Prévia do material em texto
RESENHA: O FILME “A GUERRA DO FOGO”. Caio César Sales Silva1 A Guerra do fogo, produzido na França e no Canadá, pelos diretores Jean Jacques, Anthony Burgess e Desmond Morris, aborda o período da pré-história, evidenciando a importância do fogo e as relações humanas entre diferentes tribos dos diversos estágios evolutivos. O longa metragem retrata um bando convivendo em uma caverna, possuidores de linguagem primitiva, fazendo uso de gestos, ruídos e símbolos para se comunicarem. Eram portadores de uma chama, qual era considerada sobrenatural. No momento em que eles descobrem o fogo, se tornam dependentes, de algo tão importante que eles o defendem com a vida, tanto é que, acontece uma invasão de um outro grupo mais primitivo, onde há muitas mortes, tudo em defesa do fogo. Alguns poucos indivíduos conseguem escapar. Três deles são destacados para recuperar o fogo que perderam ao fugir da batalha, o até então líder os nomeia e eles saem em busca desse fogo. Em sua jornada enfrentavam diversos obstáculos como o frio, a falta de alimentos e os constantes ataques de outro povos e animais. Em um desses confrontos eles conhecem a mulher que foi feita prisioneira pelo grupo canibal. A mulher utiliza seus conhecimentos para curar os ferimentos do líder do bando. Assim, iniciam entre eles um sentimento de amor primitivo. O filme destaca diversos povos em diferentes estados de evolução dividindo o mesmo espeço e tempo, na luta pela sobrevivência. Além disso, ressaltar o desenvolvimento da linguagem em suas diversas fases. O homem, já se locomovendo como bípede e tendo suas mãos livres, aprendeu a manipular instrumentos, a interferir no seu meio e a fazer, dentre outras coisas, o fogo. A necessidade de preservação desse conhecimento, dessa tecnologia, levou-o a sofisticar a sua capacidade de comunicação. A princípio, sua linguagem pode ter sido meramente gestual, mas ele descobriu que os sons também poderiam se prestar a essa função. O comportamento racional humano em desenvolvimento também é colocado no filme, principalmente no momento em que um membro do grupo parte pela busca 1 Graduando em Filosofia – Centro Universitário Claretiano. do fogo cospe um pedaço de carne que comera, ao perceber que era humana; eles, portanto, tinha consciência de que o canibalismo, não devia ser praticado, diferente de outros grupos que aderiram o infeliz costume. Assim, revela a capacidade pensante do ser humano que está em potência e se desenvolve quando o homem vai aderindo novas experiências e se inserido em culturas novas. Quanto ao comportamento sexual, as relações entre machos e fêmeas eram realizadas praticamente da mesma maneira que os outros animais, até o casal principal do filme criar uma maneira mais humana de praticar atos sexuais, face a face. Nesse sentido, é perceptível também o desenvolvimento de sentimentos como alegria, prazer, satisfação, tristeza, solidão e decepção. O homem, a partir da experiência se descobre e aprende sobre si mesmo. A centralidade do longa é o processo de descoberta do fogo e sua importância a preservação das espécies. A tribo que a mulher pertence é mais evoluída, tem uma comunicação mais complexa não trata o fogo como algo sobrenatural, uma vez que eles mesmo são capazes de produzi-lo. Outro ponto importante é a questão cultural. Olhando para o ser humano, podemos afirmar que todos os homens têm a mesma natureza potencial e que ela é inseparável da influência cultural. Mondin explica que todo homem é um ser cultural e alerta: O homem não é um edifício pré-fabricado que basta simplesmente montar, como hoje se faz com as coisas, bancos e escolas. Ele deve se construir com suas próprias mãos, cultivando a si mesmo. O objetivo primário da cultura é promover a realização da pessoa (MONDIN, 1978, p. 116). Todas as culturas têm traços similares porque são produto do homem e, como ele, também são caracterizadas pela diversidade. A cultura abraça todo o ser humano, envolvendo sua razão, sua vontade e sua liberdade enquanto condições subjetivas necessárias para continuar sendo produzida. O ser humano é tão artífice quanto beneficiário da cultura. O ser humano precisa da contribuição dos outros seres humanos, pois nem sua estrutura biológica nem sua estrutura psicológica estão preparadas para que ele atue de forma isolada. O homem é, ontologicamente, um ser em comunhão. Em seu nascimento, chega ao mundo dos homens que o antecederam e, deles, recebe como herança o contexto social, no qual vai desenvolver sua capacidade e tentará alcançar a perfeição. Referências Bibliográficas ANNAUD, Jean-Jacques. A Guerra do fogo. Duração 100 min. 1982. MONDIN, B. Fundamentos antropológicos da psicoterapia. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. Em sua jornada enfrentavam diversos obstáculos como o frio, a falta de alimentos e os constantes ataques de animais. Em um desses confrontos eles conhecem a m i feita prisioneira pelo grupo canibal. CÁSSIO, João - Resumo Filme a Guerra do Fogo. Disponível em < https://www.passeidireto.com/arquivo/2701529/resumo-a-guerra-do-fogo. Acesso em: 05 de mai. 2019.