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Estudo dirigido Desenvolvimento Capitalista para prova discursiva

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER
CURSO BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL – EaD
Estudo Dirigido
Disciplina: Desenvolvimento Capitalista e Serviço Social
Nos conteúdos estudados na aula 1 “definição de modo de produção”, e a luz dos conteúdos desta aula, vimos que por modo de produção entende-se a forma como o homem, em sociedade, se organiza para obter bens para o consumo, ou seja: produzir e distribuir os meios necessários à sua subsistência, assim como, para manter a reprodução da espécie humana.
“Um marco importante no caminho para o aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho ainda na idade da pedra foi a invenção do arco e da flecha, com o aparecimento dos quais a caça passou a fornecer maior quantidade de meios de subsistência. O incremento da caça conduziu ao aparecimento da pecuária primitiva.
Os caçadores começaram a domesticar os animais, a começar pelo cão. Mais tarde, de acordo com as peculiaridades das diferentes regiões onde os homens se haviam fixado, foram sendo domesticados cabras, gados, porcos e cavalos”. (Gorender; Almeida, 1961. S/p).
Vimos que a partir da domesticação dos animais, os gados passam a ser utilizados com força de tração (tração animal) na agricultura. Apenas com o aprimoramento da fundição do metal é que aparecem os primeiros instrumentos de metal utilizados na agricultura, o que deu uma base mais sólida ao trabalho agrícola. (Gorender; Almeida, 1961).
O trabalho do homem primitivo não criava qualquer excedente além do mais indispensável a vida, isto é, não proporcionava um produto suplementar. Em tais condições, na sociedade primitiva não podia haver classes nem exploração do homem pelo homem. A propriedade social existia apenas nos marcos de cada comunidade; estas comunidades eram pequenas e mais ou menos isoladas umas das outras. (Gorender; Almeida, 1961.)
O trabalho escravo originou uma grande desigualdade entre as comunidades, que antes produziam de forma coletiva. Desta forma, a mediada que os detentores das propriedades comunitárias vão se distanciando das comunidades, surge o primeiro modelo de divisão social em classes, e concomitantemente, a exploração do homem pelo homem. “foi assim que surgiu a primeira divisão da sociedade em classes — a divisão em senhores de escravos e escravos. Surgiu a exploração do homem pelo homem, isto é, a apropriação gratuita por umas pessoas do produto do trabalho de outras pessoas”. (Gorender; Almeida, 1961).
O trabalho suplementar dos camponeses, realizado na fazenda do senhor feudal, ou o produto suplementar, criado pelo camponês em sua própria economia, e do qual aquele se apropriava, constituía a renda feudal da terra. A renda feudal frequentemente abarcava não só o trabalho suplementar do camponês, mas também parte do seu trabalho necessário. A base desta renda era a propriedade feudal da terra, relacionada com a dominação direta do latifundiário feudal sobre os camponeses dele dependentes. (Gorender; Almeida, 1961).
O surgimento do mercado mundial trouxe demanda por mercadorias, para as quais apenas a produção artesanal não era suficiente. Deste modo o modo de produção feudal entra em declínio, pois já se encontrava em desenvolvimento o modo de produção fabril, inicio do que mais tarde chamaríamos de modo de produção industrial capitalista.
De acordo com os conteúdos da aula 2, tema: “surgimento e desenvolvimento do capital mercantil”, vimos o dinheiro possui a capacidade de ser diretamente trocado por todas as mercadorias e, de tal maneira, serve como meio para a satisfação de todas as necessidades dos produtores de mercadorias, ao tempo em que todas as demais mercadorias somente podem satisfazer uma necessidade determinada, como, por exemplo, de alimento, de roupa, etc. (Gorender; Almeida,1961).
A exploração do trabalho assalariado é a principal característica do capitalismo, quando ele contrata o trabalhador operário, nada mais é do que compra – e – venda da mercadoria, também conhecido como venda da força de trabalho.
Na aula 2, tema: “a concepção e desenvolvimento do capitalismo”, sobre o comportamento da burguesia, enquanto classe e produção do sistema capitalista, vimos que a burguesia é a classe dominadora na sociedade capitalista, que possui os elementos de produção e vale-se dele para a exploração do trabalho assalariado.
A concentração de capital que possibilita a centralização da produção em poucas, mas grandes empresas, o que por sua vez, aumenta cada vez mais a desigualdade de bens entre os homens, ao mesmo tempo em que produz e intensifica cada vez mais a divisão social de classe. Uma das “mais evidentes são as privatizações, responsáveis pelo aumento do desemprego, contratos temporários e como consequência o avanço das desigualdades” e exclusão social. ,
De acordo com os conteúdos estudados na aula 2 tema: “a expansão do capitalismo industrial”, vimos como o estado neoliberal contribuiu para o aumento das desigualdades sociais. A precarização do trabalho surge do capital e da concepção do estado neoliberal, que amplifica o abuso desta força de trabalho, trazendo o desmantelamento dos grupos de trabalho, oposição sindical, também pela desagregação social nas cidades em razão do crescimento sem limites do desemprego em massa. (Dallago, 2010).
Nos conteúdos estudados na aula 2 tema: “aspectos fundamentais do capitalismo monopolista”, vimos que o capitalismo monopolista, consiste na disputa de dominação sobre os países onde se insere possíveis mercado para o escoamento/venda de seus produtos.
Na aula 2 tema: “aspectos fundamentais do capitalismo monopolista”, vimos que o fordismo é um sistema de produção de mercadorias cuja principal característica é a produção em série, (aplicado inicialmente em linhas de montagens de automóveis), criado por Henry Ford na Inglaterra em 1914.
Nos conteúdos estudados na aula 3 tema: “capitalismo monopolista pós-segunda guerra mundial”, vimos como o estado atribui papel central ao investimento público induzindo investimento. Articulação entre o fordismo e as teorias keynesianas, segundo as quais o estado deveria operar como um regulador dos investimentos privados “através do direcionamento dos seus próprios gastos – numa palavra, Keynes atribuía papel central ao investimento público como indutor do investimento”. (Netto; Braz. 2006. P.195, apud, Souza; Meirelles; Lima, 2016, p. 37).
De acordo com os conteúdos estudados na aula 3 tema: “as funções do estado no contexto dos monopólios”, a luz de Souza; Meirelles; lima (2016) como podemos entender a conquista dos direitos sociais não deve ser entendida como concessões gratuitas por parte da burguesia. Podemos sustentar que, por um lado, foram direitos conquistados pela crescente luta da classe trabalhadora, e, por outro lado, ao mesmo tempo foram concessões feitas pela burguesia, que na correlação de forças garantia a salvaguarda do capital diante do crescimento da organização dos trabalhadores, o qual intimidava os capitalistas. (Souza; Meirelles; Lima, 2016, p. 54)
Sobre “as origens do capitalismo brasileiro”, vimos que: nas relações de produção escravistas ou no regime de escravidão no modo de produção capitalista, o escravo é uma mercadoria vinculada à produção e redução do capital em um contexto da superexploração da força de trabalho, na medida em que se trata de um trabalho não remunerado, no qual a expropriação da mais-valia é total. (Souza; Meirelles; Lima, 2016, p. 54).
Na aula 3 tema: “aspectos históricos da revolução democrático-burguesa no Brasil”, estudamos que as decisões vindas da classe dominante não favoreceram o desenvolvimento do país de modo que atendesse aos interesses da população em geral, mas, sim, de alguns grupos que estavam no poder, e, mais grave ainda, colocaram o Brasil numa situação de dependência econômica do capitalismo internacional e subalternidade frente aos países imperialistas (como os estado unidos). São exemplos desses marcos históricos a independência, a abolição da escravatura, a proclamação da república e o golpe militar de 1964.
“Historicamente, operíodo republicano representa a consolidação do regime de assalariamento e o ‘verdadeiro’ início do processo de industrialização no brasil, que até então era bastante precário” (Souza; Meirelles; Lima, 2016, p. 79).
Em termos de industrialização retardatária, Souza; Meirelles; Lima pontuam que, até a década de 1950, a economia brasileira se baseava na exportação de produtos primários, enquanto outros países já estavam com suas indústrias a “todo vapor”.
Sobre “o desenvolvimento capitalista no Brasil”, vimos que a característica sobre a formação do capitalismo brasileiro é que seu sistema de industrialização é conhecido como “capitalismo tardio”, por apresentar um atraso no processo de industrialização, quando comparado com outros países da Europa e estados unidos.
Segundo o prof. José Paulo Netto, um dos grandes referenciais teóricos do serviço social brasileiro, “no capitalismo monopolista as funções políticas do estado imbricam organicamente nas suas funções com suas funções econômicas”. (Netto, 2006. P.25) nesta lógica de intervenção a função estatal é direcionada para garantir o lucro dos monopólios, para atingir este objetivo “como poder político e econômico, o estado desempenho uma multiplicidade de funções”. (Netto, 2006. P.25)
Na aula 4, tema: “a relação entre inclusão e exclusão social”, vimos que as ações de inclusão social estão relacionadas às gestões da política econômica e, principalmente da política social. Isto significa que, a inclusão social só ocorre à medida que estas políticas têm como foco a redução e combates das desigualdades. Neste aspecto, precisamos lembrar que o papel do estado, ou melhor, que este cumpra seu papel, é fundamental para a inclusão social.
O conceito de desigualdade social remete à questão de distribuição de renda. Segundo Montaño (2012), na era dos monopólios, a desigualdade social é fruto do próprio incremento das forças produtivas, e não em decorrência do seu pouco desenvolvimento, nem a condição para o mesmo. A desigualdade é decorrente do processo que, mesmo com a fartura de mercadorias, prefere acumulação e empobrecimento. (Montaño, 2012).
Sobre “sobre a vulnerabilidade social”, - como campo de intervenção do serviço social, a vulnerabilidade é utilizada para criação de indicadores sociais ampliados, para delimitar uma linha de pobreza, e assim criar mecanismos de proteção social. Estes indicadores, são usados por exemplo, na política de assistência social, na saúde, na educação, entre outros.
No âmbito das políticas sociais, a vulnerabilidade se refere aos grupos de indivíduos considerados mais suscetíveis à violência, e/ou à privação de direitos. São considerados grupos vulneráveis, por exemplo: os idosos, as crianças, pessoas com de deficiência, o público LGBT – são grupos que podem sofrer, tanto social com materialmente as consequências da exclusão social.
Em relação à “a gênese do serviço social e sua relação com o modo de produção capitalista: estudamos que o assistente social, no início, tinha de ter um perfil que fosse ao encontro de determinados critérios impostos pela Igreja e pela sociedade. Destacamos que neste ínterim, tanto o perfil do profissional de serviço social quanto suas ações eram definidos por ideologias dominantes, de cunho conservador e reprodutoras de ideologias. (Alves, 2016, p. 29)
Uma vez que o modo de produção capitalista produz a pauperização, gera-se também um fenômeno chamado “lumpem-proletariado”. Na perspectiva de Marx, em uma breve explicação, lumpem é a parcela da classe trabalhadora que não consegue ter sua mão de obra absorvida pelo mercado de trabalho, mas que também não faz parte do chamado exército industrial de reserva, ou seja, são aqueles trabalhadores considerados inválidos, seja por doença, por idade ou por outros fatores. E neste cenário, de muitos trabalhadores desempregados, ocorre uma série manifestações e expressões sociais, em função da ausência de condições de manutenção de suas vidas.
No Brasil, a forma como foi implantado o modo de produção industrial gerou uma série mazelas sociais, entre elas, citamos a ausência de condições suprir necessidades básicas. Como por exemplo: a falta de trabalho e de renda, falta de moradia com condições adequadas, proliferações de doenças, o não acesso à educação, entre outras.
A rápida concentração de trabalhadores nos centros industriais urbanos, favoreceram a o aumento da informalidade e da precarização nas relações de trabalho, e consequentemente o acirramento da “questão social’, uma vez que tais trabalhadores não contavam com condições de instalação adequadas nas cidades, tão pouco com alguma forma de proteção social.de
Um dos traços mais destacados do “milagre econômico”, é sua associação com o aprofundamento da concentração de renda e das desigualdades regionais. Muito embora esses dados não costumassem aparecer nos indicadores gerais de crescimento, ufanistamente divulgados pelos governos militares, consolidam-se enquanto determinantes estruturais da “questão social” no brasil. (santos, 2012.p. 151).
Segundo Iamamoto (2008), o ponto de partida para a análise do significado social e, portanto, político da prática profissional não se revela de imediato no cotidiano do fazer profissional. O exercício profissional “adquire seu sentido, descobre suas alternativas na história da sociedade da qual é parte.” (Iamamoto, 2008, p. 121).
Sobre o “serviço social e relações sociais capitalistas”, vimos que a reflexão sobre o trabalho do assistente social na esfera estatal remete necessariamente ao tema das relações, ao mesmo tempo recíprocas e antagônicas, entre o estado e a sociedade civil, uma vez que o estado não é algo separado da sociedade, sendo, ao contrário, produto desta relação, que se transforma e se particulariza em diferentes formações sociais e contextos históricos. (Raichellis, 2009, p. 3).
Para compreender o significado do projeto societário que o serviço social defende, é necessário se debruçar nos estudos das relações sociais na sociedade capitalista, assunto tão discutido na área em questão. Uma vez que o objeto de intervenção do serviço social é a “questão social”, e que esta, por sua vez, consiste nas mais diversas expressões advindas da luta de classes (trabalhadores e capitalistas), posicionar-se frente às relações de exploração do trabalho é um ponto fundamental para a profissão.
A sobrevivência e a reprodução da classe trabalhadora na sociedade capitalista dependem fundamentalmente do salário que o trabalhador recebe em troca da venda da sua força de trabalho no mercado; isto trata-se de trabalhadores assalariados despojados dos meios de produção e dos meios de vida, os quais se encontram monopolizados pelos próprios do capital e da terra. (Alves, 2016, p.109)
De acordo com os conteúdos sobre “os princípios da profissão na esfera do capitalismo”, vimos que o compromisso profissional assumido pelos assistentes sociais é um ético e político, uma vez que se trata de uma profissão que tem sua base de fundamentação na “questão social”, a qual, por sua vez, é a forma mais expressiva das contradições entre capital e trabalho.
O serviço social é uma profissão que tem um compromisso com os interesses da classe trabalhadora. Esse compromisso está expresso em diversos documentos e egislações, como, por exemplo, a lei que regulamenta a profissão e o código de ética dos assistentes sociais (Brasil, 2012 [1993]).

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