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Didatismo e Conhecimento Índice MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO GRANDE DO NORTE MP-RN Técnico do Ministério Público Estadual Área Administrativa Volume I EDITAL Nº 001/2017 FV066-A-2017 ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO OFICIAL 1. Organização do texto. Propósito comunicativo. Tipos de texto (descritivo, narrativo, injuntivo, explicativo e argumen- tativo). Gêneros discursivos (inclusive os da administração pública). ......................................................................................... 01 Mecanismos coesivos. Fatores de coerência textual. Progressão temática. Paragrafação. Citação do discurso alheio. In- formações implícitas. Linguagem denotativa e linguagem conotativa. ........................................................................................ 05 2. Conhecimento linguístico. Variação linguística. Classes de palavras: usos e adequações. ............................................. 12 Convenções da norma padrão (no âmbito da concordância, da regência, da colocação, da ortografia e da acentuação gráfica). ................................................................................................................................................................................................ 46 Organização do período simples e do período composto. Pontuação. .................................................................................. 72 Relações semânticas entre palavras (sinonímia, antonímia, hiponímia e hiperonímia). .................................................... 83 HISTÓRIA DO RN 1. Período colonial. Processo de constituição do território norte-rio-grandense: disputas entre povos e a consolidação do domínio português. ............................................................................................................................................................................. 01 2. Período imperial. O poder oligárquico no Império: poder central X poder local. .......................................................... 08 3. Período republicano. As oligarquias na República Velha e o mandonismo local. ........................................................... 14 A Segunda Guerra Mundial e o Rio Grande do Norte. .......................................................................................................... 19 Os governos militares e a formação das “novas oligarquias”. ............................................................................................... 25 Didatismo e Conhecimento Índice ASPECTOS GEOECONÔMICO DO RN 1. Aspectos Geoeconômicos do Rio Grande do Norte. Atividades econômicas: agricultura; ............................................ 01 Pecuária; ....................................................................................................................................................................................... 08 Carcinicultura; ............................................................................................................................................................................ 11 Mineração; ................................................................................................................................................................................... 13 Sal; ................................................................................................................................................................................................. 15 Indústria; ...................................................................................................................................................................................... 18 Produção de petróleo e gás; ........................................................................................................................................................ 25 Turismo, ........................................................................................................................................................................................ 30 Comércio e serviços. .................................................................................................................................................................... 38 2. Aspectos Físicos do Rio Grande do Norte. Geologia. .......................................................................................................... 44 Clima. ............................................................................................................................................................................................ 47 Solo. ............................................................................................................................................................................................... 52 Hidrografia. .................................................................................................................................................................................. 57 Vegetação. ..................................................................................................................................................................................... 63 3. Aspectos urbanos e regionais do Rio Grande do Norte. Região Metropolitana de Natal. .............................................. 64 Centralidade urbano-regional no território do Rio Grande do Norte. ................................................................................. 74 NOÇÕES DE INFORMÁTICA 1. Sistema operacional: conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, inclusive compactados, pastas e programas (ambientes Linux Ubuntu 12.04 e posteriores e Microsoft Windows 7 e posteriores). ............................ 01 2. Edição e editores de textos: conceitos, janelas, menus, barras de ferramentas, comandos, configurações, formatação e modos de visualização (suítes LibreOffice 4.0.2 e posteriores; Microsoft Office 2007 e posteriores; e Google Drive). .......... 15 3. Edição e editores de planilhas eletrônicas: conceitos, janelas, menus, barras de ferramentas, comandos, funções, confi- gurações, importação/exportação de dados, fórmulas e gráficos (suítes LibreOffice 4.0.2 e posteriores; Microsoft Office 2007 e posteriores; e Google Drive) ........................................................................................................................................................... 55 4. Edição e editores de apresentações: conceitos, menus, barras de ferramentas, edição de slides, formatação, modo de visualização e animação (suítes LibreOffice 4.0.2 e posteriores; Microsoft Office 2007 e posteriores; e Google Drive). ....... 87 5. Aplicativos adicionais para suítes de escritório: ferramentas de desenho, de edição de fórmulas e de formulários (suítes LibreOffice 4.0.2 e posteriores; Microsoft Office 2007 e posteriores; e Google Drive). ............................................................ 110 6. Redes de computadores: Conceitos, ferramentas e aplicativos para Internet e intranet. ............................................120 7. Programas de navegação (Microsoft Internet Explorer 10/Edge e posteriores; Mozilla Firefox 20 e posteriores; e Goo- gle Chrome 26 e posteriores). ..........................................................................................................................................................130 8. Programas de correio eletrônico (Microsoft Outlook 2007 e posteriores; e Mozilla Thunderbird 17 e posteriores). 151 9. Sítios de busca e pesquisa na Internet inclusive sintaxe de termos de busca (Google, Yahoo, Bing e Ask.com)........154 10. Redes sociais (Facebook, Twitter, Linkedln, Orkut, Flickr, Google+ e Youtube). .......................................................155 11. Aplicativos de Comunicação (Skype e Google Talk). ......................................................................................................15612. Conceitos de vírus, worms, spyware, malware e pragas virtuais. 13. Aplicativos para segurança (AVG antivírus; Microsoft Security Essentials; e firewall do Windows 7 e posteriores). .....................................................................................157 14. Procedimentos de cópia e restauração de segurança (backup e restore do Windows 7 e posteriores; e Linux Ubuntu 12.04 e posteriores). ..........................................................................................................................................................................168 15. Armazenamento de dados na nuvem (Dropbox, Google Drive e MS Sky drive). .......................................................192 Didatismo e Conhecimento SAC SAC DÚVIDAS DE MATÉRIA A NOVA CONCURSOS oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato). O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital. O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida atráves do endereço eletrônico: www. novaconcursos.com.br/contato. Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da matéria em questão. Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/ Estado/matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:. Português - paginas 82,86,90. Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo demorar em média 5 (cinco) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo. ERROS DE IMPRESSÃO Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@novaconcursos.com.br Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA CONCURSOS auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe de nossa equipe. Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de disponibilizar as retificações em nosso site, www. novaconcursos.com.br/retificacoes Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos. Entre em contato com a editora atrvés do e-mail, sac@novaconcursos.com.br Acesso o nosso site: www.novaconcursos.com.br Atenciosamente, NOVA CONCURSOS Grupo Nova Didatismo e Conhecimento Artigo O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula de exclusividade, para uso do Grupo Nova. O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova. A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal. Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando. Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da perda de prazer nas horas de descanso. Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de quem quer vencer na vida são: • medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança), • falta de tempo e • “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer. E então, você já teve estes problemas? Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso? Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes! Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc. Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito, Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a volta por cima”. É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia. O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral, desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego: 1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização; 2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória; 3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que podem ser aprendidos. O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas). Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão aumentar seu desempenho. Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta um pouco de disciplina e organização. O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona. Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o seu rendimento final no estudo aumenta. Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer. Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em tudo que fazemos. *William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller “Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar www.williamdouglas.com.br Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos. LÍNGUA PORTUGUESA Didatismo e Conhecimento 1 LÍNGUA PORTUGUESA Prof Especialista Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina Especialista pelaUniversidade Estadual Paulista – Unesp 1. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO PROPÓSITO COMUNICATIVO. TIPOS DE TEXTO (DESCRITIVO, NARRATIVO, INJUNTIVO, EXPLICATIVO E ARGUMENTATIVO). GÊNEROS DISCURSIVOS (INCLUSIVE OS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA). A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo trans- mitido entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca es- crevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos. É de fundamental importância sabermos classificar os textos com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato pre- senciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre de- terminado assunto, ou descrevemos algum lugar que visitamos, ou fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhe- cer ou ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que classi- ficamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspectos de or- dem linguística - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demar- cados no tempo do universo narrado, como também de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de muita conversa, resolveram... - Textos descritivos – como o próprio nome indica, descre- vem características tanto físicas quanto psicológicas acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem de- marcados no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...” - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, enfati- zando acerca das razões de ela acontecer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o bene- fício. - Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modali- dade na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando- -se de verbos expressos no imperativo, infinitivo ou futuro do pre- sente. Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea. - Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se pelo predomínio de operadores argumentativos, revelados por uma carga ideológica constituída de argumentos e contra-argumentos que justi- ficam a posição assumida acerca de um determinado assunto. A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros estão em complementação, não em disputa. Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações so- ciocomunicativas que participam da nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma monografia, um poema, um editorial, e assim por diante. Intertextualidade acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade. Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do texto citado é indicado; já na forma implícita, a indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase e a Paródia. Paráfrase Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea- firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase & Cia” (p. 23): Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”). Didatismo e Conhecimento 2 LÍNGUA PORTUGUESA Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia. Aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conser- vando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Paródia A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocor- re, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma refle- xão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente. Com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte. Frequentemente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também re- flexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia. Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paródia Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui não cantam como os de lá. (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”). O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil. Teoria da comunicação: Emissor, mensagem e receptor Nas situações de comunicação, alguns elementos são sempre identificados, isto é, sem eles, pode-se dizer que não há comuni- cação. É o que diz a teoria da comunicação. Os elementos da comunicação são: Emissor ou destinador: alguém que emite a mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituição. Receptor ou destinatário: a quem se destina a mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo ou mesmo um animal, como um cão, por exemplo. Código: a maneira pela qual a mensagem se organiza. O có- digo é formado por um conjunto de sinais, organizados de acor- do com determinadas regras, em que cada um dos elementos tem significado em relação com os demais. Pode ser a língua, oral ou escrita, gestos, código Morse, sons etc. O código deve ser de co- nhecimento de ambos os envolvidos: emissor e destinatário. Canal de comunicação: meio físico ou virtual, que assegura a circulação da mensagem, por exemplo: ondas sonoras, no caso da voz. O canal deve garantir o contato entre emissor e receptor. Mensagem: é o objeto da comunicação, é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas. Referente: o contexto, a situação à qual a mensagem se refere. O contexto pode se constituir na situação, nascircunstân- cias de espaço e tempo em que se encontra o remetente da mensa- gem. Pode também dizer respeito aos aspectos do mundo textual da mensagem. Todo sistema de comunicação é constituído por esse conjun- to de elementos, que entra em jogo em cada ato de comunicação para assegurar a troca de informações. Nem sempre a troca de informações é bem sucedida. De- nomina--se ruído os elementos que perturbam, dificultam a com- preensão pelo destinador, como por exemplo, o barulho ou mesmo uma voz muito baixa. O ruído pode ser também de ordem visual, como borrões, rabiscos etc. Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/teo- ria-da-comunicacao-emissor-mensagem-e-receptor.htm Os Atos Administrativos oficiais classificam-se nas seguintes categorias: - Atos Comprovativo-Declaratórios; - Atos de Assentamento; - Atos de Pacto ou Ajuste (bilaterais). - Atos de Correspondência; - Atos Deliberativo-Normativos; - Atos Enunciativo-Esclarecedores; - Outros Atos. Essas seis categorias compreendem todos os documentos de redação oficial, utilizados pelo serviço público, para que os Atos Administrativos sejam expressos ordenadamente e formalizados. Atos Comprovativo-Declaratórios São os atos pelos quais se declara, para fins de comprovação, o que consta de um assentamento ou processo ou, ainda, o que é apenas do conhecimento de quem assina o ato. Dividem-se em: Alvará Certificado Atestado Declaração Certidão O Alvará é o documento firmado por uma autoridade com- petente, certificando, autorizando ou aprovando atos ou direitos. O Atestado é a afirmação positiva ou negativa, escrita e assi- nada, sobre a existência ou verdade de um fato ou de um estado, firmado por uma ou mais pessoas a favor de outra. Didatismo e Conhecimento 3 LÍNGUA PORTUGUESA A Certidão é documento de fé pública, de fim comprobatório, emitido por funcionário autorizado e baseado em documentos ou papéis oficiais. A certidão recebe o nome de verbum ad verbum ou de inteiro teor quando reproduz, integral e fielmente, o texto de um documento. Chama-se certidão um breve relatório quando trans- creve, em resumo, os dados ou pontos solicitados pelo requerente. Já a certidão parcial refere-se apenas a uma parte do ato ou do- cumento. A certidão negativa comprova a falta de inadimplência, restrições ou qualquer outro impedimento legal. A certidão positi- va atesta a ausência de ações e/ou execuções cíveis e/ou criminais contra a pessoa. Observações: - A certidão deve ser escrita sem abertura de parágrafos ou rasuras. - Quando houver engano ou omissão, o certificante o corrigirá com “digo”, colocado imediatamente após o erro. O Certificado é documento expedido por servidor público atestando fato de que ele tem conhecimento em razão do cargo que ocupa ou de atribuição a ele delegada. A Declaração é o documento de manifestação administrativa, declaratório da existência ou não de um direito ou de um fato. Atos de Assentamento São atos que se destinam a registros. Esses documentos con- têm assentamentos sobre fatos ou ocorrências. São eles: Apostila Ata Auto de Infração A Apostila é uma anotação feita na ficha funcional de um ser- vidor ou aditamento feito a um título ou documento envolvendo fixação de vantagens, retificações, atualizações ou esclarecimen- tos, a fim de evitar a expedição de novo título ou documento. É o documento que complementa um ato oficial, vinculado à situação funcional dos servidores públicos, fixando vantagens pecuniárias, retificando ou alterando nomes ou títulos. Auto de Infração é o documento que registra a ocorrência ou flagrante de transgressão à lei. Geralmente é feito no local onde se verifica a infração, sendo datado e assinado pelo servidor creden- ciado que aí verificou e pela pessoa ou representante da firma que nela incorreu. A Ata é o registro objetivo de fatos, ocorrências, resoluções e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião. Cuidados: - As atas são redigidas sem se deixar espaços ou parágrafos, a fim de se evitarem acréscimos. - O tempo verbal, preferencialmente, utilizado na ata é o pre- térito perfeito do indicativo. - Nas atas os números devem ser escritos por extenso, evitan- do-se também as abreviações. - Caso haja erro na redação escrever-se-á a expressão “digo”. Se for notado no final da ata escrever-se-á a expressão – “em tem- po: onde se lê..., Leia-se...” - Organizar clara e precisamente as ocorrências. - Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas desde que as mesmas sejam convenientemente arquivadas, impos- sibilitando fraude. - Quanto à assinatura, deverão fazê-la todas as pessoas pre- sentes ou, quando deliberado, apenas o presidente e o Secretário. Atos de Pacto ou Ajuste São os que expressam um acordo mútuo de vontades em que o Estado é parte. Dividem-se em: Contrato Convênio Termo Aditivo O Contrato é o acordo de vontade firmado entre a Adminis- tração Pública e um particular para a execução de obra ou presta- ção de serviço. A esse ato contratual precedem atos administrati- vos unilaterais, como a escolha dos candidatos mediante tomada de preços ou concorrência, a verificação da idoneidade dos propo- nentes e a verificação das melhores ofertas em conformidade com os dispositivos legais e regulamentares. O Convênio é o acordo de vontade entre pessoas de Direito Público interno, na consecução de objetivos de interesse coletivo ou da administração. O Termo Aditivo é o ato lavrado para complementar um ato originário – contrato ou convênio – quando verificada a necessi- dade de alteração de uma das condições ajustadas. Atos de Correspondência Os atos de correspondência são aqueles que têm por finalida- de estabelecer comunicações entre pessoas, órgãos ou entidades. Compõem o grupo: Aviso, Carta, Circular, Exposição de Motivos, Memorando, Mensagem e Ofício. O Aviso tem como finalidade o tratamento de assuntos ofi- ciais, sendo um documento de uso exclusivo dos Ministros de Estado, que o utilizam para se dirigirem a autoridades de mesma hierarquia. A Carta é forma de correspondência com personalidade pú- blica para fazer solicitações ou transmitir informações. As cartas expedidas por autoridade pública, fora do exercício de suas fun- ções, são atos de correspondência paraoficial. Seu objetivo é for- mular pedido, convite, externar agradecimento, oferecer resposta, fazer apresentações e outros assuntos. A Circular é o ato de correspondência que tem vários desti- natários e texto idêntico, transmitindo instruções, ordens, reco- mendações, determinando execuções de serviços ou esclarecendo o conteúdo de leis, normas e regulamentos. Quando toma forma de Ofício ou Memorando, recebendo os seguintes nomes: Ofício- Circular; Memorando-Circular. A Exposição de Motivos é forma de correspondência oficial assinada por Secretário de Estado ou por dirigentes do órgão do Governo do Distrito Federal, encaminhando e submetendo assun- tos de sua administração à deliberação governamental, ou, ainda, projeto de lei ou decreto. O Memorando é correspondência interna utilizada entre uni- dades de um mesmo órgão, no qual se expõem assuntos referentes à atividade administrativa. Na área militar o memorando recebe o nome de papeleta. Observação: O memorando é usado no mesmo nível hie- rárquico ou em nível hierárquico diferente, do superior para o inferior. A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en- viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública; expor o plano de Didatismo e Conhecimento 4 LÍNGUA PORTUGUESA governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suasCasas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunica- ções de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação. O Ofício é forma de correspondência oficial utilizada por au- toridades públicas para tratar de assuntos de serviço ou de interes- se da Administração Pública, podendo ter como destinatário tanto o poder público quanto uma instituição privada. Meios de Transmissão O telegrama, o fax e o e-mail(correio eletrônico) são meios de transmissão de mensagens, não se constituindo em documen- tos propriamente ditos. - Telegrama: é uma forma de comunicação de transmissão rápida. Por ter custo operacional bastante alto é hoje substituído pelo fax e pelo e-mail, que são meios mais modernos e eficientes de transmissão, devendo-se, por isso, restringir o seu uso a men- sagens urgentes que não possam ser enviadas de outro modo ou quando se precisa da confirmação de recebimento. Não há estrutura rígida para o telegrama, que, contudo, deve pautar-se pela concisão e adequar-se aos formulários disponíveis nas Agências dos Correios e em sua página na Internet. Moder- namente, vem caindo em desuso a linguagem abreviada (apro- priadamente qualificada como “telegráfica”), dando ela lugar ao texto corrido comum, devendo este, portanto, ser redigido com pontuação e acentuação normais. - Fax: Forma abreviada e já consagrada de fac-símile, é o meio de transmissão a ser utilizado, em situações de urgência ou necessidade de envio de cópias de documentos. Para o arquiva- mento, quando necessário, deve-se atentar quanto à qualidade do papel, que, em certos modelos, deteriora-se rapidamente. Os documentos são enviados por fax em sua estrutura origi- nal, mas é conveniente que sejam acompanhados de uma folha de rosto. Com dados de identificação do remetente, do destinatário e da mensagem (quantidade de páginas e, conforme o caso, as- sunto). - E-mail: É a principal forma utilizada na transmissão de in- formações, em razão de seu baixo custo e rapidez de sua veicula- ção. Embora cada vez mais difundido, ainda é usado apenas para comunicações informais ou oficiais que não requeiram confirma- ção de assinatura, como, por exemplo, para a divulgação interna de boletins de determinado órgão público. Ao se fazer uso do e-mail, deve-se preencher sempre o campo “Assunto”, pois esse dado é importante para a organização das mensagens. Do mesmo modo, quando se anexa um arquivo, é re- gra de cortesia indicar minimamente seu conteúdo. Leve-se em conta, também, que, ao se valer do e-mail como forma de envio de informações, ainda que não oficial, deve-se usar da linguagem formal que se usaria em qualquer outro documento oficial, evitan- do-se a linguagem descontraída que caracteriza o e-mail pessoal. Atos Deliderativo-Normativos Os atos normativos são aqueles que transmitem orientações do Executivo, visando à correta aplicação a lei. Na intenção de facilitar o elaborador de atos deliberati- vo- -normativos, seguem alguns aspectos da técnica legislativa adotada na Administração Pública. São exemplos de atos norma- tivos: Ato Declaratório, Ordem-de-Serviço, Decreto, Portaria, Estatuto, Regulamento, Instrução Normativa, Resolução, Edital e Veto. O Ato Declaratório é o instrumento pelo qual os órgãos da ad- ministração transmitem declaração de vontade, relativa a obriga- ções de particulares e decorrente de despacho ou pronunciamento em processo, baseada em reconhecimento expresso dos motivos que a justifiquem. O ato declaratório pode ser substituído por uma Portaria, Circular ou Ordem-de-serviço. O Decreto é ato emanado do Poder Público, com força obri- gatória e destinado a assegurar ou normalizar situações políticas, sociais, jurídicas, administrativas ou a reconhecer, proclamar, atri- buir, extinguir ou modificar um direito, uma obrigação ou uma responsabilidade. É por meio de decretos que o chefe do Governo determina a observância de regras legais. O Estatuto é o regulamento de organização ou funcionamento de um órgão, uma instituição ou uma empresa pública disciplinan- do as relações na hierarquia. A Instrução Normativa apresenta as normas disciplinadoras de um determinado ato oficial, emanado de uma autoridade da ad- ministração pública. O Edital é o ato de caráter obrigatório, emitido pelos titulares de órgãos e entidades e presidentes de comissões, que se destina a fixar condições e prazos para a legitimação de ato ou fato adminis- trativo, a ser concretizado pela Administração Direta ou Indireta. A Ordem de Serviço é o expediente interno de um órgão pelo qual o seu titular regula procedimentos para a execução de servi- ços, fixa comandos de ação ou estabelece normas para o cumpri- mento de determinado serviço. A Portaria é ato expedido pelo Chefe do Executivo ou di- rigentes de órgãos e entidades da Administração Pública, com o objetivo de dar instruções com referência ao pessoal ou à organi- zação e funcionamento de serviços, orientar a aplicação de textos legais, e disciplinar matéria não regulada em lei. O Regimento é o ato que indica a categoria e a finalidade dos órgãos e entidades, detalha sua estrutura em unidades organizacio- nais, especifica as respectivas competências, define as atribuições de seus dirigentes e indica seus relacionamentos interno e externo. O Regulamento é o conjunto de regras da competência do Poder Executivo com a finalidade de esclarecer ou complementar um texto legal, garantindo, assim, a exata execução de determina- da lei ou decreto. A Resolução é ato emanado de autoridade competente de ór- gãos de deliberação coletiva, colegiados ou dos Poderes Legisla- tivo e Judiciário, para estabelecer normas concernentes à adminis- tração, podendo conter determinações para a execução de serviços. O Veto é deliberação de oposição do Poder Executivo a proje- to de lei a ele remetido pelo Legislativo. O veto pode ser total ou parcial. O veto total rejeita o projeto. O parcial fá-lo retornar ao Legislativo, para reexame da parte vetada. Didatismo e Conhecimento 5 LÍNGUA PORTUGUESA Atos Enunciativo-Esclarecedores Atos enunciativos são aqueles que se limitam a emitir opinião sobre determinado assunto ou declarar um fato com base em dis- positivos legais. Fazem parte do grupo: Relatório Parecer Despacho O Relatório é o documento em que se relata ao superior ime- diato a execução de trabalhos concernentes a determinados ser- viços ou a um período relativo ao exercício de cargo, função ou desempenho de atribuições. Cuidados: - Se o relatório tiver mais de uma folha, numerar as folhas subsequentes com algarismos arábicos. - Há várias modalidades de relatório: roteiro, parcial, anual, eventual, de inquérito, de prestação de contas ou contábil, de ges- tão e administrativo. - O destinatário deve figurar no canto superior esquerdo da primeira página, quando não for encaminhado por outro documen- to. O Parecer é instrumento de esclarecimento pelo qual são for- necidos dados sobre determinado assunto, tendo como base o exa- me do processo ou o fato de que se tenha conhecimento. O Despacho é a nota escrita pela qual uma autoridade dá so- lução a um pedido ou encaminha a outra autoridade pedido para que decida sobre o assunto, podendo ter caráter interlocutório ou decisório. Observações: - É breve e baseado em informações ou parecer. - Consta do corpo do processo (quando houver). - É geralmente manuscrito. - É assinado pela autoridade competente, podendo, contudo, ser elaborado e assinado por outros servidores desde que lhes seja delegada competência. Nesse caso, inicia-se pela expressão: “De ordem”. - Não é publicado. Outros Atos Outros atos usados na Administração Pública: Autorização Procuração Requerimento AAutorização é o ato administrativo ou particular que permi- te ao pretendente realizar atividades ou utilizar determinado bem fora das rotinas estabelecidas. A Procuração é o instrumento pelo qual uma pessoa recebe de outra poderes para, em nome dela, praticar atos ou administrar haveres. O Requerimento é o instrumento dirigido à autoridade com- petente para solicitar o reconhecimento de um direito ou a con- cessão de um benefício sob amparo legal. Constitui-se, também, no único instrumento de comunicação pessoal de um subordinado para uma chefia. MECANISMOS COESIVOS. FATORES DE COERÊNCIA TEXTUAL. PROGRESSÃO TEMÁTICA. PARAGRAFAÇÃO. CITAÇÃO DO DISCURSO ALHEIO. INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS. LINGUAGEM DENOTATIVA E LINGUA- GEM CONOTATIVA. Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: intro- dução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber o que se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do texto, é preciso saber escrever obedecendo às normas de coerência e coesão. Antes de mais nada, é necessário definir os termos: coerência diz res- peito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao emprego do vocabulário. Coerência e coesão relacionam-se com o processo de produção e compreensão do texto. A coesão contribui para a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem construído, com frases bem estruturadas, vocabulário corre- to, mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no plano da expressão as estruturas frasais sejam gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela hierar- quização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas estru- turas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada à competência linguística. Deduz-se que é difícil ensinar coerência textual, intimamente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A coesão, porém, refere-se à expressão linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto. O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão: Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação semân- tica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na lingua- gem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com outra”). Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo faz-se via gramática, fala- se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical. Coerência - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão conceitual; - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com o aspecto global do texto; - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. Didatismo e Conhecimento 6 LÍNGUA PORTUGUESA Coesão - assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; - situa-se na superfície do texto, estabelece conexão sequen- cial; - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes componentes do texto; - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou compreensão do texto. Um texto bem redigido tem parágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias neles con- tidas. As estruturas frasais devem ser coerentes e gramaticalmente corretas, no que diz respeito à sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos significados possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais co- muns de redação sejam devidos à impropriedade do vocabulário e ao mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por função ligar uma frase ou período a outro). Eis alguns exemplos de impro- priedade do vocabulário, colhidos em redações sobre censura e os meios de comunicação e outras. “Nosso direito é frisado na Constituição.” Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta “Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar exposta.” Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar sujeita. = correta “A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.” A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensaciona- listas ou punir os meios de comunicação que veiculam tais notí- cias. = correta “Retomada das rédeas da programação.” Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz respeito à programação. = correta O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redigir, empregar pa- lavras cujo significado seja conhecido pelo enunciador, e cujo em- prego faça parte de seus conhecimentos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o significado de determinada palavra, mas não sabe empregá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas nomi- nais no interior das frases e que as conjunções ligam frases den- tro do período; é necessário empregar adequadamente tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete aos problemas de regência ver- bal e nominal. Exemplos: “Estar inteirada com os fatos” significa participação, intera- ção. “Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos fatos, estar informada. “Ir de encontro” significa divergir, não concordar. “Ir ao encontro” quer dizer concordar. “Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias” significa a liberdade não é ameaça; “Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada. Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um dicio- nário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um significado específico. Lem- bre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerar-se crase como sinal de acentuação apenas, quando o problema refere-se à regência nominal e verbal. Exemplos: O verbo assistir admite duas regências: assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar assistên- cia (O médico assiste o doente): Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao jogo da seleção). Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi o jornal do dia). Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que fi- zessem silêncio). Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da classe); sig- nifica também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá-lo); pode significar ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de salário). O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, emprega-se no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. “Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que (o qual) estava sem remetente). “Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sen- sibilidade...” Encontrei belaspalavras e não duvido da sensibilidade delas (palavras cheias de sensibilidade). Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões para o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, prepo- sições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas). - Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação sin- tática faz-se por meio de conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem também ser em- pregadas as conjunções concessivas e locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição aliada à concessão: embora, ou mui- to embora, apesar de, ainda que, conquanto, posto que, a despeito de, não obstante. - A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser emprega- das as preposições e locuções prepositivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência de, por motivo de, por razões de. Didatismo e Conhecimento 7 LÍNGUA PORTUGUESA - O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que. - O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de juros para que a economia se estabilize” ou para a economia estabilizar- se. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros articuladores que expressam finalidade: a fim de, com o propósito de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o intuito de. - A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos ar- ticuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão emprega- -se ainda. Os articuladores aliás, além do mais, além disso, além de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar de forma incontestável o argu- mento contrário. - Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvolvi- mento do que foi dito empregam-se os articuladores: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do discurso, pois acres- centa uma informação nova, um dado novo, e se não acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada. - Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação entre os correspondentes de determinada escala. No alto dessa es- cala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo. Estrutura Textual e Progressão Temática Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a capaci- dade que temos de pensar. Por meio do pensamento, elaboramos todas as informações que recebemos e orientamos as ações que interferem na realidade e organização de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensamento transformado em texto. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira organizada do leitor compreender as nossas ideias. A finalidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer dizer, por meio da comunicação. Para isso, os elementos que compõem o texto se subdividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos eles devem ser organizados de maneira equilibrada. Introdução Caracterizada pela entrada no assunto e a argumentação ini- cial. A ideia central do texto é apresentada nessa etapa. Entretan- to, essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo. Desenvolvimento A maior parte do texto está inserida no desenvolvimento. Ele é responsável por estabelecer uma ligação entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sustentam e dão base às explicações e posições do autor. É caracterizado por uma “ponte” formada pela organização das ideias em uma sequência que permite formar uma relação equi- librada entre os dois lados. O autor do texto revela sua capacidade de discutir um deter- minado tema no desenvolvimento. Nessa parte, ele se torna capaz de defender seus pontos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui. Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o escritor já deve ter uma ideia clara de como vai ser a conclusão. Por isso a importância do planejamento de texto. Em média, ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Deverá se apresentar no formato de parágrafos medianos e curtos. Os principais erros cometidos no desenvolvimento são o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está relacionado ao autor tomar um argumento secundário que se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra em apenas um aspecto do tema e es- quece o seu todo. O segundo caso acontece quando quem redige tem muitas ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificuldade de organizar seus pensamentos e definir uma linha lógica de raciocínio. Conclusão Considerada como a parte mais importante do texto, é o ponto de chegada de todas as argumentações elaboradas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa parte, em que a exposição ou discussão se fecha. Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser encerrada com argumentos repe- titivos, sendo evitados na medida do possível. Alguns exemplos: “Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em con- clusão...”. Sua proporção em relação à totalidade do texto deve ser equi- valente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das características de textos bem redigidos. Os seguintes erros aparecem quando as conclusões ficam muito longas: → O problema aparece quando não ocorre uma exploração de- vida do desenvolvimento. Logo, acontece uma invasão das ideias de desenvolvimento na conclusão. → Outro fator consequente da insuficiência de fundamentação do desenvolvimento está na conclusão precisar de maiores explica- ções, ficando bastante vazia. → Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no texto em que o autor fica girando em torno de ideias redundantes ou paralelas. → Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamente dis- pensáveis. → Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Didatismo e Conhecimento 8 LÍNGUA PORTUGUESA Em relação à abertura para novas discussões, a conclusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes fatores: → Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas po- lêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto. → Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade do texto, ou autor não fecha a discussão de propósito. → Por apenas apresentar dados e informações sobre o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o assunto. → Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor enu- meraalgumas perguntas no final do texto. A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Nele devem estar indicadas as melhores sequências a serem utilizadas na redação. O roteiro deve ser o mais enxuto possível. Fonte: http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/ Tipos de Discurso Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto em que se encontra, assim como as personagens e as condições de produção do texto. Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indi- reto livre. Não necessariamente estes três discursos estão separa- dos, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá de quem o produziu. Vejamos cada um deles: Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens gan- ham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens sejam desta- cados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzi- das e elas ganhem vida, como em uma peça teatral. Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito co- muns durante a reprodução das falas. Ex. “O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...” “- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!” Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pes- soa. Nesse caso, o narrador utiliza-se de palavras suas para repro- duzir aquilo que foi dito pela personagem. Ex. “Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de As- sis) “Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-lo à fraca luz da masmorra, imagi- nava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto) Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem. Ex. “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!” “Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entre- tanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado) “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos) FONTE: http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discurso/ Denotação e Conotação Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. Sentido Próprio e Figurado das Palavras Pela própria definição acima destacada podemos perceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que ela traz (denominada significado). Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-se assim: - Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido co- mum que costumamos dar a uma palavra. - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figurado”, que podemos dar a uma palavra. Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes con- textos: 1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento) 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável, que adota condutas pouco apreciáveis) 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece muito sobre alguma coisa, “expert”) No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido figurado. Podemos então concluir que um mesmo significante (parte concreta) pode ter vários significados (conceitos). Denotação e Conotação - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este exem- plo: Cortaram as asas da ave para que não voasse mais. Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido pró- prio, comum, usual, literal. Didatismo e Conhecimento 9 LÍNGUA PORTUGUESA Dica da Zê! - Procure associar Denotação com Dicionário: trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu sentido dicionarístico. - Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e expres- siva. Veja este exemplo: Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que seja tarde demais. Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações; disci- plina, limitação de conduta e comportamento. Fonte: http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-jus- tica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das- -palavras.html Questões sobre Denotação e Conotação 01. (Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013). Uma frase empregada – exclusivamente – com sentido figurado é: A) Não é o tipo de companhia que se quer para tomar um vinho ou ir ao cinema. B) No início de maio, Buffett convidou um sujeito chamado Doug Kass para participar de um dos painéis que compuseram a reunião anual de investidores de sua empresa, a Berkshire Hatha- way. C) Buffett queria entender o porquê. D) Questiona. E) Coloca o dedo na ferida. 02. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). As- sinale a alternativa que apresenta palavra empregada no sentido figurado. A)...somente eles podem decidir o que vão ou não comprar. B) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com supér- fluos. C)… deve comprar o produto em outro lugar. D)… de onde vem o produto que estamos consumindo… E) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes. 03. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir. “Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeduca- ção João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos pre- so por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos em co- mum: tabuleiros e peças de xadrez. O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o que pretendem fazer quando estiverem em liberdade. “Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pen- sar duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada, pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate, instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema maior é tomaro xeque-mate”, afirma João Carlos. O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar a atividade sob a orientaçãode servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado o pri- meiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi implan- tado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória não é o mais importante. “Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido ao bom comportamento”. Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude”. Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Car- los já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”. “Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair sem retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho Esta- dual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo. (Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez- -que-liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Acesso em: 18.08.2012. Adaptado) Considerando o contexto em que as seguintes frases foram produzidas, assinale a alternativa em que há emprego figurado das palavras. A) O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. B) Além dos muros, grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos em comum... C) Nós não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. D) “Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos. E) Já passei para a minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter que aprender... Didatismo e Conhecimento 10 LÍNGUA PORTUGUESA 04. (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir. Na FLIP, como na Copa RIO DE JANEIRO – Durante entrevista na Festa Literária Internacional de Paraty deste ano, o cantor Gilberto Gil criticou as arquibancadas dos estádios brasileiros em jogos da Copa das Confederações. Poderia ter dito o mesmo sobre a plateia da Tenda dos Au- tores, para a qual ele e mais de 40 outros se apresentaram. A au- diência do evento literário lembra muito a dos eventos Fifa: classe média alta. Na Flip, como nas Copas por aqui, pobre só aparece “como prestador de serviço”, para citar uma participante de um protesto em Paraty, anteontem. Como lembrou outro dos convidados da festa literária, o me- xicano Juan Pablo Villalobos, esse cenário é “um espelho do que é o Brasil”. (Marco Aurélio Canônico, Na Flip, como na Copa. Folha de S.Paulo, 08.07.2013. Adaptado) O termo espelho está empregado em sentido A) figurado, significando qualidade. B) próprio, significando modelo. C) figurado, significando advertência. D) próprio, significando símbolo. E) figurado, significando reflexo. 05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir. Violência epidêmica A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas. A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros urbanos e se dissemina pelo interior. As estratégias que as sociedades adotam para combater a vio- lência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras enfermidades. A agressividade impulsiva é consequência de perturbações nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de seus desejos. A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao desenvolvimento psicológico pleno. A revisão de estudos científicos permite identificar três fatores principais na formação das personalidades com maior inclinação ao comportamento violento: 1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos, humi- lhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida. 2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmiti- ram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impu- seram limites de disciplina. 3) Associação com grupos de jovens portadores de comporta- mento antissocial. Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crian- ças que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social, esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a violência crescente nas cidades. Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a res- posta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o cri- minoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver preso. Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões mais sólidas com o mundo do crime. Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa, aumen- taremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão super- lotadas. Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a cri- minalidade e tratar os que ingressaram nela. Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. Preci- samos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e construir cadeias novas para substituir as velhas. Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas pre- ventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na socieda- de por meio da educação formal de bom nível, das práticas espor- tivas e da oportunidade de desenvolvimento artístico. (Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adapta- do) Assinale a alternativa em cuja frase foi empregada palavra ou expressão com sentido figurado. A) Tendências agressivas surgem em indivíduos com dificul- dades adaptativas ...(4.º parágrafo) B) A revisão de estudos científicos permite identificar três fa- tores principais na formação das personalidades com maior incli- nação ao comportamento violento... (6.º parágrafo) C) As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência variam... (3.º parágrafo) D) ...esses fatores de risco criam o caldo de cultura que ali- menta a violência crescente nas cidades. (10.º parágrafo) E) Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao desenvolvimento psicoló- gico pleno. (5.º parágrafo) 06. O item em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é: A) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu frutos políticos.” B) “...com percentuais capazes decausar inveja ao presiden- te.” C) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...” D) “...a indústria disparou gordos investimentos.” E) “Colheu uma revelação surpreendente:...” Didatismo e Conhecimento 11 LÍNGUA PORTUGUESA 07. (Analista em C&T Júnior – Administração – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir. O humor deve visar à crítica, não à graça, ensinou Chico Anysio, o humorista popular. E disse isso quando lhe solicitaram considerar o estado atual do riso brasileiro. Nos últimos anos de vida, o escritor contribuía para o cômico apenas em sua porção de ator, impedido pela televisão brasileira de produzir textos. E o que ele dizia sobre a risada ajuda a entender a acomodação de mui- tos humoristas contemporâneos. Porque, quando eles humilham aqueles julgados inferiores, os pobres, os analfabetos, os negros, os nordestinos, todos os oprimidos que parece fácil espezinhar, não funcionam bem como humoristas. O humor deve ser o oposto disto, uma restauração do que é justo, para a qual desancar aque- les em condições piores do que as suas não vale. Rimos, isso sim, do superior, do arrogante, daquele que rouba nosso lugar social. O curioso é perceber como o Brasil de muito tempo atrás sa- bia disso, e o ensinava por meio de uma imprensa ocupada em ferir a brutal desigualdade entre os seres e as classes. Ao percor- rer o extenso volume da História da Caricatura Brasileira (Gala Edições), compreendemos que tal humor primitivo não praticava um rosário de ofensas pessoais. Naqueles dias, humor parecia ser apenas, e necessariamente, a virulência em relação aos modos opressivos do poder. A amplitude dessa obra é inédita. Saem da obscuridade os no- mes que sucederam ao mais aclamado dos artistas a produzir arte naquele Brasil, Angelo Agostini. Corcundas magros, corcundas gordos, corcovas com cabeça de burro, todos esses seres compos- tos em aspecto polimórfico, com expressivo valor gráfico, eram os responsáveis por ilustrar a subserviência a estender-se pela Corte Imperial. Contra a escravidão, o comodismo dos bem--postos e dos covardes imperialistas, esses artistas operavam seu espírito crítico em jornais de todos os cantos do País. (Carta Capital.13.02.2013. Adaptado) Na frase –… compreendemos que tal humor primitivo não praticava um rosário de ofensas pessoais. –, observa-se emprego de expressão com sentido figurado, o que ocorre também em: A) O livro sobre a história da caricatura estabelece marcos inaugurais em relação a essa arte. B) O trabalho do caricaturista pareceu tão importante a seus contemporâneos que recebeu o nome de “nova invenção artística.” C) Manoel de Araújo Porto-Alegre foi o primeiro profissional dessa arte e o primeiro a produzir caricaturas no Brasil. D) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e atacava esta ou aquela personagem da Corte. E) O livro sobre a arte caricatural respeita cronologicamente os acontecimentos da história brasileira, suas temáticas políticas e sociais. 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públi- cas – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir. Tomadas e oboés “O do meio, com heliponto, tá vendo?”, diz o taxista, apon- tando o enorme prédio espelhado, do outro lado da marginal: “A parte elétrica, inteirinha, meu cunhado que fez”. Ficamos admi- rando o edifício parcialmente iluminado ao cair da tarde e penso menos no tamanho da empreitada do que em nossa variegada hu- manidade: uns se dedicam à escrita, outros a instalações elétricas, lembro- -me do meu tio Augusto, que vive de tocar oboé. “Fio, disjuntor, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega a contaminar-me. Pergunto quantas tomadas ele acha que tem, no prédio todo. Há quem ria desse tipo de indagação. Meu taxista, não. É um ho- mem sério, eu também, fazemos as contas: uns dez escritórios por andar, cada um com umas seis salas, vezes 30 andares. “Cada sala tem o quê? Duas tomadas?” “Cê tá louco! Muito mais! Hoje em dia, com computador, essas coisas? Depois eu pergunto pro meu cunhado, mas pode botar aí pra uma média de seis tomadas/sala.” Ok: 10 x 6 x 6 x 30 = 10.800. Dez mil e oitocentas tomadas! Há 30, 40 anos, uma hora dessas, a maior parte das tomadas já estaria dormindo o sono dos justos, mas a julgar pelo núme- ro de janelas acesas, enquanto volto para casa, lentamente, pela marginal, centenas de trabalhadores suam a camisa, ali no pré- dio: criam logotipos, calculam custos para o escoamento da soja, negociam minério de ferro. Talvez até, quem sabe, deitado num sofá, um homem escute em seu iPod as notas de um oboé. Alegra-me pensar nesse sujeito de olhos fechados, ouvindo música. Bom saber que, na correria geral, em meio a tantos profis- sionais que acreditam estar diretamente envolvidos no movimento de rotação da Terra, esse aí reservou-se cinco minutos de contem- plação. Está tarde, contudo. Algo não fecha: por que segue no escri- tório, esse homem? Por que não voltou para a mulher e os filhos, não foi para o chope ou o cinema? O homem no sofá, entendo ago- ra, está ainda mais afundado do que os outros. O momento oboé era apenas uma pausa para repor as energias, logo mais voltará à sua mesa e a seus logotipos, à soja ou ao minério de ferro. “Onze mil, cento e cinquenta”, diz o taxista, me mostrando o celular. Não entendo. “É o SMS do meu cunhado: 11.150 toma- das.” Olho o prédio mais uma vez, admirado com a instalação elé- trica e nossa heteróclita humanidade, enquanto seguimos, feito cágados, pela marginal. (Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 06.03.2013. Adaptado) No trecho do sexto parágrafo – Bom saber que, na correria geral, em meio a tantos profissionais que acreditam estar dire- tamente envolvidos no movimento de rotação da Terra, esse aí reservou-se cinco minutos de contemplação. –, o segmento em destaque expressa, de modo figurado, um sentido equivalente ao da expressão: profissionais que acreditam ser A) incompreendidos, que são obrigados a trabalhar além do expediente. B) desvalorizados, que não são devidamente reconhecidos. C) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de grande importância. D) metódicos, que gerenciam com rigidez a vida corporativa. E) flexíveis, que sabem valorizar os momentos de ócio. 09.Assinale a alternativa usada em sentido figurado: A)A dureza das pedras. B)O perfume das flores. C)O verde das matas. D)A dureza dos corações. E)Nenhuma das alternativas anteriores. Didatismo e Conhecimento 12 LÍNGUA PORTUGUESA GABARITO 01. E 02. B 03. D 04. E 05. D 06. B 07. D 08. C 09. D RESOLUÇÃO 1-) Coloca o dedo na ferida. Frase empregada para dizer que acerta o ponto fraco, onde dói. 2-) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com supérfluos. Exagero, hipérbole. 3-) Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos. É o lance que põe fim à partida, acaba com a liberdade, no caso. 4-) O termo espelho está empregado em sentido figurado, sig- nificando reflexo do que é o país. 5-) criam o caldo de cultura que alimenta a violência crescente nas cidades. (10.º parágrafo) Criam o ambiente, as situações que alimentam, fortalecem a violência. 6-) com percentuais capazes de causar inveja ao presidente. Sentido denotativo = empregado com o sentido real da palavra 7-) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e atacava esta ou aquela personagem da Corte. Zunir: Produzir som forte e áspero. Empregado no sentido de “gritar” aos leitores as notícias. 8-) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de grande importância. Comparando-se ao movimento de rotação, que acontece sem a intervenção de quaisquer trabalhadores, “importantes” ou não. 9-) A dureza dos corações. Corações de pessoas que parecem não ter sentimento. 2. CONHECIMENTO
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