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1 GESTÃO TRIBUTÁRIA Prof. Milton Edwino Kelling TRIBUTOS ESPÉCIES E CONCEITOS TRIBUTOS - CONCEITO TRIBUTOS – O CTN (Lei nº 5.172/66), em seu art. 3º define tributo como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. TRIBUTOS - CONCEITO PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: significa que o tributo deve ser pago em unidades de moeda corrente, não podendo ser pago em bens, trabalho ou prestação de serviço. TRIBUTOS - CONCEITO COMPULSÓRIA: obrigação independente da vontade do contribuinte; TRIBUTOS - CONCEITO QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILÍCITO: as penalidades pecuniárias ou multas não se incluem no conceito de tributo ou seja o pagamento de tributo não decorre em virtude de infração de alguma norma e descumprimento da lei; 2 TRIBUTOS - CONCEITO INSTITUÍDA EM LEI: só existe a obrigação de pagar um tributo se uma norma jurídica com força lei estabelecer essa obrigação; TRIBUTOS - CONCEITO COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA: a autoridade não possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar o tributo; a lei já estabelece todos os passos a serem seguidos. ESPÉCIES DE TRIBUTOS O Sistema Tributário Nacional está estruturado de forma a permitir ao Estado a cobrança de: Impostos: Com base no art. 16 do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade específica, independente de qualquer contraprestação do Estado em favor do contribuinte. -------� ESPÉCIES DE TRIBUTOS Taxas: conforme arts. 77 e 78 do CTN, estão vinculadas à utilização por parte do contribuinte, de serviços públicos específicos; Contribuição de melhoria: O CTN dispõe em seus arts. 81 e 82, que só podem ser cobradas, em virtude de obra pública, decorrer valorização imobiliária para o contribuinte. -----� ESPÉCIES DE TRIBUTOS Contribuições: São tributos qualificados pela finalidade e terão natureza de imposto. O art. 149 da CF descreve: “compete à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas”. ESPÉCIES DE TRIBUTOS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS A contribuição Social tem como principal objetivo o custeio da seguridade social, instituída pelo art. 195 da CF, alterada pela Emenda Constitucional nº 20/1998. 3 ESPÉCIES DE TRIBUTOS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS A emenda nº 20/1998 ampliou o conceito de contribuinte das contribuições sociais, que era o empregador, passando a definir como contribuinte, além do empregador, a empresa e a entidade a ela equiparada na forma da lei. ESPÉCIES DE TRIBUTOS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS A emenda nº 20/1998 ampliou também as hipóteses de incidência que passaram a ser: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vinculo empregatício (INSS – Lei No 8.212/91); -----� ESPÉCIES DE TRIBUTOS b) a receita ou o faturamento (Confins – LC No 70/91 e Lei nº 9.718/98); c) o lucro (CSL – Lei No. 7.689/88). d) o Pis/Pasep, instituído pela LC 7/70, foi recepcionado pela CF, em seu art. 239. É também uma contribuição social que incide sobre a mesma base de cálculo da Cofins, ou seja, o faturamento das empresas. ESPÉCIES DE TRIBUTOS As contribuições sociais devem obedecer ao princípio da anterioridade restrita (noventena), ou seja, entram em vigor 90 dias após sua publicação (art. 195, parágrafo 6º. da CF). ESPÉCIES DE TRIBUTOS A LC nº 110/2001 instituiu novas contribuições sociais sobre valores devidos na forma da lei do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com a finalidade de arrecadar novos recursos, que, recolhidos no sistema bancário, devem ser transferidos para a Caixa Econômica Federal (CEF). ESPÉCIES DE TRIBUTOS Com esses recursos, a CEF deverá efetuar o pagamento da diferença de correção monetária dos Planos Verão e Collor, produzida nas contas vinculadas dos empregados, pela modificação de índices de correção monetária feitos por esses planos econômicos. 4 ESPÉCIES DE TRIBUTOS Essas diferenças deram causa a milhares de ações na Justiça Federal contra a União, que se arrastaram por mais de dez anos, e nas quais a União vinha sendo condenada. ESPÉCIES DE TRIBUTOS Foi instituída a contribuição social de 10%, devida pelos empregadores, sobre o montante dos depósitos devidos na conta vinculada do trabalhador, nos casos de despedida sem justa causa (art. 1º). Ficam isentos dessa contribuição social os empregados domésticos (parágrafo único do art. 1º). ESPÉCIES DE TRIBUTOS Foi instituída também outra contribuição social devida pelos empregadores, à alíquota de 0,5%, sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada trabalhador, nos termos da Lei nº 8.036/90 (Lei do FGTS). Essa contribuição foi devida por 60 (sessenta) meses, a contar de sua exigência, ou seja, de 10 de outubro de 2001 até a mesma data de 2006. ESPÉCIES DE TRIBUTOS Essas novas contribuições não se destinam à Seguridade Social (art. 195 da CF) nem são depositadas na conta vinculada do trabalhador, mas são transferidas para a CEF, para pagamento de débitos da União, causados pelos planos econômicos. ESPÉCIES DE TRIBUTOS Essas contribuições transferem débitos da União para os empregadores e sua constitucionalidade vem sendo contestada perante o Poder Judiciário. CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE) São contribuições regulatórias, utilizadas como instrumento de política econômica para enfrentar determinadas situações que exijam a intervenção da União na economia do país. 5 CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE) A Emenda Constitucional nº 33/2001 acrescentou um § 2º ao art. 149, renumerando o antigo parágrafo único para § 1º, e dispondo: “§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; ------------� CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE) II – poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível; --------� CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE) III – poderão ter alíquotas: Ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; Específica, tendo por base a unidade medida adotada.” CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE) Após a publicação da Emenda Constitucional nº 33/2001, foram instituídas, pela União, duas CIDES: CIDE S/ ROYALTIES – instituída pela Lei No. 10.168/2000 e regulamentada pelo Decreto nº 3.949/2002, com os seguintes elementos: ----� CIDE S/ ROYALTIES Contribuinte: a pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como a signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. CIDE S/ ROYALTIES Incidência: sobre as importações pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, em cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração previstos nos contratos relativos ao fornecimento de tecnologia, prestação de serviços de assistência técnica, cessão e licença de exploração de patentes. Alíquota: 10% (dez por cento). 6 CIDE S/COMBUSTÍVEIS Instituída pela Lei No. 10.336/01 e regulamentada pelo Decreto nº 4.565/03. Contribuinte: a pessoa jurídica que importar ou comercializar no mercado interno petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcooletílico combustível. Incidência: sobre a importação ou comercialização desses produtos. -------------� CIDE S/COMBUSTÍVEIS Alíquota: específicas, ou seja, determinado valor em reais sobre a unidade de medida estabelecida em lei, como base de cálculo. Base de cálculo: no caso, metros cúbicos (m3); Exemplos: Gasolina, R$860,00 por m3; Óleos combustíveis com alto teor de enxofre, R$40,90 por t. CIDE S/COMBUSTÍVEIS A lei autoriza o contribuinte dessa CIDE sobre combustíveis a deduzir, por ocasião de seu pagamento, a contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, dedução essa sujeita a limites fixados no art. 8º da Lei nº 10.336/2001, com nova redação dada pela Lei nº 10.636/2002, reduzidas, temporariamente, pelo Decreto nº 4.565/2003. CIDE S/COMBUSTÍVEIS Exemplos: • R$ 49,90 (PIS) e R$230,10 (Cofins) por m3 de gasolina; • R$14,50 (PIS) e R$26,40 por t. de óleo combustível de alto teor de enxofre. CIDE S/COMBUSTÍVEIS Como há enorme quantidade de tipos químicos de combustíveis, faz necessário consultar sempre o Decreto nº 4.565/2003, que regulamenta esse tipo de CIDE, para aplicação correta dessas alíquotas específicas e correspondente dedução do PIS e da Cofins. CIDE S/COMBUSTÍVEIS A Emenda Constitucional nº 42/2003 deu nova redação ao inciso II do § 2º do art. 149 da CF, passando a dispor que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico: “II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.” 7 CIDE S/COMBUSTÍVEIS Essas contribuições, que pela redação do inciso II, dada pela Emenda Constitucional nº 33/2001, poderiam incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível, agora, com a nova redação dada ao citado inciso II, pela Emenda Constitucional nº 42/2003, tiveram sua incidência ampliada para toda e qualquer importação de produtos estrangeiros ou serviços. CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS São contribuições destinadas a custear os serviços dos órgãos responsáveis pela habilitação, registro e fiscalização das profissões regulamentadas, consideradas como autarquias federais pela Constituição Federal. Exemplos: OAB, CRC, CREA, CRM. CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS As contribuições não pagas podem ser inscritas na Dívida Ativa e cobradas mediante execução fiscal federal. CONTRIBUIÇÕES MUNICIPAIS E DO DISTRITO FEDERAL A Emenda Constitucional nº 39, de 19-12-2002, introduziu um novo art. 149-A, na CF, que permite aos municípios ao Distrito Federal, na forma das respectivas leis, instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III, da CF, ou seja, cobrada mediante lei (inciso I) e aplicável somente aos fatos geradores ocorridos na vigência da lei, observado o princípio da noventena. CONTRIBUIÇÕES MUNICIPAIS E DO DISTRITO FEDERAL Está aberto o caminho para a criação de outras contribuições para o custeio de serviços pelos municípios e pelo Distrito Federal. CONTRIBUIÇÕES MUNICIPAIS E DO DISTRITO FEDERAL O parágrafo único da referida emenda constitucional permite a cobrança dessa contribuição, na fatura de consumo de energia elétrica.
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