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TUTELA JURÍDICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA CONSIDERAÇÕES ACERCA DA CAPACIDADE PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL - Envio revista Vertentes do Direito - UFT

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FACULDADE CATÓLICA DO TOCANTINS 
 
CENTRO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
 
THAISE MENDES FERREIRA 
 
 
 
TUTELA JURÍDICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: Considerações 
acerca da capacidade para os atos da vida civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PALMAS – TO 
2018 
 
 
 
 
THAISE MENDES FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUTELA JURÍDICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: Considerações 
acerca da capacidade para os atos da vida civil 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso I (TCC I) 
apresentado como requisito parcial à 
obtenção da disciplina Monografia I (TCC) 
do Curso de Direito da Instituição 
Faculdade Católica do Tocantins. 
 
Orientadoras: Prof.ª. Dra. Angélica 
Pedrico e Prof.ª. Me. Karine Alves 
Gonçalves Mota. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PALMAS – TO 
2018 
 
 
 
 
THAISE MENDES FERREIRA 
 
 
 
TUTELA JURÍDICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: Considerações 
acerca da capacidade para os atos da vida civil 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso I (TCC I) 
apresentado como requisito parcial à 
obtenção da disciplina Monografia I (TCC) 
do Curso de Direito da Instituição 
Faculdade Católica do Tocantins. 
 
Orientadoras: Prof.ª. Dra. Angélica 
Pedrico e Prof.ª. Me. Karine Alves 
Gonçalves Mota. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
Prof.ª. Dra. Angélica Pedrico 
Orientadora 
 
 
 
 
Avaliador 1 
 
 
 
 
 
Avaliador 2 
 
 
PALMAS – TO 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando perdemos o direito de ser diferentes, perdemos o privilégio de ser livres. 
Charles Evans Hughes 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15) veio implantar normas de 
inclusão dispostas anteriormente na Convenção Internacional sobre os Direitos da 
Pessoa com Deficiência, no entanto, as alterações promovidas na legislação civil 
geraram discussões no que tange a capacidade civil. Com isso esse trabalho de 
conclusão de curso I tem o objetivo geral apontar como o Estatuto da Pessoa com 
Deficiência objetiva garantir a tutela jurídica dos deficientes quanto à capacidade de 
exercício dos seus direitos. É uma pesquisa de caráter lógico-dedutivo, possuindo 
duas extensões para desenvolvimento, sendo explicativa e de caráter exploratório. A 
priori o trabalho fará um breve histórico dos direitos humanos, seguindo por um 
apanhado sobre os direitos das pessoas com deficiência e ademais construindo uma 
comparação entre a aplicação do instituto da capacidade civil anterior e posterior à 
nova redação dada ao Código Civil após a implantação da Lei nº 13.146/15. Em 
concluso apontaremos os meios inseridos pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência para assegurar a tutela jurídica dos deficientes em seu pleno 
exercício da capacidade civil. 
 
Palavras-chave: Capacidade Civil, Lei nº13. 146/15, Tutela Jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6 
 
1.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 6 
 
1.2.PROBLEMÁTICA .................................................................................................. 7 
 
1.3.OBJETIVOS .......................................................................................................... 8 
 
1.3.1.Objetivo geral 8 
 
1.3.2.Objetivos específicos 8 
 
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 8 
 
2.1.DIREITOS HUMANOS ......................................................................................... 8 
 
2.2.Direitos Da Pessoa Com Deficiência .................................................................. 10 
 
2.3.A APLICAÇÃO DA INCAPACIDADE CIVIL ANTERIOR E POSTERIOR A LEI 
Nº13.146/15 .............................................................................................................. 12 
 
2.4.INOVAÇÕES BASILARES TRAZIDAS PELA LEI 13.146/15.............................. 16 
 
3.PROCEDIMENTO METODOLÓGICO................................................................... 21 
 
3.1.Matriz de Amarração .......................................................................................... 23 
 
4.CRONOGRAMA .................................................................................................... 24 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A deficiência aos olhos da sociedade possui um contexto histórico negativo e 
com isso, pouco se respeitava os direitos as quais possuem como pessoa humana, 
muito já se evolui, visto que na antiguidade pessoas eram mortas por não ser 
aceitas pela sociedade, mas ainda é passível de avanço. 
Ultimamente a luta por igualdade felizmente tem se intensificado tanto no âmbito 
internacional quanto nacional. Em nível de Brasil a evolução se tornou evidente com 
o acontecimento da ratificação da Convenção Internacional sobre os Direitos da 
Pessoa com Deficiência e posteriormente com a promulgação da Lei nº 13.146/15 – 
Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
As alterações promovidas pelo Estatuto visam a maior inclusão da pessoa com 
deficiência e para que esta acontecesse alguns institutos do ordenamento jurídico 
foram alterados, neste trabalho abordaremos em especial as modificações geradas 
no Código Civil mais especificamente no tocante ao exercício capacidade civil. 
Neste contexto, objetiva-se discorrer considerações sobre os reflexos da 
implantação desta nova lei, sob a perspectiva da tutela jurídica dos deficientes 
tocante capacidade civil para exercício pleno de seus direitos, apontando 
mecanismos inseridos pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. 
 
1.1. JUSTIFICATIVA 
 
A possibilidade da ocorrência da desproteção do direito de qualquer cidadão seja 
ele, portador de deficiência ou não, causa indignação, visto que a Constituição 
Federal em seu artigo 5° dispõe sobre os direitos e garantias fundamentais, onde é 
assegurada a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade e segurança a 
todos. 
A aplicação da Lei de Inclusão Brasileira tem sido questionada no tocante de 
problemas que tratam do instituto da capacidade civil, ao conceder a aquelas 
pessoas, tidas anteriormente como juridicamente vulneráveis, a liberdade plena em 
decidir sobre todos os seus atos. 
Como mencionado por Cabral (2017) a lei 13.146/15 tem imposto alterações que 
nem a jurisprudência conseguiu interpretar para aplica-la de forma suficiente ao 
7 
 
 
 
interesse daqueles que por ela são afetados, ainda ressalta que a falta de 
comunicação entre o Estatuto e o Código de Processo Civil (C.P.C) na questão da 
estrutura processual é o principal fator limitante para uma aplicação satisfatória das 
mudanças advindas na sua implantação. 
Com isso faz-se relevante entender todas as alterações proporcionadas pela 
novel legislação, apontando os meios que a mesma se valerá no momento da 
aplicação para proteger os deficientes quanto seu exercício do direito. 
Tostes e Aquino apontam ressalvas a esse contexto: 
 
O objetivo de inclusão aludido pelo referido Estatuto demonstra-se louvável, 
porém, é necessária análise das consequências introduzidaspelas 
modificações no Código Civil (LGL\2002\400) com as alterações no regime 
da capacidade civil. Assim, o art. 84 do Estatuto da Pessoa com Deficiência 
ao prelecionar que a pessoa com deficiência tem resguardado seu direito ao 
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as 
demais pessoas reafirma que os regimes de incapacidade são a exceção e 
a capacidade constitui a regra do dispositivo, além de determinar a curatela 
como medida protetiva extraordinária (TOSTES; AQUINO, 2017). 
 
Analisando a ressalva levantada pelos os autores supracitados, a incapacidade 
existe, mesmo sendo uma exceção, há previsão de medidas protetivas 
extraordinárias na aplicação quando a mesma vier a ocorrer. 
 
1.2. PROBLEMÁTICA 
 
Os hipossuficientes de qualquer seguimento social com a implantação das 
inovações trazidas pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
(C.R.F.B.) obtiveram grandes avanços no respaldo de seus direitos basilares, 
resguardando-os a cidadania e a dignidade. Neste contexto inserem-se os 
portadores de necessidades especiais ou tidos hoje como portadores de deficiência 
após o advento do Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
O Código Civil (C.C.) enumerava um rol de incapacitados para o exercício pleno 
do direito civil, ou seja, constava nessa enumeração aqueles que não possuíam a 
responsabilidade civil total de seus atos. Integrava este rol os que por enfermidade 
ou deficiência não possuíam discernimento para a prática de seus atos e aqueles 
que por causa transitória não poderiam exprimir sua vontade. 
Ainda hoje o Código Civil e o rol supracitado são motivos de grandes 
questionamentos, devido às alterações no âmbito internacional, como a ratificação 
8 
 
 
 
da Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, e no 
Brasil, a entrada em vigor da Lei nº 13.146/15 – O Estatuto da Pessoa com 
Deficiência teve um avanço de grande valia para a inclusão das pessoas com 
deficiência na sociedade, em contrapartida gera uma preocupação quanto a essas 
modificações no tocante a capacidade civil, especificamente quanto à capacidade 
do exercício dos seus direitos. 
Diante de tal contexto e tendo como premissa que a teoria da incapacidade civil 
anterior ao Estatuto que conferia tratamento diferenciado as pessoas que 
demonstravam posição jurídica desfavorável, pretende-se com esse estudo 
demonstrar como o Estatuto da Pessoa com Deficiência protege os deficientes 
observando a capacidade quanto ao exercício de seus direitos. 
 
1.3. OBJETIVOS 
 
1.3.1. Objetivo geral 
 
 Apontar como o Estatuto da Pessoa com Deficiência objetiva garantir a tutela 
jurídica dos deficientes quanto a capacidade de exercício dos seus direitos, 
apresentando os mecanismos inseridos pela Lei n° 13.146/15. 
 
1.3.2. Objetivos específicos 
 
 Relatar a aplicação da incapacidade civil anterior a Lei nº13.146/15; 
 
 Comparar as alterações do Código Civil Brasileiro que versam sobre a 
capacidade civil antes e após a instituição do Estatuto, com ênfase aos 
artigos que dispõem o rol de incapazes; 
 
 Apresentar o instituto de proteção inserido pela Lei de Inclusão Brasileira: 
Tomada de Decisão Apoiada. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1. DIREITOS HUMANOS 
 
9 
 
 
 
 A luta pelos direitos humanos não é acontecimento novo, desde o fim da 
Segunda Guerra Mundial em 1945, onde tivemos pode se dizer o maior massacre 
de direitos da história, e quando esta emergiu, foi criada a Organização das Nações 
Unidas com o objetivo de reacender a confiança nos direitos fundamentais, tais 
como dignidade, e valor da pessoa humana. 
 
Há 50 anos, mais precisamente em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia-
Geral das Nações Unidas, reunida em Paris, adotava a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, o primeiro documento de âmbito 
internacional dedicado especificamente aos direitos humanos (LAMPREIA, 
1998). 
 
Este foi um dos passos mais importante para reafirmação dos direitos 
humanos, visto o grande abalo sofrido com as inúmeras ocorrências de total 
desrespeito durante a Segunda Guerra Mundial, no decorrer do tempo outros 
documentos também contribuíram para essa reafirmação até chegar à publicação 
da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
 
A experiência das violações de direitos humanos perpetradas durante a 
Segunda Guerra Mundial, com um trágico saldo de milhões de vítimas, exigia 
que os direitos humanos viessem a ocupar um lugar central na nova 
organização internacional (LAMPREIA, 1998). 
 
 Atualmente esses direitos encontram se positivados na Constituição 
Republicana Federal do Brasil (CRFB), assim como destaca Paccola: 
 
Os direitos humanos se encontram em uma área do direito internacional que 
visa à igualdade, proteção da dignidade humana, proteção contra excesso 
de poder, políticas públicas que possam dar melhores condições de saúde e 
de vida para a população, tendo sempre à frente o tratamento igualitário 
sem distinção de raça, cor, sexo e religião e outros. Os Direitos Humanos, 
atualmente, estão positivados na Constituição Federal, fato que garante que 
sejam respeitados e garante sua proteção (PACCOLA, 2017). 
 
Atualmente a busca por garantias e direitos igualitários para garantir a dignidade 
da pessoa humana é ainda maior, no entanto, Lampreia em 1998 já destacava 
pontos de participação importantes do Brasil no âmbito internacional para solidificar 
os direitos humanos. 
 
10 
 
 
 
O Brasil contribuiu muito para a edificação do sistema internacional de 
promoção e proteção dos direitos humanos e continua a contribuir para seu 
contínuo aprimoramento. Cabe lembrar que a Delegação brasileira 
participou ativa e construtivamente dos trabalhos preparatórios da 
Declaração Universal de Direitos Humanos, por ocasião da Assembléia-
Geral de 1948. Naquela época, nossa Delegação, refletindo o clima da 
Constituição de 1946 e representando um país que começava a reexercitar-
se, com entusiasmo, na prática democrática, sobressaiu por sua postura 
liberal, colocando-se entre as que defendiam a criação de mecanismos de 
proteção internacional dos direitos humanos. Mais recentemente, em 1993, 
coube ao Brasil ocupar a presidência do Comitê de Redação na 
Conferência de Viena, função na qual nossa diplomacia foi capaz de influir 
de maneira decisiva para a superação de impasses que ameaçavam o bom 
êxito da Conferência (LAMPREIA, 1998). 
 
Paccola atrela esse respeito aos direitos fundamentais por parte do Estado fruto 
de grandes evoluções de Leis e medidas políticas: 
 
Com a evolução das Leis, dos governos, teorias de Estado, conceitos e 
princípios positivados como o da dignidade da pessoa humana, e a garantia 
pelo Estado de respeitar os direitos fundamentais, o mundo hoje em dia já 
não entende a soberania da mesma maneira. Ainda é soberano o Estado, 
porém, sabe do dever de atuação e de respeito dos órgãos internacionais 
de justiça, caso tenham se submetido aos respectivos pactos e tratados 
(PACCOLA, 2017). 
 
O alcance dessa gama de direitos foi e continua sendo um grande desafio a 
todos, porém existe ainda aqueles que mesmo com tantas garantias adquiridas 
corriqueiramente ainda se encontram em situações em que seu direito é atropelado, 
é o caso das pessoas com deficiência. 
 
2.2. DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência possui um histórico de carga negativa que a maioria das pessoas 
ainda hoje traz consigo, para o portador em alguns casos é tido como um fracasso 
pessoal, para os que vivem em torno é uma dificuldade a mais a ser enfrentada. 
Neste contexto Ferraz e Leite comentam: 
 
Historicamente, a deficiência sempre foi associada a algo negativo,sentimento de perda, de menos valia. Ainda hoje, não são raros os casos 
em que a deficiência é descrita como uma tragédia pessoal, origem de 
tristeza e de muito pesar. Nessa linha de pensamento, a pessoa com 
deficiência seria alguém incapaz de levar uma vida independente, vez que, 
em razão de limitações físicas, sensoriais, mentais ou intelectuais, não 
conseguiria manter-se sozinha, o que a levaria a depender 
permanentemente de sua família ou do Estado, tendo pouco ou nada a 
11 
 
 
 
contribuir, portanto, com a sociedade. Chega-se ao extremo de indagar, 
diante de um caso de deficiência mental ou intelectual mais severa, se 
aquela seria uma vida realmente digna de ser vivida (FERRAZ; LEITE, 
2016). 
 
 A sociedade desde a antiguidade sempre ditou tipos de biótipos tidos como 
“normais” para a sociedade, e nesta “ditadura” nasce o preconceito que se enraíza e 
causa sofrimento a diversas pessoas, e com as pessoas com deficiência não é 
diferente. 
 Ferraz e Leite trazem de forma cristalina de como tais pessoas eram e 
infelizmente muitos ainda são tratados pela sociedade: 
 
As pessoas que estavam fora dos padrões físicos e psicológicos, portanto, 
eram consideradas anormais, na medida em que se distanciassem daquilo 
considerado natural. A exemplo do que historicamente ocorrera com outros 
grupos vulneráveis, como mulheres, negros e homossexuais, o argumento 
de se estar em desconformidade com as práticas ou parâmetros ditos 
naturais, também serviu para fomentar a exclusão e o preconceito contra as 
pessoas com deficiência (FERRAZ; LEITE, 2016). 
 
Vale ressaltar que essas pessoas tiveram mais de luta, pois antes mesmo de 
buscar seus direitos a uma vida com dignidade, enfrentaram problemas para que a 
sociedade as aceitasse como “pessoas”. 
O Código Civil de 2002 ainda elencava um rol que separava as pessoas com 
deficiência de alguns atos da vida civil. Ferraz e Leite relatam claramente o que o 
código relatava, assim falando: 
 
Destarte, a pessoa com deficiência não era reconhecida enquanto 
sujeito de direitos e deveres como qualquer outra pessoa, mas tão somente 
como o destinatário de práticas assistencialistas e de caridade. 
Reflexo disso é que a assimilação desse modelo pelo direito positivo 
significou a tutela jurídica da pessoa com deficiência de forma bastante 
limitada, por meio de normas de assistência e seguridade social ou que 
enfatizavam a necessidade de cuidados e de representação negocial, que, 
no Brasil, quanto a esse último aspecto, deu-se através do instituto da 
curatela, distante, portanto, de uma proteção baseada na promoção da 
igualdade material e da autonomia da vontade (FERRAZ; LEITE, 2016). 
 
Com base nos trechos supracitados em relação à evolução dos diretos e aos 
inúmeros preconceitos enfrentados, podemos então, passar a analisar as alterações 
promovidas ao Código Civil após o advento de 2006, onde a Assembleia Geral da 
12 
 
 
 
Organização das Nações Unidas (ONU) homologava a convenção internacional 
sobre direitos das pessoas com deficiência. 
 
2.3. A APLICAÇÃO DA INCAPACIDADE CIVIL ANTERIOR E POSTERIOR A 
LEI Nº13.146/15 
 
Carlos Roberto Gonçalves (2013) em sua obra de Direito Civil parte geral remetia 
a como denominava as pessoas com capacidade limitada, afirmando que o termo a 
ser utilizado seria incapaz. Gonçalves nesta obra definia o instituto da incapacidade 
como sendo: “é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, imposta pela lei 
somente aos que, excepcionalmente, necessitam de proteção, pois a capacidade é 
a regra”. 
A legislação brasileira não se refere aos incapazes de direito, portanto a 
diferença está entre capacidade de fato ou de exercício. Assim, dividia a capacidade 
em dois tipos a absoluta e a relativa, tenho como base para a divisão o grau de 
imaturidade, deficiência física ou mental. Destarte, o Código Civil (CC) elencava em 
seu artigo 3° e 4° os grupos aos quais pertencia cada pessoa conforme suas 
limitações. 
Assim estava disposto: 
 
Art. 3° São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da 
vida civil: 
I – os menores de dezesseis anos; 
II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua 
vontade. 
 
Art. 4° São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os 
exercer: 
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência 
mental, tenham o discernimento reduzido; 
III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV – os pródigos (BRASIL, 2008). 
 
 Diante desta classificação passava-se a preceituar em um capítulo específico 
sobre os meios de representação das pessoas relacionadas nos artigos 3° e 4° do 
CC, da mesma forma em que se dividiam as pessoas em dois grupos, também se 
13 
 
 
 
fazia com os tipos de representação, sendo elas, legal e a voluntária, disposição nos 
artigos 115 a 120 do CC. 
 A visão que se tinha dos referidos artigos que elencavam quem necessitaria 
de assistência, era que o legislador ao dispor de tais medidas, buscava a proteção 
aos incapazes. 
 Gonçalves menciona este entendimento em um subitem da sua obra, com 
palavras claras, expõe: “Código Civil contém um sistema de proteção aos 
incapazes. Em vários dispositivos constata-se a intenção do legislador em protegê-
los, (...)”. 
 O legislador transparecia a preocupação tanto em proteger a pessoa 
portadora de necessidade especial, quanto os seus bens, tendo previsão de 
anulabilidade os negócios realizados em desconformidade com os requisitos da 
representação, da assistência e autorização judicial. 
 Ao expor o assunto de imputabilidade e responsabilidade o Código Civil no 
artigo 186, afirmando que para praticar ato ilícito e posterior ser obrigado a reparar o 
dano, este deverá possuir a capacidade de discernimento, aquele que não a possui 
não pratica ato ilícito. Os privados de discernimento (amental, louco ou demente), 
não serão responsáveis civilmente, atos por eles praticados equipara-se a caso 
fortuito ou força maior. 
 Os casos em que o responsável poderia ser imputado, esse respondia pelos 
atos e pelo dever de reparar, no entanto, nas situações que o mesmo não pudesse, 
o prejuízo ficaria para a vítima, não tendo a quem recorrer, ficava irressarcida. 
 O Estatuto da Pessoa com Deficiência trouxe alterações quanto à 
responsabilização civil, em seu artigo 6º, caput proclama: “A deficiência não afeta a 
plena capacidade civil da pessoa”, desta forma os privados de discernimento 
respondem diretamente por seus atos. 
 Gonçalves faz uma ressalva quanto à consequência desta alteração, 
esclarecendo: 
A consequência direta e imediata dessa alteração legislativa é que o 
deficiente é agora considerado pessoa plenamente capaz. Desse modo, o 
amental, louco ou demente não mais respondem subsidiariamente por seus 
atos, mas sim diretamente (GONÇALVES, 2018, p.113). 
 
14 
 
 
 
 Existem posicionamentos diferentes relacionados às alterações 
proporcionadas pelo Estatuto, alguns acompanham a mesma linhagem de raciocínio 
de Gonçalves (2018), e outros como Costa (2017) que entendem que as alterações 
implantadas são uma nova fase que proporcionará uma maior inclusão das pessoas 
com deficiência. 
 Neste sentido aduz Cabral (2017): “Embora as modificações possam trazer 
avanços, ainda há muitas críticas e dúvidas sobre o manejo de situações em 
concreto, seja pela ausência de normas de transição, seja pelos atropelamentos 
legislativos causados”. 
 Araújo e Filho (2016) de forma sintetizadacita as principais inovações dos 
institutos jurídicos que possuem relação direta com a deficiência, capacidade legal, 
acessibilidade e as avaliações psicossociais e ainda fazem ressalvas às alterações 
promovidas as normas nacionais, destacando como de maior intensidade as que 
ocorreram no Código Civil conforme o disposto nos artigos 114 a 116 do Estatuto, 
que fazem referência direta a teoria da incapacidade e ao instituto de interdição ou 
curatela. 
 Ainda de acordo com os autores supratranscritos os impedimentos sejam eles 
físicos, sensoriais, mentais ou mesmo intelectuais não são capazes de restringir 
direitos, os maiores obstáculos para o exercício de qualquer direito encontra-se 
atrelados à cultura social. 
 São nítidas as alterações sofridas pelo sistema com o advento da Lei 
13.146/15 denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência ou abreviadamente tida 
como EPCD, para tornar o entendimento mais ostensivo passaremos a demonstrar 
as modificações em um quadro comparativo que evidencia os artigos que dispõe 
sobre o rol de incapacidades antes e após a implantação da referida lei. 
 
Código Civil 2002 Lei nº 13.146/15 – Nova Redação 
Art. 3° São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil: 
I – os menores de dezesseis anos; 
II – os que, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tiverem o necessário discernimento 
para a prática desses atos; 
III – os que, mesmo por causa transitória, não 
puderem exprimir sua vontade. 
Art. 3o São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de 16 (dezesseis) anos. 
Art. 4° São incapazes, relativamente a certos Art. 4o São incapazes, relativamente a certos 
atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores 
15 
 
 
 
atos, ou à maneira de os exercer: 
I – os maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos; 
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, 
e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido; 
III – os excepcionais, sem desenvolvimento 
mental completo; 
IV – os pródigos. 
de dezesseis e menores de dezoito anos; 
 II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
 III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; 
IV - os pródigos. 
 
 Vistas as alterações na parte principal do CC/02, o Estatuto modificou outros 
institutos que complementam e propriciam sentido específico as alterações 
mencionadas no quadro comparativo. Neste sentido Araújo e Filho prelecionam: 
 
Os artigos 114 a 116 da EPCD trouxeram modificações substanciais no 
Código Civil para fazer valer estes novos institutos da capacidade legal e da 
tomada de decisão apoiada e da nova concepção de curatela. 
Primeiramente retirou as pessoas com deficiência, inclusive as mentais e 
intelectuais, do rol dos absolutamente incapazes, remetendo-os para o rol 
dos relativamente incapazes, a partir de nova redação do art.4º combinado 
com as alterações procedidas nos arts.3º., 4º, 228, 1518, 1550, 1557, 1767, 
1769, 1771 a 1777, todos do Código Civil. Dessa forma as pessoas com 
deficiência, ordinariamente, só seriam interditadas em relação aos atos 
negociais e patrimoniais, mantendo-se as faculdades suas para casar, 
trabalhar, testemunhar, votar e praticar outros atos da vida diária. Tudo com 
eficácia imediata (ARAUJO; FILHO, 2016). 
 
 Para que o Estatuto fosse aplicado de forma eficaz como se pretendia na sua 
criação, tais alterações se faziam necessárias. 
 As críticas atreladas ao lado positivo da Lei nº 13.146/15 afirmam que a forma 
como se aplicava o instituto da capacidade civil visava apenas a proteção de bens 
patrimoniais, e com isto ignorava direitos e garantias fundamentais previstos na 
Carta Magna. 
 Costa sintetiza as alterações da seguinte forma: 
 Resumidamente, observa-se que houve uma dissociação do 
transtorno mental do necessário reconhecimento da incapacidade, ou seja, 
com a nova legislação, a constatação de que uma pessoa é portadora de 
debilidade mental de qualquer natureza não implica, de modo automático, 
que ela deva figurar no elenco das pessoas submetidas à limitação de sua 
capacidade civil (COSTA, 2017). 
 
Além das alterações apresentadas, o Estatuto da Pessoa com Deficiência incluiu 
um novo instituto ao ordenamento jurídico, a “Tomada de Decisão Apoiada”, está 
disposto na Lei 13.146/15 no capítulo II – DO RECONHECIMENTO IGUAL 
16 
 
 
 
PERANTE A LEI, artigo 84, § 2°, acrescido ao Código Civil como artigo 1.783-A, 
disposto em 11 (onze) parágrafos (§) como se dará tal instrumento. 
 
2.4. INOVAÇÕES BASILARES TRAZIDAS PELA LEI 13.146/15 
 
De acordo com os resultados do Censo Demográfico em 2010 (IBGE) mais de 
45 milhões de pessoas apresentavam algum tipo de deficiência, o que correspondia 
a cerca de 23, 9% do total da população. Os números apresentados já 
demonstravam a necessidade dos órgãos responsáveis investir em políticas 
direcionadas a proteção desse grupo tido como vulnerável em algumas situações. 
Em 07 de Julho de 2015 foi publicada a lei 13.146/15 – Lei de Inclusão da 
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), diploma que carrega 
em sua essência, direitos levantados anteriormente pela Convenção sobre os 
Direitos da Pessoa com Deficiência, tratado internacional que foi ratificado no Brasil 
com força de norma constitucional. 
O primeiro artigo da novel legislação dispõe sobre seu intuito, dissertando que 
está destinada a assegurar e o promover condições de igualdade, exercício de 
direitos e garantias de liberdades fundamentais a pessoa com deficiência, tendo 
como preliminar sua inclusão social e cidadania. No segundo artigo a lei definiu 
quem são pessoas com deficiência, as que estarão tuteladas nos demais 
dispositivos: 
 
Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento 
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, 
em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação 
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais 
pessoas (BRASIL, 2018). 
 
Com o advento da Lei 13.146/15 e as alterações por ela suscitada no que tange 
a capacidade civil ao trazer em seu artigo 6º que a deficiência não afeta a 
capacidade civil plena da pessoa. Diante do contexto em questão Requião (2016) 
defende que as mudanças não implicam na possibilidade de um portador de 
transtorno mental ter sua capacidade limitada para certos atos, o que afasta é a 
condição de incapaz, mas este poderá ser submetido à ação de curatela. 
17 
 
 
 
No intuito de dirimir sobre os questionamentos a cerca da proteção destes que 
poderiam ter capacidade civil limitada, o Estatuto trouxe o instituto da “Tomada de 
Decisão Apoiada”. 
Esse mecanismo adotado alterou o Título IV do Livro IV da Parte Especial do 
Código Civil, passando a ser intitulado como: “Da Tutela, Da Curatela e Da Tomada 
de Decisão Apoiada”, como mencionada no item anterior a tomada de decisão 
apoiada vem disposta no capítulo III que em seu artigo 1.783-A define: 
 
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa 
com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais 
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio 
na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os 
elementos e informações necessários para que possa exercer sua 
capacidade (Brasil, 2018). 
 
Gaburri (2016) faz questão de frisar em sua obra que o mecanismo de tomada 
de decisão apoiada não se confunde com os outros institutos como a tutela e a 
curatela, aquele versa sobre a proteção a direitos existenciais patrimoniais de 
pessoa capaz que,no entanto apresenta alguma deficiência, enquanto estes são 
medidas direcionadas a pessoa incapaz, seja na tutela para menores de 16 anos ou 
na curatela, para maiores, que não conseguem exprimirem suas vontades. 
Em palavras claras reafirma Gaburri (2016): 
 
Se a tutela e a curatela pressupõem a incapacidade de fato da pessoa 
vulnerável, seja em razão da tenra idade ou devido ao pouco ou nenhum 
discernimento, a tomada de decisão apoiada, por seu turno, pressupõe a 
capacidade de fato da pessoa a ser apoiada, pois é ela, pessoalmente, 
quem terá legitimidade processual para requerer tal medida (GABURRI, 
2016). 
 
Com esse mesmo entendimento Gonçalves (2018) exemplifica em que este 
instrumento poderá ser utilizado em consoância ao entendimento da Lei, para ele, 
poderá ser aplicada a tomada de decisão aos casos em que a pessoa possui 
alguma deficiência, no entanto, tal não impede que a pessoa seja capaz de exprimir 
a sua vontade, neste caso cita como o exemplo os portadores de Síndrome de 
Down. 
Desta forma como se veem esclarecendo nos tópicos anteriores passamos a 
entender como o Estatuto da Pessoa com Deficiência visa garantir a tutela jurídica 
dos deficientes, a tomada de decisão apoiada é tida como o mecanismo essencial 
18 
 
 
 
para assegurar a capacidade do exercício de direitos, bem como também é aplicada 
para resguardar os vulneráveis em situações negociais. 
No que concerne ao caráter aplicado da tomada de decisão apoiada, Gaburri 
(2016) alega que se trata de um negócio jurídico gratuito, plurilateral, solene, 
personalíssimo, que pode ter ou não prazo definido, onde prevalece o interesse da 
pessoa com deficiência que no momento da sua decisão estará apoiada por duas ou 
mais pessoas de sua escolha para garantir a preservação do seu interesse. 
De acordo com a Lei 13.146/15 o processo para tomada de decisão apoiada é 
autônomo e possui rito próprio e participam dele, além da parte interessada e das 
duas pessoas apoiadoras indicadas por ela, o juiz, que será assistido por uma 
equipe multidisciplinar e o Ministério Público. 
Para requerer a tomada de decisão apoiada à pessoa com deficiência apresenta 
ao juiz petição escrita por meio de defensores públicos ou advogados, suscitando 
que o juiz nomeie os apoiadores por ela indicado. Após a nomeação determinada 
pelo juiz, os apoiadores passarão a auxiliar os atos da vida civil, esclarecendo 
duvidas e fornecendo as informações necessárias para que a pessoa com 
deficiência tenha seus interesses e/ ou direitos respeitados. 
A decisão tomada por pessoa apoiada possui validade e gera efeitos sobre 
terceiros sem que aja qualquer restrição, caso o negócio jurídico vier a demonstrar 
riscos ou mesmo prejuízo, ou na ocorrência de divergência entre pessoa com 
deficiência e apoiadores, o juiz após ouvir o Ministério Público (M.P) decidirá a lide. 
Assim como a qualquer tempo poderá ser solicitada a tomada de decisão 
apoiada, também a qualquer instante poderá a pessoa deficiente solicitar o término 
do acordo assinado ou mesmo a exclusão do processo de nomeação dos 
apoiadores. 
O instituto da Curatela não se trata de uma inovação trazida pelo Estatuto, no 
entanto, sofreu algumas alterações que merecem destaque ao abordar os meios 
adotados para garantir o amparo legal dos deficientes. 
A curatela é processo judicial onde o juiz atua assistido por uma equipe 
multiprofissional analisando a capacidade civil de uma pessoa com 18 anos ou mais 
para o exercício de seus direitos, ao final do processo o juiz decide se a mesma está 
apta ou não a praticar atos de caráter patrimonial, ou se necessitará de auxílio, tal 
ação de curatela pode ser pleiteada por pais, tutores, cônjuge ou qualquer parente, 
19 
 
 
 
pelo interessado e até mesmo pelo M.P, como dispõe a Seção I do Capítulo II do 
Código Civil Brasileiro. 
O artigo 1.167 do C.C/02 foi reestruturado para trazer a nova redação dada pelo 
Estatuto quanto à natureza da deficiência, sendo sujeito à curatela aqueles que por 
causa transitória ou permanente, não possam exprimir a sua vontade, os ébrios 
habituais e os viciados em tóxicos e os pródigos. 
O processo da ação de curatela é instaurado após manifestação através de um 
advogado ou defensor de um interessado legítimo, o juiz analisa o pedido e chama a 
pessoa com deficiência para uma audiência de entrevista onde é solicitada que fala 
sobre sua vida, negócios, e outros aspectos. Com o auxílio da equipe o juiz 
determinará se é cabível e quais os limites da curatela. Ao final do processo o juiz 
determinará o menor prazo possível e designara data para revisão da aplicação do 
instituto. 
Martins (2016) evidencia: 
 
Uma das principais alterações trazidas pela Lei 13.146/2015 diz respeito ao 
tratamento jurídico da curatela, que passou a ser medida extraordinária e 
limitado aos direitos de natureza patrimonial e negocial (art. 85, caput). A 
dicção do §1.º é expressa ao determinar que a definição de curatela não 
alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio à 
privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. O § 2.º, por sua 
vez, com claro intuito de limitar e fixar formalmente o grau de intervenção do 
curador na vida do curatelado, exige que a sentença constituinte da curatela 
apresente as razões e motivações de sua definição, preservados os 
interesses do curatelado (MARTINS, 2016). 
 
Com o advento destes dois mecanismos desencadeou entre os doutrinadores 
questionamentos quanto à extinção da ação de interdição, visto que o Estatuto da 
Pessoa com Deficiência não faz menção ao termo, em contrapartida o Código de 
Processo Civil publicado em 13 de Março de 2015, anterior ao Estatuto ainda faz 
menção das palavras “interdição” e “interditando” em seu artigo 747. 
Araujo e Filho esclarecem que uma interpretação sistemática pode solucionar as 
contradições, vejamos: 
 
A Lei nº 13.105/2015, novo Código de Processo Civil (CPC), revogou 
expressamente alguns artigos do Código Civil que tinham conteúdo 
processual sobre o processo de interdição e que tinham sido modificados 
pela EPCD (Arts. 1768 a 1773 do CC), mas no todo não verificamos 
grandes incompatibilidades com as normas gerais da EPCD, não 
prejudicando, deste modo, a intenção maior de preservar os direitos das 
pessoas com deficiência. Inclusive diz o art.755 do CPC nos incisos I e II, 
20 
 
 
 
que o juiz fixará os limites da curatela segundo o estado e desenvolvimento 
mental do interdito e considerará as características pessoais deste 
observando suas potencialidades (leia-se capacidades), habilidades, 
vontades e preferências (ARAUJO; FILHO, 2016). 
 
Ainda na busca por esclarecer, os autores mencionados anteriormente, 
continuam: 
 
Numa análise mais específica, vejo que o CPC não previu a obrigatoriedade 
de equipe multiprofissional e a avaliação biopsicossocial do interditando, 
criando uma faculdade ao juiz para determinar a avaliação por equipe 
multidisciplinar (termo usado no CPC), bastando um laudo para caracterizar 
a incapacidade. Isto poderia criar um aparente conflito entre essas duas 
normas e por tabela com o Código Civil reformado pelas duas. Para dirimir 
conflitos das leis temos três critérios definidos no art.2º da Lei de Introdução 
ao Código Civil (LICC): 1) Hierárquico: quando entre duas normas, 
prevalece a superior; 2) Cronológico: quando entre duas normas, prevalece 
a mais recente; e 3) Especial: quando entre duas normas, prevalece a 
especial sobre a geral. Diante desse critério verificaríamos que no conflito 
entre CPC e EPCD prevaleceria a EPCD por ser especializada às pessoas 
com deficiência, as quais precisam ser protegidas e pela sua 
vulnerabilidade por força constitucional (Art. 23e 24 CF). E ainda é 
importante observar que a EPCD é norma de direito material que prevalece 
sobre a de direito processual em regra geral (ARAUJO; FILHO, 2016). 
 
 Ao que concerne o uso do termo interdição tem sim a ideia de incapacidade, 
no entanto, ao se aplicar o que se refere na norma de prevalência, a especial, o 
objetivo fim é alcançado. Neste entendimento, temos julgados que trazem em sua 
ementa a disposição das duas palavras “interdição” e “curatela”, vejamos: 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO CIVIL - INTERDIÇÃO E/OU 
CURATELA - INCAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DOS ATOS DA VIDA 
CIVIL - COMPROVAÇÃO - ART. 1.767, I, DO CÓDIGO CIVIL C/C ARTS. 
84 E 85 DA LEI FEDERAL 13.146/15 - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO 
INICIAL - NECESSIDADE. Restando comprovado pelas provas produzidas 
que a interditanda não possui capacidade para os atos da vida civil, a 
procedência do pedido inicial de interdição/curatela se impõe nos termos 
do disposto no art. 1.767, I, do Código Civil c/c art. 84 e art. 85 da Lei 
Federal 13.146/15. Provido o recurso. 
(TJ-MG - AC: 10694150047058001 MG, Relator: Judimar Biber, Data de 
Julgamento: 17/05/2018, Data de Publicação: 29/05/2018) 
 
 A modificação da capacidade civil não alterou apenas os artigos 3° e 4° do 
C.C, influenciou também em alterações aos institutos da prescrição e da 
decadência, que anteriormente não corria contra os deficientes, com a Lei 13.146/15 
21 
 
 
 
passou a contar prazos prescricionais a todos os deficientes que não são tidos como 
incapazes com previsão na nova redação do artigo 3° do C.C, como dispõe o artigo: 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou 
dos Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de 
guerra (BRASIL, 2018). 
 
 Com base na redação do artigo citado anteriormente, somente não correrá a 
prescrição para os menores de 16 anos, que são tidos como absolutamente 
incapazes após a implantação do Estatuto. 
 Neste contexto, Daneluzzi e Mathias (2016) posicionam: 
 
Fato a ser destacado consiste em que, contra o enfermo ou a pessoa com 
deficiência mental correrá, em tese, o prazo de prescrição, não se lhe 
aplicando o art. 198, I, do CC. Desta forma, seus bens poderão ser 
usucapidos, o que não ocorria até então, trazendo nesse caso, verdadeiro 
prejuízo patrimonial à pessoa com deficiência porque, na tentativa de evitar 
discriminação, tornando-a capaz, acabou por desprotegê-la, pelo menos, 
em face das circunstâncias atuais (DANELUZZI; MATHIAS, 2016). 
 
 Os autores supramencionados se posicionam a favor da proteção a pessoa 
com deficiência, assim concluem o raciocínio: 
 
Melhor seria que se mantivesse a proteção legislativa da pessoa com 
deficiência, pois em que pese a capacidade, as condições pessoais podem 
exigir amparo jurídico, considerando o real prejuízo em decorrência do 
transcurso do prazo prescricional em seu desfavor (DANELUZZI; MATHIAS, 
2016). 
 
 Ao analisar de forma minuciosa este contexto, verificamos que neste ponto o 
legislador, pode sim ter ocasionado uma posição desfavorável, prejudicando os 
vulneráveis, diante disto, afirmamos que sempre caberá o bom senso para aplicação 
do Direito. Neste caso, remetemos ao pensamento aristotélico que “devemos tratar 
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua 
desigualdade”. (DANELUZZI; MATHIAS, 2016) 
 
3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 
22 
 
 
 
 
 O trabalho será desenvolvido através do método lógico-dedutivo, segundo 
Prodanov (2013) aquele em que parte do geral para o particular, observando leis e 
teorias tidas como verdadeiras e incontestáveis cuja pesquisa será explicativa ao 
relatar a aplicação do instituto da incapacidade civil anterior a Lei de Inclusão, ou 
seja, de acordo com Prodanov (2013) uma pesquisa que busca explicar os porquês 
das coisas e das causas, identficando fatores que contribuem para a ocorrência dos 
fenômenos e a exploratória ao apresentar os meios que sustentam a tutela jurídica 
dos deficientes, ainda de acordo com o autor supracitado, este tipo de pesquisa visa 
proporcionar mais informações sobre o assunto, possibilitando um melhor 
delineamento do problema em evidência. 
 Será realizada uma pesquisa bibliográfica e documental, sendo através de livros 
e artigos, tais artigos foram da plataforma Períodico onde foi utilizados o filtro “lei 
brasileira de inclusão”, através desta busca foi encontrado 1.325 artigos, após uma 
breve leitura, refinou-a através dos filtros, “livros e artigos” reduzindo para 1.316, 
ainda um quantitativo alto. Restringindo mais a pesquisa para os artigos que seriam 
primordias, refinamos pelo idioma, sendo selecionado o “português”, reduzindo o 
número para 1.097 exemplares. 
Por se tratar de uma alteração ainda recente, restringimos por data de 
publicação de “2015 a 2018”, restando 462 exemplares, mas numa prévia 
observação dos artigos encontrados foi detectado que os que possuíam maior 
relevância ao estudo haviam sidos publicados no “Directory of Open Access 
Journals (DOAJ)” sendo este um meio de filtro, reduzindo o número para 211 
artigos. Resultdo ainda elevado, filtrando por relevância ao título de pesquisa assim 
obtendo 07 artigos que tratam com maior clareza sobre a Lei em estudo. 
Para complementar outras obras foram pesquisadas na Revista dos Tribunais 
Online disponível no Portal Acadêmico da Faculdade Católica do Tocantins através 
do termo “tomada de decisão apoiada” . 
A matriz de amarração de acordo com Telles (2001) trata-se de um mecanismo 
que apresenta uma síntese da pesquisa desenvolvida, que propicia uma melhor 
análise da coerência entre os elementos dispostos, concedendo a possibilidade de 
um exame qualitativo do trabalho ao analisar o problema, o objetivo geral e os 
específicos e ainda apresentar dourinadores que já debataram sobre o tema. 
23 
 
 
 
3.1. MATRIZ DE AMARRAÇÃO 
PERGUNTA 
PROBLEMA 
OBJETIVO 
GERAL 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS REFERENCIAL TEÓRICO RELACIONADO 
 
 
 
 
 
 
Como o Estatuto 
da Pessoa com 
Deficiência 
objetiva garantir 
a tutela jurídica 
dos deficientes 
quanto a 
capacidade de 
exercício dos 
seus direitos? 
 
 
 
Apontar 
como o 
Estatuto da 
Pessoa com 
Deficiência 
objetiva 
garantir a 
tutela jurídica 
dos 
deficientes 
quanto a 
capacidade 
de exercício 
dos seus 
direitos, 
apresentando 
os 
mecanismos 
inseridos 
pela Lei n° 
13.146/15. 
 
 
 
Relatar a aplicação da 
incapacidade civil anterior a Lei 
nº13.146/15 
Com o advento do Código Civil de 2002, a possibilidade 
de tratar um deficiente físico como incapaz foi mantida, 
pois a causa da incapacidade, assim como no diploma 
anterior, é a inviabilidade de manifestação de vontade, 
não importando o seu motivo (ex.: coma, deficiência 
auditiva, visual etc.). Por essa mesma razão, o ausente 
era tratado como absolutamente incapaz no Código Civil 
anterior (art. 5º,inciso IV, CC/16) (BARROS, 2018). 
 
Comparar as alterações do Código 
Civil Brasileiro que versam sobre a 
capacidade civil antes e após a 
instituição do Estatuto, com ênfase 
aos artigos que dispõem o rol de 
incapazes; 
Ao colocar em destaque a igualdade, o Estatuto 
revogou, no art. 123, os incisos I, II e III do artigo 3.o do 
Código Civil brasileiro, para excluir do rol da 
incapacidade civil os que, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tiverem o necessário discernimento para a 
prática desses atos e os que, mesmo por causa 
transitória, não puderem exprimir sua vontade (CABRAL, 
2017). 
 
 
 
Apresentar o instituto deproteção 
inserido pela Lei de Inclusão 
Brasileira: Tomada de Decisão 
Apoiada. 
Importante contribuição, neste sentido, a tomada de 
decisão apoiada, incluída pelo artigo 84, § 2º, da Lei 
13.146/2015, originando o artigo 1.783-A no Código Civil 
que consiste, segundo o caput, no processo pelo qual a 
pessoa com deficiência, mas capaz, elege pelo menos 
duas pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos 
e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na 
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
lhes os elementos e informações necessárias para que 
possa exercer sua capacidade (SAHYOUN; SAHYOUN, 
2018). 
24 
 
 
 
4. CRONOGRAMA 
 
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN 
Revisão da bibliografia X 
Revisão metodológica X 
Adequação ao formato de artigo científico X 
Conclusão X 
Revisão das referências X 
Resumo X 
Formatação geral X 
Envio para publicação X 
Protocolo de aprovação da publicação X 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
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