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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CEARÁ CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE MARIANA GONÇALVES DA SILVA RESUMO DO LIVRO INTROUÇÃO À ENGENHARIA AMBIENTAL – O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL JUAZEIRO DO NORTE – CE 2019 CAPÍTULO 1: A CRISE AMBIENTAL O primeiro capítulo mostra os principais componentes para a crise ambiental, que são: a população, recursos naturais e a poluição. A população utiliza os recursos naturais finitos que como o nome já diz, os recursos naturais não vão durar para sempre, e com a utilização desses recursos, ela gera um tipo de poluição. Poluição essa que afeta o meio - ambiente, e como o próprio autor descreve, isso aumenta sua entropia (grau de desordem). 1.1 POPULAÇÃO: Apresenta a maior taxa bruta de natalidade, principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, mesmo que a taxa esteja em declínio ou seja negativa em países desenvolvidos; Diminuição da taxa de mortalidade em alguns países, pois após a nessa taxa; Apresenta o risco de insuficiência de recursos naturais in the future, mas existem pessoas que contestam essa tese, afirmando que a fome no mundo é causada pela má distribuição de renda e da má orientação agrícola. 1.2 RECURSOS NATURAIS: É qualquer insumo necessário para a manutenção dos organismos, população ou ecossistemas. Portanto, o recurso natural é algo útil; São classificados como renováveis e não - renováveis, dependendo da capacidade de reaproveitamento do recurso após seu uso ou se ele é renovado graças aos ciclos naturais; Os recursos não - renováveis ainda podem ser não – energéticos (se renovam após longos períodos de tempo, como fósforo e cálcio) e energéticos (nunca são renovados, como o combustível fóssil). 1.3 POLUIÇÃO: É resultado da utilização dos recursos naturais pela população. Ela é uma alteração indesejável nas características físicas, químicas e biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera que cause ou possa causar prejuízos ao ser humano e outras espécies, ou ainda, deterioram matérias; Os efeitos da poluição podem ter caráter localizado, regional ou global. Os efeitos regionais e locais são os mais conhecidos e perceptíveis, em geral ocorrem em áreas de grande densidade populacional ou atividade industrial; Os efeitos globais detectados, como o efeito estufa e a redução da camada de ozônio, ainda não são bem conhecidas, mas podem trazer consequências que afetarão o clima e o equilíbrio do planeta. OBSERVAÇÃO: O efeito estufa e a redução da camada de ozônio já são bem conhecidas atualmente e são pautas de reuniões sobre o meio – ambiente. CAPÍTULO 2: LEIS DA CONSERVAÇÃO DA MASSA E DA ENERGIA Todo fenômeno que ocorre na natureza precisa de energia. A vida como conhecemos, tem como base a matérias e a energia. A matéria é algo que ocupa lugar no espaço, já a energia é a capacidade de realizar trabalho. 2.1 LEI DA CONSERVAÇÃO DA MASSA: Essa lei diz que em qualquer sistema, físico ou químico, a matéria nunca se cria e nem se elimina, ela apenas se transforma de uma forma para outra; Ela explica também um dos grandes problemas com o qual nos defrontamos atualmente: a poluição ambiental, compreendendo água, solo e ar. A matéria não pode ser consumida até sua aniquilação, isso implica que a geração de resíduos em todas as atividades dos seres vivos, resíduos esses indesejáveis, mas que podem ser reincorporados ao meio, para serem reutilizados; Na atualidade, o mundo vive em um desequilíbrio, já que os resíduos são gerados em ritmo maior do que a capacidade de reciclagem do meio. A Revolução Industrial, do século XIX, introduziu novos meios de geração de resíduos, que surgiram em quantidades excessivamente maiores que a capacidade de absorção da natureza, tal que ela não é capaz de absorver e reciclar. 2.2 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA: Ela apresenta uma analogia à lei da conservação da massa, mas ela se refere a energia. Essa lei diz que a energia pode se transformar de uma forma em outra, mas não pode ser criada ou destruída. As várias formas de energia podem ser enquadradas, genericamente, em energia cinética e potencial. A cinética é a energia que a matéria adquire em decorrência de sua movimentação e em função de sua massa e velocidade. A energia potencial é a energia armazenada na matéria em virtude de sua posição ou composição; Por meio da primeira lei da termodinâmica, é possível provar que as avaliações do potencial energético do planeta são, em geral, otimistas. Considerando – se petróleo, gás natural, carvão e combustíveis naturais, nota – se que o potencial poderá ser menor do que indicam as estimativas, uma vez que não se leva em conta a energia necessária para a exploração, o transporte e a transformação desses matérias; A aplicação mais importante da primeira lei da termodinâmica está relacionada à maneira como os seres vivos obtêm sua energia para viver. Energia essa que chega até eles por meio de diversas transformações. Um exemplo é a energia luminosa, que incide a Terra e é absorvida pelos vegetais fotossintetizantes, que a transformam um potencial. 2.3 SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA: Segundo essa lei, todo processo de transformação de energia dá-se a partir de uma maneira mais nobre para uma menos nobre, ou de menor qualidade. Quanto mais trabalho se conseguir realizar com uma mesma quantidade de energia, mais nobre será esse tipo de energia; Uma consequência da segunda lei da termodinâmica é que todo corpo que possui uma forma ordenada necessita de energia de alta qualidade para manter sua entropia baixa; Essa lei também tem aplicação importante na obtenção de energia pelos seres vivos. A energia radiante é absorvida pelos vegetais fotossintetizantes e passam por uma série de transformação que afetam sua qualidade; Uma consequência ambienta da segunda lei da termodinâmica é a tendência da globalização de poluição. 2.4 CONCLUSÃO: As leis físicas apresentadas são fundamentais para o entendimento dos problemas ambientais. A lei da conservação da massa mostra que nunca estaremos livres de algum tipo de poluição (resíduos). Uma consequência da segunda lei da termodinâmica é o fato de ser impossível obter energia de melhor qualidade do que aquela disponível inicialmente, ou seja, não existe a reciclagem completa da energia. Outra consequência é o aumento da entropia, o que implica maior desordem nos sistemas locais, regionais ou globais. CAPÍTULO 3: ECOSSISTEMAS 3.1 DEFINIÇÃO E ESTRUTURA O ecossistema é a unidade básica no estudo da ecologia, pois um ecossistema é um conjunto de seres vivos que interagem entre si no meio natural, de forma equilibrada. A natureza fornece todos os elementos necessários para as atividades dos seres vivos; o seu conjunto recebe o nome de biótipos, enquanto o conjunto de seres vivos é nomeado de biocenose; Um ecossistema estável, equilibrado e auto – suficiente, apresenta em toda a sua extensão características topográficas, climática, pedológicas, zoológicas, hidrológicas e geoquímicas praticamente invariáveis; Um ecossistema compõe-se de elementos abióticos, ou seja, matérias inorgânicas ou sem vida (como água, ar, solo) e elementos bióticos, os seres vivos. Cada espécie do ecossistema possui seu hábitat e seu nicho ecológico. Habitat pode ser definido como o local ocupado pela espécie, com todas as suas características abióticas, já nicho ecológico é a função da espécie dentro do conjunto ecossistemas e suas relações com as demais espécies em um ambiente; Todo ecossistema procura um estado de equilíbrio dinâmico ou homeostase por meio de mecanismos de auto controle e auto regulação, os quais entram em ação assim que ocorre qualquer mudança. 3.2 RECICLAGEM DA MATÉRIA E FLUXO DE ENERGIA Os seres vivos precisam de energia para se manter e essa energia provem da alimentação realizada por eles, que se dividem em dois grupos: os autótrofos e os heterótrofos. Os autótrofos compreende os seres capazes de sintetizar seu próprio alimento, sendo, portanto, autossuficientes. Por sua vez, o grupo dos heterótrofos compreende os seres incapazes de sintetizar o seu alimento e que, para a obtenção de energia, utilizam-se do alimento sintetizado pelos autótrofos. O fluxo de energia no ecossistema envolve diversos níveis de seres vivos. ENERGIA SOLAR Toda a energia utilizada na Terra tem como fonte as radiações recebidas do Sol. A energia solar atinge o topo da atmosfera terrestre de maneira contínua ao longo de todo ano, essa radiação sofre uma redução exponencial à medida que se aproxima da superfície terrestre. Além disso, observam-se variações sensíveis em locais distintos do planeta, que geram variação climáticas, uma vez que a radiação é a força motriz da temperatura, evaporação da água e movimentação de grandes massas de ar e água. REFLEXÃO E ABSORÇÃO A superfície da Terra só recebe as radiações visíveis, uma pequena quantidade de ultravioleta a infravermelha e ondas de rádio. Dessa energia incidente, umas pequena quantidade é utilizada pelos vegetais e potencializando, por meio da fotossíntese, em alimento; Vários fatores contribuem para a variação de radiação que ocorre entre o início da estratosfera e a superfície do planeta. Esses fatores atuam em diversos níveis e com intensidade variável conforme a frequência e o comprimento de onda da radiação incidente; A camada de ozônio é um dos fatores de manutenção da vida no planeta, uma vez que esse tipo de radiação é letal quando incide em grande intensidade. As radiações visíveis e as radiações infravermelha são, em grande parte, absorvidas nas camadas intermediárias da atmosfera pela poeira e pelo vapor d’água, contribuindo para o aquecimento do ar. ENERGIA E VIDA NA TERRA Toda a vida na Terra depende da energia proveniente do Sol, e a distribuição das diversas formas de vida é consequência da variação de sua incidência e intensidade. Essa variação de incidência é o principal fator que gera as diferenças climáticas entre as diversas regiões do mundo. A influência mais notada é a divisão do ano em estações. 3.3 CADEIAS ALIMENTARES Podemos definir cadeia alimentar como o caminho seguido pela energia no ecossistema, desde os vegetais fotossintetizantes até diversos organismos que deles se alimentam e servem de alimento para os outros. As cadeias alimentares podem ser divididas em 2 tipos: As que se iniciam pelos vegetais vivos: neste caso, os produtores são aqueles capazes de sintetizar a matéria orgânica. Os herbívoros que se alimentam dos produtores são os consumidores primários; os carnívoros que se alimentam dos herbívoros são os consumidores secundários e assim por diante. As que se iniciam pela matéria orgânica morta: os consumidores primários são denominados detritívoros e podem ser invertebrados de pequeno tamanho ou bactérias e fungos. Seguindo os preceitos das leis básicas da termodinâmica, à medida que se avança na cadeia alimentar, há uma redução na quantidade de energia disponível aos próximos organismos da cadeia. 3.4 PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA A energia solar que chega à superfície da Terra é, em parte, absorvida pelos produtores, que a utilizam para a elaboração de compostos orgânicos pela fotossíntese. A quantidade de material produzido pela fotossíntese, num período de tempo fixo, define-se como sendo a produtividade bruta. No entanto, os produtores, pelo processo respiratório, utilizam parte da energia potencial acumulada nesses compostos orgânicos para sua automanutenção. Assim, apenas uma parte do que é produzido torna-se utilizável como alimento aos consumidores, e é a parte utilizável que definimos como produtividade primária líquida (PPL); A energia que entra no ecossistema e é absorvida pelos produtores sofre transformação ao longo da cadeia alimentar, tornando-se cada vez menos aproveitável. Assim, muitos produtores são necessários para suprir um número bem menor de herbívoros que, por sua vez, serão capazes de abastecer ainda menos carnívoros, o que faz com que as cadeias sejam relativamente curtas, com poucos níveis tróficos (posição ocupada por todos os organismos que estão em um mesmo patamar da cadeia). 3.5 SUCESSÃO ECOLÓGICA Sucessão ecológica é o desenvolvimento de um ecossistema desde sua componentes. Durante o processo de sucessão, as cadeias alimentares tornam-se mais longas, a biomassa aumenta e o ecossistema adquire autossuficiência; A primeira comunidade a se instalar no ecossistema é denominada comunidade pioneira, e a última é denominada comunidade clímax. 3.6 AMPLIFICAÇÃO BIOLÓGICA Há um aumento de concentração de determinados elementos e compostos químicos à medida em que se avança na cadeia alimentar. Por exemplo, a água apresenta uma certa concentração de elementos tóxicos, logo estes acabam sendo fixados pelo fito plâncton, depois são ingeridos pelos peixes que se alimentam dos fito plânctons e assim sucessivamente até o último nível da cadeia alimentar (que apresenta a maior concentração de elementos tóxicos). A este processo dá-se o nome de amplificação biológica ou magnificação biológica ou ainda ampliação biológica. Esse fenômeno ocorre em função de três fatores: Devido ao grande número de elementos do nível trófico anterior necessários para alimentar um determinado elemento do nível trófico seguinte. O poluente considerado deve ser de difícil degradação. O poluente deve ser lipossolúvel. 3.7 BIOMAS A superfície terrestre apresenta, em toda sua extensão, uma grande diversidade de hábitats em função da variação do clima, distribuição de nutrientes, etc. Devido a este fato, podemos dividir nosso planeta em regiões de grande extensão onde se desenvolveu predominantemente um tipo de vida, esses grandes ecossistemas são denominados biomas. ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Os ecossistemas aquáticos podem ser divididos em 2 tipos: os de água doce e os de água salgada. Os seres aquáticos podem ser divididos em 3 categorias: Plânctons: organismos em suspensão na água, sem meio de locomoção própria, e podem ser divididos em fito plânctons (algas) responsáveis pela produção primária nos meios aquáticos, e zooplânctons (protozoários). Bentos: organismos que vivem na superfície sólida submersa, podendo ser fixos ou móveis. Néctons: organismos providos de meio de locomoção própria, como os peixes. ECOSSISTEMAS DE ÁGUA DOCE Podem ser divididos em 2 grupos: lênticos (lagos e pântanos) e lóticos (rios e corredeiras). Rios: Intimamente relacionados com o ambiente a seu redor; Fatores que influem em seu povoamento são: velocidade da corrente, a natureza do fundo, a temperatura, a oxigenação e a composição química; Temperatura das águas correntes acompanha a do meio externo; Possuem suprimento abundante de oxigênio. Lagos: Originam-se de períodos de intensa atividade vulcânica e tectônica; Produtividade de um lago depende de sua profundidade e idade geológica e do recebimento de nutrientes do exterior. Podem ser classificados em: oligotróficos (baixa produtividade, profundos e geologicamente jovens) e eutróficos (vida aquática abundante e elevada capacidade de depuração da matéria orgânica em decomposição). OCEANOS Grande influência nas características climáticas e atmosféricas da Terra; Papel importante no equilíbrio do ciclo do carbono; Em função da iluminação temos 2 zonas distintas: eufótica (ode ocorre a fotossíntese) e afótica (não há luz suficiente para a fotossíntese); Região mais bem conhecida e estudada dos oceanos: plataforma continental (até 200 m de profundidade, os produtores são basicamente os fito plânctons e os consumidores dividem-se entre o zooplâncton, os bentos e nécton). ESTUÁRIOS Corpo d’água litorâneo semifechado com livre acesso para o mar. Águas marinhas se misturam com água doce. Condições de alimento muito favoráveis, levando a um grande número de organismos. ECOSSISTEMAS TERRESTRES A água torna-se às vezes escassa, o que leva os seres vivos a desenvolver uma série de adaptações para garantir sua sobrevivência. Uma característica marcante nos ecossistemas terrestres é a presença de grandes vegetais providos de raízes (são estritamente autótrofos, necessitando apenas de luz e nutrientes minerais para elaboração de matéria orgânica), que são os principais produtores do meio terrestre. Os decompositores são basicamente constituídos pelos fungos e bactérias. A seguir será apresentado os principais ecossistemas terrestres. Tundra: Desenvolve-se no hemisfério norte; Caracteriza-se pela ausência de árvores e pelo solo esponjoso e acidentado; Cadeias alimentares relativamente curtas. Floresta de Coníferas (taiga): Constituem um cinturão que limita o domínio da tundra; Possui vegetação pouco diversificada, na qual predominam largamente os pinheiros; Possui árvores permanentemente verdes e com folhas afiliadas em forma de agulha; Localizam-se em clima frio; Solos ácidos e pobres em minerais. Florestas temperadas de folhas caducas: Bem desenvolvido na Europa e América do norte (podendo aparecer também no Japão e Austrália); Apresenta composição de espécies diferentes em cada região; Ocorre em regiões de clima temperado; Composta basicamente por árvores que perdem suas folhas no inverno; Vegetação mais baixa (arbustos) é bem desenvolvida e diversificada. Florestas tropicais: Ocorrem em regiões isoladas, sempre a baixas altitudes e próximas ao equador; Precipitação elevada e distribuída por todo o ano; Grande variedades de espécies tanto animais como vegetais; Flora característica composta por árvores de grande porte e densa folhagem; Fauna desenvolve-se principalmente nas árvores; Abundância de alimentos; Produtividade bastante elevada; Decomposição e reciclagem de nutrientes acontece com grande rapidez; Solo pobre (baixa quantidade de minerais) Campos: Predomina a vegetação herbácea (baixa); Divide-se em 2 tipos: estepes (domínio das gramíneas) e savana (arbustos e pequenas árvores); Fauna das savanas compreende um grande número de herbívoros de grande porte e grandes carnívoros; Possui aves corredoras e de grande porte (avestruz e ema). Desertos: Regiões áridas de vegetação rara e espaçada; Regiões de baixa precipitação e com altas taxas de evaporação. CAPITULO 4: CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Um elemento essencial disponível para os produtores, em forma molecular ou iônica, recebe o nome de nutriente. Eles podem ser macronutrientes (carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogêneo e fósforo) ou micronutrientes (alumínio, boro, cromo e zinco). Os elementos essenciais fazem parte de ciclos que recebem o nome de biogeoquímicos. Bio porque os organismos vivos interagem nos processos de síntese dos elementos, e químicos porque são ciclos de elementos químicos. 4.1 CICLO DO CARBONO O reservatório do carbono é a atmosfera, onde é encontrado na forma de dióxido de carbono; O carbono é o principal constituinte da matéria orgânica, e seu ciclo é perfeito, pois ele é devolvido ao meio à mesma taxa que é sintetizado pelos produtores. Por meio da fotossíntese e da respiração, o carbono passa de sua fase inorgânica à fase orgânica (CO2 na fotossíntese é transformado em C6H12O6) e volta para a fase inorgânica (C6H12O6 na respiração é transformado em CO2), completando assim seu ciclo; Os combustíveis fósseis são energia solar armazenada na forma de moléculas orgânicas no interior da Terra. A partir da Revolução Industrial, o homem passou a fazer uso intenso desta energia armazenada, e no processo da queima (respiração), passou a devolver o CO2 a uma taxa superior à capacidade assimiladora das plantas e dos oceanos (pela diferença de concentração com o ar). Esse desequilíbrio do ciclo natural pode ter implicações na alteração do chamado “efeito estufa”, causando o aquecimento da temperatura global da Terra. 4.2 O CICLO DO NITROGÊNIO O ciclo do nitrogênio, assim como o do carbono, é um ciclo gasoso. Grande parte do nitrogênio existentes nos organismos vivos não é obtida diretamente da atmosfera, uma vez que a principal forma de nutrientes para os produtores são os nitratos (NO3); No ciclo do nitrogênio existem quatro mecanismos bastante diferenciados e importantes: 1) fixação do nitrogênio atmosférico em nitratos; 2) amonificação; 3) nitrificação e 4) desnitrificação; A fixação do nitraro por via biológica é a mais importante. O nitrogênio fixado é rapidamente dissolvido na água do solo e fica disponível para as plantas na forma de nitrato. Essas plantas transformam as os nitratos em grandes moléculas que contém nitrogênio. Tem início, então, o processo de amonificação; Ao entrar na cadeia alimentar, esse nitrogênio passa a constituir moléculas orgânicas dos consumidores. As bactérias que atuam na decomposição desses organismos, quando mortos, mineralizam o nitrogênio, produzindo gás amônia e sais de amônio. Desta maneira termina a fase de amonificação do ciclo; Os produtos da fase anterior são convertidos em nitritos (NO2) e, posteriormente, no processo de nitrificação, em nitratos (NO3), por um grupo de bactérias quimiossintetizantes. Por fim, temos o retorno do nitrogênio gasoso a partir do nitrato. Esse fenômeno da desnitrificação é anaeróbico e ocorre nos solos poucos aerados; O homem tem colocado nitrogênio em excesso neste ciclo através de fertilizantes sintéticos. Esse nitrogênio em contato com a água dos rios, lagos e lençóis subterrâneos, tem provocado o fenômeno da eutrofização, comprometendo a qualidade da água. 4.3 O CICLO DO FÓSFORO O principal reservatório de fósforo é a litosfera, mais precisamente as rochas fosfatadas e alguns depósitos formados ao longo de milênios. Por meio de processos erosivos, ocorre a liberação do fósforo na forma de fosfatos, que serão, em parte, utilizados pelos produtores e o restante perdido em depósitos a grandes profundidades no oceano; Os meios de retorno do fosfato para o ecossistema a partir dos oceanos são insuficiente para compensar a parcela que se perde. Esse retorno tem por principais agentes os peixes e as aves marinhas. O homem tem diminuído a quantidade de fósforo no ciclo graças a exploração excessiva das rochas fosfatadas e com ação predatória contra as aves marinhas. 4.4 O CICLO DO ENXOFRE A principal forma de assimilação do enxofre pelos seres produtores é como sulfato inorgânico. Grande parte do que é assimilado é mineralizado em processo de decomposição; Sob condições anaeróbicas e na presença de ferro, o enxofre precipita- se formando sulfetos férricos e ferrosos. Esses compostos, por sua vez, permitem que o fósforo converta-se de insolúvel a solúvel, tornando-se assim utilizável. Esse exemplo mostra a inter-relação que ocorre em um ecossistema entre diferentes ciclos de minerais; Por meio de grandes quantidades de dióxido de enxofre liberada nos processos de queima de carvão e óleo combustível, tem ocorrido a chuva ácida. 4.5 O CICLO HIDROLÓGICO Os fenômenos básicos do ciclo hidrológico são a evaporação e a precipitação; A evaporação ocorre da água liquida presente na Terra, da transpiração das plantas, que retiram água do solo, e dos seres vivos. A máxima capacidade de armazenamento de vapor de água na atmosfera é proporcional à temperatura do ar; Define-se umidade relativa como: r = 100*(ρv/ρs) onde ρv indica a densidade de vapor de água presente a uma dada temperatura e ρs a densidade de saturação de vapor de água a essa mesma temperatura; Quando r chega a 100% dá-se a condensação do vapor de água. As pequenas partículas condensadas se unem, aumentam de tamanho e de massa, até que ocorre a precipitação; A precipitação não interceptada pelas plantas atinge a superfície do terreno e parte dela se infiltra. O restante escoa na superfície até encontrar um rio, desaguando no oceano e recomeçando o ciclo; Também neste ciclo, pode-se verificar a presença do homem por meio do desmatamento e da impermeabilização via pavimentação do solo. Isso acelera a evaporação e reduz a recarga dos aquíferos subterrâneos, gerando enchentes nos centros urbanos. CAPÍTULO 5: A DINÂMICA DA POPULAÇÃO 5.1 CONCEITOS BÁSICO Define-se como população o conjunto de indivíduos da mesma espécie que dividem o mesmo habitat. As populações são entidades estruturadas que não podem ser confundidas com simples agrupamentos de indivíduos independentes entre si. O conjunto de populações agrupadas em uma certa área/habitat é definido como comunidade. As principais características das populações são: Densidade populacional: é o número de indivíduos por unidade de área ou volume. Natalidade: é a tendência de crescimento de uma população. Mortalidade: é a antítese da natalidade. Numa população isolada, onde não ocorra emigração\imigração, a diferença entre as taxas brutas de natalidade e mortalidade indica a taxa de crescimento vegetativo desta população. Através das barras de distribuição etária (base = pré-reprodutivos; meio = reprodutivos; topo = pós-reprodutivos) é possível prever tendência de crescimento da população: Base larga: grande número de indivíduos na fase pré-reprodutiva, logo gerarão mais descendentes e a população tende a aumentar. Base e meio iguais: mesmo número de indivíduos nas fases pré- reprodutiva e reprodutiva, logo a população está estabilizada. Base estreita: menor número de indivíduos na fase pré-reprodutiva, logo a população está em fase de declínio ou senilidade. É interessante notar a relação que se apresenta entre a forma da pirâmide de estrutura etária de um país e seu grau de desenvolvimento: quanto mais larga a base, menor o grau de desenvolvimento. Fator limitante é qualquer fator ecológico, biótico ou abiótico que condiciona as possibilidades de sucesso de um organismo ou ambiente, impedindo que a população cresça acima de certos limites. No meio terrestre os principais fatores limitantes do crescimento da população são fósforo, luz, temperatura e água, enquanto no meio aquático são oxigênio, fósforo, luz, temperatura e salinidade. 5.2 COMUNIDADE A comunidade é uma estrutura organizada de espécies que interagem por meio de laços de interdependência. A importância de uma espécie em uma comunidade é verificada basicamente em sua participação na cadeia alimentar e no ciclo de energia. Quanto maior a diversidade de espécies em uma comunidade, mais longa tornam-se as cadeias alimentares e mais eficientes os mecanismos de auto regulação e realimentação da comunidade. Por sua vez, quanto maior o número de espécies, menor o número de indivíduos por espécie. Ecótone é a zona de interseção de dois ou mais ecossistemas. 5.3 RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS Duas ou mais espécies que convivem em um mesmo hábitat podem desenvolver relações mútuas de: Neutralismo: as espécies são independentes, uma não influi na outra Comensalismo: é uma associação positiva, onde uma espécie se beneficia e a outra, a hospedeira, não sofre influência da relação. Cooperação: é uma associação positiva, onde as duas espécies se beneficiam, porém a associação não é vital para nenhuma das espécies. Mutualismo: é uma união positiva na qual os indivíduos são intimamente ligados, a associação é vital para ambos. Amensalismo: é uma associação negativa, a espécie amensal sofre inibição em seu crescimento ou reprodução pela espécie inibidora, que não sofre nada. Predação: é uma associação negativa, em que a espécie predadora ataca e devora a espécie-presa. Parasitismo: é uma associação negativa, em que a espécie parasita inibe o crescimento, reprodução ou metabolismo da espécie hospedeira, podendo ou não acarretar sua morte. Competição: é uma associação negativa, na qual as espécies apresentam o mesmo nicho ecológico e, portanto, disputam alimentos, abrigo e outros recursos comuns as duas espécies, causando prejuízo a ambas. 5.4 CRESCIMENTO POPULACIONAL Equação de crescimento da população: Nt = N0*e^(r*t) Onde: Nt é a população no tempo t, r é o potencial biótico e N0 é a população no instante inicial. O crescimento real é bem menor que o potencial devido aos fatores limitantes, denominado resistência ambiental. 5.5 BIODIVERSIDADE A poluição é uma das grandes causadoras da perda da biodiversidade. A biodiversidade pode ser mantida, através de ações diversas que incluem o desenvolvimento de áreas protegidas, a recuperação de ecossistemas degradados, a implementação de leis e tratados e pela conscientização individual. CAPÍTULO 6: BASES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Premissas do Desenvolvimento Sustentável: Dependência do suprimento externo contínuo de energia (Sol). Uso racional da energia e da matéria com ênfase a conservação, em contraposição ao desperdício. Promoção da reciclagem e do reuso dos materiais. Controle da poluição, gerando menos resíduos para serem absorvidos pelo ambiente. Controle do crescimento populacional em níveis aceitáveis, com perspectiva de estabilização da população. CAPÍTULO 7: A ENERGIA E O MEIO AMBIENTE A crise ambiental envolve três aspectos básicos: crescimento populacional, demanda de energia e de materiais e geração de resíduos (poluição). 7.1 – FONTES DE ENERGIA NA ECOSFERA: As radiações provenientes do Sol constituem a principal fonte de energia da Terra. Cerca de 99% da energia térmica utilizada nos ecossistemas provem desse enorme ‘gerador’. O restante da energia consumida pela ecosfera é obtida a partir de outras fontes, as chamadas fontes primárias de energia. Os recursos energéticos ditos primários são classificados em renováveis e não- renováveis. As fontes renováveis provêm direta ou indiretamente da energia solar. Já o emprego de fontes renováveis ditas indiretas é limitado pela quantidade de energia disponível no tempo. FONTES RENOVÁVEIS Energia das marés: é a energia que pode ser obtida da variação do nível de água dos oceanos (energia potencial) para obtenção de energia mecânica; Energia geotérmica: é a energia obtida do calor gerado a partir dos elementos radioativos presentes em depósitos subterrâneos e do magma existente no interior do planeta; Energia solar: é a energia radiante do Sol; Biogás: é a energia que pode ser obtida do gás natural resultante da decomposição anaeróbica de compostos orgânicos; Biocombustível líquido: material obtido pela fermentação e decomposição anaeróbica de vários tipos de biomassa; Gás hidrogênio: combustível gasoso produzido por processos eletroquímicos. FONTES NÃO-RENOVÁVEIS Combustíveis fósseis: são depósitos naturais de petróleo, gás natural e carvão, que nada mais são que a própria energia solar armazenada na forma de energia química, em depósitos formados a partir da decomposição de vegetais e animais e submetidos a altas temperaturas e pressões na crosta terrestre; Derivados de combustíveis fósseis: são os produtos obtidos do fracionamento dos combustíveis fósseis; Derivados sintéticos: óleo cru sintético e gás natural sintético produzidos por liquefação ou gaseificação de carvão; Óleos pesados não-convencionais: são depósitos subterrâneos de consistência asfáltica que podem ser extraídos de depósitos de petróleo bruto convencionais por métodos de recuperação forçada; Gás natural não-convencional: é o gás presente nos depósitos subterrâneos profundos encontrados em camadas arenosas, dissolvido em depósitos profundos de água salgada, a altas temperaturas e pressão (zonas geopressurizadas); Combustíveis nucleares: encontrados em depósitos naturais, que podem sofrer fissão nuclear ou serem transformados em materiais físseis; Fusão nuclear: é o processo no qual dois átomos de elementos leves se unem, dando origem a um elemento mais pesado; Depósitos geotérmicos confinados: constitui-se em calor de baixa temperatura depositado em zonas subterrâneas de vapor seco, água quente ou numa mistura de vapor e água quente. 7.2 – HISTÓRICO DA CRISE ENERGETICA: O homem vem, ao longo dos anos, modificando seu padrão de vida, utilizando a tecnologia para viver mais e melhor. Pelos dados apresentados, verifica-se que os elementos não-renováveis são os principais combustíveis utilizados pela sociedade, o que agrava, ainda mais, a condição futura de disponibilidade de energia, dado que são produtos finitos. Além do problema da disponibilidade, a questão energética vem se agravando por fatos políticos marcantes, que envolvem principalmente os países produtores de petróleo. Desse modo, conclui-se que o modelo energético atual e o modelo futuro são extremamente vulneráveis. Um dos maiores desafios da humanidade no futuro próximo será, sem dúvida, alterar o quadro da crescente demanda energética associada ao emprego de fontes finitas e sujeitas a instabilidades políticas. 7.3 – A EFICIÊNCIA DO APROVEITAMENTO ENERGETICO: Além da questão do gerenciamento e do controle do consumo, outro desafio técnico é a eficiência do aproveitamento das fontes de energia. O parâmetro que avalia o grau de eficiência é a razão de energia líquida (REL). Percebemos que o petróleo possui uma alta razão líquida, pois as reservas disponíveis hoje são ricas e muito acessíveis. À medida que essas fontes forem se esgotando, a razão líquida de verá decrescer, porque a energia útil gasta na sua obtenção deverá aumentar. Uma saída para a crise energética é a conservação. Isso significa desenvolver meios de utilizar mais eficientemente as fontes hoje disponíveis. Existem hoje, no mundo, duas correntes que defendem estratégias opostas para enfrentar a crise energética do futuro. Uma delas segue a linha de conduta mais tradicional, a chamada ‘trajetória severa’ ou ‘modelo do mundo em crescimento’. Os membros desta linha enfatizam de imediato a necessidade de medidas de incentivo para que as companhias de energia aumentem seus suprimentos de combustíveis não-renováveis. A outra é a chamada de ‘trajetória branda’ ou ‘modelo de crescimento sustentável’. Esta linha argumenta que o caminho, mais rápido, eficiente e barato, para prover a energia necessária para o futuro é uma combinação das seguintes medidas: aumentar a eficiência no uso de energia; diminuir o emprego de óleo, carvão e gás natural não-renováveis; eliminar as usinas nucleares; aumentar o emprego de recursos energéticos solares diretos e indiretos. 7.4 – A QUESTÃO ENEGERTICA NO FUTURO: A experiência mostra que são necessários aproximadamente 50 anos para desenvolver e implementar novas tecnologias de aproveitamento energético. Portanto, esse planejamento deve ser feito considerando diferentes períodos de tempo: curto (até 10 anos), médio (de 10 a 20 anos) e longo prazo (acima de 20 anos). Ao analisar a possibilidade de atender a essas necessidades, a mínimo custo e menor impacto ambiental, devemos responder às seguintes perguntas: • Qual o potencial de aproveitamento da fonte, a curto, médio e longo prazo? • Qual o rendimento esperado? • Qual o custo de desenvolvimento, construção e operação? • Quais os impactos ambientais, sociais, de segurança e como podem ser reduzidos? As respostas a essas questões são fundamentais para estabelecer a viabilidade ou não de um aproveitamento energético. 7.5 – PERSPECTIVAS FUTURAS: FONTES NÃO-RENOVÁVEIS E FONTES RENOVÁVEIS: FONTES NÃO-RENOVÁVEIS Petróleo: o petróleo mais valioso, conhecido como leve, contém poucas impurezas de enxofre e grande quantidade de compostos orgânicos facilmente refináveis em gasolina. Quanto menor for a quantidade de enxofre, menor a quantidade de dióxido de enxofre lançado na atmosfera. Quanto à distribuição espacial da produção de petróleo, o quadro atual é o seguinte: aproximadamente 2/3 do petróleo mundial estão estocados em cinco países: Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque e Emirados Árabes. Xisto betuminoso: são rochas sedimentares que contêm quantidades variáveis de uma mistura de compostos orgânicos em estado sólido ou em forma pastosa chamada querogênio. O grande problema provocado pelo aproveitamento do xisto é o impacto ambiental. Seu processamento requer grandes quantidades de água. Além disso, a produção de querogênio gera grande quantidade de CO2, óxidos de nitrogênio, SO2 e sais cancerígenos, afetando o ar e a água da região. Alcatrão: é obtido em depósitos arenosos. As maiores reservas estão localizadas no Canadá. Do ponto de vista de eficiência, o aproveitamento do betume a partir da areia possui rendimento muito baixo. Outros problemas são os impactos ambientais produzidos na água, no ar e no solo. Gás natural: no aproveitamento do gás natural, os gases propano e butano são liquefeitos, gerando o gás liquefeito de petróleo (GLP). O gás natural pode ser liquefeito a baixas temperaturas para transporte em navios. O maior produtor é a Rússia (40%) e, em seguida, vêm os paises do Oriente Médio e alguns países africanos. Estima-se que, mantidas as taxas de consumo atual, o suprimento mundial é suficiente para os próximos 60 anos. O gás natural gera menos poluentes atmosféricos quando comparados com outros combustíveis fósseis. O custo de aproveitamento do gás é baixo quando comparado com outras fontes, e seu rendimento é bastante alto. Carvão: boa parte do carvão mundial é queimada em termoelétricas; o restante é convertido em coque para fabricação de aço e queimado em caldeiras para produzir vapor em diversos processos industriais. O impacto ambiental produzido pela exploração de carvão é extremamente alto, pois ela destrói a vegetação e o hábitat de várias espécies. O carvão é a grande fonte de óxidos de enxofre e nitrogênio. Essas emissões são responsáveis pelo ‘smog industrial’ e pela chuva ácida. Além disso, o carvão produz grande quantidade de CO2 por unidade de energia. Portanto, é um dos maiores contribuintes do chamado efeito estufa. Energia geotérmica: essa energia está contida em alguns depósitos em forma de vapor seco, vapor úmido e água quente. A energia térmica produzida pode ser utilizada para aquecimento ambiental, produção industrial e geração de eletricidade. As maiores vantagens desse tipo de fonte de energia são a eficiência no seu uso e a não-emissão de CO2. Como desvantagens, podemos citar poucas fontes de energia, emissão de amônia, gás sulfídrico e materiais radioativos, lançamento de compostos tóxicos em rios, além da produção de cheiro e ruído nos locais de exploração. Energia nuclear: produzida por reação de fissão nuclear. A diferença básica entre os diversos tipos de usinas nucleares está no reator e na forma como o vapor é gerado para a movimentação das turbinas que irão acionar o gerador elétrico. O mais utilizado atualmente é o RALP (reator de água leve pressurizado). Este possui eficiência de 30%, menor que a usina térmica (40%) e muito menor que a usina hidrelétrica (96%). O combustível (composto de material físsil e fértil) é produzido com elevado grau de pureza e precisão para não prejudicar o desempenho nem encarecer o processo. Ele não deixa resíduos, não solta fumaça ou fuligem nem deixa cinzas como os combustíveis tradicionais. Entretanto, existe um ciclo desse combustível no meio ambiente que gera impactos ambientais. Os combustíveis irradiados são depositados em piscinas de estocagem para que seja removido o calor residual liberado durante o decaimento radioativo. O grande problema é encontrar um local seguro para armazenar os combustíveis irradiados que apresentam elevados níveis de radioatividade. Os métodos propostos são enterrar a uma grande profundidade, lançar no espaço em direção ao Sol, transformar em isótopos menos perigosos ou menos danosos e usar os elementos presentes em pequenas baterias para alimentar pequenos geradores domésticos de energia. Fissão nuclear Breeder e Fusão nuclear: a grande vantagem é a economia de material radioativo; custos altos de desenvolvimento, operação e construção; não estão comercialmente disponíveis. FONTES RENOVÁVEIS Hidroeletricidade: esse tipo de aproveitamento é um dos mais eficientes e consiste em aproveitar a energia potencial ou cinética da água, transformando-a em energia mecânica, pela turbina, e finalmente em eletricidade pelo gerador. A grande vantagem da hidroelétrica é seu altíssimo rendimento, além disso, é um dos sistemas mais baratos de produção de eletricidade. Entretanto, o reservatório provoca impactos ambientais tanto na fase de construção como na fase de operação. Energia solar direta: existem poucas usinas para aproveitamento da energia solar direta. São sistemas ineficientes e caros, porém com a vantagem de produzir poucos impactos no meio ambiente. Energia das marés: uma das formas de aproveitamento da energia das águas dos oceanos é por meio das usinas maré-motrizes, as quais utilizam os desníveis criados pelas marés. Os projetos hoje existentes são quase experimentais e se mostraram anti-econômicos. Eólica: a experiência tem mostrado que essas turbinas podem produzir energia a custos razoáveis em áreas onde a velocidade do vento varia de 25 km/h a 50 km/h. A grande desvantagem desse tipo de energia é que os centros de demanda necessitam de sistemas alternativos de produção para os períodos de calmaria. Em termos de meio ambiente, as turbinas eólicas podem interferir na migração de pássaros, na transmissão de sinais de rádios e TV e na paisagem. Biomassa: é a matéria vegetal produzida pelo Sol por meio da fotossíntese. Ela pode ser queimada no estado sólido ou ser convertida para outros estados. A biomassa supre 15% da energia mundial, principalmente pela queima de madeira e estrume para aquecer prédios e fornos de cozinha. Ambientalmente, as grandes desvantagens do emprego da biomassa relacionam-se com o conflito do uso da terra para agricultura, o aumento da erosão, a poluição do solo e da água e a destruição do habitat. Biogás e biolíquido: são produzidos pela conversão da biomassa sólida em gás e líquido. Os combustíveis são utilizados para aquecimento e cozimento, e os resíduos são empregados como adubo. O gás metano também é obtido pela decomposição da matéria orgânica (digestão anaeróbia) em aterros sanitários e também pode ser produzido em estações de tratamento de esgoto. Os impactos ambientais são todos aqueles característicos da agricultura. Entretanto, se forem utilizadas terras improdutivas para produzir o Biocombustível, essa solução poderá contribuir positivamente para a crise energética. Gás hidrogênio: esse gás não está disponível em grande quantidade na natureza, mas pode ser produzido por processos químicos que utilizam carvão não-renovável, ou gás natural, calor e eletricidade. O grande problema para o emprego desse elemento é o alto custo de produção do gás. Portanto, essa fonte só será viável á medida que for possível produzir em grande escala. Outro problema é o fato que o gás ser altamente explosivo. Quanto à poluição do ar, o impacto depende do combustível a ser empregado para a produção de H2. Aumento da eficiência no uso da energia: uma das maneiras de aumentar a energia disponível é utilizá-la de modo mais eficiente. Isso pode ser implementado a partir das seguintes ações: mudança de hábitos; aumentar eficiência no consumo usando menos energia para realizar a mesma quantidade de trabalho; empregar menos energia para realizar mais trabalho, desenvolvendo equipamentos de baixo consumo. 7.6 – O CASO BRASILEIRO: Verifica-se que há necessidade de identificar programas que otimizem o aproveitamento dos recursos mais intensamente utilizados, com o objetivo de prolongar a duração desses, e intensifiquem o aproveitamento de fontes pouco exploradas, como o caso do carvão mineral e o urânio, ou, então, para desenvolver fontes alternativas de energia. Considerando-se a geração de energia elétrica, o Brasil e o país que possui a maior reserva mundial de hidroenergia. Dada a imensa quantidade de rios que cobre o país, esse é o recurso mais utilizados para a geração de energia elétrica. O Brasil consome atualmente 100% da energia hidrelétrica que produz. Por outro lado, em relação ao petróleo, a demanda total ainda é maior que a quantidade produzida, mas nossa vulnerabilidade é menor. Um problema relevante associados ao potencial hidráulico disponível refere-se à questão ambiental. A inclusão de variáveis ambientais, notadamente na Amazônia, poderá alterar os valores estimados de energia potencial. O álcool foi uma alternativa economicamente viável para combustíveis desenvolvida no Brasil. Com a introdução dos novos modelos de carros que podem utilizar tanto o álcool quanto a gasolina, poderá haver uma maior demanda pelo álcool e, consequentemente, um aumento de produção. O gás natural participa com cerda de 7,5% do consumo total de energia primária no Brasil. As recentes descobertas da Petrobrás, na Bacia de Santos, elevaram a projeção de reservas totais de gás natural. Com essa descoberta, eleva-se o potencial de utilização de gás natural para suprir as necessidades energéticas do país. No caso do carvão mineral, o Brasil é o maior importador de carvão metalúrgico para a indústria de aço, pois o carvão aqui produzido não é adequado para esse uso. Em relação às fontes alternativas de energia, especialmente renováveis, o Brasil tem estudado, além da biomassa, o aproveitamento da energia eólica, sendo que os levantamentos elaborados até o presente momento demonstram a existência de um grande potencial. A situação atual do Brasil mostra que o país avançou muito em relação à questão energética, reduzindo a sua dependência externa de energia por meio de uma melhor avaliação dos recursos energéticos disponíveis, descobertas de novas reservas, tecnologias de prospecção e desenvolvimento de alternativas. Por outro lado, uma questão que ainda desperta preocupação diz respeito à implantação de novos empreendimentos para geração de energia, especificamente pela falta de capacidade de investimento do setor público e pelas novas exigências relacionadas ao licenciamento ambiental de novas usinas. CAPÍTULO 8: O Meio Aquático 8.1- A água na natureza A água cobre 70% da superfície do planeta,e é um recurso natural renovável através do ciclo hidrológico. É necessário que os recursos hídricos apresentem condições físicas e químicas adequadas para sua utilização pelos organismos. Disponibilidade de água está relacionada com quantidade e qualidade. Apenas 0,003% da água serve para a utilização direta. A QUALIDADE DA ÁGUA A alteração da qualidade da água agrava o problema da escassez.Cerca de 70% da população rural e 25% da urbana não dispõem de abastecimento adequado. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA ÁGUA Apresenta densidade relativamente alta, o que permite uma interface bem definida entre ar e água. O calor específico da água é alto o que a permite absorver/liberar grande quantidade de calor as custas de pequena variação de temperatura, por isso onde existe bastante água as variações de temperatura são pequenas. Com aumento da temperatura, a viscosidade diminui, diminui o atrito entre a água e o fitoplâncton e esses se afastam da zona iluminada. A água possui uma película (tensão superficial) que serve de habitat para muitos organismos. Detergentes enfraquecem essa película. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DA ÁGUA A água é o solvente universal. Sua solubilidade aumenta com a pressão e diminui com a temperatura e com a concentração de substâncias. Aumento excessivo de alguns sais na água pode gerar proliferação exagerada de algas (eutrofização). Água pura possui ph 7, e para que os organismos não tenham grandes danos o ph da água deve estar entre 6,5 e 8,5. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS Possui cadeia alimentar formada por produtores, consumidores e decompositores. Organismos servem de alimento, recuperação da qualidade, podem causar doenças, etc. 8.2 - USOS DA ÁGUA E REQUISISTOS DE QUALIDADE Água deve estar presente em quantidade e qualidade adequadas. Os principais usos da água são: abastecimento humano, abastecimento industrial, irrigação, geração de energia elétrica, navegação, diluição de despejos, preservação da fauna e flora, aquicultura e recreação. 8.3 - ALTERAÇÕES DA QUALIDADE DA ÁGUA Poluição da água é a alteração de suas características por quaiquer ações o interferências, sejam elas naturais ou provocadas pelo homem. Essas alterações podem produzir impactos estéticos, fisiológicos ou ecológicos. Contaminação refere-se a tranmissão de substâncias ou microrganismos nocivos a saúde pelaágua (não implica necessariamente em desequilíbrio ecológico). Os poluentes podem ser introduzidos no meio aquático de forma pontual(lançamentos individualizados; ex: esgoto) ou difusa (não tem ponto de lançamento específico; ex: pesticidas numa plantação). Cargas pontuais são mais facilmente controladas. PRINCIPAIS POLUENTES AQUATICOS Poluentes são classificados de acordo com sua natureza e com os impactos causados. São eles: -poluentes orgânicos biodegradáveis: causa diminuição de oxigênio (O2 é usado pelos decompositores) - poluentes orgânicos recalcitrantes ou refratários: não são biodegradáveis e podem ser tóxicos. Ex: defensivos agrícolas, detergentes sintéticos, petróleo. Ocorre biocumulação. -metais: podem ser tóxicos, e tem potencial cancerígeno, mutagênico e taratogênico. Ocorre biocumulação. -nutrientes: o excesso causa proliferação demasiada de certos organismos. Ex: sais de nitrogênio e fósforo. - organismos patogênicos: transmissão de doenças. Ex: bactérias, vírus, protozoários, helmintos. -sólidos em suspensão: diminuem a transparência, reduzindo taxa de fotossíntese e prejudicando a procura de alimentos para algumas espécies, reprodução, etc. -calor: afeta propriedades químicas, físicas e biológicas. Quanto maior a temperatura menor a solubilidade e consequentemente a concentração de oxigênio. - radioatividade: causa morete e danos à saúde. Penetra na cadeia alimentar, podendo ser biocumulativa. COMPORTAMENTO DOS POLUENTES NO MEIO AQUATICO Os poluentes, ao atingirem a água sofre ação de mecanismos físicos, químicos e biológicos que alteram seu comportamento e concentração MECANISMOS FÍSICOS Diluição: reduz a concentração Ação hidrodinâmica: movimento dos corpos de água fazem variar a concentração no espaço e no tempo (adveccção). A concentração tbm é função dos processos difusivos, que pode ser difusão molecular ou difusão turbulenta. Dispersão = difusão + advecção. Gravidade: pode alterar a qualidade da água por meio de sedimentação de poluente mais densos que a água. Luz: a luz necessária para a existência de algas (alimento e oxigênio).A fotossíntese ocorre basicamente na superfície. Quanto maior turbidez menor a transparência e portanto a penetração de luz. Temperatura: altera a solubilidade dos gases e cinética das reações químicas. MECANISMOS BIOQUÍMICOS Materiais biodegradáveis ao serem despejados no corpo de água causam aumento de organismos decompositores que consomem oxigênio diminuindo a concentração deste gás, e fazendo com que os seres que necessitam de mais oxigênio morram. A concentração de oxigênio é o mais usado indicador de qualidade da água. A recuperação de um corpo de água poluído por material biodegradável autodepuração. A autodepuração é dividida em 2 etapas. A primeira é a da decomposição. A quantidade de oxigênio dissolvido na água necessária para a decomposição da matéra orgânica é chamada de demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Quando os decompositores terminam sua tarefa, dizemos que a matéria orgânica foi estabilizada ou mineralizada. A segunda etapa é a da recuperação do oxigênio dissolvido ou reaeração. É feita através da atmosfera e da fotossíntese. Quando não há oxigênio a decomposição é feita por decompositores anaeróbios que vão produzir odore bastante desagradáveis. Podemos observar 5 regiões existentes: 1) Região anterior ao lançamento de matéria orgânica: água limpa, com bastante oxigênio e vida aquática superior. 2) Região de degradação: a jusante do lançamento do poluente; diminuição do oxigênio; ainda existem peixes e existe grande quantidade de bactérias e fungos e poucas algas. 3) Zona de decomposição ativa: menor valor de oxigênio; diminui quantidade de fungos e bactérias e organismos aeróbios. 4) Zona de recuperação: aumento do oxigênio; melhora do aspecto, aumento de peixes e diminuição de bactérias e fungos 5) Zona de águas limpas: a água volta ao normal MECANISMOS QUÍMICOS Existem reações químicas na água que podem ser afetadas por: ph, temperatura, radiação solar, etc. MECANISMOS BIOLÓGICOS A diversos fatores que influenciam na quantidade e tipo de organismos existentes na água, e esses por sua vez influenciam na qualidade da água. 8.4 - O COMPORTAMENTO AMBIENTAL DOS LAGOS -A ESTRATIFICAÇÃO TÉRMICA É a clara distinção entre temperatura e densidade das camadas superficiais e das profundas. A camada superior é mais quentes e menos densa, e a inferior é mais fria e mais densa. A estratificação pode ter outras origens, como química, onde é a concentração de sais que gera a diferença de densidade. A estratificação não dura o ano todo. A mistura das camadas é influenciada por transferência de calor pela interface a água, movimentação das vazões de entrada e saída e ventos. A estratificação dificulta a passagem de calor e de oxigênio da superfície (epilímio) para o fundo (hipolímio). A qualidade da água depende da altura das tomadas de água. O PROCESSO DE EUTROFIZAÇAÕ É o enriquecimento das águas com nutrientes. É um processo natural onde o ecossistema lacustre tende a se transformar em terrestre. O problema é a aceleração desse processo devido ao homem. A causa da eutrofização acelerada é principalmente o aporte de fósforo que provém de esgotos domésticos e industriais e de fertilizantes agrícolas. A temperatura e radiação solar também influem na eutrofização. Excesso de nutrientes → aumento de biomassa vegetal → diminuição da aeração superficial → mortes de organismos sensíveis à redução de oxigênio → aumento da DBO → condições anaeróbias no hipolímio → predomínio de bactérias anaeróbias e facultativas no fundo do lago e ocorrência de uma estreita camada superficial de algas macrófitas. O controle da eutrofização pode ser feito através de medidas preventivas, atuando tanto nas fontes pontuais como difusas, visando diminuir a carga de nutrientes, e através de medidas corretivas, atuando no processo de circulação de nutrientes. 8.5 PARÂMETROS INDICADORES DA QUALIDADE DA ÁGUA Não existe água pura pois a água é ótimo solvente e há coisas dissolvidas nela, Indicadores físicos: Cor, Turbidez (capacidade de desviar raios luminosos pelo material em suspensão) e Sabor e Odor. Indicadores Biológicos : Algas trazem problemas como formação de massa orgânica levando a produção excessiva de Iodo e liberação de componentes orgânicos, produzindo sabor e odor. Ficam em superfícies de reservatórios, reduzem o oxigênio do meio e corroem estruturas de ferro e concreto. Microorganismos patogênicos (bactérias, vírus e protozoários) são introduzidos junto com matéria fecal de esgotos sanitários e podem alcançar o ser humano por meio de ingestão. Para detectálos existem os indicadores padrão, como as bactérias coliformes fecais (a mais usada Escherichia coli) que embora não sejam patogênicas, a presença delas indica que a água recebeu matéria fecal e pode estar contaminada. Estes, foram escolhidos como indicador pois não existem em nenhum outro tipo de matéria orgânica, algumas só são encontrados na água, tem resistência ao meio e sua caracterização é feita de um modo simples. Índice de qualidade de água : O IQA é uma média harmônica ponderada de um conjunto de indicadores específicos. IQA = ∏ onde N é o número de parâmetros, qi é o valor do parâmetro em uma escala de 0-100 e wi o peso atribuído ao parâmetro. = N i wiqi 1 8.6 ABASTECIMENTO DE ÁGUA Para o abastecimento é definido um Padrão de Potabilidade que são conjunto de valores máximos permissíveis (VMP) características de qualidade destinada ao consumo humano. Seus valores limites devem ser mantidos em constante revisão. Fazem parte de um sistema de abastecimento: manancial (fonte), captação, adução (tubulações sem derivação que liga a captação ao tratamento ou ao reservatório), tratamento, reservatório de distribuição e rede de distribuição. Não é necessário que a água do manancial respeite a Padrão de Qualidade. Para atendê-lo é feito o tratamento que pode ter fins higiênicos, estéticos e econômicos. 8.7 A escassez da água pode ocorrer em regiões onde os recursos hídricos são abundantes, mas insuficientes para atender a demanda excessiva. Essa escassez tem levado à busca por recursos hídricos de bacias adjacentes, aumentando o custo da utilização da água. Nessa condição, o conceito de ‘substituição de fontes’ torna-se uma boa solução, uma vez que ela determina a qualidade da água a ser utilizada como sendo dependente de sua finalidade. 1) Formas Potenciais de Reuso A presença de organismos patogênicos e de compostos orgânicos sintéticos na grande maioria dos efluentes disponíveis para reuso faz com que sua recuperação com o objetivo de se obter água potável seja inviável. Para implementar o reuso urbano para fins potáveis, é necessário obedecer os seguintes critérios: - não utilizar conexão direta com efluentes de uma estação de tratamento de esgotos a uma de tratamento de águas; - deve-se fazer um reuso indireto, que consiste na diluição dos esgotos, após tratamento, em um corpo hídrico (lago ou reservatório) não poluído, no qual após tempos de detenção longos, é efetuada a captação, seguida de tratamento e posterior distribuição; - o reuso só pode ser praticado tendo como matéria prima básica esgotos exclusivamente domésticos. Para usos urbanos não potáveis, os riscos envolvidos com o reuso são menores. Eles podem ser utilizados para: irrigação de parques e jardins; reserva de proteção contra incêndios; descarga sanitária de banheiros público e de edifícios comerciais; etc. Os problemas associados ao reuso urbano para fins não potáveis são os custos elevados de sistemas duplos de distribuição, dificuldades operacionais e riscos de conexões cruzadas. Os custos elevados da água para as indústrias têm as levado a avaliar possibilidades internas de reuso e a compra de efluentes tratados a um preço inferior ao da água potável. Nas indústrias, o potencial de aproveitamento do reuso está em: torres de resfriamento; caldeiras; construção civil; processos industriais; etc. Diante das grandes vazões envolvidas, deve-se dar grande atenção ao reuso para fins agrícolas. O uso de esgotos para irrigação aumentou devido a: dificuldade de se encontrar fontes alternativas de água; custo elevado dos fertilizantes (as águas de reuso contém materiais orgânicos e nutrientes que chegam a eliminar a necessidade da aplicação de fertilizantes nesses solos); a segurança de que os riscos à saúde e impactos sobre o solo são mínimos; etc. Porém, há alguns efeitos negativos na utilização de esgotos para a irrigação, como: poluição, principalmente por nitratos, de aqüíferos subterrâneos; acúmulo de contaminantes no solo; dependendo das características do esgoto, acumulo de compostos tóxicos, orgânicos e inorgânicos e ao aumento da salinidade do solo, em prática por períodos longos; etc 2) Recarga de Aqüíferos Os aqüíferos subterrâneos são continuamente realimentados por zonas ou áreas de recarga ou por irrigação ou precipitações, o que, eventualmente, pode resultar em poluição de suas águas. A recarga de aqüíferos com efluentes tratados tem por objetivo: prevenir a intrusão de cunha salina em aqüíferos costeiros, proporcionar tratamentos adicional de efluentes para uso futuro, aumentar a disponibilidade de água em aqüíferos potáveis ou não potáveis, etc 8.8 – TRATAMENTO DE ESGOTOS O esgoto é classificado em: Esgoto sanitário: despejos líquidos constituídos de esgotos domésticos e industriais lançadas na rede pública e águas de infiltração. Possuem características bem definidas; Resíduo líquido industrial: esgoto resultante dos processos industriais. Possui características específicas, dependendo do tipo de indústria – requer tratamento e disposição isoladas. 1) Partes constituintes dos sistemas de esgotos sanitários - Coletores: predial – canalização que conduz os esgotos sanitários dos edifícios; secundário ou de esgotos – recebe efluentes dos coletores prediais – e tronco – canalização principal, que recebe vários efluentes dos coletores secundários, conduzindo-os a um interceptor. - Interceptores: canalizações de grande porte que interceptam o fluxo dos coletores com a finalidade de proteger cursos de água, lagos, praia, etc, evitando descargas diretas. 2) Os esgotos sanitários e o meio ambiente É importante conhecer o esgoto tanto quantitativa quanto qualitativamente, pois essas características dependem de dados bastante importantes de uma comunidade, como: hábitos e condições socioeconômicas; existência ou não de ligações clandestinas; custo e medição da água distribuída; estado de conservação dos aparelhos sanitários e vazamentos; etc. É de suma importância o tratamento adequado do esgoto, pois ele elimina a presença de agentes patogênicos, tais como vírus, bactérias, vermes, etc, que podem causar diversas doenças relacionadas à alimentação e a infecções nos seres humanos, principalmente em regiões mais pobres, onde a rede pública de esgotos não é amplamente desenvolvida. 3) Processos e grau de tratamento de esgotos - Remoção ou transformação das características dos esgotos: - sólidos grosseiros em suspensão: por crivos, grades e desintegradores. - sólidos grosseiros sedimentáveis: por caixa de areia e centrifugadores. - óleos, graxa e substâncias flutuantes análogas: por tanques de retenção de gorduras, tanques de flotação e decantadores com removedores de escuma. - material miúdo em suspensão: por tanques de flotação, tanques de precipitação química e filtros de areia. - substâncias orgânicas dissolvidas, semidissolvidas e finamente divididas: por irrigação de grandes superfícies, filtros biológicos, lagoas de estabilização, tanques de lodos ativados, tanques sépticos e valos de oxidação. - odores e controle de doenças transmissíveis: por cloração, reagentes químicos e instalações biológicas. 4) Processos de tratamento em função da eficiência das unidades - Tratamento preliminar - remoção de sólidos grosseiros, remoção de gorduras, remoção de areia. - Tratamento primário - decantação, flotação, digestão do lodo e secagem do lodo. - Tratamento secundário - filtragem biológica, processos de lodos ativados, decantação intermediária ou final e lagoas de estabilização. - Tratamento avançado - remoção de nutrientes e remoção de complexos orgânicos. CAPÍTULO 9: O MEIO TERRESTRE 9.1 – INTRODUÇÃO: O solo pode ser estudado por suas características físicas, químicas e biológicas, com o objetivo de conhecermos suas propriedades e utilizá-lo no atendimento das necessidades humanas sem degradar o ambiente. 9.2 – CONCEITO, COMPOSIÇÃO E FORMAÇÃO DOS SOLOS: CONCEITO DE SOLO O conceito de solo pode ser diferente de acordo com o objetivo mais imediato de sua utilização. Para o agricultor e agrônomo, esse conceito destacará suas características de suporte da produção agrícola. Para o engenheiro civil, o solo é importante por sua capacidade de suportar cargas ou de se transformar em material de construção. Para o engenheiro de minas, o solo é importante como jazida mineral ou como material solto que cobre e dificulta a exploração dessa jazida. Para o economista, o solo é um fator de produção. Já o ecologista vê o solo como o componente da biosfera no qual se dão os processos de produção e decomposição que reciclam a matéria, mantendo o ecossistema em equilíbrio. COMPOSIÇÃO DO SOLO Em termos médios de ordem de grandeza, os componentes podem ser encontrados na seguinte proporção: 45% de elementos minerais 25% de ar 25% de água 5% de matéria orgânica A desagregação das rochas se dá por ações físicas, químicas e, em menor proporção, biológicas, as quais constituem o que se denomina de intemperismo. As ações químicas mais comuns ocorrem sobre as rochas calcárias atacadas pelas águas que contenham gás carbônico dissolvido e, em situações específicas de poluição atmosférica, que contenham também outros íons ácidos (chuvas ácidas). A parte líquida é fundamentalmente constituída por água proveniente de precipitações. A parte gasosa é proveniente do ar existente na superfície e, em proporções variáveis, dos gases de biodegradação de matéria orgânica. A parte orgânica é proveniente da queda de folhas, frutos, galhos e ramos, além de restos de animais, excrementos e outros resíduos, em diferentes estágios de decomposição, em fase sólida ou líquida. É da biodegradação dessa matéria orgânica que resulta o húmus do solo, responsável, em boa parte, pelas suas características agrícolas e várias de suas propriedades físicas. A FORMAÇÃO DO SOLO – HORIZONTES DE UM SOLO Como parte integrante de um ecossistema, é possível, em uma escala de tempo geológico, identificar em um solo o que se denomina de ‘sucessão’, ou seja, o conjunto de estágios de equilíbrio pelos quais passa esse ecossistema até atingir o ‘clímax’. A formação dos solos é resultante da ação combinada de cinco fatores: clima, natureza dos organismos, material de origem, relevo e idade. Os quatro primeiros fatores imprimem, ao longo do tempo (idade), características que definem os estágios de sucessão por meio de sua profundidade, composição e propriedades e do que se denomina ‘horizontes do solo’. No solo formado à superfície, começam a se estabelecer os vegetais e os microorganismos. A lixiviação (transporte por meio da água que infiltra e percola no solo) faz a translocação das frações mais finas do solo e a remoção de sais minerais. As frações mais grossas permanecem na parte superior. Em conseqüência, formam-se estratos com aparência diferente, constituindo os horizontes. Quando o solo atinge seu clímax, é que esses horizontes se apresentam de forma mais evidente e são identificáveis em maior número. Observamos que os poros do solo são um grande reservatório de água doce, capazes de assegurar muitas vezes sua disponibilidade, mesmo durante longos períodos de estiagem. Por outro lado, a ausência desse reservatório nas regiões áridas de solos rasos agrava a escassez de água nas estiagens, sendo, ainda, uma das causas das grandes amplitudes do regime hídrico: grandes secas podem ser sucedidas por grandes enchentes e inundações. Os climas equatoriais e tropicais, por causa da temperatura, umidade e pluviosidade que os caracterizam, favorecem não só o intemperismo acelerado, mas também intensificam a fotossíntese. Em comparação com as áreas de maior latitude e clima temperado, as regiões equatoriais têm uma densidade total de matéria orgânica similar. A diferença reside na sua distribuição, pois, enquanto nas regiões equatoriais a vegetação luxuriante contém boa parte da matéria orgânica, nas temperadas, grande parte da matéria orgânica está no solo. Consequentemente, é mais provável que os horizontes orgânicos sejam mais espessos em climas temperados. 9.3 – CARACTERIZAÇÃO ECOLOGICAMENTEIMPORTANTE DOS SOLOS: Dentre as principais dessas características, estão cor, textura (ou granulometria), estrutura, consistência e espessura dos horizontes. Além delas são também importantes o grau de acidez, a composição e a capacidade de trocas de íons. A cor é utilizada popularmente e mesmo em classificações científicas para denominar e identificar os solos, sendo a ‘terra roxa’ e a ‘terra preta’ os dois exemplos mais conhecidos. Os solos escuros, tendendo para o marrom, por exemplo, quase sempre podem ser associados à presença de matéria orgânica em decomposição em teor elevado; a cor vermelha é indicativa da presença de óxidos de ferro e de solos bem drenados; as tonalidades acinzentadas, mais comumente encontradas junto às baixadas, são indício de solos frequentemente encharcados. A textura ou granulometria descreve a proporção de partículas de dimensões distintas componentes do solo. A textura ou granulometria é a base de classificação mais conhecida dos solos e explica, também, algumas das principais propriedades físicas e químicas dos solos. A estrutura é o modo pelo qual as partículas se arranjam em agregados ou torrões. Produtos da decomposição de matéria orgânica, juntamente com alguns componentes minerais, como o óxido de ferro e frações argilosas, promovem a agregação das partículas. S estrutura de um solo explica, em boa parte, seu comportamento mecânico, conferindo-lhe o que se denomina consistência, ou seja, a capacidade de resistir a um esforço destinado a rompê-lo. A porção orgânica é importante por dar origem ao húmus. Além disso, a matéria orgânica pode ter um efeito atenuador da nocividade de alguns elementos minerais sobre as plantas por vezes presentes em teores indesejáveis nos solos tropicais. As partículas de menores dimensões presentes na fração argilosa dos solos podem apresentar cargas elétricas. Essas cargas elétricas desempenham importante papel nas trocas químicas entre as partículas sólidas e a solução aquosa que as envolve, repelindo ou absorvendo íons e radicais, configurando o que se denomina capacidade de troca iônica do solo. Solos de zonas de alta pluviosidade tendem a apresentar valores mais baixos de pH em consequência do processo de lixiviação das bases dos horizontes superiores, pela infiltração e percolação das águas. Há, ainda, outras causas de acidez progressiva, como o cultivo intensivo com retirada, sem reposição de nutrientes essenciais, a erosão que remove as camadas superficiais que contêm maiores teores de bases e a adubação com compostos de amônio. É comum a pratica de calagem (adição de calcário para elevar o pH a um valor adequado). 9.4 – CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS: Dentre as muitas classificações existentes para os solos, destacam-se aqui duas com base, respectivamente, na granulometria e na pedologia (origem e evolução). CLASSIFICAÇÃO GRANULOMÉTRICA OU TEXTURAL A classificação granulométrica mais conhecida e internacionalmente aceita estabelece as frações para os componentes minerais dos solos. Fração Diâmetro (mm) Pedra Maior que 20 Cascalho Entre 20 e 2 Areia Entre 2 e 0,02 Silte (limo) Entre 0,02 e 0,002 Raramente um solo ou um horizonte é constituído de uma só das frações definidas, mas sim de uma combinação com diferentes proporções. Definida a granulometria de um solo, ele pode ser classificado em argiloso, quando possui mais do que 35% de argila; arenoso, quando possui mais do que 65% de areia e menos do que 15% de argila; siltoso (ou limoso), quando possui mais do que 60% de silte (limo) e menos do que 20% de argila; e barrento, quando não estiver enquadrado em nenhum dos anteriores, tendo, portanto, uma composição mais equilibrada. Na linguagem técnica corrente, é comum encontrarmos as referências ‘solos finos ou pesados’ para indicar solos argilosos; ‘solos grosseiros’ para solos arenosos; e ‘solos médios’ para solos barrentos. 9.5 – EROSÃO: OCORRÊNCIA Além da erosão urbana e rural, que se diferenciam tanto pelas causas como pelos efeitos, é comum distinguir-se a erosão geológica ou lenta da acelerada. A primeira processa-se de modo inexorável sob a ação dos agentes naturais; a segunda ocorre como uma consequência da ação do homem sobre o solo. A monocultura sem a reposição de nutrientes esgota o solo, reduzindo sua produtividade primária e a cobertura vegetal protetora, e modifica suas propriedades físicas de resistência à erosão. Em todos os casos, a consequência é a perda progressiva da fertilidade e da produtividade primária do solo, podendo-se chegar à sua total e rápida esterilização e eventual desertificação, caso não sejam tomadas precauções adequadas em tempo oportuno. No Brasil e em outros solos tropicais, há um outro problema que, algumas vezes, assume maior importância que a erosão, mas que, no entanto, é menos considerado: a lixiviação. Por esse processo, as porções de solo mais finas, onde estão os componentes que lhe dão fertilidade, são removidas e carregadas pela água em seu movimento descendente de infiltração. Em terrenos planos de solos muito profundos e permeáveis o material fértil da superfície é solubilizado pelas chuvas e arrastado para regiões inacessíveis às raízes. PREVENÇÃO, CONTROLE E CORREÇÃO Quando a erosão restringe-se à laminar ou pequenos sulcos, de tal modo que a camada de solo removido ainda é delgada, permanecendo à superfície os horizontes superiores, pode-se recorrer ao plantio de vegetação e à correção da drenagem que deu início à formação de sulcos para que o ecossistema alcance um novo equilíbrio, repondo a fertilidade e a produtividade primária do solo. Nos demais casos, quando se manifesta a erosão regressiva (boçorocas ou voçorocas), os investimentos corretivos necessários só são justificáveis quando se destinam a recuperar terras produtivas altamente valorizadas e de pequena extensão ou a proteger áreas ameaçadas de ser destruídas pela erosão. De um modo geral, as intervenções constituem-se fundamentalmente de obras de interceptação e desvio das águas pluviais da voçoroca por meio de tubulações que as devolvem à rede de drenagem natural após prévia dissipação de sua energia erosiva. Nas áreas rurais, as medidas preventivas resumem-se à utilização de ‘práticas conservacionistas’. As mais utilizadas são o preparo do solo para plantio em curvas de nível; terraceamento; estruturas para desvio que terminem em poços para infiltração das águas; controle das voçorocas; preservação da vegetação nativa nas áreas de grade declive e nas margens de cursos de água. Essas práticas podem ser ainda de caráter edáfico (que dizem respeito ao solo como meio de cultivo) e ‘mecânico e vegetativo’ e destinam-se essencialmente a evitar a concentração da energia erosiva-hídrica e eólica sobre o solo. As práticas vegetativas ocorrem com o aumento da cobertura vegetal do solo, tais como o reflorestamento, o cultivo em faixas e vegetação em nível, o plantio de gramas em taludes, o controle de capinagem, o alcochoamento ou cobertura do solo com palha e folhagem. As práticas de caráter edáfico buscam preservar ou melhorar a fertilidade do solo e compreendem basicamente, o cultivo ajustado à sua capacidade de uso tecnicamente avaliada; adição de fertilizantes e correção do pH; rotação de culturas e eliminação ou controle de queimadas. 9.6 – POLUIÇÃO DO SOLO RURAL – OCORRÊNCIA E CONTROLE: O emprego de fertilizantes sintéticos e defensivos é um fato relativamente novo, cujo uso cresceu rapidamente e que se estende, hoje, por praticamente todas as terras cultiváveis,
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