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Sistemas Estruturais – Metálicas Aula 2 – Perfis sua aplicação em edifícios múltiplos andares (discretização: laje, viga e pilar) e predimensionamento de ligações. Aços estruturais normatizados e propriedades mecânicas. • A norma brasileira NBR 8800 da ABNT adota os procedimento de normas internacionais. Alguns exemplos: ASTM A 36 ( 250 Mpa ou 2.500 Kgf/cm2); ASTM A 501 (tubos com ou sem costura 250 Mpa); ASTM A 572 ( 290 a 300 Mpa); ASTM A 588 ( 345 Mpa ) • Pode-se resumir aços: 1-baixa resistência mecânica -250 Mpa; 2-media resistência mecânica – 250 a 300 Mpa; 3-alta resistência mecânica – 300 Mpa ; Vantagens do uso do aço em estruturas: 1-Grandes resistência a esforços, tanto de tração quanto de compressão. Aço • σt = σc = 1500 Kgf/cm2 ( aços comuns ) • σt = σc = 3500 Kgf/cm2 ( aços especiais ) Madeira • σt = σc = 85 Kgf/cm2 ( peroba ) Concreto • σt = 100 Kgf/cm2 ( fck=180 kgf/cm2) • σt = 10 Kgf/cm2 2-Menor dimensão das peças estruturais ( em edifícios altos ganha-se andares ) 3-Menos carga nas fundações Peso próprio : Aço X Concreto ≈ (30 a 50 kgf/m²) X ≈ ( 300 a 500 Kgf/m²) 3- Maior controle de qualidade do material se comparado ao concreto ( fabricação industrial). Material com comportamento menos discrepante que o concreto e, portanto, podendo ser usado coeficientes de segurança menores. Execução mais precisa menos erro; 4-Obras mais limpas e canteiros menores. 5-Maior rapidez de execução ( não necessita de cura ). Leva em média 40% a menos de tempo se comparado com uma estrutura equivalente em concreto armado. 6-Maior precisão na execução. Aço precisão milimétrica Concreto precisão centimétrica 7-Permite desmontagem; 8-Permite reforços em estruturas já existentes com mais facilidade; 9-Material isotrópico; Desvantagens: 1-Alto custo inicial da estrutura ( o que torna viável através do tempo de execução ); 2-Mão de obra especializada não disponível ; 3-Resistência ao fogo; 4-Elevada esbeltez – ( aumento necessário de contraventamentos ); Elasticidade – capacidade de voltar a forma original após sucessivas cargas e descargas dentro do seu limite; Ductilidade- capacidade dos materiais de se deformarem plasticamente sem se romper; Tenacidade –capacidade que os materiais tem de absorcer eenrgia quando submetidos a cargas ; Propriedades mecânica dos aços: O aço é um material dúctil, pois é capazes de sofrer grandes deformações antes de chegar ao ponto de ruptura Materiais com maior módulo de elasticidade são mais dúcteis, como comprova a tabela: O aço é dúctil, portanto, capaz de se alongar desde que sujeito a um esforço de tração, sem que haja rompimento; também tem grande capacidade de resistência a impactos antes de entrar em colapso. Essa característica é denominada tenacidade. Material Módulo de elasticidade (kgf/cm2) Aço 2.100.000 Ferro 1.000.000 Alumínio 700.000 Concreto 250.000 Madeira de 80.000 a 140.000 Madeira compensada 40.000 Couro 2.000 Borracha 10 Fonte: BOTELHO, Manoel H. C. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo: Studio Nobel, 1998. p.48. Componentes e tipologias de perfis / utilizações mais freqüentes: Os componentes em geral podem ser classificados quanto à sua forma, do modo seguinte: • Perfis ( pilares e vigas ) • Chapas • Fios • Vedações • Conexões E sua utilização se dá da forma seguinte: • Barras de treliças planas e espaciais • Barras submetidas à torção (tubulares) • Terças para sustentação de telhas de cobertura • Vigas • Pilares • Estacas de fundação Do aço laminado das siderúrgicas iniciam-se duas vias de produção das estruturas metálicas: perfis laminados e os perfis soldados. Perfil laminados Resistência dos perfis estruturais laminados de abas paralelas (WF) Perfis laminados a quente de abas inclinadas. Resistência dos perfis estruturais laminados de abas inclinadas (WF) Perfis soldados Perfis eletro-soldados. Perfis conformados a frio. Perfis tubulares Sistema de tubos por calandragem. Produção continua com soldagem por resistência elétrica Soldagem helicoidal por arco submerso Perfis tubulares sem costura Perfis tubulares. AA – O Aflalo & Gasperini Arquitetos é autor, entre outras obras, de importantes edifícios comerciais na cidade de São Paulo que se destacam não só por sua esbeltez, mas por terem sido projetados a partir de estruturas mistas em concreto e aço. O edifício Viol, e o WTorre Morumbi, ambos em São Paulo, são alguns deles. Por que a preferência por esse tipo de estrutura? Roberto Aflalo – Não se trata, exatamente, de uma escolha nossa. Primeiro pensamos o projeto, definimos os vãos, os espaçamentos entre as colunas e só depois é que fazemos estudos alternativos dos sistemas estruturais que poderão ser utilizados na obra, considerando, é claro, aqueles que oferecem um melhor custo- benefício, que atendem aos prazos do cliente e que apresentam bons resultados em termos de segurança. Mas nada é tão fixo que não possa ser mudado. Às vezes, somos obrigados a refazer parte dos desenhos após a contratação de uma construtora, já que ela é quem traz a tecnologia para a obra e, nem sempre, está familiarizada com o sistema inicialmente proposto pelo escritório. E quando falamos de projetos de grandes dimensões, como edifícios multiandares, por exemplo, esse ajuste passa a ser mais fino do ponto de vista do custo-benefício. Roberto Cláudio dos Santos Aflalo Filho é mestre em arquitetura pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e sócio-diretor do Aflalo & Gasperini Arquitetos. Ao lado de Gian Carlo Gasperini e Luiz Felipe Aflalo Herman é autor, entre outros, do projeto do edifício corporativo Wtorre. Soluções de pilares mistos aço x concreto Um edifício único . Edifício The One. Construído com pilares de aço revestido com concreto e lajes steel deck o edifício que está localizado na Vila Olímpia conta 16 pavimentos e foi produzido em 18 meses de obra, um ano de planejamento e atingiu a marca de 6 mil m² mensais. Com o uso da técnica mista foi possível, a obtenção de grandes vãos de vigas - com lajes livres e pilares apenas na periferia- e a redução da seção de pilares. Arquiteta Lurie: “O perfil de aço embutido no concreto confere resistência ao pilar. Além disso, o uso de vigas em aço e lajes steel deck possibilitou a redução do uso de formas na obra”, pontua a profissional. Ela explica que o núcleo estabilizador do edifício – que concentra escadas e elevadores – foi projetado apenas em concreto. Lurie ainda explica : “a solução estrutural adotada foi fundamental para que o exíguo prazo executivo do edifício fosse atendido. Se a opção fosse pelo concreto, as alturas das vigas convencionais precisariam ser aumentadas e o ganho de custo e de prazo não teria ocorrido.” As lajes – inclusive as dos sobressolos , destinadas ao estacionamento – foram idealizadas em steel deck, fato que, na opinião do Arquiteto Lurie, contribuiu para minimizaros custos do projeto. “A escolha das estruturas metálicas proporcionou a redução do custo e viabilizou o uso de vigas menores, permitindo um pé-direito maior nos andares.” Diferenciais do projeto, inovação e o arrojo foram o carro-chefe ao lado das orientações de qualificação exigidas pelo US Green Building Council para a obtenção da certificação socioambiental LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), categoria Silver. Velocidade e Beleza Torre E do Wtorre Complex . Projetado em 2012, com 26 andares, em uma área de 26 mil m2 com subsolos, o prédio foi construído em apenas 11 meses a partir de uma estrutura mista com pilares em concreto e aço, vigas metálicas e lajes em steel deck. “Era preciso equalizar o cronograma da obra da Torre E com a inauguração do shopping. Afinal, as estruturas do edifício deveriam estar prontas antes que o Shopping JK Iguatemi, instalado na base do prédio, fosse inaugurado”, conta o arquiteto Washington Fiuza, da B+ZTF Architects. “Como até a data da inauguração as gruas também deveriam estar desmontadas, optamos por uma solução metálica com pilaretes de pré-montagem em perfis em aço soldado, steel decks e complementos estruturais em concreto para que a execução fosse concluída em apenas quatro meses.” “O projeto original era todo em concreto. Foram feitos ajustes na arquitetura para adequar o contraventamento da estrutura metálica. Como o edifício não possuiria o core em concreto, este passou a ser inteiramente em aço.” A montagem foi dividida em duas frentes: primeiro vigas, pórticos, pilares e deck. Depois foi a vez da concretagem das lajes e dos pilares, com uma defasagem de seis pavimentos entre uma etapa e outra. Uma terceira frente executou a proteção passiva contra incêndio das vigas de aço, após a finalização da concretagem dos pilares dos primeiros seis pavimentos. A planta é retangular (24 x 64 m), com 30 pilares mistos de dimensões finais variando entre 50 x 50 cm e 120 x 60 cm, distanciados a 8 m. Os pilares junto às fachadas têm seção constante com 80 x 80 cm, por encapsulamento [concreto armado] de perfis metálicos laminados HP 250 x 62, W 250 x 73 e W 250 x 38,5. Estes pilares de aço foram responsáveis por resistir aos esforços da fase de montagem”. Já os steel decks, com altura de 15 cm, além de eliminarem escoramentos que seriam necessários à execução, atuaram como armadura positiva. 31 pavimentos, um subsolo e três pavimentos de lojas comerciais, 16 elevadores, fachadas, do tipo cortina, construídas com esquadrias de alumínios e por vidros antitérmicos na cor verde. Nos pilares predominam as seções “H”, formadas pela composição de chapas e de perfis laminados “L” ou “U”. As seções “I” são mais utilizadas nas vigas, nas quais foram soldados conectores de cisalhamento para trabalhar como viga mista. A estabilidade é garantida por contraventamentos localizados nas paredes divisórias de lojas e salas no sentido transversal, e junto aos elevadores, no sentido longitudinal. Aplicando perfis de aço. Corte longitudinal Planta do pavimento térreo Planta do vigamento do pavimento térreo Planta do pavimento tipo. Planta do vigamento do pavimento tipo e do quarto pavimento. Perfil de seção caixão Montagem do primeiro pilar e das seções caixão. Construção da torre com 31 pavimentos Vista do lateral esquerda do pavimento tipo. Edifício comercial de dez pavimentos estruturados em aço, defronte ao Vale do Anhangabaú. As vigas transversais ligadas rigidamente aos pilares vencem o vão central da área de escritório, de 11,68 metros, projetam-se em balanços laterais de 2,8 metros, formando quatro eixos de pórticos espaçados de 4,85 metros. As extremidades dos balanços, as colunas e as vigas centrais dos porticos são interligadas por vigas longitudinais que se projetam em balanço de 2,98 metros na parte frontal do edificio, e sobre as quais se apoiam as lajes pre- fabricadas de concreto celular, com espessura de 12 cm. Planta do pavimento tipo Planta do vigamento do pavimento tipo Corte Transversal Corte longitudinal Estabilidade vertical da estrutura às ações do vento de dupla cantoneira “L” 64X64 mm, disposto entre os pilares, junto as escadas e aos elevadores, e na região dos sanitários, ao atingir o pavimento térreo, deslocam-se para o tramo vizinho, devido a existência de arquitetura, mudando sua seção para “I” 450. CONCEPÇÃO DAS CONEXÕES DE AÇO Deve-se considerar : • o comportamento da conexão (rígida ou articulada, por contato ou por atrito, etc.), • limitações construtivas, • facilidade de fabricação (padronização, automatização, acesso para soldagem, etc.) • montagem (simplicidade, acesso para o parafusamento, suportes temporários, etc.). Em geral, são soldadas ou parafusadas. As ligações rebitadas deixaram de ser utilizadas devido à necessidade de mão de obra especializada, instalação lenta, pequena capacidade resistente e dificuldade para inspeção. Conexões parafusadas : resistentes à tração, à força cortante ou a esforços combinados de tração e cortante. Conexões soldadas : mais eficientes do que as parafusadas, mas não permitem a desmontagem da estrutura, fatos que as vezes pode acarretar prejuízo de ordem econômica. CONCEPÇÃO DAS CONEXÕES DE AÇO Classificação : a. Rígidas: Quando não permitem rotação dos elementos.(previsão de transmissão de momento fletor); CONCEPÇÃO DAS CONEXÕES DE AÇO b. Flexíveis: quando permitem rotação. 1 Conexões parafusadas Os parafusos são constituídos de cabeça, fuste e rosca. Os parafusos dividem-se em: parafusos comuns e de alta resistência. Os parafusos comuns são empregados apenas em peças secundárias, como: guarda-corpos, corrimãos, terças e longarinas de fechamento pouco solicitadas. Possuem baixa resistência mecânica. Despreza-se a eventual resistência por atrito entre as chapas conectadas, permitindo-se, portanto, a movimentação entre elas. Os parafusos de alta resistência são empregados nas ligações de maior responsabilidade.. Por causa da maior resistência, usam-se menos parafusos por ligação e, por decorrência, menores chapas de ligação. Conexões soldadas As conexões soldadas são mais rígidas, mais simples para execução de limpeza e pintura, e melhor acabamento final. São mais simples de serem executadas em estruturas existentes. O custo de fabricação é menor, pois não há furações e emprega-se menos material do que nas parafusadas, em vista de as dimensões serem reduzidas. A desmontagem é mais difícil e o controle de qualidade na obra torna-se mais complicado de ser aplicado. Conexões viga primária Conexões vigas secundárias. Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões viga - pilar Conexões pilar - laje Execução de capitel metálico Conexões entre laje e viga http://www.set.eesc.usp.br/cadernos/nova_versao/pdf/cee36_95.pdf Conexões entre laje e viga http://www.set.eesc.usp.br/cadernos/nova_versao/pdf/cee36_95.pdf Ligação de pilares às fundações Os pilares podem ser engastados ou articulados às fundações. Os engastes conduzem a uma economia de aço nos pilares, mas transferem mais esforços às fundações. Exatamente o contrário ocorre nos pilares articulados nas fundações.Portanto, para a escolha mais adequada, é conveniente conhecer as características do solo. Ligação de pilares às fundações Os pilares podem ser engastados ou articulados às fundações. Os engastes conduzem a uma economia de aço nos pilares, mas transferem mais esforços às fundações. Exatamente o contrário ocorre nos pilares articulados nas fundações. Portanto, para a escolha mais adequada, é conveniente conhecer as características do solo. Emendas de pilares tipo I ou H parafusados. Emenda de pilares Emenda de pilares Emendas de pilares caixão parafusados. Emenda de pilares Emenda de pilares Emenda de pilares Enrijecedor de alma do pilar Poderão existir enrijecedores para a alma do pilar na forma de revestimento de concreto ou chapas soldadas. Os enrijecedores influenciam o comportamento da ligação impedindo a flambagem na alma do pilar que constitui um modo de falha da ligação. http://www.set.eesc.usp.br/cadernos/nova_versao/pdf/cee36_95.pdf Enrijecedor de alma do pilar Enrijecedor de alma do pilar As estruturas metálicas das edificações são geralmente definidas no ante-projeto aquitetônico, onde o arquiteto concebe os vãos livres necessários e, portanto a modulação dos pilares, as alturas livres necessárias em função da utilização do edificio, e outros fatores como futuras ampliações. Portanto, nesta fase é fundamental que o arquiteto tenha noções básicas sobre os sistemas estruturais para adequar de forma racional a arquitetura a estrutura. De forma geral devemos conhecer os principios básicos de estrutura, como carregamentos, esforços, tensões, comportamento, etc., para que possamos propor soluções novas de utilização do material, tanto em forma como em espaço, diferentes daquelas já existentes e padronizaddas.
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