Buscar

O Direito nos Atos Institucionais durante o Golpe Militar de 1964

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Plano	de	Aula:	O	Direito	nos	Atos	Institucionais
HISTÓRIA	DO	DIREITO	BRASILEIRO	-
CCJ0256
Título
O	Direito	nos	Atos	Institucionais
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
12
Tema
	O	Golpe	Militar	de	1964	e	a	instalação	do	regime	autoritário
Objetivos
O	aluno	deverá	ser	capaz	de:
Entender	 o	 que	 representou	 o	 Golpe	 Militar	 1964	 no	 contexto
político	interno	e	externo	vivenciado	no	período;
	 Compreender	 a	 anômala	 natureza	 ?supraconstitucional?(?)	 dos
atos	institucionais;
Compreender	 a	 Constituição	 de	 1967	 como	 tentativa	 de
legitimação	do	Movimento	de	1964;
Relacionar	o	AI-5	com	o	recrudescimento	do	regime	e	a	supressão
das	liberdades	individuais	e	políticas.
Estrutura	do	Conteúdo
Para	 Aula	 12,	 você	 deverá	 ler,	 previamente,	 os	 conteúdos	 da	 página	 170	 (a
partir	de	"João	Goulart	e	o	golpe	militar	de	1964"),	situada	no	Capítulo	7,	até	o
fim	da	página	184,	situada	no	Capítulo	8	do	Livro	Didático	de	História	do	Direito
Brasileiro	 e	 e	 na	 Aula	 4	 online	 (Ditadura	 civil	 militar	 e	 a	 redemocratização),
ministrada	pelo	Professor	Rodrigo	Rainha.
Nesta	aula	serão	abordados	os	seguintes	tópicos:
João	Goulart	e	o	golpe	militar	de	1964.	Trata-se	de	apresentar	um	quadro
acerca	do	conturbado	período	em	que	João	Goulart	assumiu	o	governo	do	país.
A	ocorrência	de	greves	e	manifestações	políticas	e	sociais,	o	alto	custo	de	vida
enfrentado	pela	população,	 somado	à	promessa	de	 fazer	 a	Reforma	de	Base
(mudanças	 radicais	 na	 agricultura,	 economia	 e	 educação)	 levaram	 a	 um
quadro	de	instabilidade	política.	O	temor	de	que	o	socialismo	fosse	implantado
no	Brasil	em	um	contexto	internacional	de	Guerra	Fria,	levou	a	que	significativa
parte	 da	 classe	 média,	 a	 Igreja	 Católica,	 os	 setores	 conservadores	 da
sociedade	 e	 os	 Estados	 Unidos	 apoiassem	 o	 golpe	 evado	 à	 cabo	 pelos
militares.
Os	 atos	 institucionais	 como	 anomalias	 do	 Estado	 de	 Direito	O	 golpe
militar	 buscava	 uma	 solução	 jurídica	 que	 o	 legitimasse.	 Tendo	 por	 referência
que	 a	 Constituição	 é	 tradicionalmente	 considerada	 a	 norma	 de	 maior
hierarquia	 no	 sistema,	 a	 ?criação?	 dos	 ?atos	 institucionais?	 configuram	 uma
anomalia	 do	 Estado	 de	 Direito,	 pois	 não	 há	 previsão	 de	 sua	 existência	 pela
Constituição.	 Pelo	 contrário,	 a	 técnica	 usada	 pelos	 juristas	 apoiadores	 do
golpe	foi	a	de	estabelecer	os	atos	 institucionais	como	atos	revolucionários	e,
por	isso,	hierarquicamente	superiores	à	própria	Constituição	de	1946.
A	 Constituição	 de	 1967.	 Com	 a	 intenção	 de	 legitimar	 o	 regime	 militar,	 a
autoritária	Constituição	de	1967	 incorporou	 todas	as	decisões	desde	1964	e
foi	 considerada	uma	Carta	Constituinte	 semioutorgada,	 já	 que	um	Congresso
mutilado	 apenas	 confirmou	 uma	 decisão	 interna	 previamente	 definida	 pelos
militares.	 A	 Carta	 hipertrofiou	 as	 atribuições	 do	 Poder	 Executivo
(principalmente	 concedendo-lhe	 poderes	 especiais	 em	 relação	 à	 Segurança
Nacional)	e	enfraqueceu	o	princípio	federativo,	reduzindo	a	autonomia	política
dos	Estados	e	municípios.	Deu	azo	a	um	retrocesso	no	processo	democrático	e
estabeleceu	restrição	ou	mesmo	suspensão	de	direitos	políticos.
No	 âmbito	 das	 liberdades,	 o	 governo	 empreendeu	 a	 criação	 de	mecanismos
capazes	de	controlar	os	meios	de	comunicação	e	qualquer	outra	manifestação
ligada	à	vida	cultural	do	país	por	meio	da	criação	da	Lei	de	Imprensa	e	da	Lei
de	Segurança	Nacional.	Também	se	retirou	qualquer	direito	dos	trabalhadores
de	promoverem	greves	ou	organizarem	sindicatos,	lançando	as	bases	para	que
outras	 leis	 instituíssem	a	 censura	 e	 o	 banimento	 dos	 cidadãos	 brasileiros.	O
Ato	Institucional	n°	5	e	a	institucionalização	da	violência	O	Ato	Institucional	n°	5
(ou	simplesmente	o	AI-5)	deve	ser	visto	como	uma	das	mais	violentas	facetas
da	ditadura	militar.	Foi	um	diploma	normativo	que	concedeu	poderes	especiais
ao	 presidente,	 que	 poderia,	 na	 esfera	 da	 autonomia	 pública,	 estabelecer
recesso	por	tempo	indeterminado	do	Congresso	Nacional	e	de	qualquer	outro
órgão	legislativo	em	esfera	estadual	e	municipal,	cassar	mandatos,	bem	como
suspender	os	direitos	políticos	de	qualquer	cidadão	por	dez	anos.	Além	disso,
poderia	 ser	 realizado	 o	 confisco	dos	 bens	 daqueles	 que	 fossem	 incriminados
por	 corrupção.	 No	 que	 diz	 respeito	 às	 garantias	 individuais	 (esfera	 da
autonomia	privada),	o	AI-5,	poderia	suspendê-las,	não	reconhecendo	o	habeas
corpus	 como	 remédio	 constitucional	 apto	 a	 conceder	 liberdade	 ambulatorial
em	 caso	 de	 crimes	 políticos	 contra	 a	 segurança	 nacional,	 contra	 a	 ordem
econômica	 e	 social	 e	 também	 contra	 a	 economia	 popular.	 A	 partir	 de	 então,
autoridades	 militares	 puderam	 prender	 e	 coagir	 os	 cidadãos	 de	 forma
arbitrária	 e	 violenta,	 havendo	 consenso	 de	 que	 o	 regime,	 indo	 adiante,	 se
utilizou	 da	 tortura	 como	 método	 para	 obtenção	 de	 objetivos.	 Logo	 após	 a
publicação	dos	doze	artigos	do	AI-5,	vários	cidadãos	foram	lançados	na	cadeia,
dando	início	ao	chamado	?anos	de	chumbo?,	a	época	mais	cruel	da	ditadura.
A	Emenda	Constitucional	nº01/69	e	o	recrudescimento	do	regime.	A	EC
nº	1,	também	conhecida	como	"Constituição	de	1969",	foi	uma	alteração	feita
pela	 Junta	 Governativa	 Provisória	 de	 1969	 na	 Constituição	 de	 1967.	 Ela	 se
caracterizou	 por	 institucionalizar	 os	 AI	 além	 de	 promover	 três	 alterações
(estabelecimento	de	eleições	indiretas	para	o	cargo	de	Governador	de	Estado,
ampliação	do	mandato	presidencial	para	cinco	anos	e	extinção	das	imunidades
parlamentares),	 apontando	 para	 o	 endurecimento	 da	 ditadura,	 sob	 o	 viés
jurídico.	 Embora	 haja	 quem	 defenda	 tratar-se	 de	 uma	 nova	 Constituição,	 a
maior	parte	de	historiadores	e	juristas	consideram-na	mera	emenda	à	Carta	de
1967.
Aplicação	Prática	Teórica
No	 Brasil,	 entre	 1964	 e	 1968,	 foram	 implementadas	 diversas	medidas	 legais
que	 interromperam	 o	 regime	 político	 democrático	 que	 havia	 se	 estabelecido
em	1946.	Assim,	entre	o	Golpe	de	1964	e	a	decretação	do	Ato	Institucional	nº
5,	 decretado	 em	 13	 de	 dezembro	 de	 1968,	 inaugurou	 um	 novo	 momento
político	 da	 ditadura	 militar	 no	 Brasil,	 que	 durou	 até	 meados	 da	 década	 de
1970.	 Sobre	 esse	 período	 da	 história	 política	 brasileira,	 responda	 o	 que	 se
pede	a	seguir.
a)	 	 	 	 	 	 Pesquise	 e	 cite	 ao	 menos	 duas	 disposições	 do	 AI-5	 que
favoreceram	 o	 recrudescimento	 da	 repressão	 política	 promovida	 pela
ditadura	militar.
b)	 	 	 	 	 	 A	 Constituição	 de	 um	 Estado	 Democrático	 de	 Direito	 pode
veicular	normas	que	reproduzam	o	teor	das	normas	do	Ato	Institucional
nº	5?
c)	 	 	 	 	 	 Explique	 a	 importância	 desse	 surto	 econômico	 para	 o	 regime
militar.

Continue navegando