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Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Diretora de Ensino a Distância: Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Designer Educacional: Clovis Ribeiro do Nascimento Junior Diagramador: Alan Michel Bariani Revisão Textual: Letícia Toniete Izeppe Bisconcim / Mariana Tait Romancini Domingos Produção Audiovisual: Eudes Wilter Pitta / Heber Acuña Berger Revisão dos Processos de Produção: Rodrigo Ferreira de Souza Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR UNIDADE 3WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4 O MEIO AMBIENTE .................................................................................................................................................... 5 ENERGIA E AMBIENTE ............................................................................................................................................. 14 O MEIO AMBIENTE PROF.A PhD. GEZIELE MUCIO ALVES 01 4WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Para aprofundar o conhecimento sobre meio ambiente e, posteriormente, desenvolvimento sustentável, alguns conceitos serão abordados nesta unidade. Serão discutidos os termos meio ambiente e ecossistema, homeostase, fluxo de matéria e energia, ciclos biogeoquímicos, cadeias e teias alimentares, biomas, amplificação biológica e a influência humana dos ecossistemas. Deste modo, deve-se destacar que meio ambiente não deve ser confundido com o termo natureza, ou simplesmente fauna e flora, mas sim considerado como o conjunto de seres vivos e a interação destes com o meio (por exemplo, água, luz, ar e solo) através do fluxo de energia e ciclagem de matéria, que ocorre através de respiração, alimentação, decomposição, dentre outros. Ainda, levando-se em conta a influência da sociedade sobre o ambiente, deve-se incluir no conceito de meio ambiente, os aspectos econômicos, sociais e culturais. Além disso, nesta unidade será discutida a geração de energia mundial e brasileira, bem como, as fontes renováveis e não renováveis de energia, neste contexto. Bom estudo! 5WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA O MEIO AMBIENTE Para iniciarmos esta disciplina, vamos discutir alguns conceitos de meio ambiente. Veja alguns exemplos: • Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente, meio ambiente é considerado como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981, Lei 6.938, art. 3). • Pode ser conceituado ainda como “os arredores de um organismo, incluindo as plantas, os animais e os micróbios com os quais interage” (RICKLEFS, 2003, p. 480). • De acordo com o glossário de ecologia e ciências ambientais “é a reunião do ambiente físico e seus componentes bióticos” (GRISI, 2007, p. 157) e deve incluir aspectos econômicos, socioculturais e de segurança, inerentes ao ambiente humano. Assim, pode-se observar que o meio ambiente difere de natureza, ou simplesmente de fauna e flora. Além disso, devido à influência da sociedade sobre o ambiente, as interações descritas com esse meio, passaram a incluir aspectos econômicos, sociais e culturais. Para continuarmos nossos estudos e compreendermos os impactos causados no meio ambiente, mais um conceito precisa ser discutido, o conceito de ecossistema. Ecossistema pode ser considerado como “o conjunto de seres vivos que interagem entre si e com o meio natural de maneira equilibrada, pela reciclagem de matéria e pelo uso eficiente de energia solar” (BRAGA et al., 2005, p. 10). Uma descrição simples de ecossistema é considerá-lo como a interação de fatores bióticos e abióticos. Vale lembrar que fatores bióticos se referem aos seres vivos e abióticos à matéria sem vida (água, luz, ar, solo, entre outros). Essa interação, entre fatores bióticos e abióticos, ocorre através de respiração, alimentação, decomposição, pastagem, ou seja, através de ações e processos vitais dos organismos que naturalmente provocam alterações no ambiente. Por exemplo, quando aumenta o nível de água de um rio, devido a uma enchente, com consequente alagamento da vegetação marginal, naturalmente ocorre o aumento de gás carbônico (CO2) nessa água. Isso corre devido à redução de fotossíntese dessa vegetação, por receber menor incidência de luz e posteriormente devido à decomposição dessa vegetação alagada que consome oxigênio e libera gás carbônico. Os ecossistemas podem ser classificados em aquáticos (lagos, rios, mares) e terrestres (florestas, campos, desertos). Uma característica fundamental dos ecossistemas é a homeostase (Gr. homeo = similar; stase = condição). Homeostase é a tendência de todo ecossistema de se manter em um estado de equilíbrio dinâmico, por meio de mecanismos de autocontrole e autorregulação. Desse modo, diante de qualquer alteração que sofra, o ecossistema responde com o objetivo retornar às condições anteriores de normalidade. O mecanismo de homeostase é mais efetivo para alterações naturais, por exemplo, a recuperação de uma floresta, desmatada após uma descarga elétrica, que provoca um pequeno incêndio é rápida, em pouco tempo a mata se regenera, contudo, em grandes desmatamentos, provocados por ação humana, os ecossistemas não apresentam condições de autorregulação para regenerar ao sistema original ou despenderá muito tempo para a recuperação. Isso ocorre porque as modificações impostas pelo homem são mais intensas e continuadas do que aquelas que ocorrem naturalmente (BRAGA et al., 2005). 6WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Fluxo de energia e ciclagem da matéria Dentro dos ecossistemas, tanto a energia como a matéria fluem, mas existe uma diferença fundamental entre elas: o fluxo de energia é unidirecional enquanto que o fluxo de matéria é cíclico. Fluxo de energia O fluxo de energia noecossistema envolve diversos níveis de seres vivos. Toda a energia da Terra tem como fonte as radiações recebidas do Sol, assim há três grupos principais de organismos dentro de um ecossistema, os quais constituem a cadeia alimentar: os produtores, as algas e vegetais (e algumas bactérias que fazem quimiossíntese), denominados assim por produzirem as moléculas de alta energia (C6H12O6 – glicose); os consumidores, representados pelos animais, que se alimentam dos produtores, ou seja, denominados assim por consumirem essas moléculas de alta energia (herbívoros) ou se alimentam de outros animais (carnívoros), estes obtêm moléculas com menor quantidade de energia; e os decompositores, invertebrados pequenos, bactérias e fungos, que fazem a decomposição da matéria orgânica (de origem animal ou vegetal) morta, resíduos de vegetais e animais denominados detritos, que ainda possuem uma quantidade de energia considerável, por isso a importância de se tratar águas residuárias, devido ainda ser fonte de energia e continuar sofrendo alterações no ambiente. Desse modo, a energia segue fluxo único, passando do Sol para os produtores, dos produtores para os consumidores e destes para os decompositores. Essa energia, em cada um dos grupos, é utilizada para a manutenção do corpo, crescimento, respiração, criação de novas células, entre outros. Assim, a energia não é reciclada em um ecossistema e apenas cerca de 10% dessa energia é disponível para o nível seguinte (Figura 1). Figura 1 - Fluxo de energia no ecossistema (J = Joule). Fonte: Bichólogo (2016). Suponha que um vegetal receba 1.000J de energia solar. Desse total, 760J não são absorvidos e apenas 240J são absorvidos. Destes 240J absorvidos, a maior parte é liberada como calor e apenas 12J são utilizados para a produção do vegetal, sendo 7J para a respiração (manutenção) e 5J para a formação de novos tecidos no vegetal. Se o vegetal for ingerido por um consumidor, cerca de 90% dos 5J que estavam presentes no tecido vegetal e que passaram para o consumidor, 7WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA serão direcionados para a manutenção do animal e apenas 10%, ou seja, (0,5J) serão utilizados na formação de novos tecidos e ficará disponível para o próximo consumidor. Se o segundo animal ou segundo consumidor for um ser humano então receberá 0,5J da energia proveniente do Sol (1.000J) e utilizará para a formação de novas células e tecidos, apenas 0,05J, segundo Vesilind e Morgan (2015). Fonte: Infoescola (2017) e Cienciaviva (2017). Ciclagem da matéria Como discutido anteriormente, embora o fluxo de energia seja unidirecional, o fluxo de matéria ou nutrientes é cíclico, por isso também denominado de ciclagem de nutrientes. Os nutrientes são agrupados em macronutrientes, aqueles necessários aos organismos em grande quantidade (C, H, O, N, P, S, Cl, K, Na, Ca, Mg e Fe) e em micronutrientes, aqueles necessários aos organismos em pequena quantidade (Al, B, Cr, Zn, Mo, V e Co), segundo Braga et al. (2005). Como pode ser verificado na figura a seguir (Figura 2), iniciando pela matéria orgânica morta ou detritos, a primeira decomposição realizada por microrganismos produz os compostos amônia, dióxido de carbono e sulfeto de hidrogênio. A decomposição desses novos produtos forma nitrato, novamente dióxido de carbono, sulfato e fosfato. O dióxido de carbono é utilizado pelos vegetais na fotossíntese e os nitratos, fosfatos e sulfatos são absorvidos como nutrientes e utilizados na formação de novos tecidos vegetais. Os vegetais morrem e sofrem decomposição ou são utilizados como alimento pelos consumidores, que podem ser novamente consumidos ou morrem e novamente retorna à decomposição, segundo Vesilind e Morgan (2015). Desse modo, os nutrientes percorrem uma cadeia ou teia alimentar de forma cíclica, não há percas significativas para o ambiente como ocorre no fluxo de energia. O processo de reciclagem de matéria apresenta elevada importância, pois os recursos da Terra são finitos e a vida depende do equilíbrio natural desse ciclo (BRAGA et al., 2005). Dentre os produtores foram citadas algumas bactérias quimiossintetizantes. Essas bactérias são encontradas em depósitos de lixo, fundos de pântanos, tubos digestórios de animais, regiões profundas de oceanos, chaminés vulcânicas, que são ambientes pobres em gás oxigênio. Outros tipos importantes de bactérias quimiossintetizantes são as dos gêneros Nitrosomonas e Nitrobacter que vivem no solo e são fundamentais na manutenção de nitrogênio. A quimiossíntese consiste num processo de produção de substâncias orgânicas (glicose) através da energia liberada por reações de oxidação de substâncias inorgânicas simples (gás carbônico, água e um agente oxidante), sem interferência da luz solar. Luz Solar - Fotossíntese: a luz solar fornece a energia para converter o dióxido de carbono e a água em glicose e oxigênio. 6CO2 + 6H2O > C6H12O6 (glicose) + 6O2 Bactérias - Quimiossíntese: o sulfureto de hidrogênio fornece a energia para converter o dióxido de carbono e a água em glicose e ácido sulfúrico. 6CO2 + 6H2O + 3H2S > C6H12O6 (glicose) + 3H2SO4 8WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 2 - Reciclagem da matéria. Fonte: a autora. Ciclos Biogeoquímicos Como discutido anteriormente, existe uma troca de materiais entre componentes vivos e não vivos da Biosfera, essa ciclagem, ou reciclagem de materiais, no ecossistema é denominada de Ciclo Biogeoquímico (Bio = seres vivos; Geo = atmosfera, hidrosfera e litosfera (meio terrestre é a fonte dos elementos) e Químico = elementos químicos). Destacam-se os ciclos da água, baseado em transformações físicas (evaporação, condensação) e consumo e liberação pelos seres vivos e o ciclo do carbono, também relacionado ao oxigênio, através de fotossíntese e respiração. O carbono é devolvido ao meio ambiente à mesma taxa em que é sintetizado pelos produtores, por isso é considerado um ciclo perfeito. Além desses, mais conhecidos, são relevantes os ciclos do nitrogênio, fósforo e enxofre que serão discutidos a seguir, de acordo com Braga et al. (2005). Ciclo do nitrogênio É um dos ciclos (Figura 3) mais importantes no ecossistema terrestre, sendo um processo pelo qual o nitrogênio circula através das plantas e do solo pela ação de organismos vivos. Esses organismos utilizam nitrogênio para a produção de moléculas complexas como aminoácidos, proteínas e material genético, necessárias ao seu desenvolvimento. O principal reservatório de nitrogênio é a atmosfera, a qual apresenta aproximadamente 78% de nitrogênio na forma gasosa (N2). O processo de transformação do nitrogênio do ar em formas assimiláveis pelas plantas e animais é denominado fixação. Esse processo é realizado por bactérias do gênero Rhizobium, em raízes de leguminosas no meio terrestre e por certas bactérias e algas cianofíceas (cianobactérias) no meio aquático. Apesar de extremamente abundante na atmosfera o nitrogênio é, frequentemente, um nutriente limitante do crescimento das plantas (sua ausência prejudica o desenvolvimento vegetal), porque as plantas apenas conseguem usar o nitrogênio sob três formas sólidas: íon de amônio (NH4+), íon de nitrito (NO2-) e, em especial, íon de nitrato (NO3-). Estes compostos são obtidos através de vários processos dependentes de bactérias. Os animais recebem o nitrogênio que necessitam através das plantas e de outra matéria orgânica, como de outros animais, através da teia alimentar. 9WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , RES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 3 - Ciclo do nitrogênio. Fonte: a autora. Ciclo do fósforo O fósforo é importante na composição de moléculas do metabolismo celular, como fosfolipídios, coenzimas e ácidos nucléicos (DNA e RNA). Além disso, também é um nutriente limitante do crescimento de plantas. Os grandes reservatórios de fósforo são as rochas, que devido ao intemperismo, fornecem o fósforo para os ecossistemas, onde é absorvido pelos vegetais e posteriormente transferido aos animais, via cadeia alimentar. O retorno do fósforo ao meio ocorre pela ação de bactérias (organismos decompositores). Esse retorno ocorre na forma de composto solúvel, sendo, portanto, facilmente carregado pela chuva para lagos e rios e destes para os mares, de forma que o fundo do mar, bem como outros corpos aquáticos de água doce, passa a ser um grande depósito de fósforo solúvel (sedimentação). O uso mais comum para o fósforo é como fertilizante. Ciclo do enxofre O enxofre é um elemento relativamente abundante na crosta terrestre, grande parte dos reservatórios está em rochas sulfurosas, depósito de elementos sulfurosos e combustíveis fósseis. As plantas obtêm sulfato inorgânico (SO4-2) do ambiente dissolvido na água e no solo. Os animais obtêm enxofre na água e no alimento. A decomposição devolve o enxofre que fazia parte da matéria orgânica ao solo ou a água. A principal perturbação humana no ciclo global do enxofre é a liberação de dióxido de enxofre (SO2) para a atmosfera, como resultado da queima de carvão e óleo contendo enxofre provocando chuva ácida. Para ampliar seu conhecimento sobre os ciclos biogeoquímicos, acesse os links a seguir: Ciclo do carbono: https://www.youtube.com/watch?v=hxQ0T8qOoXg; e Ciclo do nitrogênio: https://www.youtube.com/watch?v=FgWJZuWRLug. 10WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Cadeias e teias alimentares Agora podemos discutir com mais clareza os conceitos de cadeia e teia alimentar. Assim, cadeia alimentar é uma série de organismos em um ecossistema, através dos quais a energia alimentar, proveniente dos produtores, é transferida entre eles, numa sequência de organismos que ingerem e são ingeridos (GRISI, 2007). As cadeias alimentares que se iniciam com os produtores, com consumidores primários herbívoros, são denominadas cadeias de herbivoria ou de pastagem, enquanto que as cadeias que se iniciam pela matéria orgânica morta, em que os consumidores primários são detritívoros (pequenos invertebrados, bactérias e fungos), são denominadas cadeias de detritivoria. As cadeias alimentares não podem ser vistas em sequências isoladas. Naturalmente, existe interação entre diferentes cadeias alimentares formando as denominadas teias alimentares ou teias tróficas (trofos = alimento, nutrição). A posição ocupada pelos organismos em um mesmo patamar na cadeia alimentar é denominada de nível trófico. Assim, produtores ocupam o primeiro nível trófico, os consumidores primários o segundo nível trófico, os consumidores secundários o terceiro nível trófico e passando desses para os decompositores, neste caso, ocuparia o quarto nível trófico. Como comentado anteriormente, existe uma redução significativa na quantidade de energia disponível de um nível trófico a outro, deste modo, as cadeias alimentares não podem ser tão longas, raramente ultrapassando o quinto nível trófico. Na figura a seguir (Figura 4), uma teia alimentar no ambiente terrestre, o primeiro nível trófico é ocupado por vegetais, os produtores (árvore, verdura e gramíneas). A partir desses, cada seta indica um novo nível trófico. Nessa figura, a cadeia mais longa possui cinco níveis tróficos (ex.: verdura > coelho > coruja > cobra > gavião). Figura 4 - Teia alimentar no ambiente terrestre. Fonte: a autora. O conhecimento das cadeias alimentares permite a atuação sobre elas em favor dos seres humanos. Possibilita, por exemplo, o aumento da produtividade agrícola, com um combate mais eficiente às pragas, incorporando à cadeia alimentar predadores naturais, minimizando o uso de defensivos agrícolas (BRAGA et al., 2005). Biomas Devido à grande diversidade de habitats existente no planeta, em função do clima, distribuição de nutrientes, topografia, pluviosidade, incidência de radiação solar e predomínio de espécies específicas em diferentes regiões, são formados grandes ecossistemas denominados de biomas. Bioma pode ser considerado como a maior unidade de comunidade, com flora, fauna e clima próprios, segundo Grisi (2007). Abaixo será apresentada uma breve descrição dos diferentes biomas terrestres e aquáticos, segundo Braga et al. (2005). Os biomas aquáticos são classificados em dois grupos, o marinho (mares e oceanos) e o de água doce (lagos, lagoas e rios). A classificação dos biomas terrestre é mais ampla (Figura 5). 11WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 - Principais biomas terrestres. Fonte: Encyclopaedia Britannica (2017). Vamos iniciar pelo pólo Norte. A TUNDRA é considerada o bioma mais frio do planeta. Possui solo congelado na maior parte do ano formando regiões pantanosas. Há predomínio de musgos, líquens, plantas rasteiras e ausência de árvores. O bioma denominado TAIGA (também Floresta Boreal ou Floresta de Coníferas) possui uma vegetação pouco diversificada com predomínio, portanto, de coníferas (pinheiros resistentes e perenes). A precipitação (chuva) nesse bioma, principalmente no verão, é maior do que na tundra. A FLORESTA TEMPERADA é bem desenvolvida na Europa e América do Norte, mas também no Japão e na Austrália. Ocorre em regiões de clima moderado, com inverno bem definido e precipitação abundante que se distribui durante todo o ano. Possui uma flora composta por árvores caducifólias (que perdem suas folhas no inverno) e uma vegetação mais baixa como arbustos, bem desenvolvida e diversificada. A FLORESTA TROPICAL, evidentemente no Brasil, está presente em uma região em que não há grandes oscilações de temperatura durante o ano, portanto, sem grandes distinções entre as estações. Neste tipo de floresta ocorre precipitação elevada, distribuída durante todo o ano, portanto, uma elevada umidade. Nessa região há o ápice de diversidade animal e vegetal, com árvores de grande porte e densa folhagem, com poucas espécies arbustivas e herbáceas. Outro bioma terrestre é chamado de CAMPOS, com predomínio de vegetação herbácea baixa. Esse bioma é divido em dois subtipos, PRADARIA que inclui gramíneas (pampas e cerrado no Brasil) e SAVANA (Índia e África), que inclui arbustos e pequenas árvores. Por fim, outro bioma é o DESERTO, típico de regiões áridas de vegetação rara e espaçada com predomínio de solo nu. São locais de baixa precipitação ou alta precipitação mal distribuída, com fauna típica. Deste modo, os biomas brasileiros (Figura 6) são: Amazônia (floresta tropical); Cerrado (campo), na região Norte esse bioma está presente na forma de savanas de gramíneas baixas, na Região Sul, aparece como as pradarias mistas subtropicais; Mata Atlântica (floresta tropical); Caatinga (sertão), bioma típico do Brasil, com vegetação caducifólia; Pampa (pradaria, citada anteriormente e Pantanal, uma planície alagável na qual a riqueza de flora e fauna é regulada pelo ciclo das águas, ou seja, períodos de seca e cheia. O pantanal é praticamente exclusivo do Brasil, pois apenas uma pequena faixa desse bioma pertence ao Paraguai e a Bolívia.12WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 6 - Biomas brasileiros. Fonte: ABAGRP (2017). Influência humana nos ecossistemas Efeito de pesticidas em um ecossistema Na agricultura a aplicação de pesticidas ocorre em grandes superfícies territoriais e devido à dificuldade de despoluição após o emprego de pesticidas, o ideal seria tomar medidas preventivas ou restringir o uso de produtos tão danosos ao meio ambiente. Alguns efeitos de pesticidas são: i) desconhecimento dos efeitos dos pesticidas sobre os microrganismos essenciais do solo para a fixação de nutrientes; ii) contaminação dos lençóis freáticos e dispersão da poluição; e iii) bioacumulação nas plantas, podendo contaminar os alimentos (LANGEBACH e PAIM, 1995). Ainda, à medida que o pesticida se move pela cadeia alimentar, ele sofre amplificação biológica, bioampliação ou é biomagnificado, ou seja, a concentração nos organismos aumenta com o aumento dos níveis tróficos. Isso ocorre porque são necessários muitos indivíduos do nível trófico anterior para alimentar um indivíduo do nível trófico seguinte. Entre os poluentes não biodegradáveis que se acumulam ao longo da cadeia, destacam-se os metais pesados (mercúrio, chumbo, cádmio) e os pesticidas. Em relação ao mercúrio, um exemplo foi o ocorrido na Baía de Minamata (Japão), nos anos 60, em que vários pescadores morreram por se alimentarem de peixes contaminados por mercúrio, segundo Braga (et al., 2005). Veja um exemplo de ampliação biológica medido em ppm (partes por milhão) de mercúrio em um corpo aquático (Figura 7), segundo Mitchell (2017). 13WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 7 - Bioampliação de mercúrio em um corpo aquático. Fonte: Mitchell (2017) Efeito de nutrientes em um ecossistema de lagos Naturalmente em lagos, os organismos produtores (vegetais e principalmente as algas), habitam a superfície para receberem luz solar e utilizam o CO2 proveniente também da atmosfera. Outros nutrientes necessários para a reprodução de algas são nitrogênio e fósforo. Algumas algas conseguem utilizar o nitrogênio atmosférico, contudo, o fósforo é o único elemento essencial que não entra no sistema aquático a partir da atmosfera, assim funciona como um regulador da reprodução de algas. Além disso, este elemento tende a sedimentar em rios e lagos. Assim, se ocorrer uma fonte externa desses nutrientes, principalmente o fósforo, através de escoamento de fertilizantes da agricultura ou os efluentes de uma estação de tratamento de águas residuais, as algas começarão a se reproduzir em uma taxa muito elevada, resultando em uma produção maior de alimentos para os consumidores que também crescerão em uma taxa superior. Ainda, esta alteração produzirá maior quantidade de matéria orgânica morta e aumentará a multiplicação de decompositores. Com o aumento de decompositores, maior é o consumo de oxigênio para a decomposição e maior liberação de CO2 na água. Além disso, a elevada multiplicação de algas forma um tapete turvo impedindo a penetração de luz na água, reduzindo as taxas de fotossíntese, ou seja, menor a produção de oxigênio no sistema. Assim, a ausência de oxigênio leva a mortandade de peixes e outros organismos que precisam desse elemento químico. Esse processo de enriquecimento das águas, em especial com nitrogênio e fósforo, é denominado de eutrofização ou eutroficação. A eutrofização natural é muito lenta, ocorre em milhares de anos. Contudo, com a introdução de nutriente, ocorre uma eutrofização artificial ou acelerada (VESILIND; MORGAN, 2015). A Lagoa da Pampulha (Belo Horizonte/MG), considerada um dos principais e mais belos cartões postais de Belo Horizonte, está imprópria para pesca e banho devido ao excesso de poluição e estado de eutrofização. Em novembro de 2016, os níveis de cianobactérias e fósforo foram considerados fora dos padrões estipulados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) para que a população possa ter contato secundário com as águas da represa, para atividades como navegação e esportes náuticos (PARNAÍBA, 2016). 14WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Efeito de projetos sobre um ecossistema Os projetos de engenharia podem ter grande impacto sobre o ecossistema, assim algumas medidas podem ser tomadas. Para reduzir o número de animais mortos nas rodovias, podem ser construídas passagens subterrâneas ou viadutos com jardins para a passagem dos animais. Telhados com plantas (Telhado Verdes) reduzem custos energéticos e o escoamento de águas pluviais. A utilização de energia solar, eólica ou células de combustível podem reduzir os custos com eletricidade e a poluição ambiental. Além disso, escolher materiais menos tóxicos e produzidos de forma sustentável reduz a geração de resíduos e melhoram a qualidade do ar. ENERGIA E AMBIENTE Os seres humanos precisam de energia para cozinhar seus alimentos, para a proteção contra o frio, para o transporte de pessoas, matérias-primas e produtos; para mover máquinas e aquecer fornos e caldeiras (CARMONA et al., 2003). Assim, os impactos no meio ambiente estão relacionados a três aspectos: ao crescimento populacional, a essa demanda de matéria e energia e a geração de resíduos. O desenvolvimento tecnológico, social e econômico aumenta as quantidades de materiais e de energia para satisfazer os padrões adquiridos pela sociedade e, consequentemente eleva a produção de resíduos (BRAGA et al., 2005). A redução da produção de energia por combustíveis fósseis, de 1980 a 2012, foi de 69,6 para 67,2% (não representativa), contudo, o aumento da produção por fontes renováveis, passou de 0,4 para 5%, com destaque para a energia eólica (2,4%) (Figura 8). Figura 8 - Geração de Energia Elétrica Mundial (%) por fonte (TWh - Terawatt-hora, equivalente a 1012 Wh). Fonte: Brasil (2015). No Brasil, a maior geração de energia é realizada por hidrelétricas (63,2%), seguida pela geração a partir de gás natural (13,7%) e por biomassa (7,6%), segundo Brasil (2015). Fontes de energia As fontes de energia são recursos, naturais ou artificiais, utilizados pela sociedade para a produção de algum tipo de energia. A principal fonte de energia é constituída por radiações provenientes da luz do Sol (99% da energia térmica utilizada pelos ecossistemas). Os outros 1% são formados por outras fontes primárias de energia (água, ventos, madeira, gás natural, carvão mineral, o petróleo), fontes que são convertidas pelo homem em outras fontes de energia, as fontes secundárias (gasolina, o diesel, a energia elétrica, química, térmica e mecânica), segundo Braga (et al., 2005). Os recursos ou fontes primárias são classificados em renováveis e não-renováveis. 15WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Fontes renováveis de energia Aquelas fontes em que a sua utilização pode ser mantida e aproveitada ao longo do tempo sem possibilidade de esgotamento, segundo Portal Energia (2015). Hidroeletricidade É um dos métodos mais eficientes de geração de energia. Consiste em aproveitar a energia potencial da água, através da transformação em energia mecânica pela passagem por uma turbina e transformação dessa energia em eletricidade pela passagem por um gerador, segundoBraga (et al., 2005). O Brasil é o país com maior potencial hidrelétrico do Mundo, com mais de 70% desse potencial presente nas bacias do Amazonas e do Tocantins/Araguaia, segundo ANEEL (2008). Localizada em nosso país, a Itaipu Binacional é considerada a maior usina hidrelétrica do mundo, em geração de energia, com 14.000 MW de potência instalada, e fornece 20% da energia consumida no Brasil e abastece 94% do consumo paraguaio, segundo Itaipu Binacional (2017). Contudo, a construção de hidrelétrica está relacionada a alguns impactos socioambientais, como: elevação do lençol freático, podendo a água ficar imprópria para o consumo, inclusive em regiões vizinhas; o alagamento geralmente atinge áreas de solos férteis, provocando a saída compulsória da população e desintegrando costumes; afetam a fauna e flora local; milhares de famílias são desapropriadas e possuem suas terras e residências relocadas, ainda, foram registrados vários casos de rompimento de grandes barragens, uma possibilidade crescente à medida em que ocorre o envelhecimento da estrutura construída, através de infiltrações (NOELI, 2005). Mar A geração de energia elétrica utilizando água do mar pode ser a partir da energia cinética (do movimento), produzida pelo movimento das águas ou pela energia gerada pela diferença do nível do mar, entre as marés alta e baixa, segundo ANEEL (2008). Alguns países estão mais avançados na exploração das ondas do mar para produção de eletricidade, tais como a Grã- Bretanha, Portugal Brasil e Países Escandinavos. Algumas vantagens dessa fonte são a constância e previsibilidade da ocorrência das marés, ainda, trata-se de uma fonte de baixa poluição, contudo, os custos de instalação ainda são bastante elevados, segundo Portal Energia (2017). Em Fortaleza (CE) foi construída a primeira usina na América Latina responsável pela geração de energia elétrica por meio do movimento das ondas do mar (Figura 9), segundo COPPE UFRJ (2017). Figura 9 - Usina de ondas (Fortaleza, CE). Fonte: COPPE UFRJ (2016). 16WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Energia solar direta A radiação do Sol pode ser empregada de forma direta, como fonte de energia térmica, como ocorre em aquecimento de fluidos e ambientes, ou pode ser convertida diretamente em energia elétrica, através dos processos termoelétrico e o fotovoltaico, segundo ANEEL (2002). No processo termoelétrico, a radiação solar é convertida em calor e utilizada em usinas termelétricas para a produção de eletricidade e no processo fotovoltaico, a transformação da radiação solar em eletricidade é direta utilizando um material semicondutor (geralmente o silício). A utilização da energia solar é pouco representativa mundialmente e no Brasil, apesar de ser privilegiado em termos de radiação solar, com uso de aquecedores solares e uso bastante difundido em cidades do interior e na zona rural, a participação do Sol na matriz energética brasileira ainda é bastante reduzida. Vale destacar que o Nordeste possui radiação comparável às melhores regiões do mundo, como a cidade de Dongola, no deserto do Sudão, e a região de Dagget, no Deserto de Mojave, Califórnia, segundo ANEEL (2008). O uso direto da energia solar é considerado uma opção ideal do ponto de vista ambiental, pois não contamina o ar, nem a água e seu fornecimento é ilimitado, segundo Carmona (et al., 2003). Energia eólica Nessas usinas ocorre a transformação da energia cinética contida no vento em eletricidade. Os aspectos positivos em relação à fonte eólica são, renovabilidade, perenidade, grande disponibilidade, independência de importações e ausência de custo para obtenção de suprimento, por outro lado o preço de instalação ainda é considerado elevado em comparação com outras fontes (ANEEL, 2008). Considerando o meio ambiente, a construção de usinas eólicas pode interferir na migração de pássaros e na transmissão de sinais de rádio e TV (BRAGA et al., 2005). Mundialmente, houve um aumento expressivo da utilização dessa fonte de energia, nas últimas décadas, e no Brasil, favorecido em termos de vento, as regiões com maior potencial medido são Nordeste, onde se encontram a maioria das usinas eólicas, Sudeste e Sul, e ainda há usinas no Centro-Oeste (ANEEL, 2008). Em Osório, no Rio Grande do Sul, está situado o Parque Eólico de Osório, Parque Eólico, considerado o maior parque fornecedor de energia eólica da América Latina e o segundo maior do mundo em operação, desde 2006, formado por 75 torres com 98 metros, que somados às pás dos aerogeradores atingem 135 metros de altura, segundo Prefeitura Municipal de Osório (2017). Biomassa Energia de biomassa é proveniente de qualquer matéria orgânica que possa ser transformada em energia mecânica, térmica ou elétrica. Pode ser classificada em biomassa florestal (madeira, principalmente), agrícola (soja, arroz, cana-de-açúcar, entre outras) e de rejeitos urbanos e industriais (sólidos ou líquidos). A geração de energia pode ocorrer por combustão direta para obtenção do calor, em fornos (metalurgia) e caldeiras, com a formação de vapor para acionar turbinas ou pode haver a conversão de um combustível sólido (normalmente lenha) em outro de melhor qualidade e conteúdo energético (ex.: carvão). A biomassa é uma das fontes para produção de energia com maior potencial de crescimento nos próximos anos, tanto no exterior como no Brasil. O Brasil se destaca como o segundo maior produtor de etanol que, obtido a partir da cana-de-açúcar. Como os combustíveis fósseis, a combustão de biomassa também libera o poluente gás carbônico (CO2), assim, sua aplicação moderna e sustentável está diretamente relacionada ao desenvolvimento de tecnologias de produção da energia e às técnicas de manejo da matéria-prima. Por outro lado, os recursos podem ser regenerados dentro de poucos anos, por isso a biomassa é considerada um recurso renovável, segundo Carmona (et al., 2003). 17WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Geotérmica É a energia gerada a partir do calor existente no interior da Terra. As principais fontes são os gêiseres (fontes de vapor no interior da Terra que apresentam erupções periódicas) e o calor existente no interior das rochas para o aquecimento da água (em regiões próximas aos gêiseres), segundo Braga (et al., 2005). A partir desta água aquecida (150 a 3500C) é produzido o vapor utilizado em usinas termelétricas ou a partir da utilização de vapor quente seco para movimentar as turbinas, segundo ANEEL (2008). É possível encontrar aquíferos em profundidades menores que cinco quilômetros. Considerando que o fornecimento de calor do núcleo da Terra é inesgotável na escala humana, esta forma de energia pode ser considerada como renovável, mesmo quando pode haver um limite para a quantidade de aquíferos subterrâneos exploráveis para fins energéticos, segundo Carmona (et al., 2003). O Parque Geotérmico foi expandido nos últimos anos em alguns países, como México, Japão, Filipinas, Quênia, Islândia e Estados Unidos. No Brasil não há nenhuma usina geotérmica em operação, segundo ANEEL (2008). Os impactos ambientais são sentidos nos arredores dessa fonte de energia. Em geral, os fluxos geotérmicos contêm gases e são liberados para a atmosfera, junto com o vapor de água, a maioria gases sulfurosos (H2S), com odor desagradável, corrosivos e com propriedades nocivas à saúde humana. Além disso, existe a possibilidade de contaminação da água, nas proximidades de uma usina geotérmica, devido à natureza mineralizada dos fluidos geotérmicos e a descargalivre dos resíduos líquidos para a superfície pode resultar na contaminação de rios, lagos, além da possibilidade de abalos sísmicos, devido a uma grande quantidade de fluido retirada do solo, segundo Ambiente Brasil (2017). Fontes não renováveis de energia Essas fontes são principalmente formadas por combustíveis fósseis, sendo depósitos naturais de petróleo, gás natural e carvão mineral. São constituídas de energia solar, retida na forma de energia química, em depósitos formados há milhões de anos, através da decomposição de vegetais e animais, segundo Braga (et al., 2005). Soma-se as fontes não renováveis a energia nuclear. O processo de produção de energia elétrica é semelhante em todas as usinas que utilizam como matéria-prima os combustíveis fósseis, em geral, esse material é queimado em uma câmara de combustão e o calor obtido nesse processo é usado para aquecer e aumentar a pressão da água, que se transforma em vapor. Este vapor movimenta as turbinas, que transformam a energia térmica em energia mecânica. Um gerador, transforma a energia mecânica em energia elétrica, segundo ANEEL (2002). A natureza renovável ou não renovável, considerando a fonte geotérmica, é bastante discutida, assim, quando se trata da utilização de fluidos e vapores quentes do interior da Terra, como os gêiseres, trata-se de uma fonte não- renovável (BRAGA et al., 2005). Deste modo, quando se utiliza um reservatório de água para ser reinserido no solo pode ser considerada renovável. 18WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA Derivados de petróleo O petróleo cru não tem aplicação direta, é necessário o processo de refino para a obtenção de seus derivados que são: gás liquefeito de petróleo (GLP, ou gás de cozinha), gasolina, óleo diesel, óleo combustível, nafta, querosene de aviação e de iluminação, asfalto, lubrificante, combustível marítimo, solventes, parafinas e coque de petróleo (produto sólido). Tanto a geração de energia elétrica a partir dos derivados de petróleo, quanto o consumo dos combustíveis derivados, geram emissões de gases que contribuem para o efeito estufa. Além disso, há perspectiva de esgotamento, em médio prazo, das reservas hoje existentes, cerca de 40 anos, segundo ANEEL (2008). Gás natural É um gás resultante da decomposição da matéria orgânica durante milhões de anos. Nas primeiras etapas desse processo, o gás natural encontra-se associado ao petróleo, mas nos últimos estágios de degradação da matéria, esse gás é produzido separadamente, portanto há reservas de gás natural associado ao petróleo ou em campos isolados (gás natural não associado), segundo ANEEL (2008). O gás natural é formado por gás metano (70 a 99%), com pequenas quantidades de hidrocarbonetos gasosos mais pesados, como propano e butano. No uso do gás natural, o propano e o butano são liquefeitos, gerando o GLP, e o metano é distribuído em redes. Se mantidas as taxas de consumo atual, estima-se que há reservas de gás natural suficiente para os próximos 50 anos. Esse gás produz menos poluentes quando comparados a queima de outros combustíveis fósseis, produzindo pouco SO2; quase nenhum material particulado; cerca de um sexto de óxidos de nitrogênio produzidos pelo carvão, óleo, gasolina; produz CO2 por unidade de energia inferior a outros combustíveis e apresenta custo de aproveitamento baixo com rendimento alto, segundo Braga (et al., 2005). O gás natural ocupa o segundo lugar dentre as fontes geradoras de energia (20,1%). No primeiro lugar está o carvão (41%) (ANEEL, 2008). No Brasil a utilização do gás natural ocupa a segunda posição (13,7%) sendo superado pela energia hidráulica (63,2%), segundo Brasil (2015). Carvão mineral Cerca de 80% do consumo de carvão é destinado para geração termoelétrica e o restante é utilizado na metalurgia e combustível em caldeiras. O carvão é o combustível fóssil mais abundante na Terra (73%), seguido pelo petróleo (14%) e pelo gás natural (13%). Apesar de sua abundância relativa, o consumo de carvão diminuiu significativamente nas últimas décadas, devido ao seu alto teor de liberação de enxofre e cinzas gerando graves problemas ambientais. Devido ao seu poder calorífico inferior, o carvão gera 1,5 tonelada de CO2 por mJ de energia térmica liberada, o que é quase 30% maior do que as emissões de outros combustíveis fósseis, segundo Carmona (et al., 2003). Energia nuclear A matéria-prima para a produção da energia nuclear é principalmente o minério de urânio, encontrado em estado natural nas rochas da crosta terrestre, mas existem também as fontes secundárias, compostas por material obtido com a desativação de artefatos bélicos, estoques civis e militares, reprocessamento do urânio já utilizado e sobra do material usado no processo de enriquecimento. O urânio é principalmente aplicado em usinas térmicas para a geração de energia elétrica denominadas usinas termonucleares. Nestas usinas, o núcleo do átomo é submetido a um processo de fissão (divisão) para gerar a energia. Se a energia for liberada lentamente, manifesta-se sob a forma de calor e se for liberada rapidamente, manifesta-se como luz. Nas usinas termonucleares, portanto, é liberada lentamente e aquece a água existente no interior dos reatores, a fim de produzir o vapor que movimenta as turbinas. Essa fonte passou a 19WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 1 ENSINO A DISTÂNCIA ser considerada uma fonte limpa, considerando que sua operação origina baixos volumes de gás carbônico (CO2). As reservas de urânio estão distribuídas por 14 países, destacando a Austrália, Cazaquistão e Canadá que somam mais de 50% do volume total. O Brasil ocupa o 7o lugar do ranking mundial com de 6% do volume total, segundo ANEEL (2008). No Brasil há duas usinas nucleares em atividade (Angra 1 e 2) e uma em construção (Angra 3), todas localizadas na Praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Todas as atividades relacionadas à área nuclear no Brasil são de competência exclusiva da União, com exceção da utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas, que podem ser realizados por terceiros, por meio de concessão ou permissão, segundo Sinus (2014). UNIDADE 20WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 21 O MEIO AQUÁTICO .................................................................................................................................................. 22 PARÂMETROS FÍSICOS ........................................................................................................................................... 22 PARÂMETROS QUÍMICOS ...................................................................................................................................... 24 PARÂMETROS BIOLÓGICOS ................................................................................................................................... 25 O MEIO TERRESTRE ................................................................................................................................................ 27 O MEIO ATMOSFÉRICO .......................................................................................................................................... 30 O MEIO AQUÁTICO 02 PROF.A PhD. GEZIELE MUCIO ALVES 21WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS ABIL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Visando ampliar o conhecimento sobre meio ambiente, responsabilidade social e sustentabilidade, devemos conhecer, mais especificamente, os meios aquático, terrestre e atmosférico. Devemos compreender sua formação, bem como os padrões de condições normais e de poluição desses meios. Assim, serão abordados nessa unidade, as resoluções CONAMA nº 357/2005, CNRH nº 91/2008 e Portaria 2.914/2011, principais regulamentadoras dos parâmetros de qualidade de água. Serão estudados os parâmetros físicos, químicos e biológicos de qualidade de água e o comportamento dos poluentes no corpo aquático. Ainda, serão discutidos os conceitos de solo, sua composição e formação, sua importância ecológica, poluição e os diferentes tipos de resíduos sólidos, perigosos e radioativos. Por fim, será apresentada uma descrição da atmosfera, dos principais poluentes atmosféricos e os processos que geram poluição, chuva ácida, efeito estufa, aquecimento global, a destruição da camada de ozônio e os padrões de qualidade do ar. Bom estudo! 22WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA O MEIO AQUÁTICO A água é um recurso natural essencial para a vida, pois todo o metabolismo dos seres vivos funciona em meio aquoso, no interior das células. Em nosso planeta, apenas uma porcentagem de água é disponível para atividades humanas. Embora 70% da superfície da Terra seja água, a maior parte desta está contida nos oceanos e apenas 3% são reservas de água doce e que, geralmente, não está disponível, compondo calotas polares e geleiras, ou seja, cerca de 1% é água doce de superfície acessível Carmona (et al., 2003). Parâmetros indicadores de qualidade de água A qualidade da água pode ser avaliada através de diversos parâmetros que revelam suas principais características físicas, químicas e biológicas. As principais regulamentações sobre os parâmetros de qualidade de água são as resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), segundo Ana (2017). Assim, destaca-se as resoluções do CONAMA nº 357/2005 E CNRH nº 91/2008. A CONAMA nº 357/2005 dispõe sobre a classificação dos corpos de água (doce, salobra e salina) e padrões de qualidade de acordo com a sua destinação (consumo humano, recreação, irrigação, pesca, paisagismo), bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e outras providências. Por exemplo, no capítulo 2, o artigo 4 classifica as águas doces em Classes Especial, I, II, III e IV, sendo a classe especial, aquela com as melhores características nos parâmetros de qualidade, destinada a consumo humano apenas com desinfecção, enquanto que a classe IV é imprópria para consumo humano, mesmo após tratamento avançado, servindo apenas para navegação e harmonia paisagística, segundo CONAMA (2012). A Resolução CNRH nº 91/2008 estabelece os procedimentos gerais para o enquadramento dos corpos d’água superficiais e subterrâneos, segundo Ana (2017). Ainda, deve-se considerar a portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, que estabelece critérios de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, segundo Brasil (2011). PARÂMETROS FÍSICOS TEMPERATURA Este é um parâmetro importante, visto que influencia na velocidade das reações químicas, na solubilidade dos gases, na taxa de crescimento dos microrganismos, segundo Souza (2001). Ainda, com o aumento da temperatura ocorre uma redução na densidade da água. Deste modo, a inserção de efluentes aquecidos, ou que causam reações químicas, que elevam a temperatura nos corpos aquáticos, reduzem a densidade, pois aumenta a solubilidade dos nutrientes, com isso, as algas fitoplanctônicas, que se sustentam na coluna de água, devido a força de atrito, tendem a ocupar o fundo, reduzindo ou cessando a fotossíntese, segundo Braga (et al., 2005). 23WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA COR A cor é um indicativo da presença de substâncias, partículas e organismos em grandes quantidades, segundo Carmona (et al., 2003). É uma das características que pode afetar a penetração de luz no corpo aquático. Pode ser classificada em cor real e cor aparente. A cor real está relacionada às substâncias dissolvidas na água, ou seja, é a cor que a água realmente apresenta se for removida a matéria em suspensão. Esse é o caso do Rio Negro (AM), afluente do Rio Amazonas, que possui esse nome devido a presença de ácidos húmicos (originado a partir da decomposição de matéria orgânica, proveniente de ser vivo). A cor aparente do meio aquático está associada a reflexos da paisagem ao redor ou aos materiais presentes no fundo, se esse for visível da superfície, isto é, coloração da água como ela se apresenta, com todas as matérias em suspensão (BRAGA et al., 2005). A cor é medida em unidades de cor, chamadas uH (unidade Hazen). A determinação da cor real realiza- se após centrifugação da amostra. Para atender o padrão de potabilidade, a água deve apresentar intensidade de cor aparente inferior a cinco unidades, segundo Brasil (2014). A cor pode tornar a água imprópria ao consumo humano por manchar roupas e utensílios, para a produção de bebidas ou outros alimentos, ou ainda na fabricação de louças e papéis, segundo Braga (et al., 2005). TURBIDEZ É a medida da resistência da água a passagem de luz, ou o grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar a água. A água fica turva devido a presença de materiais em suspensão ou de organismos microscópicos na água, segundo Braga (et al., 2005). É expressa em unidades de turbidez, também denominadas unidades de Jackson ou, mais comumente, em unidades nefelométricas. A turbidez da água pode ser causada por lançamentos de esgotos domésticos ou industriais. A turbidez natural das águas está, geralmente, compreendida na faixa de 3 a 500 unidades para fins de potabilidade. Tal restrição fundamenta-se na influência da turbidez nos processos usuais de desinfecção, atuando como escudo aos micro-organismos patogênicos, minimizando a ação do desinfetante, segundo Brasil (2014). Considerando o padrão de potabilidade a turbidez da água não deve exceder 5uT (Portaria MS n. º 2914/2011), segundo Brasil (2011). SÓLIDOS São considerados sólidos totais presentes em um corpo aquático, a matéria que permanece como resíduo após evaporação de 103 a 105ºC. Podem ser divididos em sólidos em suspensão e sólidos filtráveis. O filtro utilizado possui cerca de 1 mícron (μ) de diâmetro, segundo Souza (2001). Assim, os sólidos retidos no filtro são também denominados de sólidos em suspensão ou particulados, enquanto que os sólidos que atravessam o filtro são classificados como sólidos dissolvidos ou solúveis. O padrão de potabilidade refere-se apenas aos sólidos totais dissolvidos (limite: 1000 mg/L), pois esta parcela reflete a influência de lançamento de esgotos e afeta a qualidade organoléptica (sabor, odor) da água. Os sólidos são tratados como parâmetros físicos, embora possam estar associados às características químicas e biológicas, segundo Brasil (2014). CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Este parâmetro indica a capacidade da água de transmitir a corrente elétrica em função da presença de substâncias dissolvidas, que se dissociam em ânions (íons negativos) e cátions (íons positivos). Quanto maior a concentração iônica da solução, maior é a capacidade em conduzir corrente elétrica.A condutividade elétrica é expressa em unidades de resistência (mho ou S) por unidade de comprimento (geralmente cm ou m), em geral, μS/cm. Deste modo, águas naturais 24WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA condutividade na faixa de 10 a 100 μS/cm e, em ambientes poluídos por esgotos domésticos ou industriais os valores podem chegar a 1.000 μS/cm. SABOR E ODOR O sabor e odor também fazem parte dos parâmetros físicos e estão associados à presença de poluentes industriais ou outras substâncias indesejáveis, como matéria orgânica em decomposição, algas, entre outros. Águas com sabor e odor não palatáveis são desprezadas para consumo humano (BRAGA et al., 2005). PARÂMETROS QUÍMICOS Os parâmetros químicos são avaliados a partir de substâncias dissolvidas e são medidos em aparelhos analíticos, segundo Braga (et al., 2005). pH O pH ou potencial hidrogêniônico indica a intensidade das condições ácidas ou alcalinas do meio aquoso, através da presença de íons hidrogênio (H+). Os valores de pH variam de 0 a 14, sendo, inferior a 7, condições ácidas; superior a 7: condições alcalinas e 7 considerado neutro. O valor do pH altera o grau de solubilidade das substâncias. As alterações desse parâmetro podem ter origem natural (dissolução de rochas, fotossíntese) ou antropogênica (despejos domésticos e industriais). Em águas de abastecimento, baixos valores de pH podem contribuir para sua corrosividade e agressividade, enquanto que valores elevados aumentam a possibilidade de incrustações nas tubulações. A acidificação das águas pode ser também um fenômeno derivado da poluição atmosférica, mediante precipitações ou passagem direta de CO2 da atmosfera para água por diferença de concentração, segundo Brasil (2014). Assim, em regiões muito poluídas ocorrem passagem direta do CO2 da atmosfera para o corpo aquático. O pH para águas de abastecimento deve estar entre 6,5 e 9,5, visando minimizar os problemas de incrustação e corrosão das redes de distribuição (Portaria MS n. º 2914/2011). DUREZA A dureza das águas reflete a concentração de cátions em solução, na água cálcio (Ca+2) e magnésio (Mg+2), mas também pode ser por ferro (Fe+2), manganês (Mn+2), estrôncio (Sr+2) e alumínio (Al+3), segundo Brasil (2014). Águas com dureza elevada ou águas duras necessitam de muita quantidade de detergentes, sabões e shampoo para produzir espuma ou que dão origem a incrustações nas tubulações de água quente, em panelas ou outros equipamentos, em que a temperatura da água é elevada. A dureza das águas superficiais é menor do que a das águas subterrâneas e reflete a natureza das formações geológicas com as quais ela esteve em contato. A dureza, em geral, é expressa em mg/L de carbonato de cálcio CaCO3, segundo Souza (2001). O padrão de potabilidade para águas de abastecimento é de 500 mg/L CaCO3, Brasil (2014). NUTRIENTES DISSOLVIDOS Alguns nutrientes dissolvidos no meio aquático são essenciais para o desenvolvimento dos seres vivos que ocupam esse meio. Nitrogênio e fósforo são fatores limitantes para o crescimento de organismos autótrofos fotossintetizantes (algas e vegetais), portanto, o excesso desses nutrientes provoca uma proliferação exagerada de algas denominada eutrofização. Assim, os organismos precisam de quantidades moderadas de sais de silício, cálcio, magnésio, sódio, potássio, enxofre, cloro e ferro e de quantidades diminutas de manganês, cobalto, zinco, cobre, 25WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA entre outros, segundo Braga (et al., 2005). Desse modo, alterações nas concentrações de nutrientes dissolvidos causam mudanças na estrutura das comunidades aquáticas. MATÉRIA ORGÂNICA: DBO E DQO Em grandes quantidades no meio aquático, a matéria orgânica (MO) causa alterações na cor, odor, turbidez e eleva consumo do oxigênio dissolvido pelos organismos decompositores, provocando desequilíbrios ecológicos, podendo causar a extinção dos organismos de diversos organismos. Em geral, são utilizados dois indicadores do teor de matéria orgânica na água: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO). Estes parâmetros indicam a demanda, ou seja, o consumo de oxigênio necessário para oxidar a matéria orgânica contida na amostra de água. A diferença entre DBO e DQO está no tipo de matéria orgânica estabilizada. A DBO refere-se exclusivamente à matéria orgânica oxidada por atividade dos micro-organismos e a DQO abrange, também, a oxidação da matéria orgânica ocorrida por agentes químicos. Assim o valor da DQO é sempre superior ao da DBO. Tanto a DBO quanto a DQO são expressas em mg/L. A concentração média da DBO em esgotos domésticos é da ordem de 300 mg/L, o que indica que são necessários 300 miligramas de oxigênio para estabilizar a quantidade de matéria orgânica biodegradável contida em 1 litro da amostra. Em ambientes naturais não poluídos, a concentração de DBO é baixa, cerca de 1 mg/L a 10 mg/L, segundo Brasil (2014). Por convenção, usa-se DBO5, 20, ou seja, os ensaios são feitos com duração de 5 dias a uma temperatura de 200C, segundo Braga (et al., 2005). PARÂMETROS BIOLÓGICOS Organismos que são utilizados para indicar mudanças do ambiente são denominados de bioindicadores, segundo Bagliano (2012). Os bioindicadores são importantes por serem muito sensíveis a poluentes, a toxinas e a perturbações do meio, portanto, servem como alerta de desequilíbrio ambiental, segundo Ricklefs (2009). Podem fazer parte de diferentes grupos como algas, bactérias, fungos, vegetais, protozoários, microinverterbrados, entre outros, porém, as algas e os microrganismos patogênicos destacam-se em relação aos parâmetros de qualidade de água. ALGAS As algas são pertencentes a três diferentes reinos: Monera, Protista e Plantae, sendo as algas verdes (Chlorophyta/Plantae) as responsáveis pela maior parte da produção de oxigênio molecular disponível no planeta a partir da fotossíntese, segundo Vidotti e Rollemberg (2003). Contudo, a formação de grandes massas de algas, devido ao processo de eutrofização comentado anteriormente, leva a produção de lodo (Figura 1) e a liberação de vários compostos que podem ser tóxicos ou produzirem sabor e odor desagradável. 26WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 1 - Um pescador caminhando no lago Chaohu, coberto de alga, Chaohu (China) em julho de 2013. Fonte: SIM (2014). Ainda, essa formação de camadas de algas na superfície de reservatórios, causa turbidez, dificulta a passagem de luz, reduzindo consequentemente a concentração de oxigênio do meio, entopem filtros em estações de tratamento, adere a paredes de reservatórios e piscinas e leva a corrosão de estruturas de ferro e aço, segundo Braga (et al., 2005). MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS Existem vários organismos patogênicos presentes em águas naturais, em geral, provenientes do lançamento de águas residuais comunitárias, originários de indivíduos doentes ou portadores. Considerando a dificuldade de identificação e contagem dos microrganismos patogênicos, é habitual realizar a contagem de bactérias coliformes (coliformes totais, coliformes fecais, Escherichia coli e estreptococos fecais) como um indicador da presença de microrganismos patogênicos e de águas residuais de origem fecal, segundo Souza (2001). O padrão microbiológico da água para consumo humano afirma que sistemas que analisam 40ou mais amostras por mês, os coliformes totais devem estar ausentes em 100ml em 95% das amostras examinadas no mês e em sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês, apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100ml (Portaria MS n.º 2914/2011). Comportamento dos poluentes no meio aquático Os poluentes ao atingirem os corpos aquáticos sofrem a ação de diferentes mecanismos físicos, químicos e biológicos. Dentre os processos físicos, pode-se destacar a diluição, processo natural de mistura do despejo com a água do corpo aquático; pode ocorrer a sedimentação de substâncias poluidoras pela ação gravitacional e a redução da penetração de luz, pela elevação da turbidez devido a dissolução de nutrientes. Mecanismos químicos ocorrem pela reação das substâncias poluidoras com aquelas já existentes no corpo aquático, causando assim alterações na temperatura, pH, penetração da luz, entre outros, segundo Braga (et al., 2005). Ainda, as alterações que ocorrem modificam a estrutura e dinâmica das comunidades aquáticas, com morte de algumas comunidades sensíveis e elevação da densidade de espécies resistentes, os mecanismos biológicos dessa nova comunidade altera as características do ambiente. 27WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA O impacto produzido por esgoto doméstico, por exemplo, com restos de matéria orgânica, restos de alimentos de origem vegetal ou animal, leva a redução de oxigênio no corpo aquático. Ao atingir o corpo aquático, bactérias aeróbias, que utilizam oxigênio, gastam o oxigênio do corpo aquático e ainda liberam mais gás carbônico na água durante a decomposição. Se o despejo for contínuo e o consumo de oxigênio for maior do que a capacidade do meio de para repô-lo, então, pode haver esgotamento e inviabilidade de sobrevivência de peixes e outros organismos que necessitam de oxigênio para respirar, segundo Braga (et al., 2005). O MEIO TERRESTRE O solo pode ser compreendido como um manto superficial formado por desagregação de rochas e matéria orgânica (matéria de origem animal ou vegetal) em decomposição, contendo água, ar e organismos vivos em proporções variáveis. Ou seja, o solo é resultado das interações envolvendo a litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera, segundo Mendonça (2006). Contudo, o conceito de solo pode variar de acordo com sua finalidade. Para os agrônomos pode ser entendido em função de suas características de suporte para a produção agrícola e para o engenheiro civil pode ser descrito de acordo com sua capacidade de suportar cargas ou de transformar em material de construção, segundo Braga (et al., 2005). Composição do solo A proporção entre os componentes varia entre um solo e outro, mas geralmente fica em torno de 45% de materiais minerais, 25% de água, 25% de ar e 5% de matéria orgânica. A matéria mineral é proveniente da desagregação de rochas no próprio local ou em locais distantes, trazida por água e vento. A parte líquida é constituída por precipitações como chuva, sereno, neblina e orvalho. A proporção gasosa é formada por ar atmosférico e por gases formados pela biodegradação da matéria orgânica. E por último, a parte orgânica resultante da queda de folhas, frutos, galhos, restos de animais e resíduos em diferentes estágios de decomposição no estado sólido ou líquido, segundo Braga (et al., 2005). Formação do solo Os solos são formados pela atuação do clima (pluviosidade, temperatura, umidade, etc.), pela ação dos organismos (vegetação, animais, decompositores), material de origem, relevo e idade, segundo Braga (et al., 2005). Os diferentes solos, alterados ou não, ou seja, apresentam um perfil pode ser visualizado através de cortes verticais em profundidade (Figura 2). Um solo típico pode apresentar três camadas denominadas de horizontes A, B e C. Acima desses horizontes há uma camada superficial pouco espessa rica em resíduos orgânicos em decomposição, denominada de “horizonte O”, segundo Mendonça (2006). 28WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 2 - Horizontes dos solos. Fonte: o autor. O horizonte A, em geral, possui textura leve (arenosa), concentrando as maiores proporções de raízes, microorganismos e matéria orgânica, podendo expressar alto grau de lixiviação. O horizonte B é subsuperficial e possui uma região que pode acumular parte dos sais lixiviados e argilas. A terceira camada, ou horizonte C, possui acúmulo de óxidos de ferro e de alumínio, argilas, carbonatos e minerais primários parcialmente intemperizados. Este horizonte está acima da rocha matriz do solo, segundo Mendonça (2006). Características ecologicamente importantes dos solos Acidez O pH dos solos é, em geral, entre 3 e 9, com valores mais comuns na faixa intermediária. A acidez do solo (valores menores que 7) afeta significativamente as características químicas, físicas e biológicas do solo e a nutrição das plantas. Essa acidez é comum em regiões em que a quantidade de chuva é suficientemente para lixiviar quantidades representativas de cátions como ocorre em regiões tropicais e subtropicais úmidas, segundo Silva (et al., 2009). Troca de íons As cargas elétricas do solo são fundamentais nas trocas químicas entre as partículas sólidas e a solução aquosa presente, repelindo ou absorvendo íons, configurando uma característica denominada de capacidade de troca iônica do solo, segundo Braga (et al., 2005). Ou seja, as propriedades de adsorção e troca de íons do solo constituem no evento físico-químico de maior importância no solo, definindo suas transformações desde a sua origem, segundo Silva (et al., 2009). Os solos tropicais apresentam maior quantidade de cargas elétricas negativas, e possuem, em geral, maior quantidade de argilas e óxidos de ferro e alumínio. 29WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA Resíduos sólidos Os Resíduos sólidos são todo material sólido ou semissólido (com teor de umidade inferior a 80%) indesejável e que deve ser removido por ter sido considerado inútil e descartado. Deve-se ressaltar que, o que é descartado para um pode se tornar matéria-prima para outro. Há várias maneiras de se classificar os resíduos sólidos, mas, as mais comuns estão relacionadas aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem. Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com a NBR 10.004, segundo ABNT (2004) em: Classe I ou perigosos, aqueles que apresentam risco ao meio ambiente e exigem tratamento e disposição especiais, ou que apresentam riscos à saúde pública. Por exemplo: embalagens de pesticidas e resíduos de indústria química ou farmacêuticas; Classe II ou não inertes: podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, e podem causar danos à saúde ou ao meio ambiente, por exemplo, resíduos domésticos, matéria orgânica e papel; Classe III ou inertes, resíduos que não se degradam quando dispostos no solo, como restos de construção civil, entulho de demolição ou pedras. No Brasil, em 2014, foi estimada a produção média de 1,062 Kg/hab/dia de resíduos sólidos urbanos (RSU), com destaque para a região sudeste que produz cerca de 17% acima da média nacional (1.239 Kg/hab/dia) (Tabela 1) (ABRELPE,2014) Tabela 1: Quantidade de resíduos sólidos urbanos gerado no Brasil em 2014 (Fonte: ABRELPE, 2014). A coleta seletiva de resíduos sólidos,previamente separados de acordo com a sua constituição e composição (Lei Federal nº 12.305/2010), deve ser implementada pelos municípios, contudo, em muitos destes, as atividades de coleta seletiva não abrangem a totalidade de sua área urbana. Quanto aos resíduos de construção civil, os chamados RDC – Resíduos de Construção e Demolição, compostos por reformas, reparos e demolições, preparação e escavação de terrenos, são de responsabilidade do gerador dos mesmos, embora sejam em grande parte coletados pelos municípios, segundo ABRELPE (2014). Ainda, nos termos da Lei Federal n.12.305/10, a reciclagem, processo de transformação dos resíduos em insumos ou novos produtos é considerada prioritária na hierarquia na gestão de resíduos. A reciclagem de alumínio, papel e plástico, possui participação significativa nas atividades de reciclagem no país, segundo ABRELPE (2014). Quando não houver possibilidade de reutilização ou reciclagem, um aterro pode ser recorrido seguindo a Resolução 307 do CONAMA/2002 e normatizado pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Resíduos perigosos Estes são os resíduos sólidos que podem ser considerados nocivos ao meio ambiente e à saúde, dos humanos e de outros organismos, no presente e no futuro. Os resíduos perigosos são classificados em resíduos biomédicos, aqueles de hospitais, clínicas, laboratórios, que apresentam características patológicas e infecciosas; e resíduos químicos, os produzidos por atividade industrial e utilizados por grande parte da sociedade, de forma direta ou indireta. Os resíduos hospitalares devem ser incinerados no próprio local, acaso isso não ocorra, poderá ser encaminhado ao aterro com tratamentos prévios de cuidados e de prevenção. A destinação ideal 30WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA para os resíduos perigosos seria também a reciclagem ou reutilização. Alguns produtos podem ser utilizados como matéria-prima em ouros processos industriais. Se necessário, a disposição final escolhida depende da natureza do resíduo, das características do meio receptor e das leis vigentes. Os métodos mais comuns para a disposição final de resíduos perigosos são: disposição no solo, em aterros de armazenamento, em lagoas artificiais, em formações geológicas subterrânea e em injeções em poços e o tratamento de resíduos, com processos químicos, físico-químicos ou biológicos Braga (et al., 2005). As indústrias devem elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), que é parte integrante do processo de licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade. O PGRS deve ser elaborado de acordo com acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e, se houver, do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Além do PGRS, as indústrias também devem prestar informações sobre seus resíduos pelo Cadastro Técnico Federal (CTF) do IBAMA (IPEA, 2012). Resíduos radioativos Em geral, há duas grandes instalações geradoras de rejeitos radioativos, as instalações usuárias de radioatividade ou instalações radiativas, que incluem hospitais, laboratórios de análises, instituições de pesquisa, indústrias, universidades, entre outras que operam equipamentos e aparelhos laboratoriais analíticos ou hospitalares e as usinas nucleares, que são convencionadas como instalações nucleares, as quais processam minerais e substâncias contendo urânio e outros elementos químicos potencialmente radioativos para a geração de energia elétrica (PIVA et al., 2010). Esses rejeitos radioativos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. O gerenciamento de resíduos radioativos está relacionado ao isolamento desses em local seguro. Os rejeitos líquidos e gasosos podem ser retidos até a redução do nível de radioatividade e depois lançados no meio ambiente ou através da retirada dos rejeitos radioativos dos resíduos totais, de modo que eles sejam gerenciados como resíduos sólidos. A intensidade do dano causado pela radiação depende da fonte de radiação, do tempo de exposição e da distância entre o receptor e essa fonte, Braga et al. (2005). O MEIO ATMOSFÉRICO Características da atmosfera Atmosfera é o nome dado a camada gasosa que envolve a Terra que se estende cerca de 1.000 km de altitude. Os principais gases presentes na atmosfera são nitrogênio (78,11%), oxigênio (20,95%), argônio (0,934%) e gás carbônico (0,033%). Ainda, compondo uma menor porcentagem, estão presentes na atmosfera, neônio, hélio, criptônio, xenômio, hidrogênio, metano, ozônio e dióxido de nitrogênio, entre outros. Além dos gases, a atmosfera apresenta vapor de água (1 a 4%) e material particulado orgânico (pólens e microrganismos) e inorgânico (partículas de areia e fuligem) (BRAGA et al., 2005). A medida que aumenta a altitude, a densidade do ar vai diminuindo devido à menor força de atração que a Terra exerce sobre a atmosfera. Assim, 50% da massa total atmosférica encontram-se nos primeiros 5 km sobre o nível do mar. Portanto, as características físicas e a composição química da atmosfera variam em relação à altitude, dividindo-se em vários extratos bem diferenciados e com características próprias. Existem diferentes formas de caracterização da atmosfera, contudo, do ponto de vista 31WWW.UNINGA.BR M EI O AM BI EN TE , R ES PO NS AB IL ID AD E SO CI AL E S US TE NT AB IL ID AD E | U NI ND AD E 2 ENSINO A DISTÂNCIA biológico, a classificação baseada na variação de temperatura com a altitude é a mais utilizada (Tabela 2). Tabela 2 - Descrição das camadas da atmosfera. Fonte: a autora. Processos poluentes Considera-se como processo poluente todos os procedimentos, seja natural ou por métodos tecnológicos, que constituem uma fonte de poluição atmosférica. Existem diferentes processos decorrentes de transformação industrial ou domésticos, segundo Pereira (2011), que serão descritos a seguir: Processos de combustão Este processo, principalmente dos derivados do petróleo, do carvão e do gás natural, é uma das fontes de energia mais utilizadas na atualidade. Nas centrais térmicas, esses derivados são queimados para obtenção de energia elétrica e a composição dos gases de saída depende dos combustíveis utilizados. Outro processo de poluição através de combustão, ocorre no tráfego rodoviário, em que os veículos automotores são responsáveis por quantidades superiores a 90% do monóxido de carbono, por entre 20-30% dos óxidos de enxofre e de material particulado e por entre 70 e 90% dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio, segundo Mota (1999). Ainda, em estações incineradoras de resíduos sólidos, ocorre a liberação gases e cinzas poluentes. Processos nas indústrias siderúrgica e metalúrgica Tanto a metalurgia, que extrai um metal de seu minério bruto e realiza o tratamento posteriormente, como a siderurgia que efetua o tratamento e transformação do ferro, em fundições ou na formação do aço, geram poluentes atmosféricos. Esses processos geram poluição na fundição dos metais em grandes caldeiras, nas etapas associadas à extração do metal das minas e pedreiras, em seu transporte, armazenamento, na desagregação em pedaços menores e nos tratamentos químicos finais. Processos da indústria química As reações que ocorrem nestes processos são variadas, portanto produzem diversos poluentes. A maioria dos poluentes são gasosos, mas há poluentes compostos de partículas sólidas e líquidas, derivados de enxofre (ácidos, sulfetos), derivados halogenados (cloretos, fluoretos, iodetos,
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