base no modelo britânico modificado e o poder político nas mãos dos grandes proprietários de terras e escravos, sobretudo dos cafeicultores. II. A acentuação da dependência econômica à Inglaterra, a crise dos produtos agrícolas tradicionais, a ascensão do café, um relativo crescimento das atividades industriais e a transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado e de parceria. III. A eficácia das leis abolicionistas que promovem ex- escravos em homens livres, a transformação dos senhores de engenho do Nordeste em principal grupo dominante e a redução da classe média urbana. Assinale a alternativa correta. a) Apenas a proposição I está correta. b) Apenas as proposições I e II estão corretas. c) Apenas a proposição II está correta. d) Apenas as proposições I e III estão corretas. e) Todas as proposições estão corretas. 34 - (UEPB/2000) A história da escravidão no Brasil é marcada por forte resistência a este tipo de condição social, política, econômica e ideológica, imposta pela classe dominante. Os negros buscaram diversas formas de resistência. Dentre elas destaca-se a fuga e tentativa de criar em algumas localidades, afastadas e de difícil acesso, as mesmas condições em que viviam na África. Estes locais eram conhecidos como: a) Aldeamentos b) Quilombos c) Bandeiras d) Taperas e) Pelourinhos 35 - (UEPB/2002) A principal mazela do período colonial brasileiro, sem sombra de dúvida, foi a escravidão. Ao negro tudo era 9 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 9 negado, só lhe restava sucumbir ou resistir. A Principal forma de resistência era a fuga e a tentativa de recriar, em alguns lugares, as mesmas condições em que vivia na África. Estas localidades eram denominadas de Quilombos e tinham as seguintes características: a) Situavam-se em local de fácil acesso e próximos às fazendas para facilitar o intercâmbio com os grandes proprietários rurais contrários à escravidão. b) Além de serem introduzidas as crenças e costumes da África, os ex-escravos praticavam a agricultura para sua subsistência e tinham pequenas oficinas para fabricação de roupas e instrumentos de trabalho. Às vezes, se juntavam a outros quilombos para facilitar na defesa do território ocupado. c) Os habitantes dos quilombos, por terem sido escravos, renegavam o trabalhoe viviam exclusivamente do saque a pequenas e médias propriedades. d) Como não incomodavam às autoridades, os quilombos não eram atacados e o governo, assim como os grandes proprietários, fazia vista grossa a existência destas comunidades. e) Nos quilombos tudo era permitido, inclusive, adultério, deserção e homicídios. Foi isto que levou a desagregação deles. 36 - (UFPB/1996) Para a historiadora Emília Viotti da Costa, “...a Abolição não significou a destruição imediata da ordem tradicional. (...) O negro marcado pela herança da escravidão, despreparado para concorrer no mercado de trabalho e tendo de enfrentar toda sorte de preconceitos, permaneceu marginalizado”. Fonte: COSTA, Emília V. da. Da senzala à colonia.In: FERREIRA, Olavo Leonel. História do Brasil. São Paulo, Ática, 1995, p.267. A reflexão, contida no texto acima, refere-se à: a) Passagem do mercantilismo ao escravismo colonial português. b) Decadência do sistema escravista colonial brasileiro. c) Ascensão da economia da mineração e das lutas abolicionistas. d) Transição do regime monárquico para a República no Brasil. e) Substituição da formação colonial pela organização do Estado Nacional. 37 - (UFPB/1997) Sobre a sociedade brasileira no 2º Império, é correto afirmar: a) A divisão social existente não apontava uma oposição radical entre senhores e escravos, pois no Brasil sempre predominou a democracia racial e social. b) A estrutura social era integrada, também, por setores intermediários, que se opunham radicalmente à organização social vigente. c) A proibição do tráfico negreiro e a redução de escravos, em território brasileiro, acarretaram uma miscigenação e uma harmonia social e racial gradativa. d) A elite brasileira, embora apresentasse certos aspectos civilizados e modernos, mantinha um comportamento extremamente conservador. e) A europeização dos costumes e da cultura brasileira levou à aceitação pacífica da escravidão, elevando os setores intermediários da sociedade ao topo da pirâmide social. 38 - (UFPB/1998) A escravidão, inicialmente dos índios e posteriormente dos negros africanos, foi um fator decisivo para a implantação da grande lavoura canavieira no Brasil. Por isso, em plena Idade Moderna, de acordo com a mentalidade colonialista, justificava-se a escravidão com o(s) seguinte(s) argumento(s): I. Os índios eram criaturas bestiais, antropófagas, supersticiosas e desprovidas de razão e da fé cristã, portanto, sujeitos ao domínio civilizatório da Europa. II. A escravidão era imprescindível à formação do Brasil, pois os escravos eram os “pés” e as “mãos” dos senhores de engenho. III. Os africanos, descendentes de Caim e amaldiçoados por Deus, deveriam sofrer no Brasil, purgando seus pecados, como forma de alcançar a salvação. IV. O comércio de escravos e a propagação do cristianismo retiravam os africanos do estado de barbárie em que viviam, evitando que os mais fortes destruíssem os mais fracos em guerras tribais. Dentre as afirmativas apresentadas, são verdadeiras: a) apenas I, II, IV b) apenas II, III, IV c) apenas I, II, III d) I, II, III e IV e) apenas I, III, IV 39 - (PAS DF/2005) Leia a frase abaixo: “Vossa Alteza redimiu uma raça, mas perdeu o seu trono.” (atribuída ao Barão de Cotegipe, quando da aprovação da Lei Áurea) Um dos motivos que contribuíram para o fim do Império no Brasil e o advento da República foi, sem dúvida, a abolição da escravidão. Analise as sentenças seguintes conforme sejam V (verdadeiras) ou F (falsas), considerando aspectos da Queda da Monarquia e, a seguir, marque a alternativa CORRETA. 10 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 10 ( ) Com a abolição, o Império praticamente abandonou os interesses dos proprietários, base aliada da Monarquia. ( ) Os dezoito meses que separaram a Abolição da Proclamação da República foram suficientes para os republicanos armarem o golpe final contra o Império. ( ) O Visconde de Ouro Preto chefiou o último gabinete do Império, que tentou revitalizar a Monarquia decadente. ( ) Após o movimento abolicionista, Pedro II e a Princesa Isabel passaram a comandar o movimento republicano. a) V - F - V - F b) F - F - V - V c) F - V - F - V d) V - F - V - V e) V - V - V - F 40 - (UFU MG/2002) Reflita sobre as idéias apresentadas no fragmento abaixo. “A abolição da escravidão é uma necessidade da honra e da paz nacional. O escravo é na nossa sociedade uma vergonha e uma ameaça. (…) Concentrando em si nossa riqueza, a nossa pátria está em seus músculos.” PATROCÍNIO, José do. Gazeta da Tarde. Rio de Janeiro, 7/08/1882. IN: DEL PRIORE, Mary e outros. Documentos de História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997, p. 61. Sobre o movimento abolicionista no Brasil, é correto afirmar que: I– Com as chamadas leis abolicionistas – Lei do Ventre Livre e Lei dos Sexagenários – a aristocracia escravocrata procurava adiar a abolição definitiva da escravidão e diminuir a força do movimento abolicionista. II– Ao vincular a existência do escravo à idéia de “vergonha e ameaça” para a sociedade, discurso abolicionista refletia, tanto as ameaças de intervenções internacionais para por fim à escravidão, quanto o boicote que os produtos brasileiros sofriam no exterior. III– Os republicanos organizaram e lideraram o movimento abolicionista como uma estratégia de luta contra a monarquia, o que explica o abandono dos ex-escravos à própria sorte, após a Lei Áurea. IV– O movimento abolicionista somou-se aos atos de resistência dos escravos que, individual ou coletivamente, estavam desorganizando a produção e provocando o medo entre os senhores escravocratas, inviabilizando a continuidade do próprio regime de escravidão. Assinale a alternativa correta. a) Apenas II e III b) Apenas I e IV c) Apenas III e IV d) Apenas I e II 41 - (UFPB/2001) Leia as estrofes do poema A canção do africano. Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez p’ra não a escutar! “Minha terra é lá bem longe, Das barras de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem! .................................................. “Lá todos vivem felizes, Todos dançam no terreiro; A gente lá não se vende Como aqui, só por dinheiro”. .................................................. O escravo então foi deitar-se, Pois tinha de levantar-se Bem antes do sol nascer, E se tardasse coitado, Teria de ser surrado, Pois bastava escravo ser. E a cativa desgraçada Deita seu filho, calada, E põe-se triste a beijá-lo, Talvez temendo que o dono Não viesse, em meio ao sono, De seus braços arrancá-lo! (Castro Alves, Recife, 1863. In: GOMES, Eugênio (org.) Castro Alves: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976). As estrofes espelham a situação do africano, escravizado e exposto a uma nova realidade e condições de vida, diferentes daquelas a que estava habituado, restando-lhe poucas opções. Tendo como base de referência esse poema, analise as seguintes afirmações: I. A opção pela escravidão do africano deveu-se, principalmente, à possibilidade de ampliação do lucrativo comércio que se estabeleceu entre a 11 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 11 Colônia brasileira e a burguesia metropolitana portuguesa. II. Os africanos vinham para o Brasilem navios negreiros. Por se tratar de uma carga lucrativa, os traficantes tinham o maior cuidado em transportá- los, tomando medidas cautelares, no que dizia respeito à alimentação e higiene a fim de evitar a proliferação de doenças dentro das embarcações. III. A ordem geral imposta pelo proprietário era a obediência do escravo e, caso não fosse cumprida, ele era submetido a castigos corporais cruéis. A principal reação dos escravos era fugir em busca de liberdade e para se defenderem da perseguição formavam comunidades chamadas quilombos. Está(ão) correta(s) apenas: a) I e III. b) II e III. c) III. d) II. e) I. 42 - (UFPEL RS/2000) Observe a figura abaixo: Essa ilustração, publicada no Brasil, no século XIX, é alusiva à disputa dos partidos em torno da causa abolicionista. Os partidos representados são: a) o Republicano Federal e o Liberal. b) o Liberal e o Conservador. c) o Conservador e o Trabalhista Brasileiro. d) o Comunista Brasileiro e o de Representação Popular. e) a Ação Integralista Brasileira e a Ação Nacional Libertadora. 43 - (UFRN/1997) Assinale a alternativa que corresponde à interpretação mais aceita atualmente para a substituição do escravo indígena pelo africano: a) O escravo africano alcançava preço quatro vezes maior que o indígena no mercado colonial, constituindo-se uma maior vantagem para o produtor colonial. b) O tráfico negreiro assegurava altos rendimentos, favorecendo a acumulação primitiva de capital pela metrópole. c) A Igreja posicionou-se contrária ao regime de escravidão dos indígenas, por defender seu aldeamento em missões, cuja organização teocrático-coletivista lhe dava mais poder. d) Forte resistência tribal indígena à escravidão, de um lado, e, do outro, imediata adaptação dos africanos ao trabalho compulsório nesse regime. e) O índio era indolente para o trabalho agrícola, ao contrário do africano, já adaptado a esse tipo de trabalho, em regime de escravidão. 44 - (UFRN/1998) Analise as proposições abaixo e, em seguida, assinale a opção cuja seqüência numérica corresponde a afirmações corretas sobre o declínio e o fim da escravidão negra no Brasil. I) A extinção do tráfico de escravos representou um duro golpe à hegemonia dos senhores de engenho e dos barões do café, que se constituíam na camada dominante do Império. II) O declínio da escravidão no Brasil representou também o declínio da economia cafeeira, por ser o escravo a única mão-de-obra empregada nas fazendas de café. III) Com o fim da Guerra do Paraguai, a luta pela abolição da escravatura se colocou no centro dos debates políticos, motivando grandes mobilizações sociais. IV) A Lei Áurea contribuiu fundamentalmente para a queda do Império brasileiro. a) II, III e IV b) I, II e III c) I, III e IV d) I, II, III e IV 45 - (UFRN/2001) Leia este fragmento da Carta do Capitão-General da Capitania de Minas Gerais, Conde D. Pedro de Almeida, a Sua Majestade, datada de 20 de abril de 1719: Já dei conta a Vossa Majestade da soltura com que nestas Minas viviam os negros fugidos que nos Mocambos se atreviam a fazer todo gênero de insultos, sem receio de castigos. Falei também da possibilidade de fazerem ações semelhantes às dos Palmares, fiados na sua multidão e na meia confiança de seus senhores, que não só lhes fiavam todo o gênero de armas, mas lhes encobriam as suas insolências e delitos, mesmo os praticados contra seus próprios senhores. Recentemente, verificou-se a minha suspeita: os negros trataram de urdir uma sublevação geral, induzindo-se uns aos outros, por meio de emissários que andavam de 12 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 12 uma para outras paragens, fazendo esta negociação. Tinham ajustado que a primeira operação dela fosse na quinta-feira de Endoenças, porque, achando-se todos os homens brancos ocupados nas igrejas, tinham tempo para arrombar as casas deles e investir contra os brancos, degolando-os sem remissão alguma. Adaptado de GOULART, José A. Da fuga ao suicídio: aspectos da rebeldia dos escravos no Brasil. Rio de Janeiro: Conquista, 1972. p. 284. A partir da análise de vários documentos com esse teor, historiadores da atualidade afirmam que: a) Os funcionários coloniais não conseguiam manter os escravos sob controle, por isso os vendiam para outras localidades quando estes se rebelavam. b) As freqüentes agressões e revoltas dos escravos ocasionaram o aumento do número de alforrias ocorridas na capitania de Minas Gerais. c) As constantes lutas dos negros por sua liberdade tiveram importante papel no processo de abolição da escravatura no Brasil, oficializada com a Lei Áurea. d) Os donos de minas, amedrontados por causa do grande número de negros sublevados, optaram pela imigração de trabalhadores europeus. 46 - (UFRRJ/2001) Liberando escravos para o exército imperial Decreto no 3725-A, de 6 de novembro de 1866. “Hei por bem ordenar que, aos escravos da nação, que estiverem nas condições de servir no Exército, se dê, gratuitamente liberdade para se empregarem naquele serviço; e, sendo assim estenda-se o mesmo benefício às suas mulheres”. Zacarias de Góis e Vasconcelos, do meu Conselho, senador do Império, presidente do Conselho de Ministros, etc., assim o tenha entendido e faça executar. Palácio do Rio de Janeiro, aos seis de novembro de mil oitocentos e sessenta e seis, quadragésimo quinto da Independência e do Império. Com a rubrica de Sua Majestade o Imperador. Zacarias de Góis e Vasconcelos. A libertação dos “escravos da nação” em troca de sua participação no Exército Imperial dizia respeito, na época de sua decretação, a) Ao início do processo de libertação total dos escravos, promovida pelo Estado, em busca de uma modernização social de base capitalista. b) À liderança do Exército na luta pela libertação dos escravos, também manifestada na recusa ao cumprimento das ordens de busca e apreensão dos negros fugidos. c) À necessidade do Estado Imperial de conter as revoltas surgidas no período regencial com a ampliação do corpo regular do Exército. d) Ao desejo do Exército de transformar-se na principal força política da nação, tendo em vista uma futura proclamação da República. e) À participação brasileira na Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, buscando suprir a deficiência de quadros diante do poderoso inimigo (das dificuldades de recrutamento dos homens livres). 47 - (UFRRJ/2001) (...) Os escravos haviam durante dois séculos e meio lutado sozinhos. A partir da independência, sua luta foi secundada pelos ingleses. Mas o antiescravismo inglês jamais cogitou de mobilizar os próprios escravos ou, quando menos, apoiar-se neles para liquidar o sistema: semelhante solução seria de todo incompatível com a índole e os interesses do capitalismo inglês (...)”. FREITAS, Décio. O escravismo brasileiro. Porto Alegre , Mercado Aberto, 1982. p. 113. O texto acima nos convida a uma reflexão sobre a pressão inglesa na economia brasileira. a) Retire do texto um trecho que demonstre o interesse da Inglaterra na libertação dos escravos. b) Aponte um motivo pelo qual a Inglaterra não era favorável à industrialização brasileira no final do século XIX. 48 - (UFSE/2002) Analise as proposições abaixo. 00. As manifestações culturais da sociedade colonial brasileira estavam exclusivamente ligadas aos valores, hábitos e costumes da população negra e indígena. 11. Uma das produções culturais mais brilhantes do período colonial ocorreu na área da mineração, em razão do surgimento de uma sociedade mais urbanizada. 22. Marcas da culturaindígena nos costumes do povo brasileiro são quase imperceptíveis em razão do extermínio dos nativos, através da escravização, das guerras de conquista e das doenças transmitidas pelos homens brancos. 33. A cultura popular de origem africana como o batuque, o candomblé e a capoeira era muito prestigiada pela elite intelectual do período colonial. 44. A partir do século XVII, já se percebia o interesse de grande parte dos artistas brasileiros pelas manifestações culturais dos negros e dos indígenas. 49 - (UFSC/1999) “No dia 15 e 19 de maio, fugiram dois escravos do abaixo assinado, o primeiro de nome Manuel, preto criolo, pescoço grosso, estatura regular, olhos vivos, canelas finas e alguns sinais de chicote nas costas e nádegas antigos, com falta de cabelos no meio da cabeça e na testa, de uma brecha. – O segundo, de nome Matias, criolo, pardo, estatura regular, encorpado, falta de cabelo no meio da cabeça, ocasionado de andar vendendo água, e alguns sinais de chicote nas costas e 13 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 13 nádegas, vendia água adiante do açougue velho e fazia algumas bobagens pela rua para melhor vender água. Quem os capturar e entregar a seu dono, receberá boa gratificação, pedindo o abaixo assinado aos Srs. Delegado e subdelegado, recomendem aos guardas campestres a dita captura". Maranhão, 30 de maio de 1856. (José Joaquim Machado, Publicador Maranhense, 30/5/1856, anúncio) As informações do texto citado permitem afirmar que: 01. As descrições físicas dos escravos registradas no texto citado revelam que em 1856 os mesmos ainda eram considerados “peças” e eram tratados com se fossem objetos. 02. Detalhes físicos descritos pelo autor do anúncio confirmam a existência da violência física aplicada aos escravos negros. 04. A “boa gratificação” mencionada no texto citado justificava-se, pois número significativo de escravos fugiam para o Quilombo dos Palmares tornando dispendiosa a sua recuperação. 08. Com base no texto citado, os escravos do Maranhão, em 1856, além de exercerem funções próprias do meio rural, também exerciam atividades próprias do meio urbano. 50 - (EFOA MG/1999) Em 1997 o Brasil comemorou 150 anos de nascimento de Castro Alves, um poeta baiano, cujos versos simbolizam a luta pela liberdade e contra a escravidão. Com relação à escravidão e à estrutura social no Brasil, é INCORRETO afirmar que: a) Houve um processo gradual de abolição da escravidão a partir de 1850 com o fim do tráfico negreiro. b) A mão-de-obra escrava representava a base de sustentação da economia colonial e também do império. c) Havia um grande contingente de homens livres e pobres vivendo sob a dependência dos grandes senhores de terra. d) A abolição da escravidão em maio de 1888 foi precedida de uma ampla discussão na sociedade, bem como da adoção de medidas no sentido de incorporar os futuros libertos à estrutura econômica, social e política nacional. e) A abolição da escravidão foi precedida de medidas restringindo o acesso à terra e ao direito de voto. 51 - (UnB DF/1992) Sobre a escravidão no Brasil colônia, é correto afirmar- se que: 00. Os escravos, trabalhando diretamente na produção ou em serviços domésticos, constituíam a base de toda a estrutura social. 01. O escravo africano recebeu um tratamento menos violento que o dado ao escravo indígena, por ser mais dócil e ter aceitado passivamente a escravização. 02. A forma de organização do trabalho na região mineradora permitia ao escravo alguma possibilidade de conseguir a alforria. 03. O alto custo da mão-de-obra escrava, aumentando o custo dos produtos tropicais de exploração, impediu aos comerciantes metropolitanos a apropriação de elevadas taxas de lucros. 52 - (UnB DF/1994) Quanto à escravidão negra no Brasil, julgue os itens abaixo. 00. O tráfico negreiro foi formalmente suprimido, em 1831, após uma série de negociações, deixando evidente que o comércio de escravos, nesta época, vinha ao encontro dos interesses ingleses. 01. A manutenção do sistema escravista, em meados do século XIX, tornou elástica a oferta de mão-de- obra, provocando o deslocamento de escravos principalmente de áreas economicamente decadentes. 02. O jornal Correio Braziliense levantou-se como uma das vozes contrárias à escravidão. 03. A experiência pioneira com colônia de parceria, introduzida pelo senador Vergueiro na fazenda de Ibicada, em 1847, trouxe trabalhadores europeus que se adaptaram facilmente ao regime de trabalho e que substituíram totalmente a mão-de-obra escrava. 53 - (UnB DF/1995) Leia o texto que se segue. O senhor, que tem necessidade de se fazer compreender para dar ordens ao escravo, organiza-lhe os trabalhos e os dias; deseja também que ele compreenda os rudimentos da religião e aprenda a rezar. A sociedade escravista conta com o apoio da Igreja para ensinar a seus trabalhadores as virtudes da paciência e da humildade, a resignação e a submissão à ordem estabelecida. Káttia de Q. Mattoso, Ser escravo no Brasil. Julgue os itens seguintes. 00. Era costume, no Brasil colônia, que a Igreja concentrasse grandes esforços para a evangelização dos negros trazidos da África. Neste sentido, fazia-se questão de que compartilhassem a missa sentados lado a lado com os brancos, a fim de que assimilassem seus costumes e seu temor a Deus. 01. O sociólogo Gilberto Freyre, um dos principais intelectuais brasileiros, contribuiu com sua obra para dar uma imagem quase idílica da escravidão no Brasil. 02. O desenvolvimento da Colônia esteve intimamente associado ao tráfico negreiro, uma vez que, no início da colonização, a atividade dominante foi a 14 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 14 monocultura; o Brasil não dispunha de metais nobres nem de animais de tiro ou de criação. 03. Logo o Governo Geral tratou de incentivar a exploração do país. Como se tratava de empreendimento que exigia grande vulto de capital, coube à iniciativa particular definir as formas oportunas de instalar-se na Bahia de Todos os Santos, em 1549, e de lá estabelecer uma colonização progressiva para o Brasil, sem a intervenção do Governo. 54 - (UFMT/2001) No século XIX, a escravidão no Brasil foi denunciada pelos abolicionistas como uma instituição que degradava não apenas os negros escravos mas toda a sociedade imperial. A extinção da escravidão passou a ser objeto de uma intensa campanha. A respeito, julgue os itens. 00. A extinção do tráfico negreiro em 1850 demonstrou as limitações do regime escravocrata justamente no momento em que a demanda por mão-de-obra era crescente devido à expansão da lavoura cafeeira. 01. Ao adotar uma política emancipacionista gradual e progressiva, os fazendeiros escravocratas que sustentavam politicamente a monarquia garantiram a preservação de seus interesses. 02. A Lei do Ventre Livre (1871) garantiu a emancipação incondicional de todos os filhos de escravas, representando um golpe abolicionista sobre os interesses da elite dominante dividida em disputas partidárias. 03. Com a Abolição em 1888, os setores econômicos mais dinâmicos, por dependerem da mão-de-obra escrava, passaram por uma crise estrutural que perdurou até o reordenamento da produção com o trabalho assalariado. 55 - (UFMT/2002) Em relação à extinção do tráfico negreiro, aprovada pelo Império brasileiro em 1850, julgue os itens. 00. O fim do tráfico não comprometeu o sistema compulsório de mão-de-obra porque a taxa positiva de crescimento vegetativo da população escrava satisfez, em grande parte, a demanda. 01. A utilização da mão-de-obralivre nacional e a aquisição de escravos do Centro-Oeste decadente foram as soluções adotadas pela política imperial para a falta de braços na lavoura cafeeira. 02. A Lei de Terras, aprovada em 1850, determinou que as terras públicas passassem a ser vendidas e foi um mecanismo para dificultar o acesso à propriedade de terras por parte dos futuros imigrantes. 03. A reorientação de capitais antes utilizados na importação de escravos dinamizou a economia brasileira, dando origem a bancos, indústrias e empresas de navegação. 56 - (UFOP MG/1996) Leia atentamente o texto abaixo. "Pela presente, por um de nós escrita e por ambos assinada, declaramos que, desejando comemorar por um ato digno da Religião de Cristo, o redentor, e de humanidade, o aniversário que hoje celebramos, e atendendo aos serviços que já tem nos prestado o pardo Sabino, nosso escravo, temos de comum acordo e de muita nossa livre e espontânea vontade, resolvido conferir ao mesmo, como conferimos, a sua liberdade, podendo conduzir-se como se de ventre livre fosce nascido: com a cláusula porém de continuar a servir- nos, ou a pessoa por qualquer de nós designada, ainda por espaço de cinco anos a partir desta data." (Registro de uma carta de liberdade conferida em 1866 pelo Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro e sua mulher ao pardo Sabino. Citado por Sidney Chalhoub. Visões de Liberdade. São Paulo: Comapnhia das Letras, 1990 p. 140.) Com relação ao contexto histórico do Brasil Imperial e a conjuntura em que foi abolida a escravidão, são corretas as afirmativas abaixo, exceto: a) O problema da escravidão agudizou-se ao longo do século XIX, sobretudo a partir d intensificação das revoltas escravas e da interrupção do tráfico legal, o que levou alguns proprietários a começarema pensar no problema da substituição daquele tipo de mão-de-obra. b) Durante o processo de extinção da escravidão, as elites imperiais optaram por uma estratégia gradualista, ou seja, extinguir aquela forma de exploração de mão-de-obra aos poucos e sem "traumas" econômicos ou sociais. c) Abolicionismo, tam como defendido por parte da elite urbana letrada, apresentava claros antagonismos, o que se expressa, por exemplo, em concepções como as referidas no texto de 1866 citado acima, que procura justificar a libertação segundos os mesmos princípios cristãos que durante séculos legitimaram a escravidão no Brasil. d) Durante o período Imperial houve uma intensa discussão acerca do problema da mão-de-obra no Brasil. Não obstante os esforços retóricos de uns poucos, a solução encontrada acabou por discriminar o ex-escavo no mercado de trabalho em favor de trabalhadores brancos vindos do exterior. e) Movimentos de contestação armada ao poder imperial, tais como, a Farroupilha, a Rebelião Praieira ou a Cabanagem tinham em comum, uns em maior, outros em menor grau, a crítica à centralização do poder e o pendor ao abolicionismo. 57 - (UFOP MG/1996) Leia atentamente o texto abaixo. “Pela presente, por um de nós escrita e por ambos assinada, declaramos que, desejando comemorar por um ato digno de religião de Cristo, o redentor, e de 15 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 15 humanidade, o aniversário que hoje celebramos, e atendendo aos serviços que já tem nos prestado o pardo sabino, nosso escravo, temos de comum acordo e de muita nossa livre e espontânea vontade, resolvido conferir ao mesmo, como conferimos, a sua liberdade, podendo conduzir-se como se de ventre fosse nascido: com a cláusula porém de continuar a servir-nos, ou a pessoa por qualquer de nós designada, ainda por espaço de cinco anos a partir desta data.” (Registro de uma carta de liberdade conferida em 1866 pelo Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro e sua mulher ao pardo Sabino. Citado por Sidney C]halhouub. Visões da Liberdade, São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 140.) Com relação ao contexto histórico do Brasil Imperial e a conjuntura que foi abolida a escravidão, são corretas as afirmativas abaixo, exceto: a) O problema da escravidão agudizou-se ao longo do século XIX, sobretudo a partir da intensificação das revoltas escravas e da interrupção do tráfico legal, o que levou alguns proprietários a começarem a pensar no problema da substituição daquele tipo de mão-de-obra. b) Durante o processo de extinção da escravidão, as elites imperiais optaram por uma estratégia gradualista, ou seja, extinguir aquela forma de exportação de mão-de-obra aos poucos e sem “traumas” econômicos ou sociais. c) O abolicionismo, tal como defendido por parte da elite letrada, apresentava claros antagonismos, o que se expressa, por exemplo, em concepções como as referidas no texto de 1866 citado acima, que procura justificar a libertação segundo os mesmos princípios cristãos que durante séculos legitimaram a escravidão no Brasil. d) Durante o período Imperial houve uma intensa discussão acerca do problema da mão-de-obra no Brasil. Não obstante os esforços retóricos de uns poucos, a solução encontrada acabou por discriminar o ex-escravo no mercado de trabalho em favor de trabalhadores brancos vindos do exterior. e) Movimento de contestação armada ao poder imperial, tais como a Farroupilha, a Rebelião Praieira ou a Cabanagem tinham em comum, uns em maior, outros em menor grau, a crítica à centralização do poder e o pendor ao abolicionismo. 58 - (UNIFESP SP/2002) Sobre os quilombos, é correto afirmar que: a) Desapareceram depois da terrível repressão que se abateu sobre Palmares no final do século XVII. b) Sobreviveram a todas as repressões, porque sempre contaram com ajuda externa dos pobres livres. c) Formaram-se em grande número, pequenos e grandes, durante toda a história da escravidão brasileira. d) Foram tolerados pelas autoridades porque, ao se isolarem em lugares inacessíveis, não ameaçavam a sociedade. e) Ficaram confinados às zonas produtoras de açúcar, tabaco e cacau do Nordeste, durante o período colo-nial. 59 - (UNIFICADO RJ/1995) As Leis Abolicionistas, a partir de 1850, podem ser consideradas como o nível político da crise geral da escravidão no Brasil, porque: a) A Lei Euzébio de Queiroz (1850) proibiu o tráfico quando a necessidade de escravos já era declinante, face à crise da lavoura. b) O sucesso das experiências de parceria acelerou a emancipação dos escravos, crescendo um mercado de mão-de-obra livre no país. c) A Lei do Ventre Livre (1871) representou uma vitória expressiva do movimento abolicionista, tornando irreversível o fim da escravidão. d) As sucessivas leis emancipacionistas foram paralelas à progressiva substituição do trabalho escravo por homens livres. e) A Lei Áurea, iniciativa da própria Coroa, visava a garantir a estabilidade e o apoio dos setores rurais ao Império. 60 - (UNIUBE MG/2002) A respeito do processo de transição da escravidão ao trabalho livre no Brasil, é correto afirmar que: a) Em todo o Brasil, a opção pelo imigrante europeu, em detrimento de asiáticos ou de trabalhadores brasileiros, explica-se apenas pela alta produtividade de italianos, espanhóis e alemães conhecedores das modernas técnicas de produção. b) A “solução imigrantista” foi o modelo adotado pela província de São Paulo, não podendo ser generalizado para todo o Brasil, pois em outras regiões, como Minas e Rio de Janeiro, a transição para o trabalho assalariado baseou-se em trabalhadores locais brasileiros. c) Como eram mais modernos e adeptos do trabalho livre assalariado, os cafeicultores paulistas recusaram-se a atualizar escravos em suas fazendas, obrigando o governo imperial a acelerar o processo de abolição de escravidãono Brasil. d) Com a abolição da escravidão em 1888, o pagamento do salário integralmente em dinheiro generalizou-se rapidamente em todas as atividades econômicas do país, pondo fim ao sistema de parceria, ao colonato e às coações extra- econômicas sofridas por peões e agregados rurais. 61 - (UNESP SP/2001) Consulte os dados da tabela e responda. Escravos importados da África para o Brasil. 16 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 16 ANO Nº DE ESCRAVOS IMPORTADOS 1849 54.000 1850 23.000 1851 3.000 1852 700 Fonte: Caio Prado Júnior. História econômica do Brasil. a) A que se deve a diminuição do número de escravos a partir de 1850? b) Dê uma conseqüência da diminuição da importação de escravos. 62 - (UNIUBE MG/2001) A respeito do processo de transição da escravidão ao trabalho livre no Brasil, é correto afirmar que: a) Em todo o Brasil, a opção pelo imigrante europeu, em detrimento de asiáticos ou de trabalhadores brasileiros, explica-se apenas pela alta produtividade de italianos, espanhóis e alemães conhecedores das modernas técnicas de produção. b) A “solução imigrantista” foi o modelo adotado pela província de São Paulo, não podendo ser generalizado para todo o Brasil, pois em outras regiões, como Minas e Rio de Janeiro, a transição para o trabalho assalariado baseou-se em trabalhadores locais brasileiros. c) Como eram mais modernos e adeptos do trabalho livre assalariado, os cafeicultores paulistas recusaram-se a atualizar escravos em suas fazendas, obrigando o governo imperial a acelerar o processo de abolição de escravidão no Brasil. d) Com a abolição da escravidão em 1888, o pagamento do salário integralmente em dinheiro generalizou-se rapidamente em todas as atividades econômicas do país, pondo fim ao sistema de parceria, ao colonato e às coações extra- econômicas sofridas por peões e agregados rurais. 63 - (UPE/2000) O açúcar e o ouro foram duas riquezas básicas do Brasil- Colônia sustentadas pela mão-de-obra escrava, o que contribuiu para a existência de uma sociedade hierarquizada e patriarcal. Considerando o enunciado desta questão, é correto afirmar que: a) A escravidão conseguiu livrar Portugal de prejuízos maiores, pois era impossível usar qualquer tipo de mão- de-obra livre, devido à incapacidade técnica dos índios e a escassez de colonos portugueses; b) Os escravos do açúcar tinham melhores condições de vida, pois contavam com a simpatia dos seus senhores; c) A sociedade escravista colonial deixou uma memória que ainda marca a história recente com seus preconceitos e violência; d) A análise de Gilberto Freyre mostra que a escravidão não deve ser criticada, valorizando alguns dos seus aspectos e discordando de outros historiadores que a criticam e a condenam; e) Além de favorecer a produção do açúcar e do ouro, a mão-de-obra escrava foi fundamental para a pecuária e para a organização das entradas e bandeiras. 64 - (UFG GO/1996) “Fatalidade atroz que a mente esmaga! Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu na vaga, Como um íris no pélago profundo!… …Mas é infâmia de mais… Da etérea plaga Levantai-os, heróis do Novo Mundo… Andrada! Arranca este pendão dos ares! Colombo! fecha a porta de teus mares!” (Castro Alves. Poesias Completas. Rio de Janeiro: Ediouro. P.138.) A estrofe selecionada do poema “O navio negreiro” revela a indignação do poeta contra o tráfico de escravos. Sobre essa desumana atividade comercial, pode-se afirmar que: 01. O tráfico de escravos, organizado sob a forma de atividade mercantil, foi uma atividade típica da formação do mundo moderno no chamado processo de acumulação de capital; 02. O tráfico de escravos foi uma atividade anti- capitalista, pois dificultava o livre desenvolvimento das forças produtivas na colônia nos séculos XVI e XVII; 04. A expressão fatalidade atroz, com qual o poeta referiu-se ao tráfico de escravos, indica uma relação necessária entre o tráfico e a economia brasileira carente de negros para o desenvolvimento das chamadas plantations; 08. Ao conclamar os heróis do Novo Mundo a lutar contra a escravidão, Castro Alves lembrou o nome dos Andradas, pois, como se sabe, José Bonifácio foi uma das primeiras vozes da elite política, no século passado, a condenar a escravidão; 16. A extinção do tráfico no Brasil, em 1850, desorganizou a economia brasileira, na medida em que acelerou o processo de fuga dos escravos que, organizados em Quilombos, constituíram grave ameaça à ordem política vigente. 65 - (UFG GO/1998) Abre-se a Segunda metade do século passado com um fato que se pode considerar o ponto de partida de toda nossa evolução posterior: é a abolição do tráfico de escravos em 1850. Nenhum outro acontecimento da nossa história teve talvez repercussão tão profunda. Por suas conseqüências, mediatas ou imediatas, ele se faz sentir até os últimos anos do Império. (PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução política do Brasil e outros estudos. São Paulo: Brasiliense, 1957, p.83.) 17 www.historiaemfoco.com.br Abolicionismo 17 É curioso que o fim do tráfico de escravos tenha tido tamanha repercussão na vida econômica e social do Brasil, na análise de Caio Prado. No entanto, a análise histórica deve ser mediada pelas especificidades regionais, ou seja, a rigor, essa observação de tamanha força abarca parte do imenso território brasileiro. Com base no exposto, analise a maneira pela qual o fim do tráfico afetou as seguintes regiões e estados mencionados abaixo: a) Sudeste; b) Nordeste; c) Goiás. 66 - (UFG GO/2000) “o abolicionismo é um protesto contra esta triste perspectiva, contra o expediente de entregar à morte a solução de um problema, que não é só de justiça e consciência moral, mas também de previdência política. Além disso, o nosso sistema está por demais estragado para poder sofrer impunemente a ação prolongada da escravidão.” Joaquim Nabuco, em seu livro O abolicionismo, define o sentido do debate sobre a escravidão no Brasil, em meados do século XIX. Sobre o abolicionismo no Brasil pode-se afirmar que: 01. A Campanha Abolicionista teve como fundamento a mobilização direta dos escravos que assumiram a direção do movimento. 02. A campanha voltou-se, não só, contra os proprietários de escravos, mas questionou o domínio da grande propriedade e da própria estrutura capitalista. 03. D. Pedro II, com base no Poder Moderador, criou obstáculos para barrar as medidas de proteção ao escravo. 04. Joaquim Nabuco percebe na Campanha um sentido de prevenção contra possíveis rebeliões e aponta para as conseqüências negativas das relações escravistas em nossa sociedade. 67 - (UFG GO/2001) (...) Sejamos francos: o tráfico, no Brasil, prendia-se a interesses, ou para melhor dizer, a presumidos interesses dos nossos agricultores; e num país em que a agricultura tem tamanha força, era natural que a opinião pública se manifestasse em favor do tráfico: a opinião pública que tamanha influência tem, não só nos governos representativos, como até nas monarquias absolutas. O que há para admirar em que nós todos, amigos ou inimigos do tráfico, nos curvássemos a essa necessidade? O texto acima é parte de um discurso de Eusébio de Queiroz, calorosamente aplaudido na Câmara, que encaminhou a lei antitráfico, em 1850. Acerca do debate sobre o fim do tráfico, pode-se afirmar que: 01. o tráfico de escravos permaneceu como prática corrente, defendida pelos agricultores com a conivência do Estado brasileiro, apesar
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