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Atividade Fenomenologia Juridica

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UEMG - Unidade Diamantina
Curso de Direito
Fenomenologia Jurídica
Atividade avaliativa
07 de setembro de 2019
Geraldo de Assis Junior
Sebastião Aparecido Lourenço
1- Como a fenomenologia nos ajuda a descrever o mundo de uma forma originaria?
A atitude fenomenológica consiste em uma atitude reflexiva e analítica, a partir da qual se busca fundamentalmente elucidar, determinar e distinguir o sentido íntimo das coisas, a coisa em sua "doação originária", tal como se mostra à consciência. Trata-se de descrevê-la enquanto objeto de pensamento. Analisar o seu sentido atualizado no ato de pensar, explicitando intuitivamente as significações que se encontram ali virtualmente implicadas em cogitos inatuais, bem como os seus diferentes modos de aparecimento na própria consciência intencional. Explorar a riqueza deste universo de significações que a coisa – enquanto um cogitatum – nos revela no ato intencional é o que é próprio da atitude fenomenológica, enquanto um "discernimento reflexivo" levado a cabo com rigor. A especificidade de tal atitude faz da fenomenologia a "ciência clarificadora" por excelência. Já o método fenomenológico será, por sua vez, um método de evidenciação plena dos fenômenos. Também será, para Husserl, o método especificamente filosófico, cuja estratégia maior consiste, para o alcance de um grau máximo de evidência, no exercício da suspensão de juízo em relação à posição de existência das coisas. Tal exercício viabiliza, assim, a chamada "redução fenomenológica" e, com ela, a recuperação das coisas em sua pura significação, tal como se revelam (ou se mostram), enquanto objetos de pensamento, na consciência intencional.
O ponto de partida de Husserl é o que ele próprio definiu como sendo a "Tese do Mundo", isto é, a tese segundo a qual o que chamamos de "mundo" encontra-se aí, diante de nós, tudo isto que, da maneira a mais imediata e direta, nos é revelado através da experiência sensível: as coisas situadas em uma dimensão espaço-temporal, cada uma das quais com as suas propriedades, relações, etc. Trata-se do mundo que nos cerca, constituído de entes mundanos, frente aos quais podemos tomar atitudes variadas, quer nos ocupemos com eles quer não. Vivenciamos, portanto, a todo instante, a chamada "Tese do Mundo". Mas, se além da vivência dessa tese, fazemos uso da mesma, passamos, então, a exercer o que Husserl chamou de "atitude natural”, atitude por meio da qual atribuo a mim um corpo em meio a outros corpos e me insiro no mundo através da experiência sensível, ““... num mundo de coisas que se estende ‘perante o meu olhar' no espaço e no tempo. Descubro-me a mim mesmo como “ser-no-mundo”. (Tourinho, 2012)
2- O que significa dizer que a consciência é intencional?
Compreender a "intencionalidade" dos fenômenos mentais é amplamente considerado como um problema-chave na filosofia da mente. Franz Brentano (junto com seus alunos, especialmente Edmund Husserl) é amplamente creditado por trazer intencionalidade à atenção dos filósofos. No tratamento precoce da escola Brentano, a intencionalidade é pelo menos nominalmente entendida como executada, provocada ou alcançada em atos mentais. E no início do século XX, os historiadores da psicologia consideravam essa "concepção de ato" da intencionalidade como essencial para a compreensão do fenômeno. No entanto, a literatura secundária sobre Brentano e Husserl não fornece esclarecimentos sobre atos mentais como atos e, na filosofia contemporânea, não temos uma explicação viável do que isso poderia significar para a intencionalidade surgir através de atos mentais. A principal dificuldade é que “ato” é amplamente considerado sinônimo de “ação pessoal volitiva”. Como nós, como agentes humanos, certamente não provocamos intencionalmente grande parte de nossa própria vida mental, e uma vez que (nas análises padrão) toda essa vontade pressupõe intencionalidade, é um mistério descobrir o que poderia ter sido a concepção do ato de intencionalidade. Esta dissertação é uma explicação sistemática do conceito de ato histórico de intencionalidade. Parte I examina Brentano. Mostro que seu trabalho inicial sobre a psicologia de Aristóteles fornece recursos para pensar coerentemente sobre muitos fenômenos mentais como atos, mesmo que não sejam ações pessoais. No entanto, também mostro que a psicologia madura de Brentano não é aristotélica, pelo menos na medida em que não (e não pode) implantar uma concepção aristotélica de atos mentais. A parte II examina Husserl. Mostro que a fenomenologia transcendental madura de Husserl trabalha com uma concepção robusta e de várias camadas de atos mentais, e que entender a intencionalidade como ativa é essencial para o ponto de vista fenomenológico. Além disso, argumento que a concepção de Husserl de atos mentais pode ser vista como uma visão neo-aristotélica transcendentalizada. Os resultados serão de especial interesse para os historiadores da filosofia, mas também terão um significado muito mais amplo. A visão de Husserl nos fornece um modelo do que pode ser chamado de "enativismo internalista". Qualquer visão nesse sentido representa uma nova posição que não foi articulada (ou mesmo considerada) nos debates contemporâneos. (Sheredos, 2016)
3- As intenções vazias existem? Por quê?
A partir de um dos tópicos capitais da fenomenologia, a saber, o da intencionalidade da consciência, que segue o bem conhecido mote de que ‘toda consciência é consciência de algo’, podem-se distinguir dois modos de acordo com os quais um objeto é visado: em intenções vazias ou ‘cheias’ (‘preenchidas na linguagem husserliana). De acordo com Sokolowski cada espécie de objeto apresenta uma maneira particular de ser visado em sua ausência (intenções vazias) ou de ser dado intuitivamente (em intenções preenchidas). São relevantes para a presente investigação os chamados atos ou intenções objetivantes, isto é, que se referem de alguma forma a um objeto. Esta classe de vivências, por sua vez, divide-se, primariamente, entre significativas e intuitivas. As intenções significativas se manifestam em expressões linguísticas, e são portadoras de um sentido ideal (que não se confunde ou reduz a nenhum elemento contido nas ocorrências fáticas do ato de exprimir), por meio do qual são visados objetos (ou, num sentido mais amplo, e numa linguagem tipicamente husserliana, ‘objetividades’) (HUSSERL, 2012, p. 34-47). Os atos que remetem significativamente a uma dada objetividade são sempre vazios (HUSSERL, 1985, p. 60), ou seja, o modo como representam seus objetos não contém nada que dê algo destes ‘em carne e osso. A distinção crucial é entre visar o objeto com base em signos ou expressões, que são um visar vazio, e visá- -lo diretamente, seja em sua presença ou por meio de uma imagem. Essa diferença se reflete no fato de que nós dizemos “este é Napoleão”, de modo à identificá- -lo, seja porque nós estamos olhando para ele, seu retrato ou estátua, ou imaginando-o em nossas mentes; mas não podemos dizer isso a respeito de seu nome ou de qualquer das palavras usadas para falar sobre ele. Ele não está lá, de maneira alguma em uma intenção signitiva, embora seja apresentado ou representado nas outras. (Vieira, 2015)
4- A identidade de um objeto da consciência é construída por uma multiplicidade?
A identidade, como identidade de papéis ou identidade do eu, não é mais fundada e estabilizada através de arranjos socioestruturais. Concepções pós-modernas de identidade enfocam a abertura da formação de identidade por toda vida e compreendem a pessoa como produto da pluralidade de suas escolhas fáticas realizadas. Essa é uma descrição a partir da perspectiva exterior. Baseado em dados empíricos, mostra-se, no entanto, que as pessoas mesmas definem a relevância identitária das características próprias, das escolhas feitas anteriormente e das mudanças pessoais. Elas asseguram sua identidade através do autocomprometimento com valores que lhe são importantes. Para muitos, suas convicções morais lhes são importantes. O comprometimento com valores,o qual corresponde à moral autônoma universal moderna, permite a estabilização a longo prazo de uma identidade baseada na fidelidade a princípios.
Na modernidade, um tempo que se caracteriza por mudanças velozes, a identidade pode ser fundada através da adesão voluntária a valores. Apesar da multiplicidade normativa, convicções morais se prestam especialmente para isso, Identidade é um conceito duplamente reflexivo: X permanece igual a si mesmo. O teste da identidade requer uma definição identificadora de objeto: ‘Quem ou o que é X?’ Essa questão permite duas respostas diferentes: Por um lado trata-se da distinção individual de exemplares específicos através da menção de nomes próprios, por exemplo: ‘Esse é Alfons Müller/o primeiro violino Stradivari’, ou se trata de características únicas como, por exemplo, coordenadas exatas de espaço e tempo e características individuais inconfundíveis (por exemplo: história de vida, dados de fabricação ou impressões digitais, especificidades materiais únicas). (Nunner-Winkler, 2011)
5-Disserte sobre os seguintes temas: consciência, fenomenologia, idealidade, realidade, subjetividade, e objetividade.
CONSCIENCIA:
A palavra ”consciência” vem do latim conscientia: conhecimento de algo partilhado com alguém.
O termo “consciência” tem, em português, pelo menos dois sentidos, descoberta ou reconhecimento de algo, quer de algo exterior, como um objeto, uma realidade, uma situação etc., quer de algo interior, como as modificações sofridas pelo próprio eu, conhecimento do bem e do mal. 
O primeiro sentido de consciência pode desdobrar-se noutros sentidos: o psicológico, o epistemológico e o metafísico. Em sentido psicológico, a consciência é a percepção do eu por si mesmo, este é o conceito mais conhecido. Em sentido epistemológico, a consciência é primeiramente o sujeito do conhecimento. Em termos metafísicos, chamamos muitas vezes à consciência o Eu.
A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, autoconsciência e a capacidade de perceber a relação entre si e o outro.
Alguns filósofos dividem consciência em:
1. Consciência fenomenal, que é a experiência propriamente dita, é o estado de estar ciente, assim como dizemos "estou ciente" e consciente de algo, tal como quando dizemos "estou ciente destas palavras".
2. Consciência de acesso, que é o processamento das coisas que vivenciamos durante a experiência.
Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte. (Camargo, s.d.)
 FENOMENOLOGIA
A fenomenologia dá origem à filosofia contemporânea, sendo uma corrente que segue até hoje como tendência importante, fundada por Edmund Husserl, que apresentou uma proposta inovadora na relação entre sujeito e objeto, ao dizer que a consciência é nada se não for a consciência de alguma coisa, transpondo assim, a ideia de doutrina, por renovar o pensamento buscando sua compreensão totalmente radical, reconstruindo assim, a postura e finalidade da filosofia que é interrogar, propondo o dinamismo, indo de encontro a tudo aquilo que foi esperado. É importante sabermos que, apesar de Jean Paul Sartre ter sido continuador da fenomenologia, não teve nenhuma espécie de discípulo de Husserl, tendo como principal apoio, seus próprios pensamentos na originalidade e apreensão abrangente do tema abordado. É preciso que saibamos que o ponto de partida na filosofia, é a relação entre sujeito e objeto, para chegar ao conhecimento.
Hoje, podemos resumir em três vertentes: a realista (conhecimento inato), a idealismo (conhecimento pelas experiências) e a terceira que seria uma proposta de "junção das duas primeiras", a filosofia de Kant. Dentro desta terceira proposta, temos certa conformidade de acreditar estar tudo "correto", todavia devemos considerar a relatividade do conhecimento, pois este é estruturado por meio do sujeito, com mecanismo lógico presente na mente, ou seja, o conhecimento se constitui de forma relativa para cada sujeito, pois está intimamente ligado ao sujeito, o que Kant denominou fenômeno. Logo, a realidade como ela parece para nós, e não como ela é em si mesma, já que aparecem por estruturas lógicas do conhecimento, por elementos transcendentais. A partir temos, então, uma correlação entre sujeito e objeto, pois não temos objeto que não seja comprometido com o sujeito, assim concluímos que o sujeito é apenas uma consciência que apreende o fenômeno (realidade que ele constitui), o objeto é o fenômeno apreendido pela consciência.
O ponto crítico de risco visto por Husserl está exatamente neste ponto, onde apreender o objeto seria a assimilação pelo sujeito, daí temos o desaparecimento do objeto ou incorporação total pelo sujeito, assim as coisas acabariam perdendo sua autonomia nesse processo de apreensão, neste cenário temos a constituição da proposta de Husserl em cima do lema que lançou e acabou sendo o lema da fenomenologia: "é necessário voltar às coisas mesmas". É preciso purificar a relação entre objeto e sujeito, ou seja, não fazer essa relação ser uma competição entre consciência e as coisas, para ver quem prevalece, pois isso resulta em algo negativo, então precisamos encontrar uma relação mais equilibrada. (COSTA, s.d.)
IDEALIDADE
Idealidade é uma categoria vinculada inseparavelmente da representação da cultura humana, atividade da vida humana é intencional e, portanto, inclui a atividade do cérebro humano, consciência e vontade. Isso é axiomático e Marx, quando contrastando sua posição em relação ao “ideal” à visão de Hegel, “Idealidade” é, realmente, conectada necessariamente com a consciência e a vontade, mas não da forma que o velho materialismo, pré-marxista, descreve esta conexão. Não é a idealidade que é um “aspecto” ou “forma de manifestação” da esfera consciência-vontade, mas, ao contrário, o caráter consciência-vontade da mentalidade humana é uma forma de manifestação, um “aspecto” ou manifestação mental do plano ideal  de relacionamentos entre homem e natureza.
Idealidade é uma característica das coisas, não como são determinadas pela natureza, mas como é determinada pelo trabalho, a atividade transformadora e criadora de formas do homem social, sua atividade sensorialmente objetiva, intencional. (Araujo, 1977)
REALIDADE
O termo realidade se refere a uma circunstância externa à percepção humana e que é independente dela. A realidade representa todos os fenômenos do universo cujas leis estão fora de alcance da vontade do homem. Assim, compete ao homem conhecer as leis e compreendê-las para ter algum tipo de influência na realidade. Ela existe de alguma maneira determinada e pode ser básica em algum ponto, mas também pode servir de debate na história da filosofia e da ciência. De fato, sempre foi necessário estabelecer um limite entre o real e a percepção dos sentidos para fins da ciência. Desta forma, podemos observar as várias controvérsias do passado.
Desde a antiguidade, os gregos questionavam a existência dos objetos e seu grau de participação. Na verdade, uma das primeiras expressões pode ser observada por Platão. Assim, através da apresentação de Sócrates dialogando com diversos antagonistas, podemos dispor de um resumo de sua filosofia através da alegoria da caverna. Nela podemos conhecer a realidade por meio dos sentidos, da mesma maneira que as sombras projetadas na parede de uma caverna são difíceis de explicar seus verdadeiros fenômenos. Então, a realidade da filosofia socrática está além dos sentidos e é percebida através de uma manifestação limitada desta realidade suprassensível.
Como provado, há muito tempo atrás a realidade é apresentada como algo problemático. Assim, para Parmênides, era impossível que o mundo fosse real, uma vez que existia uma contradição ente 
a permanênciae a mudança. Na verdade, a questão a ser resolvida era a pergunta sobre como era possível uma mudança e uma unidade ao mesmo tempo; por exemplo, como pode uma pessoa mudar constantemente e ser ela mesma? Este tipo de questionamento levantou uma dúvida na possibilidade de estabelecer um tipo de circunstância real e também se estendeu a outros filósofos, como no caso do Idealismo.
Hoje em dia, é plenamente aceitável que exista um conjunto de fenômenos independentes do homem e que constituam a realidade. No entanto, continua a polêmica sobre os avanços da capacidade humana para conhecer estes fenômenos. (https://conceitos.com, 2018)
SUBJETIVIDADE
Subjetividade é entendida como aquilo que diz respeito ao indivíduo, ao psiquismo ou a sua formação, ou seja, algo que é interno, numa relação dialética com a objetividade, que se refere ao que é externo. É compreendida como processo e resultado, algo que é amplo e que constitui a singularidade de cada pessoa. A ideia de que a subjetividade é algo, mas sem definir claramente o que vem a ser esse algo.
O fenômeno psicológico da subjetividade deve ser entendido como construção no nível individual do mundo simbólico que é social. O fenômeno deve ser concebido como algo que se constituiu na relação com o mundo material e social, mundo este que só existe pela atividade humana. Subjetividade e objetividade se constituem uma à outra sem se confundirem, subjetividade é a categoria-chave para a compreensão do psiquismo, definindo-a como um sistema complexo capaz de expressar através dos sentidos subjetivos a diversidade de aspectos objetivos da vida social que concorrem em sua formação.
A subjetividade representa um macroconceito orientado à compreensão da psique como sistema complexo, que de forma simultânea se apresenta como processo e como organização. O macroconceito representa realidades que aparecem de múltiplas formas, que em suas próprias dinâmicas modificam sua autorganização, o que conduz de forma permanente a uma tensão entre os processos gerados pelo sistema e suas formas de autorganização, as quais estão comprometidas de forma permanente com todos os processos do sistema. A subjetividade coloca a definição da psique num nível histórico-cultural, no qual as funções psíquicas são entendidas como processos permanentes de 
significação e sentidos. O tema da subjetividade nos conduz a colocar o indivíduo e a sociedade numa relação indivisível, em que ambos aparecem como momentos da subjetividade social e da subjetividade individual.
Subjetividade refere-se ao processo pelo qual algo se torna constitutivo e pertencente no indivíduo; ocorrendo de tal forma que esse pertencimento se torna único, singular. (Silva, 2009)
OBJETIVIDADE
Segundo a epistemologia, o conceito de objetividade caracteriza a validade ou não de um conhecimento ou de uma representação relativa a um objeto. Isso equivale dizer que temos como saber se um conhecimento científico é real ou não, bem como, se é verdadeiro o que se conclui a respeito da realidade. É claro que isso depende, por um lado, do conceito do objeto alvo da atenção e, por outro, das regras normativas próprias da especialidade científica de que estamos tratando. Daí, ser possível, sem sombra de dúvidas, concluir-se que, do ponto de vista epistemológico, a objetividade não é sinônimo de verdade, mas sim algo que nos leva a ter confiança na qualidade dos conhecimentosrepresentações obtidos. É certo, também, que a objetividade não traduz um compromisso de fidelidade ao objeto ou à realidade. É preciso, portanto, levar-se em conta certo cuidado ao considerar o uso do termo objetividade para significar qualquer coisa externa à nossa consciência, pois as regras normativas que permitem distinguir o que é objetivo do que não é são bem definidas, em cada contexto, em termos de paradigmas, pelos membros de cada comunidade científica especializada no assunto.
Invocando novamente o filósofo Immanuel Kant, agora no campo da Ciência, para ele a objetividade é algo que tem validade universal e ela não depende de crenças e religiões, nem da cultura, época ou lugar em que está sendo praticada, e, ainda, que esse conceito se opõe à doutrina do relativismo.
Portanto, no campo científico, objetividade é a propriedade que têm as teorias científicas de estabelecerem afirmações inequívocas que podem ser testadas independentemente dos cientistas que as propuseram. Ela está diretamente relacionada ao atributo dos experimentos científicos de que deve ser possível reproduzi-los. Para ser considerada objetiva, uma teoria, hipótese, asserção ou proposição deve ser passível de ser transmitida de uma pessoa para outra, demonstrável por e para terceiros, bem como, representar um avanço no entendimento do mundo real ou utilidade no nosso cotidiano. (Caruso, 2018)
6- Como é possível aplicar a tese fenomenológica da intencionalidade no Direito?
A teoria dos atos de fala, inicialmente com Austin, depois na proposta de Searle, avança para mostrar que, em uma argumentação real, o aspecto subjetivo da intencionalidade impressa em cada manifestação de fala, aliado ao contexto objetivo do ambiente comunicacional, é determinante para a eficácia dos argumentos, se em uma comunicação todo argumento possui uma intenção que é determinante no significado do próprio argumento, a noção de ponto ilocucionário como o propósito determinante que possibilita a classificação dos atos de fala, também cabe ao magistrado, estar atento ao caráter determinante da intencionalidade, que não se reduz a termo e pode fazer toda a diferença entre a situação concreta em que um depoimento é prestado e sua transcrição na ata de audiência. Ou seja, se não for suficientemente clara e com palavras adequadas, a transcrição muito mais servirá para encobrir os significados pertinentes daquilo que foi dito do que para esclarecer a situação que se deslinda no processo.
Enfim, ao nos lembrar que não só o texto aliado ao contexto, mas também a força ilocucionária (intencional) impressa nos atos de fala é determinante do sentido, abrem inúmeros campos de análise do discurso jurídico e de suas aplicações práticas, em especial no desenvolvimento processual. (Marrafon, 2015)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Nunner-Winkler, Gertrud Formação da identidade em tempos de mudanças velozes e multiplicidade normativa Educação, vol. 34, núm. 1, enero-abril, 2011, pp. 56-64 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil, disponível em https://www.redalyc.org/pdf/848/84818591008.pdf
Orson Camargo Colaborador Brasil Escola, disponível em : https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/consciencia-moral-liberdade-humana.htm ,
<Acesso em 07/09/2019, 15:39>
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/fenomenologia/35144
<Acesso em 07/09/2019, 15:49>
https://www.marxists.org/portugues/ilyenkov/1977/mes/conceito.htm
<acesso em 07/09/2019, 16:28>
https://conceitos.com/realidade/# 
<acesso em 07/09/2019, 16:57>
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752009000100010
<acesso em 07/09/2019, 17:21>
https://arazao.org/subjetividade-e-objetividade/
<acesso em 07/09/2019, 17:45>
https://www.conjur.com.br/2015-jul-20/constituicao-poder-argumentacao-juridica-eficaz-depende-intencionalidade-atos
<acesso em 18/09/2019, 18:50>
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/8224/5975
<acesso em 07/09/2019, 21:15>
https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=pt-BR&prev=search&rurl=translate.google.com&sl=en&sp=nmt4&u=https://philpapers.org/rec/SHEAAI-11&xid=17259,15700022,15700186,15700191,15700256,15700259,15700262,15700265&usg=ALkJrhh5P2QrAjzefSkKD1RZLxPOaIKBKg
<acesso em 07/09/2019, 21:42>

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