Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DA INDÚSTRIA QUÍMICA Profa Patrícia Moreira Lima Universidade Federal de São Carlos Departamento de Engenharia Química 109096 - Processos da Indústria Química 1 SUMÁRIO • Processos da Indústria Química Processo Químico Indústria Química Fluxograma de Processos • Panorama da Indústria Química Classificação das atividades da indústria Estatísticas da indústria química 2 Combustível Alumínio Plástico ou limpeza Açúcar PROCESSO QUÍMICO Qualquer operação ou conjunto de operações coordenadas que causam uma transformação física ou química em uma material ou mistura de materiais. Tintas Medicamentos OS PROCESSOS QUÍMICOS SÃO DESENVOLVIDOS DENTRO DA INDÚSTRIA QUÍMICA Processo Químico Processo Químico Produtos Químicos Básicos Energia Ar Água Energia Ar Água Matéria-prima Inorgânica Matéria-prima Orgânica Intermediários Químicos & Produtos Finais Outras Indústrias de Transformação Consumidores Exportação Petróleo & Gás Minérios Indústria Química Biomassa Fonte: ACC - Guide to the Business of Chemistry - 2002 INDÚSTRIA QUÍMICA 6 Os produtos químicos podem ser agrupados em dois grandes blocos: INDÚSTRIA QUÍMICA Produtos químicos de uso industrial Produtos químicos de uso final INDÚSTRIA QUÍMICA ENGLOBA SETORES DE GRANDE IMPORTÂNCIA Farmacêuticos Metalúrgicos Nuclear Petroquímicos Produtos orgânicos Produtos inorgânicos SHREVE E BRINK JR. EM “INDÚSTRIA DE PROCESSOS QUÍMICOS” CLASSIFICA 38 PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS DE RELEVÂNCIA: • Tratamento de água e proteção do meio ambiente • Energia, combustíveis, condicionamento de ar e refrigeração • Produtos carboquímicos • Gases combustíveis • Gases industriais • Carvão industrial • Indústrias de cimento • Indústrias de vidro • Cloreto de sódio e outros compostos de sódio • Indústria do cloro e dos álcalis: barrilha, soda cáustica e cloro • Indústrias eletroquímicas • Indústrias eletrotérmicas • Indústrias de fósforo • Indústrias de potássio • Indústrias do nitrogênio • Enxofre e ácido sulfúrico • Ácido clorídrico e diversos compostos inorgânicos • Indústrias nucleares • Explosivos, agentes químicos tóxicos e propelentes • Indústrias de produtos fotográficos • Indústrias de tintas e correlatos • Indústrias de alimentos e co-produtos • Indústrias agroquímicas • Perfumes, aromatizantes e aditivos alimentares • Óleos, gorduras e ceras • Sabões e detergentes • Indústrias do açúcar e do amido • Indústrias de fermentação • Derivados químicos da madeira • Indústrias de polpa de papel • Indústrias de fibras e películas sintéticas • Indústrias da borracha • Indústrias de plásticos • Refinação do petróleo • Indústria petroquímica • Intermediários, corantes e suas aplicações • Indústria farmacêutica Transformações químicas ou físicas da matéria Englobam as conversões químicas e bioquímicas Englobam todas as transformações físicas: OPERAÇÕES UNITÁRIAS PROCESSOS QUÍMICOS Evolução biotecnológica com aplicação de conhecimentos e metodologias provenientes de diferentes campos: engenharia genética, biologia molecular, química, engenharia bioquímica, etc. BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL E SUA INTERAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO CONHECIMENTO Operações Unitárias Ótica do balanço de massa e energia (PPQ) Ótica dos fenômenos de transferência (FT) Análise dos equipamentos envolvidos ANÁLISE DE UM PROCESSO QUÍMICO O conceito de operações unitárias parte do princípio que um processo é uma série coordenada de operações, que pode ser separada em unidades menores independentes, baseadas em princípios físicos e físico-químicos comuns. OPERAÇÕES UNITÁRIAS Ao decompormos um processo químico complexo para uma análise individualizada dos equipamentos envolvidos em cada etapa, nos deparamos com uma grande quantidade de operações: - Transporte de fluidos (bombeamento) - Evaporação - Cristalização - Moagem - Destilação - Secagem - Filtração OPERAÇÕES UNITÁRIAS Destilação Evaporação Cristalização Moagem (moinho de bolas) Análise granulométrica Britador Sedimentador Transporte de líquidos: Bombas Transporte de gases: Compressores e sopradores São as reações químicas aplicadas ao processamento industrial e incluem: - A química fundamental de cada reação - O equipamento em que ocorre a reação A operação de todo processo a um custo suficientemente baixo para ser competitivo e eficiente e levar a obtenção do lucro. CONVERSÕES QUÍMICAS Exemplo: Obtenção do ácido fosfórico a partir do minério fosfático através de um processo chamado de via úmida. Para que a reação aconteça, as matérias primas precisam ser trabalhadas para entrarem no reator dentro das características técnicas especificadas. COMO PODEMOS REPRESENTAR UM PROCESSO QUÍMICO COMPLEXO? Passo 1: O concentrado fosfático, que além de fluorapatita (portadora de fósforo) contém outros minerais que atuam como impurezas, deverá ter o teor adequado de P2O4 e ter granulometria conveniente. - Operação de concentração por flotação - Moagem e classificação Fluorapatita: Ca5(PO4)3F Apatita: (Ca4(PO4)3(X2), sendo X = F, OH ou Cl Passo 2: O Ácido deve estar na concentração desejada e na temperatura definida. - Operação de concentração ou diluição em água - Operação de troca térmica Passo 3: As duas matérias primas precisam ser transportadas até o reator na dosagem correta, definida pela estequiometria e pela cinética. - Mineral sólido: correias e elevadores de caneca - H2SO4: Operação de bombeamento Passo 4: Decorrida a reação tem-se o ácido, o sulfato de cálcio e outras substâncias que precisam ser separadas. - Operação de filtração a vácuo - Torta do filtro: formada pela fase sólida - Filtrado: H3PO4 diluído Passo 5: Como se pretende ter um produto com alto valor agregado, o ácido deverá ser concentrado. - Operação de evaporação Flotação Moinho Reator Filtro Evaporador Rocha Água H2SO4 H3PO4 Água Ácido fosfórico concentrado Concentrado fosfático Gás fluorídrico Rejeito de sulfato de cálcio DIAGRAMA DE BLOCOS PRODUÇÃO DE FERTILIZANTES RESFRIADOR SILO GRANULADOR SECADOR MOINHO PENEIRA Ar Ar Combustível Amônia Ácido fosfórico PRÉ- REATOR Produto FLUXOGRAMAS DE PROCESSO Processos químicos são representados por um desenho esquemático chamado de fluxograma ou diagrama de fluxo do processo. Estes diagramas indicam a lógica do processo. Na fase de projeto de um processo, vários diagramas de fluxo são feitos para ilustrar as alternativas. FLUXOGRAMAS DE PROCESSO Os 3 principais tipos de fluxograma são: BFD (Block flow diagram): diagrama de blocos PFD (Process flow diagram): diagrama de processo P&ID (Piping and instrumentation diagram): diagrama de instrumentação e tubulação. FLUXOGRAMAS DE PROCESSO BFD (Diagrama de blocos) Representam as principais seções de processamento em blocos. Este nível de detalhe ajuda a sumarizar as principais unidades do processo, e é muito utilizada nas fases iniciais de um projeto, quando várias alternativas do processoestão em consideração. FLUXOGRAMAS DE PROCESSO BFD Diagrama de blocos do processo de produção de cloreto de vinila (C 2 H 3 Cl) FLUXOGRAMAS DE PROCESSO PFD (Diagrama de fluxo do processo) Mostra uma visão mais detalhada do processo. Indicam as maiores unidades de processamento (incluindo trocadores de calor, bombas e compressores), informações de correntes e as principais malhas de controle. São construídos geralmente utilizando-se simuladores de processo. Adicionalmente, PFDs com maiores detalhes podem ser construídos usando o AUTOCAD, VISIO, Dia, etc. FLUXOGRAMAS DE PROCESSO PFD FLUXOGRAMAS DE PROCESSO PFD FLUXOGRAMAS DE PROCESSO VÁLVULA VÁLVULA DE CONTROLE CONTROLE DE PRESSÃO CONTROLE DE NÍVEL CONTROLE DE VAZÃO ROTÂMETRO CONTROLE DE TEMPERATURA FLUXOGRAMAS DE PROCESSO 31 MISTURADOR DIVISOR (SPLITTER) TURBINA COMPRESSOR BOMBA AQUECEDOR AGITADOR CONDENSADOR FLUXOGRAMAS DE PROCESSO 32 Coluna com Recheio Tambor de Flash Separador de fases Separador gás-líquido Coluna de Destilação FLUXOGRAMAS DE PROCESSO 33 Reator Contínuo Agitado e Encamisado Reator Multitubular Reator de Leito Fixo Vertical (um e múltiplos leitos) Filtro Ciclone FLUXOGRAMAS DE PROCESSO 34 Fornalha (Furnace) Trocador de Calor (casco e tubo) Caldeira (Boiler) FLUXOGRAMAS DE PROCESSO P&ID Este é o tipo de documento transmitido dos engenheiros de projeto aos engenheiros responsáveis pela construção da planta. Usado para startup, operação do processo e treinamento de operadores. FLUXOGRAMAS DE PROCESSO P&ID Tem um grande número de informações que não aparecem do PFD: Localização e tipo de todos os instrumentos de medida e controle Posicionamento de todas as válvulas O tamanho e material de construção das tubulações Como consequência, tem-se um número grande de P&ID para um processo que é representado por um simples PFD. FLUXOGRAMAS DE PROCESSO P&ID FLUXOGRAMAS DE PROCESSO P&ID FLUXOGRAMAS DE PROCESSO • Outros tipos de fluxograma... Planta 3D FLUXOGRAMAS DE PROCESSO Outros tipos de fluxograma... Planta 3D SUMÁRIO • Processos da Indústria Química Processo Químico Indústria Química Fluxograma de Processos • Panorama da Indústria Química Classificação das atividades da indústria Estatísticas da indústria química 41 CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES DA INDÚSTRIA QUÍMICA 42 A classificação da indústria química e de seus segmentos já foi motivo de muitas divergências, o que dificultava a comparação e análise dos dados estatísticos referentes ao setor. • Em algumas ocasiões, indústrias independentes, como a do refino do petróleo, por exemplo, eram confundidas com a indústria química propriamente dita. • Em outras, segmentos tipicamente químicos, como os de resinas termoplásticas e de borracha sintética, não eram incluídos nas análises setoriais. CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES DA INDÚSTRIA QUÍMICA • ONU • Nova classificação internacional para a indústria química, incluindo-a na Revisão n° 3 da ISIC (International Standard Industry Classification) e mais recentemente na Revisão n° 4 , 2008. • Brasil: • IBGE definiu, com base nos critérios aprovados pela ONU, uma nova Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Em 2006, o IBGE redefiniu toda a estrutura da CNAE, adaptando-a à revisão nº 4 da ISIC. 43 https://unstats.un.org/unsd/publication/seriesM/seriesm_4rev4e.pdf IBGE – CNAE – SEÇÃO C – INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 44 https://cnae.ibge.gov.br/?view=secao&tipo=cnae&versaosubclasse=9&versaoclasse=7&secao=C IBGE – CNAE – SEÇÃO C – INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 45 20 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS 20.1 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS INORGÂNICOS 20.11-8 Fabricação de cloro e álcalis 20.12-6 Fabricação de intermediários para fertilizantes 20.13-4 Fabricação de adubos e fertilizantes 20.14-2 Fabricação de gases industriais 20.19-3 Fabricação de produtos químicos inorgânicos não especificados anteriormente 20.2 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS 20.21-5 Fabricação de produtos petroquímicos básicos 20.22-3 Fabricação de intermediários para plastificantes, resinas e fibras 20.29-1 Fabricação de produtos químicos orgânicos não especificados anteriormente 20.3 FABRICAÇÃO DE RESINAS E ELASTÔMEROS 20.31-2 Fabricação de resinas termoplásticas 20.32-1 Fabricação de resinas termofixas 20.33-9 Fabricação de elastômeros 20.4 FABRICAÇÃO DE FIBRAS ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS 20.40-1 Fabricação de fibras artificiais e sintéticas 20.5 FABRICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS E DESINFESTANTES DOMISSANITÁRIOS 20.51-7 Fabricação de defensivos agrícolas 20.52-5 Fabricação de desinfetantes domissanitários IBGE – CNAE – SEÇÃO C – INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 46 20.6 FABRICAÇÃO DE SABÕES, DETERGENTES, PRODUTOS DE LIMPEZA, COSMÉTICOS, PRODUTOS DE PERFUMARIA E DE HIGIENE PESSOAL 20.61-4 Fabricação de sabões e detergentes sintéticos 20.62-2 Fabricação de produtos de limpeza e polimento 20.63-1 Fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 20.7 FABRICAÇÃO DE TINTAS, VERNIZES, ESMALTES, LACAS E PRODUTOS AFINS 20.71-1 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas 20.72-0 Fabricação de tintas de impressão 20.73-8 Fabricação de impermeabilizantes, solventes e produtos afins 20.9 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS E PREPARADOS QUÍMICOS DIVERSOS 20.91-6 Fabricação de adesivos e selantes 20.92-4 Fabricação de explosivos 20.93-2 Fabricação de aditivos de uso industrial 20.94-1 Fabricação de catalisadores 20.99-1 Fabricação de produtos químicos não especificados anteriormente 21 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMOQUÍMICOS E FARMACÊUTICOS 21.1 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMOQUÍMICOS 21.10-6 Fabricação de produtos farmoquímicos 21.2 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS 21.21-1 Fabricação de medicamentos para uso humano 21.22-0 Fabricação de medicamentos para uso veterinário 21.23-8 Fabricação de preparações farmacêuticas Extração e refino do petróleo (indústria do petróleo) não estão incluídos! ABIQUIM – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA A Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) acompanha estatisticamente, com algumas exceções, o segmento de produtos químicos de uso industrial, que abrange aproximadamente 3 mil produtos, usados no âmbito de outros setores industriais ou da própria indústria química, fabricados por cerca de 800 empresas. 47 https://www.abiquim.org.br/ ÂMBITO DA INDÚSTRIA QUÍMICA 48 49 50 51 52 Fonte: Abiquim (2018) EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO LÍQUIDO 1995 A 2018 53 Fonte: Abiquim (2018) 54 55 Fonte: Abiquim (2018) 56 Fonte: Abiquim (2018) EXPORTAÇÕES – POR SETOR (2017) 57 IMPORTAÇÕES – POR SETOR (2017) 58 FATURAMENTO LÍQUIDO – 2016 INDÚSTRIA QUÍMICA MUNDIAL 59 FATURAMENTO LÍQUIDO – 2017 INDÚSTRIA QUÍMICA MUNDIAL 60 https://www.abiquim.org.br/industriaQuimica FATURAMENTO LÍQUIDO POR GRUPOS DE PRODUTOS – 2018 61 Fonte: Abiquim (2018) DISTRIBUIÇÃO DAS PLANTAS 62 INVESTIMENTOS REALIZADOS E PROGRAMADOS (EM US$ BILHÕES) 1995 A 202263 E O QUE MOVERÁ A INDÚSTRIA QUÍMICA NO FUTURO? Mercado Evolução tecnológica Competição The future of the chemicals industry: A capabilities perspective https://www.youtube.com/watch?v=wqJWyAdiqJ8 REFERÊNCIAS ABIQUIM. O desempenho da Indústria Química Brasileira, 2018. Felder, R. M., Rosseau, R. W. Princípios Elementares dos Processos Químicos, Ed. LTC, 3ª ed., 2005. Himmelblau, D. M., Riggs, J. B. Engenharia Química – Princípios e Cálculos, Ed. LTC, 7ª ed., 2006. Badino Junior, A. C., Cruz, A. J. G. Balanços de Massa e Energia – Um texto básico para análise de processos químicos. EdUFSCar, 2010. Seider, W. D., Seader, J.D., Lewin, D. R. Product & Process Design Principles – Synthesis, analysis and evalutation. Ed. Wiley, 2ª ed., 2009. Silla, H. Chemical Process Engineering. Ed.Marcel Dekker, 2003. • The future of the chemicals industry: A capabilities perspective • https://www.youtube.com/watch?v=wqJWyAdiqJ8 • Um outro futuro é possível: perspectivas para o setor químico no Brasil • http://conteudodemarca.valor.com.br/deloitte/materias/industria-quimica-apresenta-propostas-para-alavancar-seu-crescimento/ • https://www.abiquim.org.br/uploads/guias_estudos/Um_outro_futuro_e_poss%C3%ADvel.pdf • https://www.youtube.com/watch?v=c2uPuGC0SkE 65