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FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 1 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 2 O mundo dos negócios não deveria se dissociar da academia e vice-versa. Desde a Administração Científica de Taylor até os dias de hoje, o mundo empresarial tem buscado suporte nas Ciências Exatas para resolver seus inúmeros problemas. O domínio de conceitos matemáticos, que abrange fenômenos tanto determinísticos quanto probabilísticos, vem-se evidenciando como competência básica para o profissional bem-sucedido. Pensando nesse contexto, esta disciplina introduz noções de Matemática Financeira e de Estatística Aplicada, que são essenciais para entender conceitos afins a essas áreas e solucionar problemas. O conteúdo está distribuído de modo uniforme: metade abordará o primeiro tema e a outra metade, o segundo, mas não é necessário entender aquele antes deste. Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 1. Explicar conceitos fundamentais da Matemática Financeira; 2. Definir noções básicas de Estatística Aplicada. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 3 Introdução Você bem sabe que os empreendimentos, os negócios, as empresas, o governo, as pessoas, enfim, todos nós – querendo ou não – estamos inseridos em um sistema que regula as relações de troca com base em dinheiro. Nesse contexto, é muito importante entendermos as regras que regem o sistema financeiro e como ocorre o processo de transformação do valor ao longo do tempo. O domínio dessas normas pode ajudar um agente decisor na escolha do melhor caminho a ser trilhado no desenvolvimento de algum negócio. Afinal, a sobrevivência de um empreendimento está associada, muitas vezes, à habilidade de decisão do gerente, de forma oportuna e com base em estudos de viabilidade econômica. No núcleo de tudo isso, estão os conceitos de juros e taxa de juros – essenciais a este estudo. Nesta aula, portanto, daremos ênfase a tais noções. Objetivo: 1. Explicar noções básicas de juros simples e compostos; 2. Definir os conceitos de taxas de juros efetivas e nominais. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 4 Conteúdo Noções de Matemática Financeira Para darmos início a esta disciplina, vamos conhecer, primeiro, alguns conceitos básicos e os principais fundamentos que norteiam o estudo da Matemática Financeira. Comecemos pelo valor do dinheiro no tempo e pelos juros: elementos interligados e essenciais ao desenvolvimento do estudo dessa área do conhecimento. Vejamos o vídeo a seguir: Percebeu que quando você pede emprestado a alguém, por determinado período, algum bem ou dinheiro, é natural que lhe pague, ao fim desse prazo, alguma compensação financeira além do valor emprestado? Essa compensação pode ser: • Um aluguel – no caso de um bem; • Os juros – no caso de dinheiro. Termos utilizados na análise das situações Na análise das situações como a apresentada anteriormente, em que desejamos avaliar o dinheiro no tempo, é conveniente utilizarmos alguns termos. São eles: Principal Também chamado de capital inicial ou, simplesmente, capital. Trata-se do valor emprestado em alguma transação financeira. Remuneração do capital Definição atribuída aos juros. Os estudos dos mecanismos que regem sua formação e sua incorporação ao capital constituem a base principal da Matemática Financeira. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 5 Montante Soma dos juros com o capital em determinado período. Outro termo bastante utilizado é a capitalização. Vejamos o que o mesmo significa e suas ramificações: Capitalização Incorporação dos juros ao capital. Período de capitalização Intervalo de tempo decorrente entre cada capitalização. Sistemas ou regimes de capitalização: Juros simples Juros calculados sobre o capital inicial que se incorporam a ele ao fim de cada período de capitalização. Juros compostos Juros calculados sobre o montante do período anterior, que se incorporam ao capital ao fim de cada período de capitalização. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 6 Atenção A seguir, entenderemos melhor todos esses conceitos! Juros: remuneração do capital Você sabe como os juros são fixados e como podemos obter seu valor em um período, em unidade monetárias? Vejamos: Taxa percentual e unidade de tempo Os juros são fixados por meio de uma taxa percentual que sempre se refere a uma unidade de tempo. Por exemplo: • 10% ao ano (a.a.); • 5% ao semestre (a.s.); • 2% ao mês (a.m.) etc. Valor por período Quando desejamos obter o valor dos juros de um período, em unidades monetárias, aplicamos a taxa de juros sobre o capital, conforme o exemplo a seguir: Capital aplicado -> R$ 100,00 Taxa de juros -> 6% a.a. Valor de juros ao final de um ano -> 6% x R$ 100,00 = (6/100) x 100,00 = R$ 6,00 Montante: valor do dinheiro no tempo Vejamos, a seguir, uma cena do filme O Auto da Compadecida: FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 7 Na cena que acabamos de assistir, os personagens Chicó, Rosinha e João Grilo armaram um plano para utilizar o dinheiro que havia sido deixado para Rosinha, pela sua vó, como herança. Entretanto, eles não contavam com o fato de que a unidade monetária daquele momento era diferente da unidade do tempo da avó de Rosinha, ou seja, o dinheiro não possuía mais valor algum. A partir do que vimos na cena e considerando o conceito de juros da Matemática Financeira a que nos referimos anteriormente, podemos perceber que hoje, 100 unidades monetárias NÃO SÃO iguais a 100 unidades monetárias em qualquer outra data! Vamos analisar, então, uma aplicação de capital na data de hoje: Capital aplicado -> R$ 100,00 Taxa de juros -> 6% a.a. Rendimento -> R$ 6,00 Montante gerado ao final de um ano -> R$ 106,00 De acordo com a ideia de que o valor do dinheiro muda ao longo do tempo, valores de datas diferentes são grandezas que só podem ser comparadas esomadas algebricamente após sua movimentação para uma mesma data, com a respectiva aplicação de uma taxa de juros. Portanto, ao planejar o escopo de determinado projeto, um gerente estabelece, por exemplo, um cronograma físico-financeiro que leva em conta a progressão do capital ao longo do tempo, considerando como premissa determinada taxa de juros para fazer suas projeções. Juros simples No regime de capitalização a juros simples, a compensação financeira, ou seja, os juros são diretamente proporcionais: FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 8 Ao valor do capital emprestado (C), dentro de um período – dia, mês, ano, semestre etc. À quantidade de períodos em que esse valor fica emprestado. Nesse regime, apenas o capital inicial – o principal – rende juros. Não se somam os juros do período ao capital para o cálculo de novos juros nos períodos seguintes. Em outros termos, os juros não são capitalizados e, consequentemente, não rendem novos juros. Exemplo Para fixarmos o conceito que vimos anteriormente, vamos analisar o exemplo a seguir? Crescimento de R$ 1.000,00 a juros simples de 6% a.a. Saldo do início do ano Um investimento de R$ 1.000,00 (mil unidades monetárias) é feito em um banco, no prazo de dois anos, com uma taxa de juros de 6% a.a., no regime de juros simples. Juros do ano O objetivo é obter o valor do saldo desse investimento no final de cada um dos dois anos da operação. Sendo assim, temos: Crescimento de R$ 1.000,00 a juros simples de 6% a.a. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 9 Saldo no final do ano Observando a evolução do dinheiro no tempo, podemos constatar que o crescimento do capital é linear, ou seja, os juros de cada ano são os mesmos. Fórmula de juros simples Uma vez que entendemos que, nos juros simples, o crescimento do capital ocorre de forma linear, de acordo com determinada taxa proporcional, podemos estabelecer uma fórmula que forneça um montante a partir de um capital inicial. Vejamos: Agora, considere a taxa percentual i = r/100. Nesse caso, temos a seguinte fórmula equivalente: Onde: j A letra representa os juros produzidos. C0 Essa variável representa o capital emprestado. r/100 Taxa de juros. n Número de meses. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 10 Diante das fórmulas citadas anteriormente, você consegue dizer quais são as fórmulas derivadas que explicitam cada uma das variáveis que vimos? Simples! C0 i n Juros no período Voltemos para o exemplo numérico apresentado. Utilizando as fórmulas anteriores, concluímos que os juros nesse período são: A soma do capital com os juros produzidos em determinado período é denominada Montante (Cn), ou seja: FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 11 Considerando o regime de juros simples, no qual j = C x i x n, temos: Portanto, nesse regime, obtemos os valores listados a seguir pelas expressões matemáticas correspondentes: Montante Capital período n Taxa i FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 12 Atenção As fórmulas apresentadas valem para qualquer período, mas é necessário expressar a taxa r e o período n na mesma unidade de tempo. Juros compostos A capitalização composta ocorre quando os juros são capitalizados e passam a render novos juros. Sendo assim, os juros de cada período são calculados sobre o saldo existente no início do respectivo período, e não apenas sobre o capital inicial – principal – aplicado. Para fixarmos esse conceito, vamos analisar um exemplo? Um investimento de R$ 1.000,00 é feito em um banco, no prazo de dois anos, com uma taxa de juros de 6% a.a., no regime de juros compostos. O objetivo é obter o valor do saldo desse investimento no final de cada um dos dois anos da operação. Sendo assim, temos: FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 13 Considerando os exemplos numéricos das aplicações nos regimes de juros, é possível observar que o dinheiro cresce mais rapidamente a juros compostos do que a juros simples. Além disso, no regime de juros compostos, cada valor é obtido a partir do anterior pela multiplicação de uma razão constante igual a: 1,06 (1,00 + 6%). Fórmula de juros compostos Agora que já entendemos a regra que orienta o regime de juros compostos – por meio do qual a taxa é aplicada sempre no período anterior –, podemos obter uma expressão matemática que forneça o montante a partir de determinado capital inicial em função da taxa e do período. Considere, então, as seguintes informações: Cn Montante ao fim de n períodos de capitalização no regime de juros compostos. C0 Capital no período em que ocorreu o empréstimo. i Taxa de juros. Jn juros do período n. O montante C1 relativo ao primeiro período de capitalização é calculado da seguinte forma: C0 + J1. Isso equivale a aplicar a taxa i de juros simples durante um período ao capital C0. Sendo assim, temos: FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 14 Esse mesmo raciocínio pode ser aplicado em períodos sucessivos, ou seja: Logo, ao fim de n períodos, o montante Cn pode ser dado pela seguinte fórmula: É possível, também, obter a expressão que fornece o capital inicial em função do montante Cn, da taxa i e do período n. Revendo conceitos Após a definição das noções de montante e capital nos regimes de juros simples e compostos, que lhe permitiu familiarizar-se com notações alternativas utilizadas em bibliografias da Matemática Financeira, vamos conhecer outras acepções dos mesmos conceitos dentro da área. Você lembra das equações de juros simples e compostos que vimos anteriormente? Vejamos, agora, as formas alternativas como essas equações podem ser apresentadas: Note que, nessas equações, podemos substituir o conceito Montante (Cn) por Valor Futuro (VF) ou Future Value (FV)! Podemos substituir, também, o Capital, principal ou capital inicial (C0) = Valor Presente (VP) ou Present Value (PV)! Equivalência entre taxa de juros As informações financeiras que constam em contratos ou, até mesmo, na mídia são fornecidas fazendo referência à taxa de juros que nem sempre utilizam como referência um mesmo período. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 15 Para comparar e subsidiar uma decisão, em muitos casos, é necessário calcular a equivalência entre taxas em períodos diferentes, o que dá origem às taxas equivalentes. Essa abordagem é pertinente quando tratamos do regime de juros compostos. Tomemos, então, o exemplo da tabela a seguir: Observe que a aplicação por três meses, à taxa de 10% a.m., proporciona um rendimento igual a 33,1% a.t. – aplicada por um trimestre. Em outros termos, um mesmo montante pode ser obtido a partir de um capital inicial e de taxas distintas com períodos-base diferentes. Períodos de capitalização e tomado para análise Alguns problemas são apresentados com período de capitalização da taxa de juros diferente do período tomado para análise. Um exemplo seria obter o saldo de um empréstimo de R$ 1.000,00 por seis meses, considerando os juros de 46,41% ao quadrimestre. Uma das possíveissoluções é transformar a taxa quadrimestral em uma taxa mensal equivalente e aplicar a expressão matemática de juros compostos. Extrato Valor do empréstimo: R$ 1.000,00 Período: 6 meses Juros ao quadrimestre: 46,41% FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 16 Vamos avaliar, então, um capital (VP) que evoluiu em quatro meses (VF): Podemos interpretar essa evolução a partir das seguintes taxas: Portanto, a expressão matemática genérica para a obtenção da equivalência é: onde: n = número de períodos de capitalização da taxa im de período-base m. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 17 m = número de períodos de capitalização da taxa in de período-base n. No problema exemplificado, o período-base pode ser o quadrimestre, e a aplicação da expressão anterior resulta em: Logo, o saldo do empréstimo de R$ 1.000,00 por seis meses, considerando os juros de 46,41% ao quadrimestre, é: FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 18 Atividade proposta 1 Agora que você já sabe calcular a equivalência entre taxa de juros, vamos fazer uns exercícios! a) Uma taxa de 10% ao mês equivale a que percentagem ao quadrimestre (a.q.)? b) Uma taxa de 50% ao semestre equivale a que percentagem ao mês (a.m.)? Chaves de resposta: Taxas nominais e efetivas Você sabe o que são taxas nominais e efetivas e onde elas são aplicáveis? Vejamos: Taxas nominais O uso da expressão taxa nominal é aplicável no regime de juros compostos. Um exemplo seria considerar uma taxa de juros de 15% a.a., capitalizados mensalmente. Nesse caso, podemos observar que a taxa é anual, mas a capitalização é mensal. Listamos, aqui, algumas taxas nominais: • 12% ao semestre com capitalização bimestral; • 14% ao quadrimestre com capitalização trimestral; FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 19 • 25% ao ano com capitalização semestral. Esse é o caso dos rendimentos da caderneta de poupança. Costuma-se informar que a poupança rende 6% a.a. mas também é usual ouvir que rende 0,5% a.m. Portanto, podemos expressar a taxa da caderneta de poupança em termos anuais da seguinte forma: 6% a.a. com capitalização mensal. Nesse contexto, as taxas devem ser divididas pelo número de períodos de capitalização (6% ÷ 12 = 0,5%), como se fossem taxas proporcionais de juros simples, apesar de serem capitalizadas por juros compostos. Taxas efetivas Já estamos cientes de que a utilização do termo nominal está associada a taxas de juros compostos como uma forma aproximada que simula um comportamento proporcional de juros simples. Em função disso, muitas vezes, é necessário saber mensurar o valor efetivo de determinada transação financeira, até porque muitos fatores o mascaram. Um deles é expressar a taxa praticada com referência nominal. Nesse caso, o custo efetivo será maior do que o expresso nominalmente. Um exemplo seria calcular o custo efetivo anual de uma taxa de 36% a.a. com capitalização mensal. Com esse período de capitalização, precisamos dividir a taxa anual por 12, a fim de calcular quanto ela representa em termos mensais. Sendo assim, temos: 36% / 12 = 3% a.m. Logo, podemos obter o custo efetivo anual por meio do cálculo da taxa equivalente, ou seja: (1 + i)1 = (1,03)12 (1 + i) = 1,425761 i = 1,425761 - 1 i = 0,425761 ou 42,5761% a.a. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 20 Vamos aplicar o conhecimento que acabamos de adquirir através de um exemplo? Suponhamos que uma aplicação de R$ 10.000,00 tenha sido feita à taxa de 36 % a.a., capitalizada mensalmente. Vamos, agora, calcular o montante obtido no final do ano. A taxa de 36% a.a. é nominal, pois seu período anual é diferente do período de capitalização mensal. Logo, considerando a relação entre as unidades de tempo dessas taxas, a taxa efetiva da operação é proporcional à taxa dada. Em outros termos, como 1 ano = 12 meses, então, a taxa efetiva i será dada por: Portanto, o montante VF será obtido por: VF = 10.000 × (1 + 0,03)12 = 10.000 × 1,42576 = R$ 14.257,60 Atividade proposta 2 Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! Determinada empresa precisa de recursos por 12 meses. Ao pesquisar o mercado financeiro para resolver essa questão, a organização encontrou três alternativas de empréstimo que parecem ser atraentes. São elas: 1ª – taxa de juros nominal de 24% a.a. com capitalização semestral; 2ª – taxa de juros efetiva de 24% a.a.; 3ª – taxa de juros nominal de 24% a.a. com capitalização mensal. Com base no que estudamos ao longo desta aula, classifique, nesse contexto, as alternativas apresentadas da melhor para a pior. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 21 Chave de resposta Para fins de comparação, a análise das alternativas requer uma mesma referência. No caso, podemos calcular as respectivas taxas efetivas anuais das primeira e tereceira alternativas, e compará-las com a segunda. Inicialmente, para a primeira alternativa, é necessário calcular a taxa efetiva semestral associada ao investimento da seguinte forma: 𝒊𝟔 = 𝟎,𝟐𝟒 𝟐 = 𝟎, 𝟏𝟐 a.s. Utilizando (𝟏 + 𝒊𝒎) 𝒏 = (𝟏 + 𝒊𝒏) 𝒎, temos: (𝟏 + 𝒊𝟔) 𝟏𝟐 = (𝟏 + 𝒊𝟏𝟐) 𝟔 Logo: (𝟏 + 𝒊𝟏𝟐) 𝟔 = (𝟏 + 𝟎, 𝟏𝟐)𝟏𝟐 𝟏 + 𝒊𝟏𝟐 = (𝟏, 𝟏𝟐) 𝟐 = 1,2544 i12 = 0,2544 ou 25,44% a.a. Para a terceira alternativa, precisamos calcular a taxa efetiva mensal associada ao investimento da seguinte forma: 𝒊𝟏 = 𝟎,𝟐𝟒 𝟏𝟐 = 𝟎, 𝟎𝟐 a.m. Utilizando (𝟏 + 𝒊𝒎) 𝒏 = (𝟏 + 𝒊𝒏) 𝒎, temos: (𝟏 + 𝒊𝟏) 𝟏𝟐 = (𝟏 + 𝒊𝟏𝟐) 𝟏 FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 22 Logo: (𝟏 + 𝒊𝟏𝟐) 𝟏 = (𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟐)𝟏𝟐 𝟏 + 𝒊𝟏𝟐 = (𝟏, 𝟎𝟐) 𝟏𝟐 = 1,268242 i12 = 0,268242 ou 26,8242% a.a. Comparando as taxas efetivas anuais, percebemos que, para pagar menos juros, a empresa deve adotar como prioridade a segunda alternativa, seguida da primeira e, por último, a terceira. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 23 Aprenda Mais Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, sugerimos a seguinte leitura: PUCCINI, A. L. Matemática Financeira objetiva e aplicada. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. cap. 2-6. Referências FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2007. LEITE, M. S. Diversidade e saberes no ensino superior, 2005. PIMENTA, S. G.; ANASTASIOU, L. G. C. Do ensinar à Ensinagem. In: Docência no Ensino Superior, vol. I. São Paulo: Cortez, 2002. p. 201 a 243. RIBEIRO, M. L. O Ensino Universitário: um olhar sobre as representações de estudantes de Licenciatura, 2008. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 24 Exercícios de fixação Questão 1 Um empresário resolveu aplicar R$ 10.000,00 em um banco que remunera seus depósitos a uma taxa de 4% a.t., no regime de juros simples. Qual o montante que poderá ser retirado pelo empresário no final do 9º trimestre? a) R$ 14.233,12 b) R$ 13.600,00 c) R$ 12.400,00 d) R$ 12.233,12 e) R$ 13.400,00 Questão 2 Um empresário resolveu aplicar R$ 10.000,00 em um banco que remunera seus depósitos a uma taxa de 4% a.t., no regime de juroscompostos. Qual o montante que poderá ser retirado pelo empresário no final do 9º trimestre? a) R$ 14.233,12 b) R$ 13.600,00 c) R$ 12.400,00 d) R$ 12.233,12 e) R$ 13.400,00 FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 25 Questão 3 Você precisa tomar um empréstimo de um ano a uma taxa de juros capitalizada anualmente. Logo, o melhor sistema de capitalização é o: a) Simples – dependendo do valor. b) Tanto faz – para taxas iguais. c) Composto – para taxas iguais. d) Simples – para taxas iguais. e) Composto – dependendo do valor. Questão 4 Você aplica uma quantia de 100.000,00 reais no prazo de cinco meses e tem como remuneração desse capital a quantia de R$ 11.240,00. Qual é a taxa de juros simples ao mês dessa operação? a) 2,50% b) 3,75% c) 2,25% d) 3,15% e) 2,15% Questão 5 Admitindo uma taxa de 8% a.m. em regime de juros compostos, em quantos meses um investimento duplicará? a) 3 b) 5 FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 26 c) 8 d) 9 e) 12 Questão 6 Em uma análise de investimentos, foi utilizada uma taxa nominal de 10% a.a. com capitalização trimestral. Nesse caso, qual é a taxa efetiva mensal equivalente? a) 0,182% a.m. b) 0,28105% a.m. c) 0,6361% a.m. d) 0,8265% a.m. e) 0,94033% a.m. Questão 7 Um investidor lhe pediu ajuda para calcular o montante acumulado no final de dois anos, em uma aplicação de R$ 10.000,00 à taxa de 12% a.a. com capitalização mensal. O montante a ser informado é: a) R$ 11.375,47 b) R$ 12.697,35 c) R$ 13.362,34 d) R$ 12.514,58 e) R$ 13.269,77 FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 27 Questão 8 Uma empresa precisa avaliar a rentabilidade de um investimento, determinando o montante acumulado no final de quatro anos. Se o capital investido foi R$ 100.000,00, no regime de juros compostos, qual é o montante, considerando uma taxa de 6,134% a.s.? a) R$ 154.018,40 b) R$ 148.225,00 c) R$ 158.386,90 d) R$ 153.496,50 e) R$ 161.003,80 Questão 9 A fim de auxiliar um gerente de projeto, você foi consultado para calcular a taxa efetiva anual equivalente a uma taxa nominal de 9% a.a. com período de capitalização semestral. Sua resposta foi: a) 9,2025% a.a. b) 8,2810% a.a. c) 8,6361% a.a. d) 7,8265% a.a. e) 9,9403% a.a. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 28 Questão 10 Um empresário obtém um financiamento de 18.000,00 reais, sem entrada, para pagamento em uma única prestação, daqui a quatro meses, por R$ 20.350,00. Qual é a taxa anual de juros dessa operação, considerando que o regime de capitalização é composto? a) 38,2525% a.a. b) 43,2810% a.a. c) 44,5026% a.a. d) 39,8865% a.a. e) 42,9403% a.a. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 29 Future Value (FV): Denominação utilizada na calculadora HP 12-c. Capitalização composta: Também chamada de capitalização com juros compostos. Trata-se do regime de capitalização pelo qual os juros estipulados em cada período são somados ao capital anterior para render juros no período seguinte. Taxa nominal: Taxa de juros cuja unidade de referência dos períodos não coincide com o período de capitalização. Taxas equivalentes: Aquelas que são fornecidas em tempos distintos e produzem um mesmo montante ao final de determinado prazo. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 30 Aula 1 Exercícios de fixação Questão 1 - B Justificativa: A fórmula que regula a progressão do capital no regime de juros simples é: VF=VP1+i×n Nesse caso, temos: VP=10.000,00 i=0,04 n=9 Logo: VF=10.000,001+0,04×9 = R$13.600,00 Questão 2 - A Justificativa: A fórmula que regula a progressão do capital no regime de juros compostos é: VF=VP1+in Nesse caso, temos: VP=10.000,00 i=0,04 n=9 Logo: VF=10.000,001+0,049 = R$14.233,12 Questão 3 - B Justificativa: Como o prazo do empréstimo é de um ano, temos: n=1 Aplicação → VF=VP1+i×n ou VF=VP1+in Logo: VF=VP1+i FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 31 Questão 4 - C Justificativa: A taxa de juros simples é: i=Cn-C0C0×n ou i=VF-VPVP×n=11.240,00100.000,00×5=0,0225 Questão 5 - D Justificativa: Considere as seguintes informações dadas: VF=2 VP VF=VP1+in Sendo assim, temos: 2VP=VP1+0,08n ou 1+0,08n=2 Essa equação pode ser resolvida, por exemplo, aplicando-se logaritmo na base 10: log1,08n=log 2 ou n.log 1,08 = log 2 Logo: n=log 2log 1,08=9 Questão 6 - D Justificativa: Inicialmente, é necessário calcular a taxa efetiva trimestral associada ao investimento da seguinte forma: i3=0,14=0,025 a.t. Utilizando 1+imn=1+imm, temos: 1+i13=1+i31 Logo: 1+i13=1+0,0251=1,025 1+i3=1,0253=1,008265 i3=0,008265 ou 0,8265% a.m. FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 32 Questão 7 - B Justificativa: Inicialmente, é necessário calcular a taxa efetiva mensal associada ao investimento da seguinte forma: i1=0,1212=0,01 a.m. Ao final de dois anos, temos: n=24 Logo: VF=10.000,001+0,0124=R$12.697,35 Questão 8 - E Justificativa: Para a determinação do montante, basta adequar o número de períodos ao período-base da taxa, ou seja: n = 4 anos = 8 semestres. Sendo assim, temos: VF=10.000,001+0,061348=R$161.003,80 Questão 9 – A Justificativa: Inicialmente, é necessário calcular a taxa efetiva semestral associada ao investimento da seguinte forma: i6==0,092=0,045 a.s. Utilizando 1+imn=1+inm, temos: 1+i612=1+i126 Logo: 1+i126=1+0,04512 1+i12=1,0452=1,092025 i12=0,092025 ou 9,2025% a.a. Questão 10 - C Justificativa: Considere as seguintes informações dadas: VP=R$18.000,00 VF=R$20.350,00 FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 33 Utilizando VF=VP1+in, temos: 20.350,00=18.000,001+i4 Logo: 1+i1=20.25018.000=1,0311534 Como: 1+i121=1+i112=1,03115312=1,445026 Então: i12=1,445026-1=0,445026 ou 44,5026% ao ano FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 34 Beniamin Achilles Bondarczuk é Doutor em Engenharia de Produção pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ), Mestre em Engenharia de Sistemas e Computação e Graduado em Engenharia Mecânica e de Automóveis pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Foi professor do IME e de várias Instituições de Ensino Superior (IES) no Rio de Janeiro, em cursos de Graduação e Pós-Graduação. Atualmente, é Oficial do Exército e trabalha com pesquisa, desenvolvimento e avaliação de produtos de defesa. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3689092970048757
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