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CAPÍTULO 37 - RESPIRAÇÃO - VENTILAÇÃO PULMONAR

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UNIDADE VII – Respiração 
 38 – Ventilação Pulmonar 
 
- A respiração é dividida em 4 
componentes principais: 
 
(1) ventilação pulmonar; 
(2) difusão de O2 e CO2 entre os 
alvéolos e o sangue; 
(3) transporte de O2 e CO2 no sangue 
e nos líquidos corporais; 
(4) regulação da ventilação. 
 
 Mecânica da ventilação 
 
# MÚSCULOS QUE PRODUZEM A 
EXPANSÃO E A CONTRAÇÃO 
PULMONARES 
 
- Os pulmões podem ser expandidos e 
contraídos por duas maneiras: 
(1) Movimentos de subida e descida 
do diafragma; 
(2) Elevação e depressão das 
costelas; 
 
- Respiração normal é realizada quase 
inteiramente pelo diafragma. 
- Durante a inspiração, sua contração faz 
os pulmões expandirem. 
- Na expiração: retração elástica dos 
pulmões, parede torácica e estruturas 
abdominais expele o ar. 
- Respiração forçada: força extra é 
fornecida pela contração da 
musculatura abdominal! 
 
- A elevação da caixa torácica expande 
os pulmões pelo aumento do diâmetro 
AP (costelas se projetam para frente, 
fazendo com que o esterno se mova 
anteriormente). 
- Músculos da inspiração: intercostais 
externos, ECMs, serráteis anteriores e 
escalenos. 
- Músculos da expiração: reto 
abdominal, intercostais internos. 
 
# PRESSÕES QUE CAUSAM O 
MOVIMENTO DO AR PARA DENTRO E 
PARA FORA DOS PULMÕES 
 
- O pulmão flutua na cavidade torácica 
cercado por uma camada de líquido 
pleural. 
- A sucção do excesso de líquido para os 
canais linfáticos mantém leve tração 
entre as superfícies visceral e parietal da 
pleura. 
 
- Pressão pleural: pressão do líquido 
entre as duas pleuras. 
- É negativa! 
- É uma sucção necessária para manter 
os pulmões abertos no repouso. 
- Aumenta na inspiração, atingindo um 
pico e depois diminui. 
 
- Glote fechada: não existe fluxo de ar 
para os pulmões, as pressões em toda a 
árvore respiratória são iguais à pressão 
atmosférica (0 cm de água). 
- Pressão alveolar: para ocorrer influxo 
do ar, a pressão nos alvéolos deve cair 
levemente. 
 
- Pressão Transpulmonar: é a diferença 
da pressão alveolar e pleural. 
- Medida das forças elásticas do pulmão 
que tendem a colapsá-los (pressão de 
retração). 
 
# COMPLACÊNCIA PULMONAR 
 
- O grau de extensão dos pulmões por 
unidade de aumento da pressão 
transpulmonar. 
- Diafragma de complacência: relaciona 
alterações do volume pulmonar com 
mudanças da pressão pleural. 
- Compreende a curva de complacência 
inspiratória e a expiratória. 
- As características do diafragma são 
determinadas pelas forças elásticas do 
pulmão: 
 
(1) Força elástica do tecido 
pulmonar 
- Fibras de elastina e colágeno no 
parênquima pulmonar. 
- Nos pulmões vazios, as fibras estão 
contraídas e dobradas; quando eles se 
expandem, elas são estiradas e 
desdobradas (maior força elástica). 
 
(2) Forças elásticas pela tensão 
superficial do líquido que reveste 
as paredes internas dos alvéolos 
 
 As forças elásticas teciduais 
representam 1/3 da elasticidade total 
pulmonar e as forças de tensão 
superficial líquido-ar nos alvéolos 
representam 2/3. 
 
- Sem surfactante: há aumento das 
forças elásticas pulmonares de tensão 
superficial líquido-ar. 
 
# SURFACTANTE, TENSÃO SUPERFICIAL 
E COLAPSO ALVEOLAR 
 
- As moléculas de água na superfície em 
contato com o ar têm forte atração - 
ficam tentando se contrair. 
- Na superfície interna do alvéolo, 
acontece o mesmo, há tendência de 
forçar o ar para fora e colapsá-lo. 
- Efeito global: força elástica da tensão 
superficial. 
 
- Surfactante: reduz a tensão superficial 
da água, é secretado pelas células 
epiteliais alveolares tipo II. 
- É uma mistura de fosfolipídios 
(reduzem a tensão por não se 
dissolverem uniformemente), íons 
(cálcio) e proteínas (apoproteínas 
surfactantes). 
- Caso as vias aéreas que levam aos 
alvéolos pulmonares estejam 
bloqueadas, a tensão superficial, no 
alvéolo, tende a colapsá-lo (pressão +). 
- Síndrome de angústia respiratória do 
recém-nascido: em RN prematuros que 
têm pouco ou nenhum surfactante nos 
alvéolos quando nascem (pulmões têm 
tendência extrema ao colapso). 
 
 O “trabalho” da respiração 
 
- Inspiração: contrações dos músculos 
respiratórios. 
- Seu trabalho pode ser dividido em: 
 
(1) Trabalho de complacência (trabalho 
elástico): expande os pulmões contra as 
forças elásticas do pulmão e do tórax. 
(2) Trabalho de resistência tecidual: para 
sobrepujar a viscosidade pulmonar e 
das estruturas da parede torácica; 
(3) Trabalho de resistência das vias 
aéreas: para sobrepujar a resistência 
aérea, ao movimento de ar para dentro 
dos pulmões. 
 
- Expiração: quase inteiramente um 
processo passivo devido à retração 
elástica dos pulmões e caixa torácica. 
 
 
 Volumes e Capacidade 
Pulmonares 
 
- Espirometria: registro do movimento 
do volume de ar para dentro e para fora 
dos pulmões. 
 
# VOLUMES PULMONARES 
 
- 4 volumes que, somados, são o volume 
máximo de expansão do pulmão: 
 
* Volume corrente: volume de ar 
inspirado ou expirado, em cada 
respiração normal 
* Volume de reserva inspiratório: 
volume extra de ar que pode ser 
inspirado, além do volume corrente 
normal – força total de inspiração. 
* Volume de reserva expiratório: 
máximo volume extra de ar que pode 
ser expirado na expiração forçada. 
* Volume residual: volume de ar que fica 
nos pulmões, após a expiração mais 
forçada. 
 
# CAPACIDADE PULMONARES 
 
- Combinação de dois ou mais volumes. 
 
* Capacidade inspiratória = volume 
corrente + volume de reserva 
inspiratório. 
- É a quantidade de ar que a pessoa pode 
respirar do nível expiratório normal até 
o máximo de distensão pulmonar. 
* Capacidade residual funcional = 
volume de reserva expiratório + volume 
residual. 
- É a quantidade de ar que permanece 
nos pulmões, ao final de expiração 
normal. 
* Capacidade vital = volume de reserva 
inspiratório + volume corrente + volume 
de reserva expiratório. 
- É a quantidade máxima de ar que a 
pessoa pode expelir dos pulmões, após 
enchê-los à sua extensão máxima. 
* Capacidade pulmonar total = todos os 
volumes somados. 
- É o volume máximo a que os pulmões 
podem ser expandidos com o maior 
esforço. 
 
- Todos os volumes e capacidades 
pulmonares são menores nas mulheres 
e maiores em pessoas atléticas e com 
massas corporais maiores do que em 
pessoas menores e astênicas! 
 
- CRF: capacidade residual funcional, é o 
volume de ar que permanece nos 
pulmões após cada expiração normal, 
importante para a função pulmonar! 
 
# O VOLUME RESPIRATÓRIO-MINUTO 
 
- Ventilação-minuto = volume corrente x 
frequência respiratória por minuto. 
- É a quantidade total de novo ar levado 
para o interior das vias respiratórias a 
cada minuto. 
 
 Ventilação alveolar 
 
- Renova continuamente o ar nas áreas 
(alvéolos, sacos alveolares, ductos e 
bronquíolos respiratórios) de trocas 
gasosas dos pulmões, onde o ar está 
próximo à circulação sanguínea 
pulmonar. 
- A velocidade/intensidade com que o ar 
novo alcança essas áreas é chamada 
ventilação alveolar. 
 
# “ESPAÇO MORTO” E SEU EFEITO NA 
VENTILAÇÃO ALVEOLAR 
 
- Ar do espaço morto: não é útil para as 
trocas gasosas, só preenche as vias 
respiratórias (nariz, faringe, traqueia). 
- Desvantajoso para remoção dos gases 
expiratórios, pois, é expirado primeiro 
que o ar dos alvéolos. 
 
 Espaço morto anatômico vs. 
fisiológico 
 
- Espaço morto anatômico: parte em 
que não há trocas gasosas. 
- Espaço morto fisiológico: há 
capacidade para troca gasosa, mas essa 
não ocorre (alvéolos não funcionantes 
devido à ausência ou redução do fluxo 
sanguíneo). 
- Na pessoa normal, os espaços mortos 
anatômico e fisiológico são quase iguais 
porque todos os alvéolos são 
funcionantes. 
# INTENSIDADE DA VENTILAÇÃO 
ALVEOLAR- A ventilação alveolar por minuto é o 
volume total de novo ar que entra nos 
alvéolos e áreas adjacentes de trocas 
gasosas a cada minuto. 
- É igual à frequência respiratória x a 
quantidade de ar novo que entra nessas 
áreas a cada respiração. 
 
FUNÇÕES DAS VIAS RESPIRATÓRIAS 
 
 Traqueia, Brônquios e 
Bronquíolos 
- Traqueia: anéis cartilaginosos 
impedem o colapso das vias aéreas. 
- Nas paredes brônquicas, placas 
cartilaginosas mantêm a rigidez embora 
permitam mobilidade para a expansão e 
contração dos pulmões. 
- Os bronquíolos são mantidos 
expandidos pelas pressões 
transpulmonares que expandem os 
alvéolos. 
 
 Parede Muscular Dos Brônquios 
E Bronquíolos E Seus Controles 
 
- Paredes dos bronquíolos: formadas 
por músculo liso, com a exceção do 
bronquíolo mais terminal (respiratório). 
- Muitas doenças pulmonares 
obstrutivas do pulmão resultam da 
contração excessiva da própria 
musculatura lisa. 
 
 Resistência Ao Fluxo Aéreo Na 
Árvore Brônquica 
 
- Maior resistência ao fluxo aéreo ocorre 
nos bronquíolos maiores e brônquios 
adjacentes à traqueia (existem poucos 
brônquios maiores em comparação com 
os bronquíolos terminais paralelos) 
- Em condições patológicas: bronquíolos 
menores têm papel maior na resistência 
ao fluxo aéreo, por causa de seu 
pequeno diâmetro e por serem 
facilmente ocluídos por 
(1) contração muscular de suas paredes; 
(2) edema que ocorre em suas paredes; 
(3) acúmulo de muco no lúmen dos 
bronquíolos. 
 
 Controle Neural E Local Da 
Musculatura Bronquiolar – 
Dilatação “Simpática” Dos 
Bronquíolos 
 
- Poucas fibras nervosas simpáticas 
penetram nas porções centrais do 
pulmão. 
- A árvore brônquica é mais exposta à 
norepinefrina e epinefrina liberadas na 
corrente sanguínea pela estimulação 
simpática da medula da glândula 
adrenal. 
- Ambos os hormônios, especialmente a 
epinefrina (maior estimulação dos R 
betadrenérgicos) causam dilatação da 
árvore brônquica! 
 
 Constrição Parassimpática dos 
Bronquíolos 
 
- Poucas fibras parassimpáticas, 
derivadas do nervo vago, penetram no 
parênquima pulmonar. 
- Esses nervos secretam acetilcolina, 
causando constrição leve a moderada 
dos bronquíolos que pode ser agravada 
em quadros patológicos. 
- Podem ser ativados por reflexos que se 
originam nos pulmões devido à irritação 
da membrana epitelial por gases 
nocivos, poeira, fumaça de cigarro ou 
infecção brônquica. 
- Atropina: relaxar as vias respiratórias o 
suficiente para melhorar a obstrução. 
 
 
 
 Fatores Secretores Locais Podem 
Causar Constrição Bronquiolar 
 
- Histamina e a substância de reação 
lenta da anafilaxia: liberadas pelos 
mastócitos dos tecidos pulmonares, 
durante reações alérgicas (pólen no ar!). 
- Papel fundamental na asma alérgica. 
- As mesmas substâncias irritantes que 
causam reflexos constritores 
parassimpáticos das vias aéreas —
cigarro, poeira, dióxido de enxofre e 
alguns elementos ácidos na poluição —
podem agir nos tecidos pulmonares, 
iniciando reações locais não neurais que 
causam constrição das vias aéreas. 
 
REVESTIMENTO MUCOSO DAS 
VIAS AÉREAS E AÇÃO DOS CÍLIOS 
 
 Reflexo da tosse 
 
- A laringe e a carina são muito sensíveis! 
- Bronquíolos terminais e alvéolos 
também são sensíveis a estímulos 
químicos corrosivos (gás dióxido de 
enxofre ou cloro gasoso). 
- Impulsos neurais aferentes passam das 
vias respiratórias pelo nervo vago, até o 
bulbo, onde sequência automática de 
eventos é desencadeada. 
- Uma grande quantidade de ar é 
inspirada, a epiglote e as cordas vocais 
se fecham, os músculos abdominais e 
expiratórios se contraem. 
- Por fim, as cordas vocais e a epiglote 
subitamente se abrem de forma ampla, 
e o ar sob alta pressão nos pulmões sai. 
- O ar explosivo, na realidade, passa 
pelas fendas brônquica e traqueal. 
 
 Reflexo do espirro 
 
- Semelhante ao reflexo da tosse, exceto 
pelo fato de se aplicar às vias nasais, em 
vez das vias respiratórias inferiores. 
- O estímulo que o inicia é a irritação das 
vias nasais, impulsos aferentes passam 
pelo trigêmeo para o bulbo, onde o 
reflexo é desencadeado. 
- Úvula é deprimida para que o ar passe 
pelo nariz. 
 
 Funções respiratórias normais 
do nariz 
 
 (1) O ar é aquecido nas extensas 
superfícies das conchas e septo; 
(2) O ar é umidificado; 
(3) O ar é parcialmente filtrado. 
- Remoção de partículas por 
precipitação turbulenta: o ar, ao passar 
pelas vias nasais, choca-se com 
anteparos obstrutivos - as conchas, o 
septo e a parede da faringe. 
 
- Essas funções em conjunto são 
chamadas de “função de 
condicionamento do ar das vias 
respiratórias superiores”. 
- Traqueostomia: o resfriamento e 
especialmente o efeito de 
ressecamento, na porção inferior do 
pulmão, podem levar à criação de 
crostas e infecção. 
 
- Doença bronquiolar terminal: comum 
em mineradores de carvão por causa da 
fixação de partículas de poeira. 
- Algumas das partículas ainda menores 
se difundem contra as paredes 
alveolares e aderem ao líquido alveolar. 
- Muitas das partículas que foram 
aprisionadas nos alvéolos são removidas 
pelos macrófagos alveolares ou 
carregadas pelo sistema linfático. 
 
 Vocalização 
 
- A fala envolve o sistema respiratório, 
centros de controle da fala e respiração 
no córtex cerebral e estruturas de 
articulação e ressonância da boca e 
cavidades nasais. 
 
- A fala é composta de duas funções 
mecânicas: 
(1) Fonação - que é realizada pela 
laringe 
- Elementos vibradores: cordas vocais. 
- Protraem-se das paredes laterais da 
laringe em direção ao centro da glote. 
- São estiradas por diversos músculos da 
laringe. 
 
(2) Articulação - obtida pelas 
estruturas da boca 
- Principais órgãos da articulação: lábios, 
língua e o palato mole. 
- Os ressonadores: boca, o nariz e os 
seios paranasais associados à faringe e a 
cavidade torácica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giovanna Mallmann

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