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CAPÍTULO 65 - DIGESTÃO E ABSORÇÃO NO TRATO GASTROINTESTINAL

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CAPÍTULO 65 – Digestão e Absorção no Trato Gastrointestinal 
 
- Os principais alimentos que sustem a vida do corpo podem ser classificados em 
carboidratos, gorduras e proteínas. 
 
Digestão de Diversos Alimentos por Hidrólise 
 
- Os carboidratos, as gorduras e as proteínas são digeridos por processo de hidrólise. 
- Hidrólise de carboidratos: enzimas específicas, nos sucos digestivos do TGI, 
catalisam a reintrodução dos íons hidrogênio e hidroxila, obtidos da água, nos 
polissacarídeos e, assim, separam os monossacarídeos. 
- Hidrólise de gorduras: são formadas por triglicerídeos, formados por três moléculas 
de ácidos graxos condensados com um glicerol. As enzimas digestivas reinserem três 
moléculas de água, separando as moléculas de ácido graxo do glicerol. 
- Hidrólise de proteínas: as enzimas proteolíticas inserem, de novo, íons hidrogênio e 
hidroxila, das moléculas de água, nas moléculas de proteína, para clivá-las em seus 
aminoácidos constituintes. 
 
Digestão dos Carboidratos 
- Existem três fontes principais de carboidratos da deita: sacarose, lactose e amidos. 
- Na saliva existe a enzima ptialina (uma alfa-amilase), que hidrolisa o amido no 
dissacarídeo maltose e em outros polímeros de glicose. O alimento, porém, permanece 
por pouco período na boca, de modo que apenas 5% do amido é hidrolisado. Essa 
enzima é inativada pelo pH ácido do estômago. 
- A secreção pancreática também tem uma alfa-amilase, mas muito mais potente que a 
da saliva, que termina de digerir carboidratos em maltose no duodeno. 
- Os enterócitos possuem quatro enzimas (lactase, sacarase, maltase e alfa-dextrinase), 
que clivam os dissacarídeos lactose, sacarose, maltose e outros polímeros, nos seus 
monossacarídeos. Assim, os produtos finais são monossacarídeos hidrossolúveis 
abdosrvidos imediatamente para o sangue porta. 
 
Digestão de Proteínas 
- As proteínas da dieta são cadeias de aminoácidos conectados por ligações peptídicas. 
- A pepsina, importante enzima gástrica, precisa de pH entre 2,0 e 3,0 para atuar. Esse 
meio ácido é proporcionado pela HCl secretado pelas células parietais. Essa enzima 
também digere o colágeno, proteína muito presente em carnes. Isso é importante 
porque para que outras enzimas consigam digerir proteínas, é preciso, primeiro, que as 
fibras de colágeno sejam digeridas. A pepsina apenas inicia o processo, digerindo de 
10% a 20% das proteínas. 
- A maior parte da digestão de proteínas ocorre no intestino delgado superior, jejuno e 
íleo, por ação de enzimas pancreáticas: tripsina, quimotripsina, carboxipolipeptidase e 
proelastase. 
- A tripsina e quimotripsina clivam as proteínas em pequenos polipeptídeos; a 
carboxipolipeptidase libera os aminoácidos dos polipeptídeos. A proelastase é 
convertida em elastase digerindo fibras de elastina. Os sucos pancreáticos digerem 
apenas pequena quantidade das proteínas em seus aminoácidos, a maioria é digerida 
até dipeptídeos e tripeptídeos. 
- A digestão termina nas microvilosidades dos enterócitos, que apresentam múltiplas 
peptidases, principalmente aminopolipeptidase e diversas dipeptidases. No citosol 
existem várias outras peptidases para os tipos de aminoácidos que ainda não foram 
digeridos, pois alguns são absorvidos como dipeptídeos e tripeptídeos. 
Digestão de Gorduras 
- A maior parte das gorduras estão na forma de trigelicerídeos, mas também existem 
fosfolipídios, colesterol e ésteres de colesterol. 
- Pequena quantidade de triglicerídeos é digerida no estômago pela lipase lingual, 
digerida junto com saliva. Essencialmente, toda digestão ocorre no intestino delgado. 
- A primeira etapa é a emulsificação da gordura (quebra física dos glóbulos) e começa 
pela agitação no estômago. A maior parte desse processo ocorre no duodeno, pela ação 
da bile, que contém sais biliares e lecitina. 
- Esses componentes, especialmente as lecitinas, se ligam às gorduras e às soluções 
aquosas, diminuindo a tensão interfacial da gordura, facilitando sua divisão em 
pequenas partículas. Essa divisão aumenta muito a área superficial das gorduras, 
facilitando a ação das lipases, principalmente a lipase pancreática, que atuam apenas 
em suas superfícies. 
- A hidrólise de triglicerídeos é processo muito reversível. Dessa forma, os 
monoglicerídeos e ácidos graxos digeridos na vizinhança do que está sendo digerido 
impede a continuação do processo. Então, os sais biliares formam micelas, envolvendo 
os produtos da digestão das gorduras, deixando-os em solução estável até a absorção 
da gordura. Essas micelas também são meio de transporte carreando os 
monoglicerídeos e ácidos graxos pela borda em escova dos enterócitos. 
- Tanto os ésteres de colesterol e os fosfolipídios são hidrolisados por duas outras 
lipases na secreção pancreática – a enzima hidrolase de éster de colesterol e a 
fosfolipase A2. 
 
Princípios Básico da Absorção Gastrointestinal 
 
Base Anatômicas da Absorção 
- A quantidade de líquido que deve ser absorvido pelos intestinos é igual ao volume 
ingerido (1,5 litro) mais o secretado nas secreções gastrointestinais (7 litros). A maior 
parte é absorvida pelo intestino delgado, menos de 1,5 litro é absorvido no cólon. 
- Quase nada é absorvido pelo estômago, apenas substâncias como o álcool e alguns 
famarcos, como a aspirina. 
- Pregas denominadas válvulas coniventes (ou pregas de Kerckring), aumentam a 
superfície absortiva por três vezes e se projetam até 8 mm para o lúmen. Se estendem 
circularmente e são especialmente bem desenvolvidas no duodeno e no jejuno. 
- Também as vilosidades, com cerca de 1 mm de altura, presentes em todo o intestino 
delgado, aumentando a superfície absortiva em 10 vezes. 
- Por fim, cada célula epitelial intestinal possui microvilosidades, que aumenta a área 
superficial em até 20 vezes. 
- As vilosidades possuem uma disposição vantajosa do sistema vascular para absorção 
de substâncias e “lactíferos centrais” para a absorção da linfa. 
- Estendendo-se do citoplasma até as microvilosidades há filamentos de actina que se 
contraem, causando a movimentação delas. 
 
Absorção no Intestinal Delgado 
 
Absorção de Água por Osmose 
- A água é transportada, através da membrana intestinal, inteiramente por difusão. 
Contudo, ela pode ser transportada na direção oposta quando soluções hiperosmóticas 
são lançadas do estômago para o duodeno. 
 
Absorção de Íons 
- O sódio é secretado nas secreções intestinais e a pessoa também o ingere na 
alimentação. Portando, para prevenir a perda efetiva de sódio nas fezes, os intestinos 
precisam absorver diariamente, por transporte ativo, cerca de um sétimo de todo o sódio 
corporal. 
- Íons sódio: célula intestinal transporta sódio ativamente para o espaço paracelular, 
criando uma concentração baixa intracelular. Então, ele se move a favor de um 
gradiente, do quimo para a célula intestinal, carreando juntamente os íons cloreto. 
- O sódio também é cotransportado por proteínas específicas, incluindo (1) cotransporte 
sódio-glicose, (2) cotransportadores de sódio-aminoácido e (3) trocador de sódio-
hidrogênio. Além de fornecerem mais sódio para o espaço paracelular, também fornece 
absorção ativa secundária de glicose e aminoácidos, energizada pela bomba de 
sódio/potássio na membrana basolateral. 
- A elevada concentração de íons no espaço paracelular, provoca osmose da água entre 
os bordos apicais (via paracelular) e através das próprias células (via transcelular). Por 
fim, a água cai no sangue circulante. 
- A função da aldosterona, no trato intestinal, é a mesma que ela exercer nos túbulos 
renais, que também serve para a conservação de cloreto de sódio e água no corpo, nos 
casosde desidratação. 
- Íons cloreto: na parte superior do intestino delgado, a absorção é rápida e se dá por 
difusão, seguindo os íons sódio. No íleo e no intestino grosso é absorvido pela troca de 
cloreto-bicarbonato. Essa secreção de bicarbonato é importante para neutralizar 
produtos ácidos de bactérias no intestino grosso. 
- Íons bicarbonato: quando o sódio é absorvido, hidrogênio é secretado no lúmen. Ele 
se combina com o bicarbonato, formando ácido carbônico, que se dissocia em água e 
CO2. A água permanece no quimo e o CO2 é absorvido para o sangue e expirado pelos 
pulmões. 
- Absorção ativa de cálcio, ferro, potássio, magnésio e fosfato: os íons cálcio são 
absorvidos por TA para suprir as necessidades do corpo, sendo que sua absorção é 
controlada pelo PTH e vitamina D. Os íons ferro, potássio, magnésio e fosfato também 
são absorvidos ativamente. 
 
Absorção de Carboidratos 
- A absorção de glicose ocorre por cotransporte com o sódio. A baixa concentração de 
sódio intracelular, devido a sua movimentação por TA pelas membranas basolaterais, 
“arrasta” a glicose junto. 
- Na célula epitelial, proteínas específicas facilitam a difusão da glicose através da 
membrana basolateral para o sangue. 
- A galactose é transportada por mecanismo exatamente igual, por outro lado, a frutose 
é transportada por difusão facilitada. 
 
Absorção de Proteínas como Dipeptídeo, Tripeptídeo ou Aminoácidos 
- A energia livre para esse processo é suprida por mecanismo de cotransporte com o 
sódio, como o da glicose. Alguns aminoácidos não usam esse cotransporte, possuindo 
proteínas especiais de membrana, como no caso da frutose. 
 
Absorção de Gorduras 
- Os monoglicerídeos e ácidos graxos são carreados para a borda em escova intestinal 
pelas micelas de sais biliares. As micelas penetram no espaço entre os vilos e os 
monoglicerídeos e ácidos graxos se difundem pelas membranas das células intestinais. 
- Na célula, esses produtos são transformados em quilomícrons pelo REL, sendo 
transportado para os lactíferos das vilosidades. 
- Ácidos graxos de cadeia curta e média podem absorvidos diretamente pelo sangue 
porta, sem passar pelos lactíferos. Isso ocorre porque são mais hidrossolúveis que os 
de cadeia longa. 
 
Absorção no Intestino Grosso: Formação de Fezes 
 
- Cerca de 1,5 litro de quimo passam, normalmente, pela válvula ileocecal a cada dia. 
Grande parte da água e eletrólitos são absorvidos, sobrando menos de 100 ml de líquido 
para serem excretados nas fezes. 
- Grande parte da absorção se dá na parte proximal do cólon (cólon absortivo); o cólon 
distal funciona como armazenamento de fezes (cólon de armazenamento). 
 
Absorção e Secreção de Eletrólitos e Água 
- A mucosa do intestino grosso, como a do intestino delgado, tem a capacidade de 
absorver ativamente, sódio, e a diferença de potencial gerada promove a absorção de 
cloreto. 
- A mucosa também secreta bicarbonato enquanto absorver, simultaneamente, cloreto. 
- A absorção de sódio e cloreto cria um gradiente de concentração, que leva à absorção 
de água. 
 
Capacidade de Absorção Máxima do Intestino Grosso 
- Ele consegue absorver o máximo de 5 a 8 litros de água e eletrólitos. Quando o 
conteúdo total ultrapassa isso, o excesso aparece nas fezes como diarreia. 
- A bactérias do cólon absortivo digerem pequena quantidade de celulose, fornecendo 
energia extra para o organismo. Além disso, produzem: vitamina K, Vitamina B12, 
tiamina, riboflavina e diversos gases para a flatulência. 
 
Composição das Fezes 
- São compostas por ¾ de água e ¼ de matéria sólida. A cor marrom das fezes é 
causada pela estercobilina e urobilina, derivadas da bilirrubina. 
- O odor das fezes é causado por produtos da ação bacteriana, como indol, escatol, 
mercaptanas e sulfeto de hidrogênio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leonardo F. R. Isquerdo

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