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LIVRO DE MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO

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Vicky Lima

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MATERIAIS DE 
REVESTIMENTO E 
ACABAMENTO
PROFESSORA
Me. Carla Prado Vieira Verdan
Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. 
O download do aplicativo está disponível nas plataformas:
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
Google Play App Store
2 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância;
VERDAN, Carla Prado Vieira.
Materiais de Revestimento e Acabamento. Carla Prado Vieira Verdan
Maringá - PR.:Unicesumar, 2019.
222 p.
“Graduação em Design - EaD”.
1. Materiais. 2. Revestimento. 3. Acabamento 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1942-1 CDD - 22ª Ed. 671.73
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por: 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor 
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio 
Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Minco�, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia 
Coelho, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Produção 
de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, 
Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Gerência 
de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas, 
Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo.
Coordenador(a) de Conteúdo Larissa Siqueira Camargo, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração 
Robson Yuiti Saito, Designer Educacional Bárbara Neves, Revisão Textual Silvia Caroline Gonçalves, 
Ilustração Marta Sayuri Kakitani, Bruno Cesar Pardinho Figueiredo, Fotos Shutterstock.
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 8 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
Débora do Nascimento Leite
Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Kátia Solange Coelho
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Leonardo Spaine
Diretoria de Permanênciaautores
Me. Carla Prado Vieira Verdan
Graduada em Letras - Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Maringá (2007) 
e em Design de Interiores pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (2013). Especialista 
em Gestão de Pessoas pelo Instituto Paranaense de Ensino (2009). Mestre em Análise 
do Discurso pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de 
Maringá (UEM), pesquisadora do grupo de estudos GEDUEM/UEM.
http://lattes.cnpq.br/3571160271625730 
apresentação do material
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO
Me. Carla Prado Vieira Verdan
Caro(a) aluno(a) do curso de Design de Interiores, seja bem-vindo(a)! Nas pró-
ximas páginas, você vai conhecer e se aventurar pelos materiais e revestimentos 
que, aliás, já são nossos conhecidos de longa data, pois é a partir deles que reco-
nhecemos o mundo à nossa volta. As cores, as texturas e os sons dos elementos do 
nosso dia a dia vêm dos diversos materiais e revestimentos, naturais ou artificiais, 
que nos rodeiam em nossos ambientes. A maciez do algodão, a rigidez dos vidros, 
as texturas das madeiras, as cores das tintas, a transparência do acrílico, o ruído 
de uma bolinha quicando em um chão de cerâmica... enfim, como você pôde 
perceber, todos esses exemplos conectam nossas sensações aos materiais! Neste 
livro, vamos conhecer as características sensoriais dos materiais para aplicá-las de 
maneira correta e aproveitar ao máximo essa relação física que temos com eles a 
fim de melhorar a nossa qualidade de vida.
Os materiais e revestimentos possuem uma grande importância na questão 
da segurança dos nossos ambientes e, consequentemente, das nossas vidas. De-
vemos compreender que existem diversos tipos de produtos para se utilizar em 
um ambiente, porém cada um deles deve ser aplicado no seu local adequado. Por 
quê? Vamos imaginar que seja necessário selecionar um tipo de material para 
uma sala de banho, banheiro, ou mesmo um lavabo. Sabemos que são ambientes 
molháveis e molhados, e que, portanto, a escolha do piso deve ser segura, para 
evitar escorregões e acidentes. Neste sentido, vamos estudar as características 
técnicas dos materiais e revestimentos e, assim, estaremos, ao final desta jornada, 
aptos para desenvolver projetos com responsabilidade em nossas especificações.
Além disso, é importante ressaltar que devemos também considerar todas as 
questões econômicas e ambientais que nos cercam atualmente e, desta maneira, evi-
tamos utilizar materiais e revestimentos que possuam matéria-prima em escassez, ou 
que contenham elementos tóxicos, ou ainda que demandem gastos de energia e água 
em excesso. Esses conteúdos estão inseridos neste livro para que você compreenda e 
reconheça que um ambiente pode ser esteticamente adequado, mas também funcional 
e de acordo com as discussões contemporâneas sobre diversas questões ambientais. 
Todos esses conteúdos apresentados têm por bases bons e atuais referenciais, 
selecionados do ponto de vista do profissional de design de interiores, ou seja, 
adequado especialmente para que você desfrute desses conhecimentos em sua 
formação como profissional da área! Estamos juntos nesta jornada?
Na primeira unidade, iniciamos nossos estudos com as pedras naturais, mate-
riais que são conhecidos pelo ser humano desde sua existência e, talvez, por este 
motivo são reconhecidos por nos conectar às nossas origens, e as pedras artificiais. 
Em seguida, iremos estudar a Cerâmica e o Vidro, materiais essenciais que nos 
surpreendem com suas características de adaptação e transformação. Logo após, as 
Madeiras e as Fibras, materiais que se mostraram versáteis servindo para diversos 
fins em nossas ambientações contemporâneas. Neste tópico adiciona-se os papéis 
de parede, elementos decorativos populares na Europa e, hoje, apresentam-se em 
grande quantidade e variedade.
Posteriormente, vamos aprender sobre os Polímeros, materiais descobertos 
recentemente, em relação aos anteriores, e que fazem parte da revolução atual da 
tecnologia; nós os conhecemos popularmente como os plásticos e as borrachas. 
Também veremos os metais que foram o destaque do Movimento Modernista, 
utilizados em diversos produtos desenvolvidos pela Bauhaus e, ainda hoje, chamam 
atenção no nosso dia a dia. 
Por último, vamos apresentar as tintas, os esmaltes, os vernizes, as lacas e as 
resinas, em suas diversidades de cores e tipos, materiais populares e que possuem, 
como veremos, mais funções do que a da estética. Estudaremos também alguns 
materiais que advêm dos animais e a sua relação com o mercado.
Em todas as unidades serão abordados os conteúdos sobre a história desses 
materiais, suas definições, classificações e aplicabilidades. 
Finalmente, caro(a) aluno(a), convido você para iniciar esta caminhada! Seja 
bem-vindo(a)! 
sumário
UNIDADE I
PEDRAS NATURAIS E ARTIFICIAIS
14 Conhecer os Principais Ambientes Residenciais e 
as suas Definições
24 Pedras Naturais
32 Pedras Artificiais
36 Sustentabilidade
46 Referências
48 Gabarito
UNIDADE II
VIDRO E CERÂMICA
54 Vidro
64 Cerâmica
74 Sustentabilidade
78 Considerações Finais
83 Referências
84 Referências
85 Gabarito
UNIDADE III
MADEIRAS E FIBRAS
90 Madeira
105 Bambu
108 Fibras (Têxteis e Papéis)
116 Sustentabilidade
120 Considerações Finais
125 Referências
127 Referências
129 Gabarito
UNIDADE IV
METAIS E POLÍMEROS
133 Metais
140 Polímeros
144 Acrílico (PMMA)
148 Sustentabilidade
157 Referências
161 Referências
163 Gabarito
UNIDADE V
RESINAS E OUTROS MATERIAIS
164 Tintas
175 Produtos Animais
178 Outros Materiais
182 Sustentabilidade
185 Considerações Finais
193 Referências
196 Referências
198 Gabarito
201 CONCLUSÃO GERAL
Professora Me. Carla Prado Vieira Verdan
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Agregados, aglomerantes e misturas
• Pedras naturais
• Pedras artificiais
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o uso dos agregados e aglomerantes, entender o que esses 
elementos compõem e onde estão aplicados e sua importância dentro do 
sistema da construção.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade das pedras 
naturais.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade das pedras 
artificiais.
• Apresentar como esses materiais se comportam em relação ao conceito de 
sustentabilidade.
PEDRAS NATURAIS E 
ARTIFICIAIS
UNIDADE I
unidade 
I
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à primeira unidade do nos-
so livro! Nesta unidade, estudaremos, as pedras e as diversas 
formas e funções que esta matéria-prima apresenta na área da 
construção civil e, portanto, no design de interiores. As pedras 
estão presentes na ambientação desde sua parte estrutural, e não estamos 
falando apenas das estruturas antigas, em que existiam as paredes de pe-
dras. Estamos falando das edificações modernas com os seus novos ma-
teriais e paredes leves (ou montantes leves). É que todas essas tecnologias 
novas apresentam, em sua constituição,o uso dos minerais que compõem 
as pedras naturais e também as artificiais. 
Para compreender a importância desses elementos, iniciamos conhe-
cendo os aglomerantes, os aglomerados e as suas misturas. Esses materiais 
possuem diversas funções, e dentre as mais conhecidas está a de “colar” as 
estruturas, revestimentos ou acabamentos. Entretanto, a partir dessas fun-
cionalidades iniciais, esses materiais vão adquirindo novas possibilidades, 
e, além de preparar as estruturas para receber seus acabamentos, podem, 
às vezes, tornarem-se o próprio acabamento, como é o caso do concreto 
aparente e do cimento queimado.
Veremos também, na segunda e terceira partes da unidade, as pedras 
naturais e as pedras artificiais,o que são, como são aplicadas nos ambien-
tes e quais as relações entre elas. As pedras artificiais aparecem nas am-
bientações com muito destaque e são assim denominadas pela similarida-
de do seu uso e também da sua estética. Na quarta parte, estudaremos a 
sustentabilidade e como os materiais vistos anteriormente são compreen-
didos quando relacionados a essa questão. 
Ótimo estudo! 
14 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
têm como finalidade produzir as argamassas e o con-
creto (que são as misturas). Estas misturas, por sua 
vez, são utilizadas na estrutura da construção. Suas 
aplicações vão desde revestimentos de piso, parede 
e teto, argamassas para assentar os azulejos e as pla-
cas cerâmicas, e podem até fazer diferentes tipos de 
reparos. Sua aplicação se estende até as fundações e 
canalizações e estas são apenas algumas, dentre mui-
tas outras, aplicações que esses elementos, possuem. 
Essas misturas, formadas por estes dois elementos, 
denominados agregados e aglomerantes, possuem 
origem natural e seus componentes são os minerais 
que existem nos nossos solos, como a argila e a areia. 
Quando entramos em um ambiente que nos fascina 
pela sua beleza, pelo seu conforto e funcionalidade, 
reparamos em cada detalhe, desde as cores das tintas 
ou o desenho dos papéis de parede até as cortinas e os 
estofados e, também, no piso e nos materiais dos mobi-
liários. Contudo dificilmente pensamos nos elementos 
que asseguram a existência de todos esses acabamen-
tos, aqueles que estão longe de nossa visão, mas que, 
mesmo assim, são fundamentais para a correta am-
bientação de um espaço. Alguns desses elementos são 
os que chamamos de agregados e aglomerantes.
De acordo com Ambrozewicz (2012), esses ma-
teriais – os agregados e os aglomerantes – juntos, 
Conhecer os Principais Ambientes 
Residenciais e as suas Definições
 15
 DESIGN 
Figura 1 - Argila Expandida
OS AGLOMERANTES
Ambrozewicz (2012) nos informa que os aglome-
rantes são materiais que, misturados à água, formam 
pastas e, portanto, fazem a integração com os agre-
gados, sejam miúdos ou graúdos, transformando-se, 
como dito anteriormente, em argamassas e concreto. 
Os exemplos que o estudioso cita de aglomerantes 
são: cal, gesso, cimento Portland e outros materiais 
chamados betuminosos. A seguir, suas definições:
• A cal é utilizada para diversas aplicações, por 
exemplo, na produção de argamassas para as-
sentamento de revestimentos e produção de 
tijolos.
• O Cimento Portland possui este nome por-
que foi inventado na Inglaterra na mesma 
época em que era modismo utilizar em cons-
truções pedras de cores acinzentadas vindas 
de uma ilha de Portland, logo, pela caracte-
rística de semelhança de cores, o construtor/
inventor nomeou o material de Portland. Sua 
definição é “[...] um pó bem fino com pro-
priedades aglomerantes, que endurece sob a 
ação da água. Depois de endurecido, perma-
nece estável, mesmo que submetido à ação da 
água” (AMBROZEWICZ, 2012, p. 76).
OS AGREGADOS
Materiais que podem ser de origem natural, como a 
areia ou, ainda, como nos informa o estudioso Am-
brozewicz (2012), o cascalho – conhecido também 
como pedregulho – e a brita são extraídos de jazidas 
e/ou minas e sofrem outros processos até sua apli-
cação na construção civil. No entanto os agregados 
podem ser materiais artificiais, como a argila expan-
dida ou o concreto reciclado de demolições. Ainda, 
em relação às suas classificações, podem ser leves, 
normais ou pesados e, sobre suas medidas, o autor 
nos informa que podem ser classificados como mi-
údos ou graúdos. Explicando de forma simplista, a 
finalidade do agregado, quando parte da mistura do 
concreto e da argamassa, é dar-lhes resistência. 
A partícula mineral do solo varia em tamanho, 
desde a argila microscópica às rochas de mui-
tos metros. Os fragmentos com mais de 75 
mm de diâmetro são denominados pedras. 
Fonte: Troeh e Thompson (2007, p. 18).
SAIBA MAIS
A argila expandida também é utilizada no pai-
sagismo em pequenos vasos e bonsais. Serve 
como material que drena a água e absorve os 
nutrientes, bem como o cascalho. 
Fonte: adaptado de Cinexpan ([2019], on-line)1.
SAIBA MAIS
16 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
• Os aglomerantes betuminosos são aqueles 
que possuem partes orgânicas em sua com-
posição. Podem se originar na natureza ou 
são desenvolvidos pela indústria. Nós reco-
nhecemos alguns deles: o asfalto (origina-se 
do petróleo) e o piche (obtido de asfalto). É 
interessante saber que o ser humano usa, des-
de a antiguidade, esses materiais. Conforme 
afirma Ambrozewicz (2012), temos exemplos 
na Mesopotâmia, no Egito (presentes na mu-
mificação), e têm-se referências desses mate-
riais até na Bíblia, quando se trata da Arca de 
Noé. Em épocas menos remotas, as aplica-
ções de betumes datam do século XVIII. 
• O gesso é um dos aglomerantes que nós co-
nhecemos um pouco mais, pois o vemos qua-
se que diariamente e, desde algum tempo, na 
casa de nossos avós ou familiares, se não em 
nossa própria residência. Presente nos deta-
lhes dos forros (quando não é o próprio forro), 
aplicados como sancas e molduras diversas até 
os adornos mais clássicos, como os florões. 
Atualmente, esse material é um ótimo aliado 
dos designers de interiores, utilizado com fre-
quência em nossos projetos. Os motivos que 
nos levam a gostar tanto do gesso são as suas 
características principais, conforme apresenta 
Ambrozewicz (2012): são resistentes, são iso-
lantes térmicos e acústicos, apresentam resis-
tência ao fogo considerável, são moldáveis e, 
como o gesso é leve, também são leves as suas 
estruturas finais. 
Também existe o Cimento Portland Branco não 
Estrutural, e seu uso é voltado apenas para as-
sentamentos e desenvolvimentos de produtos 
como ladrilhos hidráulicos, entre outros. 
Fonte: adaptado de Ambrozewicz (2012).
SAIBA MAIS
O piso de Cimento queimado consiste na 
“aplicação de cimento seco na forma de pol-
vilhamento sobre a superfície [...] do concreto” 
(RECENA, 2014, p. 85). Este é um procedimento 
que pode ser feito na obra, o que acaba tornan-
do um produto econômico em sua instalação. 
Fonte: adaptado de Recena (2014).
SAIBA MAIS
Placas de gesso com conteúdo reciclado aju-
dam a diminuir os resíduos de gesso acarto-
nado nos aterros. 
Fonte: Moxon (2012, p. 103).
SAIBA MAIS
Figura 2 - Cimento Portland Cinza
 17
 DESIGN 
2. Resistente à umidade RU – para áreas que 
podem vir a sofrer com umidade, mas de for-
ma limitada em quantidade pequena.
3. Resistentes ao fogo RF – para áreas secas 
com necessidade de resistência ao fogo. 
Estes três tipos de placas de gesso acartonado são indi-
cados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, 
cuja norma é denominada ABNT NBR 14715-1:2010.
Por todos os dados anteriores, os profissionais selecio-
nam o gesso para solucionar diversos problemas de 
acordo com as necessidades do projeto. Podemos citar 
como exemplo: divisórias internas para ambientes, re-
baixamento do pé direito com o uso do forro de gesso, 
liberdade no desenvolvimento de projetos de ilumina-
ção, criação de nichos, estantes e muito mais. Essas di-
visórias de gesso, hoje, são denominadas cartonadas, 
ou ainda, elo nome drywall, “[...] possuem um núcleo 
de gesso coberto com papel ou outro material” (BIN-
GGELI; CHING, 2013, p. 308). 
Os novos estudos e a tecnologia ajudaram ainda 
mais o avanço deste material em sistemas de placas, 
e podemos encontrar três tipos de placas de gesso 
cartonado para a execução de paredes, forros e re-
vestimentos que sejam internos e não estruturais. 
São elas: 
1. Standart ST – para áreas secas.
Hoje, o gesso acartonado (painel rígido feito à 
base de gesso) é um material extremamente 
difundido para a construção de paredes in-
ternasleves e pode ser revestido de camadas 
finas de gesso (lisas ou texturizadas), papel de 
parede, painéis decorativos e tinta.
Fonte: Farrelly e Brown (2014, p. 153).
SAIBA MAIS
Figura 3 - Ornamento de gesso, espátula, o perfil de estanho, drywall em um fundo branco
18 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
AS MISTURAS
Caro(a) aluno(a), no começo deste tópico, entendemos que os agre-
gados e aglomerantes, juntos, formam o que chamamos de misturas. 
Estas misturas possuem diversas aplicações na construção civil e são 
de extrema importância para nossa ambientação, pois são esses ma-
teriais que preparam, fixam e asseguram a qualidade e a resistência 
dos revestimentos de acabamento de nossas ambientações. Enfim, 
sua correta aplicação resulta em materiais sem problemas de instala-
ção e de aparência satisfatória. 
A argamassa é o material que liga, cola ou prende todos os ele-
mentos de uma construção, é responsável por evitar o desgaste de 
acabamentos e, portanto, mantê-los com aparência bela, além de 
seguros. Deve ser levada em consideração no momento da especi-
ficação dos produtos, pois uma escolha errada pode deixar seu pro-
jeto insatisfatório ao usuário/cliente. De acordo com o estudioso 
Azeredo (2000), podemos dividir as argamassas em diversos tipos 
que se referem à função. A seguir, a classificação do autor:
Figura 4: Argamassa
 19
 DESIGN 
Argamassa de junta
Argamassa de regularização
Argamassa de aderência – chapisco
Argamassa de acabamento
• Argamassa de junta: serve para unir os elementos construtivos, exemplo: os 
blocos ou tijolos. Para a estrutura, atua como distribuidor das cargas que a 
construção recebe.
• Argamassa de aderência – chapisco: serve para preparar uma superfície mais 
lisa (que pode ser a parede, por exemplo) para receber outros materiais. Essa 
argamassa é jogada, e seu formato adequado pode parecer bem inadequado – 
quanto mais irregular, melhor. Deste jeito, podemos criar uma superfície com 
aspereza necessária para que suporte os próximos materiais.
• Argamassa de regularização – emboço: serve como um impermeabilizante 
da edificação, evita a água, a infiltração e a umidade. Seu aspecto aplicado já 
é mais regular e uniforme. Como afirma Azeredo (2000), atua como alinha-
mento das paredes.
• Argamassa de acabamento – reboco: quando a superfície está pronta para 
receber a pintura, o que vemos é o reboco, isto é, a aplicação de uma arga-
massa de pequena espessura com teor de cal alto. Entretanto, este reboco 
também pode ser o próprio acabamento.
20 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
Argamassa de acabamento – Massa tipo travertino”
“[...] é também, um reboco especial, seu acabamento 
não requer o acabamento de pintura. Geralmente, 
essas massas são industrializadas [...] com o reboco 
ainda bem molhado, comprime-se com uma ‘boneca’ 
de estopa limpa ou mesmo de pano seco, de maneira 
que deixe na superfície pequenos sulcos típicos do 
mármore [...]”.
Fonte: Azeredo (2000, p. 76).
SAIBA MAIS
O concreto é a mistura de cimento (aglomerante), pedra, 
areia (agregados) e água, além de, se necessário, possuir 
outros componentes que chamamos de aditivos, os quais 
melhoram suas características. Aliás, as características 
que o concreto deve possuir são: resistência, durabilidade, 
boa aparência e também deve ser um material econômi-
co. Esse material é fornecido em diversos tipos, como o 
convencional, de alto desempenho, alta resistência, pe-
sado, leve, fluido etc. Ambrozewicz (2012) cita 17 tipos 
de concreto que, na maioria das suas aplicações, servem 
como elemento estrutural. Entretanto, existe, por exem-
plo, o concreto colorido, usado para destacar fachadas, ou 
mesmo, na coloração das calçadas, “as vantagens são: eli-
mina a pintura e pode ser usado como marcador de áreas 
específicas” (AMBROZEWICZ, 2012, p. 125). 
O concreto faz parte de um grupo de materiais “[...] 
com alta capacidade térmica para gerar inércia tér-
mica. A inércia térmica armazena o calor ou o frio e 
os transfere lentamente para o ambiente mantendo 
sua temperatura interna razoavelmente constante, 
reduzindo a necessidade de aquecimento ou de res-
friamento artificial”. 
Fonte: Moxon (2012, p. 69).
SAIBA MAIS
 21
 DESIGN 
Vamos, agora, conhecer algumas das aplicações do concreto em design de interiores:
Como superfície de acabamento para o piso: de acordo com os auto-
res Binggeli e Ching (2013), os acabamentos de concreto precisam estar 
bem nivelados e lisos, e podem receber coloração (corantes) para deixá-
-los mais atrativos, porém devem possuir resistência a manchamentos. 
O concreto aceita, ainda, a adição de outros agregados, como pedaços 
pequenos ou grandes de mármores, granitos e outras rochas, técnica de 
revestimento reconhecidas como granitina e granilito, afirma o estudioso 
Azeredo (2000). Sua vantagem é que pode ser encontrado como peças ou, 
ainda, executado na própria obra e, o mais importante, evita a utilização 
de outro material para o acabamento de piso. Ou seja, reduz a quantidade 
de materiais na ambientação, sendo, assim, econômico! 
Enfim, “[...] é um pavimento contínuo, apesar de ter juntas, o que não 
significa que o pavimento não é contínuo. Chamamos de granilito ou ro-
cha artificial, devido à aparência que fica após sua execução - uma imita-
ção do granito” (AZEREDO, 2000, p. 108). 
Bloco e placas de concreto para piso: de acordo com Abbud (2006), 
é muito utilizado, em jardins e calçadas, o paver, definido pelo autor 
como “pequeno bloco de concreto [...] dispensa contrapiso de concreto 
e seu assentamento é feito com areia sobre terra compactada” (ABBUD, 
2006, p. 140). O paver, em alguns projetos, também aparece como ban-
cos. Ainda para essas aplicações, existem placas de diversos tipos com 
acabamentos específicos a cada situação, alguns bem utilizados em am-
bientes com piscina, como exemplo, alguns materiais da Castelatto. 
Como revestimento de parede: atualmente, está se tornando comum 
usar as paredes de concreto, aparente, sem o revestimento final. Farrelly 
e Brown (2014) nos apresentam também as placas de concreto para re-
vestimento, a empresa Girli Concrete, além de desenvolver esse material, 
apresenta, como inovação, a integração do concreto com outros tipos de 
materiais, como o tecido. As autoras explicam, “[...] um de seus produtos 
[...] integra as tecnologias têxteis à produção de materiais de construção 
(como o concreto), para criar superfícies de edificação ‘macias’ e inovado-
ras” (FARRELLY; BROWN, 2014, p. 46). E quanto mais a tecnologia evolui, 
mais produtos vão surgindo, como o Litracon, concreto leve e translúci-
do. E, por fim, podemos encontrar elementos vazados (paredes que pos-
suem “buracos” em que se pode ver o outro lado) coloridos ou não, mais 
conhecidos como Cobogós, desenvolvidos a partir do concreto.
Figura 5: Paver
22 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
De acordo com Abbud (2006), o concreto tam-
bém é a matéria-prima do ladrilho hidraúlico, 
muito utilizado em nosso passado, normalmen-
te, feito de forma artesanal a partir de um molde 
de metal que é preenchido e estampado, levado 
à prensa e, por fim, seco naturalmente em local 
sombreado. Este tipo de material, hoje, é ampla-
mente difundido. Quando artesanais possuem 
estampas diversas e coloridas, são peças lindas 
e o centro de destaque de uma ambientação 
pela sua estética. 
Fonte: adaptado de Abbud (2006).
SAIBA MAIS
Aluno(a), uma das qualidades importantes do 
concreto é que ele é moldável. Desta forma, 
será possível, como designer de interiores, 
desenvolver, dentro da necessidade do pro-
jeto, um mobiliário desse material? 
REFLITA
 23
 DESIGN 
24 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
Quando os antigos obtiveram conhecimentos parao manuseio das pedras encon-
tradas na natureza, eles iniciaram a sua aplicação em diversas áreas a partir de suas 
necessidades vitais. Por isso, essas matérias-primas encontram-se no grupo dos 
mais antigos elementos utilizados em nossos ambientes, seja como parte estrutu-
ral das construções ou como revestimentos e peças decorativas. 
As autoras Farrelly e Brown (2014) nos explicam que todos os materiais pos-
suem propriedades sensoriais e subjetivas, as primeiras propriedades levam em 
consideração os nossos sentidos, sendo os mais comuns o olfato, o tato, o paladar, 
a visão e a audição. Esses sentidos reagem tanto ao nosso corpo físico quanto ao 
nosso estado emocional, e a relação que temos do mundo e dos materiais está 
diretamente ligada à forma como vivenciamos as experiências a partir de nossos 
sentidos.
Pedras Naturais
 25
 DESIGN 
Sobre as questões subjetivas, tal relação funciona 
quando conectamos a nossa percepção dos mate-
riais às nossas experiências de mundo, à nossa cultu-
ra, religião, tradição, comunidade, isto é, todos esses 
são elementos que influenciam como “compreende-
mos” os materiais. Para exemplificar, podemos dizer 
que o uso das pedras naturais como revestimento de 
paredes internas e fachadas na sociedade brasileira 
possui um caráter luxuoso porque retoma o passado 
histórico brasileiro – a cidade de Ouro Preto, antiga 
Vila Velha, foi uma das mais ricas cidades do Brasil, 
pela extração, obviamente, de suas pedras naturais.
A sua utilização, entretanto, não é apenas rela-
cionada às questões dessas ordens. As qualidades 
funcionais destes materiais são diversificadas e po-
dem variar muito de acordo com o tipo de pedra. 
Portanto, abordaremos, agora, algumas informações 
técnicas. 
Troeh e Thompson (2007) apresentam três tipos 
de rochas (lembrando que as pedras são fragmentos 
de rochas que possuem cerca de 75 mm de diâme-
tro), sendo elas: rochas ígneas, rochas sedimentares 
e rochas metamórficas. As ígneas são formadas pelo 
esfriamento do magma (massa pastosa que existe 
abaixo da superfície da terra), sendo o granito uma 
rocha ígnea. Rochas sedimentares são formadas 
pelo endurecimento de diversos materiais carrega-
dos pela água e vento. Um exemplo desse tipo de ro-
cha utilizado na ambientação é a pedra São Tomé e o 
Travertino. Por fim, as rochas metamórficas são for-
madas pela transformação de outras rochas quando 
estão sob muito calor e pressão, sendo o mármore 
uma rocha que está nesta classificação. É importante 
retomar que essa classificação nos ajuda a entender 
um pouco mais de suas qualidades, mas, ainda as-
sim, os diversos tipos de rochas possuem inúmeras 
características, e ao desejar especificá-las em um 
projeto, é necessário e importante buscar suas carac-
terísticas específicas. 
Vamos observar algumas características do gra-
nito, do mármore, do Travertino e da Pedra São 
Tomé, de acordo com as pesquisadoras Farrelly e 
Brown (2014): 
O que isso significa quando falamos das pedras 
naturais? Bom, o uso das pedras naturais como recur-
sos estéticos na ambientação pode ser explicado, por 
exemplo, pela retomada do contato do homem com 
a natureza, estimulando-o pelo tato, audição e visão. 
Como isso poderia acontecer? Observe o crescente 
uso das pedras como revestimentos dentro de salas 
de banho. Tal contato entre água e pedras pode nos 
relembrar as cachoeiras naturais, ou seja, uma ques-
tão sensorial do uso do material na ambientação. 
Figura 6 - Ouro Preto
26 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
Granito: muito indicado para área molháveis, como cozi-
nhas e banheiros, para revestimento de piso e parede, também é 
utilizado como bancadas por ser um material duro, resistente e 
muito sólido.
Mármore: material poroso, não indicado para áreas mo-
lhadas. Por ser mais macio que o granito, não é apropriado 
para pavimentações, no entanto, sua especificação depende 
de um estudo mais aprofundado, levando em consideração as 
necessidades do ambiente e as propriedades da pedra para sua 
aplicação no projeto. Já os autores Guerra et al. (2013) nos in-
formam que são pedras facilmente esculpidas e polidas. 
Travertino: por possuir muitas reentrâncias, não é indicado 
para ambientes como cozinha e ambientes que possuem um nível 
alto de pó. Ultimamente, tanto o mármore quanto o Travertino são 
materiais utilizados como painel decorativo aliado a jogos de luzes. 
Pedra São Tomé: “corresponde a um quartzito encontra-
do nas cores branca, amarela, rósea e verde, sendo utilizada 
em construções, como piso, revestimento de paredes, alve-
naria estrutural e até como telha” (FERNANDES; GODOY; 
FERNANDES, 2003, p. 129).
As pedras naturais possuem muita qualidade, durabilidade 
e beleza. Existem em infinitas cores e texturas e, seu toque é, ge-
ralmente, de sensação fria. Além disso, algumas podem receber 
tratamentos de acordo com as necessidades da aplicação, confor-
me nos apresenta a autora Ribeiro (2002). Temos o jateamento, 
tratamento que consiste em deixar a peça fosca; há, também, o 
apicoamento, este apresentando textura esburacada por martela-
mento; o flameamento, que torna as pedras antideslizantes e, por 
final, o polimento, que consiste em deixá-las brilhantes. 
A pedra São Tomé recebeu este nome porque, no Brasil, 
a sua principal extração fica na cidade de São Tomé das 
Letras, estado de Minas Gerais.
Fonte: adaptado de Fernandes, Godoy e Fernandes (2003).
SAIBA MAIS
GRANITO
MÁRMORE
TRAVERTINO
PEDRA SÃO TOMÉ
 27
 DESIGN 
Uma pedra natural utilizada em grande escala no Brasil Colonial, especificamente em Ouro Preto, antiga 
cidade de Vila Velha, no estado de Minas Gerais, é a conhecida pedra sabão. Sua aplicação decorativa em 
interiores se deu como acabamento ornamentado de paredes, colunas e outros, transformando a am-
bientação com esculturas. Por ser uma pedra macia, pode ser esculpida e, assim, tornou-se o material de 
destaque das obras de Aleijadinho, artista que representou o Estilo Barroco no Brasil, e está presente em 
grande parte das igrejas da cidade e sua região.
É também de pedra sabão a maior obra a céu aberto do artista Antônio Francisco Lisboa - o Aleijadinho, em 
Congonhas, ainda no estado de Minas Gerais, onde estão em exposição os 12 profetas.
Fonte: adaptado de Congonhas (2011, on-line)2.
SAIBA MAIS
Figura 8 - Santuário do Bom Jesus do Matosinho, em Congonhas-MG
28 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
PEDRAS NATURAIS PARA REVESTIMENTO 
DE PAREDES
Aplicadas nas paredes, possuem diversos modos, 
tais como irregular ou regular, em formatos gran-
des, médios e pequenos, no tipo canjiquinha (file-
tada), ou ainda, tijolinho. Os mármores e grani-
tos são, normalmente, aplicados como placas. Na 
instalação, deve-se limpar as pedras poucas horas 
após seu assentamento, para evitar os manchamen-
tos pela argamassa. O uso de produtos químicos 
fortes também machuca a pedra e deve ser evitado. 
É importante verificar o uso de argamassas espe-
ciais, que secam rápido e/ou para revestimentos 
pesados, pela segurança da obra, porque as pedras, 
dependendo da forma escolhida para aplicação, 
podem resultar em peças muito pesadas. Portanto, 
todo cuidado na escolha da argamassa é relevante 
para evitar as quedas de peças durante ou depois 
de sua instalação. Ainda em relação ao seu peso, é 
necessário verificar a questão estrutural da edifica-
ção com um profissional responsável (geralmente, 
os desenvolvedores do edifício ou da construção), 
porque o peso extra pode afetar a estrutura. Quan-
do aplicadas em ambientes internos, deve-se levar 
em consideração os espaços dos interruptores, das 
tomadas, do quadro de energia e outros mais, para 
que não se apresentem problemas, tais como inter-
ruptores profundos demais ou sem fixação devido 
à espessura da pedra. 
Figura 9 - Obrade Aleijadinho
 29
 DESIGN 
Observe que existem muitos tipos de pedras. É im-
portante ressaltar a necessidade de buscar quais são 
os tipos de rochas de determinados locais e regiões, 
e quais as pedras que possuem maior abundância, 
para especificar, em seu projeto, materiais da eco-
nomia e cultura local, tendo em vista a responsabi-
lidade ambiental. Aqui deixo algumas opções bem 
utilizadas em ambientações pelos designers de inte-
riores: mármore, granito, ardósia, travertino, pedra 
São Tomé, lagoa santa, seixos, pedra madeira, Mira-
cema, pedra goiás, pedra de ferro ou vulcânica etc. 
PEDRAS NATURAIS PARA PAVIMENTAÇÃO
“Desde a antiguidade, o homem percebeu que as ro-
chas eram materiais duráveis e atraentes para cons-
truir e revestir pisos, caminhos, ruas e calçadas” 
(ABBUD, 2006, p. 130).
Aplicadas nos pisos, também apresentam di-
versidade de formatos e cores. Mármores e granitos 
quase sempre estão cortados em placas. Azeredo 
(2000) informa que, em se tratando de mármore, 
é necessário observar incrustações, ou seja, outros 
materiais acoplados em seu “corpo”, pois diminuem 
a qualidade desse e podem originar trincas ou que-
bras. Outros tipos de pedras possuem diversas for-
mas e podem ser instaladas como quebra-cabeças, 
possuindo, em seu resultado, normalmente, uma 
estética rústica. 
A instalação, conforme afirma Abbud (2006), 
evoluiu durante a história humana. É muito provável 
que as pedras, inicialmente, fossem aplicadas soltas, 
então, veio o conhecimento sobre as argamassas, e 
na atualidade, existem bases plásticas ou de metais 
que fixam as pedras sem a necessidade das argamas-
sadas, sendo apenas por encaixe. 
Figura 10 - Pedra polida assentada em placas na lareira 
Figura 11 - Filetada
Figura 12 - Seixos
30 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
Existe, ainda, a pedra portuguesa, conhecida tam-
bém como petit pavé, muito utilizada em calçamen-
tos. Conforme explica Azeredo (2000), essas pedras 
são quebradas em tamanhos menores, de cinco cen-
tímetros, às vezes, oito centímetros, podendo ser 
encontradas nas cores vermelha, branca, marrom, 
preta, creme, cinza e rosa. Com elas podem ser exe-
cutados desenhos diversos, como exemplo, temos as 
calçadas de Copacabana, no Rio de Janeiro. 
Figura 13 - Petit pavé em pavimento - Calçada de Copacabana, Rio de Janeiro 
Quando aplicado na parede em assenta-
mento irregular, o petit pavé pode receber 
uma iluminação direcionada e transformar 
a ambientação com um efeito dramático e 
único de luzes e sombreamentos, servindo 
até como ponto de destaque do espaço. Esse 
efeito também pode ser aplicado em outros 
tipos de pedras, e fica melhor quando elas 
possuem reentrâncias para que existam as 
sombras, isto é, em acabamentos rústicos.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
 31
 DESIGN 
A normativa da ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas) que trata das rochas para reves-
timentos de edificações é a NBR 15012. De acordo com a matéria do site oficial da Associação, esta 
norma apresenta e define os termos geológicos das rochas, destaca alguns de seus tipos petográficos, 
compreendidos como os principais, além de suas texturas e estruturação. 
Fonte: adaptado de ABNT ( 2013, on-line)3.
SAIBA MAIS
Algumas pedras, como o mármore, possuem “veios” ou “estampas naturais”. Ao mesmo tempo em que 
podem nos limitar na criação, podem servir para transformar certos elementos e diferenciar o projeto 
de modos audaciosos! 
REFLITA
32 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
Aluno(a), pas páginas de anteriores, estudamos as 
rochas, aquelas que são utilizadas pela construção 
civil e aplicadas como revestimentos de paredes, pi-
sos e como mobiliários. Elas podem ser rústicas (em 
estado natural) ou tratadas para que, por exemplo, 
apresentem-se polidas, isto é, com o aspecto bri-
lhante. Essas rochas e pedras são extraídas da na-
tureza, portanto são denominadas pedras naturais. 
Com a evolução tecnológica, a sociedade conseguiu 
desenvolver, a partir do manuseio dos elementos 
minerais encontrados nas rochas naturais, materiais 
que, nomeou de pedras artificiais.
Assim como existe grande diversidade de tipos 
e classificações de pedras naturais, também existe 
variedade de pedras artificiais. Veremos, a seguir, al-
gumas dessas novas opções.
Pedras Artificiais
 33
 DESIGN 
PÓ DE MÁRMORE E VIDRO
O pesquisador Lima (2010), em sua dissertação de 
mestrado, nos apresenta o material denominado 
marmoglass, desenvolvido industrialmente a partir 
do mineral sílica. O resultado é de qualidade supe-
rior, com dureza única e resistência, principalmente 
à abrasão, maior que o granito. 
Desta forma, o marmoglass pode ser utilizado 
para revestimento de paredes externas e internas, 
pavimentação interna, bancadas, tampos de mesas, 
soleiras, rodapés, entre outros. 
RESINA ACRÍLICA E ALUMINA 
Também podemos encontrar, no mercado atual, um 
produto de grande qualidade, beleza e resistência. 
Conforme dados da empresa desenvolvedora, esse 
material é composto de resina acrílica e minerais, 
sendo o mineral TriHidrato de Alumina (ATH) 
o principal em sua composição. Tal material é co-
nhecido no mercado como Corian. De acordo com 
os dados comerciais, ele não é poroso, é maciço e 
maleável porque é termomodável, isto é, torna-se 
modável quando exposto a altas temperaturas, acei-
ta reparações e pode até ser reaproveitado após seu 
descarte. Apesar de artificial, não é tóxico, e recebeu 
o certificado Green Guard Indoor Air Quality. 
A resistência à abrasão representa a resistên-
cia ao desgaste de superfície, causado pelo 
movimento de pessoas e objetos. A sujeira 
trazida nos sapatos acelera o desgaste nas 
vias preferenciais de circulação.
Fonte: Ambrozewicz (2012, p. 341).
SAIBA MAIS
“Produtos que não prejudicam a qualidade 
do ar interno são certificados pelos selos da 
GreenGuard” (MOXON, 2012, p. 101).
Essa organização faz parte de um grupo de 
instituições que tem como objetivo avaliar os 
materiais, bem como produtos e ambientes 
que não agridam o meio ambiente. 
Fonte: adaptado de Moxon (2012).
SAIBA MAIS
34 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
Em relação às suas propriedades e resistências, 
deve-se ressaltar a resistência aos agentes químicos 
apontados pelas informações comerciais: o material 
possui ótima resistência a produtos como álcool, 
acetona, café, batom, gasolina, óleo de cozinha, suco 
de limão e vinho. Portanto, é indicado para todos 
os ambientes internos residenciais, comerciais e até 
hospitalares, e também é indicado seu uso em facha-
das. 
SUPERFÍCIES COM MINERAL QUARTZO 
Estes materiais são conhecidos no mercado por di-
versos nomes, como silestone, caesarstone, dekton, 
entre outros. Possuem em sua composição, de acor-
do com os dados comerciais, cerca de 90% do mi-
neral quartzo associado a outros elementos diversos 
(que os diferenciam), materiais cerâmicos, vidros ou 
materiais existentes pelo manuseio do petróleo. 
Essas superfícies são oferecidas em diversas co-
res. As cores de destaque em uso nas ambientações 
possuem brilho e são chamadas, por exemplo, de 
“branco diamante” ou “preto estrelar”. Possuem tex-
turas que vão do liso ao áspero. 
As características mais relevantes encontradas 
no meio comercial sobre esses materiais são referen-
tes à proteção contra bactérias (evitando sua propa-
gação). Possuem alto nível de resistência a impactos 
(não são facilmente quebrados ou trincados), e boa 
resistência a líquidos, como vinho e café. A maioria 
destes materiais é indicada pelas empresas desen-
volvedoras para ambientes externos e internos, mo-
lhados e molháveis, como revestimentos de piso e 
parede e de mobiliários. 
SUPERFÍCIES CRISTALIZADAS DE VIDRO 
COM NANOTECNOLOGIA
Marghussian (2015) explica que a nanotecnologiaconsiste em manusear os átomos e as moléculas dos 
materiais. Essa tecnologia possibilitou o desenvolvi-
mento de novos materiais, como o que conhecemos 
como nanoglass. Ou seja, a partir da manipulação 
nuclear do vidro e das cerâmicas, aliada a um proce-
dimento controlado em alta temperatura, é possível 
obter como resultado um material durável, que pode 
ser ou não transparente. As informações comerciais 
do material revelam sua aplicação em revestimento 
de parede e piso, desenvolvimento de bancadas e la-
vatórios de banheiro, assim como bancadas de cozi-
nhas. Sobre suas propriedades técnicas, as empresas 
desenvolvedoras apresentam que, na Escala Mohs, o 
nanoglass atinge o número cinco.
Figura 15 - Silestone
Fonte: Mundo das Pedras ([2018] on-line)4.
 35
 DESIGN 
CIMENTO COM GRANITO OU MÁRMORE 
A mistura de agregados e aglomerantes descrita no 
início da unidade também pode ser considerada uma 
pedra artificial, conforme descreve Azeredo (2000). O 
granilito é a mistura de cimento branco e pedaços de 
granito ou mármore (marmorite) e pode receber, tam-
bém, a adição de corantes e ser aplicado como reves-
timento de parede e de piso. Ao final do processo de 
instalação, o material deve receber um polimento para 
deixar seu acabamento com aspecto brilhante. O mate-
rial, normalmente, é desenvolvido na obra, mas já exis-
tem algumas empresas desenvolvendo-o em placas.
A “Escala de Mohs” foi criada por Friedrich Mohs (1773-1839). Ele organizou dez minerais por ordem de 
dureza, sendo o número um utilizado para o mais mole, e dez, para o mais duro. 
Fonte: Millidge (1998, p. 15).
SAIBA MAIS
Figura 16 - Nanoglass 
Fonte: Alicante ([2019], on-line)5.
36 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
A sustentabilidade consiste no repensar todo o processo industrial de forma que esse se 
torne menos nocivo para o meio ambiente e os seres vivos. De acordo com Moxon (2012), 
esse repensar deve existir desde o momento inicial do processo industrial, por exemplo, da 
extração ou captação da matéria-prima, até o final deste processo, que é o descarte do ma-
terial/produto produzido, passando por etapas como transporte, armazenagem, aplicação, 
vida útil, manutenção etc. 
A sustentabilidade também considera as questões de ordem econômica e social, pre-
ocupa-se com as relações entre as comunidades e a indústria. Ou seja, essa empresa está 
respeitando o ser humano que a sustenta, está valorizando suas culturas e tradições e seu 
meio ambiente? 
Sustentabilidade
 37
 DESIGN 
Sustentabilidade é suprir as necessidades atu-
ais sem comprometer a capacidade das futu-
ras gerações suprirem as suas necessidades, 
Segundo a omissão Mundial sobre Meio Am-
biente e Desenvolvimento das Nações Unidas 
(MOXON, 2012, p. 14).
Qual é a importância do(a) designer de interiores 
que trabalha no âmbito da construção civil, a qual, 
aliás, é uma das áreas que mais agridem o meio am-
biente? De acordo com o autor Siân Moxon (2012), 
somos profissionais envolvidos completamente com 
a sustentabilidade. Por quê? São os designers de in-
teriores que, em seus projetos, definem o que será 
reutilizado e o que será descarte, que especificam os 
novos materiais para os ambientes, tanto os novos 
quanto aqueles que serão reformados. São esses os 
profissionais que vão acompanhar a obra e observar 
se a separação e a destinação dos materiais de des-
carte são feitos corretamente e se não há desperdício 
de materiais. O(a) designer de interiores deve com-
preender e atuar com a postura de responsabilidade 
socioambiental.
O assunto desta primeira unidade de estudo se 
destinou a tratar das pedras, sendo elas naturais e 
artificiais, com as funções de revestimento e aca-
bamento, e também aquelas que servem como ins-
trumento de assentamento, reboco e emboço e até 
falamos sobre aquelas que fazem parte da estrutu-
ra da edificação em si, como o concreto. Pensando 
nisso, como esses materiais são analisados pela vi-
são da sustentabilidade? 
O primeiro fato que Moxon (2012) aponta em 
seus estudos é que as pedras naturais são matérias-
-primas finitas, porque demoram muito para serem 
desenvolvidas pela natureza – questão de milênios. 
Portanto, estamos utilizando produtos que, no nos-
so futuro, não existirão. 
O autor ainda afirma que esses materiais, quan-
do escassos, geram conflitos entre os homens, au-
mentando a preocupação pela segurança mundial. 
Além disso, ao extraírem as rochas por escavações, 
os homens produzem enorme alteração no meio 
ambiente local, uma “cicatriz”, como o pesquisador 
nos informa, que afeta os animais e até o homem da 
região. 
Também é preciso pensar na questão social, pois 
o trabalho com a extração de rochas é perigoso ao 
ser humano, sendo assim, é muito importante re-
pensar sua aplicação ou seu descarte em um projeto 
de interiores. 
Moxon (2012) continua nos alertando sobre o 
uso das pedras naturais, nos apresentando os se-
guintes dados: as rochas, além de extraídas, devem 
ser carregadas à fábrica, onde se transformarão em 
placas que, por sua vez, serão novamente transpor-
tadas até a obra, onde ocorrerá sua instalação (pen-
sando ainda em um projeto de uso simples, caso haja 
necessidade, ainda é possível a peça passar por mais 
processos – por exemplo, o manuseio da placa por 
um artesão antes da entrega na obra). Após a insta-
lação, o material demandará manutenção e limpeza. 
Finalmente, para seu descarte ou reciclagem, ainda 
será transportada. Isso significa que o processo “gas-
ta” muito combustível, contribuindo para os proble-
mas de emissão de carbono na atmosfera – mais um 
ponto negativo. 
38 
MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO 
Existem, porém, pontos positivos. Se confrontarmos 
o processamento das pedras naturais e das artificiais, 
observaremos que aquelas possuem menor energia 
incorporada, que é o uso em excesso de energia para 
sua fabricação, alteração ou transformação. Entre-
tanto, este ponto funciona apenas se considerarmos 
o uso de pedras que não precisem de importação. Ou 
seja, a melhor opção é utilizar produtos regionais, 
evitando maior gasto de transporte. 
Outro ponto positivo para as pedras naturais é 
que elas são de alta qualidade. Quando aplicadas de 
forma correta, são altamente duráveis e recicláveis. 
Enfim, após todas estas explicações, Moxon (2012) 
afirma que as pedras naturais, quando locais, podem 
ser consideradas sustentáveis. 
Ao tratar especificamente do concreto, o autor 
anteriormente citado nos informa que é um mate-
rial com inércia térmica. Ou seja, quando utilizado 
corretamente, ajuda a manter a temperatura am-
biente de um local interno sempre constante e evita 
a necessidade do uso de ar-condicionado ou de de 
aquecedores constantemente, diminuindo, assim, 
o gasto de energia da construção. Como piso, po-
de-se destacar, como outra qualidade do concreto, 
o fato de ele evitar o gasto com outro material de 
revestimento. 
Moxon (2012) retoma que o concreto vem da 
matéria-prima finita, e que a extração de seus com-
ponentes pode causar muito impacto na natureza. 
Contudo existem vários estudos desenvolvendo ma-
teriais que reciclam produtos descartados, inclusive, 
para serem adicionados à composição do concreto, 
como os plásticos. 
Se é verdade que as ameaças ambientais mais 
graves advêm do consumismo indiscriminado 
de matérias-primas e do acúmulo de materiais 
não degradáveis descartados como lixo, então 
o aperfeiçoamento de sistemas de reciclagem 
e de reaproveitamento deve se tornar uma 
prioridade para o design em nível industrial. 
Fonte: (Rafael Cardoso)
REFLITA
[...] esse material (o gesso) tem baixa energia 
incorporada e pode contribuir com o isola-
mento térmico, mas é responsável por um 
desperdício significativo, tanto durante a 
instalação quando ao final de sua vida útil,e 
contém sulfatos poluentes. Placas de gesso 
com conteúdo reciclado ajudam a diminuir 
os resíduos de gesso acartonado nos aterros.
Fonte: Moxon (2012, p. 103).
SAIBA MAIS
 39
 DESIGN 
Figura 17 - O uso de concreto como revestimento diminui o consumo de mais materiais para a obra
40 
considerações finais
N
esta unidade, aluno(a), você iniciou seus estudos acerca dos mate-
riais e pôde observar como este é um assunto rico, complexo e, ao 
mesmo tempo, instigante. Os estudos acerca dos materiais no design 
de interiores sempre estarão relacionados à estética, à técnica e às tec-
nologias. Da mesma forma, também possuirão relação com a sociedade nos seus 
aspectos sociais, econômicos e subjetivos.
O estudo das rochas, pedras e minerais já nos antecipou algo muito frequente 
em todas as próximas unidades; agora, você sabe que os materiais possuem di-
versidade, variedade e que cada um deles possui sua própria beleza, mas também 
possuem significado para sociedade. Você viu algumas propriedades físicas das 
pedras, porém também pôde compreender como refletir acerca da aplicabilidade 
delas por meio de nossos estudos de caso.
Você viu também que a tecnologia e a evolução do saber científico do ser hu-
mano nos proporcionam materiais artificiais semelhantes às pedras naturais, na 
aparência (em alguns casos), na qualidade e resistência. Por fim, assim como as 
pedras naturais, estes materiais tecnológicos também possuem imensa variedade.
Na ordem da sustentabilidade, você pôde observar a “indústria” das rochas 
que são utilizadas como ferramentas de estrutura, revestimento e acabamento, e 
qual o impacto desse comércio no meio ambiente, analisando o processo desde 
sua extração, seu transporte, processamento, instalação e descarte até a sua reci-
clagem. E, ainda, sobre as ditas pedras sintéticas e/ou artificiais, qual é o verda-
deiro sentido delas em relação ao que se entende por sustentabilidade.
Enfim, você compreendeu os pontos positivos e negativos de toda a situação 
que envolve a questão do uso das rochas decorativas ou, caso prefira, das pedras 
naturais e das pedras artificiais na prática do design de interiores, e poderá espe-
cificar de forma consciente o material estudado.
 41
atividades de estudo
1. Os agregados e aglomerantes, quando mistu-
rados, transformam-se em materiais como o ci-
mento e o concreto. Estes, por sua vez, possuem 
diversas finalidades, dentre elas, servir como 
preparação de uma superfície para receber um 
acabamento e, ainda, para a fixação desse, po-
dendo ser, também, até o próprio acabamento. 
Neste contexto, assinale a alternativa correta.
a) Os aglomerantes são os pedregulhos, e os 
agregados são as argamassas, o cimento e o 
concreto.
b) Os aglomerantes são as pedras naturais que, 
em placas, servem de revestimento de parede 
ou piso e, a partir delas, os designers podem 
desenvolver até mobiliários.
c) As misturas são pastas de concreto artificiais 
desenvolvidas na obra, e transformam-se em 
cimento queimado.
d) Os agregados são as pedras naturais e in-
dustrializadas, como a argila expandida, que, 
misturadas aos aglomerantes e à água, trans-
formam-se nas misturas, possuindo diversas 
funcionalidades na construção civil.
e) Os agregados são pedras que, no final do pro-
jeto, fazem a diferença por conseguirem exibir 
uma estética muito atraente. Já os aglomeran-
tes são apenas produtos que se inserem nos 
materiais de liga das paredes.
2. O gesso está presente em nossas ambienta-
ções, seja como reboco de gesso, forro, pare-
des de gesso (muitas vezes, denominadas mon-
tante leve), ou seja, como decorativos diversos 
(roda-meio, molduras, roda-tetos). Sobre esse 
material, leia as afirmativas a seguir: 
I. O gesso é um agregado que necessita ser mis-
turado com algum aglomerante para que pos-
sa ser utilizado na construção civil.
II. O gesso é um aglomerante e possui, como 
uma de suas maiores qualidades, a leveza.
III. Quando o gesso é utilizado como montante 
leve ou parede divisória, possui, em sua com-
posição, papel ou outros materiais.
IV. A tecnologia desenvolveu diversos tipos de pla-
cas de gesso cartonado, que são especificadas 
de acordo com suas funcionalidades: áreas 
secas, resistentes à umidade e resistentes ao 
fogo.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) I, II, III e IV.
42 
atividades de estudo
3. Em relação às pedras naturais, sabemos que 
possuem diversas propriedades: as funcionais 
e técnicas, as econômicas e subjetivas. Sobre 
tal assunto, leia as afirmativas a seguir:
a) Os mármores podem possuir um valor sub-
jetivo de riqueza e nobreza em determinadas 
sociedades e são as pedras naturais que po-
dem ser aplicadas como revestimentos de pa-
rede, piso e teto, principalmente porque são 
duras e impermeáveis.
ENTRETANTO 
b) B. As pedras conhecidas como travertinos são 
materiais ainda mais resistentes ao sofrerem 
a ação do impacto dos pés ou de móveis cain-
do, sendo indicadas para ambientes molha-
dos, mas possuem um aspecto rústico que 
pouco agrada esteticamente.
Assinale a alternativa correta:
a) As asserções A e B são proposições verdadei-
ras, mas a B não é uma justificativa correta da A.
b) As asserções A e B são proposições verdadei-
ras, e a B é uma justificativa correta da A.
c) A asserção A é uma proposição verdadeira, e 
a B é uma proposição falsa.
d) A asserção A é uma proposição falsa, e a B é 
uma proposição verdadeira
e) As asserções A e B são proposições falsas.
4. Acerca dos materiais estudados, assinale Ver-
dadeiro (V) ou Falso (F):
( ) O material composto de resina acrílica e alu-
mina possui certificação de qualidade do ar 
emitido pela instituição Green Guard.
( ) Os materiais conhecidos como superfícies de 
quartzo evitam a proliferação de bactérias.
( ) Uma mistura de agregado e aglomerado pode 
também formar um revestimento conhecido 
como pedra artificial, ou ainda,marmorite ou 
granilite.
( ) O material composto de resina acrílica e alu-
mina possui certificação de qualidade do ar 
emitido pela instituição ABNT.
( ) Os materiais conhecidos como superfícies de 
quartzo evitam a proliferação de fungos e mi-
croplantas.
( ) Uma mistura de agregado e aglomerado pode 
também formar um revestimento conhecido 
como argila expandida, ou ainda, aglomerado 
ou aglomerante.
5. Assinale a alternativa correta:
a) V; V; V; V; V; V.
b) F; F; F; F; F; F.
c) F; V; F; F; F.
d) V; V; V; F; V; F.
e) V; V; V; F; F; F.
6. Após a leitura do tópico que trata da sustentabi-
lidade, reflita e defina como o(a) profissional de 
design de interiores deve analisar a especificação 
de pedras naturais e artificiais em seu projeto.
 43
LEITURA
COMPLEMENTAR
LEVANTAMENTO DE DADOS ANTROPOMÉTRICOS PARA O DIMENSIONAMENTO 
DE ARMÁRIOS DE GUARDAR ROUPA PARA CADEIRANTES 
DESIGN DE PRODUTOS COM ROCHAS: PARADORES DE PORTA, CASTIÇAIS, BANDEJAS E MUITO MAIS
O design de rochas teve início com empresas italianas nos anos 60. Desde então, novas tecnolo-
gias, como o CNC e o jato d’água, abrem portas para uma produção em escala mais barata. Nos 
últimos cinco anos, vários países realizaram investimentos significativos para conquistar mercado, 
incentivar profissionais a atuar na área e ampliar as vendas de materiais/tecnologias que favore-
cem o design de rochas. A Turquia, por exemplo, investiu muito dinheiro para atrair os estudantes 
e os profissionais de design a trabalharem com os mármores e os travertinos do país. Na China, 
a empresa UMGG começou a organizar concursos de design. O WorldStone Congress, durante a 
Feira Xiamen, tem a “Tarde do Design”.
O design de produtos com utilização de rochasnaturais cria objetos de uso cotidiano feitos de 
mármore, granito, etc. O princípio básico de tais criações é demonstrado na Foto 1: as nadadeiras 
de tubarão feitas em mármore Carrara não são meros objetos de decoração – são aparadores de 
porta. O designer James Irvine criou as peças produzidas pela empresa italiana Marsotto Edizioni. 
A inspiração para este design é fácil de entender: aparadores de porta precisam ser pesados, por-
tanto, rocha é o material apropriado para tal utilização. Outro exemplo é o aparador de Raffaele 
Familar (Foto 2): o objeto tem até uma alça que facilita o seu manuseio e a utilização do mármore 
e da madeira em sua composição dão a ele um aspecto de valor e nobreza. Portanto, vemos que 
as rochas podem ser utilizadas onde o peso é requerido. Neste caso, uma quantidade infinita de 
objetos é possível: pés de abajures (Foto 3), suportes para laptops ou castiçais, entre outros. 
Ao desenvolver um design de produto utilizando rochas, o designer deve se perguntar: o que a ro-
cha possibilita? E, com isso, ele automaticamente coloca a pergunta: o que a rocha não possibilita?
A maioria das pessoas diz que rocha “pode” tudo e que é bonita em qualquer circunstância. Isto é 
pretensioso e tem uma consequência fatal: o mundo do design de rochas tem muitos objetos que 
não conseguem ser utilizados. São, na melhor definição, objetos de arte, ou, na pior, bobagens. 
Tais artigos são cadeiras ou mesas, feitos inteiramente de rochas. Banheiras maciças também 
fazem parte dessa categoria. Outra peculiaridade da rocha é a sua dureza. O revestimento tradi-
cional das ruas tem explorado essa característica durante milhares de anos. A calçada portuguesa, 
por exemplo, é uma versão sofisticada do antigo paralelepípedo. Com tecnologia moderna, as ino-
vações são possíveis (Foto 4): muitas cidades trocam os antigos paralelepípedos por outros, com 
superfície plana e uniforme. Isto preserva o aspecto antigo, porém faz com que os passeios de pe-
destre fiquem mais confortáveis para os idosos ou pais com carrinhos de bebê. Outras inovações 
podem ser verificadas, por exemplo, nos jogos infantis de rua desenhados pela empresa italiana 
Animum Ludendo Coles. O da foto (Foto 5) pode ser encontrado nas ruas laterais de Verona. Po-
44 
LEITURA
COMPLEMENTAR
rém, o maior mercado para tais revestimentos será provavelmente encontrado nos condomínios 
ou jardins particulares. 
“Forma segue função” é a regra básica em design de produto com rochas: primeiro, a funciona-
lidade do objeto e, em segundo lugar, a beleza (a forma). O desafio para o designer é apurar o 
olhar e identificar outras características positivas da rocha que aliadas ao fato de serem pesadas 
e duras, podem inspirar criações inovadoras, belas e funcionais. A beleza das rochas é uma das 
suas propriedades e conta muito a seu favor. Por isso, elas têm sido frequentemente utilizadas 
por designers: o italiano Manuel Barbieri criou relógios de parede feitos em rocha para a empresa 
Scandola Marmi. Outros tipos de relógios também foram criados pelos designers escandinavos 
Note e Norm (Foto 6). Um dos exemplos mais marcantes nesta categoria vem do Brasil: para a 
Feira de Vitória em 2014, Renata Malenza, do Grupo Corcovado Brasigran, iniciou uma parceria 
com o designer Ronaldo Barbosa para descobrir maneiras de utilizar as chamadas rochas exóticas 
(Foto 7). Produziram mesas que têm um design minimalista, mas destacam maravilhosamente a 
beleza desses tipos de rochas, que somente são encontradas no Brasil. Essas mesas não tiveram 
produção em série, são peças únicas, infelizmente. Isso nos leva a uma consequência do design de 
produtos: podem ser utilizados como ferramentas promocionais.
Então, se o setor de rochas pudesse criar objetos funcionais para uso residencial, estas peças fa-
riam a promoção (gratuita) para o material. A Lundhs, empresa norueguesa produtora de blocos, 
já está indo nesta direção: ela convida designers a utilizarem seus granitos e expõe os objetos em 
feiras para arquitetos e designers. Um exemplo é a esfera de madeira e rocha de Kristine Bjaadal, 
exibida em Milão durante uma feira de móveis (Foto 8). A essa altura, fica claro que objetos do 
cotidiano elaborados com rochas provavelmente não teriam sua demanda aumentada. O objeto 
de design, mesmo produzido com rejeitos, certamente aumentará a lucratividade da mina ou da 
indústria de beneficiamento. Em resumo, pode-se dizer que o design de produto com rochas na-
turais permite:
• • formar um mercado contínuo para mármores, granitos etc;
• • associar as rochas a uma imagem de criatividade;
• • criar novos empregos;
• • aumentar a demanda por tecnologia de ponta.
Alunos(as), para visualizar as imagens referentes ao texto disponibilizado, acesse: http://abirochas.
com.br/wp-content/themes/abirochas-theme/assets/files/Abirochas-em-noticia-5_WEB-nova.pdf. 
Fonte: Becker (2016; 2017, on-line)6.
 45
material complementar
Guia de aplicação de Rochas para Revestimento.
Neste guia, há possibilidade de conhecimento acerca das rochas indicadas como revestimento pela Abiro-
chas, a Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais.
Web: http://www.sindirochas.com/arquivos/guia-de-aplicacao-de-rochas-em-revestimentos.pdf 
Indicação para Acessar
Vídeo sobre o ladrilho hidráulico, uma arte, um piso.
Nas mãos do ladrilheiro, o cimento se transforma em piso, em recordações, em arte. O documentário des-
venda sua fabricação e passeia pela magia da produção de um ladrilho. 
Web: https://vimeo.com/36099572
Indicação para Acessar
46 
referências
ABBUD, B. Criando Paisagens: Guia de trabalho em arquitetura paisagística. São Paulo: 
Senac, 2006.
AMBROZEWICZ, P. H. L. Materiais de construção: normas, especificações, aplicação e 
ensaios de laboratório. São Paulo: Pini, 2012.
AZEREDO, H. A. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Blucher, 2000.
BERNI, R. dos S. Uso do gabião para proteção de margens de cursos d’água: o caso do 
Rio Tietê. 2007. 72 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) 
– Curso de Engenharia Civil, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2007. 
BINGGELI, C.; CHING, F. D. K. Arquitetura de interiores ilustrada. Tradução de Ale-
xandre Salvaterra. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CARDOSO, R. Uma introdução à história do design. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2011.
FARRELLY, L.; BROWN, R. Materiais para o design de interiores. Tradução de Alexan-
dre Salvaterra. Barcelona: Gustavo Gilli, 2014.
FERNANDES, T. M. G.; GODOY, A. M.; FERNANDES, N. H. Aspectos geológicos e 
tecnológicos dos quartzitos do centro produtor de São Thomé das Letras (MG). Revista 
Geociências, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 129-141, 2003.
GUERRA, V. et al. Fundamentos da engenharia de edificações: Materiais e Métodos. 5. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 
LIMA, R. P. D. Uso e aplicação de materiais artificiais como rocha ornamental. 2010. 
127 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral) – Programa de Pós-Graduação em 
Engenharia Mineral, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.
MARGHUSSIAN, V. Nano-Glass Ceramics: processing, properties and applications. 
 47
referências
Amsterdã: Elsevier Science, 2015.
MILLIDGE, J. Gemas: guia prático. Tradução de Marina Appenzeller. São Paulo: No-
bel,1998.
MOXON, S. Sustentabilidade no design de interiores. Tradução de Denise de Alcântara 
Pereira. Espanha: Gustavo Gili, 2012.
RECENA, F. Retração do concreto. Porto Alegre: Edipucrs, 2014.
RIBEIRO, C. C. Materiais de construção civil. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
TROEH, R. F.; THOMPSON, L. M. Solos e fertilidade do solo. São Paulo: Andrei, 2007.
REFERÊNCIAS ON-LINE
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2 Em: http://www.congonhas.mg.gov.br/index.php/o-mestre-aleijadinho/. Acesso em: 7 
maio 2019.
3 Em: http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/1478-abnt-lanca-nova-versao-da-nor-
ma-sobre-rochas-para-revestimentos. Acesso em: 7 maio 2019.
4 Em: https://www.mundodaspedras.com.br/silestone-magenta-energy/. Acesso em: 7 
maio 2019.
5 Em: http://www.alicante.com.br/galeria-de-fotos. Acesso em: 7 maio 2019.
6 Em: http://abirochas.com.br/wp-content/themes/abirochas-theme/assets/files/Abiro-
chas-em-noticia-5_WEB-nova.pdf. Acesso em: 7 maio 2019.
48 
gabarito
1. D.
2. D.
3. C.
4. E.
5. Roteiro de resposta - O(a) aluno(a) deve citar e contextualizar, ao menos, 
quatro dos seguintes assuntos: o gasto de energia no processamento das 
pedras artificiais; a questão do transporte de pedras naturais como aumento 
da emissão de gás carbônico; a relação das pedras naturais extraídas e o 
impacto que isso causa no meio ambiente; as pedras naturais como fontes 
finitas devido ao tempo que a natureza leva para originá-las. E a questão da 
possibilidade de utilizar materiais recicláveis na composição de agregados 
para as misturas na construção civil.
UNIDADE II
Professora Me. Carla Prado Vieira Verdan
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Vidro
• Cerâmica
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar história, definição e aplicabilidade do vidro.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade da cerâmica.
• Apresentar como esses materiais comportam-se em relação ao conceito de 
sustentabilidade.
VIDRO E CERÂMICA
UNIDADE II
unidade 
II
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), estamos na segunda unidade de nosso livro! 
O assunto, agora, envolverá materiais há muito tempo des-
cobertos pela humanidade, que fizeram grande diferença em 
nossas vidas por serem materiais em abundância no solo do 
planeta e de fácil acesso. Ao conseguir manuseá-los, a sociedade des-
cobriu suas qualidades, inicialmente, para o armazenamento de obje-
tos, comida e água, depois, sua eficiência como material construtivo. 
A cerâmica, além de servir como utensílio doméstico, também pôde 
carregar as histórias das antigas culturas e, por elas, também sabemos 
como eram nossos antepassados. O vidro, material transparente que 
encanta ainda hoje, criou uma das profissões mais promissoras para os 
homens no passado europeu e condicionou toda uma nação a voltar-se 
ao ofício de vidraceiro. 
Para o design de interiores, os dois materiais são importantes, e sua 
aplicação tornou-se essencial ao ser humano. Entre vários motivos, os 
vidros e as cerâmicas desenvolveram-se, melhorando em relação à ques-
tão econômica e chegando às diversas classes sociais. São materiais po-
pulares, mas, ao mesmo tempo, podem ser “elitizados” para a utilização 
pelas classes com maior poderio financeiro, tornando-se, desta forma, 
produtos que se encaixam em projetos de ambientações diversos.
Nesta unidade, conheceremos melhor os vidros, suas características, 
seus tipos, aplicabilidades e algumas de suas normativas (que regem o 
seu uso e a sua segurança). Em um segundo momento, descobriremos 
os materiais cerâmicos, sua definição, classificações, seus tipos, aplicabi-
lidades, e também, alguns pontos de sua extensa normativa, que envolve 
todos os estudos acerca dos materiais cerâmicos adequados a cada tipo 
de uso. Você também conhecerá as questões referentes à sustentabilida-
de desses materiais, como estão envolvidos e de qual forma podemos 
adequá-los a essa necessidade mundial. 
Bom estudo!
54 
 
Caro(a) aluno(a), neste início de unidade, quero lhe 
perguntar: você já reparou como o vidro é um ma-
terial atraente? Muitas vezes, surpreendi-me, parada, 
observando suas características, a curiosidade diante 
de como a sua reflexo e transparência alteram a per-
cepção dos espaços, além de sempre me encantar com 
os vitrais coloridos de algumas construções, fascino-
-me com os jogos de luzes que algumas composições 
de vidros criam, tão belos que parecem brincar com 
a luz do sol ou com as luzes artificiais dos ambientes. 
Vidro
Vitral é o conjunto formado por pedaços ir-
regulares de vidro em diversos tamanhos e 
cores, montados e rejuntados num mesmo 
plano, formando peças regulares para se-
rem aplicados em caixilhos, com finalidade 
ornamental. 
Fonte: Azeredo (2000, p. 132).
SAIBA MAIS
 55
 DESIGN 
O vidro possui propriedades subjetivas inúmeras. 
Por exemplo, o fato de ser um material transparente 
pode influenciar o seu uso em ambientes comerciais 
que desejam aparentar honestidade aos seus clien-
tes. A preferência da realeza e da nobreza, nos sé-
culos passados, pelos adornos de cristais, pode ca-
racterizar a utilização do vidro como elemento de 
poderio financeiro. Com a chegada da industriali-
zação e a descoberta de novas formas de produção 
do vidro, temos o seu uso de forma moderna, na ar-
quitetura, como elemento estrutural, e implicando 
em uma mudança na relação dos espaços internos 
com os externos. Hoje, o vidro é um elemento-chave 
na procura da integração com a natureza, exercendo 
um papel unificador fundamental. 
Figura 1 - Vitrais
56 
 
Em relação à composição do vidro, Ambrozewicz 
(2012) diz ser um material inorgânico, homogê-
neo, porém sem formas, composto por areia e ou-
tros minerais fundidos (transformados de sólidos 
a líquidos) e, posteriormente, resfriado até voltar à 
rigidez. Após a sua fusão, o processo que fará seu 
resfriamento pode possuir diversas tecnologias que 
produzirão vidros diferenciados. O autor pontua, 
como a maior qualidade do material, o fato de esse 
ser transparente e duro, porém é importante res-
saltar que o vidro não é um material absorvente. 
Atualmente, a produção do vidro se desenvolveu e 
atingiu boa redução de seu custo, entretanto, é um 
material utilizado desde a idade antiga, com a pro-
dução artesanal. 
Além de possuírem diversas formas de produ-
ção, que os caracterizam de forma diferente, suas 
aplicações no mundo do design de interiores tam-
bém são amplas. Lembramo-nos com maior facili-
dade do seu uso nas janelas, mas também podemos 
citar os espelhos e as divisórias de ambientes (o 
boxe do banheiro), nos mobiliários, temos mesas 
Dialogar com o vidro é poder pendurar uma 
gota de cor no vazio da transparência, é cap-
turar o entorno, é mudar com a luz do sol e o 
brilho da lua, é sonhar na imagem sempre re-
novada e mutante desse material apaixonante. 
Fonte: Pimentel, 2012, p. 102.
ATENÇÃO
É normal pensar que o vidro e o cristal são 
materiais bem diferenciados pela forma que 
a sociedade expõe o cristal, enaltecendo o 
produto, considerando-o de maior qualidade, 
transformando-o em um material que significa 
poder. É claro que estes conceitos têm uma 
construção, que se relaciona com o modo de 
produção e o resultado do produto, compa-
rado ao vidro em um passado não distante. 
Entretanto, é importante compreender que o 
cristal “é o vidro transparente cuja faces são 
absolutamente paralelas”.
Fonte: adaptado de Azeredo (2000).
SAIBA MAIS
Figura 2 - Produção artesanal do vidro
 57
 DESIGN 
Nas normativas de número ABNT NBR 14698 
(2001) e ABNT NBR 14697 (2001), é possível en-
contrar informações específicas, respectivamente, 
para os vidros temperados e laminados. 
Compreender alguns conceitos é muito im-
portante para o(a) profissional de design de 
interiores. Durante todo o estudo na relação 
com os materiais, alguns deles serão repetidos 
constantemente e fazem grande diferença para 
a especificação. Sob este ponto de vista, enten-
da que a resistência mecânica é a medida da 
tensão exigida para romper o material.
Fonte: adaptado de Ambrozewicz (2012).
SAIBA MAIS
A partir da ideia de utilizarduas chapas de 
vidro com algum material encapsulado entre 
elas, bem como o laminado, apareceram, no 
mercado, diversos tipos de opções ornamen-
tais de encapsulamento. Um belo exemplo é 
o vidro com tecido encapsulado da coleção 
floral Deko, da empresa Cast.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
de jantar com tampo de vidro, mesas de centro e 
de canto, prateleiras de vidros, frentes de armários 
de cozinha, de quarto ou de banheiro em vidro, e 
esses próprios armários podem ser desenvolvidos 
apenas com esse material. 
CLASSIFICAÇÃO
Diante de tanta funcionalidade e aplicação, devemos 
ter em mente quais são os tipos de vidros disponíveis 
ao uso. Tanto Azeredo (2000) quanto Ambrozewicz 
(2012) citam mais de dez tipos de vidros. Devido à 
variedade, já afirmada anteriormente, e de acordo 
com os autores, temos as seguintes classificações:
a. Quanto ao tipo.
b. Quanto à forma.
c. Quanto à transparência.
d. Quanto à superfície.
e. Coloração.
f. Colocação.
Da classificação quanto ao tipo, tem-se o vidro reco-
zido, que é sem tratamento diferenciado; os de segu-
rança, que evitam as quebras grandes e também os 
estilhaços, sendo eles os temperados (processo de 
tratamento térmico), os laminados (duas ou mais fo-
lhas de vidro que recebem uma película adesiva) e o 
aramado (desenvolvido sob uma tela de arame que 
segura os pedaços dos vidros ao se romperem). 
Afirma Ambrozewicz (2012) que o vidro de 
segurança foi descrito pela ABNT NBR 7210, cujo 
título é “Terminologia dos vidros de segurança”, e 
esses materiais devem possuir resistência mecânica 
superior a dos vidros comuns, sendo indicados para 
portas de vidro, boxe, janelas baixas e envidraça-
mentos em grande escala, por serem mais suscetí-
veis a acidentes.
Ainda, há os vidros que absorvem os raios UV (cer-
ca de 20% de absorção) e o vidro composto, quando 
duas folhas de vidro são separadas por um espaço 
com adição de gás desidratado, cuja função é de 
isolamento térmico e acústico do ambiente, este ge-
ralmente apresentado como uma unidade pré-fabri-
cada (janelas). O autor Ambrozewicz (2012) acres-
centa, também, o vidro termorrefletor, quando ele 
reflete os raios solares.
58 
 
Em relação à forma, existem os vidros planos, cur-
vos, perfilados e ondulados. Os planos utilizados 
na construção civil possuem a tecnologia float, que 
“consiste basicamente na formação de lâmina sobre 
chumbo derretido, dando uma superfície sem im-
perfeições” (AMBROZEWICZ, 2012, p. 365). Ainda 
sobre essa tecnologia, é interessante dizer que:
[...] mesmo a mais simples vidraça é o resulta-
do de uma inovação tecnológica radical - qua-
se todo o vidro de janelas que temos hoje no 
mundo é feito com o sistema de vidro float, de 
Pilkington, que livrou a indústria do processo 
demorado de lixar e polir até se conseguir uma 
superfície plana (TIDD; BESSANT, 2015, p. 24). 
Quanto à transparência, existe o transparente, de fato, 
que deixa a luz atravessar e permite a plena visuali-
zação através de seu corpo; também se desenvolveu 
o translúcido, no qual a visão já não é nítida mesmo 
com a transmissão da luz; e, por fim, os opacos, os 
quais não permitem a passagem de luz e visualização.
Figura 3 - Vidro Floral
Fonte: Artezanal (2016, on-line)1.
 59
 DESIGN 
A penúltima classificação apontada pelo autor 
Azeredo (2000) é relativa à coloração do material, 
na qual os vidros podem ser incolores (os mais 
utilizados) ou coloridos. O autor Ambrozewicz 
(2012) adiciona a informação de que “os vidros 
coloridos (termoabsorventes), além do aspecto 
estético, podem reduzir o consumo energético 
de uma construção” (AMBROZEWICZ, 2012, 
p. 390). Tal fato torna-se interessante quando o 
ambiente do projeto é muito quente. Entretanto, 
quando o clima é frio, a indicação do pesquisador 
é aproveitar da transparência para receber a ilu-
minação e o calor solar. 
O autor Azeredo (2000) explica a classificação 
quanto à colocação do vidro, que pode ser em caixi-
nhas (enquadrado), autoportante (o vidro é susten-
tado por encaixes de metal) ou misto. 
Quando se trata do seu acabamento de superfí-
cie, o mais conhecido, atualmente, é o vidro polido, 
aquele que não distorce as imagens. Ainda podemos 
citar o liso, que também é transparente mas, ao con-
trário do anterior, permite a distorção das imagens. 
Entretanto, existem mais diversidades: impresso, 
fosco (translúcido), espelhado, gravado, esmaltado 
e o termorrefletor (colorido em um processo em alta 
temperatura que possui a característica de reduzir o 
calor transmitido). 
O ESPELHO 
Azeredo (2000) afirma que o vidro espelhado é 
constituído de tratamentos químicos em sua super-
fície, normalmente, com adição de algum tipo de 
metal (como exemplo, a prata), que faz o material 
refletir a luz e, assim, recriar as imagens. 
Pelo fato de repetir as imagens, o espelho é mui-
to aplicado em design de interiores para ampliar os 
espaços (dar a impressão de ser maior do que se é), 
além de iluminar os ambientes internos por refletir 
a luz recebida. Desta forma, é um elemento muito 
utilizado em ambientes considerados pequenos, por 
evitar a sensação de enclausuramento, que pode ser 
angustiante para alguns indivíduos. 
É claro que os profissionais devem considerar va-
riadas situações ao indicar este tipo de material, in-
clusive, porque, assim como qualquer outro, seu uso 
em excesso ou inadequado pode prejudicar ainda 
mais a ambientação. Enfim, é importante considerar 
que os materiais lisos, brilhosos e refletivos podem 
ser compreendidos como impessoais. 
Os vidros impressos podem ter sua aparência 
alcançada pelo uso de ácidos ou pelo jatea-
mento de areia, são ótimos para manter a 
iluminação enquanto oferecem privacidade.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
60 
 
,,
Se antes da facilidade da industrialização, os espe-
lhos faziam parte, na maioria das vezes, de peque-
nos elementos decorativos, hoje, preenchem toda a 
parede, estão nas portas dos roupeiros e armários 
em geral, nos fundos dos nichos das estantes e em 
todos os lugares. Nos últimos anos, são utilizado até 
no teto, caracterizando-se por ser, quando aplicada 
corretamente, uma ferramenta de ampliação do pé-
-direito de um recinto. 
As cores dos espelhos não se restringem ao pra-
teado, como de costume. Os designers de interiores 
contam com algumas tonalidades e cores para os es-
pelhados, como champanhe, bronze, ou ainda, mar-
rom e chocolate. 
O espelho pode ser aplicado na ambientação com a 
moldura como acabamento, ou ainda, com os seguintes 
tipos de acabamento de borda, de acordo com Azeredo 
(2000): corte limpo, filetado, lapidado (garante a segu-
rança, evitando os ferimentos, podendo este tratamento 
ser utilizado como mobiliários), redondo ou chanfrado 
e bisotê (este último é muito utilizado nas ambienta-
ções, apresentando um acabamento diferenciado). 
Pé-direito refere-se à distância vertical entre 
o piso e a parte inferior do, teto ou forro. Um 
pé-direito baixo seria uma medida próxima 
a 2,40 m, e pé-direito considerado alto vai de 
3 m até alturas maiores de 6 m.
Fonte: adaptado de Gurgel (2007).
SAIBA MAIS
Figura 4 - Mostra CASA COR SP 2012 - Suíte Master
Fonte: Ver, viver e sonhar (2012, on-line)2.
 61
 DESIGN 
BLOCOS DE VIDRO
Os blocos de vidro também fazem parte de recursos 
que podem ser utilizados pelo(a) designer de inte-
riores como divisórias de ambientes e outras funções 
diversas. É importante apontar que, se em dimen-
sões grandes, precisam de cálculo para a estrutura 
se manter, não devendo, portanto, ser especificados 
sem o aval de um profissional especializado. De 
acordo com Ambrozewicz (2012), esse produto faz 
isolamento térmico e acústico. 
PASTILHAS DE VIDRO 
Para uso como revestimento de parede, também é 
possível utilizar um produto denominadopastilha 
de vidro, que são pequenos pedaços de vidro atre-
lados em uma tela que os mantêm unidos durante 
transporte e armazenamento. Suas características 
são as mesmas do vidro e o material é indicado para 
diversos ambientes internos, tais como cozinha, ba-
nheiro e outros, podendo também serem aplicados 
em ambientes externos, visto que possuem resistên-
cia ao calor. 
Figura 5 - Espelhos
Fonte: Peres (2011, on-line)3.
Figura 6 - Bloco de vidro
62 
 
Alguns profissionais especificam detalhes em piso 
também feitos de pastilhas de vidro, e o resultado es-
tético pode ser muito agradável. De acordo com o site 
Vitrum Cristal ([2019], on-line)4, é possível encontrar 
pastilhas aplicadas no piso, como soleiras, ou para de-
marcar os setores do ambiente. Sua aplicação no chão 
deve levar em consideração a segurança, pois o vidro 
é um material liso. Na instalação desses materiais, é 
importante considerar cola e rejuntes específicos de 
acordo com o fabricante do material escolhido. 
SEGURANÇA E ACESSIBILIDADE 
Quando pensamos em ambientar os espaços inter-
nos com vidros e espelhos, é importante conside-
rar a segurança de seus usuários. Os vidros, apesar 
de sua resistência, são materiais cortantes e devem 
ser aplicados com muita responsabilidade. Quando 
esses materiais estão em ambientes molhados, seu 
risco é ainda maior. Com isto em vista, a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas desenvolveu a NBR 
14207, que trata especificamente dos boxes de ba-
nheiro fabricados com vidros de segurança. E, con-
cordando com a normativa, mas também pensan-
do em seus clientes finais, a Abravidro (Associação 
Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vi-
dros Planos) desenvolveu uma cartilha denominada 
“Manual de utilização, limpeza e manutenção dos 
boxes de banheiro”, a qual apresenta informações 
aos usuários de como utilizar e manter seus boxes, 
com dados importantes de como fazer a avaliação 
da instalação para evitar a possibilidade de aciden-
tes, além de como executar a manutenção e qual o 
correto procedimento de desinstalação. Esse manu-
al está disponibilizado na página oficial da Abravi-
dro ([2019], on-line)5, gratuitamente.
Ao se tratar da acessibilidade, para o correto 
aproveitamento e higienização pessoal, os espelhos 
dos banheiros acessíveis possuem especificidades de 
instalação regulamentadas pela NBR 9050: 
Os espelhos podem ser instalados em paredes 
sem pias. Podem ter dimensões maiores, sen-
do recomendável que sejam instalados entre 
0,50m até 1,80m em relação ao piso acabado 
(ABNT, 2015, p. 105). 
E, ainda, de acordo com o texto:
Quando o espelho for inclinado em 10º em 
relação ao plano vertical, a altura da borda in-
ferior deve ser de, no máximo, 1,10m, e a da 
borda superior de, no mínimo, 1,80m do piso 
acabado (ABNT, 2008, p. 12).
A NBR 9050 ainda apresenta diversos regulamentos 
para a segurança do uso dos vidros na acessibilida-
de, tais como a maneira como devem ser aplicadas 
as faixas de segurança e as barras laterais dos boxes.
A NBR 9050 é disponibilizada gratuitamente 
pelo site da Secretaria Nacional de Promoção 
dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na aba 
Normas da ABNT, item de numeração 16.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
 63
 DESIGN 
64 
 
fácil e abundantemente encontrada na natureza, 
sendo, geralmente, o primeiro material encontrado 
nas escavações. Desta forma, a sociedade primitiva 
rapidamente aderiu ao uso da cerâmica como mate-
rial estrutural com os tijolos e como material para 
utensílios domésticos. 
A argila misturada em água torna-se moldável, 
atingindo, após secar, certa rigidez. Entretanto, para 
se estabilizar no formato desejado, ela deve ser quei-
mada. Inicialmente, era apenas exposta ao sol, mas, 
com o passar do tempo e com a aquisição de conhe-
cimentos, os homens perceberam que ela se tornava 
mais firme se levada ao fogo. Aliás, é curioso o fato ci-
tado pelo autor Zabalbeascoa (2014), de que as cerâ-
micas aparecem como uma das melhores fontes para 
a Antropologia sobre como se vivia na Antiguidade, 
De acordo com a Anfacer – Associação Nacional 
dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimen-
tos, Louças Sanitárias e Congêneres – o termo 
cerâmica vem da palavra grega kéramos, que, 
por sua vez, significa terra queimada.
Fonte: Anfacer ([2019], on-line)6.
SAIBA MAIS
A evolução tecnológica permitiu um desenvolvi-
mento inimaginável da indústria de placas de ce-
râmicas para uso na construção civil. Apesar de ser 
um material amplamente utilizado na atualidade, a 
cerâmica, no entanto, remonta ao passado distante 
da humanidade. Como nos informa Ambrozewicz 
(2012), ela é constituída de materiais argilosos, é 
Cerâmica
 65
 DESIGN 
junto com as pinturas, textos e construções. Foi a 
partir de desenhos aplicados em utensílios cerâmicos 
que a sociedade atual conheceu o mobiliário grego, 
como a poltrona chamada Klismos, cujo desenho foi 
recuperado, posteriormente, pelo império francês. 
Smith e Hashemi (2012) afirmam que os mate-
riais cerâmicos são inorgânicos e que possuem ca-
racterísticas gerais como: rigidez, baixa resistência 
mecânica e ductilidade (flexibilidade), são bons iso-
lantes elétricos e térmicos. Os autores ainda infor-
mam que a composição das cerâmicas tradicionais 
incluem minerais como a argila, a sílica e o feldspato, 
e seus exemplos são as telhas, os tijolos e vidros.
Em design de interiores, os materiais cerâmicos 
possuem diversas aplicações. No que tange à deco-
ração, temos os vasos, os jarros, os decorativos de 
mesa e parede e adornos diversos, que podem ser 
artesanais ou industriais. Há, também, os utensílios 
domésticos, como panelas, tigelas, travessas, potes, 
canecas, acessórios de banho, entre outros. 
Existem, ainda, as louças sanitárias e os revesti-
mentos de piso e de parede. Por fim, também pode-
mos incluir os elementos vazados, como os tijolos 
especiais, com a função de possibilitar ventilação e 
iluminação aos ambientes, diversas vezes aplicados 
como divisórias de ambientes e não apenas nos arti-
fícios arquitetônicos. 
Caro(a) aluno(a), conheceremos, a partir de 
agora, as cerâmicas e suas aplicações mais impor-
tantes no design de interiores, iniciando com as 
placas cerâmicas e finalizando com as louças sa-
nitárias. 
Os vidros são considerados materiais cerâmicos, pois sua composição também inclui materiais minerais os 
como a sílica, além de também necessitarem de queima para a solidificação.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
66 
 
AZULEJO E/OU PLACAS CERÂMICAS 
A Anfacer – Associação Nacional dos Fabricantes 
de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitá-
rias e Congêneres – afirma que o uso do “azulejo” 
foi desenvolvido e difundido pelos islâmicos, che-
gou à Espanha pelas navegações e se espalhou por 
toda a Europa. A Associação relata ainda que, ini-
cialmente, esses materiais eram utilizados apenas 
nas ambientações internas e que se restringiam ao 
uso como se fossem “tapetes” ou aplicações apenas 
“decorativas”, em pequenos espaços. Acredita-se 
que o motivo era o alto custo das peças, entretanto, 
com o advento das manufaturas e, posteriormente, 
o desenvolvimento industrial, o uso dos azulejos 
ampliou-se para o piso inteiro de um ambiente ou 
espaço, e também ao seu uso externo. 
Ching e Binggeli (2013) defendem que a cerâ-
mica apresenta uma sensação fria e, de fato, seu 
sucesso no Brasil pode ter relação com esta carac-
terística sensorial, tendo em vista o clima tropical 
nacional. 
O pesquisador Ambrozewicz (2012, p. 340) de-
fine que os “azulejos são placas de louça, de pouca 
espessura, vidrados em uma das faces, onde levam 
corante”, e que os pisos cerâmicos “são obtidos com 
massa quase vitrificada, [...] são feitos com argila de 
grês, com teor bem pequeno de ferro” .Ching e Binggele (2013) complementam que as 
cerâmicas “de argila natural não são vítreas e apre-
sentam suaves cores terra; as de porcelana podem 
ter cores vibrantes e são vítreas, tornando-se den-
sas e impermeáveis” (CHING; BINGGELE, 2013, p. 
294).
É importante destacar que a característica de 
vitrificação da argila, ou seja, sua capacidade de se 
transformar em vidro, é o que eleva a sua qualidade. 
Há, ainda, outras variedades de materiais cerâmicos, 
como os porcelanatos e as cerâmicas especiais para 
fachadas e piscinas.
 67
 DESIGN 
De fato, como enfatiza Ambrozewicz (2012), tem-se:
a) O material de argila, ou a cerâmica verme-
lha (Anfacer), constituída quase ou unica-
mente de argila. Possui cor avermelhada e 
suas características incluem a grande absor-
ção de água e a fraca resistência mecânica. 
b) A cerâmica grês ou cerâmica branca (como 
denomina a Anfacer), que possui uma alta 
vitrificação, menor quantidade de ferro 
(por isso sua cor não é avermelhada) e uma 
qualidade superior. 
Aluno(a), é muito importante que fique bem cla-
ra a diferença entre azulejo e ladrilho hidráulico. 
Retomando o assunto estudado na unidade ante-
rior, ladrilho hidráulico é um material para re-
vestimento de piso e de parede, que também se 
apresenta em placas, entretanto, sua composição é 
basicamente de cimento e, em sua produção, é le-
vado à prensa, ao descanso e imerso em água (que 
garante a sua qualidade). Tal método se difere do 
azulejo, material argiloso que é levado ao fogo e 
possui a característica de se vitrificar durante o 
processo de produção. 
Figura 7 - Cerâmica vermelha
O que o mercado de consumo denomina que 
porcelanato, na realidade, é uma placa de reves-
timento cerâmico produzido com matéria-prima 
de maior pureza, com menor teor de óxido de 
ferro (ou seja, argila branca), com tecnologias 
de produção diferenciadas, que fazem com que 
o produto final possua uma qualidade dita su-
perior ou diferenciada. Pela ABNT NBR 13818 
(1997), o porcelanato é classificado como ma-
terial do grupo de absorção Bla, que apresenta 
absorção de água igual ou menor que 0,5%.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
68 
 
Algumas definições são importantes. Ao se tratar de 
placas cerâmicas, a ABNT NBR 13816 (1997) afirma 
que são materiais de argila e outras matérias inorgâ-
nicas que podem ser produzidas por diversos pro-
cessos comuns ao material cerâmico, e então quei-
madas, podendo ser vitrificadas ou não. 
As partes da placa cerâmica são o esmalte e o en-
gobe de cobertura. O esmalte refere-se à superfície 
vitrificada (as placas podem ser esmaltadas ou não), e 
o engobe de cobertura refere-se à “cobertura argilosa 
com um acabamento fosco, que pode ser permeável 
ou impermeável, branca ou colorida” (ABNT, 1997, 
p. 2). Por fim, há o suporte ou biscoito, que é o corpo 
da peça. 
Os processos de fabricação descritos pela norma 
distinguem-se em extrudados ou prensados. Quan-
do extrudada, a peça é colocada em espaço com ape-
nas uma saída, e quando pressionado, o material sai 
do espaço moldando-se no formato desta abertura. 
Quando prensada, a peça passa por prensas para de-
senvolver o seu formato. 
Existem alguns termos que são utilizados no 
meio comercial, dentre eles, o termo “porcelana-
to técnico”, que significa apenas a placa cerâmica 
que não recebeu a finalização em esmalte. 
Fonte: adaptado de Anfacer ([2019], on-line)7.
SAIBA MAIS
Além destas informações, é importante ressaltar 
que a placa cerâmica, como exposto anteriormente, 
pode ou não ser esmaltada (denominada “GL”, do 
inglês glazed). Quando não esmaltada (denomina-
da “UGL”, do inglês unglazed), ela pode ser polida. 
A normativa explica que o polimento é um “acaba-
mento mecânico aplicado sobre a superfície de um 
revestimento não-esmaltado, resultando em uma 
superfície lisa, com ou sem brilho, não constituído 
por esmalte”. (ABNT, 1997, p. 2). Por fim, é também 
importante compreender que o revestimento cerâ-
mico é um conjunto formado pelas placas cerâmi-
cas, pelo rejunte e pela argamassa de assentamento.
 69
 DESIGN 
Resistências
Tendo em vista toda a variedade existente, tanto re-
lacionada ao material que desenvolve a placa cerâmi-
ca, quando no seu processo de produção, quanto ao 
seu acabamento, o(a) designer de interiores carrega, 
como sua responsabilidade, a especificação adequa-
da, baseada em questões tanto funcionais como de 
segurança e, claro, da ordem estética. 
Desta forma, é possível encontrar as informa-
ções necessárias nas Normas Técnicas que contro-
lam esses materiais. Veremos, agora, as informações 
que orientam as especificações desses materiais.
Resistência à Abrasão
O autor Ambrozewicz (2012) apresenta a classifica-
ção de Resistência à Abrasão, isto é, a resistência que 
o material apresenta em relação ao desgaste de sua 
superfície em contato com o movimento dos pés e 
o atrito constante e em grande quantidade, como já 
visto na primeira unidade deste livro. Enfim, refere-
-se aos materiais esmaltados.
De acordo com a NBR 13818 (1997), a classi-
ficação de resistência à abrasão é denominada PEI 
e apresenta seis grupos, que vão de zero até cinco, 
sendo o grupo zero desaconselhável à utilização em 
qualquer piso, e o quinto grupo, PEI 5, o mais re-
sistente e aconselhável para aplicação em pisos para 
áreas públicas e outros. 
O PEI 5 é considerado o mais resistente ao teste 
de abrasão superficial, então, de acordo com 
as Normas da ABNT, deve ser indicado para 
as áreas públicas. É comum que este material 
também acabe com seu valor comercial maior 
em relação aos outros produtos. 
A importância de compreender a classificação 
é válida para especificar o material correto para 
cada situação de projeto. Assim como os re-
vestimentos de grupo 0 (zero) só devem ser 
especificados para parede, os revestimentos 
de PEI 5 (cinco) não precisam ser aplicados em 
ambientes como banheiros residenciais.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
Absorção de Água 
A NBR 13817:1997, cujo título é “Placas Cerâmi-
cas para Revestimento - Classificação”, também nos 
apresenta a classificação referente à absorção de 
água, sendo a que define o porcelanato com absor-
ção menor ou igual a 0,5%. Esta característica da 
peça se relaciona com muitas outras questões que 
influenciam a escolha da placa. Pense que a absor-
ção de água está diretamente ligada à sua porosi-
dade. Sendo muito porosa, a placa também possui 
menor resistência ao manchamento e, de acordo 
com o Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, 
Qualidade e tecnologia (1998) – maior facilidade 
de quebra, ou seja, menor resistência mecânica. 
70 
 
O Instituto ainda defende que:
[...] as placas cerâmicas classificadas como BIII, 
com absorção de água acima de 10%, são reco-
mendadas para serem utilizadas como reves-
timento de parede (azulejo), justamente por 
possuírem alta absorção e, portanto, resistência 
mecânica reduzida (INMETRO, 1998, on-line)8.
Observe que, aqui, há uma separação de termos, em 
que azulejo passa a ser considerado, então, como re-
vestimento cerâmico de parede, e o “piso” é que carac-
teriza o revestimento cerâmico para pavimentação.
A classificação da absorção de água apresenta 
cinco grupos, que são: Ia, Ib, IIa, IIb e III, sendo “Ia” 
o de absorção menor entre todos, e “III”, o de maior 
absorção.
Resistência a ataque químico e a manchamento
O Inmetro (1998), de acordo com as normativas 
da ABNT, ainda apresenta as classificações de resis-
tências das placas cerâmicas aos agentes químicos 
e aos manchamentos, sendo que o manchamento 
possui relação com a facilidade de limpeza do ma-
terial, isto é, facilidade em remover manchas. A 
classificação do manchamento caracteriza-se pela 
classe A, classe B e classe C, a classe A é de ótima 
resistência às manchas, ea C, com resistência baixa.
A resistência aos agentes químicos é aquela que 
classifica os revestimentos cerâmicos em relação a 
alguns produtos que, em contato com a placa, po-
dem danificar sua superfície, como álcool e ácidos. 
 71
 DESIGN 
Coeficiente de Atrito
A ABNT, com a NBR 13181 (1997), define a ques-
tão relacionada ao deslizamento da placa de reves-
timento para piso e apresenta duas classificações: 
coeficiente de atrito menor que 0,4 – placas que são 
indicadas para ambientes “normais”, e coeficiente de 
atrito maior ou igual a 0,4 – placas indicadas para 
ambientes que necessitam de maior resistência ao 
escorregamento.
Na especificação de piso, independentemente 
de sua matéria-prima, deve-se levar em considera-
ção a necessidade do projeto. Ambientes molhados 
e até molháveis que possuem, principalmente, usu-
ários idosos ou crianças, precisam de segurança e 
de revestimentos que evitem quedas. Existem pisos 
cerâmicos de alta qualidade com o coeficiente de 
atrito indicado a estas situações. Deve-se lembrar, 
no entanto, que, geralmente, possuem a superfície 
mais áspera, o que pode dificultar sua limpeza. 
A classificação dos agentes químicos vai do número 
1 ao 5, sendo o número 1 caracterizado como não 
remoção da mancha, e o 5, como melhor facilidade 
de remoção da mancha química.
Usos específicos e características de avaliação 
A NBR 13818 (1997) ainda apresenta as resoluções 
acerca de características como:
a) Expansão por umidade - aumento da di-
mensão da placa de cerâmica em contato 
com água; 
b) Resistência ao impacto - resposta da placa 
cerâmica ao impacto de materiais diversos; 
c) Dilatação térmica - aumento de dimensão 
com exposição ao calor; 
d) Choque térmico - a cerâmica é um isolan-
te elétrico, portanto, em algumas situações, 
pode ser necessário uso de materiais con-
dutores ou antiestáticos; 
e) Carga de ruptura e módulo de resistência 
à flexão; 
f) Resistência ao congelamento - importante para 
uso em ambientes com baixa temperatura; 
g) Resistência ao gretamento (aparecimento de 
fissuras) para as placas cerâmicas esmaltadas; 
h) Resistência à abrasão profunda para placas 
não esmaltadas (o porcelanato deve ser me-
nor ou igual a 175mm3); 
i) Determinação da presença de chumbo e 
cádmio solúveis (caso exista contato com 
alimentos).
É possível compreender essas questões em situações de-
terminadas, ou seja, o conhecimento destas normativas 
deve ser aplicado de forma responsável pelos profissio-
nais envolvidos na especificação dos materiais de acor-
do com as necessidades do projeto em questão. Sobre 
esses usos específicos, de acordo com as Normativas 
Brasileiras, como a ABNT NBR 13818 (1997), temos: 
a) Para o uso em piscinas, fachadas e saunas, é 
necessário que o profissional saiba das carac-
terísticas da expansão por umidade da peça.
b) Uso para pisos industriais, pesquisar as ca-
racterísticas de resistência ao impacto.
c) Antiderrapante, verificar o coeficiente de atrito.
d) Uso em lareiras, ou em ambientes propen-
sos ao calor, estudar as características de 
dilatação térmica e choque térmico da peça.
A urina é composta por um ácido denominado 
ureia. Em contato com um piso de porcelanato, 
o líquido não mancha instantaneamente, entre-
tanto, a limpeza não pode ser demorada, pois 
o material exposto durante muito tempo ao 
ácido pode vir a causar danos no revestimento.
Fonte: adaptado de Archtrends Portobello ( [2019], on-line)9.
SAIBA MAIS
72 
 
e) Em pisos, situações comuns em ambientes 
molháveis, observar a carga de ruptura e a 
expansão por umidade.
f) Para uso em ambientes externos de regiões 
sujeitas ao frio extremo, neve e geadas, ou 
ainda, em câmaras de frigoríficos, buscar a 
característica de resistência ao congelamento.
g) Materiais que podem estar em contato com 
matérias químicas industriais, a caracterís-
tica importante a ser observada pelo pro-
fissional é a de resistência química de alta 
concentração.
h) E, por fim, materiais que terão contato com 
alimentos, é necessário saber a presença de 
chumbo e de cádmio solúveis.
Levantamentos de Obra 
O autor Ambrozewicz (2012) informa, em seu estudo, 
alguns cuidados que os profissionais devem manter du-
rante a especificação, o recebimento e a armazenagem 
dos produtos. Ao receber os materiais, é importante 
efetuar a verificação, observar em suas descrições se são 
produtos do mesmo lote (o que pode influenciar a sua 
tonalidade) e verificar a variedade de dimensão das pe-
ças (ou conferir a bitola), se também são compatíveis. 
Durante o processo de fabricação, as peças po-
dem apresentar variação de medidas, por causa da 
queima do material. Entretanto, a variação é mínima. 
Algo semelhante acontece com a tonalidade das peças 
– as peças de lotes diferentes possuem tons diferentes. 
Na atualidade, algumas empresas estão oferecendo 
a impressão digital, que possui muita qualidade e sua 
aparência consegue imitar outros materiais, como ma-
deiras e pedras. Entretanto, esses produtos são natural-
mente diferentes em suas tonalidades e padrões de de-
senhos, sendo, neste caso, comum este tipo de variação.
Na questão da quantidade, deve-se considerar, 
conforme aponta Ambrozewicz (2012), de 5% a 10% 
de sobras, que devem ser armazenadas para futuros 
reparos. É importante informar também que “devem 
ser previstas juntas de dilatação em áreas superiores a 
vinte 20 m2, ou quando um dos lados for maior que 5 
m e em paredes com área superior a 24 m2” (AMBRO-
ZEWICZ, 2012, p. 344).
Bacia convencional
Bacia com caixa acoplada
Lavatório com coluna
Tanque com coluna
Figura 10 - Louças sanitárias para sistemas prediais (bacias, lavatórios 
e tanques)
Fonte: Construnormas ([2019], on-line)10.
 73
 DESIGN 
LOUÇAS
As louças sanitárias fazem parte do trabalho de es-
pecificação do(a) designer de interiores, seja no pro-
jeto de uma construção nova ou em caso de uma 
reforma. A seleção do tipo de louça sanitária, como 
bacia sanitária, cubas e lavatórios, tanques e acessó-
rios diversos, está diretamente ligada à ambientação 
que se procura desenvolver, seja pela sua coloração, 
forma e, também, funcionalidade. 
Define-se louças sanitárias de forma que:
[...] os artigos de louça são feitos de pó de lou-
ça, ou seja, uma pasta feita com o pó de argilas 
brancas (caulim quase puro), dosadas com exa-
tidão, que darão produtos resistentes [...] com 
a superfície normalmente vidrada (AMBRO-
ZEWICZ, 2012, p. 338).
As louças sanitárias também possuem diversificados 
tipos e formatos. No caso de lavatórios (ou cubas), 
existem os de embutir, os de sobrepor e os, de apoio 
ou, ainda, os que se fixam à parede. No caso da bacia 
sanitária, pode-se citar a de entrada horizontal e saída 
De acordo com informações comerciais, as 
cubas de sobrepor, que são aquelas embuti-
das na bancada, porém com bordas aparentes 
acima do tampo, possuem menor profundi-
dade. Neste caso, a bancada deve ser maior 
que a cuba. 
Em contrapartida, as cubas de embutir são 
aquelas que ficam completamente embuti-
das na bancada, e suas medidas precisam ser 
compatíveis com a bancada e com o armário 
inferior (se houver). 
Enfim, as cubas de apoio são as instaladas com-
pletamente acima da bancada.
Fonte: adaptado de Leroy Merlin ([2019], on-line)11.
SAIBA MAIS
exposta horizontal, bacia sanitária com a caixa acopla-
da e saída exposta horizontal, de entrada horizontal e 
saída embutida, caixa acoplada e saída embutida verti-
cal, tanque, bidê e minilavatório de fixação na parede. 
Em relação às normativas vigentes sobre louça 
sanitária com material cerâmico, tem-se a ABNT 
NBR 15097-1 (2011) - Aparelhos sanitários de ma-
terial cerâmico, Parte 1: Requisitos e métodos de 
ensaios e ABNT NBR 15097-2 (2011) - Aparelhos 
74Sustentabilidade
sanitários de material cerâmico, Parte 2: Procedi-
mento para instalação.
A sustentabilidade considera as questões de or-
dem econômica e social, preocupa-se com as rela-
ções entre as comunidades e a indústria.
 75
 DESIGN 
VIDRO 
O vidro é um material extraído da natureza e, por-
tanto, é muito comum pensar que, desde o princí-
pio, sua extração é compreendida negativamente. 
Entretanto, sua matéria-prima ainda é abundante 
no planeta. Em sua obra, Moxon (2012) afirma que 
o gasto energético é médio e que o material pode ser 
reciclado, pontos positivos, uma vez que reduzem os 
resíduos e descartes.
Uma das contribuições do vidro em relação 
à sustentabilidade é a sua transparência e a con-
sequente capacidade de oferecer um fechamento 
que permite a entrada da luz natural na ambien-
tação, evitando, assim, o gasto com luz artificial. 
Mas não é apenas essa característica que torna o 
uso do vidro interessante em alguns casos, para 
um projeto de cunho sustentável. Existem, ainda, 
outras qualidades desse material que devem ser 
consideradas. 
O pesquisador Moxon (2012), ao apresentar, em 
seu livro, o projeto bioclimático (como o estudo ar-
quitetônico pode aproveitar as qualidades do meio 
ambiente que o cerca e diminuir a necessidade de 
processos artificiais que contribuem para o consumo 
exacerbado da própria natureza), aponta alguns usos 
do vidro. Dentre eles, o vidro absorve o calor – as-
sim sendo, em ambientes com o clima frio, pode ser 
eficiente para evitar o consumo de energia por meio 
do uso de aquecimento artificial. Desta forma, o autor 
informa que “os designers de interiores devem asse-
gurar que o layout interno abrigue atividades apro-
priadas nos espaços ensolarados e não bloqueie o sol 
desnecessariamente” (MOXON, 2012, p. 68). 
A maior preocupação em relação aos fechamen-
tos de vidro em tamanhos gigantes, principalmente 
em ambientes residenciais, estava na falta de priva-
cidade. Contudo existem diversas técnicas – antigas 
e provenientes da evolução tecnológica – que permi-
tem ao vidro oferecer, ao mesmo tempo, a ilumina-
ção e a privacidade. Como exemplo, temos os vidros 
estampados, jateados, e até os tipos mais modernos.
É, de fato, relevante perceber que muitas das so-
luções para se desenvolver uma construção eficiente 
(sustentável) estão relacionadas ao projeto arquite-
tônico e, assim, muitos(as) designers de interiores 
poderiam retirar as suas responsabilidades sobre es-
tas questões, o que é errôneo e irresponsável, pois as 
atribuições desses profissionais afetam diretamente 
a ordem arquitetônica da instalação ambientada, al-
terando os resultados finais e podendo potencializar 
ou destruir as soluções sustentáveis aplicadas pelos 
outros profissionais. 
A luz solar possui diversos benefícios para o ser 
humano. A medicina, bem como outras ciên-
cias, comprova este fato – vitaminas, iluminação, 
calor são características que agem no corpo e 
na mente humana, resultando no bem-estar. 
Portanto, “assim como reduz o consumo de 
energia, a luz do sol controlada pode gerar um 
efeito positivo sobre nosso estado de espírito” 
(MOXON, 2012, p. 68).
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
76 
 
CERÂMICA 
Alguns pontos negativos que Moxon (2012) aponta 
acerca da cerâmica são: alta energia incorporada, 
isto é, consumo abusivo de água e eletricidade em 
sua produção; e na especificação, a prática comum 
de comprar mais materiais do que o necessário 
para receber desconto, ou a fim de evitar o risco de 
se esgotarem e não ser possível encontrar a mesma 
peça, ou ainda, pela demora entre a encomenda e 
a fabricação das peças (lembrando da questão de 
tonalidade da peça que muda com o lote). Também 
é discutido entre os profissionais, e foi muito bem 
lembrado por Moxon (2012) em seu estudo a cons-
tante necessidade dos profissionais em demolir, re-
tirar os produtos cerâmicos mesmo quando estão 
em perfeitas condições, apenas para uma adequa-
ção à estética do novo ambiente projetado. 
Esta atividade é comum não apenas com o ma-
terial em discussão, mas em diversos casos. Muitas 
vezes, é normal observar a retirada de um material de 
extrema qualidade para outro com menor qualidade, 
mas que está ligado à estética do projeto. Essa atitude 
deve ser questionada, levando em consideração todas 
as questões ambientais levantadas atualmente, sendo 
de responsabilidade do(a) designer de interiores tra-
balhar com consciência ambiental.
Para Moxon (2012), uma solução possível para 
melhorar a situação das indústrias cerâmicas na 
questão da sustentabilidade é sua adaptação ao que 
os estudiosos chamam de “produção do berço ao 
berço”. Esta ideia consiste, basicamente, em um pro-
cesso de vida circular dos materiais. Ou seja, eles são, 
inicialmente, extraídos da natureza, sofrem todo o 
processo de industrialização, considerando, inclusi-
ve, as etapas de transporte e armazenamento e, en-
tão, ao final ou quando for descartado, o material 
se transforma novamente em matéria-prima, sendo 
reutilizado pela mesma indústria e, futuramente, o 
objetivo é que essas indústrias não precisem mais 
extrair a matéria-prima natural e trabalhem apenas 
com a reciclada. 
O conceito do berço ao berço já é, na verdade, 
uma prática realizada, inclusive, com certificação, e 
também apresenta melhorias para as etapas de pro-
cessos. Como exemplo, durante a etapa de produção, 
compreende-se a redução de emissão de pó (desper-
dício de materiais), da emissão de carbono, do con-
sumo de água e de energia. Durante o transporte, a 
preocupação de trabalhar com produtos certificados, 
como os paletes de madeira reutilizada, embalagens 
de papel reciclável e, como dito anteriormente, a pre-
ocupação com a coleta dos resíduos e descartes das 
obras para reutilização em novas peças. 
Apesar dos aspectos negativos, existem procedi-
mentos que as indústrias e os(as) designers de interio-
res podem tomar para se enquadrar ao ideal de sus-
tentabilidade, e como Moxon (2012, p. 87) ressalta, os 
materiais “[...] cerâmicos são duradouros, mantendo o 
seu desempenho e aparência por muitos séculos”.
 77
 DESIGN 
78 
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), finalizamos mais uma unidade de nosso livro! Este estudo se 
moveu em torno de dois materiais: o vidro e a cerâmica – materiais ampla-
mente utilizados na construção civil e popularmente aceitos pela sociedade, 
pela sua estética, funcionalidade, praticidade de uso e pelo acesso econômico. 
Sobre o vidro, concluímos juntos que sua aparência é muito atrativa. Desde os 
primórdios, sua transparência e reflexo encantam a sociedade. Um material que deve 
ser especificado apenas após um amplo estudo do caso, da situação e das tipologias 
de vidro existentes e adequadas ao projeto. O vidro possui normativas que devem 
ser estudadas e levadas em consideração para o uso responsável com segurança e 
funcionalidade. 
A relação do vidro com as questões que permeiam o meio ambiente são positi-
vas, uma vez que é um material não tóxico, podendo, portanto, ser reciclado. Tal fato 
acontece na realidade e evita o desperdício e a produção de resíduos. 
E a cerâmica, que se apresenta, também, como uma mutante, auxiliada pela evo-
lução da tecnologia humana, multiplica-se em diversos usos e aplicações. A cerâmica 
nos comunicou com o passado, sendo fonte de informação sobre as sociedades pri-
mitivas e, hoje, transformada, cria o mundo em que vivemos. A partir desse uso tão 
popular, a cerâmica precisou de normas e regras de produção e instalação. 
Os profissionais sérios buscam nas instituições reguladoras as formas de melhor 
especificar esses produtos, e é uma incansável busca pelo conhecimento, impulsiona-
da também pelas indústrias dos artigos de cerâmica. Mas esse material também pre-
cisou se adaptar para atender à nova demandada sustentabilidade, e com todas essas 
informações, aliadas com a criatividade e perspicácia do(a) designer de interiores, a 
cerâmica vive e se inova cada vez mais. 
 79
atividades de estudo
1. O vidro e a cerâmica, respectivamente, são ma-
teriais compostos de:
a. Alumina e detritos de concreto.
b. Detritos de concreto e sílica.
c. Aglomerantes betuminosos e alumina.
d. Areia e argila.
e. Argila e gesso.
2. A partir dos estudos acerca das características 
do vidro e dos materiais cerâmicos, leia as afir-
mativas a seguir:
I. Resistência à abrasão é a resistência do mate-
rial em relação ao desgaste de sua superfície.
II. Resistência ao ataque químico é a resistência 
do material à quebra.
III. Resistência ao impacto é a resistência do mate-
rial em relação ao desgaste de sua superfície.
IV. Resistência à abrasão é a resistência do mate-
rial em relação ao ataque de produtos quími-
cos em sua superfície.
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas I está correta.
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
3. Em relação às tipologias dos vidros, leia atenta-
mente as afirmativas a seguir:
I. O vidro conhecido como float é o produto fi-
nal de um processo que consegue produzir 
um vidro plano sem imperfeições.
II. O espelho é um vidro que recebe um tipo de 
tratamento em um de seus lados, geralmente, 
com implantação de tecnologia LED.
III. O vidro conhecido como float é um produ-
to que possui aplicação de um tratamento à 
base de jateamento de areia.
IV. O espelho não é um vidro; é um produto de-
rivado da areia que, produzido no calor, tem 
características de luminescência.
V. O vidro conhecido como float é um produto 
que possui aplicação de um tratamento de 
aplicação de prata.
De acordo com as alternativas apresentadas, as-
sinale a resposta correta:
a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas I está correta.
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
4. Os ladrilhos hidráulicos e os azulejos são, nor-
malmente, utilizados como revestimento de pa-
redes e, em alguns casos, de pisos. Sobre esses 
revestimentos, qual é a afirmativa correta?
a. O azulejo é um material extremamente re-
sistente que pode ser utilizado como revesti-
mento de piso.
b. O ladrilho hidráulico é um material de muita 
qualidade e resistência. Normalmente, em sua 
produção, é levado à queima, fazendo com 
que adquira essas propriedades.
c. O ladrilho hidráulico é um material desenvol-
vido a partir do cimento e também pode ser 
instalado como revestimento para piso.
d. O azulejo é um material composto de argila. 
Deve ser especificado apenas como revesti-
mento de parede, porque, em sua produção, 
não vai para a queima.
e. Nenhuma das afirmativas anteriores está correta.
5. Escolha entre os materiais apresentados nesta 
unidade, estude, pesquise sobre ele e desenvolva 
uma aplicação criativa desse material em um am-
biente interno, uma sala de jantar que deve aten-
der a um casal com um filho de dois anos de ida-
de. Então, justifique como esse produto pode ser 
utilizado para essa nova criação a partir das suas 
características técnicas e estéticas.
80 
LEITURA
COMPLEMENTAR
O retorno dos grandes painéis
A 32ª edição da Casa Cor São Paulo, maior mostra de arquitetura, decoração e paisagismo 
das Américas, teve duração do dia 22 de maio até 29 de julho. E se em anos anteriores o 
uso de vidros e espelhos foi mais pontual, em 2018 eles foram verdadeiros protagonistas 
no evento, com grandes painéis em aplicações tão diversificadas quanto chamativas. 
Isso fez todo o sentido, uma vez que o tema da mostra desta edição (Casa viva) teve o ob-
jetivo de ressaltar a harmonia entre o homem e a natureza – afinal, qual forma poderia ser 
melhor para isso do que produtos que permitem visibilidade plena do lado de fora ou que 
a refletem para o lado de dentro?
A seguir, veja alguns dos destaques envidraçados da Casa Cor 2018. E, se chegar ao final 
querendo mais, é só buscar o vídeo “O Vidroplano – Cobertura da Casa Cor 2018” na inter-
net e conferir uma galeria cheia de fotos desses e outros ambientes!
Inclusão de toda a equipe 
Um ambiente de trabalho acolhedor pode contribuir muito para o rendimento dos fun-
cionários. E o Templo Coworking, de Camila Bevilacqua e Fernando Brandão, é o espaço 
perfeito nesse sentido, graças ao uso de peças variadas da Cebrace. Brises de laminados 
incolores 4+4 mm (foto) trazem o aproveitamento pleno da iluminação natural para os 
dias de Sol (se chover, eles bloqueiam a água devido às variações em seu espaçamento), 
enquanto espelhos prata 4 mm fazem o local parecer ainda mais extenso. Nosso material 
também se faz presente nas divisórias de temperado 8 mm nos dois lados da grande mesa, 
levando aos cubículos e à sala do café.
Sim, vidro e água combinam! 
Um dos ambientes mais grandiosos da mostra de 2018 sem dúvidas foi A Cisterna de Deca: 
projetada pelo escritório Tenório Studio, ocupava duas salas e uma área extensa entre elas. O 
 81
LEITURA
COMPLEMENTAR
uso do vidro foi tão grandioso quanto a área do local, incluindo uma parede com cascata arti-
ficial feita com um único painel incolor 10 mm (foto), com 3,7 m de largura e 4,5 m de altura! A 
vidraçaria Starke Glas foi responsável por essas e todas as outras aplicações do nosso material 
neste ambiente, incluindo o teto todo revestido com espelhos fumê 6 mm nas grandes rampas 
entre uma ala e outra, refletindo o espelho d’água com a logomarca da Deca logo abaixo.
Um só com a natureza
O Refúgio Urbano, de Marina Linhares, usou nosso material para uma integração plena 
entre o ambiente e a vegetação ao seu redor. Quase todo o fechamento do espaço foi feito 
com grandes painéis laminados 5+5 mm, da Cebrace, e houve ainda um piso com tempera-
dos laminados 10+10+10 mm, da mesma fabricante, permitindo apreciar as belas plantas 
abaixo do piso (foto). A instalação foi feita pela Vidro Laser. 
Jogo de imagens com espelhos
A Sala de Jantar, de Naomi Abe, usa Espelho Guardian prata 5 mm, fornecidos pela Silvestre 
Vidros, de forma bastante diferente. As paredes do ambiente são revestidas com esse ma-
terial (foto). Porém, na frente delas, existem outras paredes, feitas de cerâmica, totalmente 
vazadas. Os buracos permitem ver os espelhos na parte de trás – com isso, um jogo de refle-
xões ajuda a ampliar o espaço.
Aluno(a), para visualizar as imagens referentes ao texto disponibilizado, acesse a Revista da 
Abravidro, o Vidro Plano - on-line, 2018, entre as páginas 14 e 21.
Fonte: O Vidroplano (2019).
82 
material complementar
82 
Projeto e Execução de Revestimento Cerâmico
Luciana Leone Maciel Baia e Edmilson Freitas Compante
Editora: O Nome da Rosa
Sinopse: este livro aborda, de forma bastante prática, os principais aspectos en-
volvidos na elaboração do projeto e na execução de revestimento cerâmico, de 
paredes internas e externas, incluindo as atividades de execução e controle do 
revestimento, os detalhes construtivos e os equipamentos e ferramentas empre-
gados, além de analisar algumas patologias. Os temas abordados visam a con-
tribuir para a adequada produção e os melhores resultados de desempenho do 
revestimento e do edifício como um todo. Edição revisada e ampliada em 2017.
Indicação para Ler
No site EcoEficientes, você poderá encontrar muitas informações a respeito de projetos diversos que le-
vam em consideração a questão da sustentabilidade.
Web: http://www.ecoeficientes.com.br/.
Indicação para Acessar
A Revista da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidro Plano oferece reportagens e en-trevistas com informações ricas acerca de seu material. É uma ótima fonte de conhecimento da área e de seu 
mercado. Segue o link para o infográfico sobre a reciclagem no Brasil e as etapas para a reciclagem do vidro.
Web: http://www.abividro.org.br/reciclagem-abividro/reciclagem-no-brasil.
Indicação para Acessar
 83
referências
AMBROZEWICZ. P. H. L. Materiais de construção: normas, especificações, aplicação e ensaios de laborató-
rio. São Paulo: Pini, 2012.
ABNT. NRB 7210: Vidro na construção civil: Terminologia dos vidros de segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 
1989.
ABNT. NRB 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2008; 2015.
ABNT. NRB 13816: Placas cerâmicas para revestimento: terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.
ABNT. NRB 13817: Placas cerâmicas para revestimento: classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.
ABNT. NRB 13818: Placas cerâmicas para revestimento: especificação e métodos de ensaio. Rio de Janeiro: 
ABNT, 1997.
ABNT. NRB 14207: Boxes de banheiro fabricados com vidros de segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
ABNT. NBR 14697: Vidro laminado. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
ABNT. NBR 14698: Vidro temperado. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
ABNT. NBR 15097-1: Aparelhos sanitários de material cerâmico – Parte 1. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ABNT. NBR 15097-2: Aparelhos sanitários de material cerâmico – Parte 2. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
AZEREDO, H. A. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Blucher, 2000.
CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. Tradução de Alexandre Salvaterra. 3. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Senac, 2007. 
MOXON, S. Sustentabilidade no design de interiores. Tradução de Denise de Alcântara Pereira. Espanha: 
Gustavo Gili, 2012.
O VIDROPLANO. O retorno dos grandes painéis. Revista Abravidro, São Paulo, v. 61, n. 547, p. 14-21, jul. 2018. 
Disponível em: https://abravidro.org.br/revistapdf/?urlpdf=18910. Acesso em: 14 maio 2019.
PIMENTEL, T. et al. Aspectos do design. São Paulo: Senai, 2012. 2v.
SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais. 5. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2012.
TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação: integrando tecnologia, mercado e mudança organizacional. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2015.
ZABALBEASCOA, A. Tudo sobre a casa. São Paulo: GG Brasil, 2014.
84 
referências
REFERÊNCIAS ON-LINE
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2 Em: http://verviveresonhar.blogspot.com/2012/06/cores_25.html. Acesso em: 9 maio 2019.
3 Em: http://veridianaperes.com.br/site/espelhos/. Acesso em: 9 maio 2019.
4 Em: http://vitrumcristal.com.br/. Acesso em: 9 maio 2019.
5 Em: http://abravidro.org.br/fique-por-dentro/de-olho-no-boxe/. Acesso em: 9 maio 2019.
6 Em: http://www.anfacer.org.br/#!historia-ceramica/c207w. Acesso em: 9 maio 2019.
7 Em: https://www.porcelanatocertificado.com.br/. Acesso em: 9 maio 2019.
8 Em: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp. Acesso em: 9 maio 2019.
9 Em: https://archtrends.com/blog/como-limpar-porcelanato/. Acesso em: 10 maio 2019.
10 Em: http://construnormas.pini.com.br/engenharia-instalacoes/instalacoes-hidrossanitarias/imagens/
i490314.jpg. Acesso em: 10 maio 2019.
11 Em: http://www.leroymerlin.com.br/cubas-de-sobrepor?term=cuba+sobrepor; 
http://www.leroymerlin.com.br/cubas-de-apoio?term=cuba+apoio; 
http://www.leroymerlin.com.br/cubas-de-embutir?term=Cuba+de+Embutir. Acesso em: 14 maio 2019.
 85
gabarito
1. D.
2. C.
3. C.
4. C.
5. Atividade livre de criação, fixação e aprofundamento do conteúdo aplicado. 
O aluno deverá justificar a aplicação do material na ambientação de forma 
racional, com a explicação sobre as características e/ou propriedades do ma-
terial escolhido para determinadas função e estética.
Professora Me. Carla Prado Vieira Verdan
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Madeira
• Bambu
• Fibras (Têxteis e Papéis)
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos 
materiais de madeira.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos 
materiais de bambu. 
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos 
materiais baseados em fibras.
• Apresentar como esses materiais comportam-se em relação ao 
conceito de sustentabilidade.
MADEIRAS E FIBRAS
unidade 
III
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), já estamos na terceira unidade do livro que abor-
dará dois temas bem amplos: as madeiras e as fibras. Não saímos 
completamente do campo dos minerais, porém, agora, aden-
tramos o campo dos vegetais e animais. Os materiais derivados 
destes seres vivos possuem características, propriedades e funcionalidades 
diferenciadas. Sua beleza estética é única, e suas aplicações, diversas. 
As madeiras são materiais realmente vivos. Possuem durabilidade 
e convivem, quando bem mantidas, com gerações e gerações humanas. 
Trabalham de acordo com o clima, suas formas se adaptam de acordo 
com o uso e seu cheiro pode fazer parte de uma lembrança de vida. A 
madeira é parte da vivência, transforma um simples espaço em um lugar 
de conteúdo emocional. 
Com as fibras naturais vegetais e animais, a sociedade primitiva de-
senvolveu diversos utensílios trançados. As folhas, caules e diversas partes 
das árvores nos oferecem suas formas e força, transformam-se em móveis, 
biombos, decorativos d Sobre o forro de madeira, Azeredo (2000) indica 
que e parede e outros produtos do dia a dia humano, proporcionando ao 
homem o contato com a natureza. Das madeiras também é possível extrair 
fibras, que se transformam em papel; assim, é escrita a história da humani-
dade e os nossos ambientes internos são protegidos e decorados. 
Do papel nascem estruturas fortes. O papelão, que, por sua vez, con-
segue oferecer mais resistência e se tornar um produto ou mobiliário de 
rápido acesso que atende às necessidades básicas dos seres humanos em 
situações temporárias. Os bambus, velhos conhecidos dos orientais, renas-
cem, visto que possuem muitas qualidades e se apresentam à construção 
civil e aos seus ramos afins como um produto capaz de surpreender os 
profissionais mais céticos com muita beleza, qualidade e funcionalidade. 
E, para finalizar a unidade, veremos como esses materiais se compor-
tam frente à sustentabilidade e frente à prática do design de interiores.
90 
 
industrializados, já não temos tanto contato com 
a madeira, a madeira de lei e tantos outros nomes 
que a denominam e a classificam. Entretanto, existe, 
sim, um retorno de seu uso. A moda das madeiras 
de demolição vigoram já há algum tempo na área de 
design, tanto de produto quanto de interiores. Esse 
reuso é popular, cresceu entre a sociedade e está vol-
tando às nossas residências e aos nossos ambientes 
diversos, como mobiliários, produtos, painéis deco-
rativos etc. Até a sua textura é copiada, transforman-
do-se na imagem de acabamento de outros materiais 
da construção civil. Como exemplo, nos revestimen-
tos cerâmicos, nas lojas de revestimento, é muito fá-
cil encontrar peças que exibem as cores e os veios 
tão característicos da madeira.
Madeira
É comum, em nossa cultura, acreditar que três bati-
dinhas em qualquer artefato feito de a madeira afasta 
pensamentos ruins. Ao lembrar desse costume, você 
pode achar engraçado, mas nunca, sequer uma vez, 
sentiu vontade de dar essas três batidinhas? Coisas 
dos nossos avós ou apenas uma vaga lembrança de 
alguém que tinha esse costume que, no entanto, nos 
rodeia ainda hoje. 
Pensar sobre madeiranos leva ao passado, não 
muito distante, das casas tradicionalistas, das fazen-
das, dos donos da terra e dos nossos parentes mais 
idosos. A madeira, em nossas memórias, é escura, 
com tonalidade preta ou vermelha, tem um cheiro 
forte e parece ser bem robusta, pesada. 
Atualmente, com esta diversidade de materiais 
 91
 DESIGN 
Assim como os materiais das unidades anteriores, a 
madeira faz parte deste grupo de materiais de cons-
trução utilizados pela humanidade desde os seus 
primórdios. Extraída das árvores, espécies do reino 
vegetal, era um material em abundância no plane-
ta e de fácil acesso e, como informa Estuqui Filho 
(2006), a pedra era pesada e muito dura, portanto, 
difícil de cortar. Logo, o uso da madeira se tornou 
fundamental para a construção civil. 
Para conseguir aproveitar ao máximo as característi-
cas desse material, nossos antepassados eram criativos 
e sofisticados em suas aplicações, e como o aprendi-
zado sobre o manuseio do material era transferido de 
geração para geração via oral (pela fala), é importante 
reconhecer a eficiência e sabedoria de suas técnicas e 
estruturas, principalmente das que resistiram até os 
nossos dias. Estuqui Filho (2006) cita as edificações 
primitivas de Nova Guiné, China e Brasil (as casas de 
palafitas), as edificações de troncos da Romênia e No-
ruega, as edificações características da Indonésia, as 
edificações coloniais do Japão, e muitas outras. 
A expressão "Madeira de Lei" teve origem em 
uma lei promulgada no tempo do Império. 
Não se tratava de uma definição técnica, pois 
se referia apenas às madeiras, cujos cortes 
eram proibidos naquela época.
Fonte: Antônio Filho Neto (IBDA [2019], on-line)1.
SAIBA MAIS
As casas de palafitas são originárias das co-
munidades da Amazônia, feitas de madeiras 
roliças. Toda a estrutura é levantada e não 
toca o solo, evitando, assim, a umidade, já que 
o clima é muito chuvoso e úmido, recebendo, 
então, muita ventilação. Sabe-se que algumas 
podem ser erguidas até cinco metros do chão.
Fonte: adaptado de Estuqui Filho (2006).
SAIBA MAIS
Figura 1 - Pastilha de cerâmica com imitação de madeira
Figura 2 - Casa de Palafita
92 
 
Na história do nosso país, a madeira possui desta-
que principal, afinal, fez parte do primeiro ciclo eco-
nômico nacional e, conforme relata Estuqui Filho 
(2006, p. 14): “O próprio nome Brasil é originário 
de uma espécie de madeira, o pau brasil (caesalpi-
na echinata)”. É certo que, de acordo com o autor 
anteriormente citado, nossos colonizadores também 
implantaram outras técnicas de construção com pe-
dras e alvenaria, e que o uso do barro veio de nossas 
raízes africanas. E, mesmo com esse enorme reper-
tório, o uso da madeira como material de constru-
ção no país é relevante. 
Bauer (1994) considera que a madeira possui 
certa vulnerabilidade na questão de sua durabilida-
de, característica que a deixou em segundo plano 
na engenharia e na arquitetura até a tecnologia con-
seguir desenvolver técnicas e tratamentos para po-
tencializar suas características positivas e, também, 
minimizar suas fragilidades. Essas novas tecnologias 
e descobertas reposicionaram a madeira como ma-
terial adequado à construção civil. 
Em relação ao seu uso na ambientação, sempre 
foi considerada como um material maravilhoso e 
cheio de possibilidades, transformando-se em inú-
meros tipos de mobiliários, que vão de camas, armá-
rios e mesas até cadeiras – como exemplo, a cadeira 
de numeração 14 de Thonet, a qual é “uma das pri-
meiras cadeiras produzidas em série, feita de madei-
ra vergada, e que vem sendo produzida desde 1859 
(mil oitocentos e cinquenta e nove)” (FARRELLY; 
BROWN, 2014, p. 25). 
Servindo como painel de parede, pode ser forro e 
piso, estando presente até em luminárias. É usada em 
áreas internas e externas e, recebendo o tratamento 
adequado, pode ser aplicada em ambientes molha-
dos, molháveis e secos. Também empregada no pai-
sagismo, pode transformar-se em portões, pórticos, 
bancos, muretas, decks, brinquedos, balanços, pisa-
das, aproveitando-se até suas lascas e cascas na deco-
ração dos jardins, em ambientes internos e externos. 
 93
 DESIGN 
A madeira também é a matéria-prima dos pa-
péis. Em ambientações, é comum utilizar os papéis 
de parede, sendo sua composição da celulose, pro-
duto da fibra da madeira. 
Com tantas aplicações, é importante conhecer as 
características técnicas mais relevantes das madeiras: 
Apresenta resistência mecânica tanto a esforços 
de compressão como aos esforços de tração na 
flexão: foi o primeiro material de construção a ser 
utilizado tanto em colunas como em vigas e ver-
gas; tem resistência mecânica elevada, superior 
ao concreto, com a vantagem do peso próprio 
reduzido; resiste excepcionalmente a choques e 
esforços dinâmicos: sua resiliência permite ab-
sorver impactos que romperiam ou estilhaçariam 
outros materiais; apresenta boas características 
de isolamento térmico e absorção acústica; seco 
é satisfatoriamente dielétrico; tem facilidade de 
afeiçoamento e simplicidade de ligações: pode ser 
trabalhado com ferramentas simples; tem custo 
reduzido de produção, reservas que podem ser 
renovadas e, quando convenientemente preserva-
do, perdura em vida útil prolongada à custa de in-
significante manutenção; em seu estado natural, 
apresenta uma infinidade de padrões estéticos e 
decorativos (BAUER, 1994, p. 437-438).
O autor Ambrozewicz (2012) pondera e apresenta as 
desvantagens do material. A madeira é proveniente 
de uma estrutura viva e, neste ponto, possui algumas 
características semelhantes a todos os corpos vivos: 
é combustível, é heterogênea, tem sensibilidade às 
variações de temperatura e umidade, sendo possí-
vel até se degradar. É sensível aos agentes biológicos, 
podendo se deteriorar e se deformar. No entanto, se 
ressalta que essas características podem, também, 
ser tratadas e transformadas a partir de modernas 
técnicas de tratamento, desenvolvimento e acaba-
mento do material. 
Veremos agora, caro(a) aluno(a), como podemos 
compreender a madeira, elemento natural, e como 
aplicá-la nas ambientações.
QUESTÕES BOTÂNICAS E RELAÇÕES 
COM A CONSTRUÇÃO CIVIL
A classificação botânica das madeiras nos apresen-
ta, como informa Bauer (1994), as árvores ou "ve-
getais superiores’" as endógenas (possuem germi-
nação interna), como as palmeiras e bambus, que 
possuem aplicação menor na construção civil; e as 
exógenas (germinação externa) que são popular-
mente usadas na construção civil e possuem uma 
subclassificação: as exógenas gimnospermas (sem 
frutos) e as angiospermas, consideradas mais com-
pletas e popularmente conhecidas no Brasil por 
“madeiras de Lei”.
A classificação de Ambrozewicz (2012) resume 
madeiras duras (angiospermas) e moles (gimnosper-
mas). No caso das madeiras duras, o autor cita: ipê, 
jacarandá, cedro, eucalipto; e das madeiras moles: 
o pinho do paraná, utilizado em construções tem-
porárias ou que devem ser protegidas.
Ao se tratar de sua estrutura, o caule da árvore 
é a parte utilizada na construção civil, e este é divi-
dido em partes. A primeira que vemos é a casca ou 
cortiça, elemento que protege as outras partes dos 
excessos ambientais e dos agentes de destruição. A 
cortiça de algumas espécies possuem quantidades 
maiores que podem ser retiradas como lâminas. Este 
material tem propriedades termoacústicas e pode 
ser aplicado em processo de isolamentos de paredes 
e forros, e também em contrapisos como "recheio", 
afirma Bauer (1994). 
94 
 
Após a casca (externa e interna), tem-se o câmbio, 
e é nele que podemos ver os anéis anuais de cresci-
mento da árvore. No câmbio, temos o lenho, parte 
que sustenta a árvore e de onde é extraída a madeira 
da obra estrutural (subdividido em alburno e cerne 
interior). A seguinteparte chama-se medula, ou ain-
da, miolo central, não utilizada para a construção. E, 
por fim, os raios medulares, vistos na transversal do 
tronco. Para Bauer (1994, p. 444), algumas possuem 
um “bonito efeito estético e decorativo”. 
Figura 3 - Cortiça
A cortiça é reconhecida como um material 
autossustentável porque pode ser retirada 
sem a necessidade do corte da árvore. Além 
disso, a árvore pode ser descortiçada (ou po-
dada) muitas vezes durante toda a vida, pois 
se regenera naturalmente. 
Fonte: adaptado de Valério (2014).
SAIBA MAIS
Figura 4 - Partes do tronco da árvore
Fonte: adaptada de Gonçalves (2011). 
 95
 DESIGN 
NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Ambrozewicz (2012) propõe categorias básicas 
de madeiras para a construção civil: madeira roli-
ça; madeira serrada; madeira beneficiada; madeira 
em lâminas; madeira compensada; chapas de fibra 
(subdividem-se em chapa dura, chapa de densidade 
média); chapa de partículas (aglomerado); chapa de 
partículas orientadas (OSB).
Vejamos as categorias proposta pelo autor citado:
Madeira Roliça
Pouco processada, em muitos casos, apresenta até 
a casca, podendo ser utilizada como escoras, geral-
mente, com uso temporário, sendo, entretanto, em 
casas rurais, muito aplicada como telhado. 
Atualmente, esse tipo de madeira está voltan-
do às ambientações, principalmente nos ambientes 
inclinados ao tema da sustentabilidade, ecodesign 
e permacultura, inclusive com o reaproveitamento 
das madeiras roliças dos antigos postes de ilumi-
nação, ponto positivo para uma sociedade que está 
preocupada com o meio ambiente e com os exces-
sos nos descartes de materiais de qualidade. Porém, 
também marca sua presença em outros ambientes 
por possuir uma estética rústica caracterizada pelo 
retorno às raízes rurais, além de se adaptar ao estilo 
de vida despojado, inovador e, muitas vezes, contes-
tador desse novo corpo social do terceiro milênio. 
Permacultura:
[...] é um sistema de ‘design’ para a 
criação de ambientes humanos sus-
tentáveis e produtivos em equilíbrio e 
harmonia com a natureza. Foi desen-
volvida no início dos anos 1970 (mil 
novecentos e setenta) na Austrália por 
Bill Mollison. 
(Marcos Ninguém, em entrevista para 
o Spot Boletim Acadêmico de Design 
de Interiores, 5. ed., 2015, p. 14).
Ecodesign é um processo que considera rele-
vante os aspectos ambientais, desta forma, 
projetando produtos, ambientes e oferecendo 
serviços que diminuem o impacto ambiental 
durante este processo, além de prezar pela 
redução do uso dos recursos não renováveis.
Fonte: adaptado de Ministério do Meio Ambiente 
([2019], on-line)2.
SAIBA MAIS
Na ambientação, é utilizada de muitas maneiras 
e, agrupadas, podem se transformar em divisórias 
de ambientes, decorativos, painéis de parede, mobi-
liários, esculturas e muito mais, dependendo apenas 
da criatividade do designer de interiores. 
96 
 
plos: pranchão, prancha, viga, vigote, caibro, tábua, 
sarrafo, ripa, dormente, pontalete, bloco. 
Madeira Beneficiada
É a madeira usinada e tratada para diversos usos, 
como assoalho, forro, batentes, rodapés, tacos. Apli-
cada no que Ambrozewicz (2012) chama de cons-
trução civil leve, de utilidade geral ou decorativa. 
É muito comum escolhermos utilizar os revestimen-
tos cerâmicos ou outros tipos de materiais para a espe-
cificação de piso nas ambientações, porém sabe-se que 
há um crescimento da aplicação dos pisos de madeira. 
Chega a ser contraditório que alguns indivíduos esco-
lham retirar seus antigos pisos de madeira enquanto ou-
tros estão aplicando-os como primeira opção. Quando 
seu uso é legalizado, a qualidade e a durabilidade de um 
piso desenvolvido em madeira, hoje, é superior e con-
segue superar expectativas. Ao se tratar de portas, por 
exemplo, a madeira ainda é o principal material aplica-
do. Mesmo com as opções novas de uso de vidro, metal e 
até plásticos, a madeira continua sendo a escolha segura 
dos usuários de interiores. Cabe aqui refletir em relação 
aos motivos dessas escolhas. A madeira possui diversas 
qualidades e cabe ao profissional conseguir aproveitá-las.
Azeredo (2000) registra em seu livro como pavi-
mentos de madeira beneficiada:
2. O soalho de tábua corrida, de peroba, com 
cerca de 20 centímetros de largura. Para tal, é 
convencional aplicar utilizando tarugamento 
de caibros, o que significa colocar, entre a ar-
gamassa, pedaços de madeira em formato de 
trapézio, e a tábua é fixada com pregos nestes 
“tarugos”, ou seja, pequenos pedaços de ma-
deira fixados no contrapiso com argamassa. 
Informações comerciais ainda apresentam 
instalação por colagem e por grampeamento. 
Madeira Serrada
A tora de madeira que conhecemos, arredondada, 
é processada, então cortada em formato quadrado, 
ou retangular. Neste caso, ocorre o pré-tratamento, 
como Ambrozewicz (2012) explica: 
[...] tem por objetivo proteger a madeira re-
cém-serrada [...] é realizado, normalmente, por 
meio da imersão das pranchas em um tanque 
com uma solução contendo um produto pre-
servativo de ação fungicida e outro de ação in-
seticida (AMBROZEWICZ, 2012, p. 302).
Utilizada, na maioria das vezes, em funções estru-
turais, como estrutura de telhados, em interiores, os 
profissionais podem sugerir seu uso para fins deco-
rativos e/ou funcionais. Pode ser pintada ou pode-se 
aproveitar as suas características naturais, sem que 
interfiram na estrutura, desenvolvendo, assim, ele-
mentos decorativos como detalhes de parede, teto, 
divisórias internas, prateleiras e outros. 
É claro que existem outras categorias de madeiras 
e, até mesmo, outros materiais para esses fins, o que 
não limita o uso da madeira serrada nessas ocasiões, 
principalmente quando se trata de reaproveitamento 
de material da obra, evitando descarte de produtos. 
O importante é analisar as situações de cada projeto e 
encontrar a maior quantidade de soluções. No quesi-
to estética, a maioria dessas peças não deixa a desejar. 
Enfatizo que a madeira, com suas cores, texturas e pa-
dronagens é, hoje, um material em destaque. Em pai-
sagismo, estruturas como pergolados utilizam a ma-
deira serrada. As serrarias produzem diversos tipos 
de produtos que se diferenciam pela espessura, pela 
largura e pelo comprimento. Seguem alguns exem-
 97
 DESIGN 
3. Os tacos de madeira, que podem ser instala-
dos com pedrisco e argamassa ou cola.
4. O parquete, que são placas de madeira 
com desenhos decorativos que, geralmen-
te, possuem dimensões como 50 x 50 cm 
ou 25 x 25 cm. Assim como os tacos, pode 
ser instalado com cola. É de muita impor-
tância ressaltar que, para toda aplicação de 
revestimento de piso, é necessário que o 
contrapiso esteja finalizado, nivelado e sem 
umidade. Apenas assim pode ser feita a ins-
talação de qualquer revestimento de forma 
satisfatória.
Sobre o forro de madeira, Azeredo (2000) indica que 
sua aplicação é a mesma que a do piso. Como recurso 
estético, o autor sugere aplicar o forro em níveis dife-
rentes ou deixar a viga da estrutura do forro aparente, 
no entanto, só quando o ambiente possuir amplitude. 
O revestimento de parede de madeira é reconhe-
cido pelo nome lambri. Quando o painel é de madeira 
maciça, é importante lembrar do peso e sua instalação 
– conforme sugere Azeredo (2000), deverá contar com 
os caibros assim como o piso. A fixação das tábuas de 
madeira, no entanto, leva aos encaixes macho e fêmea, 
assim como também é executada nos pisos. Para aca-
bamento, pode ser necessário cera para brilho. 
Madeira em Lâminas
De acordo com Ambrozewicz (2012), quando a tora é 
cozida e cortada em lâminas, a partir do torneamento 
ou faqueamento, as lâminas são utilizadas para desen-
volver o que chamamos de compensado, e são aplica-
das como revestimento de paredes, desenvolvimento 
de mobiliários, ou ainda,como elemento decorativo. 
Figura 5 - Paginação de pisos
Fonte: adaptado de Azeredo (2000).
98 
 
Compensado
Constitui-se de lâminas de madeira, de quantidade 
ímpar, unidas por adesivo ou cola, organizadas per-
pendicularmente, para fortalecer e estabilizar o ma-
terial. Assim como apontado anteriormente, desen-
volvem-se mobiliários diversos com esse material. 
Chapas de fibra
As chapas de fibras são produtos que resultam de um 
processo que separam as fibras da madeira, seus resí-
duos fibrosos são utilizados como matéria-prima, for-
mando as chapas. Seguem os tipos elencados por Am-
brozewicz (2012): 
Figura 6 - Compensado
Charles e Ray Eames (1952), grandes ícones do Design, desenvolveram diversos mobiliários reconhecidos 
até os dias atuais. Possuíam algumas posturas no desenvolvimento hoje consideradas como pontos da 
sustentabilidade, o uso de produtos de maior qualidade para uma maior vida útil. É o caso, por exemplo, 
da sua “[...] família de cadeiras de madeira compensada moldada, ainda fabricada”. 
Fonte: adaptado de Farrelly e Brown (2014, p. 24).
SAIBA MAIS
Figura 7 - Mobiliário desenvolvido por Char-
les e Ray Eames (1952)
 99
 DESIGN 
Chapa dura: também chamadas de hardboards, são processadas a 
partir da madeira de eucalipto. De acordo com Ambrozewicz (2012), 
quando prensadas com a lignina (um tipo de aglutinante da própria 
madeira), elas se transformam em chapas rígidas. 
Chapa de densidade média: conhecidas pela sigla MDF (me-
dium density fiberboard) muito utilizadas no Brasil para desenvolvi-
mento de móveis planejados, geralmente, possuem valor econômico 
alto. Ambrozewicz (2012) informa que são compostas de fibras de 
madeira aglutinadas com uma resina sintética (funciona como aglu-
tinante) prensada a quente, transformando-se em um material de 
muita qualidade. Ambrozewicz (2012) ainda afirma que o material 
aceita diversos tipos de processo de instalação e acabamento, como 
lixamento, torneamento, pintura, impressão, aplicação de outros re-
vestimentos para acabamento, uso de pregos e parafusos, além de 
cola. Normalmente, no mercado, o MDF possui acabamento de um 
material chamado laminado melanímico de baixa pressão (BP), ou 
com uma película celulósica do tipo finish foil (FF), ou ainda, ao 
natural. Sobre a matéria-prima específica para o MDF, o uso, geral-
mente, é o da madeira pinus ou outra que possua as mesmas carac-
terísticas. 
Chapa de densidade alta: ou HDF (high density fiberboards). Essas 
chapas transformam-se nos pisos laminados e são produzidas da mes-
ma forma que o MDF, o que as difere realmente é a densidade da massa, 
isto é, a quantidade de massa do produto em determinado volume, ou 
seja, no caso do HDF, a quantidade dessa massa é maior do que a do 
MDP se considerar o mesmo volume para os dois. Ambrozewicz (2012, 
p. 306) relata que essa densidade do HDF é “acima de 800kg/m3”. 
A indústria atual apresenta enorme diversidade de texturas e 
tipos de pisos laminados, para diversos tipos de ambientes. As va-
riantes possuem relação com o tipo de acabamento aplicado ou tipo 
de resina utilizado como aglutinador. Esses pisos podem ser aplica-
dos em ambientes de alto, médio ou baixo tráfego, especificando-os 
de acordo com as suas características. 
Em relação à instalação, os procedimentos evoluíram muito. Uti-
liza-se instalação com colagem, ou apenas com o encaixe, chamado 
click, isto é, sem cola, apenas com o uso do encaixe, macho e fêmea 
travado, conforme é descrito pelas informações comerciais. 
100 
 
Chapas de partículas orientadas (OSB)
Constituem-se de pedaços de fibras de madeira so-
mados à resina e prensados. São muito utilizadas nos 
Estados Unidos da América para construção civil, pois 
possuem resistência mecânica, trabalhabilidade e ver-
satilidade. Ultimamente, a sua estética ganhou destaque 
e passou a ser desejada em alguns tipos de ambienta-
ções descontraídas, inovadoras, joviais e contestadoras. 
Além disso, o material pode ser especificado para mo-
biliários em geral, painéis decorativos de parede, forro, 
divisórias de ambientes e até como piso. Possui um cus-
to mais baixo do que todas as opções anteriores, por-
tanto, também é muito bem empregada em ambientes 
temporários ou sazonais (montagem da ambientação 
ou produto sempre na mesma época do ano).
Chapas de partículas ou aglomerado
São, de certa forma, resíduos finos de madeira, às ve-
zes, pinus, ou talvez, eucalipto, agrupados com resi-
nas sob pressão e altas temperaturas. As chapas que 
se formam são, geralmente, aplicadas com acaba-
mento em finish foil (FF), ou ainda, laminado mela-
mínico de alta pressão (BP), bem como os materiais 
anteriores. Ambrozewicz (2012) ressalta que o aglo-
merado não é resistente à umidade e à água, por-
tanto, devem ser aplicadas em ambientes internos e 
secos. Também é um material muito utilizado para 
a fabricação de mobiliários diversos, normalmente, 
no setor de móveis padronizados, com menor cus-
to econômico, atendendo, na maioria dos casos, às 
classes sociais com menor potencial de compra na 
sociedade. 
 101
 DESIGN 
Em relação aos acabamentos, é importante res-
saltar, caro(a) aluno(a), a necessidade dos cuidados 
na aplicação de vernizes e tintas, pois alguns desses 
materiais possuem substâncias tóxicas ao seres vivos 
e podem provocar diversas reações, como alergias, 
queimaduras, problemas respiratórios e até lesões 
pulmonares. De acordo com Ambrozewicz (2012), 
alguns desses produtos, por serem tóxicos, destroem 
a possibilidade de uma possível reciclagem de alguns 
tipos de madeiras. Além disso, quando o produto é 
mal aplicado, ou mal especificado, pode danificar a 
peça (AMBROZEWICZ, 2012).
PROPRIEDADES DA MADEIRA
Vejamos, agora, as propriedades físicas e mecâ-
nicas da madeira. No entanto, cabe salientar que 
existem muitas variantes, causadas pelas diversas 
espécies botânicas de madeira: sua massa (ou a 
concentração desse material), a localização da 
peça de madeira retirada do lenho, a presença 
de nós, fendas, fibras torcidas, que são chamadas 
de defeitos e, por fim, a variação na presença ou 
não da umidade na peça. De acordo com o autor 
Bauer (1994), seguem algumas das propriedades 
físicas:
Teor de umidade - A madeira possui presença 
de água, condição de ser vivo, entretanto, pode-se 
classificar a madeira em verde (acima de 30%), se-
misseca (acima de 23% até 30%), comercialmente 
seca (entre 18% e 23%), seca ao ar (13% até 18%), 
dessecada (0%-13%) e completamente seca (0%). 
Para o uso na área de construção civil e, portan-
to, no design de interiores, é muito importante a 
secagem. Dentre diversos aspectos, a secagem evi-
ta o seu empenamento (um tipo de deformação), 
que nos leva à próxima propriedade.
A Retratilidade - Casos de alterações de volu-
me e dimensões. Conhecemos esta característica 
pela frase popular “a madeira trabalha”. Em rela-
ção a isso, temos: a madeira forte, a média e a fraca 
(esta última indicada para marcenaria e pisos, por 
apresentar pequenas fendas).
A Associação Nacional dos Produtores de Pi-
sos de Madeira Maciça (ANPM) informa que as 
Normas para pisos de madeira já publicadas 
pela ABNT são, por exemplo: a de Termino-
logia (NBR 15798:2010) e a de Padronização 
e Classificação (NBR 15799:2010).
Fonte: adaptado de ANPM (on-line)3.
SAIBA MAIS
Há milhares de materiais que oferecem uma 
incrível gama de características e desempe-
nhos que um designer pode explorar logo 
no início do processo de design apenas para 
estimular as ideias.
Fonte: (Richard Morris)
REFLITA
102 
 
A Densidade - O cálculo do peso (unidade) pelo 
volume (aparente). Neste caso, temos que, quanto 
maior a densidade, maior a resistência da madeira. 
Cita-se a relação entre o MDF e o HDF. 
Condutibilidade Elétrica - Se a madeira estiverseca, é isolante. Quando úmida, é condutora.
Condutibilidade Térmica - De acordo com 
Bauer (1994), compreende-se que a madeira não 
conduz satisfatoriamente bem o calor.
Condutibilidade Sonora e Absorção Acústica - 
A madeira não é uma boa condutora de som, sen-
do, por este motivo, muito indicada para ambientes 
onde é necessária a absorção de ruído apresentando 
uma diminuição de até 5dB (cinco decibéis). Po-
rém deve-se levar em consideração diversos fatores, 
como o acabamento dado para a madeira, que pode 
auxiliar ou atrapalhar a absorção.
Resistência ao Fogo - As madeiras são classi-
ficadas em dois grupos: as que possuem espessura 
inferior a vinte milímetros (20 mm), que são pro-
pagadoras do fogo, e as que possuem espessura su-
perior a 25 mm diminuem o risco de propagação. 
Resistência mecânica, de acordo com Am-
brozewicz (2012, p. 33), “é a propriedade que 
tem o material de não ser destruído sob a 
ação de cargas [...] as cargas, agindo sobre o 
material, podem causar esforços de tração, 
compressão, flexão e ao cisalhamento”. 
Desta forma: 1. Atração é a carga que “estica” 
a peça; 2. A compressão é a carga que com-
prime a peça; 3. A flexão é a carga que, ao 
mesmo tempo em que comprime uma parte 
da peça, traciona a outra; 4. A torção é a carga 
que torce a peça e, por fim, 5. O cisalhamento 
é a carga que corta a peça.
Fonte: adaptado de Ambrozewicz (2012, p. 33).
SAIBA MAIS
Quanto maior a espessura, menor é a propagação do 
fogo. De acordo com Ambrozewicz (2012), as ma-
deiras são resistentes às questões mecânicas, como 
resistência à tração ou resistência à compressão ou 
ao cisalhamento, mesmo quando se considera as va-
riantes existentes por ser um material vivo.
 103
 DESIGN 
Figura 8 - Cinco tipos de resistência mecânica 
Fonte: adaptado de Resistência dos Materiais ([2019], on-line)4. 
,
104 
 
 105
 DESIGN 
O bambu, como explicado no início da unidade, é 
um vegetal classificado como endógeno e também é 
aproveitado na construção civil. 
De acordo com Marçal (2008), o bambu é da fa-
mília das gramíneas, ou seja, das gramas, e possui 
cerca de 1.250 espécies conhecidas em todo o mundo. 
Dele pode-se extrair o lenho e a fibra. Logo, Shepherd 
(2014) cita o material como matéria para diversas uti-
lizações, tais como comida, forragem animal, revesti-
mentos de parede e pisos, mobiliários, instrumentos 
musicais, polpa de papel, entre outros. 
Souza (2004) acrescenta que o bambu é um ma-
terial explorado há milênios pelas sociedades asiá-
ticas e, como afirma o livro Dicionário de Símbolos, 
escrito por Lexicon (1998), o bambu, para os orien-
tais, possui o significado de boa sorte: nas religiões 
como o Budismo e o Taoísmo, os nós, que separam 
o bambu em partes, somados ao seu crescimento rá-
pido e vertical, simbolizam a evolução espiritual, a 
alma que possui um caminho, mas também possui 
as suas etapas de evolução. 
Conforme afirma Souza (2004), nas culturas 
ocidentais, os materiais mais utilizados foram as pe-
dras e as madeiras. Portanto, como o Brasil foi uma 
colônia de Portugal, não existe, em nossa sociedade, 
o conhecimento popular e a cultura do uso e signi-
ficados do bambu, apesar de ser um material mui-
to utilizado pelos índios brasileiros, ficando, assim, 
restrito a apenas algumas construções antigas in-
dígenas e, atualmente, a construções desenvolvidas 
por defensores da permacultura. 
O bambu, entretanto, possui diversas qualidades. 
Conforme aponta Marçal (2008), não é um material 
poluente, em seu processamento, não há gastos de 
grandes quantidades de energia, é uma fonte renovável 
e de baixo custo, seu crescimento é rápido (em cerca 
de quatro anos, já pode ser utilizado), e sequer precisa 
ser replantado após o corte, uma vez que possui raízes 
longas e resistentes, que são capazes de se recuperar 
sozinhas. É leve, portanto, de fáceis transporte, arma-
zenagem e manuseio do material, atualmente, conta 
com evoluídas técnicas de processamento que poten-
cializam as suas qualidades e resolvem alguns dos seus 
“pontos negativos”. Estes são: quando em ambientes 
secos demais, pode pegar fogo, em ambientes úmidos 
demais, pode apodrecer, está propenso ao ataque de 
insetos e pode rachar, fissurar e contrair-se, de acordo 
com o que Souza (2004) apresenta. 
Assim como a madeira, as resistências do bambu 
variam de acordo com alguns fatores, como: “espé-
cie, idade, tipo de solo, condições climáticas, época 
da colheita, teor de umidade das amostras” (MAR-
ÇAL, 2008, p. 14). Entretanto, os estudos apontam 
que o bambu possui propriedades mecânicas óti-
mas, tais como tração, compressão, flexão, etc. 
Bambu
106 
 
 107
 DESIGN 
Marçal (2008) afirma que, em comparações efe-
tuadas com o aço, o bambu apresenta-se mais seguro 
em relação ao uso em construções, podendo aguentar 
até abalo sísmicos. Quando não tratado, em ambiente 
coberto, o bambu pode durar de dez a 15 anos. Sou-
za (2004) informa que o material é um bom isolan-
te acústico e térmico, podendo receber tratamentos 
como a impermeabilização. A autora ainda afirma 
que o material pode ser utilizado em praticamente 
quase toda a estrutura da construção. 
No design de interiores, a aplicação dos produtos 
desenvolvidos com bambu são inúmeras. Em relação 
à estética, ele possui padronização, textura e colora-
ção únicas e que agradam, é utilizado como elemento 
de design de interiores de fato, em pisos, revestimen-
tos, divisórias, mobiliários diversos, utensílios e deco-
rativos e, inclusive, na iluminação. 
No que tange às suas cores, pode ser encontrado 
nas cores naturais ou pode ser tonalizado, possui 
padronagens, dependendo do tipo de bambu e de 
como foi processado. Seu uso está em crescimento, 
não só pela sua beleza e qualidade, mas também, 
pelo apelo ambiental que esse produto possui.
O bambu é um material que sempre foi muito 
explorado. Durante muito tempo esquecido pela 
sociedade, voltou a ser ponto de destaque no mo-
mento em que nasceu a preocupação ambiental. Aos 
designers de interiores, basta ampliar o olhar para as 
possibilidades do material, já que sua beleza estética 
é única e suas qualidades são inquestionáveis. 
Thomas Edison, um dos maiores inventores do mundo, sugeriu que as ideias são fáceis em compara-
ção a fazer as coisas funcionarem. Ele é o autor da famosa declaração que postula que o sucesso é 1% 
inspiração e 99% transpiração.
Fonte: (Richard Morris)
REFLITA
108 
 
Fibras (Têxteis e Papéis)
Fibras são matérias-primas finas e alongadas que podem ser agrupadas, for-
mando fios, cordas e até mantas. São elas que produzem o papel e o tecido; 
falamos, novamente, de um material milenar. A sociedade conhece as fibras, 
mas, durante muito tempo, as usamos sem fiar, sendo, em vez disso, pren-
sada, porém a evolução permitiu que o ser humano desenvolvesse novas 
“tecnologias” de processamento. Por exemplo, a madeira é fonte da fibra de 
celulose, que desenvolve o papel e o raiom, um tipo de tecido similar à seda. 
 109
 DESIGN 
De acordo com Pezzolo (2013), as fibras, antes so-
mente naturais, hoje podem ser artificiais químicas e 
artificiais sintéticas, isto é, compostas por matéria-pri-
ma natural processada industrialmente e compostas 
por materiais sintetizados de petróleo, carvão e outros.
Ainda de acordo com Pezzolo (2013), as fibras na-
turais vegetais são: o linho, o algodão, a juta, o sisal e o 
coco. Em relação às fibras naturais animais, podemos 
citar a lã, a seda e o cashmere. É importante ressaltar 
que, por serem de origem viva, esses materiais pos-
suem diversas variáveis, tais como a questão do clima 
e da alimentação, sendo, portanto, fatores externos que 
definem como será a qualidade e o aspecto estético do 
material. Em alguns casos, como o da seda, o produtofinal pode ser influenciado até pelas fases da lua, por-
tanto, todo o processo, desde o seu início, deve ser me-
ticulosamente planejado e cuidado, somente assim se 
chegará em um resultado de qualidade. 
Outro ponto que deve ser exaltado é que as fibras 
naturais são abundantes no planeta, possuindo, então, 
um custo mais baixo. Em alguns casos, são materiais 
autossustentáveis, portanto, estão paralelas aos con-
ceitos da sustentabilidade em ascensão na sociedade 
atual. Além das aplicabilidades anteriormente citadas, 
a fibra natural, hoje, está na construção civil, utilizada 
na mistura com cimentos, ou ainda, atuando como 
reforço nesses produtos, por sua sustentabilidade: 
As fibras naturais, como reforço de matrizes 
frágeis à base de materiais cimentícios, têm des-
pertado grande interesse nos países em desen-
volvimento, por causa de seu baixo custo, dis-
ponibilidade, economia de energia e também no 
que se refere às questões ambientais (PEZZOLO, 
2013, p. 1).
Essas novas aplicações das fibras fazem parte de estu-
dos mais recentes, que trazem à tona as diversas qua-
lidades desses materiais, acabando por atuar, de certa 
forma, como os agregados que conhecemos no início 
deste livro. De fato, esses estudos acabarão abrangen-
do o design de interiores, e isto pode ser uma verten-
te de estudos para os(as) designers. O uso das fibras 
em outras funções pode, sim, estar presente em nossa 
área, talvez como um elemento que agrega resistência 
ou economia em materiais superprocessados, como 
o MDF e o MDP. Entretanto, no design de interiores, 
tem-se a maior relação desses elementos em seus pro-
dutos têxteis e, quando processados, como papéis (os 
papéis de parede). A partir desta perspectiva, vamos, 
agora, caro(a) aluno(a), adentrar no mundo das fibras 
no design de interiores.
FIBRAS TÊXTEIS
A extração da fibra pode acontecer de diversas manei-
ras, dependendo de sua origem. Para se transformar 
propriamente nas fibras, as matérias-primas passam 
por alguns processos, podendo ser sovadas, desmem-
bradas, lavadas (algumas precisam ficar de molho por 
algum tempo), torcidas e secas. Para as fibras se trans-
formarem em fios, acontece a torção. De acordo com 
Fajardo, Colage e Joppert (2002), os fios, por sua vez, 
também podem se converter em cabos, como os bar-
bantes, produzidos a partir da torção de vários fios. 
Conforme apresenta Pezzolo (2013), seguem algu-
mas informações sobre algumas fibras naturais vegetais: 
• O cânhamo, que produz fibras rústicas que 
podem ser comparadas ao linho.
• A juta, cujo país de origem é a Malásia, usada 
para desenvolvimento de sacaria, cordas, te-
cidos de revestimento de parede e tapetes de 
baixo custo, pois não possuem elasticidade e 
resistência.
• O rami, de origem asiática, é uma fibra rús-
tica e forte, pode ser usada na tecelagem, en-
tretanto, é melhor aplicada ao trançado, pro-
duzindo até mobiliários.
110 
 
• A ráfia, muito empregada em chapéu, bolsas 
e calçados, aparecendo também, às vezes, em 
toalhas de mesa.
• O sisal, originário do México. Por ser fibra rí-
gida, é utilizado para cordas, barbantes e na 
tecelagem de tapetes rústicos, isto é, não são 
fibras para tecelagem. Como relatam Fajardo, 
Colage e Joppert (2002), são fibras para tran-
çar e também não possuem muita elasticidade. 
• A fibra de bananeira, basho (Japão), suas fi-
bras mais externas ao caule são aplicadas no 
desenvolvimento de tecidos para decoração e 
revestimentos.
• O vime, fibra flexível, é muito comum como 
material para biombos, cestas, baús e peças 
de acabamento, além de possuir, de acordo 
com Fajardo, Colage e Joppert (2002), esté-
tica rústica.
• O algodão talvez seja uma das fibras mais 
populares. Conforme afirmam os autores ci-
tados, o material apresenta boa resistência e 
flexibilidade e pode ser tingido.
• As fibras das palmeiras, muito empregadas 
no trançado artesanal brasileiro pela abun-
dância de variedades. 
As fibras têxteis, ou seja, as utilizadas na produção de 
tecidos, precisam apresentar algumas características, 
como: finura (quanto mais fina, mais agradável ao to-
que, relação com a espessura), elasticidade (se alon-
gadas pela ação da tração, possuem a capacidade de 
voltar ao estado original), resistência (se amarrotadas, 
possuem a capacidade de voltar ao estado original), 
toque (sensação de conforto); hidrofilidade (capacida-
de de absorção de água); hidrofobilidade (capacidade 
de repelir a água, ou demorar a absorvê-la); resistên-
cia ao ataque químico (avaliação da reação da fibra 
em contato com componentes químicos) e desgaste 
(relação com a resistência mecânica). Além disso, de 
acordo com Pezzolo (2013), as fibras podem sofrer 
tratamentos, como o tingimento e o envernizamento.
Entre as duas fibras naturais (a vegetal e a animal), 
a mais antiga a ser explorada pela humanidade foi a 
animal. O uso da lã e dos pelos de cabra e de camelo 
possuem registro em pedras de milhares de anos e, ain-
da hoje, são reconhecidas como os materiais nobres, 
sendo um exemplo claro disto, a valorização da seda. 
Figura 9 - Palha de seda tingida
Fonte: Borges ( 2012, on-line)5.
A palha de seda é um fio desenvolvido dos 
casulos do bicho da seda, que a indústria não 
aproveita, ou seja, desenvolvido a partir de 
material de descarte das indústrias, esses 
casulos são descartados porque possuem 
algumas irregularidades que não se ajustam 
ao processo do maquinário industrial, po-
rém uma produção artesanal desenvolve fios 
diferenciados que possuem a característica 
rústica de beleza. 
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
 111
 DESIGN 
Conforme apresentam Fajardo, Colage e Joppert 
(2002), seguem algumas informações sobre as lãs e a 
seda, fibras naturais animais:
• As lãs, de carneiro, de cabra e de camelo pos-
suem muita elasticidade, esticam-se em prati-
camente 30% de comprimento sem estourar, 
e fixam facilmente a coloração. É importan-
te ressaltar que as lãs provindas de animais 
mortos possuem características diferentes de 
quando são extraídas de animais vivos. Nor-
malmente, as de animais mortos são mais 
rústicas e de menor qualidade, portanto, com 
valor econômico mais acessível. 
• A seda, o fio mais leve e de maior resistência 
entre os fios naturais, possui elasticidade su-
perior ao algodão, porém inferior à lã. Pro-
vém do casulo do bicho da seda, uma lagarta 
que se alimenta da folha da amora. Animal 
muito frágil, não suporta muito calor e muita 
umidade, e seu desenvolvimento é muito sen-
sível às variações climáticas e às fases da lua. 
Pezollo (2013) afirma que o desenvolvimento da tec-
nologia, quando somada à indústria têxtil, elevou o 
patamar das confecções de baixo custo com extrema 
rapidez. Portanto, as fibras químicas (matéria-prima 
vegetal, animal ou mineral como base) ascenderam 
ao mercado e chegaram ao apogeu quando nasceram 
as chamadas fibras sintéticas (carvão e petróleo). São 
exemplos desses materiais: o nylon, o raiom (a primei-
ra fibra sintética apresentada ao mundo), o raiom ace-
tato (extraído da celulose, a fibra da madeira), o poliés-
ter, a poliamida, a viscose, o elastano, a microfibra etc.
É interessante poder compreender todos os 
fatos, simbologias e histórias sobre as coisas à 
nossa volta. O entendimento destes detalhes 
nos ajuda a criar nosso repertório e perceber 
o universo criativo, que pode ser encontrado 
em qualquer situação. Veja este exemplo: o 
nome da fibra artificial Nylon é a junção dos 
nomes das cidades de New York e London. 
Fonte: adaptado de Fajardo, Colage e Joppert (2002, p. 34).
SAIBA MAIS
Conforme apresenta Pezzolo (2013), seguem infor-
mações sobre algumas fibras artificiais:
• Viscose: extraída da celulose, semelhante 
ao algodão na característica de absorção de 
água, resistência à tração, tem caimento e 
maciez, entretanto,queima com facilidade.
• Elastano: fibra química, obtida de etano, possui 
muita elasticidade, por isso, é utilizada em rou-
pas para praia e esportes. Possui muita resistên-
cia à abrasão, não se deteriora facilmente, tam-
bém é resistente à ação de agentes químicos.
• Microfibra: obtida do acrílico, poliamida ou 
poliéster (materiais denominados polímeros, 
que veremos mais profundamente nas próxi-
mas unidades). Os pontos positivos são seca-
gem rápida, toque macio, fácil manutenção, 
caimento bom, não amassa etc.
Fajardo, Colage e Joppert (2002), entretanto, ressal-
tam que, em relação às fibras naturais, as sintéticas 
ainda deixam a desejar, pois não deixam o corpo “res-
pirar”, ou seja, não permitem a passagem da transpi-
ração como os tecidos obtidos das fibras naturais. 
112 
 
No design de interiores, também encontramos os têxteis como materiais 
de tapetes, cortinas de tecidos, estofados e carpetes. Estes são um reves-
timento para piso têxtil que tomam todo o piso de uma ambientação, 
diferentemente do tapete, que fica concentrado, normalmente, apenas em 
alguns locais específicos. 
Os carpetes já foram amplamente utilizados pelos consumidores bra-
sileiros, mas sofreram um declínio nas últimas décadas. A indústria atual 
vem trabalhando com novos materiais para reverter esse fato. 
Pezzolo (2013) apresenta a classificação de três tipos de carpete: aque-
les feitos à mão, os industrializados e os carpetes de argola – mais recentes 
e constituídos de fibras químicas, podendo ser lavados com água e sabão. 
Conforme Fajardo, Colage e Joppert (2002), são inúmeras as possibilidades 
de criar objetos artesanais combinando o uso de fibras e fios com outros 
materiais. Como designer, de qual maneira você poderia trabalhar esses 
materiais em interiores?
REFLITA
 113
 DESIGN 
PAPÉIS
O papel é desenvolvido a partir da fibra da madei-
ra – a celulose – e de outros materiais orgânicos. 
Conforme afirmam Farrelly e Brown (2014), o papel 
pode ser utilizado nas ambientações como papéis de 
parede, como divisórias de ambientes (os biombos 
japoneses são um belo exemplo dessa aplicação), 
podem ser utilizados como decorativos diversos e, 
agora, com a redescoberta do papelão, está se trans-
formando em mobiliários diversos, estruturas que se 
transformam até em forros e paredes leves. 
Em relação ao desenvolvimento e à especificação 
de mobiliários, o papelão é um ótimo material para 
ambientes em que não é necessária uma durabilida-
de longa, de acordo com Moxon (2012). Segundo 
as informações da ABPO - Associação Brasileira do 
Papelão Ondulado ([2019], on-line)6, esse produto 
constitui-se de miolo (papel ondulado) e capas (pa-
pel em chapas). Esta estrutura resulta em um pro-
duto com certa resistência, ao mesmo tempo em 
que também apresenta a leveza. O produto pode ser 
obtido de celulose “virgem”, ou ainda, de material 
reciclado. Hoje, sua maior aplicação é no desenvol-
vimento de embalagens, mas já é possível encontrar 
profissionais trabalhando com esses materiais em 
mobiliários, brinquedos, luminárias e diversos ou-
tros produtos.
Carvalho (2012) afirma que os motivos que levam 
ao uso do papelão como material para mobiliário e 
outros produtos são seu custo acessível, sua consciên-
cia ambiental (quando originário de reciclagem), pra-
ticidade na montagem e desmontagem e ocupação de 
pouco espaço quando armazenado. Contudo o autor 
também afirma que é necessário a compreensão de 
que o produto tem vida útil menor que outros ma-
teriais e, portanto, precisa de cuidados especiais, por 
exemplo, quando se trata de umidade. 
Figura 10 - Poltrona de papelão
Fonte: Eco-Nautas (2010, on-line)7.
114 
 
beascoa (2014) afirma que os papéis de parede fo-
ram muito utilizados na Europa por serem a melhor 
opção contra o frio, visto que os tecidos absorvem 
mais os cheiros, as sujeiras e as gorduras e, poste-
riormente, com o tempo, se desenvolveu como um 
elemento decorativo. Porém, de acordo com Almei-
da (2011), a história mais antiga sobre o uso dos pa-
péis de parede retoma à China, com papéis pintados 
à mão, que chega ao mundo ocidental e começa a se 
popularizar na época da Revolução Industrial, que 
mecanizou o processo de desenvolvimento desse 
material. “O século XXI tem testemunhado o res-
surgimento dos interiores profusamente decorados 
e muito envolventes” (FARRELLY; BROWN, 2014, 
p. 73).
Nos dias atuais, a aplicação de papéis de parede 
está tão ampliada que é possível encontrar profis-
sionais indicando sua aplicação em forros, mobili-
ários e em outros tipos de elementos decorativos. É 
importante ressaltar, também, que a indústria des-
ses produtos evoluiu ainda mais, e podem ser en-
O sistema softwall + softblock, desenvolvido 
pela Molo Design, é constituído de papel kraft 
e tecidos. Esse sistema é adequado aos am-
bientes efêmeros por possuir montagem e 
desmontagem prática, configurar o layout, 
apresentar layouts dinâmicos e diferencia-
dos, além de contribuir para a acústica e a 
iluminação destes espaços. 
Fonte: adaptado de Farrelly e Brown (2014).
SAIBA MAIS
Papéis de Parede 
Os papéis de parede não eram muito populares na 
sociedade brasileira. A crescente demanda pelo seu 
uso aconteceu mais recentemente, após a indústria 
apresentar produtos economicamente mais aces-
síveis e de qualidade. Entretanto, esses elementos 
eram as referências do luxo e da ornamentação que 
conhecíamos dos países europeus. As casas nobres e 
tradicionais do velho mundo eram as que que reu-
niam muito vidro, tecidos e papéis de parede. Zabal-
 115
 DESIGN 
contrados papéis de parede para diversos tipos de 
aplicações. Um salto em qualidade, pois, de acordo 
com Gubert (2011), um dos maiores pontos nega-
tivos desse material era a sua não adequação aos 
ambientes molháveis e, de acordo com dados co-
merciais, existe, hoje, um tipo de papel de parede 
impermeável. Suas composições podem apresentar 
materiais vinílicos, PVC e emborrachados, e mui-
tos outros, como vidro, materiais metálicos, super-
fícies sensitivas e até eletrônicos. 
Sobre os papéis de parede comuns, as informa-
ções comerciais apontam três tipos: os denominados 
TNT (tecido não tecido), vinílico e tradicional. A se-
guir, suas características:
1. Papel tradicional: constituído de celulose, pos-
sui um aspecto liso, indicado para locais secos 
e sem grande circulação. Deve ser instalado em 
parede lisa e, em sua aplicação, utiliza-se a cola 
sobre o papel. Caso seja necessária a sua retira-
da, deve-se umedecer o material.
2. Papel tecido não tecido: constituído de fibras 
de poliéster e celulose, resiste bem à umida-
de, pode ser aplicado em locais secos, úmidos 
e em paredes irregulares. É lavável com deter-
gente neutro e, em sua aplicação, utiliza-se de 
cola aplicada sobre a parede. A retirada deve 
ser efetuada a seco.
3. Papel vinílico: constituído de material viníli-
co (PVC), possui maior resistência e é imper-
meável. Pode adotar aspecto brilhante, mati-
ficado, metálico e com relevo, sendo indicado 
para locais secos e úmidos. Pode ser aplicado 
em parede irregular – inclusive, camufla al-
gumas irregularidades. É indicado para locais 
de intensa circulação, é lavável com detergen-
te neutro e pode sofrer esfregamento com 
moderação. Sua aplicação ocorre com cola 
sobre o papel, e sua retirada deve ser a seco 
ou por abrasão.
Esses materiais sofrem diversos tratamentos para me-
lhorar suas características de resistências à ilumina-
ção, à umidade e aos ataques químicos, para admitir 
a lavagem ou a manutenção. Ademais, “os revesti-
mentos de parede vinílicos [...] são feitos para serem 
resistentes e duradouros e são testados quanto à resis-
tência ao fogo” (BINGGELI; CHING, 2013, p. 310).
116 
 
A madeira é uma matéria-prima renovável. No 
entanto,após milhares de anos de extração sem o 
compromisso com reflorestamento, esse material 
beira a extinção. De fato, algumas árvores, hoje, já 
estão extintas, portanto, existem, no uso da madeira, 
grandes pontos negativos. Soma-se a isso o fato de 
que a exploração da madeira afeta diretamente o ha-
bitat do local, causando erosão do solo e diminuição 
da absorção do dióxido de carbono da atmosfera, o 
que, por sua vez, altera o clima, deixando em risco 
também os animais e vegetais. Em alguns casos, são 
retiradas árvores até das matas ciliares (árvores que 
ficam nas beiras dos rios), o que causa danos como o 
acúmulo de detritos (sujeiras) nessas fontes de água, 
ressecamento etc. 
Existem, porém, as políticas atuais, que desenvol-
veram leis normativas do uso da madeira e a exigência 
do uso de madeiras de reflorestamento. Entretanto, de 
acordo com Moxon (2012), as perdas ainda são gran-
des e existe uma imensa preocupação em minimizar 
os danos existentes. Mas as madeiras são materiais de 
muita durabilidade quando aplicadas corretamente e 
mantidas de acordo com as suas características. Al-
guns teóricos da sustentabilidade sugerem que, quan-
do há necessidade de especificar materiais de longa 
duração, é mais correto utilizar os produtos naturais 
certificados do que alguns novos materiais que não 
possuem durabilidade e precisam ser substituídos 
após alguns poucos anos de uso. Outro ponto positi-
vo importante, no entanto, é que:
Sustentabilidade
 117
 DESIGN 
[...] ao final de sua vida útil, a madeira se decom-
põe naturalmente, ou pode ser queimada para 
gerar energia térmica. O dióxido de carbono 
emitido é considerado igual ao dióxido de car-
bono absorvido durante seu processo de cresci-
mento, o que a torna um material com emissão 
de carbono neutro (MORRIS, 2010, p. 115). 
Em relação ao MDF, MDP e OSB, é importante res-
saltar que esses produtos podem levar, em sua cons-
tituição, produtos tóxicos (resinas), com a finalidade 
de agirem como colas. Esses resíduos, se realmente 
tóxicos, problematizam o descarte desses materiais, já 
que não podem ser queimados por exalarem fuma-
ça tóxica, isto é, não podem ser reaproveitados como 
fonte de energia ou calor em outras empresas. Sendo 
assim, o descarte do material e de seus resíduos de 
processamento torna-se algo preocupante. Conforme 
Morris (2010, p. 115), “a desvantagem desses tipos de 
madeira é a natureza química das colas e resinas ge-
ralmente utilizadas como aglutinantes”. 
Atualmente, com o apelo consumista do merca-
do, é comum verificar que os indivíduos escolhem a 
retirada de materiais naturais já preexistentes de uma 
construção, no ato de uma reforma, para a colocação 
de outros materiais mais novos ou “mais modernos”. É, 
de fato, responsabilidade do(a) designer de interiores 
verificar a possibilidade de reutilização desses mate-
riais, como os tacos e tábuas de madeiras, se podem ser 
revitalizados e, com a estética renovada, continuarem 
naquela ou em outra ambientação. A popularização 
dessas pequenas atitudes conscientes é a ajuda que o 
meio ambiente tanto necessita. Outra opção que pode 
ser tomada pelo(a) designer de interiores é a adequa-
ção desse material em outras partes da ambientação, 
como um piso de taquinhos de madeira que pode se 
transformar em um lindo painel de parede. 
O usuário, muitas vezes, não compreende quais 
os reais benefícios e qualidades que os produtos na-
turais possuem em relação aos produtos artificiais, e 
esse desconhecimento pode ser sanado pelo(a) de-
signer de interiores, evitando o desperdício de mate-
riais duráveis e o consumo desnecessário de produ-
tos, o que diminui o valor total da obra e contribui 
para um mundo ecologicamente melhor. 
Como afirma Moxon (2012, p. 36), “não há des-
perdício no mundo natural, que opera em ciclos 
contínuos e equilibrados.” O bambu, como afirma 
Souza (2004), é um vegetal de crescimento muito 
rápido e fácil, pois aceita quase qualquer tipo de ter-
reno e, em três anos, está adequado para extração. É 
importante sempre utilizar os tipos de bambu da re-
gião para evitar o transporte desse material e o gasto 
de energia, além da emissão de gás carbônico. 
Ao tratar dos materiais que produzem as fibras 
têxteis naturais vegetais, devemos pensar em diversas 
questões. Podemos citar o algodão como exemplo – 
sua plantação gera impacto ambiental no meio em 
118 
 
que se encontra, as dimensões destes campos de pro-
dução são enormes, afetando diretamente a vida ani-
mal e vegetal do local. Além disso, é uma plantação e 
precisa de grande demanda de água. Moxon (2012) 
afirma que a produção do algodão apresenta 3% do 
consumo total de água mundial. 
Também não se pode esquecer o uso de diversos 
produtos químicos para evitar as pragas nesses campos. 
Contudo existem diversas possibilidades se considerar-
mos o uso de materiais têxteis reciclados. Farjado, Cola-
ge e Joppert (2002) informam que existe, por exemplo, 
o fio de trapo, que consiste no uso de fios “desfiados” de 
roupas e de outras peças de tecido já usadas. 
O maior desafio consiste na aceitação dos te-
cidos reciclados por parte dos consumidores, que 
acreditam ser peças com qualidade inferior. Pezzolo 
(2013) ressalta que 36% dos consumidores, no Brasil, 
compreendem reciclado como algo inferior, porém 
muito do que é vendido, atualmente, no mercado, 
provém de fios reciclados e, muitas vezes, o consu-
midor acaba por adquirir esses produtos sem saber 
que são reutilizados. Segue frase da autora sobre o 
assunto: “[...] mal sabem eles que, desde 1997, peças 
desenvolvidas de reciclados estão presentes nas lojas 
com ótimo desempenho” (PEZZOLO, 2013, p. 257).
Sobre as novas adaptações das indústrias de car-
pete, Moxon (2012) apresenta como pode ser o passo 
a passo da vida útil do carpete em empresas que pro-
curam se adequar à sustentabilidade. O ciclo se inicia 
na obtenção da matéria-prima, que pode ser originá-
ria de produtores locais quando for necessário o uso 
de fios novos ou pode ser originária de fios reciclados. 
Durante todo o processamento do material, dentro da 
empresa, pode existir um controle e uma preocupação 
com os resíduos da produção e com o uso conscien-
te de água e energia para os tratamentos do material. 
Em sua fase de instalação, já no cliente final, a cola 
utilizada pelo instalador deve ser de baixa emissão de 
COV (compostos orgânicos voláteis), para promover 
a qualidade do ar. Esteticamente, algumas empresas 
defendem o uso de placas padronizadas de carpete, 
diminuindo, assim, o desperdício do material no mo-
mento de adequação às dimensões do ambiente e, de 
certa forma, proporciona ao designer de interiores a 
 119
 DESIGN 
possibilidade de criação de desenhos diversos. Além 
disso, esse sistema permite a manutenção do carpete 
com a retirada apenas da placa que está desgastada 
ou que sofreu alguma alteração. Para finalizar o ciclo, 
quando esses materiais forem descartados, podem ir 
novamente para a fábrica, tornando-se um novo pro-
duto e diminuindo cada vez mais a necessidade de 
extração de matéria-prima virgem.
Ao se tratar de matérias-primas das fibras natu-
rais animais, deve-se relembrar que essas são de maior 
qualidade quando extraídas do animal vivo, evitando, 
assim, sua morte. Em alguns casos, a tosa destes pe-
los é benéfica ao animal, sendo, esse tipo de material, 
denominado autossustentável. A lã de carneiro é um 
exemplo, bem como a cortiça (origem vegetal).
O papel tem origem na fibra da madeira – a celu-
lose, e também possui um apelo muito grande em re-
lação às políticas de uso do reflorestamento, é portan-
to, necessário estimular o uso de materiais reciclados. 
Além disso, de acordo com Moxon (2012), os(as) pro-
fissionais de design de interiores e áreas afins devem 
conhecer os produtos que aplicarãojunto ao papel de 
parede e outros materiais recicláveis, para evitar que a 
mistura com os materiais tóxicos ou poluentes conta-
minem os recicláveis de modo que não possam mais 
ser admitidos à recuperação. 
No caso do papelão ondulado, material em des-
taque hoje para os designers, a Associação Brasileira 
do Papelão Ondulado ([2019], on-line)6 afirma que 
ele provém de fontes renováveis, evitando o alto im-
pacto ambiental e, ainda, defende que isso se alas-
tra para todo o ciclo de vida do material, que possui 
uma estrutura fechada, ou seja, cíclica – o papelão 
é reutilizado, após o uso, é reciclado. Portanto, te-
mos os seguintes benefícios: reduz perdas de pro-
dutos diversos por estarem embalados pelo papelão 
ondulado, é saudável ao uso, pois é um material de 
descarte instantâneo e, como é biodegradável, seu 
descarte não afeta o meio ambiente, podendo, além 
disso, ser reciclado. 
Figura 11 - Luminária de papelão ondulado reciclado
Embora seja importante reconhecer o valor 
prático dos materiais e construções tradicio-
nais, isso não precisa ditar a aparência de 
um projeto ou limitar, o projeto sustentável 
a um estilo particular. [...] materiais tradicio-
nais e naturais podem ser utilizados de um 
modo moderno, inovador ou combinados 
com materiais mais novos para um conjunto 
mais equilibrado.
Fonte: Moxon (2012, p. 26).
SAIBA MAIS
120 
 
 121
considerações finais
N
esta unidade, estudamos materiais que ofereceram segurança, seja no as-
pecto espacial, no que tange às ambientações e construções que assegura-
vam a sobrevivência em um mundo impetuoso, seja em um âmbito mais 
próximo, corporal, protegendo a pele e o corpo desse mesmo mundo e 
seus climas, muitas vezes, cruéis. 
Percebemos como a madeira é diversificada e, assim, são, também, as suas apli-
cações. Observamos como o homem conseguiu descobrir outras formas de usar essa 
mesma matéria-prima, produtos que resultam de diferentes processos que ele desen-
volveu ao longo de sua existência para melhorar, em diversos aspectos possíveis, a 
aplicabilidade desses materiais naturais em seu meio urbano.
Estudamos também o bambu, material que, igualmente, possui qualidades nu-
merosas, sendo utilizado na construção civil como elemento estrutural (vigas, cabos) 
e no design de interiores, com sua aplicabilidade se movimentando em torno de 
muitas possibilidades, que vão desde o revestimento de piso e parede, como material 
estrutural ou acabamento de mobiliários, a elementos de iluminação e decorativos.
Das fibras, como a celulose, obtém-se o papel, que é um produto separador de 
águas para a humanidade, pois, por meio dele, a escrita pôde ser transportada e, de-
pois, multiplicada. O papel tem a sua função nos interiores, protegendo a alvenaria, 
oferecendo uma sensação calorosa e, logo, um elemento de potencial decorativo pre-
sente nas ambientações, com suas estampas. Do papel delicado passamos ao estudo 
do papelão, produto mais rústico e resistente que, hoje, pode ser utilizado como ma-
terial para mobiliários. Das fibras naturais, conhecemos as que provêm dos animais, 
desde os primórdios atuando na proteção contra as intempéries naturais e então, 
aplicadas como tapete, carpete e cortinas, revestimentos de móveis, iluminação e 
decorativos. 
E, por último, obtivemos a compreensão de todos estes conteúdos, somados às 
questões da ordem da sustentabilidade e da prática profissional, fechando mais uma 
unidade de aprendizado. 
122 
atividades de estudo
1. Considerando todo o conteúdo que pudemos es-
tudar em relação às madeiras e a todos os seus 
tipos de aplicações, analise as afirmativas a se-
guir:
I. A madeira roliça é pouco processada e possui 
uma estética bem rústica. 
II. A madeira serrada é aquela utilizada nas estru-
turas de pergolados.
III. O compensado constitui-se de lâminas de ma-
deira, unidas por adesivo ou cola.
IV. A chapa de densidade média constitui-se de 
pedaços de fibras de madeira somados à resi-
na e prensado. 
V. Os aglomerados são, de certa forma, resídu-
os finos de madeira, às vezes, pinus, ou talvez, 
eucalipto, agrupados com resinas sob pres-
são e altas temperaturas.
VI. Na madeira laminada, a tora é cozida e corta-
da em lâminas.
Assinale a alternativa correta:
a) Todas as afirmativas estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II, IV e VI estão corretas.
d) Apenas a afirmativa IV está correta.
e) Nenhuma das afirmativas está correta.
2. O bambu também é um vegetal, porém dife-
rente das árvores. Na botânica, está no grupo 
de vegetais denominado gramíneas. A respeito 
desse material, leia as alternativas a seguir:
I. O bambu é uma fonte alternativa de material 
que possui crescimento rápido, sendo, assim, 
um material renovável e de baixo custo.
II. Alguns dos problemas do bambu é que pode 
ser inflamável, mas, em contato com a umida-
de, o material pode sofrer apodrecimento.
III. O bambu é completamente sustentável por-
que não possui nenhuma energia incorpora-
da e, como não há necessidade de transporte 
de longa duração, não emite gás carbônico na 
atmosfera.
IV. Descoberto recentemente pela sociedade, o 
bambu ainda não possui muitas aplicações, 
sendo apenas material para desenvolvimento 
de utensílios e decorativos.
Assinale a alternativa correta:
f) Apenas I e II estão corretas.
g) Apenas II e III estão corretas.
h) Apenas I está correta.
i) Apenas II, III e IV estão corretas.
j) Nenhuma das alternativas está correta.
3. De acordo com o conteúdo exposto sobre o 
papel, o papelão e o papel de parede, leia as 
afirmativas, reflita, retome o conteúdo se ne-
cessário e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) O papel e o papelão possuem matéria-prima 
diferentes entre si. O primeiro é desenvolvido 
com celulose, e o outro, com poliéster.
( ) O papelão é mais firme estruturalmente por-
que possui a adição de agregados em sua 
composição para melhor suportar o peso.
( ) O papel de parede é um material muito frágil. 
Não evoluiu desde sua descoberta pelos chine-
ses e deve ser utilizado apenas em pequenas 
dimensões, em ambientes internos, e nunca em 
ambientes com umidade, mesmo que mínima.
( ) O papel de parede é um material muito forte 
e resistente. Não evoluiu desde sua desco-
berta pelos chineses, mas serve para ambien-
tes internos, sendo úmido, ou não. 
( ) O papelão, por sua vez, é mais fraco estrutural-
mente que o papel de parede porque não pos-
sui a adição de agregados em sua composição.
 123
atividades de estudo
Assinale a alternativa correta:
a) V, V, F, V, F.
b) F, F, V, F, V.
c) F, F, F, F, F.
d) V, V, V, V, V.
e) V, F, V, V, F.
4. Quais os tipos de fibras existentes? Desenvol-
va, em croqui, uma ambientação que utilize 
como ponto central algum elemento de fibra, 
papel ou tecido, que possua tanto funcionali-
dade quanto estética. Após o desenvolvimento 
dessa ambientação com algum desses mate-
riais, justifique o seu conceito, apoiando-se nos 
dados estéticos e funcionais do material envol-
vido.
5. Em relação aos questionamentos sobre a sus-
tentabilidade de alguns materiais, leia as argu-
mentações a seguir:
I. Os materiais naturais, bem como as pedras, 
as madeiras e as fibras naturais, possuem al-
guns pontos negativos na questão da susten-
tabilidade, porque, normalmente, são extraí-
dos da natureza e afetam diretamente o meio 
ambiente que os cerca.
PORTANTO
II. Os cientistas e estudiosos da área indicam aos 
profissionais da construção civil, arquitetura e 
design de interiores que especifiquem o mí-
nimo de materiais naturais em seus projetos, 
sugerindo sempre o uso dos sintéticos e arti-
ficiais, evitando, assim, a poluição e a destrui-
ção do planeta.
a) As asserções I e II são proposições verdadei-ras, mas a B não é uma justificativa correta da 
A.
b) As asserções I e II são proposições verdadei-
ras, e a II é uma justificativa correta da A.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a 
II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é 
uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
124 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Marcelo Rosenbaum, designer de interiores, desenvolve e orienta o projeto denominado “A 
gente transforma”. O objetivo do projeto é trabalhar a questão da sustentabilidade de for-
ma bem clara nos seus âmbitos econômico e social, além de valorizar a cultura brasileira. 
No ano de 2013, o projeto foi apresentado na São Paulo Fashion Week, que nesta edição 
foi realizada em Várzea Grande do Piauí, por meio de uma exposição organizada por seus 
coordenadores.
O projeto se constitui de uma equipe de profissionais que chegam à comunidade, relacio-
nam-se com os moradores, descobrem e estudam sobre os seus costumes e, em reunião 
com a população, tentam desenvolver uma forma de levantar ideias para novos meios de 
subsistência da comunidade, baseados em um conceito de economia inclusiva e sustentá-
vel. Na cidade de Várzea Grande, as matérias-primas escolhidas foram a palha de carnaúba 
e a borracha, sendo dois núcleos de desenvolvismento artesanal aplicados na experiência.
É então que nasce o projeto Toca – Toca da Borracha e Toca da Palha. Para tanto, a equipe 
levantou dois espaços para os artesãos trabalharem de acordo com os ensinamentos da 
permacultura. Do trabalho dos artesãos surgiram peças de decoração e joias. Entretanto, 
o maior resultado do projeto foi o de desenvolvimento do local, de forma cultural e eco-
nômica, e o fortalecimento da comunidade, tendo em vista que as suas aptidões naturais 
trouxeram a oportunidade de uma vida melhor. 
Desta e de diversas outras formas o(a) profissional de design de interiores pode alterar e 
transformar o mundo à sua volta, valorizando a cultura local, os artesanatos da comunida-
de, enxergando estes como ferramentas para criação não só de produtos e materiais, mas 
também de ambientes conectados com o mundo, porém igualmente conectados com as 
tradições, passado e meio ambiente regional, levando qualidade de vida não somente para 
seus clientes/usuários mas também para todos os indivíduos que dependem desta cadeia 
econômica. 
Fonte: adaptado de Rosenbaum (2013, on-line)8. 
 125
material complementar
As incríveis casas de bambu construídas por Elora Hardy e sua equipe de artesãos locais talentosos que 
conseguem tirar o máximo do material. Eles acreditam que o bambu tem um potencial incrível.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=kK_UjBmHqQw.
Indicação para Acessar
Revista online e gratuita cujo assunto principal é a madeira. Apresenta as novidades e inovações do mer-
cado para esse material.
Web: http://www.remade.com.br/revista-madeira. 
Indicação para Acessar
A seguir, o link para a matéria sobre o projeto do Alvaro Guillhermo vencedor do iF Social Impact Prize.
Web: http://www.portalsplishsplash.com/2018/03/alvaro-guillermo-gestor-e-criador-do-projeto-encontros-
-criativos-vence-o-if-social-impact-prize.html.
Indicação para Acessar
126 
referências
ABNT. NRB 15798: Pisos de madeira: terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ABNT. NRB 15799: Pisos de madeira: padronização e classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
2011. 114 f. Monografia - Curso Superior de Tecnologia em Artes Gráficas do Departamento Acadêmico de 
Desenho Industrial Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
AMBROZEWICZ, P. H. L. Materiais de construção: normas, especificações, aplicação e ensaios de laborató-
rio. São Paulo: Pini, 2012.
AZEREDO, H. A. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Blucher, 2000.
BAUER, L. A. F. Materiais de construção: novos materiais para construção civil. São Paulo: GEN, 1994.
BINGGELI, C.; CHING, F. D. K. Arquitetura de interiores ilustrada. Tradução de Alexandre Salvaterra. 3. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CARVALHO, L. de. Fênix: móveis emergenciais. 2012. 101 f. Monografia (Bacharel em Desenho Industrial 
– Habilitação em Projeto do Produto) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana 
Mackenzie, São Paulo, 2012.
ESTUQUI FILHO, C. A. A durabilidade da madeira na arquitetura sob a ação dos fatores naturais: estudo 
de casos em Brasília. 2006. 149 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Programa de Pós-graduação da 
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
FAJARDO, E.; COLAGE, E.; JOPPERT, G. Fios e fibras. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2002.
FARRELLY, L.; BROWN, R. Materiais para o design de interiores. Tradução de Alexandre Salvaterra. Barce-
lona: Editorial Gustavo Gilli, 2014.
GONÇALVES, B. Análise do uso de diferentes madeiras locais em vinho tinto. 2011. 50 f. Monografia – Cur-
so Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do 
Rio Grande do Sul, Bento Gonçalves-RS, 2011.
GUBERT, M. L. Design de interiores: a padronagem como elemento compositivo no ambiente contemporâ-
neo. 2011. 161 f. Dissertação (Mestrado em Design) – Programa de Pós-graduação em Design, Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.
LEXICON, H. Dicionário de símbolos. São Paulo: Cultrix, 1998.
MARÇAL, V. H. S. Uso do bambu na construção civil. 2008. 60 f. Monografia (Bacharelado em Engenharia 
Civil) – Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília, 
Brasília, 2008.
 127
referências
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São Paulo. 2007. 116 f. Dissertação (Mestrado em Desenho Industrial) – Faculdade de Arquitetura, Artes e 
Comunicação, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2007.
MORRIS, R. Fundamentos de design de produto. Tradução de Mariana Bandarra. Porto Alegre: Bookman, 
2010.
MOXON, S. Sustentabilidade no design de interiores. Tradução de Denise de Alcântara Pereira. Espanha: 
Gustavo Gili, 2012.
NINGUÉM, M. Permacultura. [Entrevista cedida a] Angela Gois. Spot - Boletim Acadêmico de Design de 
Interiores Unicesumar. 5. ed. Maringá: Unicesumar, ago./ set. 2015.
PEZZOLO, D. B. Tecidos: história, tramas, tipos e usos. São Paulo: Senac, 2013.
SHEPHERD, J. R. Casas pequenas: um guia para iniciantes sobre como viver com pouco. Canadá: Balbecube, 2014
SOUZA, A. P. C. C. Bambu na habitação de interesse social no Brasil. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, 
Belo Horizonte, v. 11, n. 12, p. 217-245, dez. 2004.
NINGUÉM, M. Permacultura. [Entrevista cedida a] Angela Gois. Spot - Boletim Acadêmico de Design de 
Interiores Unicesumar. 5. ed. Maringá: Unicesumar, ago./ set. 2015. 
07/15 Comentários não mapeados 381ariane.fabreti , A. F. B. Materiais para uma construção sustentável: o 
caso da cortiça. 2014. 139 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Ciências e Tecnolo-
gia da Universidade Nova de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2014.
ZABALBEASCOA, A. Tudo sobre a casa. São Paulo: Gustavo Gili, 2014.
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2 Em: http://www.mma.gov.br/component/k2/item/7654-ecodesign. Acesso em: 16 maio 2019.
3 Em: http://anpm.org.br/conquistas/. Acesso em: 17 maio 2019.
4 Em: https://pt.scribd.com/doc/307241452/Apostila-Rm. Acesso em: 17 maio 2019.
5 Em: http://marcelaborges.blogspot.com/2012/06/o-casulo-feliz.html. Acesso em: 20 maio 2019.
6 Em: http://www.abpo.org.br/?page_id=1156. Acesso em: 20 maio 2019.
7 Em: http://eco-nautas.blogspot.com/2010/02/poltronas-e-sofa-de-papelao.html.Acesso em: 20 maio 2019.
128 
gabarito
1. D.
2. A.
3. C.
4. As fibras, antes somente naturais, algumas de origem vegetal e outras de 
origem animal, hoje podem ser artificiais químicas e artificiais sintéticas, 
isto é, compostas por matéria-prima natural processada industrialmente e 
compostas por materiais sintetizados de petróleo. O restante do exercício 
possui cunho criativo, porém o desenvolvimento da ambientação deverá 
exigir os conhecimentos acerca do material escolhido pelo(a) aluno(a).
5. D.
UNIDADEIV
Professora Me. Carla Prado Vieira Verdan
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Metais
• Polímeros 
• Acrílico (PMMA)
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos 
metais.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos 
polímeros.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade do 
acrílico.
• Apresentar como esses materiais comportam-se em relação ao 
conceito de sustentabilidade.
METAIS E POLÍMEROS
unidade 
IV
INTRODUÇÃO
O
lá, aluno(a)! Chegamos à quarta unidade do nosso livro de ma-
teriais e revestimentos. Nesta parte, você estudará dois tipos de 
materiais: os metais e os polímeros, materiais que possuem ca-
racterísticas muito diversas se comparados aos anteriores, mas 
ambos possuem muita beleza e aplicações no design de doença de won-
vilebran interiores. O primeiro tópico trata dos metais, materiais que al-
guns estudiosos acreditam ter exigido de nossos ancestrais mais raciocínio 
para seu uso e manuseio. Os metais são conhecidos e utilizados desde as 
primeiras eras dos homens, mas são materiais tão diversificados que cada 
momento da evolução humana revelou um diferente tipo de metal. E mes-
mo quando muitos desses se apresentaram à sociedade humana, é possível 
perceber que, pelo nível de dificuldade de manuseio, alguns foram aplica-
dos de forma bem rudimentar, até que a evolução científica despertou a 
capacidade e a qualidade de uso desses materiais aos nossos antepassados.
O segundo tópico, diferentemente de todos seus antecessores, apre-
senta um material jovem, novo para os seres humanos, cujo uso só foi 
possível por meio do desenvolvimento intelectual dos humanos e do 
desenvolvimento da tecnologia e das ciências. Chamados popularmente 
de plásticos, os polímeros se subdividem em categorias, e estas, por sua 
vez, apresentam ainda mais diversidade de tipos, classes e tratamentos 
ou composições. Este tópico se arranja pela separação de materiais e um 
desses, tido como nobre, destaca-se nesta unidade: o acrílico, um tipo de 
polímero muito utilizado na construção civil, e que vem surpreendendo 
a todos pelas qualidades e aplicações.
Ao final, seguem as etapas de sustentabilidade relacionando-se aos es-
tudos dos materiais, às tendências atuais, à sua aplicabilidade, além de toda 
a criatividade, além da questão da preocupação com o meio socioambien-
tal e como os materiais se relacionam com essas questões, sugerindo uma 
reflexão a você sobre seu posicionamento perante as questões sociais. 
134 
 
 135
 DESIGN 
A relação estreita entre Homem e materiais se 
configurou tão significativa e importante, como 
ainda se configura, que eras diferentes da hu-
manidade receberam o nome do material mais 
importante em cada uma delas desde a Idade da 
Pedra à Era dos Metais (NAVARRO, 2006, p. 2).
De acordo com a autora anteriormente citada, a Era 
dos Metais, a partir do entendimento da Arqueo-
logia, iniciou-se, aproximadamente, em 4.500 anos 
antes de Cristo. A evolução da humanidade possui 
relação com o uso e a descoberta de novos materiais, 
porque, com eles, as comunidades, ou tribos, conse-
guiam melhores ferramentas para caça e lutas. Pos-
sivelmente, os indivíduos começaram a desenvol-
ver, com os metais, essas ferramentas pontiagudas 
e cortantes para caça e guerra e, somente depois, se 
tornaram materiais para uso doméstico e decorati-
vo. Acredita-se que os primeiros metais manuseados 
pela sociedade foram o cobre e o arsênio, no entanto 
é de suma importância ressaltar que, ao se tratar do 
uso de alguns metais, deve-se considerar a dificulda-
de de seu manuseio que “exige técnicas metalúrgicas 
complexas” (NAVARRO, 2006, p. 7), como o bronze. 
Entretanto, o ferro possui manipulação mais rústi-
ca, podendo ser moldado a marteladas durante seu 
aquecimento. Portanto, a Era dos Metais possui suas 
subdivisões: Idade do Ferro, do Bronze e do Aço, 
mas, em relação à cronologia dessas épocas, existem 
algumas controvérsias teóricas. 
Metais
O desenvolvimento do aço, em seu início, foi 
rápido no Oriente. Acredita-se, ainda, que os 
soldados orientais possuíam espadas de aço, 
denominadas “Espadas de Damasco”. Por este 
motivo, acredita-se que, durante as expedições 
ocidentais, chamadas Cruzadas, surgiu a expres-
são “Não há cristão que aguente!”, pois as espa-
das ocidentais eram feitas a partir do bronze, que 
sucumbiam diante das Espadas de Damasco.
Fonte: adaptado de Navarro (2006).
SAIBA MAIS
Se considerarmos a definição química dos metais, 
compreenderemos que os metais são aqueles elemen-
tos que sempre ionizarão positivamente, ou seja, são 
eletropositivos. Para uma definição mais adequada à 
área de Design de Interiores, pode-se dizer, de acor-
do com Bauer (1994), que os metais se caracterizam 
por serem materiais sólidos (apesar da existência de 
exceções), duros, que apresentam coloração pratea-
da, dourada ou avermelhada, com certo brilho, são 
opacos, manifestam certa condutibilidade térmica e 
elétrica e, alguns, quando aquecidos, podem ser mo-
delados. No entanto, muitas vezes, quando os profis-
sionais citam materiais como metais, de fato estão se 
referindo às ligas metálicas, que são, conforme afir-
mam Farrelly e Brown (2014), combinações de ele-
mentos metálicos e não metálicos realizadas, a fim de 
obter outros materiais, como o aço, que é uma liga 
metálica composta de ferro e carbono. 
136 
 
anteriores, poucos saberiam ou teriam acesso a eles, 
o que fez com que se tornassem produtos de altas 
classes sociais, principalmente o ouro e a prata, bem 
como o aço. 
O ferro é, entretanto, um metal assimilado de for-
ma mais popular, por seu fácil manuseio. Ao se tratar 
das propriedades de cunho estético, existem varia-
ções. Suas cores prateadas, douradas e avermelhadas 
são percebidas como muito belas. Alguns possuem 
muito brilho, outros destacam-se por serem foscos. 
Contudo com a evolução tecnológica e com a caracte-
rística de serem moldáveis, os metais podem oferecer 
grande diversidade estética, como informam Farrelly 
e Brown (2014). Além de moldáveis, podem ser pren-
sados, marcados, pintados, texturizados, cortados, 
gravados, envernizados, polidos, oxidados etc. 
Ao tratarmos das propriedades físicas e mecâni-
cas, temos: solidez, brilho, boa condutibilidade térmi-
ca e elétrica. A corrosão (ou oxidação) aparece como 
ponto negativo. No caso da consistência, existem os 
metais de muita dureza e os que se apresentam, de 
certa forma, como moles. Conforme afirma Ambro-
zewicz (2012), a classificação de dureza para os me-
tais vem do aparelho Brinell, em acordo com a ABNT.
Encontrados na natureza em meio aos minérios, 
concentrados em jazidas, em meio às rochas, devem 
ser extraídos pela atividade de mineração. O autor 
Ambrozewicz (2012) ressalta que toda a exploração 
dos metais é normatizada e legalizada pelo Governo, 
e que nenhuma extração pode estar ativa sem a fis-
calização do Ministério de Minas e Energia. 
A extração dos metais pode ser externa ou inter-
na (no subterrâneo, isto é, na mina). Nesta etapa de 
mineração e extração, o metal ainda contém a con-
centração de outros materiais. Na etapa de minera-ção, é necessário separar o que realmente é minério 
metal de outros materiais (ganga é o nome dado aos 
materiais desconsiderados pela indústria dos me-
tais e minérios). Esta é uma etapa de purificação, 
feita química ou mecanicamente. De acordo com 
Bauer (1994), na metalurgia, os processos também 
são feitos para selecionar, entre os minérios, a pu-
reza do metal. Se procurarmos compreender o uso 
dos metais no Design de Interiores, pela sua subje-
tividade, podemos encontrar posicionamentos que 
se referem à nobreza, ao luxo e ao poder, visto que 
eram materiais cujo manuseio dependia de certo de-
senvolvimento intelectual e, desta forma, em tempos 
 137
 DESIGN 
Ambrozewicz (2012) informa que o metal mais uti-
lizado na construção civil é o aço que, combinado 
com o concreto, é utilizado nas estruturas das edifi-
cações. Entretanto, no que tange ao design de inte-
riores, existe certa diversidade em sua indicação de 
uso, pois relaciona-se com as tendências estéticas no 
mercado de consumo, ou seja, os tipos de metais em 
destaque oscilam entre si durante os tempos, sendo 
que, atualmente, tem-se o uso em alta do “cobre”, ou 
da aparência do “cobre”. 
Em relação às suas aplicações, cita-se o uso de 
metais em revestimentos de parede, forro, piso, fer-
ragens diversas, esquadrias, guarnições, mobiliários, 
acabamentos e acessórios para banheiro e cozinha. 
Apresentam-se também na indústria da refrigeração, 
em utensílios domésticos, decorativos e produtos di-
versos. Vejamos agora, caro(a) aluno(a), alguns tipos 
de metais comumente utilizados nas ambientações.
O ALUMÍNIO
Normalmente, é utilizado compondo diversas ligas, 
pois é um metal relativamente macio, porém mui-
to leve e com boas propriedades mecânicas. Possui 
ótima condutibilidade térmica e elétrica, é de fácil 
moldagem, mas de difícil soldagem. É importante 
ressaltar que o alumínio é resistente a altas e baixas 
temperaturas por possuir um ponto de fusão eleva-
do e não ser frágil sob resfriamento. Sua coloração 
é prata claro, mas aceita diferentes tonalidades. No 
mercado, é utilizado em lâminas, extrudado ou, ain-
da, em fios de alumínio ou em barras. 
A ferrugem é o que conhecemos como a cor-
rosão do ferro. A corrosão ou oxidação é um 
fenômeno que ocorre quando o material, em 
contato com os gases da atmosfera ambiente, 
transforma-se com reações químicas, pro-
duzindo outro tipo de matéria – neste caso, 
,o que chamamos ferrugem ou óxido férrico 
hidratado.
Fonte: adaptado de Bauer (1994).
SAIBA MAIS
Figura 1 - Ferrugem 
138 
 
Combinado a outros metais, constitui uma va-
riedade de ligas. As propriedades dessas possuem 
relação com os materiais que são adicionados ao 
alumínio. Sobre o seu acabamento, pode ser poli-
do, lustrado ou pintado. Também pode ser alterado, 
apresentando texturas como o martelado, o acetina-
do ou o mate (feito com jatos de areia). Para limpeza, 
indica-se lavagem simples, pode ser tratado quimica-
mente para, por exemplo, aumentar a sua proteção. 
Entre os seus pontos positivos, temos a questão 
da reciclagem, pois, de acordo com a Associação 
Brasileira do Alumínio, o material pode ser recicla-
do infinitamente, sem perder as suas propriedades 
físico-químicas.
O COBRE
De acordo com a Associação Internacional do Co-
bre – a Procobre ([2019], on-line)1, o metal era cha-
mado pelos romanos de Aes Cryprium, ou o metal 
da ilha de Chipre, por ser o local de sua extração. 
Conforme afirma Bauer (1994), no aspecto estético, 
sua coloração avermelhada chama muito a atenção. 
No entanto, a sua exposição à atmosfera ambiente, 
potencializada pela umidade, acarreta o desenvolvi-
mento do azinhavre, substância tóxica que, se inge-
rida em excesso, causa transtornos à saúde. 
Como o cobre é um dos materiais usados, desde 
sua descoberta, também como utensílio doméstico e 
está em contato com alimentos, a Anvisa, pela RDC 
20, de 22 de março de 2007, o classificou como um 
contaminante alimentício, e as suas impurezas não 
devem somar mais 1% nos materiais de manuseio de 
alimentos (ANVISA, 2007, on-line)2. 
O duralumínio é uma liga de alumínio que se 
constitui de 3% de cobre, 1% de manganês e 
0,5% de magnésio. Essa liga pode substituir 
o aço em diversas situações. 
Fonte: adaptado de Ambrozewicz (2012).
SAIBA MAIS
A Anvisa é a Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, instituição que regulariza todos os 
setores que podem, de alguma forma, afetar 
a saúde da população. A partir de estudos, 
debates e pesquisas, a Diretoria Colegiada de-
senvolve e apresenta Resoluções que definem 
normas e regras sobre diversos assuntos. 
Fonte: adaptado de Anvisa ([2019], on-line)3.
SAIBA MAIS
O CHUMBO E O ESTANHO 
De acordo com Bauer (1994), o chumbo é um ma-
terial cinza-azulado que, exposto à atmosfera am-
biente, produz, por meio de reações químicas, uma 
substância considerada tóxica. Portanto, não é acon-
selhável o seu uso que, no passado, era abundante 
em instalações hidráulicas, em coberturas e até em 
tintas. O estanho é o metal que substitui o chumbo 
nestas aplicações, sendo um material bem maleável 
e de coloração branco-acinzentada.
Dentre as suas diversas propriedades, o cobre pos-
sui grande condutividade. Por isso é, hoje, o metal 
mais aplicado em instalações elétricas, facilmente 
 139
 DESIGN 
fundido ou colado, apresentando ótima condutibi-
lidade térmica, podendo, portanto, ser utilizado em 
aquecedor e ar-condicionado. De acordo com Bauer 
(1994), é importante apontar que o cobre também 
pode ser combinado com outros materiais e metais 
para formar ligas diversas. 
A Procobre ([2019], on-line)1 também informa 
que o cobre é um material naturalmente antibacte-
riano e, portanto, deve ser aplicado em utensílios e 
acessórios em locais da área da saúde, como hospi-
tais e clínicas. 
O FERRO 
Muitos defendem a hipótese de que o homem 
descobriu o ferro no Período Neolítico (Idade 
da Pedra Polida), por volta de 6.000 a 4.000 
anos a.C. Ele teria surgido por acaso, quando 
pedras de minério de ferro usadas para prote-
ger uma fogueira, após aquecidas, se transfor-
maram em bolinhas brilhantes. O fenômeno, 
hoje, é facilmente explicável: o calor da fogueira 
havia derretido e quebrado as pedras (INSTI-
TUTO AÇO BRASIL, [2019], on-line)4.
“O bronze é uma liga de 85 a 95% de cobre 
e 15 a 5% de estanho. Tem grande dureza 
[...] é usado na construção de ferragens e 
ornatos” (BAUER, 1994, p. 612). Este autor 
também apresenta o latão: uma liga de cobre, 
porém com zinco, que possui grande uso na 
construção por ser muito resistente.
Fonte: adaptado de Bauer (1994, p. 612).
SAIBA MAIS
Figura 2 - Estátua de bronze de Mahatma Gandhi 
O ferro é o metal mais aplicado na construção civil. 
Pode ser usado puro ou em ligas e possui muita re-
sistência. Foi um material conhecido por diversos 
povos antigos, como os egípcios, assírios e babilô-
nicos, e também os povos americanos. 
De acordo com Bauer (1994), o ferro pode ser 
aplicado em vigas, coberturas, painéis e esquadrias, 
podendo também ser usado em reforços, por exem-
plo, no concreto armado. Normalmente, possui cor 
cinza, mas pode ser amarelado, preto ou pardo, de-
pendendo de sua composição mineral. É a partir 
140 
 
do ferro que se obtém o aço – quando o ferro está 
fundido e o seu teor de carbono for de 0,2%. Sobre 
as suas propriedades, de forma geral, é um material 
muito resistente, possui boa condutibilidade térmica 
e grande resistência mecânica. É pesado, pode apre-
sentar um certo brilho. Geralmente, possui grande 
resistência a impacto. Sobre a questão da corrosão, o 
ferro e o aço são altamente corrosivos, porém, como 
ponto positivo, ambos possuem muita diversidade 
em suas composições e em desenvolvimento de li-
gas. 
Folha de Flandres é a lata, uma chapafina 
de aço com as faces cobertas levemente por 
estanho, que protege da corrosão, e a “chapa 
galvanizada é uma chapa fina de aço revestida 
com zinco”.
Fonte: adaptado de Bauer (1994, p. 644).
SAIBA MAIS
Aço Inoxidável
O aço inox nada mais é que um aço com maior re-
sistência à corrosão. Bauer (1994) informa que, para 
melhor qualidade, deve-se manter a composição de 
liga de aço e cromo em 18%, em 9% de níquel, e me-
nos de 0,15% de carbono.
A Abinox – Associação Brasileira de Aço Inoxi-
dável ([2019], on-line)5 informa que, para a limpeza 
de peças em inox, deve-se utilizar apenas sabão e de-
tergentes neutros suaves, sempre com pano macio, e 
não utilizar a palha de aço. 
Sua aplicação em design de interiores e áreas 
afins é grandiosa, desde revestimentos externos (fa-
chadas) até estruturas e acabamentos diversos, como 
corrimão, bancos, aparadores e mobiliários, princi-
palmente na área de manuseio alimentício, pois o 
material possui baixa porosidade e tem facilidade de 
limpeza, evitando, assim, o acúmulo de sujeiras e a 
proliferação de bactérias e fungos.
 141
 DESIGN 
Aço Corten 
Este material se constitui com a adição de elementos 
como o cobre e o fósforo. Faz parte da classificação 
dos aços de baixa liga, que, como informa Bauer 
(1994, p. 233), são “ligas contendo menos de 8% de 
elementos de liga”, isto é, esta mistura entre elemen-
tos metais e não metais. 
Também denominado aço patinável, esse material 
possui como qualidade alta resistência mecânica, por-
tanto, é o material utilizado na fabricação de vagões 
de carga ou de container marítimos. Paula e Tibúrcio 
(2012) afirmam que esse tipo de aço possui melhorias 
que evitam a corrosão e também é reciclável, podendo 
voltar à siderúrgica para ser reprocessado. 
De acordo com Ferraz (2003), na questão esté-
tica, o material apresenta coloração avermelhada, 
pois, em contato com a atmosfera, produz a pátina, 
que é justamente a proteção contra a corrosão, e que 
apresenta essa coloração, por muitos definida como 
marrom escuro. 
Atualmente, no mercado de consumo, as caracte-
rísticas estéticas desse material sofrem elevada valo-
rização, junto com os conceitos de reciclagem e reu-
tilização como pontos positivos ao meio ambiente. É 
comum, portanto, encontrar diversos materiais que 
imitam o aspecto estético do aço corten para varia-
dos tipos de aplicações, como revestimentos de pare-
des, painéis, tampos de mesas e outros. Entretanto, 
o conceito inicial do uso desse material era evitar o 
descarte desnecessário dos vagões de trem e, a partir 
da consciência ambiental, repaginar o seu uso. 
142 
 
Os polímeros são mais conhecidos como plásticos; 
entretanto, o termo “plástico” também é um subs-
tantivo que significa a propriedade de plasticidade 
dos materiais. De acordo com Bauer (1994), isso 
significa a possibilidade de um material mudar sua 
forma quando atingido por uma força de tensão sem 
se romper, como é o caso da argila, lembra-se? Por-
tanto, Morris (2010) sugere que é “mais correto re-
ferir-se aos plásticos como polímeros: o termo que 
descreve materiais que possuem repetidas cadeias de 
moléculas” (MORRIS, 2010, p. 115).
Os polímeros podem ter origem natural (por 
exemplo, a borracha) ou artificial (como o silico-
ne) e são subdivididos em termofixos, termoplásti-
cos e elastômeros. De acordo com Farrelly e Brown 
(2014), esta subdivisão relaciona-se com a moldabi-
lidade e o aquecimento desses materiais. 
Quando termofixos, esses polímeros aquecidos 
podem ser moldados, porém, assim que resfriados, 
não poderão sofrer o tratamento novamente, dife-
rente dos polímeros termoplásticos, que podem ser 
aquecidos e moldados diversas vezes. Por fim, con-
forme afirma Bauer (1994), os elastômeros são os 
polímeros que possuem grande elasticidade, como 
as borrachas. O autor apresenta como exemplos de 
termoplásticos, termofixos e elastômeros, respecti-
Polímeros
 143
 DESIGN 
vamente, o polietileno, o poliéster e o polisiloxano 
(silicone), e afirma que suas principais qualidades 
são a leveza, o isolamento elétrico, a possibilidade 
de receber pintura, o baixo custo, a facilidade de 
manuseio e a produção adequada à produção em 
série, além do fato de não apresentarem corrosão. 
Em contrapartida, suas principais desvantagens são 
a fraca resistência mecânica de alguns polímeros e 
sua fraca resistência às intempéries, ou seja, suas 
propriedades físico-químicas são inferiores às dos 
materiais naturais, além de serem materiais que 
encontram dificuldades na reciclagem, não sendo 
decompostos facilmente na natureza. 
Ambrozewicz (2012) ressalta que, atualmente, 
existem diversos estudos, e muitos desses materiais 
já evoluíram muito. A ciência e a tecnologia estão 
perseverantes em continuar o melhoramento deles, 
inclusive no que tange à sua reciclagem. Engana-se, 
porém, aquele que imagina que os polímeros são 
materiais muito jovens. Eles vêm sendo criados e 
aperfeiçoados desde 1869, data da existência do ce-
luloide, descoberto em um concurso de pesquisa de 
materiais sintéticos. 
Conforme afirma Bauer (1994), para o emprego 
em grande escala, como aconteceu nas décadas de 
50 e 60, a evolução dos polímeros se deu por meio 
da Segunda Guerra Mundial.
Em relação à sua propriedade subjetiva, essa 
grande utilização dos polímeros nas décadas após a 
Segunda Guerra Mundial, de certa forma, acarretou, 
nas gerações posteriores, certa desconfiança e des-
valorização do material por diversos motivos, tais 
como as suas qualidades ainda inferiores aos tradi-
cionais da época, a especificação errônea do produto 
e do seu uso e a falta de conhecimento sobre sua ma-
nutenção. Estes foram motivos que promoveram a 
desvalorização dos conhecidos “plásticos”, que assu-
miram a posição de materiais vulgares ou inferiores. 
Farrelly e Brown (2014, p. 25) acrescentam que 
os plásticos, nas décadas de 60 e 70,
[...] estavam disponíveis para todos e eram fá-
ceis de substituir (descartáveis), o que corres-
pondia à estética pop e ao desejo dos consumi-
dores pelo novo – uma condição perniciosa que 
ainda prevalece em muitas sociedades. 
Ainda hoje é possível perceber indivíduos que os 
relacionem a essas questões. O importante é conhe-
cer e saber como utilizar o material em suas funções 
corretas para apresentar ao usuário o melhor para o 
seu projeto. 
Ao tratar das características dos polímeros para, 
por exemplo, os mobiliários, deve-se enfatizar que “os 
móveis plásticos quase sempre consistem em uma peça 
única sem juntas ou conexões” (BINGGELI; CHING, 
2013, p. 322). Isto é possível porque o material é mol-
dável, dando aparência de unicidade ao produto e, ao 
mesmo tempo, facilitando sua produção em série. Esta 
característica atraiu muitos designers e profissionais da 
área, pois o desafio era criar produtos ou móveis que 
seriam desenvolvidos completamente por uma só peça.
Desta forma, Cardoso, Pozzi e Curtis (2014), 
apresentam-nos a Cadeira Panton, que foi: 
A primeira cadeira produzida em série com 
material polímero foi a denominada Concha, 
projetada por Charles e Ray Eames, na década 
de 50.
Fonte: adaptado de Farrelly e Brown (2014).
SAIBA MAIS
144 
 
[...] projetada pelo designer dinamarquês Ver-
ner Panton entre 1960 e 1967. Trata-se de uma 
cadeira “empilhável” de plástico; a primeira 
a ser injetada num único molde. Esta cadeira 
exótica, produzida em várias cores vivas, tor-
nou-se um ícone na década de 60 (CARDOSO; 
POZZI; CURTIS, 2014, p. 9).
Em meio aos pontos positivos e negativos do ad-
vento dos polímeros, o que devemos compreender 
é que o avanço tecnológico é real e, com isso, há o 
nascimento de novas opções de materiais. Ao de-
signer de interiores, cabe compreender ao máximo 
suas características e como aplicá-las aos projetosde forma que acarrete, em suas possibilidades, um 
uso responsável, sendo, assim, ético para o usuário 
e, também, para o meio ambiente. 
Sobretudo, é certo ressaltar que existe uma gran-
de diversidade de polímeros no mercado de consu-
mo e que o(a) profissional deve estar atento(a) às 
suas características, propriedades e aplicações. Veja-
mos, a seguir, alguns dos polímeros mais utilizados 
na área da construção civil:
CLORETO DE POLIVINILA (PVC) 
Bauer (1994) ressalta que o PVC possui baixo cus-
to, facilidade de manuseio, imunidade à ferrugem e 
que, por isso, é mais indicado para o uso em tubula-
ções de água, esgoto e eletricidade, chuveiros, sifões 
e junções, sendo também aplicado como coberturas. 
As conhecidas telhas de plástico (materiais que estão 
melhorando graças às pesquisas em laboratórios) ati-
va são usadas como alternativa à telha de vidro, para 
oferecer luminosidade natural, podem apresentar co-
lorações diversas, serem translúcidas ou opacas. 
Os revestimentos para pisos de PVC, ou como co-
nhecidos comercialmente, piso/mantas vinílicas, hoje 
estão em alta. São desenvolvidos com muita tecnolo-
gia e superior qualidade, podem ser aplicados em di-
versas áreas, como comerciais e até hospitalares.
Azeredo (2000) também informa que essas man-
tas ou laminados podem possuir ou não estampas. A 
base, isto é, o contrapiso, deve estar em boas condi-
ções, com nivelamento correto e sem umidade. Caso 
Figura 3 - Cadeira Panton
 145
 DESIGN 
a aplicação seja piso sobre piso, os não indicados são: 
cimento queimado (a menos que seja preparado para 
a recepção do novo piso), pisos de madeira e de pedra 
ou de cerâmica que apresentem juntas muito largas. 
A instalação, normalmente, é feita por adesivo. As 
informações comerciais também afirmam que esse 
material pode ser encontrado em placas. Os maiores 
benefícios apontados sobre o piso vinílico são manu-
tenção baixa, higienização e durabilidade altas. 
em placas. De acordo com Ambrozewicz (2012), seu 
corte é facilitado por aquecimento do material cor-
tante, e o método utilizado pela indústria é aquecer 
um fio a 150 ºC e utilizá-lo como o material cortante. 
Bauer (1994) afirma que o material é muito leve, 
e, por esse motivo, é indicado para pisos flutuantes, 
para o “recheio” de divisórias, forros e ambientes 
que necessitem de isolamento térmico e acústico (já 
para essas características, o material deve possuir, 
em espessura, mais que 20 mm).
Fiberglass (PRFV) 
Fibras de vidro somadas a algum tipo de polímero, 
como o poliéster, ou algum tipo de epóxi ou melamina, 
tão nobre quanto o aço inox, mas com resistência da 
chapa de aço. Afirma Ambrozewicz (2012) que seu uso 
é grande em painéis de vedação, paredes divisórias e 
alguns equipamentos, mas que podem desenvolver di-
versos mobiliários, tampos de mesas, pias, bancos e até 
piscinas, que são produzidas com o PRFV (plástico re-
forçado com fibra de vidro), e muitos outros produtos. 
Além das características apontadas anteriormente, 
o autor Bauer (1994) ressalta que o material é muito 
leve e de fácil moldagem. Existem previsões de que, 
futuramente, esse material possa ser o mais utilizado 
no desenvolvimento de edificações na construção civil.
As normas da ABNT para estes materiais são 
a NBR 14.917: Revestimentos resilientes para 
pisos - Manta (rolo) ou placa (régua) vinílica 
flexível homogênea ou heterogênea em PVC, 
e a NBR 7374: Placa vinílica semiflexível para 
revestimento de pisos e paredes.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
POLIESTIRENO
Em relação à estética, oferece superfícies brilhantes e 
polidas, mas não é muito resistente ao calor e, como 
possui pouca flexibilidade, torna-se quebradiço. Esse 
material é aplicado em luminárias e elementos de ilu-
minação de menor custo. No entanto, conforme afir-
ma Ambrozewicz (2012), já existe o poliestireno de 
alto impacto, usado para algumas conexões sanitárias, 
para desenvolvimento de alguns mobiliários, como 
bancos ou armários, ou ainda, assentos sanitários. 
Poliestireno Expandido
Muito conhecido pelo nome de sua marca, o isopor 
(ou poliestireno expandido) é um material muito ver-
sátil. Composto de esferas comprimidas em um mol-
de, apresenta-se em blocos, que podem ser cortados 
146 
 
O acrílico despontou como um dos materiais do 
futuro que representa essa face da sociedade inova-
dora que rompe com o passado. É interessante ob-
servar o discurso acerca do material; Santos e Pedro 
(2010) expõem, em seu estudo, uma matéria da re-
vista “Casa e Jardim” do ano de 1972, que apresen-
tava a reportagem intitulada “Apresentamos a moda 
transparente: acrílico”. As autoras acrescentam que 
a revista “classifica este material como jovem, des-
contraído e versátil” (SANTOS; PEDRO, 2010, p. 5). 
De fato, esta é a reação dos indivíduos ao material. 
O acrílico possui forte apelo ao novo, atual, jovem e, 
com sua aplicação em diversos móveis assinados por 
profissionais famosos, é o material em destaque no 
mundo pop, como exemplo, a Cadeira Bolha de Aero 
Aarnio, a Cadeira Eames Eiffel, desenvolvida por 
Charmes e Ray Eames, e muitos outros.
Os acrílicos também são apontados pelo estu-
dioso Ambrozewicz (2012) como um tipo de polí-
mero nobre, que possui semelhanças, na aparência, 
com o vidro, inclusive com algumas qualidades óti-
cas. Podem ser denominados acrílicos ou plexiglass, 
e seu nome científico é poli (metacrilato de metila). 
O Indac – Instituto Nacional para o Desenvol-
Acrílico (PMMA)
 147
 DESIGN 
vimento do Acrílico ([2019], on-line)6 afirma que o 
material é conhecido desde o ano de 1843, mas que 
apenas em 1901 iniciou a sua expansão no merca-
do de consumo. Em relação às suas características, o 
Instituto ressalta que chega até a 92% de transmissão 
da luz, sendo um material duro, rígido e resistente (à 
radiação UV, às intempéries, a químicos - limitado 
aos solventes). No entanto, não é resistente ao álco-
ol, mas possui excelente moldabilidade.
Apresenta-se em muitas opções de cores: trans-
parentes, translúcidas ou opacas e, apesar de ser um 
material inflamável, possui baixa emissão de fuma-
ça, além de ser atóxico. Ao se tratar de resistência à 
abrasão, o acrílico é fraco, mas o material pode ser 
recuperado facilmente por polimento. 
Por fim, é seguro por não ser tão cortante como 
o vidro e seu índice de absorção de água é baixo, cer-
ca de 2%, com aumento dimensional de, no máximo, 
0,35%. 
zir a iluminação para suas bordas, acendendo-as (de-
pendendo das características tanto do produto acríli-
co quanto da iluminação), gerando um efeito muito 
bonito em suas peças. Por isso, é muito utilizado em 
totens empresariais de mesa e outros, tanto que Se-
gura (2010) afirma que “muitos trabalhos vêm sen-
do realizados utilizando o PMMA como guia de luz” 
(SEGURA, 2010, p. 22). 
As normas da Associação Brasileira de Nor-
mas e Técnicas (ABNT) possuem as NBR ISO 
7823-1 e 7823-2, informando os tipos, dimen-
sões e características das chapas de acrílico 
fundidas e extrudadas. 
Fonte: adaptado de Indac ([2019], on-line)6.
SAIBA MAIS
Ainda de acordo com o Indac, o acrílico pode ser co-
mercializado em chapas, em grânulos ou em pó. Pos-
sui garantia de dez anos, caso o material adquirido es-
teja de acordo com as normas de qualidade. Pode ser 
tratado durante o seu processamento, e esses materiais 
tratados se diferenciam para aplicação específica. 
Outra característica interessante apontada pelo 
Instituto é a iluminação. O acrílico consegue condu-
148 
 
Em relação à sua aplicação no design de interio-
res, há muita diversidade. Pode ser utilizado como 
divisórias de ambientes, mobiliários diversos, uten-
sílios domésticos, decorativos, forros, luminárias, 
além de ser utilizado como letreiros. São muitas as 
opções, e o uso pode seramplo, dependendo da cria-
tividade do(a) designer de interiores. 
 O ACRÍLICO E A ACÚSTICA 
O Indac informa que barreiras de acrílico chegam a 
reduzir até 60% de ruídos e que, por esse motivo, são 
aplicadas até em barreiras para rodovias com o intui-
to de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos 
que moram em suas proximidades. No entanto, é im-
portante, para esse resultado, atentar-se às espessuras, 
que devem ser de 10 mm e 15 mm quinze milímetros, 
com alturas de até 4 m. Elas podem ser constituídas 
de outros materiais, como fixação e barra em metal. 
Além do uso como barreiras em rodovias, também é 
indicado seu uso em igrejas, escolas e até em estádios 
esportivos, isto é, locais onde há grande ruído. 
De acordo com Ferreira Neto e Bertoli (2002), as 
barreiras de acrílico já são aplicadas em ambientes in-
ternos, como estúdios de gravação, e também nos am-
bientes externos. As autoras afirmam que o acrílico é 
também uma ótima escolha estética, “[...] por ser trans-
parente e, portanto, permitir ao receptor visualizar a 
fonte sonora” (FERREIRA NETO; BERTOLI, 2002, p. 
138). Neste estudo, elas ressaltaram a surpresa nos expe-
rimentos práticos em barreiras sonoras com o acrílico, 
em comparação com o concreto, ressaltando que o:
[...] acrílico superou em 4,9 dB a barreira de 
concreto. Nas frequências mais baixas, isto é, 
inferiores a 250 Hz, o desempenho da barrei-
ra de acrílico superou significativamente o de-
sempenho da barreira de concreto (FERREIRA 
NETO; BERTOLI, 2002, p. 138). 
As autoras, que compararam três materiais como barrei-
ras sonoras – o acrílico, a madeira e o concreto – conclu-
íram que a madeira possui um desempenho mais bai-
xo que os outros dois materiais. O concreto acaba por 
apresentar a melhor eficiência, e o acrílico apresenta boa 
atenuação dos ruídos, mas, por ser transparente (não 
bloquear a visão) enquanto oferece a redução sonora, é, 
muitas vezes, sendo a melhor opção.
O ACRÍLICO E A ILUMINAÇÃO
Como afirmado anteriormente, o acrílico possui al-
gumas características interessantes para seu uso em 
iluminação. O Instituto Nacional para o Desenvol-
vimento do Acrílico informa que o material apre-
senta inúmeras vantagens, como resistência térmica, 
alta estabilização contra raios ultravioleta e excelen-
te transparência, podendo também ser trabalhado 
com níveis de transparência/opacidade. Outra pos-
sibilidade interessante são as superfícies texturiza-
das e os desenhos que podem ser feitos no material. 
 149
 DESIGN 
Além disso, o(a) designer de interiores possui a 
liberdade de trabalhar com qualquer tipo de lâmpa-
da, apenas respeitando a distância entre ela e o mate-
rial. De acordo com o site do Indac (2015, on-line)7, 
as chapas acrílicas de qualidade resistem até 80 ºC. 
Outras características que devem ser ressaltadas são 
a leveza, a diversidade de cores e a maleabilidade do 
material, pontos positivos para o desenvolvimento 
criativo do(a) designer, não deixando de reafirmar 
que o acrílico tem a capacidade de conduzir a luz, 
diminuindo, assim, o consumo elétrico.
Ainda de acordo com o Indac (2015, on-line)7, se-
guem os benefícios que o acrílico oferece para a área 
de iluminação: mais leve que o vidro, mais seguro, 
porque sua quebra não provoca estilhaços, e é mais 
resistente. Nas chapas denominadas cristais, possuem 
transparência altíssima que independe da espessura 
do material. Se polidas adequadamente, suas bordas 
se iluminam. Além disso possuem durabilidade, re-
sistem às intempéries e aos raios ultravioletas e, quan-
do bem mantido, sua transparência pode durar até 
dez anos e os seus riscos podem ser removidos.
Antes de concluir o estudo deste material, ca-
ro(a) aluno(a), o Instituto Nacional para Desenvol-
vimento do Acrílico informa que deve haver muito 
cuidado na hora de sua especificação e, principal-
mente, o(a) profissional deve buscar informações 
acerca do seu fornecedor, pois muitos materiais pos-
suem semelhanças e podem ser confundidos com o 
acrílico, como o poliestireno, de menor qualidade e 
também de menor custo. 
Não se trata de criar mais uma cadeira, mas 
sim, de pensar em quem vai usá-la, onde, 
qual material idôneo para reduzir o impacto 
socioambiental, logística, seus usos e seus 
fins, para que, depois de ser cadeira, passe 
a ser outra coisa, útil para a pessoa, ou para 
outras pessoas.
Fonte: (Victor F. Megido)
REFLITA
150 
 
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro? 
“Lira Itabirana” - Carlos Drummond de Andra-
de
O excerto anterior é do famoso poeta brasileiro 
Carlos Drummond de Andrade, nascido na cidade 
de Itabira, Minas Gerais, onde nasceu a Vale do Rio 
Doce, empresa brasileira de mineração. Cançado 
(2006) afirma que o antigo pico do Cauê, de onde 
se iniciou a extração do ferro na cidade, era vis-
to pelo poeta como símbolo de alucinação “de um 
mundo um pouco fora dos gonzos” (CANÇADO, 
2006, p. 36). 
Isto nos leva a refletir como uma atividade de 
extração pode ser maléfica para uma comunidade. 
Mesmo quando existe expectativa de melhoria de 
vida, a atividade de mineração é posta em dúvida 
pelo poeta nas frases “Quantas lágrimas disfarça-
mos/Sem berro?”. Esta questão encontra-se, no seio 
da sustentabilidade, como a caracterítica negativa de 
uma atividade em seu meio socioambiental.
Como vimos já na primeira unidade deste li-
vro, na qual citamos o autor Moxon (2012), quan-
do nos referimos ao uso das pedras como mate-
riais para a construção civil, a extração é, sim, 
uma atividade nociva ao meio. Ela descaracteriza 
o ambiente dos seres que ali vivem, causando, en-
tre outras consequências, diminuição do habitat, 
alterações na cadeia alimentar, alteração da pai-
sagem local, retirada e até extinção dos animais e 
seres vivos daquele ambiente que sofre a agressão. 
Além disso, a atividade mineradora em si é muito 
nociva à saúde dos seres humanos que trabalham 
neste nicho, pois eles estão em contato direto com 
poeiras e gases que podem ser tóxicos, ou, em ca-
Sustentabilidade
 151
 DESIGN 
sos de jazidas em minas, correm o risco real de 
desabamentos. O uso de explosivos é outro fator a 
ser considerado quando se trata da saúde dos mi-
neiros – neste caso, “trabalhadores da mineração”. 
Outro ponto levantado pelo estudioso Moxon 
(2012) é que os metais também provêm de matéria 
finita, pois subentende-se que há um desenvolvi-
mento natural muito lento e, neste caso, não se com-
para o seu desenvolvimento natural com a rapidez 
da sua extração/de seu uso pela sociedade moderna, 
o que, provavelmente, acarretará no esgotamento 
desses materiais. No mais, há de se considerar toda a 
energia e água incorporadas que são gastas no trans-
porte e processamento desses materiais. Portanto, a 
extração dos metais, advinda dos minérios encon-
trados em jazidas, é uma atividade que caminha 
contra os conceitos de sustentabilidade. Entretanto, 
é interessante pensar que esses materiais, uma vez 
usados corretamente, são de muita qualidade (supe-
riores, às vezes, aos artificiais) e, portanto, podem 
ter um ponto positivo: sua vida útil longa que, de 
certa forma, evita o consumismo exagerado e torna 
desnecessário o desenvolvimento de outros produ-
tos para substituí-lo. 
O autor também ressalta a questão da recicla-
gem, a maioria das informações comerciais de em-
presas de venda desses materiais afirma que são 
recicláveis e que, portanto, estão de acordo com 
a questão da sustentabilidade. No entanto, não 
são todos os materiais que efetivamente são re-
cicláveis, e mesmo que sejam, nem todo material 
reciclado se enquadra na sustentabilidade, tendo 
em vista que alguns necessitam de grande energia 
incorporada para o processo de reciclagem, como 
é o caso do alumínio, gerando um gasto alto tan-
to de energiaquanto de água, ou ainda, gerando 
muito resíduo, fazendo com que o material perca 
seu valor sustentável. 
152 
 
Em relação aos metais, Moxon (2012, p. 102) é direto: 
O metal tem energia incorporada muito mais 
elevada que o vidro – em especial no caso do 
alumínio virgem – e depende de recursos não 
renováveis. Os metais reciclados reduzem a 
energia incorporada e conservam materiais 
brutos. O processo de manufatura é extrema-
mente poluente, mas o produto final é durável 
e não tóxico. Tome cuidado com acabamentos 
cromados, pois sua manufatura explora recur-
sos naturais escassos e gera resíduos tóxicos.
Ao se tratar dos polímeros, seus maiores pontos 
negativos relacionam-se aos resíduos, uma vez que 
esses materiais não se decompõem facilmente na 
natureza. Dessa forma, nos aterros, é muito comum 
encontrar pilhas desses materiais, além disso, ao se 
decomporem lentamente, os polímeros liberam, no 
meio ambiente, gases que podem ser nocivos aos 
seres vivos e à atmosfera. Este dado torna-se alar-
mante ao ser adicionado ao consumismo desenfre-
ado desta geração. No entanto, é possível diminuir 
esses pontos negativos especificando materiais po-
límeros não virgens, ou seja, materiais reciclados. 
Os plásticos usam petróleo não renovável, deman-
dam um processo de fabricação poluente, emitem 
substâncias químicas tóxicas e produzem resíduos 
de longo prazo. O plástico reciclado envolve algu-
mas dessas questões (MOXON, 2012, p. 106).
É importante destacar que a reciclagem dos polí-
meros também não é fácil. Existem muitos tipos de 
polímeros, de propriedades diversas, o que faz ne-
cessário uma reciclagem separada, e essa é uma das 
dificuldades encontradas em tal processo. Apesar 
disso, conforme afirma Moxon (2012), já estão no 
mercado produtos de polímeros reciclados, como 
diversos tipos de mobiliários e, até mesmo, tecidos 
de garrafas PET recicladas ou mesmo de náilon, po-
liéster e borracha reciclados. 
I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro? 
(Carlos Drummond de Andrade - “Lira Itabirana”).
 153
 DESIGN 
154 
C
aro(a) aluno(a), finalizamos mais uma unidade, concluindo a penúltima uni-
dade deste livro. Nesta etapa, adquirimos diversas informações acerca dos me-
tais e dos polímeros, além de compreendermos a questão da sustentabilidade 
para esses materiais, ao visualizá-los tomando vida em projetos e produtos.
Os metais nos surpreenderam por participarem tão próximos de nossa evolução 
intelectual, tão importantes que concedem seus “nomes” para a especificação ou a 
classificação de algumas das nossas “eras” ou períodos ou momentos históricos. São 
variados materiais, com diferentes aplicações, processamentos e formas de extração 
que possuem uma beleza única em sua coloração e em seu brilho singulares. Com-
preendemos que são materiais de extrema resistência e que possuem ampla aplicação 
na construção civil.
Os polímeros, os jovens materiais, frutos da evolução da ciência e da tecnologia, 
são materiais apaixonantes, graças às características que se assemelham ao vidro. Ao 
mesmo tempo em que são leves, moldáveis e mais seguros, possibilitaram aos desig-
ners da época o desafio de criar produtos inteiriços – um salto para o design, para 
a criatividade. Em contrapartida, carregam para si toda a simbologia de uma época 
de capitalismo e consumismo crescentes, e sem consciência dos futuros problemas 
ambientais que seriam acarretados por toda a Revolução.
Na questão da sustentabilidade, você pode visualizar os problemas existentes em 
relação ao meio socioambiental desses dois materiais e como acarretam modifica-
ções e problemas para o meio que os cerca.
considerações finais
 155
atividades de estudo
1. Em relação aos metais estudados nessa unida-
de, leia e assinale a afirmativa correta:
a) O chumbo é um material muito utilizado em 
tubulações de água e esgoto. Foi o substituto 
do estanho, material com muita resistência, po-
rém tóxico.
b) O alumínio é um material muito atraente, que 
possui coloração cinza claro e, polido, possui 
um brilho único. O seu ponto negativo é que 
não possui resistência às altas e baixas tem-
peraturas.
c) O duralumínio é um material desenvolvido 
com adição, em sua composição, de outros 
materiais, como o cobre e o manganês. Por 
isso, é denominado liga.
d) O cobre e o aço corten são o mesmo material. 
Possuem cor avermelhada causada por uma 
ferrugem chamada pátina, além de apresenta-
rem ótima resistência, sendo muito utilizados 
em projetos sustentáveis por serem recicláveis.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
2. De acordo com os dados da unidade, em rela-
ção aos materiais e à sustentabilidade, analise 
as seguintes afirmativas.
I. Um dos maiores problemas dos metais em re-
lação à sustentabilidade é que a sua extração 
é nociva ao meio ambiente.
PORÉM
II. Será sempre melhor o(a) designer de interio-
res especificar os metais do que especificar 
os polímeros, porque esses não são materiais 
recicláveis.
Assinale a alternativa correta:
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, 
mas a II não é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são proposições verdadei-
ras, e a II é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a 
II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é 
uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
3. Como você, em atendimento, argumenta o uso 
dos metais e dos polímeros em seu projeto 
para um usuário que o(a) questiona sobre as 
questões ambientais?
4. Sobre os polímeros, considere as afirmações a 
seguir:
I. São divididos em três categorias: termoplásti-
cos, termofixos e elastômeros.
II. Os elastômeros podem ter origem vegetal ou 
sintética, respectivamente, a borracha e o si-
licone.
III. A forma correta da denominação dos plásti-
cos é polímeros, visto que plásticos podem 
também se referir aos materiais que possuem 
alguma característica da plasticidade.
IV. Os elastômeros podem ter origem mineral ou 
sintética, respectivamente, a borracha e o si-
licone.
V. São divididos em quatro categorias: termo-
plásticos, termofixos, elastômeros e plásticos.
De acordo com o exposto, assinale a alternati-
va correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Todas estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
5. Explique o que é o acrílico e responda: em re-
lação ao uso do acrílico e do vidro, quais são 
as questões que podem ser levantadas no brie-
fing que direcionarão o uso de um ou outro 
material no projeto?
156 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Caro(a) aluno(a), segue, nesta leitura complementar, o resumo de um artigo que estuda 
as possibilidades do container na habitação. Esse produto, inicialmente desenvolvido para 
exercer outra função, virou uma alternativa para a Engenharia Civil e para Arquitetura, 
como edificação de ambientes não só residenciais, mas também comerciais e temporários. 
Para o(a) profissional do Design de Interiores, é interessante conhecer e se aprofundar 
nesse novo objeto de trabalho, edificações que não são de alvenaria e que constituem 
uma possibilidade real de trabalho em ambientação. Para continuar a leitura, você poderá 
encontrar o endereço para acesso ao restante do material nas referências bibliográficas.
CONTAINERS: A NOVA ERA DAS EDIFICAÇÕES
O setor da construção civil apresenta-se em constante evolução, principalmente no que se 
refere à satisfação das necessidades da populaçãoe, atualmente, sem prejudicar o meio 
ambiente. Desta forma, torna-se crucial que todas as atividades antrópicas sejam repensa-
das e correlacionadas à sustentabilidade, diminuição na geração de resíduos, preservação 
ambiental e às novas alternativas de construção que racionem o uso da água e o consumo 
de energia, por exemplo. Neste contexto, existem diversas alternativas possíveis de serem 
aplicadas na construção civil – uma delas é a edificação em containers. Os containers são 
reservatórios de metal, de grandes dimensões, normalmente usados para o transporte de 
carga, por isso, muito resistentes. O descarte desses equipamentos não biodegradáveis 
contribui para uma poluição ambiental, sendo assim, sua reutilização torna-se importante. 
Assim, o objetivo do presente trabalho é apresentar uma proposta de “casa-container”, a 
 157
LEITURA
COMPLEMENTAR
qual trata-se de um método alternativo de edificação para habitações, oferecendo abrigo 
de forma sustentável, ao passo em que se reaproveitam containers que porventura seriam 
descartados. O uso de containers em edificações permite a redução nos custos de obra, 
proporciona economia no tempo de execução, além de um belo e moderno design. O preço 
geralmente apresenta-se acessível, e além de ser resistente ao intemperismo, possui como 
principal vantagem a baixa geração de resíduos sólidos da construção e demolição – RCDs 
durante a execução da obra, proporcionando, portanto, um baixo impacto ambiental. São 
evidentes os inúmeros benefícios da transferência de casas convencionais para as de con-
tainers, porém, existem cuidados a serem tomados. O consumidor deve estar ciente da 
origem do equipamento, e se assegurar que o mesmo não foi usado para transporte de 
produtos tóxicos, que possam prejudicar a saúde, sobretudo, é importante que eles sejam 
devidamente higienizados. As despesas para a operação custam por volta de R$1.500,00/
m2 de construção – inclusos cortes para adaptações nos containers, projeto hidráulico, 
revestimento interno para conforto térmico, instalações elétricas e assentamento de piso 
–, isto equivale a uma economia de 20% quando comparado à uma construção convencio-
nal de alvenaria, um percentual bastante significativo. Por fim, conforme as informações 
elencadas, pode-se concluir que este novo método de construção civil utilizando containers 
apresenta uma solução possível para as edificações sustentáveis, uma vez que utiliza como 
matéria-prima um elemento que outrora era considerado um resíduo, retirando-o do meio 
ambiente e reduzindo os impactos ambientais oriundos do processo construtivo. 
Fonte: Trovo, Gois e Oliveira (2015, p. 1).
158 
material complementar
Cinquenta Cadeiras que Mudaram o Mundo
Design Museum
Editora: Autêntica
Sinopse: tudo à nossa volta tem um design, e essa palavra já é parte de nossa vivên-
cia diária. Mas o quanto sabemos sobre o assunto? Cinquenta cadeiras que muda-
ram o mundo contribui para esse conhecimento, listando as 50 principais cadeiras 
a terem impacto substancial no mundo do design de hoje. Da cadeira sem braços 
Thonet à Chair One, de Konstantin Grcic, em relação a cada cadeira, há uma breve 
referência para que se explore tanto o que conferiu a ela seu status icônico quanto 
os designers que lhe proporcionaram um lugar especial na história do design.
Indicação para Ler
Objectified (2009)
Konstantin Grcic
Objectified é um documentário de longa-metragem sobre o nosso relacionamento 
complexo com objetos manufaturados e, por extensão, com as pessoas que os 
projetaram. É um olhar para a criatividade no trabalho por trás de tudo, até esco-
vas de dentes para aparelhos eletrônicos. É sobre os designers que reexaminam, 
reavaliam e reinventam o nosso ambiente diariamente. É sobre expressão pesso-
al, identidade, consumismo e sustentabilidade. O filme documenta os processos 
criativos de alguns dos designers de produtos mais influentes do mundo e analisa 
a forma como as coisas que eles fazem impactam em nossas vidas. O que pode-
mos aprender sobre quem somos e quem queremos ser, a partir dos objetos com 
os quais nos cercamos?
Indicação para Assistir
 159
material complementar
Este material apresenta as qualidades do inox e como ele pode ser aplicado para uso dos idosos em diver-
sas situações.
Web: http://www.abinox.org.br/upfiles/arquivos/downloads/apresentacoes/traducoes/aco-inoxidavel-benefi-
cios-para-pessoas-da-3a-idade.pdf.
Indicação para Acessar
Material ecológico Rivesti. Aqui, você, caro(a) aluno(a), poderá conhecer melhor este material.
Web: http://rivesti.com.br/.
Indicação para Acessar
160 
referências
ABNT. NRB 7374: Placa vinílica semiflexível para revestimento de pisos e paredes. Rio de Janeiro: ABNT, 
2006.
ABNT. NRB 14917: Revestimentos resilientes para pisos - Manta (rolo) ou placa (régua) vinílica flexível ho-
mogêna ou heterogênea em PVC. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ABNT. NRB ISO 7823-1: Plásticos — Chapas de poli(metacrilato de metila) – Tipos, dimensões e caracterís-
ticas. Parte 1: Chapas fundidas. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
ABNT. NRB ISO 7823-2: Plásticos — Chapas de poli(metacrilato de metila) – Tipos, dimensões e caracterís-
ticas. Parte 2: Chapas extrudadas. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
AMBROZEWICZ. P. H. L. Materiais de construção: normas, especificações, aplicação e ensaios de laborató-
rio. São Paulo: Pini, 2012.
AZEREDO, H. A. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Blucher, 2000.
BAUER, L. A. F. Materiais de construção: novos materiais para construção civil. São Paulo: GEN, 1994.
BINGGELI, C.; CHING, F. D. K. Arquitetura de interiores ilustrada. Tradução de Alexandre Salvaterra. 3. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CANÇADO, J. M. Os sapatos de Orfeu: biografia de Carlos Drummond de Andrade. São Paulo: Globo Li-
vros, 2006.
CARDOSO, C. E.; POZZI, M.; CURTIS, M. do C. G. Contextualização histórica do design e análise semióti-
ca: instrumentos projetuais no desenvolvimento de produtos. Blucher Design Proceedings, Gramado, v. 1, n. 
4, p. 803-815, set./nov. 2014.
FARRELLY, L.; BROWN, R. Materiais para o design de interiores. Tradução de Alexandre Salvaterra. Barce-
lona: Gustavo Gilli, 2014.
FERRAZ, H. O aço na construção civil. Revista Eletrônica de Ciências, São Carlos, n. 22, p. 1-16, out./dez. 2003.
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aspectos objetivos e subjetivos. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRU-
ÍDO, 9., 2002, Foz do Iguaçu. Anais [...]. Foz do Iguaçu: Mabu Thermas & Resort, 2002. p. 135-142.
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século XXI. São Paulo: Gente, 2016. p. 8 - 21.
MORRIS, R. Fundamentos de design de produto. Tradução de Mariana Bandarra. Porto Alegre: Bookman, 
2010.
MOXON, S. Sustentabilidade no design de interiores. Tradução de Denise de Alcântara Pereira. Espanha: 
Gustavo Gili, 2012.
 161
referências
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SEGURA, D. F. Estudos preliminares da preparação de fibrasópticas plásticas e híbridos orgânicos-inor-
gânicos luminescentes a partir de poli (metacrilato de metila) comercial. 2010. 71 f. Dissertação (Mestrado 
em Química) – Instituto de Química de Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 
Araraquara, 2010.
TROVO, I. P.; GOIS, P. P. de; OLIVEIRA, R. C. de. Containers: a nova era das edificações. In: ENCONTRO 
TOLEDO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 1., 2015, Presidente Prudente. Anais [...]. Presidente Prudente: 
Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo, 2015.
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2 Em: http://portal.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/27936. Acesso em: 27 maio 2019.
3 Em: http://portal.anvisa.gov.br/legislacao#/. Acesso em: 27 maio 2019.
4 Em: http://www.acobrasil.org.br/site2015/siderurgia_mundo.asp. Acesso em: 27 maio 2019.
5 Em: http://www.abinox.org.br/upfiles/arquivos/downloads/apresentacoes/traducoes/aco-inoxidavel-bene-
ficios-para-pessoas-da-3a-idade.pdf. Acesso em: 28 maio 2019.
6 Em: http://www.indac.org.br/. Acesso em: 28 de maio.
7 Em: http://www.indac.org.br/o-acrilico-na-iluminacao/. Acesso em: 28 de maio.
162 
gabarito
1. C.
2. C.
3. Atividade de reflexão sobre a responsabilidade social do(a) designer de 
interiores. O aluno deverá responder, de acordo com o conteúdo dado, 
quais as qualidades destes materiais e a visão positiva acerca do uso des-
tes produtos.
4. D.
5. O(a) aluno(a) deverá explicar e apontar as características do material, de 
forma breve, e citar, em suas argumentações, quais informações, como a 
presença de crianças e animais no ambiente, farão a escolha do material 
mais seguro, como o acrílico, ou ainda, a necessidade do uso para o blo-
queio de som etc.
UNIDADE V
Professora Me. Carla Prado Vieira Verdan
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Tintas
• Produtos animais
• Outros materiais
• Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Classificações do Mobiliário
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade das resinas.
• Abordar história, definição, classificações e aplicabilidade dos produtos animais.
• Apresentar, definir, classificar e abordar a aplicabilidade de outros materiais.
• Apresentar como esses materiais comportam-se em relação ao conceito de sustentabilidade.
RESINAS E OUTROS MATERIAIS
unidade 
V
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), chegamos à última unidade deste livro de mate-
riais e revestimentos. Nesta etapa, estudaremos acerca das tintas, 
material importante à sociedade humana, pois elas contam, através 
dos séculos, a nossa história. Os humanos primitivos já utilizavam 
o material para decorar suas cavernas, mas não apenas isto, faziam ali o rela-
to das suas vidas e, mesmo utilizando de materiais naturais, compreendidos 
como produtos não muito duráveis, os desenhos chegaram aos dias atuais, 
em muitos casos, expostos em cavernas, portanto, protegidos das intempé-
ries do meio externo. Esses desenhos demonstram que é possível utilizarmos 
de matérias-primas naturais para proteger e embelezar nossos ambientes. 
Em um segundo momento, estudaremos os produtos animais, outros ve-
lhos conhecidos da humanidade. Veremos como se dá o uso de peles, couro 
e marfim e por que as suas aplicações estão cada vez mais acuadas pelos no-
vos conceitos sociais de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.
No terceiro tópico da unidade, conheceremos outros materiais, al-
guns novos, outros nem tanto, mas que possuem um objetivo e uma jus-
tificativa de existência baseados nas questões ambientais. Também refle-
tiremos sobre a questão da sustentabilidade no que tange ao uso desses 
materiais anteriormente apontados, compreendendo as implicações de 
seus usos e como será possível para o mercado desenvolver formas de 
lidar com uma sociedade preocupada com o meio ambiente.
Ótima leitura!
168 
 
 169
 DESIGN 
Tintas
Quando pensamos em mudar um ambiente, é muito 
comum surgir, como primeira ideia, a aplicação de tin-
tas, ou seja, pintar uma ou mais paredes, readequando 
suas cores e suas texturas às necessidades do momento. 
A atividade parece ser simples pela praticidade e facili-
dade de aplicação das tintas em qualquer superfície e, 
assim, também se torna comum a ideia de pintar um 
antigo móvel (ou qualquer outro produto ou utensílio) 
para torná-lo atraente novamente. Entretanto, a fun-
ção das tintas, na construção civil vai além das ques-
tões estéticas normalmente adotadas como destaque 
pelos usuários e alguns profissionais. Conforme afirma 
Ambrozewicz (2012), as tintas possuem a responsabi-
lidade de evitar que os materiais pereçam e, portanto, 
garantem a sua proteção. E, de acordo com Mello e Su-
arez (2012), também são usadas pela arte na criação de 
obras e na expressão sentimental.
No Brasil, é possível encontrar arte rupestre de 
norte a sul do país, e as pinturas rupestres mais 
antigas encontradas estão no Parque Nacional 
da Serra da Capivara, que foram tombadas 
pela Unesco como patrimônio histórico da 
humanidade, as quais datadas de 11 mil anos. 
Fonte: Mello e Suarez (2012, p. 4).
SAIBA MAIS
170 
 
rio do afresco, que, por ser uma técnica que possuía 
tinta composta por materiais inorgânicos, sobrevi-
veu. Essa nova técnica consistia no uso de materiais 
como cal, areia e água, a esta mistura fresca adicio-
nava-se os pigmentos para formar as cores e, então, 
eram aplicadas nas paredes. De acordo com Mello 
e Suarez (2012), foram essas sociedades que desen-
volveram o uso de corantes, inclusive para o uso em 
tingimentos de têxteis.
A evolução das tintas voltou a acontecer apenas 
com o Renascimento, quando se descobriu a tinta a 
óleo – um exemplo de arte com este tipo de tinta é a 
obra “Monalisa”, de Leonardo Da Vinci. Entretanto, 
apenas com o desenvolvimento da indústria de tintas 
sintéticas, a partir do petróleo e do carvão natural, que, 
por volta do século XX, começam a surgir, no merca-
do, muita diversidade de cores e de tipos de tintas. Foi 
também neste período, conforme afirmam Mello e Su-
arez (2012), que se descobriu como deixar de utilizar, 
na pigmentação, minerais tóxicos, como o vermelho 
de chumbo, o amarelo de Nápoles e o branco de prata.
É fato que diversos pintores vieram a falecer de-
vido à exposição a essas tintas. No Brasil, Cândido 
Portinari – pintor de diversas obras maravilhosas, 
bem como os gigantes painéis das Nações Unidas, de-
nominados “A Paz e a Guerra” expostos nos Estados 
Unidos – foi uma das vítimas desse material. Assim, 
temos as palavras de Antonio Callado (2003):
Para evitar a contaminação do chumbo, Can-
dinho pintou durante anos com luvas amarelas, 
de borracha [...] Não é acaso que Portinari tenha 
morrido de moléstia proveniente de tintas de 
óleo. Um fim de vida com mais que quinhão de 
desgastes terá tornado seu organismo mais vulne-
rável ao veneno antigo. A verdade, porém, é que 
caiu depois de um longo combate. Para ele, qual-
quer contato com certas tintas constituía perigo. 
Como afirmam os autores citados anteriormente, é pos-
sível que os indivíduos primitivos conheçam as tintas até 
antes de 30 mil anos atrás. Seus primórdios são as pinturas 
rupestres, cuja função pode ser decorativa e comunicativa, 
mas, em pouco tempo, os fenícios, por exemplo, reconhe-
ceram outras das suas propriedades e começaram a uti-
lizar as tintas para a proteção de seus barcos de madeira:
Com o passar do tempo, a tinta cada vez mais 
é usada como proteção de superfícies, do que, 
propriamente, como forma de expressão artísti-
ca. Atualmente a indústria de tintas está pratica-
mente voltada para a proteção e embelezamento 
de superfícies, sendo marginal a fatia de mercado 
destinada à arte (MELLO; SUAREZ, 2012, p. 4).
E, desta forma,o conhecimento sobre as tintas evo-
luiu até chegar à atualidade com grandes qualidades e 
diversidades de composições. Inicialmente, porém, os 
primeiros povos que trabalharam com as tintas utili-
zavam-na como elemento para decoração, bem como 
os egípcios e o chineses. Essas pinturas, além de em-
belezarem os ambientes, também contavam histórias 
de caça, das rotinas daquela população e de sexo. 
Ainda de acordo com os autores Mello e Suarez 
(2012), não se pode afirmar quais eram as composi-
ções primitivas desse material. Acreditam os estudio-
sos que eram desenvolvidas a partir de minerais tritu-
rados para conseguir as cores, e de resinas naturais e/
ou animais, como a seiva de plantas e a clara de ovos.
Na sociedade greco-romana, as tintas sofre-
ram a evolução para o uso na arte e na decoração, 
a têmpera e o afresco. Com a têmpera, os artistas 
desenvolveram a técnica da perspectiva, mas como 
a tinta era orgânica, e o clima, úmido, os desenhos 
não sobreviveram até nossos dias, deterioraram-se 
pela proliferação de micro-organismos, ao contrá-
 171
 DESIGN 
Mas sua resposta ao primeiro envenenamento foi 
encomendar longos guantes de borracha - para 
continuar pintando. [...] Mas doente ou são, desde 
seus quatorze anos, Portinari pintava e só parou 
de pintar ao pisar outro dia o patamar da morte 
(CALLADO, 2003, p. 145-177).
Figura 1 - Painel Guerra e Paz, de Portinari
Fonte: Saber Cultural ([2019], on-line)¹.
Desta forma, os antigos materiais tóxicos foram subs-
tituídos pelos novos produtos desenvolvidos, conten-
do menor toxicidade. Foi também nesse século que 
novos tipos de resinas foram descobertas, aumen-
tando a qualidade e a resistência contra água e até o 
álcool, reduzindo, também, o tempo de secagem e, 
ainda, apresentando dureza superior. De acordo com 
Mello e Suarez (2012), a maioria dessas novas tintas 
são voltadas para revestimento de superfícies, ou seja, 
são muito empregadas na construção civil.
Nos dias de hoje, as tintas possuem, em sua com-
posição, no mínimo, dois tipos de materiais: as par-
tículas (ou pigmentos) e o veículo. O pigmento deve 
cobrir e decorar toda a superfície, e o veículo deve 
formar a película de proteção. Nas tintas comuns, o 
veículo pode ser de óleos ou resinas, e os pigmen-
tos, de materiais insolúveis. Para o futuro, os auto-
res anteriormente citados apontam o uso das tintas 
com constituintes derivados das biomassas, ou seja, 
componentes orgânicos. Além disto, existe um ape-
lo crescente para o retorno do uso das tintas natu-
rais, no que tange aos conceitos da sustentabilidade, 
ideias que se tornam cada dia mais frequentes em 
nossa sociedade atual.
Aluno(a), você sabia que pode visitar o museu 
da Casa de Portinari online?
Para fazer um tour virtual com imagens inte-
rativas pela casa onde viveu o artista, acesse:
https://www.museucasadeportinari.org.br/
visite-o-museu/visita-virtual-2.
Fonte: a autora..
SAIBA MAIS Alfredo Volpi, pintor-decorador, era um dos 
profissionais que utilizavam as tintas naturais 
para aplicação em suas obras. O pintor de-
senvolvia as suas próprias tintas em seu ateliê 
e adotou a técnica da têmpera (constituída 
com clara de ovo), deixando completamente 
de trabalhar com as tintas industrializadas. 
Em suas próprias palavras, o pintor afirma 
sobre as tintas industriais: “elas criam mofo 
e perdem vida com o passar do tempo”.
Fonte: adaptado de Rodrigues (2011, p. 13).
Fonte: a autora..
SAIBA MAIS
172 
 
AS TINTAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Para Azeredo (2000), as tintas podem ser classifica-
das quanto à sua função na construção civil e, neste 
caso, estão separadas em três grupos: para pintura 
arquitetônica com função protetora e decorativa; 
para manutenção, unicamente com a função de pro-
teção; e aquelas para comunicação, cuja função é de 
identificação, delimitação de áreas e prevenção de 
acidentes. Para Bauer (1994), as tintas possuem tan-
tas variedades que a sua classificação foge às limita-
ções das classes e, portanto, toda a classificação ado-
tada é somente para melhor compreensão didática.
Ambrozewicz (2012), por sua vez, inicia afirman-
do as diferenças entre tintas, vernizes, lacas e esmaltes:
a. Tintas: separação de pigmentos em resinas 
(também chamadas veículos) que na aplica-
ção formam um filme aderente, ou seja, é um 
material líquido e colorido que quando apli-
cado torna-se sólido, cuja função é proteger e 
embelezar as superfícies. 
b. Vernizes: gomas ou resinas dissolvidas em 
óleos ou solventes voláteis que se transfor-
mam em películas transparentes ou translú-
cidas, também com a função de proteção e 
embelezamento de superfícies.
c. Lacas: compostas de veículos voláteis, resinas 
sintéticas, plastificantes, cargas e corantes, as 
cargas são materiais que diminuem a visco-
sidade da solução, os plastificantes servem 
como um lubrificante, oferecendo flexibili-
dade à laca. Como oferecem uma cobertu-
ra muito resistente e brilhante, foram muito 
bem aceitas na indústria automotiva e não 
demorou muito para serem aplicadas em mó-
veis, produtos e outros.
d. Esmaltes: adicionando pigmentos aos verni-
zes, tem-se o que se denomina esmalte. Sua 
maior característica é o toque extremamente 
liso da superfície que recebeu esse material, 
além de garantir brilho e resistência.
Azeredo (2000, p. 150) acrescenta, no caso dos esmal-
tes, que o material “tem um considerável poder de 
cobertura e retenção da cor e alguns esmaltes secam 
dando um acabamento fosco aveludado, em vez de 
um acabamento brilhante”. Ao se tratar das lacas, este 
autor informa que o termo, primeiramente, definia os 
produtos naturais utilizados pelos orientais, e passa a 
carregar outro significado após o desenvolvimento de 
compostos obtidos do algodão.
Em sua classificação, Azeredo (2000) apresenta as tin-
tas que se dissolvem em água: base de cal, base de cimento, 
colas animais, betumes, óleo-resinosas, polímeros-látex e 
tintas que se dissolvem em solventes: óleo, óleo resinoso, 
alquídicas, betuminosa e resina em solução. 
Caro(a) aluno(a), ao se tratar das resinas, é im-
portante apontar que muitas são aplicadas na cons-
trução civil para revestimentos, assim como as tin-
tas, porém são mais utilizadas no revestimento de 
piso, aplicada em seu estado líquido, transforman-
do-se em produto rígido na secagem, para conclu-
são de sua instalação. Outras aplicações também são 
muito comuns, como as resinas de vedação, que ser-
vem como cola, ou as que atuam, de fato, na instala-
ção de outros materiais, e não tanto como material 
de acabamento. Para estes, existem amplas funções. 
Deve o(a) designer de interiores estar atento(a) ao 
que cada material pode lhe oferecer.
 173
 DESIGN 
Vejamos, de acordo com a classificação de Aze-
redo (2000), as tintas e resinas:
• Tintas miscíveis em água – Base de cal: caiação 
(pintura de tinta à base de cal), recomenda-se 
aplicação em alvenaria e paredes argamassadas. 
É uma das mais antigas técnicas, é econômica e 
prática, constitui-se de cal fina e água, podem 
ser adicionados corantes e óleo de linhaça para 
potencializar sua aderência à superfície. 
• Têmpera: base de cal que apresenta acabamento 
texturizado, constituindo-se de corantes e gesso.
• Tintas miscíveis em água – Base cimento: 
cimento Portland e corantes. As cores são 
limitadas e, geralmente, utiliza-se apenas o 
branco. Sua aparência é fosca e possui grande 
mobilidade e resistência.
• Tintas miscíveis em água – De caseínas: pro-
teína do leite ou proteína de outro animal, dis-
solvidas em água. O acabamento possui pouco 
brilho, mas possuem cores bem vivas. Não de-
vem ser expostas à água, portanto, não são in-
dicadas para superfícies externas. Atualmente, 
este tipo de tinta quase não possui mais adesão 
no mercado, sendo muito raro o seu uso. En-
tretanto,profissionais da área da permacultura 
e simpáticos aos novos conceitos de responsa-
bilidade ambiental estão colocando-as em prá-
tica. Para a pigmentação, são utilizados mate-
riais naturais, entre eles, os barros ou terras.
• Tintas miscíveis em água – Emulsões de betu-
me: constituintes de materiais extraídos do pe-
tróleo, possuem coloração quase sempre preta e 
sua função principal é de proteção em situações 
cujo objetivo não será a aparência. As emul-
sões se caracterizam por serem constituídas de 
dois líquidos miscíveis; para tanto, é necessário 
agentes emulsionantes, que podem ser gelatina, 
sabões, goma arábica, entre outros.
De acordo com o Projeto Cores da Terra, da 
Universidade Federal de Viçosa, é possível 
desenvolver tintas econômicas e de baixo 
impacto ambiental resgatando uma antiga 
técnica chamada barreado. Para tanto, é ne-
cessário utilizar, para a pigmentação, a terra 
encontrada em sua região, água, cola branca 
à desse líquido ou grude (uma mistura de 
SAIBA MAIS
polvilho azedo, soda cáustica e água).
Para saber mais sobre esse material, sua pre-
paração e estética, acesse:
https://biowit.files.wordpress.com/2010/11/
cartilha-cores-da-terra-150dpi-modificada.pdf.
Fonte: adaptado de Cores da Terra (2009, on-line)2.
174 
 
• Tintas miscíveis em água – Emulsões de 
polímeros: grande avanço da tecnologia da 
indústria das tintas, estas são de resinas sin-
téticas que se misturam à água. São laváveis 
e possuem grande diversidade de cores e 
tons. A que possui maior saída no mercado 
é a chamada tinta à base de PVA (acetato de 
polivinila), aplicada em ambientes externos 
e internos. Ainda possuem, como vantagem, 
a secagem rápida, aderem em superfícies um 
pouco úmidas, o cheiro é neutro e têm cer-
ta segurança quanto ao fogo. Possuem boas 
características, como: impermeabilidade, 
resistência ao manchamento, flexibilidade, 
resistência aos agentes químicos (podem ser 
lavadas com sabão) e bom rendimento.
• Tinta a óleo: clássicas e tradicionais, com aca-
bamento brilhante, possuem boa durabilida-
de, resistência às intempéries e flexibilidade. 
Constituem-se de solventes, secantes, pigmen-
tos e cargas, os óleos podem ser de linhaça, 
soja ou mamona. Necessitam de solvente para 
diminuir a sua viscosidade e facilitar a sua apli-
cação. Os mais conhecidos são o querosene, a 
benzina e a gasolina. Os secantes, obviamente, 
ajudam no processo de secagem, constituídos 
de sabões, resinas e outros materiais. As cargas 
também são pigmentadoras e auxiliam na me-
lhora e na da cobertura da tinta.
• Betumes com a adição de óleo: originam re-
vestimentos escuros e brilhantes, com resis-
tência aos ácidos, álcalis e produtos químicos.
• Resinas em solução: resinas que contêm, em 
seus veículos, grande quantidade de óleo. 
Possuem diversas constituições: 
• As vinílicas: alta resistência aos produtos quími-
cos e solventes, durabilidade boa, odor neutro.
• As borrachas sintéticas: possuem grande 
elasticidade, as de neoprene são indicadas 
para pisos esportivos em interiores. A bor-
racha clorada é aplicada em ambientes da 
saúde, nos quais, se necessita de segurança 
contra contaminação; em ambientes relacio-
nados com alimentos e onde se necessita do 
uso de agentes químicos, indicadas para am-
bientes internos. Podem ser utilizadas para 
superfícies de piscinas. 
• Ureia e Melamina: inodoras, insípidas e não 
tóxicas, possuem resistências mecânicas. Nor-
malmente usadas com acabamento em alta 
temperatura, são aplicáveis para revestimento 
de pisos, também nas superfícies de madeira.
• Epóxis: resistentes quimicamente e flexíveis, 
possuem alto isolamento elétrico, sendo durá-
veis e possuindo boa coloração. Tem-se a resi-
na epóxi líquida (excelentes impermeabilizan-
tes se misturada aos betumes); resina de epóxi 
sólidas (aplicada em pisos e revestimentos 
marítimos); e resinas epóxi à base de éter. As 
resinas podem ser misturadas a outras. Atual-
mente, esses pisos são utilizados em ambientes 
comerciais (lojas) como ponto de destaque, e 
já aparecem em alguns ambientes residenciais. 
São apreciadas pelo brilho, por aceitar dese-
nhos diferenciados, por possuírem colorações 
diversas e por serem monolítico.
• Silicone: relaciona grande quantidade de re-
sinas de polímeros. Possuem resistência às 
altas temperaturas, à água e oferecem grande 
variedade de colorações. Um exemplar destes 
materiais são os pisos poliuretanos, também 
denominados de porcelanatos líquidos (en-
tretanto, este nome também pode denominar 
os pisos de resinas epóxi, o profissional deve 
ficar atento às diferenças).
• Resinas de poliacrílico: utilizadas como base 
de tintas acrílicas.
 175
 DESIGN 
Em relação às resinas anteriormente apontadas por 
Azeredo (2000), o autor Bauer (1994) esclarece que 
elas são utilizadas pelas indústrias de vernizes e 
tintas. Observa-se que as tintas possuem, como já 
aprendemos anteriormente, no mínimo, dois ele-
mentos, sendo eles o pigmento e o veículo (o pig-
mento é a película colorida, a adição de uma liga, 
a qual advém de diversas fontes, sendo o veículo o 
que espalha os pigmentos). Enfim, encontra-se, no 
mercado, diversas tintas e vernizes que possuem a 
adição de resinas e esses materiais possuem grande 
durabilidade. Bauer (1994) afirma que esses mate-
riais se transformam em revestimentos diversos, 
por exemplo, em revestimentos plásticos para pisos, 
revestimentos vinílicos para pisos (vulcapiso, pavi-
flex, eterflex), e podem ser aplicados em acabamen-
tos plásticos laminados (fórmica, formiplac), como 
revestimento de chapas de MDF ou MDP (lamina-
do melanímico de alta pressão), e como adesivos 
(contact) para aplicações diversas. Sobre o epóxi, o 
autor também afirma que são os plásticos novos e 
mais versáteis, e que, para obterem maior qualidade, 
devem ser combinados com outros elementos. São 
aplicados como revestimentos e como adesivos para 
o concreto, e suas maiores finalidade são, de acordo 
com Bauer (1994), como adesivos, selantes, revesti-
mentos (de parede) e pavimentação.
Figura 3 - Aplicação de revestimento epóxi
A normativa brasileira que regulariza o uso 
de pisos de epóxi é a NBR 14050 – Sistemas 
de revestimentos de alto desempenho, à base 
de resinas epoxídicas e agregados minerais – 
Projeto, execução e avaliação do desempenho 
– Procedimento.
Fonte: adaptado de NBR 14050 (1998).
SAIBA MAIS
176 
 
CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES FUNDA-
MENTAIS DAS TINTAS
Apesar da enorme variedade de tipos de constituição 
das tintas, Ambrozewicz (2012) defende a importân-
cia de considerar suas características e funções funda-
mentais. Sobre as características, o autor elenca: 
• Pintabilidade: praticidade na aplicação, espa-
lhamento fácil.
• Nivelamento: as marcas dos rolos ou pincéis 
não devem aparecer após a aplicação, deve 
ser uniforme.
• Secagem: nem tão rápida e nem tão demorada.
• Poder de cobertura: cobrir completamente 
a superfície em que foi aplicada com menor 
quantidade de mãos.
• Rendimento: quanto maior o poder de co-
bertura, melhor será o seu rendimento.
• Estabilidade: no armazenamento, não deve 
sedimentar-se demais, ou existir grande sepa-
ração entre os elementos constituintes da tinta.
• Resistência e durabilidade: resistir às intem-
péries do meio e possuir longa durabilidade 
no que tange à coloração.
• Lavabilidade: quanto maior a resistência à 
água e aos agentes químicos, melhor a quali-
dade desse material.
• Transferência: capacidade de adesão à super-
fície e diminuição dos respingos.
• Cheiro/odor: quanto mais neutro e não 
tóxico, melhor.
Em relação às suas principais funções, Ambrozewicz 
(2012) aponta: proteção, acabamento, decoração e dis-
tribuição de luz. Entretanto, apresenta funções especí-
ficas para as diversas superfícies de aplicação:alvena-
ria, evitar o esfarelamento do material, evitar absorção 
de sujeira e umidade, impedir mofo, distribuir a luz 
na ambientação, melhorar a estética da ambientação a 
partir das suas cores, texturas e brilho; para aplicação 
em madeira, valorização estética, impermeabilização, 
evitar a deterioração do produto/mobiliário; no caso 
da aplicação em metais ferrosos, evitar corrosão; e em 
metais não ferrosos, prolongar sua vida útil. 
A PINTURA - DEFINIÇÃO 
A aplicação das tintas nas superfícies constitui-se 
de diversas atividades que garantem a boa funcio-
nalidade desse material. Logo, a pintura deve ser 
considerada um conjunto de procedimentos, como 
aplicação dos fundos, das massas e da tinta de acaba-
mento. É importante considerar, também, a situação 
da superfície de aplicação, se está úmida ou nivela-
da, se possui rachaduras e fissuras, todas essas ques-
tões podem influenciar o resultado. 
De acordo com Ambrozewicz (2012), os fundos 
têm como objetivo selar (fechar) a superfície para 
o melhor rendimento da tinta, e a massa tem como 
objetivo tornar a superfície homogênea e lisa; entre-
tanto, essas etapas podem ser dispensáveis.
Caso a pintura aconteça sobre o reboco, este deve 
estar seco (ou curado), forte (ou seja, aquele que não 
esfarela por causa do uso de pouco cimento) e, se 
apresentar mofo, deve ser retirado com escovação, 
aplicando-se água sanitária. 
Caso a pintura aconteça sobre a madeira, após a su-
perfície limpa e lixada, também é possível aplicar massa 
para nivelamento. Então, aplicar o branco fosco e, de-
pois, o acabamento em esmalte sintético, mais o verniz. 
Para a pintura sobre ferro, deve-se verificar a não 
existência de ferrugem (caso exista, remover com lixa e 
aplicar cromado de zinco antes da pintura final), apli-
cando um fundo de óxido de ferro, e depois, esmalte.
 177
 DESIGN 
177 
 
Ambrozewicz (2012, p. 357) ainda recomenda 
para pinturas satisfatórias: 
• Paredes internas: sistemas com tinta látex, es-
malte ou tinta a óleo.
• Paredes externas: sistemas com tintas látex acrílico.
• Tijolos aparentes: tinta à base de silicone, 
verniz acrílico.
• Madeira: verniz, esmalte ou tinta a óleo.
• Metais ferrosos: tinta a óleo ou esmalte sobre 
fundo anticorrosivo.
• Alumínio e metais galvanizados: tinta a óleo ou 
esmalte sobre fundo para promover a aderência.
Conforme afirmam Binggeli e Ching (2013), nas 
tintas para a alvenaria, em relação ao seu brilho e 
às suas aplicações, existem as tintas foscas, indica-
das para tetos e forros ou qualquer parede de menor 
contato, sendo um acabamento que esconde as im-
perfeições não muito laváveis; as tintas semibrilho, 
que são indicadas em paredes que possuem maior 
contato com pessoas e produtos, laváveis e duradou-
ras, e aceitam atritos (esfregar com bucha suave); e, 
por fim, as tintas brilhantes que, apesar disso, des-
tacam as imperfeições, são extremamente laváveis e 
indicadas para portas, esquadrias e armários (essas 
também aceitam lavagem com atrito – bucha suave). 
178 
 
 178
 DESIGN 
Materiais que advêm dos animais, tais como ossos, 
conchas, marfim, couros e peles, são e foram muito 
consumidos pela sociedade humana. No Design de 
Interiores, de acordo com Farrelly e Brown (2014), 
é comum encontrar o uso dos couros em estofados 
diversos, mas também como revestimentos de produ-
tos, paredes e até pisos, bem como o uso da madrepé-
rola em revestimento de parede, de pastilhas e outros.
 Alguns produtos animais são utilizados de 
acordo com a concepção de sustentabilidade, isto 
é, como afirma a Comissão Mundial sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, 
simplificadamente, “suprir as necessidades atuais 
sem comprometer a capacidade das futuras gerações 
de suprirem suas necessidades” (MOXON, 2012, 
p. 14). Como exemplo, a pesquisa de Guimarães, 
Araújo e Santos (2015), que afirma ser possível uti-
lizar os resíduos do mercado da carne de gado e os 
ossos como aditivos para a indústria de materiais 
cerâmicos, gerando diminuição de custos em rela-
ção à matéria-prima e melhoria das características 
funcionais e estéticas.
Farrelly e Brown (2014), no entanto, esclarecem 
que muitos desses materiais estão compreendidos 
como ilegais por serem extraídos de animais com 
possibilidade de extinção, como o caso do marfim. E 
acrescentam às suas afirmativas que existem outras op-
ções, ou seja, alternativas artificiais a esses produtos.
O marfim é um material extraído dos dentes ex-
ternos do elefante. França, Barboza e Quites (2010) 
afirmam que esse material é utilizado pelos seres 
humanos desde a Pré-História, e a sociedade grega 
foi a primeira a registrar suas técnicas de uso. O ma-
terial possui como qualidades as características de 
brancura, durabilidade e fineza, e por estes motivos, 
é muito aplicado para funções decorativas. Os pri-
meiros a utilizarem efetivamente o marfim em seus 
ambientes internos, nos templos, foram os romanos, 
com suas placas contendo os nomes dos seus ma-
gistrados. Na Idade Média, no século XV, houve um 
aumento no preço de mercado dos marfins devido à 
dificuldade de extração causada por guerras da épo-
ca. Foi então que começou, de acordo com França, 
Barboza e Quites (2010), o uso de marfim de ossos 
bovinos, material mais barato e de fácil acesso, en-
tretanto, apresentava acabamento e texturas grossei-
ros e, assim, era considerado inferior.
No final do século XVIII e durante todo o sécu-
lo XIX, esses materiais foram muito empregados na 
decoração de mobiliários e armamentos: 
[...] marcado pela exploração em larga escala do 
marfim nas regiões da África e Ásia. Inúmeros 
objetos eram produzidos com marfim: bolas de 
bilhar, teclas de piano, broches, caixas, brincos, 
coronhas de armas, entre outros. A caçada aos 
elefantes para a retirada de seus caninos foi tão 
grande que quase levou à extinção esses ani-
mais. Os principais exploradores foram os co-
merciantes ingleses e os países mais explorados 
foram a Índia e a Etiópia. Os comerciantes dis-
tinguiam duas categorias básicas de marfim: O 
macio ou morto, que é branco, opaco e pouco 
quebradiço; também chamado de marfim fós-
sil por ser obtido de animais mortos há muito 
tempo e o duro ou vivo, ligeiramente trans-
lúcido, com uma cor amarelo-esverdeada ou 
avermelhada e mais pesado que o macio. Este 
era obtido com a morte de um elefante única e 
exclusivamente para este fim (FRANÇA; BAR-
BOZA; QUITES, 2010, p. 2642).
Produtos Animais
 179
 DESIGN 
179 
 
É comum as peças ou qualquer produto cujo marfim 
é matéria-prima apresentarem, após algum tempo, 
amarelamento. Para tanto, França, Barboza e Quites 
(2010) não indicam o uso de nenhum tipo de subs-
tância que diz clarear novamente a peça, visto que 
o material é muito delicado e será apenas degrada-
do, piorando a sua estética e apresentando, pouco 
tempo depois, o retorno da coloração amarelada. 
Atualmente, é possível encontrar algumas pastilhas 
feitas com marfim e, por apresentarem beleza reco-
nhecida, existem diversos materiais que recorrem à 
imitação de sua aparência.
Em relação à indústria de peles e couros, houve 
grande crescimento entre os anos de 1970 a 2000. A 
produção se deu significativamente nos países em de-
senvolvimento, citando-se, na América Latina, Brasil 
e México. A área de aplicação deste material que mais 
cresce é a de calçados e, em seguida, a automobilística. 
Sobre a matéria-prima: a qualidade das peles está 
relacionada com o tipo de animal e de extração do ma-
terial, a procedência regional do animal, o seu sexo, 
a sua idade e as condições de preservação da pele do 
animal durante a vida (peles de novilhos são conside-
radas melhores que de vacas, por terem menores da-
nos durante a sua breve vida). Contudo, de acordo com 
Gutterres (2005),podem aparecer defeitos também 
durante a sua extração, o seu transporte, manuseio, 
preparação, conservação e armazenamento. 
É importante ressaltar, caro(a) aluno(a), que a 
indústria de peles e couros não se volta apenas para 
a bovina. A caprina, a ovina, a pele de peixes e mui-
tas outras são consideradas pelo mercado, tanto de 
moda (vestimenta e calçado) quanto de decoração e 
revestimento diversos.
Sérgio Rodrigues, arquiteto também consi-
derado designer de produto e designer de 
interiores, foi um dos maiores nomes do de-
senho de mobiliário brasileiro. Na realidade, o 
profissional é considerado como um dos pais 
dos mobiliários que possuíam uma linguagem 
nacional. Ao adotar esta brasilidade em seus 
produtos, Sérgio Rodrigues “buscou inspi-
ração também na valorização dos materiais 
brasileiros, sobretudo a madeira e o couro”.
Fonte: adaptado de Zappa (2015, p. 43).).
SAIBA MAIS
180 
 
 180
 DESIGN 
A evolução da ciência e da tecnologia, aliada aos no-
vos conceitos de sustentabilidade e responsabilidade 
ambiental, forma um campo muito fértil para o de-
senvolvimento de novos materiais, sejam eles mate-
riais que usam como matéria-prima os reciclados ou 
aqueles que usam a matéria-prima orgânica. 
Alguns materiais não são novos e, ainda assim, 
fazem grande diferença para o meio ambiente, en-
tretanto, são quase desconhecidos pelos profissio-
nais brasileiros por diversos motivos. O que se deve 
sempre considerar, para ser um(a) profissional an-
tenado(a) com as exigências dos seus clientes/usu-
ários, é sempre pesquisar e procurar materiais dife-
rentes e alternativos aos que estão no mercado e que 
possuem muitos pontos negativos em seu uso, inclu-
sive no que tange à saúde humana e à preservação do 
meio ambiente, isto é:
[...] pode ser difícil manter-se em dia com a 
rapidez dessas inovações, mas o designer deve 
ao menos tentar [...] é importante pesar a ade-
quação desses materiais em relação ao custo e 
ao risco envolvidos em usar tecnologias cujos 
efeitos em longo prazo ainda não foram com-
provados (MORRIS, 2010, p. 116).
Caro(a) aluno(a), vejamos apenas alguns materiais, 
entre eles, inovações em reciclados e materiais natu-
rais já conhecidos pelo mercado, ambos relaciona-
dos com a responsabilidade ambiental.
Outros Materiais
 181
 DESIGN 
PLACA DE ECORESINA 
Aluno(a), vimos, nas unidades anteriores, os acríli-
cos e suas resinas, que são utilizadas como produtos 
para diversos fins, como divisores de ambientes, pla-
cas decorativas e em mobiliários variados. Como o 
acrílico, existem as ecoresinas, materiais que podem 
ser aplicados com as mesmas funções, mas que pro-
vêm da reciclagem de outros produtos.
Brownell (2010) apresenta a ecoresina (exemplo: 
linha Varia, da 3Form) como um material composto 
de PETG (material que, por sua vez, é desenvolvido 
a partir da reciclagem da PET). O sistema permite 
a seleção personalizada de cores, padrões, texturas, 
impressões e acabamentos, a fim de proporcionar 
um grande número de opções de produto. A seguir, 
informações gerais, de acordo com o autor:
Constituição: Polyethyene tereftalato glicol mo-
dificado (PETG), materiais orgânicos, têxtil.
Certificações: Greenguard - Certificado de quali-
dade do ar interior.
Limitações: uso de temperatura máxima de 
65,50 ºC, precisam de tratamento UV e vedação de 
ponta para uso exterior.
Aplicações: vertical ou horizontal, superfícies, tetos/
forros, mobiliário, iluminação, sinalização e acústica.
Figura 4 - Placas de ecoresina
Fonte: Camarina Studio (2013, on-line)3.
Figura 5 - Produção da placa de ecoresina e seu uso em ambientação
Fonte: Camarina Studio (2013, on-line)3.
182 
 
Figura 6 - Ambientação com uso de divisória de Ecoresina
Fonte: Camarina Studio (2013, on-line)3.
Figura 7 - Placa de material sustentável
Fonte: Decor Window ([2019], on-line)4.
Figura 8 - Piso de linóleo acústico
Fonte: Forbo ([2019], on-line)5.
 183
 DESIGN 
REVESTIMENTO DE RESINA NATURAL
De acordo com Bastos (2016), esse material, conhe-
cido e patenteado em 1863 por Frederick Walton, é 
composto apenas por matérias-primas naturais, sen-
do elas: óleo de linhaça; resina de pinho; farinha de 
madeira (resíduos da indústria de madeira); farinha 
de cortiça; carbonato de cálcio encontrado na natu-
reza em diversas formas, inclusive, em casca de ovos 
e pigmentos naturais, e juta.
Além de ser um produto com pouco impacto am-
biental, possui vida útil de mais de 30 anos e em seu 
descarte, o material pode ser transformado em com-
bustível. Bastos (2016) complementa que existem ti-
pos diferentes de linóleo para cada aplicação.
JEANS DE SEDA E PET
Seu uso pode ser aplicável tanto na moda quanto no 
Design de Interiores. De acordo com Refosco (2012), 
a tecelagem artesanal O Casulo Feliz procura traba-
lhar com casulos que não passam nos maquinários 
das grandes indústrias, e que seriam, assim, material 
descartado. De acordo com as informações comer-
ciais, o jeans de seda constitui-se de 50% de fios de 
seda, 25% de fios de garrafa PET descartadas e 25% 
de fios de algodão, matéria-prima do jeans. O projeto 
participou de um edital de inovação nacional ofere-
cido pelo Senai e, no ano de 2012, recebeu o prêmio 
Idea, a maior premiação de Design do Brasil. Na apli-
cação em interiores, o material se transformou em 
uma cortina para a Casa Cor Paraná de 2012. 
Figura 9 - Fios de seda e PET reciclado
Fonte: O Casulo Feliz ([2019], on-line)6. 
Caro(a) aluno(a), para saber mais sobre este projeto, 
veja o Material Complementar.
Figura 10 - Jeans de seda e PET para ambientação
Fonte: O Casulo Feliz ([2019], on-line)6.
O linóleo se encontra presente em vários 
edifícios históricos por todo o mundo, tais 
como: o Kremlin, em Moscovo; Casa Branca, 
em Washington DC; o parlamento alemão; o 
palácio de Buckingham, na Inglaterra; a casa 
de Anne Frank, em Amesterdã; a Universidade 
de Sorbonne, em Paris, e ainda, no Instituto 
Madame Curie, em Paris.
Fonte: Bastos (2016, p. 7-8)..
SAIBA MAIS
184 
 
Sustentabilidade
Tintas, vernizes, lascas, bem como algumas resinas, são 
constituídos de materiais que geram impactos ambien-
tais e emitem, durante sua fabricação e vida, muitas con-
centrações de compostos orgânicos voláteis – COVs – 
contribuindo para maior toxicidade do ar. Ainda em sua 
fabricação, são “responsáveis por altas quantidades de 
resíduos nocivos [...] e utilizam petróleo não renovável” 
(MOXON, 2012, p. 104). Mas quais são os problemas 
que esses COVs causam? Dores de cabeça, irritação nos 
olhos e no sistema respiratório, além de fadiga e, acredi-
ta-se também que são materiais cancerígenos. Portan-
to, de acordo com Moxon (2012), os pesquisadores da 
área da sustentabilidade e os designers de interiores que 
atuam neste campo indicam evitar as tintas sintéticas e 
substituí-las pelas tintas naturais, prezando por ambien-
tes com maior qualidade do ar.
Isso, porém, não é tudo. As tintas, como são 
materiais de acabamento de superfícies, podem aca-
bar por contaminar o material da superfície que foi 
pintada, ou seja, transformar um material bom, do 
ponto de vista da sustentabilidade e da saúde huma-
na, em um material composto por produtos noci-
vos, como algumas tintas e vernizes. Em relação a 
esta afirmação, Moxon (2012) aponta, ainda, que os 
designers devem se afastar daquilo que denomina 
“verde de mentira”, sendo rigorosos em suas avalia-
ções acerca dos materiais, considerando os materiais 
isoladamente mas, também, os seus acabamentos e 
o que eles podem promover. Para tanto, o indicado, 
talvez, seja valorizar os materiais que possuem aca-
bamento próprio e que não precisem, principalmen-
te no que tange à estética, destas adições. Moxon 
 185
 DESIGN 
(2012) apresenta como exemploos compensados, 
ou ainda, os tijolos aparentes.
É possível utilizar tintas naturais, pois possuem 
menor índice de toxicidade, além de contribuírem 
para um ambiente com uma qualidade maior do 
ar. Rodrigues (2011) aponta que, ao utilizar esses 
materiais, os(as) profissionais também valorizam 
a cultura e as matérias-primas da região na qual 
se está desenvolvendo o projeto de reforma ou 
construção. Não se pode esquecer que essas tin-
tas, utilizadas por nossos antepassados da Pré-His-
tória, ficaram conservadas até os dias atuais, por 
estarem, provavelmente, protegidas em ambientes 
internos (as cavernas).
Em relação aos produtos naturais animais, vimos 
anteriormente que o problema, em alguns casos, é a 
sua extração, como marfim, peles e couros; em algu-
mas situações, há sofrimento, a grande maioria dos 
animais são mortos e, com isso, houve até casos de 
extinção. Portanto, de acordo com Farrelly e Brown 
(2014), a recomendação é trabalhar com materiais 
sintéticos, que também podem não ser completa-
mente sustentáveis, mas que, neste sentido, evitam a 
matança e a extinção de algumas espécies.
Moxon (2012) enfatiza que existem materiais no 
caminho inverso. Podemos encontrar, por exemplo, 
a lã de carneiro e de alpaca, que são materiais autos-
sustentáveis e não necessitam da morte do animal, 
além de que essa lã, caso retirada do animal mor-
to, possui menor qualidade. A retirada, no entanto, 
deve ser consciente para não agredir o animal.
186 
 
 A autora Gutterres (2005) afirma que, no curtimen-
to do couro, são utilizadas substâncias tóxicas aos 
seres humanos e ao meio ambiente:
No Memorando “Melhores Técnicas Disponí-
veis para Curtimento de peles” da União Eu-
ropéia (Hauber e Schröer, 2002) são apresen-
tados os procedimentos corretos necessários 
para manejo e armazenamento de produtos 
químicos, de tal forma a não ocorrerem riscos, 
mesmo em caso de derramamentos e acidentes. 
O documento apresenta uma lista de substân-
cias prejudiciais ao meio ambiente, as quais são 
usadas como agentes e auxiliares em processos 
em curtumes, e que devem ser substituídas por 
outras substâncias menos prejudiciais (GUT-
TERRES, 2005, p. 6).
Felizmente, existem pesquisas de tecnologias limpas, 
ligadas ao princípio da sustentabilidade, que objeti-
vam encontrar melhores formas de processar as peles 
e os couros. Tentando diminuir e/ou retirar a maior 
quantidade de substâncias tóxicas, mas também bus-
cando a diminuição no uso de água durante o proce-
dimento, já que há um gasto muito alto e que está pre-
sente na maioria das etapas. De acordo com Gutterres 
(2005), além do consumo da água, também existem 
os altos consumos energético e térmico, somados 
como pontos negativos para a questão do ecodesign.
Enfim, caro(a) aluno(a), finalizamos este último 
tópico sobre sustentabilidade. Diante de todas as in-
formações apresentadas, é possível compreender a 
complexidade dos processos que abrangem os ma-
teriais e como esses alteram e impactam não só o 
meio ambiente, mas a saúde humana. De fato, a res-
ponsabilidade do(a) designer de interiores é gran-
de: compreender todas as questões que envolvem 
os materiais para, então, dar a devida especificação 
satisfatória, não somente ao usuário/cliente do pro-
jeto, mas também a todos os que estão envolvidos 
direta e indiretamente com suas as escolhas.
Qualquer projeto realmente bom é sustentá-
vel, pois o enfrentamento das questões am-
bientais é uma parte integral de uma solução 
de projeto bem-sucedido.
(Siân Moxon)
REFLITA
Figura 12 - Couro em curtimento no Marrocos
 187
considerações finais
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade! Vimos a diversidade de tintas, vernizes, lacas, esmaltes e resinas que possuímos à nossa dis-posição, desde tintas originárias de materiais naturais às de materiais artificiais. 
Estudamos as suas características e o seu desenvolvimento. Foi possível compre-
ender que o profissional especificador deste material se engana quando se preocupa 
apenas com as qualidades estéticas das tintas e materiais afins, sendo que sua função, 
além de decorativa, também tem a função técnica de proteção das superfícies. 
Vimos, também, alguns produtos animais, seus usos e aplicações. Aqui é impor-
tante destacar as questões relacionadas às possibilidades de extinção de alguns destes 
seres vivos devido à extração de suas peles, chifres ou até dentes. Ainda nos mate-
riais animais, que são, de fato, materiais orgânicos, devemos compreender que, em 
seu processamento, recebem substâncias tóxicas. Tais materiais, portanto, levantam 
muitas discussões entre os profissionais conscientes.
Além dos citados anteriormente, vimos outros materiais: as ecoresinas, materiais 
com misturas de garrafas pet e resinas naturais que somam materiais naturais (en-
capsulados), produtos que apresentam muita beleza e são voltados às necessidades 
atuais de uma sociedade preocupada com o futuro. Preocupados com o desmata-
mento, a extinção e a deterioração do meio ambiente que nos oferece a vida, discu-
timos, portanto, as questões de sustentabilidade destes materiais e, por fim, verifica-
mos as suas aplicações em Design de Interiores. 
Lembre-se, o(a) designer de interiores deve projetar consciente de suas escolhas e 
apresentar soluções que se adequem não somente ao seu cliente/usuário, mas a toda 
sociedade humana e ao meio ambiente. Este é o objetivo de seu trabalho: oferecer 
qualidade de vida no presente e no futuro.
188 
atividades de estudo
1. Escolha um material estudado na unidade e 
responda, com suas próprias palavras: “Por que 
o uso deste material é positivo a partir do con-
ceito de sustentabilidade?”. Argumente e apre-
sente o seu ponto de vista.
2. Em relação às tintas, aos esmaltes, lacas e verni-
zes, assinale a afirmativa correta:
a. Os vernizes são materiais compostos somente 
com água e pigmento e, portanto, são dissolvi-
dos também em água.
b. A diferença entre esmalte e laca é que a laca 
constitui-se de verniz, com adição de pigmento.
c. A laca recebe, em sua constituição, diversos 
materiais, como resinas, plastificantes, coran-
tes e cargas. São as cargas que melhoram a 
viscosidade do material
d. As tintas possuem, como função, apenas em-
belezar as superfícies, são os esmaltes que 
oferecem proteção.
e. Nenhuma das afirmativas anteriores está correta.
3. De acordo com os estudos sobre as tintas, leia 
as afirmativas a seguir:
I. As tintas são materiais constituídos de dois ele-
mentos, o que se chama veículo e o pigmento.
II. As tintas podem ser naturais ou artificiais. Al-
gumas delas, em sua composição, apresentam 
outros elementos além das resinas e corantes.
III. As resinas fazem parte das tintas, mas são ma-
teriais que também podem ser utilizados para 
outros fins, misturados a outras resinas.
IV. As tintas também podem ser tóxicas, principal-
mente as que contêm chumbo, além de outros 
minerais.
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas II, III e IV estão corretas.
d. Nenhuma das alternativas está correta.
e. Todas as alternativas estão corretas.
4. De acordo com as questões de sustentabilidade 
apresentadas na unidade, analise as afirmativas 
a seguir e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): 
( ) O único problema do uso do couro é a extin-
ção dos animais, neste caso, os bovinos.
( ) O problema do uso de produtos que advêm 
dos animais é que a retirada dos materiais im-
plica na morte desses animais.
( ) O problema do uso de algumas peles e de al-
guns couros é que algumas substâncias utili-
zadas em seus processos podem ser tóxicas.
Assinale a alternativa correta:
a) V, F, F.
b) V, V, F.
c) V, F, V.
d) V, V, V.
e) F, F, V.
5. Escolha um dos materiais da unidadee desen-
volva um croqui conceitual e um croqui técnico, 
explicando seu conceito para o projeto de uma 
ambientação comercial (uma loja de joias, por 
exemplo). É importante que o design criado des-
taque as principais características do material.
 189
LEITURA
COMPLEMENTAR
Pintura em drywall: o que é preciso saber
Drywall - breve descrição
Os sistemas construtivos de paredes, forros e revestimentos em chapas de gesso para 
drywall são utilizados sempre na parte interna das construções e são constituídos basi-
camente de chapas de gesso fixadas sobre estruturas de aço galvanizado com parafusos 
próprios para drywall. 
As chapas de gesso para drywall são constituídas de um miolo de gesso revestido nos dois 
lados por cartão duplex próprio para drywall. Portanto, a superfície dos elementos cons-
trutivos – paredes, forros e revestimentos – que receberão o esquema de pintura não é 
constituída de gesso, e sim de cartão.
Nesses sistemas, as juntas entre as chapas recebem um tratamento com massa e fita pró-
prias para drywall, tornando a superfície plana, lisa e monolítica. As cabeças dos parafusos 
que fixam as chapas nos perfis são recobertas com a mesma massa. Após a secagem da 
massa, a superfície está pronta para receber o esquema de pintura.
Verificação da superfície a ser pintada
Inicialmente, deve ser feita uma avaliação da superfície, verificando a presença de falhas 
no tratamento das juntas e saliências ou rebaixamento nos pontos das cabeças dos parafu-
sos, seguindo as recomendações das normas ABNT NBR 15.758-1:2009, ABNT NBR 15.758-
2:2009 e ABNT NBR 15.758-3:2009 - Seção recebimento dos serviços. Caso seja observada 
alguma dessas falhas, deve-se corrigi-las antes de qualquer intervenção.
Preparação da superfície a ser pintada
A correta preparação da superfície é de fundamental importância para se obter uma pintura 
durável e de qualidade. A superfície dos sistemas de drywall é nivelada e lisa, porém apre-
senta diferenciação de cor, textura e absorção entre as superfícies do cartão e da massa 
nas regiões das juntas entre as chapas e das cabeças dos parafusos. Uma forma prática de 
verificação da secagem total da massa é pressionar a superfície desta com a ponta da unha. 
Se isso provocar um vinco ou uma ranhura, a massa não está totalmente seca. Imperfeições 
rasas podem ser corrigidas com massa corrida látex para interiores. Após a secagem, as áre-
as tratadas nas juntas entre as chapas e nas cabeças dos parafusos devem ser lixadas para 
eliminação de eventuais rebarbas de massa e pequenas irregularidades, zerando-as em re-
190 
LEITURA
COMPLEMENTAR
lação à superfície do cartão. Recomenda-se utilizar lixa grana 150 ou 180 aplicada com uma 
base (um taco de piso, por exemplo), de forma a manter plana a superfície tratada.
A superfície geral do cartão não deve ser lixada. Para acabamentos mais sofisticados, pode 
ser aplicada mais de uma demão de fundo ou massa sobre toda a superfície do sistema. Após 
a secagem total de cada demão, de acordo com a recomendação do fabricante, toda a super-
fície deve ser lixada com lixa grana 220/280, também aplicada com uma base, para manter 
a lixa plana. Ao final de cada procedimento, é necessário eliminar o pó de toda a superfície.
Preparação das tintas e complementos 
As tintas e seus complementos devem ser submetidos aos seguintes passos fundamentais 
para facilitar sua aplicação e garantir que o resultado final seja o esperado: Homogenei-
zação - Agitar todos os produtos antes de serem utilizados. Esta homogeneização precisa 
ser feita de forma a garantir que todo o conteúdo da embalagem esteja perfeitamente 
uniforme. Diluição - Observar as especificações dos produtos nas embalagens e seguir as 
informações indicadas para diluição.
Qualidade de Acabamento
São definidos três níveis de qualidade para pintura (mínimo, intermediário e superior) e um 
nível para textura, todos explicados com detalhes a seguir.
Nível M - Mínimo
Caracterização: a pintura, quando submetida à incidência de luz normal, natural ou artifi-
cial, deve apresentar bom acabamento, porém são aceitáveis pequenas imperfeições loca-
lizadas. Exemplos de utilização: ambientes residenciais populares, comerciais, depósitos e 
locais onde se deseje um bom acabamento com baixo custo. 
• Aplicar tinta econômica diluída a 50% como fundo e deixar secar, conforme recomenda-
ção do fabricante. 
• Aplicar duas ou três demãos de tinta econômica diluída, conforme recomendação do fa-
bricante. 
• A cada demão aplicada deixar secar, conforme recomendação do fabricante, antes da 
aplicação da demão seguinte.
 191
LEITURA
COMPLEMENTAR
Nível I - Intermediário 
Caracterização: a pintura, quando submetida à incidência de luz normal, natural ou artifi-
cial, deve apresentar bom acabamento sem imperfeições. Quando submetida à incidência 
de luz intensa e rasante, é aceitável que apresente eventuais pontos de imperfeição. Exem-
plos de utilização: Ambientes residenciais e comerciais de médio padrão. 
• Aplicar fundo pigmentado diluído e deixar secar, conforme recomendação do fabricante. 
• Aplicar duas ou três demãos de tinta Standard diluída, conforme recomendação do fabricante. 
• A cada demão aplicada deixar secar, conforme recomendação do fabricante, antes da 
aplicação da demão seguinte.
Nível S - Superior
Caracterização: a pintura, quando submetida à incidência de luz natural e/ou artificial, nor-
mal ou intensa rasante, deve apresentar excelente acabamento, não sendo aceita nenhuma 
imperfeição. Exemplos de utilização: ambientes residenciais e comerciais de alto padrão. 
• Aplicar fundo pigmentado diluído, conforme recomendação do fabricante.
• Aplicar uma ou duas demãos de massa niveladora para alvenaria (massa corrida) em toda 
a superfície a ser pintada e deixar secar, conforme recomendação do fabricante. 
• Lixar toda a superfície com lixa grana 220/280 aplicada numa base (como a mostrada na 
foto acima), para manter a lixa plana. Eliminar o pó em toda a superfície. 
• Aplicar duas ou três demãos de tinta Premium diluída e deixar cada demão secar, confor-
me recomendação do fabricante.
• Textura - Nível Único
• Aplicar fundo pigmentado diluído e deixar secar, conforme recomendação do fabricante. 
• Aplicar uma ou duas demãos de textura. No caso de duas demãos, deixar secar, de acordo 
com a recomendação do fabricante, antes de aplicar a segunda.
Fonte: Luca (2013, p. 5-13).
192 
material complementar
192 
A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão
Eva Heller
Editora: Gustavo Gilli
Sinopse: este livro aborda a relação entre as cores e nossos sentimentos e de-
monstra que não se combinam por acaso, já que as associações entre ambas 
não são apenas questões de gosto, mas sim, experiências universais que estão 
profundamente enraizadas em nossa linguagem e em nosso pensamento. Orga-
nizada em 13 capítulos, correspondentes a 13 cores diferentes, a obra propor-
ciona grande quantidade e variedade de informações sobre as cores: de ditados 
e saberes populares até sua utilização no design de produtos, os diversos testes 
baseados em cores, o processo de cura por meio delas, a manipulação de pesso-
as, os nomes e sobrenomes relacionados às cores etc.
Comentário: o conhecimento em relação aos materiais é de extrema importância 
ao designer de interiores. Entretanto, aliado a este conhecimento, é necessário 
ao profissional compreender os efeitos dos elementos, que também são parte de 
toda a experiência humana, relacionados aos seus sentidos. Neste caso, como as 
tintas são os revestimentos mais práticos e, por isto, podem sofrer transforma-
ções em breves períodos, compreender as aplicação das cores torna-se essencial.
Indicação para Ler
 193
material complementar
 193
A História das Coisas já foi visto por mais de 7 milhões de pessoas, em 200 países. O projetoé resultado de mais 
de 10 anos de pesquisa sobre sistemas de produção de bens de consumo feita pela ativista ambiental Annie 
Leonard. Ela viajou por cerca de 40 países para entender a nossa lógica de consumo, que vai desde a extração 
de matérias-primas até o descarte. Annie se disse motivada a entender “um sistema baseado na destruição dos 
recursos naturais e na geração de lixo” e, no vídeo, passa as informações de forma bastante didática.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k.
Indicação para Acessar
A Revista Abrafati é uma publicação trimestral, que se propõe a ser uma voz em defesa da cadeia de tintas, 
mostrando a sua importância e divulgando suas realizações, propostas, políticas e estratégias. Circula sob 
o formato revista desde 2003, mas tem sua origem no boletim Abrafati Informa, iniciado em 1988. A Revista 
on line da Abrafati, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas, é um ótimo endereço para o designer de 
interiores se manter informado das novidades sobre o mercado das tintas no Brasil.
Web: http://www.abrafati.com.br/category/publicacoes/revista-abrafati/.
Indicação para Acessar
Profissionais da Paradox arquitetura e design também desenvolveram uma ambientação que exprime o co-
nhecimento do uso das tintas e das cores.
Web: http://www.dezeen.com/2011/05/26/opus-shop-by-paradox-studio/.
Profissionais da Jump Studios desenvolveram uma ambientação para a grande empresa de internet Google.
Web: http://www.dezeen.com/2012/05/01/google-campus-by-jump-studios/.
Jeans de Seda com PET é um material desenvolvido para uso em moda, mas também pode ser aplicado na 
ambientação. Veja mais sobre este material na Casa Cor Paraná de 2012.
Web: http://textileindustry.ning.com/m/discussion?id=2370240%3ATopic%3A373712.
Indicação para Acessar
194 
referências
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minerais - projeto, execução e avaliação do desempenho - procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1998.
AMBROZEWICZ. P. H. L. Materiais de construção: normas, especificações, aplicação e ensaios de laborató-
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AZEREDO, H. A. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Blucher, 2000.
BASTOS, R. F. Linóleo como revestimento de piso: processos construtivos, execução e patologia. 2016. 143 f. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Área Departamental de Engenharia Civil, Instituto Superior 
de Engenharia de Lisboa, Lisboa, 2016.
BAUER, L. A. F. Materiais de construção: novos materiais para construção civil. São Paulo: GEN, 1994.
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Porto Alegre: Bookman, 2013.
BROWNELL, B. Transmaterial 3: a catalog of materials that redefine our physical environment. New York: 
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FARRELLY, L.; BROWN, R. Materiais para o design de interiores. Tradução de Alexandre Salvaterra. Barce-
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em marfim. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISADORES EM ARTES PLÁSTI-
CAS “ENTRE TERRITÓRIOS”, 19., 2010, Cachoeira. Anais [...]. Cachoeira: Universidade Federal do Recôn-
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GUIMARÃES, K. de L. M.; ARAÚJO, R. de P. D.; SANTOS, D. M. Caracterização Tecnológica de Cerâmica 
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 195
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2012. 136 f. Tese (Doutorado em Design de Marketing) – Escola de Engenharia, Universidade do Minho, 
Braga, Portugal, 2012.
RODRIGUES, V. M. S. Utilização de tintas naturais em sala de aula a partir de pigmentos e aglutinantes re-
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ZAPPA, R. O Brasil na ponta do lápis. Programa de Fomento à Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro. Rio 
de Janeiro: Instituto Sérgio Rodrigues, 2015.
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Acesso em: 3 jun. 2019.
2 Em: https://biowit.files.wordpress.com/2010/11/cartilha-cores-da-terra-150dpi-modificada.pdf. Acesso em: 
3 jun. 2019.
3 Em: http://camarinastudio.blogspot.com/2013/11/conhece-os-paineis-3form.html. Acesso em: 4 jul. 2019.
4 Em: http://www.decorwindow.com.br/news/placas-3form. Acesso em: 4 jul. 2019.
5 Em: https://www.forbo.com/flooring/pt-br/produtos/linoleo/linoleo-acustico/bq4wps. Acesso em: 4 jul. 
2019.
6 Em: http://www.ocasulofeliz.com.br/siteModa/jeansdeseda. Acesso em: 4 jul. 2019.
196 
gabarito
1. O(a) aluno(a) deverá conseguir apontar os pontos positivos e negati-
vos do material que escolheu e concluir, sob o seu próprio ponto de vis-
ta, por que o material é positivo dentro dos conceitos da sustentabilidade. 
Foi escolhido o material courino por apresentar duas características benéficas 
ao projeto, por exemplo, o couro sintético possui durabilidade para diversos 
usos. E não é um produto advindo da morte de um animal. Este último argu-
mento já valida a escolha do produto.
2. C.
3. E (I; II; III; IV).
4. E (F; F; V).
5. Foi escolhido o material por apresentar três características benéficas ao proje-
to, por exemplo, uma Tinta Látex Fosco, a Clássica Maxx Premium Palha Suvi-
nil, com fórmula base água e acabamento fosco de alto desempenho. Indicada 
para uso externos e internos, apresenta alta resistência e rendimento, além 
de possuir ultracobertura, possibilitando que a pintura seja concluída em me-
nos tempo. A sua fórmula proporciona menos respingos e mais praticidade. 
Por estes motivos, compreendo ser indicada para o uso em uma loja comer-
cial de ambiente interno.
6. Em contraponto, não é lavável, entretanto, como pensamos em uma loja de 
joias, onde normalmente paredes não são expostas a muita sujeira, esse não 
seria um problema.
UNIDADEVI
Professora Esp. Carla Prado Vieira Verdan
• PEDRAS NATURAIS E ARTIFICIAIS
• VIDRO E CERÂMICA
• MADEIRAS E FIBRAS
• METAIS E POLÍMEROS
• RESINAS E OUTROS MATERIAIS
• REFERÊNCIAS
ESTUDOS DE CASO 
 unidade 
VI
INTRODUÇÃO
O
lá, futuro(a) designer de interiores. Preparamos, aqui, 
para você um material complementar sobre o conteúdo 
de materiais de revestimento e acabamento, com o obje-
tivo de prepará-lo(a) melhor para o mercado de trabalho.
Nesta unidade extra, você encontrará um apanhado de estudos 
de caso sobre cada uma das unidades do livro, ou seja, exemplos de 
aplicações e situações relacionadas aos materiais apresentados no 
conteúdo da disciplina. Desejamos, assim, que você assimile, ainda 
mais, as informações sobre pedras naturais e artificiais, vidros e ce-
râmicas, madeiras e fibras, metais e polímeros e, por fim, resinas e 
outros materiais. 
Dessa maneira, esse é um conteúdo adicional, que acrescentará 
conhecimentosà sua aprendizagem.
Boa leitura e muito sucesso!
192 
 
Pedras Naturais e Artifi ciais 
 193
 DESIGN 
A beleza das pedras naturais inspira diversos designers 
de interiores, o seu uso, como recurso estético para 
causar impacto nos ambientes, é muito frequente. Mas, 
de fato, esses materiais são adequados a todos projetos 
de interiores? Pois bem: sabemos que cada projeto é 
único e um dos fatores que alteram a decisão do uso 
desses materiais é o perfil dos usuários que utilizarão 
o espaço. Portanto, o profissional precisa compreender 
como aquele ambiente será utilizado pela(s) pessoa(s) 
que ali estarão. 
Na Figura 1, podemos observar que as pedras fo-
ram utilizadas como material de acabamento de pa-
rede, com assentamento regularizado ou irregular. 
Neste tópico da unidade, vamos refletir sobre alguns 
usos de pedras naturais, em projetos de design de in-
teriores, pensando na melhor forma de utilizar suas 
características, sempre, aliadas às necessidades dos 
destinatários desses ambientes. 
– o que importa observar que as pedras estão aplica-
das em paredes de fundo, isto é, paredes que ficam 
atrás de mobiliários e que não atuam, por exemplo, 
na circulação do ambiente. Nesse sentido, acredita-
-se que a pedra tem poucas chances de causar algum 
tipo de dano ao indivíduo ali presente, mesmo se es-
tivessem assentadas irregularmente.
Que tipo de dano uma parede de petit pavês 
pode causar no usuário do espaço? Bom, o elemen-
to decorativo com assentamento irregular, ou seja, 
que apresenta pontas que podem ser cortantes, está 
aplicado em um espaço direto de circulação, uma 
escadaria, se houver uma queda, ou mesmo a per-
da do equilíbrio pelo indivíduo que, ali, circula, esse 
usuário poderá atingir com força o elemento e sofra 
escoriações, cortes ou outro tipos de danos físicos. 
Figura 1 – Pedras decorativas, as Petit Paves ou pedras portuguesas 
como elemento de acabamento de parede interna residencial.
Fonte: Giacomelli (2011, on-line)1.
Figura 2 – Pedras decorativas, as Petit Paves ou pedras portuguesas (as-
sentamento irregular) como elemento de acabamento de parede interna.
Fonte: Acervo pessoal. Projeto: Carla Prado e Patricia Suzuki. Foto de 
Vinicius Manià (Imagens autorizadas com devidos créditos).
194 
 
são compreensíveis, e banheiros com bancadas e pi-
sos de granito são comuns. Entretanto, não é uma 
regra, o importante é compreender o cuidado da es-
pecificação desses materiais. 
Atualmente, outras pedras começaram a ser 
destaque em banheiros e lavabos. Com o apelo 
às questões sensoriais, os seixos (Figura 3) en-
tram no radar dos profissionais de interiores e 
com criatividade revelam ambientes lindos. O 
fator estético atua novamente nessa “febre” dos 
seixos, mas devemos, como profissionais, pen-
sar em seu funcionamento no ambiente e nas 
necessidades do espaço para seu uso. Os seixos 
também possuem superfície lisa, mesmo que 
assentados com cimento e possam produzir 
a sensação de reentrância, o material, ainda, é 
considerado liso para uso, por exemplo, no piso 
interno ao box do banheiro. 
Em ambientes, como mostras de decoração e/ou vi-
trinas, cenografias etc., é possível ousar com esses 
materiais? Tudo dependerá do objetivo do projeto, 
aliado às necessidades do ambiente que se desenvol-
ve – o importante é, sempre, atentar-se a essas ques-
tões.
A “Casa Cor” é um exemplo de mostra de de-
coração, design de interiores, arquitetura e 
paisagismo, que se iniciou em território na-
cional, mas, atualmente, oferece serviço a em 
outros países da América Latina.
Para o(a) profissional de design de interiores, 
é importante que visite esses eventos, pois 
será o lugar para se inspirar e conhecer as 
possibilidades de uso dos materiais.
Fonte: adaptado de Casa Cor (2016, on-line)2.
SAIBA MAIS
No que tange aos usos dos mármores, granitos e tra-
vertinos em ambientes molháveis e molhados, re-
forçamos, novamente, a importância da atenção e 
reflexão. Inicialmente, deve-se pensar no perfil dos 
usuários do espaço, considerando, sempre, que es-
ses ambientes são mais propícios para as quedas pela 
existência da água em materiais lisos, pois a super-
fície fica escorregadia. Com materiais porosos, pode 
existir a proliferação de fungos e bactérias e as pe-
quenas “poças” de água também causam escorregões. 
Os mármores não são indicados para ambientes de 
muita circulação de pessoas, como vimos anterior-
mente, é mais poroso e pode manchar se não limpos 
constantemente; o travertino também é mais rochoso 
e possui menor resistência, tanto à abrasão quanto ao 
impacto. O granito é forte, porém duro e liso. Neste 
sentido, lavabos revestidos de mármore e travertino 
Figura 3 – Pedras decorativas, os seixos como elemento de acabamento 
de parede interna em ambiente.
Fonte: 4 Style Interiores (2018, on-line)3.
 195
 DESIGN 
196 
 
Olá, aluno(a)! Neste tópico da unidade, vamos 
apresentar alguns casos de projetos desenvolvidos 
por profi ssionais atuantes, com o objetivo de expe-
rimentar de forma mais prática como o(a) designer 
de interiores poderá aplicar esses materiais. 
O VIDRO E OS MOBILIÁRIOS
Muitos designers de interiores se limitam ao uso 
do vidro em interiores, pensam nos seus usos 
mais comuns e menos complicados. Quando vis-
Vidro e Cerâmica
lumbram usá-los em mobiliários, a normalidade 
vem à tona e tampos de mesas e uma ou outra 
mesa de centro são especificadas em projetos 
100% feitos em vidro. No entanto vários profis-
sionais de design vão na contramão do uso bási-
co do vidro e inovam, conseguindo vislumbrar 
possibilidades diferenciais em peças simples, tor-
nando-as únicas. 
Para, exemplifi car é possível olhar com en-
cantamento a mesa shimmer de Patricia Ur-
quiola e a sua explosão de cores. 
 197
 DESIGN 
O VIDRO, A ÁGUA E O DESIGNER
Ainda, considerando a capacidade do(a) designer de 
ser inovador(a), devemos pensar que a criatividade 
tem que ser exercitada pelo(a) profissional, indepen-
dentemente, de qual área do design ele(a) se encontre. 
Os produtos ou ambientes desenvolvidos devem expor 
ao máximo a riqueza da mente criativa do(a) profissio-
nal. Este, por sua vez, para chegar ao seu objetivo, deve 
compreender os materiais, as suas qualidades e carac-
terísticas a ponto de extrair deles a mais bela estética, o 
conceito e a funcionalidade.
Uma das mentes de design mais brilhantes da 
atualidade pertence ao designer de produto Philippe 
Starck, formado na escola Nissim de Camondo de 
Paris, França. De acordo com o seu site oficial, o de-
signer vê sua profissão como uma forma de servir a 
sociedade, buscando melhorar a sua vida e as condi-
ções do meio ambiente. Os seus trabalhos apresen-
tam um olhar diferenciado, mostram a relevância de 
conhecer os materiais, suas propriedades diversas, 
suas funcionalidades e também a importância de 
exercitar a mente criativa. 
Um exemplo de sua ousadia é a linha de mobiliá-
rios de vidro chamada de Boxinbox. Nessa, observa-se 
que o designer se vale das cores e que suas linhas man-
têm-se retas e simples, caixas dentro de caixas, leves, 
coloridas, contemporâneas e versáteis.
Na continuidade dos profissionais que se desta-
caram com o uso do vidro, temos também os Irmãos 
Campana e sua linha Aquário, os profissionais mis-
turam materiais e criam mobiliários divertidos. 
O REVESTIMENTO CERÂMICO E A ARTE
Muitas vezes, o profissional de interiores precisa do 
seu conhecimento sobre Artes, desse modo, interio-
res e artistas plásticos, músicos, dançarinos estão 
interligados e os ambientes só podem enriquecer a 
vida dos seus usuários. Muitas empresas se orgu-
lham por apresentar, em seus produtos, referências 
reais e leais aos diversos artistas do mundo. 
Figura 4 - Mesa Shimmer
Fonte: Grupo Cinex (2014, on-line)4.198 
 
Um exemplo de produto que se relaciona com as 
pessoas é a linha Bailarinas da empresa de revesti-
mentos Portinari, que valoriza obras do artista bra-
sileiro Cândido Portinari , cujo sobrenome é o pró-
prio nome da empresa de pisos e revestimentos.
Além disso, é relevante observar que a valori-
Figura 5 - Mobiliários em vidro pelo Designer Philippe Starck
Fonte: Habitus Brasil (2014, on-line)5. 
“Une façon pour mériter d’exister est de servir.” Isto é: “Uma maneira de merecer existir é servir”. 
(Philippe Starck)
REFLITA
zação da arte vai na mesma direção da valorização 
das culturas regionais, específicas de cada sociedade. 
Nesse sentido, cabe ao designer de interiores valori-
zar seus ambientes com produtos que “dialoguem”, 
que “toquem” seus usuários, por aquilo que acredi-
tam ser parte de si mesmos. 
 199
 DESIGN 
Figura 6 - Bailarinas da Empresa Portinari
Fonte: Homedecore (2018, on-line)6.
200 
 
Aluno(a), agora, que sabemos informações sobre as madeiras e 
as fi bras, torna-se necessário a aproximação prática do conte-
údo com o design de ambientes. Para tanto, alguns estudos de 
caso que demonstram a criatividade nos usos dos materiais serão 
apresentados neste item.
Madeiras e Fibras 
 201
 DESIGN 
Veja mais sobre essa mostra e suas exposi-
ções, acessando o link a seguir:
https://www.revistacircuito.com/arquivos/36611
SAIBA MAIS
Figura 7 - Loja Oca Criativa, de Gabriela Brasil e Míriam Gatti
Fonte: Gustavo Xavier (2017, on-line)7.
CASA COR: CASA VIVA E A MADEIRA RE-
CICLADA
A Casa Cor de 2018 se mantém no caminho das ten-
dências contemporâneas, relacionadas à sustentabi-
lidade, e apresenta como tema de seu evento “a Casa 
Viva”. É nessa diretriz que os diversos profissionais 
expositores projetaram os seus ambientes, a relevân-
cia de pensar as questões do reuso e da adequação 
dos espaços e materiais estão presentes no uso das 
madeiras de demolição, na casa sustentável da Le-
roy Merlin, e, no Lounge Sensações, do profissional 
Gustavo Paschoalim, o material de demolição foi o 
bambu.
COLEÇÃO DE MOBILIÁRIOS UTILIZAN-
DO MATERIAL RECICLÁVEL RECOLHIDO 
DO “LIXO”
Alvaro Guillhermo, designer, arquiteto, mestre em 
artes, especialista e pesquisador em consumo do De-
sign, é, também, o idealizador e gestor do projeto 
“Encontros Criativos da EcoFábrica criativa de San-
tos” que venceu o prêmio iF Social Impact Prize. O 
projeto busca capacitar jovens por meio da ideia da 
marcenaria ecológica, desenvolve diversos produtos 
de materiais provenientes do serviço de limpeza, isto 
é, reutiliza - materiais do lixo para desenvolver no-
vos produtos. 
MOBILIÁRIOS DE PAPELÃO NA MORAR 
MAIS POR MENOS.
Na mostra “Morar mais por Menos”, podemos encon-
trar diversos ambientes que se utilizam de diversos 
materiais cuja proximidade com a ideia da sustenta-
bilidade é relevante. Em 2017, na cidade de Belo Ho-
rizonte, podemos encontrar o papelão em destaque 
no ambiente da marca Oca Criativa como mesa e pol-
trona. Em espaços de ambientes com finalidades es-
pecíficas e cuja a personalidade varia de acordo com 
as novas tendências do mercado de consumo e as pre-
ocupações ambientais, saber adequar estes materiais é 
uma forma de conquistar usuários diversos. 
202 
 
Aluno(a), vimos como é possível trabalhar diferen-
tes e alternativos materiais para os projetos de inte-
riores, por isso devemos nos atentar para a grande 
quantidade de produtos. Precisamos, como profi s-
sionais, buscar as inovações e negar trabalhar, ape-
nas, com um grupo mais convencional de produtos. 
Morar mais por menos é uma exposição que 
apresenta soluções inovadoras, sustentáveis 
e com uma preocupação social. Essas solu-
ções são apresentadas e desenvolvidas por 
profi ssionais capacitados, designers de inte-
riores e profi ssionais da área. 
Saiba mais em: http://www.morarmais.com.
br/morarmais/
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
 203
 DESIGN 
204 
 
Olá, aluno(a)! Vamos, agora, dar vida aos conhecimentos absorvidos nesta unidade, apre-
sentando dois destes produtos desenvolvidos e aplicados com conceito e identidade que 
resume a capacidade de inovar diante de antigos e novos materiais.
KARIM RASHID
Considerado um dos grandes designers da atualidade, seus produtos e ambientes são orgâ-
nicos, apaixonantes e impactantes. Gosta muito do trabalho com os novos materiais, como 
os polímeros e acrílicos, mas também se aventura com os materiais, como os metais. Para 
tanto, convidado por uma empresa de produtoss de acabamento e objetos para construção 
civil denominada Alloy, Rashid desenvolveu revestimentos parecidos com pastilhas de vi-
dro, mas de metal. São oito peças que possuem qualidade para longa duração, oferecidas 
em diversos metais, como aço inoxidável, cobre, latão, titânio e aço cru.
 
Metais e Polímeros
 205
 DESIGN
Seguem as palavras de Karim Rashid acerca de 
sua criação:
Eu sempre fui obcecado com padrões. A Alloy 
me deu uma grande oportunidade de trabalhar 
com a ideia do padrão, da grade e da repetição. 
Os padrões oferecem riqueza e profundidade à 
nossa paisagem. Quanto mais diversidade de 
linha, formas e composição, mais interessante 
é uma única peça. As formas ondulantes, curvi-
líneas dão para a superfície bidimensional uma 
sensação tridimensional. Estes elementos repe-
tidos de forma previsível são projetados para 
contradizer o azulejo quadrado. Esta coleção 
para a Alloy é orgânica em sua forma, porque 
eu acredito que o mundo precisa de uma de-
saceleração e de um espírito humano mais leve 
(ALLOY, on-line, tradução nossa)8.
Na hora de especifi car os metais de acabamen-
tos para os banheiros e cozinhas, acima de tudo, o 
profi ssional deve ter em mente qualidade e utilida-
de. Existem muitas opções de produtos no mercado, 
mas elas têm suas aplicações hidráulicas – vale con-
ferir se estão de acordo com a instalação hidráulica 
da obra. Além disso, é necessário, sempre, reforçar 
ao usuário as formas de limpeza e manutenção das 
peças, visto que podem ser frágeis dependendo do 
uso de produtos fortes.
Figura 8 – Coleção para Alloy
Fonte: Contemporist (2010, on-line)9.
Figura 9 - Cozinha
Fonte: Casinha Bonita ([2019], on-line)10.
OS METAIS NA AMBIENTAÇÃO
O uso mais convencional dos metais em um espa-
ço é como acabamentos de móveis diversos e aca-
bamentos hidráulicos na cozinha e banheiro. As 
empresas desta área desenvolvem, a cada dia mais, 
produtos com senso estético apurado, as cores em 
alta, nos lavabos e banheiros, são as pretas, douradas 
e acobreadas. 
206 
 
206 
 
Em relação aos metais inseridos nos móveis, as fer-
ragens dos mobiliários, o que se tem é uma imensa 
diversidade de formas, cores e aplicações. O profi s-
sional deve se atentar para a qualidade, mas também 
buscar o conhecimento do que o mercado tem para 
lhe oferecer, já que esta área na atualidade está muito 
bem amparada tecnologicamente.
Em uma grande empresa da área, é possível 
sentir quantos produtos temos ao dispor de nossos 
clientes: sistemas de portas de elevação; sistemas de 
dobradiças; sistemas box; sistemas de corrediças; 
sistemas de divisões internas. Na relação com o mo-
vimento (abrir e fechar portas e gavetas sem puxa-
dores): blumotion (amortecimento do fechamento); 
servo-drive (sistema elétrico de toque); tip-on (siste-
ma de abertura mecânico).
PASTILHAS DE GARRAFA PET
Muitos profi ssionais e empresários questionam os 
preceitos da sustentabilidade por acreditarem mais 
em suas difi culdades, tanto de aceitação pela so-
ciedade consumista que existe dentro do sistema 
capitalista quanto em seus obstáculos de processos 
diferenciados e incomuns. Entretanto alguns pro-
fi ssionais agarram a sustentabilidade como uma 
oportunidade de negóciose efazem diferença nessa 
discussão. 
A ideia de transformar garrafas PET usadas em ma-
teriais diversos para uso, em vez de levá-las ao descarte, 
é comum e até popular, mas se torna especial quando o 
projeto investe em pesquisas e experimentos. A seguir, 
um exemplo brasileiro de como é possível. 
De acordo com os dados comerciais da empresa 
desenvolvedora, Rivesti, com 85% de PET reciclado, 
um metro quadrado (1m2) de pastilhas evita a emis-
são de 3 três quilogramas (3 kg) de gás carbônico na 
atmosfera, bem como a reciclagem de sessenta e seis 
pets. O produto de revestimento possui certifi cação 
LEED e Green Building Council. 
Figura 10 - pastilhas de garrafa PET
Fonte: Rifi niture ([2019], on-line)11.
 207
 DESIGN
 207
 DESIGN
208 
 
Resinas e Outros Materiais
Caro(a) aluno(a), adentramos aos Estudos de Caso, etapa impor-
tante durante os estudos para a devida compreensão dos conteú-
dos teóricos e técnicos, pois somente com o entendimento da prá-
tica destas informações é possível analisar como estes materiais se 
comportam e o que podem oferecer nas ambientações. Para tanto, 
foram selecionados algumas aplicações importantes.
 209
 DESIGN 
TINTAS
O uso das tintas, por ser um material prático, pode 
ser facilmente removível se comparado a azulejos. As 
tintas estabelecem um clima de desafios aos designers 
de interiores que se deixam levar pela imaginação, 
baseada nos conceitos que cercam o uso das cores na 
ambientação. A designer de interiores Jessica Helger-
son, de Portland/Oregon, desenvolveu um projeto 
residencial e demonstra ótima desenvoltura nestes 
conhecimentos, anteriormente, descritos. Em seu site 
oficial, a designer aponta:
Nossos clientes foram um jovem casal com uma 
propensão para a arte pop, cores brilhantes e de-
sign atual e fresco. Foi solicitado ousadia nas co-
res e um projeto divertido, e nós nos divertimos 
fazendo exatamente isso. Na sala de jantar proje-
tamos uma mesa onde os dois longos pedaços de 
madeira são unidos por uma série de articulações 
borboleta, lacadas em vários tons de turquesa. 
As cadeiras em torno da mesa são vintage Paul 
McCobb, lacadas, também na coloração azul-tur-
quesa. A parede da estante é pintada em padrão 
geométrico com quatro tons de vermelho. A cor 
brilhante é equilibrada por uma coleção de obje-
tos de madeira da terra, cerâmica e vidro (HEL-
GERSON, on-line, tradução nossa)12.
É possível observar a destreza da designer de interio-
res em aplicar cores contrastantes e complementares 
em diversas tonalidades, o que, provavelmente, mo-
vimenta o olhar, evitando assim a irritação causada 
pela tensão entre as próprias cores. O fato do uso ser 
pontual, e o restante do ambiente estar equilibrado 
pelas colorações neutras como o branco e os tons 
amadeirados somam e evitam que o estímulo visual 
torne a experiência na ambientação desconfortável.
Figura 11 - Projeto Residencial, designer de interiores Jessica Helgerson, de Portland/Oregon
Fonte: Helgerson ([2019], on-line)12.
210 
 
Profissionais da Paradox Arquitetura e De-
sign também desenvolveram uma ambientação 
que exprime o conhecimento do uso das tintas 
e das cores para destacar as sensações deseja-
das em um espaço. De acordo com o site Dez-
zen Magazine (2011, on-line)13, os profissionais 
afirmam que as “formas amarelas pintadas nas 
paredes laterais são destinadas a criar uma ilu-
são de profundidade”. 
Caro(a) aluno(a), para visualizar as imagens 
do ambiente e saber mais sobre este projeto, vá 
aos Materiais Complementares e encontrará o 
link para leitura.
PRODUTOS ANIMAIS - COURO E SÉRGIO 
RODRIGUES
A cadeira Chifruda nasceu da vontade de de-
monstrar a qualidade da costura dos elementos 
de couro. “Imaginei que a cadeira teria certos 
detalhes lúdicos ou então detalhes que tinham 
uma relação longínqua com móveis de estilo e 
certa brincadeira que já era a minha paixão pe-
los vikings. Daí aquele chifre daquele jeito – um 
encosto de cabeça com aquele formato acentua-
do. Fiz essa minha cadeira que o pessoal achou 
muito estranho. Eu estava achando muito go-
zado. Mas, na época, os puros acharam aquela 
coisa um pouco estranha. Uma falta de gosto. 
Eu não tenho nada que ver com isso, né?! Se 
eles gostassem ou não, não era problema meu” 
(ZAPPA, 2015, p. 43).
O interessante em observar a cadeira chifruda de 
Sérgio Rodrigues é que, culturalmente, remonta ao 
passado histórico do país, ao se tratar de estruturas 
de madeira, à atividade pecuária e ao mercado de 
agronegócios, os quais, sempre, participaram do 
desenvolvimento econômico nacional. É possível 
visualizar, então, elementos fortes de nossa história, 
economia e cultura diretamente, ao olhar este mobi-
liário conceito.
Figura 12 - Poltrona Chifruda - Criada pelo Mestre Sérgio Rodrigues, em 1962, é considerada uma das obras primas do 
design brasileiro
Fonte: Anual Design (2011, on-line)14.
conclusão geral
Caro(a) aluno(a) do curso de Design de Interiores, chegamos ao final deste livro, entretan-
to, não será aqui o final das suas pesquisas e estudos acerca dos materiais. Tendo em vista 
que a evolução tecnológica avança cada dia mais e que, com ela, surgem diversos materiais, 
será necessária uma postura profissional de busca contínua sobre os novos materiais e os 
novos procedimentos. 
Você adquiriu conhecimento sobre alguns dos materiais mais populares e conhecidos da 
sociedade, materiais que possuem uma intimidade com a história humana, que fizeram parte 
de seu desenvolvimento intelectual e até nomearam momentos históricos da sociedade. 
A relação dos indivíduos e sociedade com os materiais possui causas de ordem física e 
sensorial, mas também, de ordem social e cultural, e todas estas propriedades devem ser 
levadas em consideração pelo(a) profissional de design de interiores durante a aplicação no 
conceito do projeto da ambientação.
A partir dos estudos sobre as pedras naturais, as pedras artificiais, os vidros e as cerâmicas, 
as madeiras e as fibras, os polímeros e metais e, por fim, as tintas e os produtos animais, você 
poderá refletir conscientemente sobre as melhores alternativas possíveis no uso dos materiais.
Lembre-se, também, de considerar todo o impacto ambiental que cada material pode ofe-
recer. Seja consciente e um(a) incentivador(a), em busca da melhoria das condições am-
bientais e animais. Os conceitos de sustentabilidade são a base e o apoio que a sociedade 
precisa para construir um futuro melhor.
Desejamos a você, aluno(a), que se torne um(a) profissional cheio(a) de projetos, com re-
sultados satisfatórios e eficientes aos seus objetivos. Que a sua carreira seja de muito suces-
so e que este livro seja um guia para a descoberta de mais e mais conteúdos relacionados 
aos materiais, seus usos, aplicações e impactos.
Parabéns por mais esta conquista!
 211
referências
1 Em: http://blog.giacomelli.com.br/2011/01/20/de-cara-nova-as-paredes/. Acesso em: 5 jun. 2019.
2 Em: https://casacor.abril.com.br/historia/. Acesso em: 5 jun. 2019.
3 Em: https://4styleinteriores.wordpress.com/2018/08/29/seixos-design-e-sofisticacao-na-medi-
da-exata/. Acesso em: 18 fev. 2019.
4 Em: http://www.grupocinex.com.br/blog/mesa-shimmer/. Acesso em: 5 jun. 2019.
5 Em: https://habitusbrasil.com/wp-content/uploads/2016/04/Vidro-Philippe-Starck-Boxinbox.jpg. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
6 Em: http://www.homedecore.com.br/ceramica-portinari-apresenta-porcelanato-inspira-
do-nas-obras-de-candido-portinari/. Acesso em: 6 jun. 2019.
7 Em: http://gustavoxavier.com.br/morar_mais_por_menos_bh_2017/. Acesso em: 6 jun. 2019.
8 Em: https://alloydesign.com.au/shop/category/5079. Acesso em: 6 jun. 2019.
9 Em: http://www.contemporist.com/metal-tiles-by-karim-rashid-for-alloy-2/. Acesso em: 6 jun. 2019.
10 Em: https://blog.sincenet.com.br/wp-content/uploads/2018/02/IMG_1695-1.jpg.Acesso em: 6 jun. 
2019.
11 Em: https://hggirlonfire.com/pastilhas-de-garrafa-pet.html. Acesso em: 6 jun. 2019.
12 Em: http://www.jhinteriordesign.com/brooklyn-brownstone. Acesso em: 6 jun. 2019.
13 Em: https://www.dezeen.com/2011/05/26/opus-shop-by-paradox-studio/. Acesso em: 6 jun. 
2019.
14 Em: https://www.anualdesign.com.br/blog/1003/poltrona-chifruda/?param=blog/1003/poltro-
na-chifruda/. Acesso em: 6 jun. 2019.
	UNIDADE I
	PEDRAS NATURAIS E ARTIFICIAIS
	Conhecer os Principais Ambientes Residenciais e Suas Definições
	Pedras Naturais
	Pedras Artificiais
	Sustentabilidade
	UNIDADE II
	VIDRO E CERÂMICA
	Vidro
	Cerâmica
	Sustentabilidade
	Considerações Finais
	Referências
	Referências
	Gabarito
	UNIDADE III
	MADEIRAS E FIBRAS
	MADEIRA
	Bambu
	Fibras (Têxteis e Papéis)
	Sustentabilidade
	Considerações Finais
	Referências
	Referências
	Gabarito
	UNIDADE IV
	Metais e Polímeros
	Metais
	Polímeros
	Acrílico (Pmma)
	Sustentabilidade
	Referências
	Referências
	Gabarito
	UNIDADE V
	RESINAS E OUTROS MATERIAIS
	As Tintas
	Produtos Animais
	Outros Materiais
	Sustentabilidade
	Considerações Finais
	Referências
	Referências
	Gabarito
	conclusão geral

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