Buscar

Noções de Direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 64 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
NOÇÕES DE DIREITO 
1) Noções Preliminares ao Estudo do Direito 
1-1) Conceito de Direito 
Segundo Miguel Reale, o direito é a ordenação ética coercível, 
heterônoma e bilateral atributiva das relações sociais, na medida do bem 
comum. Sua definição, portanto, apresenta a soma das características gerais 
e distintivas das normas éticas. 
Analisando-se os termos utilizados pelo autor na definição, verificamos, 
primeiro, que o direito é uma ordenação. A palavra ordenação pode ser 
entendida como o conjunto de normas que organizam alguma coisa. Por ser 
uma ordenação ética, essas normas organizam a esfera ética da cultura 
humana. 
O direito, assim, é um conjunto de normas éticas (uma ―ordenação 
ética‖). Todas as normas éticas compartilham de determinadas características 
gerais , como dito acima: são imperativas (impõem uma conduta; regem-se 
pelo princípio da imputação – ―dever ser‖), violáveis (a conduta pode ser 
respeitada ou não) e contrafáticas (ainda que sejam desrespeitadas, as normas 
éticas não perdem seu valor). 
Além disso, o direito possui todas as características distintivas das 
normas éticas, conforme especificado por Miguel Reale: 
É coercível, ou seja, busca minimizar o índice de violabilidade mediante 
ameaças de recurso à força; 
É heterônomo, pois as normas jurídicas são elaboradas pelo Estado e 
devem ser cumpridas independentemente da aceitação íntima do destinatário; 
É axiologicamente bilateral pois busca concretizar valores que não estão 
reduzidos a uma das partes da relação fática, e sim valores que levam ao bem 
comum; 
É atributivo pois atribui poderes garantidos aos destinatários das 
normas jurídicas. 
Convém destacar, por fim, que tal definição congrega os três elementos 
da tridimensionalidade ética: fato, valor e norma. O direito busca valores 
ligados ao bem comum (bilateralidade axiológica) por meio da criação de 
normas éticas heterônomas que limitam os fatos de modo coercível e 
atributivo. 
 
1-2) Acepção da palavra Direito: subjetivo, positivo, positivo 
e natural 
Costuma-se dizer que o Direito Objetivo é o complexo de normas que 
são impostas às pessoas, tendo caráter de universalidade, para regular suas 
relações. É o direito como norma (ius est norma agendi). 
 
Direito subjetivo é a faculdade de a pessoa postular seu direito, 
visando à realização de seus interesses (ius est facultas agendi). 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
 
Pressupõe o Direito a existência dos seguintes elementos: sujeito, objeto 
e relação. Todo o direito tem um sujeito, uma pessoa, que são as pessoas 
físicas ou jurídicas. Objeto do direito é o bem ou vantagem determinada pela 
ordem jurídica em relação à pessoa. A relação do direito é a garantia que a 
ordem jurídica estabelece para proteger o sujeito de direito e seu objeto. 
Direito Natural é a idéia abstrata do Direito; o ordenamento ideal, 
correspondente a uma justiça superior e anterior – trata-se de um sistema de 
normas que independe do direito positivo, ou seja, independe das variações do 
ordenamento da vida social que se originam no Estado. O direito natural deriva da 
natureza de algo, de sua essência. Sua fonte pode ser a natureza, a vontade de 
Deus ou a racionalidade dos seres humanos. 
O direito natural é o pressuposto do que é correto, do que é justo, e parte 
do princípio de que existe um direito comum a todos os homens e que o mesmo é 
universal. Suas principais características, além da universalidade, são imutabilidade 
e o seu conhecimento através da própria razão do homem. 
Anteriormente, o direito natural tinha o papel de regular o convívio social dos 
homens, que não necessitavam de leis escritas. Era uma visão objetiva. Com o 
surgimento do direito positivo, através do Estado, sua função passa a ser uma 
espécie de contrapeso às atividades legitiferante do Estado, fornecendo subsídios 
para a reivindicação de direitos pelos cidadãos, passando a ter um caráter 
subjetivo. 
O Direito Positivo pode ser definido como o conjunto de normas jurídicas 
escritas e não escritas, vigentes em um determinado território e, também 
internacionalmente, na relação entre os Estados. Embora apareça nos primórdios 
da civilização ocidental, o direito positivo se consolida como esquema de segurança 
jurídica a partir do século XIX. 
O direito positivo é o conjunto de normas que apresentam formulação, estrutura e 
natureza culturalmente construídas. É a instituição de um sistema de regras e 
princípios que ordenam o mundo jurídico. 
 
Diferenças entre o direito natural e o positivo: 
 O direito positivo é posto pelo Estado; o natural, pressuposto, é 
superior ao Estado. 
 O direito positivo é válido por determinado tempo (tem vigência 
temporal) e base territorial. O natural possui validade universal e 
imutável (é válido em todos os tempos). 
 O direito positivo tem como fundamento a estabilidade e a ordem 
da sociedade. O natural se liga a princípios fundamentais, de ordem 
abstrata; corresponde à idéia de Justiça. 
 
1-3) Direito e Moral 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
É preciso estabelecer a distinção entre Direito e moral. 
Paulo dizia que nem tudo que é permitido judicialmente é moral (non omne 
quod licet honestum est). 
 
A moral é unilateral, pois não existe sanção para o descumprimento da 
norma. O direito é bilateral, pois, além de impor comportamento, determina 
também a sanção, daí se dizer que é bilateral-atributivo. 
 
Miguel Reale distingue o direito da moral sob os seguintes aspectos: 
 
 DIREITO MORAL 
 
1. quanto à valoração do 
ato 
 
 
a) bilateral 
b) visa à exteriorização 
do ato, partindo da 
intenção 
 
a) unilateral 
b) visa à intenção, 
partindo da exteriorização 
do ato 
 
2. quanto à forma 
 
 
 
a) pode vir de fora da 
vontade das partes 
(heterônomo) 
b) é coercível 
a) é autônoma, 
proveniente da vontade das 
partes 
b) não há coação 
 
3. quanto ao objeto ou 
conteúdo 
a) visa ao bem social ou 
aos valores de convivência 
a) visa ao bem individual 
ou aos valores da pessoa 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
O Direito, como norma para regular a conduta das pessoas, é o dever 
ser. Prescreve uma conduta genérica para o futuro. 
 
O Direito não vê a lei como é , mas como deveria ser, visando regular 
situações futuras. 
 
Em outras Ciências, muitas vezes toma-se por base o que ocorre 
naquele momento. É o ser. O Direito vai preocupar-se com o que deve ser 
diante da norma de conduta ou de organização, que corresponde ao que deve 
ser, do dever ser. A Ciência jurídica preocupa-se com o dever ser, isto é, com o 
ideal para uma situação de comportamento ou organização e não efetivamente 
com o ser, que traz a idéia de um elemento concreto. 
 
O direito não é apenas um juízo descritivo, mas prescritivo, de como 
devem ser as condutas. 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
A elaboração da regra jurídica depende das necessidades da sociedade, 
que se vão modificando no curso do tempo. 
 
O direito deve ser estável, mas não pode ficar estático. 
 
1-4) Ramos do Direito 
Há varias classificação do Direito. 
 
Uma primeira classificação envolve o direito natural e o direito 
positivo. 
 
O Direito Natural nasce a partir do momento em que surge o homem. 
Aparece, portanto, naturalmente para regular a vida humana em sociedade, de 
acordo com as regras da natureza. Seria uma norma criada pela natureza e 
não pelo homem.Os jusnaturalistas entendem que a lei deve ser justa para ser lei. Se 
não o for, não tem validade. 
 
Direito Positivo é apenas a norma legal, emanada do Estado e não de 
outras fontes do direito. 
 
O Direito Natural seria universal, valendo em toda parte, e é imutável. O 
Direito Positivo valeria por determinado tempo, podendo ser modificado e 
dentro de certo espaço geográfico. O Direito Natural estabelece, segundo 
Paulo, aquilo que é bom . O Direito Positivo é conhecido por uma declaração 
de vontade alheia, que é a promulgação. 
Uma subclassificação divide o Direito Positivo em Direito Internacional 
e Direito Nacional. 
 
O Direito Internacional é subdividido em Direito Internacional Público 
e Direito Internacional Privado. 
 
Pretende o Direito Internacional Público regular questões internacionais 
que seriam de ordem pública e deveriam ser respeitadas em relação a cada 
pais. São as relações entre Estados, enquanto nações. Exemplos são os 
tratados internacionais, as declarações de direitos, como a Declaração 
Universal dos Direitos do Homem (1948), as convenções da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), as questões relativas à guerra, ao mar 
territorial etc. 
 
O Direito Internacional Privado procura disciplinar as relações das 
pessoas no espaço, em que existe mais de uma norma tratando do assunto. 
Exemplo seria um empregado que é transferido da Argentina para o Brasil. 
Qual é a lei que se aplica : a Argentina, em que o empregado foi contratado, ou 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
a brasileira , em que o empregado trabalha?? Quais são, por exemplo, os 
efeitos do casamento de uma pessoa no Uruguai perante o Direito brasileiro 
etc. 
 
Ulpiano, no Direito Romano, dividia o Direito público e privado. O 
Direito Público tinha por objeto o estado das coisas em Roma. O Direito 
Privado preocupava-se com a utilidade de cada cidadão. Essa classificação 
tem natureza eminentemente didática, pois o Direito enquanto ciência é o 
gênero, e tem seus diversos ramos, que são considerados as espécies. Cada 
ramo do Direito mantém relações com as demais espécies do gênero. 
 
O Direito Público envolve organização do Estado, em que são 
estabelecidas normas de ordem pública, que não podem ser mudadas pela 
vontade das partes, como a obrigação de pagar tributos. 
 
Já o Direito Privado diz respeito ao interesse dos particulares, às 
normas contratuais que são estabelecidas pelos particulares, decorrentes da 
manifestação de vontade dos interessados. 
 
Divide-se o Direito Público em Direito: Constitucional, Administrativo, 
Penal, Financeiro, Tributário, Processual (Civil, Penal e Trabalhista), da 
Seguridade Social (Previdência Social, Assistência Social, Saúde). 
 
O Direito Privado é dividido em Direito Civil, Comercial e do Trabalho. 
Há autores que entendem que o Direito do Trabalho pertence ao Direito 
Público, mas o que prepondera é a autonomia da vontade das pessoas na 
contratação, apesar da existência de normas de ordem pública que incidem 
sobre a relação de emprego. 
1-5) Fontes do Direito 
São fontes do direito as origens do direito, ou seja, o lugar ou a 
matéria prima pela qual nasce o direito. Estas fontes podem ser materiais ou 
formais. 
 
A fonte material refere-se ao organismo que tem poderes para sua 
elaboração e criação. O artigo 22, I, da Constituição Federal estabelece que a 
União Federal é a fonte de produção do Direito Penal. Isso quer dizer que os 
Estados e os Municípios não detêm o poder de legislar sobre o Direito Penal. 
 
As fontes formais são aquelas pela qual o direito se manifesta. As 
fontes formais podem ser imediatas e mediatas. 
 
As fontes formais imediatas são as normas legais. 
Importa observar que um dos mais importantes princípios de direito, no 
âmbito penal, é a disposição constitucional que estabelece que no direito penal 
brasileiro não há crime sem que haja lei anterior que o defina nem pena 
sem prévia cominação legal. 
Isso quer dizer que se não existir uma norma legal que defina uma ação 
como ilícita, ainda que de alguma forma a ação seja danosa a outrem ou 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
à coletividade, não haverá crime e por conseqüência não haverá punição no 
âmbito penal, embora possa tê-lo no âmbito civil. 
Assim, a lei é a única fonte imediata do Direito Penal. 
 
As fontes formais mediatas são os costumes, os princípios gerais do 
direito a jurisprudência e a doutrina. O artigo 4º. da Lei de Introdução ao 
Código Civil dispõe que quando a lei for omissa , o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
Entretanto, no Direito Penal, a fonte mediata é direcionada para 
substanciar o órgão encarregado de produzir as leis, vez que apenas a 
existência de meros costumes, ainda que arraigados no convívio da 
comunidade, não autoriza o juiz a aplicar uma penalidade ao suposto infrator. 
 
Portanto importa destacar, mais uma vez, que no Direito Penal, por 
determinação constitucional, não há crime sem que haja lei anterior que o 
defina nem pena sem prévia cominação legal, sendo esta, portanto, a principal 
diferença entre os princípios que orientam os direitos civil e penal. 
 
1-6) Das Leis 
Do latim lex, uma lei é uma regra ou norma. Trata-se de um factor 
constante e invariável das coisas que nasce de uma causa primeira. As leis 
são, por outro lado, as relações existentes entre os elementos que intervêm 
num fenómeno. 
No âmbito do direito, a lei é um preceito ditado por uma autoridade 
competente. Este texto manda ou proíbe algo em consonância com a justiça e 
para o bem da sociedade no seu conjunto. Por exemplo: ―A venda de cocaína é 
penalizada pela lei‖, ―A lei proíbe que uma mesma pessoa vote duas vezes nas 
mesmas eleições‖, ―Um homem de bem nunca age de maneira contrária à lei‖. 
Sob um regime constitucional, a lei é uma disposição aprovada pelos 
Tribunais e sancionada pelo chefe de Estado. As acções que violam a lei são 
penalizadas com distintos castigos consoante a natureza e a gravidade do 
delito. 
Pode-se dizer que as leis limitam o livre arbítrio dos seres humanos 
que convivem em sociedade. Funcionam como um controlo externo ao 
accionar humano que rege as condutas (os comportamentos). Se uma pessoa 
considera que não tem mal em adoptar uma determinada acção, mas que esta 
é punida por lei, terá tendência em abster-se de o fazer independentemente 
daquilo que achar pessoalmente. 
A lei (enquanto norma jurídica) deve obedecer a diversos princípios, 
como é o caso da generalidade (abranja todos os indivíduos), a obrigatoriedade 
(é imperativa) e a permanência (as leias são ditadas com carácter indefinido), 
entre outros. 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
O ordenamento jurídico de cada país, ou sistema de leis, é um 
conjunto de normas que variam quanto a sua prevalência, âmbito, forma, 
natureza e efeitos. 
Quanto à Origem Legislativa 
 Podem ser Federais, Estaduais ou Municipais. 
· Leis Federais: São elaboradas nas Casas Legislativas Federais, 
com a sanção do Presidente da República. 
· Leis Estaduais: São elaboradas e aprovadas nas Assembléias 
Legislativas, com a sanção do Governador. 
· Leis Municipais: São elaboradas e aprovadas pela Câmara dos 
Vereadores e tem a sanção do Prefeito. 
Quanto à Duração 
· Temporárias: As Leis Temporárias, excessão no Ordenamento 
Jurídico, já nascem com um tempo determinado de vivência. Geralmente 
surgem para atender a uma situação circunstancial ou de emergência. Ex.:A 
Lei 9.311/96 da CPMF. 
· Permanentes: São editadas para vigorar por tempo 
indeterminado, deixando de ter vigência apenas mediante outro ato legislativo 
que as revogue. Ex.: A Consolidação das Leis do Trabalho. 
Quanto à Amplitude ou Alcance 
· Leis Gerais: São as que disciplinam um número indeterminado 
de pessoas e atingem uma gama de situações genéricas. O Código Civil 
Brasileiro é um exemplo de Lei Geral. 
· Leis Especiais: São as que regulam matérias com critérios 
particulares, diversos das Leis Gerais. Exemplo disso é a Lei do Inquilinato 
(Lei nº 8.245, de 18/10/91), que cuida diferentemente do Código Civil a 
respeito da locação de imóveis. 
· Leis Excepcionais: no dizer de Orlando Gomes (1983:53), as 
que ―regulam, por modo contrário ao estabelecido na Lei Geral, fatos ou 
relações jurídicas que, por sua natureza, estariam compreendidos nela‖. Ex.: 
Os Atos Institucionais suprimiam muitas das garantias constitucionais, como 
o AI-1 de 09/04/1964, que suspendeu por dez anos os direitos políticos de 
todos aqueles que poderiam ser contrários ao regime. 
· Leis Singulares: Só pode ser assim rotulada para compreensão 
didática. Vimos que a Lei tem caráter de generalidade. Ex.: Um decreto que 
nomeia ou demite um funcionário público é um ato legislativo, mas só 
impropriamente pode ser chamado de Lei. 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Quanto à Força Obrigatória 
· Leis Cogentes: São as que se impõem por si mesmas, ficando 
excluído qualquer arbítrio individual. São aplicadas ainda que pessoas 
eventualmente beneficiadas não desejassem delas valer-se. Era exemplo de 
Norma Cogente o princípio da imutabilidade de bens do casamento no Código 
de 1916, princípio que se alterou no novo Código, bem como a regra que 
impunha presença de cinco testemunhas no testamento também no Código de 
1916. No Código de 2002 o número de testemunhas exigido para este ato é 
menor. 
· Leis Preceptivas: São as que impõem comando positivo, para 
que se faça algo ou para que, quando se fizer, se faça de certa forma. Ex.: 
Todos devem pagar impostos. Atribuem penalidades, diretas ou indiretas, aos 
que desobedecerem. 
· Leis Proibitivas: São as que impõem comando negativo, para 
que não se faça algo ou que, quando se fizer, não se faça de certa forma. Ex.: 
A Lei nº 13.541/09, Lei Antifumo do Estado de São Paulo. 
· Leis Dispositivas ou Supletivas: São as que impõem 
supletivamente às partes cabe aos interessados valerem-se delas ou não. Na 
ausência da vontade das partes, essas Leis são chamadas a atuar, sendo 
então obrigatoriamente aplicadas pelo juiz. O exemplo de maior atuação 
dessas normas é no campo do Direito das Obrigações. 
Quanto à Sanção 
· Leis Perfeitas: São as que impõem comando, cuja obediência 
importa a desconstituição do ato praticado. Ex.: Compra e venda de imóveis 
deve ser celebrada por Escritura Pública, sob pena de ser anulada. 
· Leis Imperfeitas: São por sua vez as Leis que não provêem 
sanção a não observância da Norma previamente descrita. Um exemplo é a Lei 
que proíbe o trote nos calouros que ingressam no ensino superior, esta Lei não 
prevê sanção para a sua transgressão. 
· Leis mais que Perfeitas: São as Leis que estabelecem sanção de 
gravidade excessiva, é a Lei que prevê a sanção ―maior‖ do que o crime. Ex.: O 
art. 1.521, VI, do atual Código (art. 183, VI, do Código de 1916) estabelece que 
não podem casar pessoas casadas. A transgressão desse dispositivo faz com 
que se decrete a nulidade do casamento (art. 1.548, inciso II, no novo Código; 
no antigo, art. 207), sem prejuízo de punição penal ao infrator (art. 235 do 
Código Penal, crime de bigamia). 
· Leis menos que Perfeitas: São as que têm sanção incompleta, 
como por exemplo, a que considera anulável, e não nulo, quando a vontade de 
uma das partes tiver sido viciada. Ex.: Casamento de viúva para ser celebrado 
antes da partilha dos bens do defunto entre os filhos do casal está sujeito ao 
regime de separação obrigatória de bens. 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Quanto à Plenitude de seu Sentido 
· Leis Autônomas: São aquelas que se expressam com um 
sentido completo, ou seja, bastam-se por si mesmas para sua compreensão, 
independendo de outras normas. Assim, por exemplo, é o art. 3º do Código 
Civil, que fixa a incapacidade para os menores de 16 anos. 
· Leis Não Autônomas: São aquelas que não possuem sentido 
completo e, para obter sua perfeita compreensão e efetividade, necessitam de 
outras normas para quais se remete o raciocínio. Essa remissão poderá ser 
explícita, quando a Lei se refere expressamente ao outro dispositivo legal, 
modificando, restringindo ou ampliando o sentido da norma original, ou 
simplesmente completando a sua compreensão. Ex.: O art. 6º do Código Civil 
dispõe que ―a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se 
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de 
sucessão definitiva‖, há dois fenômenos que devem ser buscados em outras 
normas nesse dispositivo: quando ocorre a ausência, no sentido técnico 
jurídico, e quais são as hipóteses em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva. 
· Leis Interpretativas: Explicam o conteúdo de outras Leis, para 
que sejam aplicadas de forma equânime. Ex.: Decretos, Portarias e outras 
Leis. 
· Leis Rígidas: São as Leis que não admitem modificação por 
parte do juiz, são Leis imutáveis. Ex.: A norma que fixa as causas de cessação 
da incapacidade. 
· Leis Elásticas ou Flexíveis: São as Leis que admitem o arbítrio 
judicial, jurisprudência. Ex.: Outros direitos fundamentais podem ser 
reconhecidos, além daqueles expressamente previstos pela Constituição 
Federal. 
· Leis Complementares: são as leis que tem como propósito 
complementar, explicar, adicionar algo à Constituição. São não autônomas. 
Ex.: Lei 8.213/91 (Lei de Benefícios da Previdência Social). 
· Leis Ordinárias: são aquelas elaboradas pelo Poder Legislativo 
em sua atividade comum e típica. Ex.: Código Civil e os Códigos em geral. Leis 
Municipais, Estaduais e Federais. Lei Eleitoral. 
· Leis Delegadas: são aquelas elaboradas pelo Presidente da 
República, por delegação expressa do Congresso Nacional para casos de 
relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito 
tempo para dar uma resposta à situação. O chefe do executivo solicita a 
autorização, e o poder legislativo, fixa o conteúdo e os termos de seu exercício. 
Depois de criada a lei pelo chefe do executivo, ela é remetida ao legislativo 
para avaliação e aprovação. Considerando que os limites foram respeitados e 
que a lei é conveniente, o legislativo a aprova, contudo essa norma entra no 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
sistema jurídico na qualidade de lei ordinária. As leis delegadas não admitem 
emendas. Ex.: Lei Delegada n° 13/1992 que, ―Institui Gratificações de 
Atividade para os servidores civis do Poder Executivo, revê vantagens e dá 
outras providências.‖ 
· Decretos Legislativos: são normas aprovadas pelo Congresso 
sobre matéria de sua exclusiva competência. Tais atos não são remetidos ao 
Presidente da República para sanção. Ex.: Ratificação de tratados 
internacionais, julgamento das contas do Presidente da República. 
· Resoluções: são decisões do Legislativo – Congresso, Senado ou 
Câmara – sobre assuntos de seu interesse interno. Ex.: Decisão sobre licença 
ou perda de cargo por deputado ou senador,fixação de subsídios e mudança 
temporária da sede do Congresso Nacional. 
· Portarias: são atos administrativos internos, expedidos pelos 
chefes de órgãos ordenando a seus subordinados, providências para o bom 
funcionamento dos serviços públicos. Não tem força de lei para os não 
funcionários. Ex.: Portarias da Anatel, Portarias da CIRETRAN. 
· Normas ou Decretos Regulamentares: são regras jurídicas 
gerais, abstratas e impessoais, estabelecidas pelo Poder Executivo, em 
desenvolvimento da lei. Ex.: Decreto de nomeação de um funcionário ou de 
transferência de determinada verba. 
· Medidas Provisórias: é uma norma que poderá ser adotada pelo 
Presidente da República, em caso de relevância e urgência, com força de lei, 
tendo vigência por trinta dias. Nesse prazo a medida será examinada pelo 
Congresso Nacional que aprovará, rejeitará ou criará uma nova lei em sua 
substituição. Se no prazo de trinta dias a medida não for aprovada, ela perde a 
eficácia. Ex.: Medida Provisória n° 284, de 6 de março de 2006 – convertida em 
Lei n° 11.324/2006 (Previdência Social). 
· Outras normas: decisões normativas, avisos, ordens internas, 
despachos, etc.: são normas, mas não tem força de lei, todavia devem ser 
obedecidas. Ex.: Decisões internas dentro dos órgãos estatais. 
· Emendas Constitucionais: tem por objetivo permitir 
modificações pontuais na Constituição de um país, sem a necessidade de 
abolir toda a Carta Magna vigente e construir uma Constituição brasileira que 
deve ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em 
votação nominal, por três quintos dos votos dos membros de cada casa 
legislativa. Elas estão autorizadas no art. 60 da mesma, e são a forma legítima 
e secundária de alterar as disposições constitucionais vigentes. Ex.: Emenda 
Constitucional n° 20/98 que modifica o sistema de previdência social, 
estabelece normas de transição e dá outras providências. 
 
Quanto à sistematização 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
· Leis esparsas ou extravagantes: são aquelas editadas 
isoladamente. Ex.: lei de falência, lei do inquilinato, salário-família. 
· Leis Codificadas: são os códigos, constituem um corpo orgânico 
de normas sobre determinado campo de direito. Ex.: Código Civil, Comercial, 
Penal. 
· Leis Consolidadas: reúnem de modo sistemático, leis esparsas 
já existentes e em vigor, sobre determinada matéria. Ex.: Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
 
Hierarquia das Leis: 
Introdução 
No Brasil, vigora o princípio da Supremacia da Constituição, segundo 
o qual as normas constitucionais, obra do poder constituinte originário, estão 
num patamar de superioridade em relação às demais leis, servindo de 
fundamento de validade para estas. 
Assim, as normas podem ser separadas em 03 grupos: normas 
constitucionais, normas infraconstitucionais e normas infralegais. 
Importante ressaltar que não há hierarquia entre as normas de um 
mesmo grupo, o que existe é campo de atuação diferenciado, específico entre 
essas normas que compõem o mesmo grupo. 
O que existe é hierarquia entre os grupos, sendo que as normas 
constitucionais são hierarquicamente superiores às normas 
infraconstitucionais que são hierarquicamente superiores às normas 
infralegais. 
Vejamos: 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
 
Antes de adentrarmos aos detalhes de cada norma da pirâmide, é 
importante comentar que o Poder Legislativo Federal é bicameral, ou seja, 
compostos por duas casas: Câmara dos Deputados Federais e Senado Federal, 
compondo o Congresso Nacional. 
 
Ainda, a votação de leis pode se dar por votação da maioria simples 
(Lei ordinária) ou votação da maioria absoluta (Lei complementar). 
Para facilitar o estudo segue abaixo um exemplo: 
 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
 
 
Normas Constitucionais 
Constituição Federal (05/10/88) 
Em 01/02/1987 foi formada a Assembléia Constituinte com os 
deputados federais e senadores eleitos em novembro de 1986. 
A Assembléia Constituinte foi presidida por Ulisses Guimarães e teve 
como finalidade a produção da nossa atual Constituição Federal, publicada 
em 05.10.1988. 
Por conta da reunião de parlamentares em Assembléia Constituinte 
para iniciar uma nova etapa no país com a confecção de novas normas 
orientadoras e baseadas no princípio da dignidade da pessoa humana, tem-se 
então o que se chama de poder constituinte originário. 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) Tem por 
objetivo regulamentar o período de transição que se dá do regime jurídico 
estabelecido pela velha constituição para o regime jurídico estabelecido pela 
nova. 
Deve-se observar que há certas situações em que a nova constituição 
pede lei infraconstitucional que venha a regulamentar alguma de suas normas 
e, para que essa norma não tenha a sua aplicabilidade prejudicada, os ADCT´s 
a regulamentam até que lei específica sobrevenha. 
Vejamos: 
ADCT4 Art. 2º - No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, 
através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar 
no País. 
Art. 10 - Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o 
Art. 7º, I, da Constituição: 
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: 
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco 
meses após o parto. 
Emendas Constitucionais 
Visa a alteração, reforma de algum ou alguns artigos da Constituição. 
No entanto, considerando a rigidez da nossa constituição, a sua alteração 
exige um processo legislativo especial e mais dificultoso. 
Sendo que a proposta de emenda será discutida e votada em cada casa 
do congresso nacional, em 02 turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros. 
No entanto, nem tudo pode ser alterado, sendo que devem ser 
respeitadas as cláusulas pétreas: 
Ar. 60 CF5 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos Humanos 
Após a entrada em vigor da Emenda Constitucional 45/04 que 
reformou o Judiciário, desde que aprovados com o mesmo processo legislativo 
das emendas (ou seja, votada em cada casa do congresso nacional, em 02 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos 
respectivos membros) os tratados e convenções internacionais sobre direito 
humanos ingressarão em nosso ordenamento jurídico com status 
constitucional, ou seja, passará a ser norma de natureza constitucional, 
exigindo a mesma complexidade de votação para a sua retirada. 
Normas Infraconstitucionais 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
São as normas legais, inferiores a constituição, que devem respeitar as 
previsões constitucionais e não podem prever nada além do que dita o texto 
constitucional. 
Lei complementar – as hipóteses de regulamentação da constituição 
por meio de lei complementar estão taxativamente previstas na CF. 
Sempre que a constituição quiser que determinada matéria seja 
regulamentada por lei complementar, expressamente, assim requererá. 
Na maior partedas vezes, a matéria tratada por lei complementar se 
refere a segurança pública ou de ordem financeira. 
As leis complementares são aprovadas por votação da maioria 
absoluta. 
Vejamos: 
Art. 18 CF6 - A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou 
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou 
Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente 
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei 
complementar. 
Art. 22 CF7 - Compete privativamente à União legislar sobre: 
XI - trânsito e transporte; 
Parágrafo único - Lei complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Lei ordinária – o campo por elas ocupado é residual, ou seja, tudo o 
que não for regulamentado por lei complementar, decreto legislativo, 
resoluções será regulamentado por lei ordinária. 
As leis ordinárias serão aprovadas por votação da maioria simples de 
seus membros. 
Vejamos: 
Lei Ordinária nº 12.428/118 – Confere ao Município de Holambra, no 
Estado de São Paulo, o título de Capital Nacional das Flores. 
Lei Ordinária nº 8.078/909 – Código de Defesa do Consumidor 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Portanto, conclui-se que a grande diferença entre Lei Complementar e 
Lei Ordinária está no quórum de aprovação: 
LC = maioria absoluta (=maioria dos componentes + 1) 
LO= maioria simples ou relativa (=maioria dos presentes + 1) 
Lei Delegada 
É a espécie normativa utilizada nas hipóteses de transferência da 
competência do Poder Legislativo para o Poder Executivo, ou seja, o 
Presidente da República solicita a delegação ao Congresso Nacional, 
delimitando o assunto sobre o qual pretende legislar. 
Se o Congresso Nacional aprovar (por maioria simples) a solicitação, 
delegará competência ao Presidente da República para que este possa então 
legislar sobre o tema específico solicitado. 
Vejamos: 
Lei Delegada nº 12/9210 – Dispõe sobre a instituição de Gratificação 
de Atividade Militar para os servidores militares federais das Forças Armadas. 
Medida provisória 
Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá 
adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato 
ao Congresso Nacional‖. 
Em regra, os requisitos de relevância e urgência devem ser analisados 
primeiramente pelo Presidente da República e posteriormente pelo Congresso 
Nacional. 
Prazo de vigência: 60 dias, prorrogável, uma única vez, por novos 60 
dias, podendo ao final desse prazo ser transformada pelo congresso nacional 
em lei ou em caso negativo - não ser transformada em lei – perde a validade. 
Medida Provisória nº 536/1111 – Dá nova redação ao ar. 4º da Lei nº 
6.932/81, que dispõe sobre as atividades do médico-residente. 
Medida Provisória nº 533/1112 – Autoriza a União a transferir 
recursos financeiros aos Municípios e ao Distrito Federal, com a finalidade de 
prestar apoio financeiro à manutenção de novos estabelecimentos públicos de 
educação infantil, e dá outras providências 
Decreto Legislativo 
Espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência exclusiva 
do Congresso Nacional. Ou seja, todos os atos descritos abaixo devem ser 
autorizados pelo congresso nacional por meio de decreto legislativo. 
Art. 49. 13 É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional; 
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a 
paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou 
nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei 
complementar; 
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se 
ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; 
Resolução 
Por meio de resoluções regulamentar-se-ão as matérias de 
competência privativa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Ou 
seja, todos os atos descritos abaixo devem ser autorizados pela câmara dos 
deputados ou pelo senado federal por meio de resolução. 
Vejamos: 
Art. 51. 14 Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de 
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros 
de Estado; 
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando 
não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a 
abertura da sessão legislativa; 
III - elaborar seu regimento interno; 
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e 
a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os 
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
Art. 52. 15 Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República 
nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma 
natureza conexos com aqueles; 
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os 
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do 
Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da 
União nos crimes de responsabilidade; 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
Tratados e Convenções Internacionais em geral O trâmite de 
integração da norma internacional no direito interno pode ser dividida em 04 
etapas: 
1ª) celebração do tratado internacional (negociação, conclusão e 
assinatura) pelo órgão do poder executivo (presidente da república). 
2ª) aprovação (referendo ou ―ratificação‖) pelo parlamento, do tratado, 
acordo ou ato internacional, por intermédio de decreto legislativo, resolvendo-o 
definitivamente. (congresso nacional através de votação por maioria simples). 
 3ª) troca ou depósito dos instrumentos de ratificação (ou adesão, caso 
não tenha tido prévia celebração) pelo Órgão do Poder Executivo em âmbito 
internacional. 
4ª) promulgação por decreto presidencial, seguida da publicação do 
texto em português no diário oficial. Neste momento o tratado, acordo ou ato 
internacional adquire executoriedade no plano do direito positivo interno, 
guardando estrita relação de paridade normativa com as leis ordinárias. 
E qual a diferença entre os tratados e convenções internacionais sobre 
direito humanos aprovados em cada Casa do Congresso em 02 turnos por 
3/5 dos votos dos respectivos membros e aqueles, também sobre direitos 
humanos mas que não seguiram a aludida forma? 
A diferença está no procedimento de denúncia (ato de retirada do 
tratado). Enquanto aqueles que seguiram um procedimento mais solene 
dependem de prévia autorização do Congresso Nacional, também em 02 
turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, em cada uma de suas 
casas, os outros (nos mesmos termos daqueles que não tratam sobre direitos 
humanos) poderãoser denunciados normalmente pelo Executivo, sem a prévia 
autorização do Congresso Nacional. 
Normas Infralegais 
São as normas inferiores as normas infraconstitucionais/legais. Essas 
normas nascem do burocrata administrativo, normatização interna da 
administração pública. Normatização que serve para buscar a fiel execução da 
lei, ou seja, as normas infralegais detalham o que diz a norma 
infraconstitucional. 
Decretos 
São expedidos pelo Presidente de República, para dar fiel execução a 
uma lei já existente, e dispor sobre a organização da administração pública. 
Vejamos: 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Decreto nº 7.499/1116 – Regulamenta dispositivos da lei nº 
11.977/09 que dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha vida, e dá outras 
providências. 
Decreto nº 7.492/1117 – Institui o Plano Brasil Sem Miséria 
Decreto não enumerado18 – Declara a utilidade pública, para fins de 
desapropriação, total ou parcial, em favor da União, os imóveis que menciona, 
situados no Município de Guarulhos, Estado de São Paulo, e dá outras 
providências. 
Decreto não enumerado19 – Abre ao Orçamento de Investimento para 
2011 crédito suplementar no valor de R$ 127.826.405,00, em favor de 
empresas estatais que menciona, para os fins que especifica. 
Portaria 
É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades de alto 
escalão expedem instruções sobre procedimentos relativos à organização e 
funcionamento de serviços e, ainda, podem orientar quanto à aplicação de 
textos legais. 
Vejamos: 
PORTARIA N o 1620 DE 14 DE JULHO DE 201020 
Institui o Sistema Homolognet. 
O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das 
atribuições que lhe conferem o art. 87, parágrafo único, inc. II, da 
Constituição Federal, e tendo em vista o disposto no art. 913 da Consolidação 
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio 
de 1943, resolve: 
Art. 1o Instituir o Sistema Homolognet para fins da assistência 
prevista no § 1o do art. 477 da CLT, a ser utilizado conforme instruções 
expedidas pela Secretaria de Relações do Trabalho – SRT. 
Art. 2o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. 
CARLOS ROBERTO LUPI 
Instrução Normativa 
Vem explicar de que forma será cumprido o que estabelece a portaria, 
o processo de concretização do estabelecido em portaria. 
Vejamos: 
INSTRUÇÃO NORMATIVA SRT No 15, DE 14 DE JULHO DE 2010. 21 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Estabelece procedimentos para assistência e homologação na rescisão 
de contrato de trabalho. 
A SECRETÁRIA DE RELAÇÕES DO TRABALHO DO MINISTÉRIO DO 
TRABALHO E EMPREGO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 5o, 
inciso IX, do Regimento Interno da Secretaria de Relações do Trabalho, 
aprovado pela Portaria Ministerial nº 483, de 15 de setembro de 2004, e tendo 
em vista o disposto nas Portarias nº 1.620 e nº 1.621, de 14 de julho de 2010, 
resolve: 
Art. 17. Quando o aviso prévio for indenizado, a data da saída a ser 
anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS deve ser: 
I - na página relativa ao Contrato de Trabalho, a do último dia da data 
projetada para o aviso prévio indenizado; e 
II - na página relativa às Anotações Gerais, a data do último dia 
efetivamente trabalhado. 
Parágrafo único. No TRCT, a data de afastamento a ser consignada 
será a do último dia efetivamente trabalhado. 
Considerações Finais 
Portanto, conclui-se que não existe hierarquia entre as normas que 
compõem um mesmo grupo, mas o que se verifica, é a existência de campos de 
atuação específicos, diferenciados entre as normas que fazem parte de um 
mesmo grupo. 
Apenas se encontra hierarquia entre os grupos de normas 
constitucionais que são superiores ao grupo de normas infraconstitucionais 
(que detalham a constituição) que são superiores ao grupo de normas 
infralegais (detalham a lei). 
1-7) Vigência da lei no tempo 
A promulgação da norma, somada à sua consequente publicação, 
gera exis-tência e validade do texto legal. Todavia, tais fatos (promulgação e 
publicação) não são capazes de, necessariamente, operar a vigência. 
Traduz à validade da norma o estado de consonância desta com o 
sistema jurídico, seja na perspectiva material ou formal. Uma norma para ser 
conside-rada válida deverá guardar plena harmonia com as disposições da 
Constitui-ção Federal de 1988, bem como com as leis infraconstitucionais 
(perspectiva material ou validade material), tendo sido elaborada de acordo 
com o devido processo legislativo (perspectiva formal ou validade formal). 
Deste modo, uma emenda constitucional não poderá ser criada sem a 
aprovação de 3/5 (três quintos) do Congresso Nacional, com votação em dois 
turnos, nos termos do artigo 60, § 2º da Constituição Federal. Trata-se de 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
crité-rio formal – devido processo legislativo. Demais disto, não pode ir de 
encontro à principiologia constitucional (critério material). 
A verificação da validade normativa, como dito alhures, não gera, 
neces-sariamente, à sua eficácia (vigência/coercibilidade). A regra geral é que 
haja, entre a publicação (existência e validade) e a vigência 
(eficácia/coercibilidade) normativa, um intervalo de tempo no qual a norma 
existe, é válida, mas ainda não produz efeitos (está hibernando). Tal intervalo 
de tempo é denominado de vacatio legis, sendo, em regra, de 45 (quarenta e 
cinco) dias no território na-cional e 3 (três) meses no território estrangeiro 
(art. 1º LINDB). 
 Tal lapso de tempo objetiva gerar o conhecimento da norma, a qual 
irá obrigar a todos. Justo por isso, as normas de pequena repercussão podem 
ser libe-radas, pelo legislador, da vacatio. Outrossim, o prazo aqui enunciado 
é uma re-gra geral, pois é possível que a norma consigne (autodeclare) prazo 
diverso, como o fez o Código Civil, o qual teve vacatio de 1 (um) ano (art. 
2.044 do CC). 
Interessante observar que o artigo 8º, §1º, da Lei Complementar 95/98 
es-tabelece regra diferenciada para sua forma de contagem, com a inclusão da 
data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subse-
qüente à sua consumação integral. Destarte, a contagem do prazo de vacatio 
legis é realizada de forma diversa da prevista no artigo 132 do Código Civil de 
2002, em que é ―excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento‖. 
LEI DE INTRODuçãO às NORMAs DE DIREITO BRAsILEIRO (LINDB) 
23 Para fácil visualização: 
VOCATIO LEGIS PROMULGAÇÃO 
(Existência +Validade) PUbLICAÇÃO VIGênCIA (Eficácia) 
Modificação da lei 
A modificação da lei deverá seguir, essencialmente, duas regras, 
ampla-mente cobradas nos certames da OAB, quais sejam: 
• A modificação de lei já em vigor somente poderá ocorrer por 
meio de lei nova, conforme § 4º, do artigo 1º, da LINDB, havendo novo prazo 
de vacatio; 
• A modificação de lei que esteja em vacatio legis deve acontecer 
através nova publicação de seu texto, sendo conferido novo prazo de vacatio. 
Princípio da continuidade ou permanência da norma 
Se a lei superou a vacatio e entrou em vigor, em regra se submete ao 
prin-cípio da continuidade ou permanência, leia-se: permanece em vigor até 
que outra, no odo ou em parte, venha revogá-la. 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
A revogação pode ser classificada: 
• Quanto à extensão: 
a) ab-rogação – revogação total, a exemplo da realizada pelo CC/2002 
em relação ao CC/16; 
b) derrogação – revogação parcial, a exemplo darealizada pelo 
CC/2002 à primeira parte do Código Comercial. 
Registre-se que é inadmissível a revogação de leis pelos usos e 
costumes. 
A revogação de lei será sempre por outra lei. 
ROBERTO FIguEIREDO E LuCIANO FIguEIREDO 24 
• Quanto à forma: 
a) expressa – Deve ser a regra, na dicção do art. 9º da Lei 
Complementar 95/98, pois ocasiona segurança jurídica. 
b) tácita – Decorre de incompatibilidade ou quando uma nova norma 
regula todo o tema da lei anterior, com colisões. Afirma a doutrina que essa re-
vogação tácita pode ser dar com fulcro no critério hierárquico (norma superior 
revoga norma inferior), cronológico (norma mais nova revoga a mais antiga) e 
especial (norma específica revoga norma geral tratando do mesmo tema). 
Todavia, fiquem atentos: a lei nova, que estabeleça disposições gerais 
ou espe-ciais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior 
(art. 2º, § 2º, da LIndB). 
 Repristinação (§ 3º do art. 2º, LIndB) 
Repristinação é a restauração da norma, o seu renascimento. No 
Brasil, é excepcional, demandando disposição normativa expressa. 
A casuística, em regra, cobrada na prova é a seguinte: A Lei ―A‖ está 
em vigor e é revogada pelo advento da Lei ―B‖, a qual é revogada pela lei ―C‖. 
Pergunta-se: a revogação da Lei ―B‖ pela Lei ―C‖ repristina (retoma) os 
efeitos da Lei ―A‖? 
REVOGAÇÃO REVOGAÇÃO Testamento ―A‖ 2006 
Revogada Testamento ―b‖ 2008 
Revogada Testamento ―C‖ 2010 
não repristina ―A‖, salvo disposição expressa em ―C‖. 
A resposta é negativa. 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Mas atente que o dispositivo ressalva as hipóteses de expressa 
disposição em contrário na nova norma legal, leia-se: Lei ―C‖. 
LEI DE INTRODuçãO às NORMAs DE DIREITO BRAsILEIRO (LINDB) 
25 Uma clara exceção à regra geral da repristinação apenas por determinação 
expressa, já cobrada em certame da OAB, está prevista no artigo 27 da Lei nº 
9.868/99 (Lei que regula o Controle Direto de Constitucionalidade), ao viabili-
zar uma repristinação por via oblíqua/Indireta, como efeito anexo da decisão 
que reconhece a inconstitucionalidade normativa. Por exemplo, a Lei ―A‖ é 
revoga-da pela Lei ―B‖. A Lei ―B‖ foi declarada inconstitucional em sede de 
Ação Direta de Inconstitucionalidade. Nesta hipótese, como a Lei ―B‖ é nula, 
com decisão de eficácia, em regra, ex-tunc (retroativa), é como se a Lei B 
nunca tivesse re-vogado a Lei ―A‖, existindo, por consequência, efeito 
repristinatório. 
No entanto, é preciso ressalvar que esta hipótese só é possível no 
controle de constitucionalidade concentrado, ficando inviável no controle 
difuso, que não contempla efeito erga omnes, mas somente inter partes. 
Igualmente, apenas é possível se no aludido controle a decisão possui efi-cácia 
retroativa, não sendo aplicado em casos nos quais o STF modula os efei-tos 
decisórios, através da maioria de 2/3 (dois terços) dos seus membros, com o 
escopo de assegurar segurança jurídica ou excepcional interesse social (vide 
art. 27 da Lei 9.868/99). 
2- TEORIA GERAL DO ESTADO 
2.1) ESTADO E NAÇÃO – No século XVIII foi criado o conceito de 
nação, símbolo da unidade popular com forte conotação emocional, a fim 
de levar a burguesia, economicamente poderosa, que manipulava 
emocionalmente o povo, à conquista do poder político. Era em nome da Nação 
que se lutava contra a monarquia absoluta, dando-se a entender que era justo 
e necessário que o povo assumisse o seu próprio governo. 
Com as Revoluções Americana e Francesa a Nação passou a ser 
identificada com o próprio Estado pelo fato do termo Nação ser muito vago e já 
utilizado com êxito como símbolo de reivindicações populares, se prestando 
mais para despertar reações emocionais, o que culminou na derrubada ou 
enfraquecimento das monarquias. Depois, os novos governantes passaram a 
utilizar a força mística da expressão para justificar suas investidas sobre os 
pequenos Estados. 
No século XX numa exploração de sentimentos nacionais eclodiram 
as duas guerras mundiais sobre o pretexto de reunir numa só unidade 
política os componentes da mesma nação e, além disso, a afirmação da 
existência de Nações superiores. 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
 Assim, o conceito de Nação foi um artifício para envolver o 
povo em conflitos de interesses alheios, sem contexto jurídico. 
A regra hoje é o plurinacionalismo, ou seja, em cada Estado 
existem indivíduos pertencentes a várias Nações, evidenciando a 
existência, dentro do mesmo Estado, de grupos sociais claramente distintos 
por sua cultura e costumes, gerando uma unidade jurídica que respeita estas 
diferenças. Contudo, convém ao Estado que haja a possibilidade de 
estabelecer o máximo possível de regras gerais e uniformes para todo o povo. 
Portanto, Estado é uma sociedade e Nação é uma comunidade. 
Estado - organização político-jurídica de uma sociedade para realizar 
o bem público, com governo próprio e território determinado; 
 Sociedade - coletividade de indivíduos reunidos e organizados para 
alcançar uma finalidade comum; 
Nação - grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem 
comum, pelos interesses comuns, e principalmente, por ideias e aspirações 
comuns. 
Pátria salienta um país ou território enquanto realidade afetiva a que 
grupos e indivíduos estão ligados — «país em que se nasce e ao qual se 
pertence como cidadão; terra, torrão natal; terra natal»; ex.: «a minha pátria é 
Brasil». 
 
2.2) SOBERANIA 
1ª obra teórica a conceituar: ―Les Six Livres de la République‖ Jean 
Bodin -França 
República – direito de governo de muitas famílias e do que lhes é 
comum, com um poder soberano 
Soberania – ―é o poder absoluto e perpétuo de uma República, 
palavra que se usa tanto em relação aos particulares quanto em relação aos 
que manipulam todos os negócios de estado de uma República.‖ 
2.3) FINS DO ESTADO 
O fim do Estado é o bem comum (Papa João XXIII), ou seja, ―o 
conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o 
desenvolvimento integral da personalidade humana‖ Fim social e fim do 
Estado? 
Finalidade do Estado é qualificativa: ele busca o bem comum de um 
certo povo, situado em determinado território. Concepção particular de bem 
comum para cada Estado, em função da peculiaridade de cada povo. 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
2.4) PERSONALIDADE JURÍDICA 
Personalidade jurídica é a aptidão genérica para adquirir direitos e 
contrair deveres. Ideia ligada à de pessoa, é reconhecida atualmente a todo ser 
humano e independe da consciência ou vontade do indivíduo: recém-nascidos, 
loucos e doentes inconscientes possuem, todos, personalidade jurídica. Esta é, 
portanto, um atributo inseparável da pessoa, à qual o direito reconhece a 
possibilidade de ser titular de direitos e obrigações. 
Também é atribuída a entes morais, constituídos por agrupamentos 
de indivíduos que se associam para determinado fim (associações e afins) ou 
por um patrimônio que é destinado a uma finalidade específica (fundações e 
congêneres): as chamadas pessoas jurídicas (ou morais), por oposição aos 
indivíduos, pessoas naturais (ou físicas). 
O direito não concede personalidade a seres vivos que não sejam 
humanos, nem a seres inanimados, o que os impede de adquirir direitos. 
O instituto da personalidade não deve ser confundido com o 
da capacidade de fato. 
2.5) FORMAS DE ESTADO 
A. IMPERFEITOS 
ESTADO IMPERFEITO é aquele que embora possuindo os três elementosconstitutivos, sofre restrição em qualquer deles. Essa restrição se verifica com maior 
freqüência , no elemento Governo. O Estado Imperfeito pode Ter administração própria, 
poder de auto- organização, mas não é Estado na exata acepção do termo enquanto 
estiver sujeito à influência tutelar de uma potência estrangeira. Não sendo soberano, não é 
pessoa jurídica de direito público internacional. Logo, não é Estado perfeito.. 
 
B. PERFEITOS 
ESTADO PERFEITO é aquele que reúne os três elementos constitutivos – 
população, território e governo – cada um na sua integridade. O elemento governo, 
entende-se como poder soberano irrestrito. É característica do Estado perfeito, sobretudo 
a plena personalidade jurídica de direito público internacional. 
B.1 – SIMPLES 
ESTADO SIMPLES é aquele que corresponde a um grupo populacional 
homogêneo, com o seu território tradicional e seu poder público constituído por única 
expressão que é o governo nacional. Exemplos: França, Portugal, Itália, Peru, etc. 
- UNITÁRIO 
Apresenta governo único de jurisdição nacional, sem divisões 
internas que não sejam de ordem administrativa. 
Ex: Portugal, Bélgica, Holanda, Uruguai, Panamá. 
- FEDERAL 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
É aquele que se divide em províncias politicamente autônomas, 
possuindo duas fontes paralelas de direito público, uma nacional e outra 
provincial, essas divisões podem ser como estados, províncias, distritos ou 
departamentos, tendo esses organismos autonomia política. Ex: Brasil, EUA, 
México, Argentina. 
A principal característica do Estado federal é o fato de, sobre o 
mesmo território e sobre as mesmas pessoas se exercer, harmônica e 
simultaneamente, a ação pública de dois governos distintos: o federal e o 
estadual. 
As unidades federadas não são Estados na exata acepção do termo; 
são províncias. Nos EUA denominam-se Estados-Membros. 
Estados-Membros não tem soberania, mas sim autonomia. 
Também não possuem personalidade jurídica de direito 
internacional, apenas de direito público interno. Não possuem representações 
diplomáticas, nem firmam tratados. 
O sistema congressual é bicameral, sendo que a Câmara dos 
Deputados representa a população nacional e o Senado é composto de 
delegados dos Estados-Membros, embora os senadores sejam eleitos pelo voto 
popular em cada unidade. 
O governo federal não dispõe de poder de domínio sobre os territórios 
estaduais; dispõe de poder de jurisdição, nos limites da sua competência. 
B.2 – COMPOSTOS 
ESTADO COMPOSTO é uma união de dois ou mais Estados, apresentando 
duas esferas distintas de poder governamental, e obedecendo a um regime jurídico 
especial, variável em cada caso, sempre com a predominância do governo da união como 
sujeito de direito público internacional. 
São tipos característicos de Estado composto: 
- UNIÃO PESSOAL 
- UNIÃO REAL 
- UNIÃO INCORPORADA 
- CONFEDERAÇÃO 
 
2.6) FORMAS DE GOVERNO 
Em ciência política, chama-se forma de governo (ou sistema político) o 
conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza a fim de 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
exercer o seu poder sobre a sociedade. Cabe notar que esta definição é válida mesmo que 
o governo seja considerado ilegítimo. 
Tais instituições têm por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu 
respectivo exercício, inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) 
com os demais membros da sociedade (os administrados). 
A forma de governo adotada por um Estado não deve ser confundida com 
a forma de Estado (unitária ou federal) nem com seu sistema de 
governo (Monarquismo, presidencialismo, parlamentarismo, dentre outros). 
Outra medida de cautela a ser observada ao estudar-se o assunto é ter 
presente o fato de que é complicado categorizar as formas de governo. Cada sociedade é 
única em muitos aspectos e funciona segundo estruturas de poder e sociais específicas. 
Assim, alguns estudiosos afirmam que existem tantas formas de governo quanto há 
sociedades. 
2.7) DEMOCRACIA 
ORIGEM: antigas repúblicas gregas e romanas 
Precursores: 
- filósofos antigos gregos: Heráclito, Heródoto, Demócrito, Licurgo, 
Sólon, Sócrates, Platão, Aristóteles e Políbio; 
- e entre os romanos: Lucrécio, Calústio, Cícero, Sêneca e Tácito. 
Direta – o povo toma as decisões (Platão ―República‖, limitava a 2 mil 
o n. de cidadãos, e em Dialogo das Leis, admitiu 5 mil, o Estado não deveria ir 
alem do n. de pessoas as quais pudesse chegar a voz do orador) 
Indireta – transfere o exercício das funções governamentais aos 
representantes ou mandatários do povo. 
RETROSPECTIVA 
Atuais classificações 
• FORMA DE GOVERNO: 
República 
A República (do latim res publica, "coisa pública") é uma estrutura política 
de Estado ou forma de Governo em que, segundo Cícero, são necessárias três condições 
fundamentais para caracterizá-la: um número razoável de pessoas (multitudo); 
uma comunidade de interesses e de fins (communio); e 
um consenso do direito (consensus iuris). 
Monarquia 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Monarquia é a mais antiga forma de governo ainda em vigor. Nela, o chefe de 
Estado se mantém no cargo até à sua morte ou à sua abdicação, sendo normalmente um 
regime hereditário. O chefe de Estado dessa forma de governação recebe o nome 
de monarca (normalmente com o título de Rei ou Rainha) e pode também muitas vezes 
ser o chefe do governo. A ele, o ofício real de governo, é sobretudo o de reger e coordenar 
a administração da nação, em vista do bem comum em harmonia social . 
• FORMA DE ESTADO: 
Unitário 
Em um Estado unitário, qualquer unidade subgovernamental pode ser criada 
ou extinta e ter seus poderes modificados pelo governo central. O processo no qual as 
unidades subgovernamentais e/ou parlamentos regionais são criados por um governo 
central é conhecido por devolução. Um Estado unitário pode ampliar e restringir as funções 
de tais (sub) governos devolvidos sem o consentimento formal dessas entidades. 
Federal 
Dá-se o nome de Federação (do latim: foedus, foedera "aliança", "pacto", 
"contrato") ou Estado federal a um Estado soberano composto por diversas entidades 
territoriais autônomas dotadas de governo próprio. Como regra geral, os estados ("estados 
federados") que se unem para constituir a federação (o "Estado federal") são autônomos, 
isto é, possuem um conjunto de competências ou prerrogativas garantidas 
pela constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo 
governo central. Entretanto, apenas o Estado federal é considerado soberano, inclusive 
para fins de direito internacional. Normalmente, apenas ele possui personalidade 
internacional e os estados federados são reconhecidos pelo direito internacional apenas 
na medida em que o respectivo Estado federal o autorizar. 
• SISTEMA DE GOVERNO: 
Presidencialismo 
O presidencialismo é um sistema de governo no qual o presidente da 
república é chefe de governo e chefe de Estado. Como chefe de Estado, é ele quem 
escolhe os chefes dos grandes departamentos ou ministérios. Juridicamente, o 
presidencialismo se caracteriza pela separação dos 
poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. 
Parlamentarismo 
O sistema parlamentarista, ou sistema parlamentar, ou 
ainda parlamentarismo é um sistema de governo no qual o Chefe de Governo não é 
eleito diretamente pelo povo, não podendo, por conseguinte, exercer livremente os 
poderes que lhe são atribuídos pela Constituição (só os exerce a pedido do governo) por 
falta de legitimidade democrática;e o Governo responde politicamente perante o 
Parlamento, o que em sentido estrito significa que o Parlamento pode forçar a demissão 
do Governo através da aprovação de uma moção de censura ou da rejeição de 
uma moção de confiança. 
• REGIME: (democrático/autoritário) 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis 
participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, 
no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder dagovernação através 
do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que 
permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política. 
Autoritarismo é uma forma de governo
 
 que é caracterizada por obediência 
absoluta ou cega à autoridade, oposição a liberdade individual e expectativa de obediência 
inquestionável da população. 
3)DIREITO CONSTITUCIONAL 
3.1) OS PODERES DA UNIÃO 
Poder legislativo 
É o encarregado de exercer a função legislativa do estado, que consiste em 
regular as relações dos indivíduos entre si e com o próprio Estado, mediante a elaboração 
de leis. 
No Brasil, o Poder Legislativo é organizado em um sistema bicameral e exercido 
pelo Congresso Nacional que é composto pela Câmara dos Deputados, como 
representante do povo, e pelo Senado Federal, representante das Unidades da 
Federação. Esse modelo bicameral confere às duas Casas autonomia, poderes, 
prerrogativas e imunidades referentes à sua organização e funcionamento em relação ao 
exercício de suas funções. 
A Câmara dos Deputados é composta, atualmente, por 513 membros eleitos 
pelo sistema proporcional à população de cada Estado e do Distrito Federal, com mandato 
de quatro anos. O número de deputados eleitos pode variar de uma eleição para outra em 
razão de sua proporcionalidade à população de cada Estado e do Distrito Federal. No caso 
de criação de Territórios, cada um deles elegerá quatro representantes. A Constituição 
Federal de 1988 fixou que nenhuma unidade federativa poderá ter menos de oito ou mais 
de 70 representantes. 
Já no Senado Federal, os 81 membros eleitos pelo sistema majoritário (3 para 
cada Estado e para o Distrito Federal) têm mandato de oito anos, renovando-se a cada 
quatro anos, 1/3 e 2/3 alternadamente. Nas eleições de 1998 foram renovados 1/3 dos 
senadores (27) e nas eleições de 2002, 2/3 dos membros (54). 
Uma vez eleitos, os deputados e senadores passam a integrar a bancada do 
partido ao qual pertencem. Cabe às bancadas partidárias escolher, dentre seus membros, 
um líder para representá-los. Assim, para orientar essas bancadas durante os trabalhos 
legislativos, há a figura do líder partidário e suas respectivas estruturas administrativas. O 
governo também possui líderes, na Câmara, no Senado e no Congresso, que o representa 
nas atividades legislativas. 
O Congresso Nacional e suas Casas funcionam de forma organizada, tendo os 
seus trabalhos coordenados pelas respectivas Mesas. Em geral, a Mesa da Câmara dos 
Deputados e a do Senado Federal são presididas por um representante do partido 
majoritário em cada Casa, com mandato de dois anos. Além do presidente, a Mesa é 
composta por dois vice-presidentes e quatro secretários. 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
A Mesa do Congresso Nacional é presidida pelo presidente do Senado Federal 
e os demais cargos ocupados, alternadamente, pelos respectivos membros das Mesas 
das duas Casas. 
 
Compõem ainda a estrutura de cada Casa as comissões, que têm por finalidade 
apreciar assuntos submetidos ao seu exame e sobre eles deliberar. Na constituição de 
cada comissão é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos 
partidos e dos blocos parlamentares que integram a Casa. 
Na Câmara dos Deputados há dezoito comissões permanentes em 
funcionamento e no Senado Federal, sete. As comissões podem ser, ainda, temporárias, 
quando criadas para apreciar determinado assunto e por prazo limitado. As comissões 
parlamentares de inquérito (CPIs), as comissões externas e as especiais são exemplos de 
comissões temporárias. 
No Congresso Nacional as comissões são integradas por deputados e 
senadores. A única comissão mista permanente é a de Planos, Orçamentos Públicos e 
Fiscalização. Contudo, existe também a Representação Brasileira de Comissão 
Parlamentar Conjunta do Mercosul. Já as comissões temporárias obedecem aos mesmos 
critérios de criação e funcionamento adotados pela Câmara e pelo Senado. 
O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, 
leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos 
legislativos e resoluções. Todos estes instrumentos legais tramitam no Congresso 
Nacional e em suas Casas segundo procedimentos próprios previamente definidos em 
regimentos internos. 
Apesar do Congresso Nacional ser um órgão legislativo, sua competência não 
se resume à elaboração de leis. Além das atribuições legislativas, o Congresso dispõe de 
atribuições deliberativas; de fiscalização e controle; de julgamento de crimes de 
responsabilidade; além de outras privativas de cada Casa, conforme disposto na 
Constituição Federal de 1988. 
O Congresso está localizado na área central de Brasília, próximo aos órgãos 
representativos dos Poderes Executivo e Judiciário, formando a praça dos Três Poderes. 
Internamente, o Congresso é uma verdadeira "cidade" contando com bibliotecas, livrarias, 
bancas de revistas e jornais, barbearias, bancos, restaurantes, dentre outros serviços. 
Poder executivo 
O Poder Executivo Federal é exercido, no sistema presidencialista, pelo 
Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado. 
O Presidente da República, juntamente com o Vice-Presidente, são eleitos pelo 
voto direto e secreto para um período de quatro anos. 
Em 1997, através de Emenda Constitucional nº 16, foi permitida a reeleição, 
para um único mandato subseqüente, do Presidente da República, dos Governadores e 
dos Prefeitos. Dessa forma, o Presidente Fernando Henrique Cardoso iniciou, em 1º de 
janeiro de 1999, seu segundo mandato para o qual foi reeleito em 1º turno nas eleições de 
outubro de 1998, se tornando o primeiro Presidente da República a ser reeleito. 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Em caso de impedimento do Presidente da República, ou vacância do 
respectivo cargo, serão chamados sucessivamente para exercer o cargo, o Vice-
Presidente, o Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo 
Tribunal Federal. 
Compete ao Presidente da República entre outros, chefiar o governo; 
administrar a coisa pública; aplicar as leis; iniciar o processo legislativo; vetar, total ou 
parcialmente projetos de lei; declarar guerra; prover e extinguir cargos públicos federais; e 
editar medidas provisórias com força de lei. 
Aos Ministros de Estado compete exercer a orientação, coordenação e 
supervisão dos órgãos e entidades na área de sua competência e referendar os atos 
assinados pelo Presidente da República e expedir instruções para a execução das leis, 
decretos e regulamentos. 
A indicação de ministros é feita pelo Presidente da República com base em 
critérios políticos, de modo a fazer acomodações na base de sustentação do governo. 
Entretanto, isso não exclui a possibilidade de, em alguns momentos, ser utilizado um 
critério exclusivamente técnico para a escolha do ministro. 
O exercício das funções relativas ao Poder Executivo é feito através da 
Administração Direta e Indireta. 
Poder judiciário 
A função do Poder Judiciário, no âmbito do Estadodemocrático, consiste em 
aplicar a lei a casos concretos, para assegurar a soberania da justiça e a realização dos 
direitos individuais nas relações sociais. 
A estrutura do Poder Judiciário é baseada na hierarquia dos órgãos que o 
compõem, formando assim as instâncias. A primeira instância corresponde ao órgão que 
irá primeiramente analisar e julgar a ação apresentada ao Poder Judiciário. As demais 
instâncias apreciam as decisões proferidas pela instância inferior a ela, e sempre o fazem 
em órgãos colegiados, ou seja, por um grupo de juízes que participam do julgamento. 
Devido ao princípio do duplo grau de jurisdição, as decisões proferidas em 
primeira instância poderão ser submetidas à apreciação da instância superior, dando 
oportunidade às partes conflitantes de obterem o reexame da matéria. 
Às instâncias superiores, cabe, também, em decorrência de sua competência 
originária, apreciar determinadas ações que, em razão da matéria, lhes são apresentadas 
diretamente, sem que tenham sido submetidas, anteriormente, à apreciação do juízo 
inferior. A competência originária dos tribunais está disposta na Constituição Federal. 
A organização do Poder Judiciário está fundamentada na divisão da 
competência entre os vários órgãos que o integram nos âmbitos estadual e federal. 
À Justiça Estadual cabe o julgamento das ações não compreendidas na 
competência da Justiça Federal comum ou especializada. 
A Justiça Federal comum é aquela composta pelos tribunais e juízes federais, e 
responsável pelo julgamento de ações em que a União, as autarquias ou as empresas 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
públicas federais forem interessadas; e a especializada, aquela composta pelas Justiças 
do Trabalho, Eleitoral e Militar. 
 No que se refere à competência da Justiça Federal especializada, tem-se que à 
Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os conflitos individuais e coletivos entre 
trabalhadores e empregadores. É formado por Juntas de Conciliação e Julgamento, pelos 
Tribunais Regionais do Trabalho, composto por juízes nomeados pelo Presidente da 
República, e pelo Tribunal Superior do Trabalho, composto por vinte e sete ministros, 
nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal. 
À Justiça Eleitoral compete, principalmente, a organização, a fiscalização e a 
apuração das eleições que ocorrem no país, bem como a diplomação dos eleitos. É 
formada pelas Juntas Eleitorais, pelos Tribunais Regionais Eleitorais, compostos por sete 
juízes e pelo Tribunal Superior Eleitoral, também composto por sete ministros. 
E, à Justiça Militar, compete processar e julgar os crimes militares definidos em 
lei. É composta pelos juízes-auditores e seus substitutos, pelos Conselhos de Justiça, 
especiais ou permanentes, integrados pelos juízes-auditores e pelo Superior Tribunal 
Militar, que possui quinze ministros nomeados pelo Presidente da República, após 
aprovação do Senado Federal. 
São órgãos do Poder Judiciário: 
Supremo Tribunal Federal, que é o órgão máximo do Poder Judiciário, tendo 
como competência precípua a guarda da Constituição Federal. É composto por 11 
ministros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pelo 
Senado Federal. Aprecia, além da matéria atinente a sua competência originária, recursos 
extraordinários cabíveis em razão de desobediência à Constituição Federal. 
Superior Tribunal de Justiça, ao qual cabe a guarda do direito nacional 
infraconstitucional mediante harmonização das decisões proferidas pelos tribunais 
regionais federais e pelos tribunais estaduais de segunda instância. Compõe-se de, no 
mínimo, 33 ministros nomeados pelo Presidente da República. Aprecia, além da matéria 
referente a sua competência originária, recursos especiais cabíveis quando contrariadas 
leis federais. 
Tribunais Regionais, que julgam ações provenientes de vários estados do país, 
divididos por regiões. São eles: os Tribunais Regionais Federais (divididos em 5 regiões), 
os Tribunais Regionais do Trabalho (divididos em 24 regiões) e os Tribunais Regionais 
Eleitorais (divididos em 27 regiões). 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal e de Alçada, organizados 
de acordo com os princípios e normas da constituição Estadual e do Estatuto da 
Magistratura. Apreciam, em grau de recurso ou em razão de sua competência originária, 
as matérias comuns que não se encaixam na competência das justiças federais 
especializadas. 
Juízos de primeira instância são onde se iniciam, na maioria das vezes, as 
ações judiciais estaduais e federais (comuns e especializadas). Compreende os juízes 
estaduais e os federais comuns e da justiça especializada (juízes do trabalho, eleitorais, 
militares). 
3.2) PROCESSO LEGISLATIVO 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA 
Entende-se por Processo Legislativo Brasileiro a sequencia dos atos 
realizados que buscam a elaboração de normas jurídicas. Para atingir esta finalidade é 
necessário a observação de regras particulares, como a iniciativa, o emendamento, a 
discussão, a votação, participação do Presidente da República em casos onde seja 
necessário, entre outras disposições que formam o conjunto de regras para o devido 
processo de elaboração de leis no país. Tal processo está previsto em nossa Carta 
Magna, no artigo 59 e o Congresso Nacional, respeitando este sistema, poderá produzir 
leis de vários tipos e características, como: 
 emendas constitucionais - são as reformas no texto 
constitucional de grande ou pequena monta. São realizadas a partir de aprovação, 
em dois turnos, por três quintos de cada uma das casas do Congresso. 
 - atos legislativos admissíveis somente nos 
casos em que a própria constituição autorize. Destina-se a detalhar matéria que a 
constituição abordou genericamente. Terá de ser aprovada em dois turnos 
de casado Congresso em maioria absoluta, dependendo ainda de aprovação do 
Presidente da República. 
 leis ordinárias - leis comuns, produto da função primordial do 
Poder Legislativo em produzir leis, versando sobre todos os assuntos, exceto 
aqueles abordados por lei complementar. Sua aprovação depende de maioria 
simples. 
 decretos legislativos - atos cuja competência é de total 
exclusividade do congresso, independentes de sanção do presidente. Aprovada 
por maioria simples, sua finalidade básica é a aprovação dos atos do chefe da 
nação. 
 resoluções - atos vinculados à atividade privativa do congresso, 
independentes de aprovação do presidente, assim como os decretos legislativos. 
Sua aprovação é por maioria simples, sendo que existem algumas resoluções, que 
apesar de não fazerem parte do processo legislativo, possuem força de lei, como a 
resolução que institui o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e as 
resoluções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral com a finalidade de garantir a 
execução fiel da legislação eleitoral. 
Além de apreciar as medidas provisórias e autorizar a elaboração de leis 
delegadas, o artigo 59 da Constituição menciona ainda que é de alçada de lei 
complementar abordar a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. 
Estruturada dentro da organização política brasileira, o Poder Legislativo está presente, 
além da esfera federal, nos Estados e Municípios, deste modo: 
 Esfera Federal: Congresso Nacional (Câmara dos Deputados + 
Senado Federal) - atuam os deputados federais e senadores, respectivamente; 
 Esfera Estadual: Assembleia Legislativa - âmbito dos deputados 
estaduais; 
 Esfera Distrital (Distrito Federal): Câmara Legislativa - atuação dos 
deputados distritais; 
 Esfera Municipal: Câmara Municipal -

Outros materiais