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Trabalho Final Artes e Braile Cris_Luzia_Marichelli_Marisa

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - UDESC
CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA
	
Trabalho Final
Disciplina: MEAR-II e SBR
Polo/Turma: Treze Tílias/ PETRT-A
Grupo:	Cristiane Zavarize Francisco	mat: 1033136057
 	Luzia Angeli	mat: 1033135888
 	Marichelli Todeschini Koroll	mat: 1033135696
 	Mariza dos Santos Alves		mat: 1033138667
Vídeo Relato: Somos Brasileiros, Somos Diferentes.		Equipe 2.1
	
“Somos Brasileiros, Somos Diferentes”.
	QUESTÕES DISCIPLINA DE ARTES
Qual eixo de trabalho do RCNEI foi priorizado pela professora? Por que? 
A professora nesse caso priorizou o eixo do Movimento Expressividade e Equilíbrio/Coordenação. O princípio de trabalho da mesma foi a expressão corporal, a representação dos animais, dramatização das danças, histórias e outras características das culturas africana e indígena. Com ajuda de outros colegas realizou o processo da interdisciplinaridade explorando nas crianças o princípio das músicas africanas, da dança como forte expressão da cultura, do teatro com encenações de heróis e marcos culturais, representações dos animais, artes visuais no plano da composição dos cenários e figurinos.
Quais conteúdos de arte foram trabalhados com os alunos?  
Os Conteúdos de Artes abordados pela professora no projeto foram:
* Cultura indígena;
* Cultura Africana;
* Representação Simbólica;
* Representação Dramática e Teatral;
* Representação e Expressão Corporal;
* Representação de Vivencias Corporais e Espaciais.
 
Discorram sobre a metodologia proposta pela professora, explicando como a Abordagem Triangular foi colocada em prática. 
A professora, em sua proposta de trabalho, procurou enfatizar a cultura hereditária das crianças do local, valorizando os aspectos socioculturais de identificação como: histórias, contos, musicalidade, danças, movimentos e expressão corporal. Para tanto, fez-se presente a leitura de contexto e historicidade realizada em conjunto com as crianças para que se identificassem como parte daquele povo. Conforme a metodologia estabelecida a atividade ocorreu em dois momentos. Primeiramente com a representação dos sons e movimentos característicos de animais presentes nas culturas africanas e indígenas. No segundo momento a representação das tradições como o canto, dança, as histórias fazendo uso do teatro criando e estabelecendo uma ponte entre a escola, família, cultura local e a identificação das crianças. Nessa perspectiva observamos que a Abordagem riangular foi amplamente contemplada.
De acordo com (autor) na Proposta Triangular temos o Ler, o Fazer e o Contextualizar. O Ler coexiste na própria elaboração do projeto, o qual buscou a transversalidade cujo tema possui aspectos significativos quando se trata da identificação e aceitação do sujeito no ambiente onde está inserido. A questão do Fazer retrata o planejamento e execução da proposta pelas crianças nas encenações teatrais, representações dos animais e das brincadeiras feitas. Contextualização se dá pelas avaliações e constatações feitas pelas crianças e o reconhecimento dessa cultura como parte delas.
IV. O brincar foi explorado pedagogicamente para promover a expressão artística dos alunos? Explique sua resposta. 
Foi explorado o brincar com as crianças no sentido de que aprenderam a auto- aceitação conhecendo a cultura africana, desenvolvendo brincadeiras e encenações onde puderam perceber que o mundo é constituído por uma mistura de culturas e raças, e são essas diferenças que constituem a sociedade. Através de representação simbólica e teatral foi possível observar o quanto as crianças usam o corpo para se comunicar com o mundo e aprender sobre ele, estabelecendo relações com os outros e com o seu próprio meio, por intermédio dos gestos e da exploração dos objetos ou espaços.
“A brincadeira nasce da imaginação da criança, contudo, isso não significa que ela seja mera transposição de uma imagem mental. Brincadeira não é execução de algo que está pronto nas ideias da criança. Quando a criança se lança na brincadeira, ela utiliza tudo que sabe (através de suas experiências, referências e, inclusive, de modelos conhecidos) e aquilo que imagina sobre o tema a ser representado. ” (Material Didático da disciplina de Artes)
Muitas crianças através do projeto desenvolvido conheceram sua cultura mãe e tiveram aceitação de sua cor como negra, pois antes disso algumas crianças negras não se reconheciam como negra, ao pedir cor elas se intitulavam como brancas ou pardas. E após o trabalho se reconheciam como negras e como princesas africanas.
 As famílias também foram esclarecidas pelas crianças de que cor de pele não define personalidade e que cada um possui sua beleza e ocupa um lugar importante na construção de uma história.
O corpo fala, cria e aprende com os movimentos, com as vivências constituídas com essa relação entre a criança e a brincadeira. Explorando pedagogicamente a comunicação e informação, em quaisquer espaços educativos, através de uma intervenção sociocultural comprometida com a criança, libertar-se-á das amarras de uma política educacional bancária, tendo o “brincar” como metodologia de ensino e não mais como algo supérfluo. Desta feita, a instituição educativa deve estar voltada para a aplicação dos princípios, métodos e conhecimentos pedagógicos ao universo da criança em seu processo de aprendizagem. O foco é promover mudanças no comportamento da criança, de tal forma, que esta, passe a se olhar com os olhos da aceitação do seu eu que ainda está em constante construção
QUESTÕES DISCIPLINA DE BRAILE
Quais as adaptações serão necessárias na prática pedagógica explicitada no vídeorelato escolhido, com o ingresso na turma de dois alunos com deficiência visual, um aluno cego e outro com baixa visão? (2,5)
Para a realização da atividade a primeira coisa é fazer com que as crianças toquem as coisas para sentir seus formatos e reconhecer suas formas de uso, como no caso dos instrumentos musicais. Não seria apenas o mostrar como se toca, mas também pegar com o aluno, tocar com o aluno, segurando para ele entender que pode tocar o instrumento. No caso da encenação dos animais, delimitar com os alunos videntes uma área de segurança e pedir que tomem cuidado com as crianças deficientes visuais. O professor, mantendo uma sensibilidade, fazer a áudio descrição do momento e assim auxiliar o aluno a compreender o movimento do animal.
Segundo BOCK e SILVA (2013, p.75) “É importante possibilitar à criança com deficiência visual a formação dos conceitos prioritários para a mobilidade, tais como: o conceito corporal, conceito espacial, conceito de medida, conceito ambiental, conceito de textura e de temperatura.”.
Nas encenações teatrais também deverá atuar orientando inicialmente o movimento e a fala coordenando dessa forma a encenação teatral, portanto, a criança com problema de visão não ficará prejudicada. Ora sim terá um norte e executará seu personagem sem dificuldades, pois não tendo visão desenvolvem outros sentidos e conseguirá atuar e participar socialmente tendo segurança de seus passos.
Mesmo a ausência de sinais faciais de simbolismo de expressão se bem estimulado pode ser devidamente representado pela criança cega ou de baixa visão. Dessa forma através de incentivos elas demonstra expressões motoras, por exemplo, cócegas para ela entender que em momentos felizes ela deverá usar a expressão no rosto e se imaginar como tendo cócegas. Ou quando deve encenar tristeza lembrar de algum momento que teve dor. Assim a criança desenvolve as sensações teatrais. 
Uma possibilidade de intervenção do professor durante a construção das encenações é o uso do áudio descrição ao vivo, que pode ser feita por um professor que estaria como um figurante na peça e andaria perto das crianças com deficiência visual ou baixa visão garantindo que consigam perceber e saber o que está acontecendo e onde incluir suas deixas.
De que maneira os alunos com deficiência visual terão suas linguagensartísticas cultivadas e respeitadas com as adaptações das estratégias pedagógicas sugeridas pelo grupo? (2,5)
A professora deve sempre compreender e delimitar áreas de segurança para a criança transitar no cenário e ter sempre uma comunicação clara e fluente. Evitar a comunicação gestual, valorizar a oralidade e detalhar situações correntes, dessa forma a criança compreende como a dinâmica da aula e de cena estão ocorrendo. Conforme o artigo do Ministério Público federal de garantia dos direitos das crianças portadoras de deficiência visual:
“Na interação com os deficientes visuais, os pais, amigos e professores precisam criar o hábito de evitar a comunicação gestual e visual. Para motivar a aprendizagem os professores devem ter o cuidado de nomear, explicar e descrever, de forma precisa e objetiva, as cenas, imagens e situações que dependem de visualização. As referências em termos de localização espacial devem ser faladas, e não apontadas com gestos e expressões do tipo aqui, lá, ali, que devem ser substituídas por direita, esquerda, tendo como referência a posição do aluno.” (MPF)
O fato da professora levar como brincadeira facilita o jogo teatral, pois na educação infantil a criança consegue mesmo sem ver fazer o jogo teatral e assim ter uma boa desenvoltura, manifestando suas próprias emoções e sensações como os demais. O professor enquanto fruidor das sensações e trabalho artístico deve valorizar cada cena que a criança faz, pois enquanto as pessoas videntes notam melhor os detalhes visuais a criança com baixa visão ou cega observa detalhes mais complexos como sons, ruídos, perfumes, sombras etc... E toda essa grade de detalhes irá influir no comportamento da criança. Na cena em questão, musical, irá motivar a criança a demonstrar sensações e essas devem sem acolhidas pelo grupo.
A criança cega não possui muitas expressões de rosto, somente com estímulos e ainda são limitadas, no entanto quando não surge alguma emoção na criança devemos respeitar pois essa emoção física gestual não faz parte da linguagem não verbal da criança. Certas sensações são comuns a videntes e não comuns a crianças cegas.
“A possibilidade de olhar e não olhar cria diversas situações de tensão: olhar de soslaio, dissimulado, negar o olhar; indicar aprovação, desaprovação, enfim, os distintos usos sociais para olhar que são utilizados no teatro não fazem parte da experiência do cego congênito e não foram colocados em cena na experiência.” ( RABÊLLO, 2011).
Charles Chaplin mesmo sendo vidente tinha muitos filmes onde não demonstrava emoções, apenas fazia a cena solicitada em um gestual corporal sem emoções faciais que por falta de aprendizado de visualização acaba por não emitir como no caso dos cegos congênitos. 
Descrevam as dificuldades que o professor enfrentará para garantir a inclusão dos alunos com deficiência visual no contexto da sala de aula e nas atividades pedagógicas. (2,5)
De início, a maior dificuldade se dá pela angústia de querer passar o conhecimento para o aluno, mas não saber qual a melhor forma, afinal, é um desafio para o professor uma criança com dificuldade visual, em um contexto onde os outros alunos não possuem essa mesma limitação. Quanto ao ambiente de sala de aula, é comum que o professor se sinta muito inseguro com relação a aceitação dessa criança pelos demais alunos.
No entanto com naturalidade e preparação dos colegas para a chegada desse aluno portador de deficiência visual tudo fica mais brando e tende a ser um ambiente acolhedor. É de suma importância a ligação entre os pais das crianças com deficiência com os pais dos demais colegas de classe. Esse inter-relacionamento é uma ponte de extrema valia para o desenvolvimento desses alunos. A visão é um sentido que aproxima a criança do mundo objetivo e desempenha um papel fundamental por representar muitas das impressões que a criança tem do mundo.
Quando apontamos a atividade pedagógica é nítido que as dificuldades surgem e são inúmeras, porém, é de vital importância que a criança tenha seu espaço garantido em sala de aula, bem como sua integração com as demais crianças. O professor por sua vez, também tem que ter qualificação para trabalhar e entendimento acerca dos direitos da criança no espaço educacional. É imprescindível o apoio pedagógico para esse profissional, para que seu trabalho seja pleno e eficaz, garantido a qualidade de ensino que atenda todas as crianças de maneira igualitária. As atividades em sala não devem ser diferenciadas, mas sim, adaptadas para o aluno com a dificuldades visual.
Relatem o enriquecimento que a inclusão dos alunos com deficiência visual no contexto do videorelato propiciará na dinâmica das atividades pedagógicas e no desenvolvimento psicossocial e cultural de seus colegas (2,5).
A experiência da inclusão de alunos com as dificuldades relatadas, no contexto do vídeo relato será de instigar o gosto de construir personagens e cenas, atuando no momento atual para reverenciar suas próprias produções e participarem da criação montagem e apresentação de seus trabalhos. Dessa maneira, eles vivenciarão práticas que favorecem a linguagem oral, criatividade, consciência espacial sensibilidade, entre outras vivencias necessárias para suas vidas.
A exploração das atividades propostas com os alunos com deficiência visual deve explorar mais os sons do ambiente e as respostas que são capazes de elaborar.
A prática do projeto analisado e depois de adaptado, mostrará que uma pessoa cega, ao apreciar e realizar as atividades propostas, deverá construir referências que ajudem aos demais alunos a despertarem seus demais sentidos além da visão.
Em um mundo de excessos visuais e quase nenhuma experiência de escuta seletiva e de contato direto, esse projeto teria como intenção favorecer a inclusão através do treinamento dessas habilidades. 
Uma educação realmente inclusiva dentro deste projeto, impõe uma restauração do ensino de arte, da ludicidade e da estética de todos os alunos. Refere-se a estimular os alunos a transitarem juntos os caminhos da criatividade, sem divisões em relação a execução mais perspicaz da linguagem artística, que se faz tão necessária para a leitura do mundo.
Referências Bibliográficas
	BAHIA, Ana Beatriz. O ensino de arte na Educação Infantil [material didático produzido para o curso de Pedagogia/CEAD]. Florianópolis:
UDESC, 2018. Bock, 
BOCK, Geisa Letícia Kempfer e SILVA, Solange Cristina da; Simbologia braile,1ª ed.– Florianópolis :DIOESC : UDESC/CEAD/UAB, 2013.
BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo [Volume 3]. Brasília: MEC, SEF, 1998.
RABELLO, Roberto Sanches, Teatro-educação : uma experiência com jovens cegos / Roberto Sanches Rabêllo. -Salvador : EDUFBA, 2011
Sites
PORTAL DO DEFICIENTE VISUAL; disponível em: https://www.deficienciavisual.com.br/artes acesso em 03/maio/2018.
SÁ, Elisabet Dias de, CAMPOS, Izilda Maria de, SILVA Myrian Beatriz Campolina. Deficiência visual. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf acesso em 06/maio/2018.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Programa de inclusão de deficientes visuais nas escolas Disponível em :http://www.turminha.mpf.mp.br/viva-a-diferenca/acessibilidade/a-educacao-inclusiva-dos-deficientes-visuais acesso em 03/maio/2018.
Vídeos:
Título: Somos brasileiros, somos diferentes
Produção: Instituto Arte na Escola, 2009
Duração: 6’01’’
Endereço: https://youtu.be/e_HyKQMg6Po último acesso em 06/05/2018 ás 11:05
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