Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Departamento de Engenharia Civil OBRAS DE TERRA ESTABILIDADE DE TALUDES 01 (Introdução) INTRODUÇÃO: • O problema da estabilidade de encostas naturais tem afetado a população brasileira; • Peneplanização (tendência a descer); • Ação do homem; • Só com o conhecimento dos solos e dos mecanismos dos escorregamentos será possível projetar obras seguras, com a preservação do meio ambiente, inclusive no que se refere à erosão, que é um dos maiores males que se pode causar a natureza. TRECHO DE RESULTADO DE ESTUDO DE CASO: Na primeira encosta avaliada, coordenadas UTM 24L 0655010; 8703541, são encontradas contenções que necessitam de manutenção. As contenções observadas no talude fora as bermas, sacos de solo-cimento (posteriormente jateados com concreto) e drenos que estão totalmente entupidos, o que impede o escoamento da água, podendo causar um acúmulo de água no terreno. Ainda nesse ponto, observou-se a base da encosta ocupada por fragmentos, resultantes de desmoronamentos recentes, o que implica em falta de manutenção. Segundo Massad (2003) a utilização de drenos profundos, tem o intuito de abaixar o nível freático, reduzindo assim, as pressões neutras e, consequentemente, aumentar a estabilidade do talude. Também foi utilizado canaletas em degraus, que funciona como um sistema de drenagem superficial, além, de minimizar a velocidade da água com a utilização de degraus, esta apresenta um bom estado de conservação...... SOLOS DAS ENCOSTAS NATURAIS; • Solos se formam por decomposição de rochas; • Intemperismo físico e químico; • Solos residuais ou solos de alteração natureza da rocha mãe, clima, topografia, drenagem, etc. Os arenitos, que não contem feldspato nem mica dão origem a solos arenosos; • Solos Trasnsportados: Coluvionares Aluvionares Eólicos Glaciais MADUROS OU LATERÍTICOS JOVENS OU SAPROLÍTICOS BLOCOS DE ROCHA ROCHA MATRIZ PROCESSO DE FORMAÇÃO/EVOLUÇÃO DE SOLOS Quando o solo residual é transportado pela ação da gravidade, como nos escorregamentos, a distâncias pequenas, recebe o nome de solo coluvionar, ou coluvião ou tálus. Em geral, esses solos encontram-se no pé das encostas naturais e podem ser constituídos de solos misturadas com blocos de rochas. A formação desse solo pode ocorrer por vários escorregamentos que se sucederam ao longo do tempo. Solos bem drenados, típicos de regiões de clima quente e úmido, processo de lixiviação, gerando macroporos devido ao carreamento de partículas. Os solos lateríticos apresentam elevada resistência contra erosão devido a ação cimentante dos óxidos de ferro que são deixados na superfície. Escorregamento, solo depositado no pé do talude, formação de solo coluvionar. A propriedade que os solos apresentam de suportar cargas e conservar a sua estabilidade depende de que? RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Baseia-se na hipótese de haver equilíbrio numa massa de solo, tomada como corpo rígido-plástico, na iminência de entrar em um processo de escorregamento.. TALUDES? NATURAIS OU ARTIFICIAIS ACIDENTES → CONHECIDOS COMO: ESCORREGAMENTOS FORÇAS ATUANTES: SE OCORRER RUPTURA SE DARÁ POR CISALHAMENTO, QUANDO: T = S Equação de resistência ao cisalhamento dos solos (COULOMB) Se a amostra totalmente ou parcialmente saturada, placas de metal perfuradas e pedras porosas são colocadas abaixo e acima da amostra (drenagem livre). Se a amostra seca, placas de metal sólido são usadas. Desde que não haja excesso de pressão da água no solo, as tensões totais e efetivas serão idênticas. O ensaio de cisalhamento direto é o mais antigo procedimento para a determinação da resistência ao cisalhamento e se baseia diretamente no critério de Mohr-Coulomb. Os parâmetros necessários à analise de estabilidade em solos, quando obtidos em ensaios de laboratório, devem representar as condições que ocorrem no campo. Dependendo do tipo de solo, condições de drenagem e avaliação crítica da obra (análises a longo ou curto prazo), utilizam-se solicitações drenadas ou não drenadas na determinação dos parâmetros de resistência "c" e "φ". Estes parâmetros podem ser expressos tanto em termos de tensões totais como em termos de tensões efetivas. Normalmente, a análise de estabilidade é feita utilizando-se os parâmetros efetivos “c” e “φ”, ambos propriedades intrínsecas do solo, e determinando-se as poro-pressões existentes no campo. Não sendo possível a determinação das poro-pressões que atuam no maciço, como taludes naturais sem instrumentação (piezômetros), pode-se fazer a análise em termos de tensões totais. Realizam-se ensaios CU ou UU, com medição de poro-pressão, determinando-se os parâmetros de resistência em termos de tensões totais. Admite-se, neste caso, a hipótese que as poropressões que se desenvolvem no ensaio de laboratório são similares as poropressões no campo. TIPOS DE ESCORREGAMENTOS: CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO VARGAS (1977): CREEP OU RASTEJO ESCORREGAMENTO VERDADEIRO DESLIZAMENTOS DE TÁLUS DESLOCAMENTO DE BLOCOS DE ROCHA ou DESPRENDIMENTO AVALANCHES OU EROSÃO VIOLENTA CREEP é um movimento lento de camadas superficiais de solo, encosta abaixo, com velocidades muito pequenas, de milímetros por ano, que se acelera por ocasião das chuvas e se desacelera em épocas de seca, daí o nove de rastejo. Exemplos de Creep ou Rastejo Os escorregamentos verdadeiros (“landslide”) referem- se a deslizamentos de volumes de solo ao longo de superfícies de ruptura bem definidas, cilíndricas ou planares. Causas: • Alteração da geometria do talude por descalçamento do seu pé, por cortes ou escavações, por retaludamento, com aumento de sua inclinação; • Sobrecarga no topo das encostas; • Infiltração de água da chuva que podem elevar as pressões neutras; • Desmatamento. Escorregamento circular Escorregamento planar Os tálus, detritos de escorregamentos antigos, encontram-se , geralmente, saturados e podem sofrer deslizamentos sob a ação conjunta da gravidade e pressões neutras. Essa massa escoa como se fosse um fluido ou liquido viscoso, também chamado de “mood Flow”. Os tálus secos, não alimentados por água subterrânea tendem a ser estáveis. Deslocamento de blocos de rocha ou lascas de rocha resistentes ao intemperismo que podem sofrer queda livre. O fenômeno ocorre em locais com escapas rochosas. As avalanches ou erosões violentas (“debris flows”) são fenômenos classificados como desastres naturais. Ocorrem em geral, após longos períodos de chuva provocando o escorregamento de solo e rocha para dentro de um curso de água. A massa de solo mistura-se com a água e dirige-se para as vertentes, arrastando o que encontra pelo caminho. E a NBR 11682/91 ??? A-1 Processes indutores de instabilidade Compreendem os processos erosionais e os de liquefação de solos, os quais tendem a acentuar ou a induzir as instabilidades propriamente ditas. A-1.1 Processos erosionais: • Erosão laminar (superficial) • Erosão por sulcos (linhas ou pequenos cortes) • Ravinamento (cavidades maiores - declividade) • Voçorocas (grandes crateras) • Erosão por cavernas • Erosão eólica A-1.2 – Liquefação de solos superficiais: A massa liquefeita proveniente das partes superiores do talude pode provocar, ao se deslocar, instabilidade parcial ou total nas partes inferiores do talude por ela atravessadas. Ocorrem, em geral, em taludes de regiões sujeitas a altos índices de precipitações pluviométricas, intercalados a períodos de estiagem. • Enxurradas • Deslocamento de massa de solo saturado, com blocos derocha • Liquefação de massa de solo superficial A-2 _ Processo de Instabilidade propriamente ditos O mecanismo de desenvolvimento dos processos e suas geometrias podem variar e condicionam o tipo de solução mais adequada a cada caso. Segundo a NBR 11.682, os mecanismos compreendem o tipo de movimentação do terreno, a velocidade e a direção dos deslocamentos, a frequência da movimentação e seu estágio evolutivo. • Uma vez realizada a investigação geológica e geotécnica, o diagnóstico definitivo é importante; • Locais com obras de estabilização (instabilidade ocorrida): Definição do tipo: geometria e mecanismos; Retroanálise da instabilidade; Alternativas de solução (estabilização ou prevenção); Avaliação de parâmetros e índices de segurança; Estudo técnico-econômico das soluções possíveis; Escolha mais adequada; Plano de execução • Projeto de obras de estabilização: Sem elementos de contenção: Modificação da geometria do talude; Desmonte de partes instáveis; Aterro estabilizante de pé de talude; Modificação do regime geohidrológico: drenos, poços, galerias de drenagem, trincheiras drenantes; Melhoria da resistência ao cisalhamento: injeção de calda de cimento, preenchimento de fendas com argamassa de cimento; Com elementos de contenção: Estruturas de alvenaria ou concreto: murros de arrimo (gravidade ou flexão); Estruturas chumbadas ou ancoradas: na fundação, em cortinas,... Estruturas de reforço: telas galvanizadas; tirantes, gabião, estaca raiz,... EXERCÍCIOS 1)( ) A estabilidade de um talude depende de fatores como ângulo de atrito interno e coesão do solo. 2)( ) Uma superfície de solo exposta que forma um certo ângulo com a horizontal, que tanto pode ser natural no caso das encostas quanto artificial, recebe a denominação de coroa. 3)( ) Os processos de instabilização de taludes e encostas, denominados “mood flow” são Movimentos muito rápidos de solo argiloso mole, que se move como se fosse um fluido viscoso. 4)( ) Talude de aterro é aquele que se forma como resultado de um processo de retirada de material e Talude de corte é aquele que se forma como resultado da deposição, da terraplenagem e de bota-fora. V F V F 5) Sobre projetos de edificações a serem implantados em terrenos em desníveis acentuados, é correto afirmar-se que: a) não exigem movimentos de terra. b) muito usados em construções arrojadas. c) geralmente não se prestam para construções. d) indicados geralmente para construções simples. e) não exigem, em sua grande parte, ancoramentos. 07) Uma amostra de uma argila normalmente adensada foi consolidada com σ = 350 kPa e levada à ruptura por cisalhamento em condições drenadas, a qual rompeu com S = 1050 kPa. Sabe-se que o ângulo de atrito é igual 45◦. Pergunta-se: Qual é a coesão desta argila? S = c + (σ + µ).tgⱷ 1050 = c + (350 + 0).tg45 1050 = c + 350.1 C = 700 kPa 8) Considere o talude infinito com solo homogêneo apoiado sobre rocha. Aonde se situa o plano de ruptura? O plano de ruptura é paralelo ao talude e atinge a maior profundidade possível, isto é, podendo chegar no contato com a rocha. Bibliografia: • MASSAD, Faiçal. Obras de Terra, curso básico de Geotecnica; • CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações; • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 11682/91- Estabilidade de Taludes OBRIGADO !!!!!
Compartilhar