Buscar

RESENHA SOBRE ENDOMETRIOSE (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
BACHARELADO EM ENFERMAGEM
DENIZETE ROSA DOS SANTOS
ELIZABETH VERISSIMO DE OLIVEIRA
IEDA NERIS DOS SANTOS
KEILIANE SOUZA OLIVEIRA
MANOEL DOS SANTOS S. DE O. JUNIOR
MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS
ROSE BRAS CRUZ
YASMIN LEONEL MARTINS
EMBRIOLOGIA
Endometriose
Cotia – SP
2019
DENIZETE ROSA DOS SANTOS
ELIZABETH VERISSIMO DE OLIVEIRA
IEDA NERIS DOS SANTOS
KEILIANE SOUZA OLIVEIRA
MANOEL DOS SANTOS S. DE O. JUNIOR
MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS
ROSE BRAS CRUZ
YASMIN LEONEL MARTINS
EMBRIOLOGIA
Endometriose
Professora: Alessandra Pereira Majer
INTRODUÇÃO
Com o objetivo de relatar e informar sobre a doença e os males que a endometriose acarreta na saúde feminina, esse artigo com base em estudos e artigos científicos publicados por profissionais da área da saúde.
Aqui detalharemos e abordaremos temas importantes para o entendimento geral da doença.
ENDOMETRIOSE
Endometriose é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. 
Se não houve fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação. O que sobra volta a crescer e o processo todo se repete a cada ciclo. Caso ocorra a afecção (uma modificação no funcionamento normal do organismo) inflamatória provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar, porém não é expulso na menstruação, fazendo o tecido circundante ficar.
“DESCOBERTA”
 Sampson foi o primeiro a descrever a endometriose como uma entidade clínica em uma paciente com cistos ovarianos.
 A descoberta da etiopatogenia da endometriose permanece desconhecida. Há
inúmeras teorias tentando explicar sua etiopatogenia.
 Em 1985, a American Society for reproductive medicine revisou sua classificação para endometriose mediante a visualização dos implantes por laparoscopia. Essa classificação é útil para o seguimento das pacientes em futuras reavaliações, levando em conta a condição anatômica e principalmente o futuro reprodutivo. 
 Não há correlação entre os achados laparoscópicos e a sintomatologia das pacientes. A prevalência da endometriose varia dependendo do modelo do estudo e população estudada. Na população varia de 5 a 15%, chegando até 60% se estudarmos apenas as pacientes com infertilidade. Mulheres com endometriose têm 20 vezes mais chancede serem inférteis. 
CAUSAS
Todos os meses, o endométrio fica mais espesso, para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, no final do ciclo ele descama e é expelido na menstruação. Uma das teorias para explicar o aparecimento de endometriose é que um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. 
A endometriose é uma doença caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial em áreas fora da cavidade endometrial. O local mais comumente afetado pela doença é a cavidade pélvica. A forma profunda infiltrativa da doença corresponde àquela lesão que infiltra a superfície peritoneal em mais do que 5 mm de profundidade, podendo haver acometimento de órgãos adjacentes, como os ligamentos uterinos, o intestino, a bexiga e/ou os ureteres.
É importante destacar que a doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente tem em torno dos 30 anos.
A família de genes KLRC codifica proteínas que geralmente são expressas na membrana das células NK, que são células do sistema imunológico que mediam vários processos entre eles, a lise de células tumorais ou aquelas infectadas por vírus. Esta proteína receptora tem a função de reconhecer moléculas HLA-E (moléculas MHC classe I), razão pela qual está envolvida no processo de apresentação de antígenos. Esses resultados sustentam a hipótese de que a endometriose pode ser derivados da metaplasia do tecido da endometriose transportada de forma retrógrada que não foi eliminada por essas células NK defeituosas.
Segundo os cientistas, as causas da doença são diversas e podem estar relacionadas à genética e ao sistema imunológico. Se a sua mãe ou a sua irmã foram diagnosticadas positivamente, seu risco é entre sete e dez vezes maior do que alguém que não é portador.
Algumas das causas genéticas estão ligadas aos altos níveis de atomatasse (enzima que produz estrógeno, principal hormônio feminino) ou às mutações que fazem com que as células do endométrio não morram, mas se proliferem ou aglutinem em outros locais do corpo.
E é aí que entra o fator do sistema imunológico. A produção desregulada de algum tipo de célula imunológica pode comprometer o nosso sistema de defesa e permitir que células do endométrio se espalhem pelo corpo, desenvolvendo a endometriose.
SINTOMAS
A endometriose é uma doença crônica de difícil diagnóstico, deve-se considerar a prevalência e não a incidência como melhor parâmetro para a análise dos aspectos epidemiológicos. Para um estudo mais satisfatório desta patologia em relação a novos casos deve -se considerar, o correto preenchimento do CID (Classificação Internacional de Doenças) e de taxa de recorrências, resultados de análises histopatológicas não padronizadas, documentação correta dos achados cirúrgicos, emprego de tratamentos empíricos para casos de dor pélvica crônica, entre outros fatores. A prevalência da endometriose é apresentada na maioria dos artigos se referindo à população feminina em idade fértil, apesar de alguns trabalhos citados calcularem esta taxa dentro da população geral (trabalhos pioneiros). 
Baseando-se nesta literatura, podemos depreender as taxas, de prevalência, em torno de 10% da população geral: 1% a 7% (Barbieri, 1990), 2% a 10% (West, 1990), 10% (Eskenazi& Warner, 1997) e 50% dos casos de pacientes inférteis e com dor pélvica (Houston, 1988; Matorras, 1995; Damario & Rock, 1995; Balasch,1996). Dados da literatura mais recente apontam uma prevalência de 5% a 10% em mulheres em idade fértil (Viganò, Parazzini, Somigliana e Vercellini, 2004; Crosignani, 2006; Mao & Anastasi, 2010) e 3,6% em mulheres com queixas gerais, não menopausadas (Ferrero ,2010). 
- Dor Pélvica
A dor pélvica pode manifestar sobre formas diversas: dismenorreia, dor pélvica crônica (DPC), dispareunia, dores na função intestinal e urinária. Na maioria das vezes elas apresentam associadas, a saber: DPC, dismenorreia e dispareunia em 34,4% dos casos; DPC e dismenorreia em 25,2%. Mais raramente a dismenorreia concomitante a dispareunia em 6,5% e DPC com dispareunia em 3,3%. De manifestação isolada temos a dismenorreia em 12,0%, a DPC em 6,5% e a dispareunia em 0,7%.
- Dismenorreia
A dismenorreia caracteriza-se por ser uma dor no hipogástrio durante o fluxo menstrual, em cólica, com ou sem irradiações. É um sintoma ginecológico comum, presente em cerca de 50% mulheres adultas e 70% das adolescentes. Nas mulheres com endometriose, a dismenorreia tem um padrão de agravamento progressivo e intensidade forte causada pela presença de prostaglandinas endometriais que provocam isquemia miometrial funcional ou ser desencadeada por contração uterina forte na tentativa de vencer alguma obstrução ao fluxo, o que aumenta a propensão à menstruação retrógrada predispondo a endometriose. A dismenorreia grave tem sido associada à extensão das aderências, ao número de implantes e à infiltração do reto nas mulheres com endometriose, comum quando associada ao absenteísmo escolar durante a menstruação.
- Dor pélvica diferente de Dismenorreia 
Refere-se à dor no baixo ventre, pode ser de início recente e quando perdura por mais de seis meses é considerada crônica. Pode ser cíclica ou não, tem localização uni ou bilateral, restrita a uma região ou difusa, tende a agravar na fase pré-menstrual e deixar umasensibilidade residual após a menstruação. Há relatos de dores episódicas sem padrão definido. A dor pélvica não demonstrou correspondência linear com o estadiamento da endometriose, no entanto, tem sido associada com a forma infiltrativa da doença, implantes com profundidade além de 5 mm. Foi relacionada com a extensão das aderências pélvicas, com doença profunda nos ligamentos uterossacros e no intestino. Conforme a localização da endometriose a dor pode irradiar para coxa (ovariana),para o períneo (retal) ou para a região sacral (ligamentos uterossacros). Os mecanismos teóricos responsabilizados pela dor na endometriose incluem a inflamação, a pressão, as aderências, o envolvimento neural, a produção aumentada de prostaglandinas e os fatores psicológicos. 
- Dispareunia de profundidade
A dispareunia de profundidade é identificada como aquela dor localizada no interior da pelve durante o coito vaginal e deve ser diferenciada daquela dor ou desconforto no introito durante a penetração vaginal. Pode ser provocada por tração ou estiramento de fibras nervosas de cicatrizes ou pela pressão direta dos nódulos de endometriose entre tecido fibroso. Nas mulheres com endometriose, a dispareunia de profundidade foi associada com a presença de doença no fundo de saco, com infiltração vaginal e nos ligamentos uterossacros.
- Dor associada à função intestinal: disquezia e inchaço abdominal.
Disquezia é uma dor hipogástrica ou na região lombossacro, ou desconforto pélvico, associados ao ato de defecação. Nas mulheres com endometriose, a disquezia ocorre na fase menstrual e foi observada quando a doença infiltra a vagina, o septo retovaginal e o reto. Muitas mulheres com endometriose descrevem também na fase menstrual uma sensação de inchação ou distensão abdominal difusa (bloating), diarreia ou tenesmo com evacuações insatisfatórias. Hematoquesia menstrual e quadros obstrutivos são raros. 
Neste contexto ressaltamos a Síndrome do Intestino Irritável (dor abdominal que alivia com a evacuação associada a alterações da frequência e/ou consistência das fezes e flatulência abdominal) é mais frequente nas mulheres com endometriose dos que nos casos controle.
- Disúria 
A disúria é um desconforto ou dor hipogástrica no ato da micção, com ou sem irradiação. Sua ocorrência na fase menstrual é sugestiva de endometriose urinária. Há evidências que a disúria está associada à doença infiltrativa da bexiga. A presença de hematúria menstrual também é indício de endometriose urinária.
- Sintomas não ginecológicos.
Há relatos de sintomas do tipo fadiga, exaustão, menor resistência a infecções e alergias em mulheres com endometriose, sendo que foi encontrada prevalência aumentada de artrite reumatoide (1,8% versus 1,2% na população geral), lúpus eritematoso sistêmico (0,8% versus 0.04%), hipotireoidismo (9.6% versus 1.5%), e esclerose múltipla (0.5% versus0.07%).
Ressalva:
A paciente pode ser assintomática, referir apenas infertilidade ou ter sintomas como dismenorreia severa, dispareunia profunda, dor pélvica crônica, dor ovulatória, sintomas urinários ou evacuatórios perimenstruais e fadiga crônica. O exame ginecológico pode ser normal, mas a presença de dor à mobilização uterina, retroversão uterina ou aumento do volume ovariano é sugestiva de endometriose, embora não seja específica, uma boa avaliação e atenção aos detalhes fazem muita diferença no diagnóstico.
TRATAMENTOS
Os tratamentos mais difundidos atualmente são a cirurgia, a terapia de suspensão ovarina ou a associação de ambas. Tratamentos farmacológicos que não inibem função ovariana ainda estão em investigação. 
O tratamento também poderá ser através da administração de análogos do GNRH, que causaria uma inibição gonadotrófica. Os efeitos adversos são de atrofia genital, diminuição da libido, insônia fadiga e dispareunia. A administração desse medicamento permite uma aplicação a cada 28 dias. Não é recomendável a utilização por mais de seus meses pelo risco de osteoporose. 
Os anti-inflamatórios não esteroides tem indicação para a melhora da analgesia das pacientes.
Alguns médicos indicam o uso de tratamento hormonal por 3 a 6 meses e uma laparoscopia para a ablação dos flocos residuais. O tratamento hormonal prévio diminuirá a ardência, tornando a cirurgia mais fácil. 
No período de seis anos foram estudados mais de 154 pacientes com endometriose. Os métodos foram laparoscopia ou ultra- sonografia e a laparotomia em 96% das vezes. 
Em 28% dos casos houve necessidade de realização laparotomia para elucidação diagnóstica ou tratamento.
O tratamento cirúrgico poderá ser Radical caso a paciente tenha a prole resistente ou não tolerar o tratamento hormonal. 
Quanto mais precoce for realizada a cauterização dos focos em pacientes com doenças dos estágios I e II melhor será o futuro reprodutivo.
Embora seja uma doença comum, a maioria das mulheres não consegue descobrir sozinhas sem ajuda de um profissional devido aos sintomas serem parecidos com cólica menstrual.
Atualmente essa doença e conhecida como doença do século. Pude perceber que a doença é mais propícia a desenvolver com mulheres de faixa etária de 30 a 40 anos e que não tenha um quadro de muita gestação.
Outro fator que leva ao desenvolvimento é o tardio de fertilização, ou seja, quanto mais tardio seja a fertilização mais chances de desenvolver a doença.
 QUALIDADE DE VIDA COM ENDOMETRIOSE.
A endometriose causa frustrações e conflitos emocionais na vida da mulher, como raiva, angústia, ansiedade, medo, sentimentos comuns em todas as pessoas que se descobrem com alguma doença crônica.
Em uma pesquisa bibliográfica realizada pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM - Uberaba (MG) - Brasil, na base de dados da PubMed buscando artigos publicados nos últimos 10 anos sobre endometriose e qualidade de vida das mulheres, resultou na quase unanimidade dos artigos, ao evidenciar que as mulheres com endometriose apresentaram uma redução na qualidade de vida, e cinco estudos associaram o nível socioeconômico, intensidade da dor e hábitos saudáveis como fatores que influenciam a qualidade de vida.
Considera-se que a dor pélvica crônica possa causar prejuízos físicos, psíquicos e sociais, assim como qualquer doença crônica, pois restringe e modifica o convívio diário da paciente com suas rotinas até então estabelecidas. É possível afirmar que todas as experiências humanas, inclusive a dolorosa, envolvem componentes físicos e emocionais. As emoções mais comuns associadas à dor crônica são, em geral, depressão e ansiedade. O humor pode ficar comprometido interferindo na interpretação e no relato da dor, intensificando ainda mais aquela dor.
Com a aquisição da doença, muitos pacientes se deparam com a perda de um corpo saudável e ativo, que pode significar para muitos, a perda da autonomia e da independência. Ocorrem também perdas significativas no círculo social em decorrência das limitações que a doença, e principalmente a dor, trazem para a pessoa, alterando a dinâmica social e afetiva de sua vida. Podem ocorrer perdas de emprego e da estabilidade econômica, e principalmente das relações afetivas que abordaremos mais a frente com mais rigor. Estas, por si só geradoras de insegurança e ansiedade, são agravadas pela situação de dependência que muitos pacientes que sofrem de dor crônica assumem. Dessa forma, a doença ocupa um lugar central na vida da paciente, alterando não só seu desempenho social e econômico, mas principalmente suas percepções cognitivas, resultando muitas vezes em uma depressão. Um artigo cientifico que avaliou a frequência da depressão em mulheres com endometriose e dor pélvica, do Ambulatório de Endometriose do Departamento de Tocoginecologia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM/FCM/UNICAMP), Campinas, SP concluiu que grande maioria das pacientes investigadas necessitam de atendimento psicológico devido a alta prevalência de depressão, focalizando aspectos psíquicos envolvidos no processo de adoecimento e depressivo.A maior responsável por isso, a dor, cujo a qual afeta no desenvolvimento de atividades de casa, nas relações sexuais, no trabalho, na prática de exercícios físicos e demais atividades sociais. Assim, como afirma Le Breton em Antropologia da dor (2013, p. 47), “A dor não é um fato fisiológico, mas um fato de existência. Não é o corpo que sofre e, sim, o indivíduo em sua totalidade. 
Em um primeiro impacto, as pessoas próximas tendem a valorizar a dor do outro, oferecendo ajuda e atenção. Com o passar do tempo, essa valorização e oferta de ajuda tendem a desaparecer, pois é um problema exclusivo de quem vive a dor crônica. Isto é, mesmo com o sofrimento continuado do indivíduo, a dor crônica cai na invisibilidade concreta, desaparece “da memória das pessoas”, como afirma Helman em seu livro: Saúde, cultura e doença (2009 , p. 177). Para o autor, a “retórica de dor” presente nas relações familiares, com amigos e colegas de trabalho ajuda a quem sofre de dor crônica na comunicação de suas necessidades, entretanto, não necessariamente esse comportamento reforça coesão social, ao contrário, é comum aumentar o isolamento. O fato da dor ser crônica, fazem com que companheiros/as, filhos, demais familiares, colegas de trabalho, amigos pessoais, com o passar do tempo, percam a disponibilidade e vontade de ajudar, falta-lhes paciência e abundam os julgamentos .Mulheres relatam que ouvem coisas relacionadas a estarem o “tempo todo” com esta dor e com suas recorrências “caramba, né, não vai sarar nunca, não é ?”; “tu já 'tá de novo com essa dor?”; “você não aguenta uma cólica, não é possível, você é mulher, deveria saber o que é isso”. 
O que acaba desgastando a saúde mental da mulher, gerando quadros extras, além dos sintomas da endometriose.
ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE FEMININA 
A doença, que é de difícil diagnóstico, tem sido umas das principais causas de infertilidade feminina. Conforme descrito por Crosera, em Tratamento da endometriose associada à infertilidade: revisão de literatura (2010), a forma que a endometriose causa a infertilidade ainda é incerta. Já que no estágio mais avançado da doença, “a distorção da anatomia pélvica, aderências e oclusão tubária, apresentam óbvia relação causal com a infertilidade”. Porém a maioria das mulheres apresenta endometriose mínima e/ou moderada, sem evidência dos problemas citados. A endometriose tem ligação comprovada com a infertilidade (Freitas, Rotinas em ginecologia, 2011). Porém, como esta associação ainda não é totalmente compreendida ela tem sido amplamente estudada.
A endometriose pode causar infertilidade por meio de vários mecanismos, como alterações imunológicas; influencia hormonal na ovulação e na implantação do embrião; alteração do hormônio prolactina e as prostaglandinas que agem negativamente na fertilidade; anormalidades anatômicas dos ovários, tubas uterinas e útero, devido adesões e formação de endometriomas; prejuízos na função ovariana, como redução na qualidade dos oócitos e liberação do óvulo; dificuldade no transporte do óvulo pela tuba uterina, devido a aderências; receptividade endometrial, a endometriose produz substâncias que atrapalham a implantação do embrião, segundo o Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, e o Manual de orientação de endometriose, 2010, da FEBRASGO, cujo qual por estudos da mesma confirmaram que as mulheres com endometriose tem baixo índice de fertilização, implantação do embrião e gravidez e, que durante tratamentos de fertilização in vitro, foi verificado números menores de oócitos para coleta.
ENFERMAGEM NOS CUIDADOS A PACIENTES COM ENDOMETRIOSE.
 Com o objetivo de facilitar a atenção dos profissionais de saúde, em especial os enfermeiros, para um atendimento adequado a pacientes com endometriose, foram elaborados um Conjunto de Dados Essenciais de Enfermagem para Atendimento às Portadoras de Endometriose (CDEEPE), representado por arquétipos. Devido à dificuldade de encontrar profissionais de enfermagem qualificados que prestem esse tipo de assistência. Nesse sentido o CDEEPE permitirá um maior conhecimento dos enfermeiros sobre essa doença com consequente melhora no atendimento prestado as portadoras. O CDEEPE possibilita a identificação de informações importantes para a prática de enfermagem e contribui para a aplicação do Processo de Enfermagem no cuidado prestado à pacientes com endometriose. 
Considerando que uma das atribuições da Enfermagem é a educação em saúde, é imprescindível que o enfermeiro que atua na área da saúde da mulher seja conhecedor da etiologia, apresentação clínica, diagnóstico e opções terapêuticas para a endometriose com a finalidade de dar suporte às pacientes e atuar na promoção da saúde.
CAMPANHA DE PREVENÇAO
O mês de março enfatiza a conscientização da endometriose, o chamado "março amarelo". 
É uma das mais importantes campanhas da área da saúde, pois o março amarelo, conscientiza sobre a endometriose. A doença que afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva. E as causas não foram totalmente esclarecidas pela ciência. Além das campanhas a prevenção se faz com estilo de vida saudável, atividade física e consultas regulares ao ginecologista. Alguns especialistas recomendam a prática de atividade física frequentemente, pois diminui as chances de desenvolver o problema.
Quanto antes for feito o diagnóstico, mais fácil de curar a doença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que por ser uma doença que afeta a vida intima, psicológica e social da mulher, causa transtorno e em casos extremos, o óbito, portanto o diagnóstico precoce dará a mulher uma chance maior de recuperação em todos os aspectos da “pós doença”.
BIBLIOGRAFIA
Abrão MS, Abrão CM, Reiss RW, Vasconcelos E. Ansiedade, estresse e endometriose. In: Abrão MS. Endometriose: uma visão contemporânea: (2000. p.249-57);
Barbosa CP, Endometriomas ovariano, Femina (1998);
Crosera, Tratamento da endometriose associada à infertilidade: revisão de literatura (2010);
FEBRASGO, Manual de orientação de endometriose, (2010);
Freitas, Rotinas em ginecologia, (2011);
Ginecologia endócrina, Atheneu; (1995);
Gustavo Adolfo, Ginecologia e obstetrícia (2010);
Helman, Saúde, cultura e doença (2009, p. 177);
Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia;
Kaya,B Aslan,E, Cerkez,C, Kaygusuz,G, Serel,S, Endometriose cutânea, (2012)
Le Breton, Antropologia da dor (2013, p. 47);
Organização Mundial de Saúde, Classificação de transtornos mentais e de comportamentos da CID-10: Critérios diagnósticos para pesquisa. Porto Alegre: Artes Médicas; (1998);
Poli Mara, Hormônios e saúde da mulher (2012);
Revista brasileira de ginecologia e obstetrícia, (2010, vol.32);
Rotinas em ginecologias; artes médicas, Porto Alegre (1997); 
Santos CT, Sebastiani WV, Acompanhamento psicológico à pessoa portadora de doença crônica. In: Camon VAA, organizador, E a psicologia entrou no hospital... São Paulo: Ed. Pioneira; (1996. p. 147-75);
Spigolon DN, Moro CMC. Arquétipos do Conjunto de Dados Essenciais de Enfermagem para Atendimento de Portadoras de Endometriose. Revista Gaúcha Enfermagem, (2012).

Continue navegando

Outros materiais