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Didatismo e Conhecimento
Índice
MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO GRANDE DO NORTE
MP-RN
Técnico do Ministério Público Estadual
Área Administrativa
Volume I
EDITAL Nº 001/2017
FV066-A-2017
ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS
LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO OFICIAL
1. Organização do texto. Propósito comunicativo. Tipos de texto (descritivo, narrativo, injuntivo, explicativo e argumen-
tativo). Gêneros discursivos (inclusive os da administração pública). ......................................................................................... 01
Mecanismos coesivos. Fatores de coerência textual. Progressão temática. Paragrafação. Citação do discurso alheio. In-
formações implícitas. Linguagem denotativa e linguagem conotativa. ........................................................................................ 05
2. Conhecimento linguístico. Variação linguística. Classes de palavras: usos e adequações. ............................................. 12
Convenções da norma padrão (no âmbito da concordância, da regência, da colocação, da ortografia e da acentuação 
gráfica). ................................................................................................................................................................................................ 46
Organização do período simples e do período composto. Pontuação. .................................................................................. 72
Relações semânticas entre palavras (sinonímia, antonímia, hiponímia e hiperonímia). .................................................... 83
HISTÓRIA DO RN
1. Período colonial. Processo de constituição do território norte-rio-grandense: disputas entre povos e a consolidação do 
domínio português. ............................................................................................................................................................................. 01
2. Período imperial. O poder oligárquico no Império: poder central X poder local. .......................................................... 08
3. Período republicano. As oligarquias na República Velha e o mandonismo local. ........................................................... 14
A Segunda Guerra Mundial e o Rio Grande do Norte. .......................................................................................................... 19
Os governos militares e a formação das “novas oligarquias”. ............................................................................................... 25
Didatismo e Conhecimento
Índice
ASPECTOS GEOECONÔMICO DO RN
1. Aspectos Geoeconômicos do Rio Grande do Norte. Atividades econômicas: agricultura; ............................................ 01
Pecuária; ....................................................................................................................................................................................... 08
Carcinicultura; ............................................................................................................................................................................ 11
Mineração; ................................................................................................................................................................................... 13
Sal; ................................................................................................................................................................................................. 15
Indústria; ...................................................................................................................................................................................... 18
Produção de petróleo e gás; ........................................................................................................................................................ 25
Turismo, ........................................................................................................................................................................................ 30
Comércio e serviços. .................................................................................................................................................................... 38
2. Aspectos Físicos do Rio Grande do Norte. Geologia. .......................................................................................................... 44
Clima. ............................................................................................................................................................................................ 47
Solo. ............................................................................................................................................................................................... 52
Hidrografia. .................................................................................................................................................................................. 57
Vegetação. ..................................................................................................................................................................................... 63
3. Aspectos urbanos e regionais do Rio Grande do Norte. Região Metropolitana de Natal. .............................................. 64
Centralidade urbano-regional no território do Rio Grande do Norte. ................................................................................. 74
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1. Sistema operacional: conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, inclusive compactados, 
pastas e programas (ambientes Linux Ubuntu 12.04 e posteriores e Microsoft Windows 7 e posteriores). ............................ 01
2. Edição e editores de textos: conceitos, janelas, menus, barras de ferramentas, comandos, configurações, formatação e 
modos de visualização (suítes LibreOffice 4.0.2 e posteriores; Microsoft Office 2007 e posteriores; e Google Drive). .......... 15
3. Edição e editores de planilhas eletrônicas: conceitos, janelas, menus, barras de ferramentas, comandos, funções, confi-
gurações, importação/exportação de dados, fórmulas e gráficos (suítes LibreOffice 4.0.2 e posteriores; Microsoft Office 2007 
e posteriores; e Google Drive) ........................................................................................................................................................... 55
4. Edição e editores de apresentações: conceitos, menus, barras de ferramentas, edição de slides, formatação, modo de 
visualização e animação (suítes LibreOffice 4.0.2 e posteriores; Microsoft Office 2007 e posteriores; e Google Drive). ....... 87
5. Aplicativos adicionais para suítes de escritório: ferramentas de desenho, de edição de fórmulas e de formulários (suítes 
LibreOffice 4.0.2 e posteriores; Microsoft Office 2007 e posteriores; e Google Drive). ............................................................ 110
6. Redes de computadores: Conceitos, ferramentas e aplicativos para Internet e intranet. ............................................120
7. Programas de navegação (Microsoft Internet Explorer 10/Edge e posteriores; Mozilla Firefox 20 e posteriores; e Goo-
gle Chrome 26 e posteriores). ..........................................................................................................................................................130
8. Programas de correio eletrônico (Microsoft Outlook 2007 e posteriores; e Mozilla Thunderbird 17 e posteriores). 151
9. Sítios de busca e pesquisa na Internet inclusive sintaxe de termos de busca (Google, Yahoo, Bing e Ask.com)........154
10. Redes sociais (Facebook, Twitter, Linkedln, Orkut, Flickr, Google+ e Youtube). .......................................................155
11. Aplicativos de Comunicação (Skype e Google Talk). ......................................................................................................15612. Conceitos de vírus, worms, spyware, malware e pragas virtuais. 13. Aplicativos para segurança (AVG antivírus; 
Microsoft Security Essentials; e firewall do Windows 7 e posteriores). .....................................................................................157
14. Procedimentos de cópia e restauração de segurança (backup e restore do Windows 7 e posteriores; e Linux Ubuntu 
12.04 e posteriores). ..........................................................................................................................................................................168
15. Armazenamento de dados na nuvem (Dropbox, Google Drive e MS Sky drive). .......................................................192
Didatismo e Conhecimento
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A NOVA CONCURSOS oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao 
Candidato).
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da matéria em questão.
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NOVA CONCURSOS auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos 
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Grupo Nova
Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula 
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.
A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO
Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.
Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de 
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da 
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de 
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança), 
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.
E então, você já teve estes problemas?
Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas 
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos 
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e 
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito, 
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a 
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para 
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a 
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral, 
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que 
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas). 
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão 
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta 
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir 
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são 
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou 
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o 
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em 
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem 
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em 
tudo que fazemos.
*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller 
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.
LÍNGUA PORTUGUESA
Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
Prof Especialista Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Graduada pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Adamantina
Especialista pelaUniversidade Estadual Paulista – Unesp
1. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO 
PROPÓSITO COMUNICATIVO. 
TIPOS DE TEXTO (DESCRITIVO, 
NARRATIVO, INJUNTIVO, EXPLICATIVO 
E ARGUMENTATIVO). 
GÊNEROS DISCURSIVOS (INCLUSIVE OS 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA). 
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam 
eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso, 
isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo trans-
mitido entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças 
principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca es-
crevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.
É de fundamental importância sabermos classificar os textos 
com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, 
precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato pre-
senciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre de-
terminado assunto, ou descrevemos algum lugar que visitamos, ou 
fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhe-
cer ou ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que classi-
ficamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, 
Descrição e Dissertação.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspectos de or-
dem linguística
- Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demar-
cados no tempo do universo narrado, como também de advérbios, 
como é o caso de antes, agora, depois, entre outros:
Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de 
muita conversa, resolveram...
- Textos descritivos – como o próprio nome indica, descre-
vem características tanto físicas quanto psicológicas acerca de um 
determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem de-
marcados no presente ou no pretérito imperfeito:
“Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...”
- Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto 
ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, enfati-
zando acerca das razões de ela acontecer, como em:
O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, 
portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o bene-
fício.
- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modali-
dade na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando-
-se de verbos expressos no imperativo, infinitivo ou futuro do pre-
sente.
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar 
uma massa homogênea. 
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se pelo 
predomínio de operadores argumentativos, revelados por uma carga 
ideológica constituída de argumentos e contra-argumentos que justi-
ficam a posição assumida acerca de um determinado assunto. 
A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez mais para 
conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que 
os gêneros estão em complementação, não em disputa.
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, 
pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações so-
ciocomunicativas que participam da nossa vida em sociedade. Como 
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, 
uma monografia, um poema, um editorial, e assim por diante. 
Intertextualidade acontece quando há uma referência explícita 
ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras 
formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez 
que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade.
Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto 
de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do texto 
citado é indicado; já na forma implícita, a indicação é oculta. Por 
isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber 
prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os 
textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias 
da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase e a 
Paródia.
Paráfrase
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto 
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com 
outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por 
Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase & 
Cia” (p. 23):
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito 
utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia. Aqui o poeta 
Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conser-
vando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto, 
que é a saudade da terra natal.
Paródia
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros 
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é 
objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocor-
re, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é 
retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma refle-
xão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente. Com 
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos 
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e 
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa 
arte. Frequentemente os discursos de políticos são abordados de 
maneira cômica e contestadora, provocando risos e também re-
flexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. 
Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma 
paródia.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paródia
Minha terra tem palmares 
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a 
palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste 
texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado 
em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi 
substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.
Teoria da comunicação: Emissor, mensagem e receptor
 
Nas situações de comunicação, alguns elementos são sempre 
identificados, isto é, sem eles, pode-se dizer que não há comuni-
cação. É o que diz a teoria da comunicação.
Os elementos da comunicação são:
Emissor ou destinador: alguém que emite a mensagem. Pode 
ser uma pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituição.
 
Receptor ou destinatário: a quem se destina a mensagem. 
Pode ser uma pessoa, um grupo ou mesmo um animal, como um 
cão, por exemplo.
 
Código: a maneira pela qual a mensagem se organiza. O có-
digo é formado por um conjunto de sinais, organizados de acor-
do com determinadas regras, em que cada um dos elementos tem 
significado em relação com os demais. Pode ser a língua, oral ou 
escrita, gestos, código Morse, sons etc. O código deve ser de co-
nhecimento de ambos os envolvidos: emissor e destinatário.
 
 Canal de comunicação: meio físico ou virtual, que assegura 
a circulação da mensagem, por exemplo: ondas sonoras, no caso 
da voz. O canal deve garantir o contato entre emissor e receptor.
 
 Mensagem: é o objeto da comunicação, é constituída pelo 
conteúdo das informações transmitidas.
 
 Referente: o contexto, a situação à qual a mensagem se 
refere. O contexto pode se constituir na situação, nascircunstân-
cias de espaço e tempo em que se encontra o remetente da mensa-
gem. Pode também dizer respeito aos aspectos do mundo textual 
da mensagem.
 Todo sistema de comunicação é constituído por esse conjun-
to de elementos, que entra em jogo em cada ato de comunicação 
para assegurar a troca de informações. 
 Nem sempre a troca de informações é bem sucedida. De-
nomina--se ruído os elementos que perturbam, dificultam a com-
preensão pelo destinador, como por exemplo, o barulho ou mesmo 
uma voz muito baixa. O ruído pode ser também de ordem visual, 
como borrões, rabiscos etc.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/teo-
ria-da-comunicacao-emissor-mensagem-e-receptor.htm
Os Atos Administrativos oficiais classificam-se nas seguintes 
categorias:
- Atos Comprovativo-Declaratórios;
- Atos de Assentamento;
- Atos de Pacto ou Ajuste (bilaterais).
- Atos de Correspondência;
- Atos Deliberativo-Normativos;
- Atos Enunciativo-Esclarecedores;
- Outros Atos.
Essas seis categorias compreendem todos os documentos de 
redação oficial, utilizados pelo serviço público, para que os Atos 
Administrativos sejam expressos ordenadamente e formalizados.
Atos Comprovativo-Declaratórios
São os atos pelos quais se declara, para fins de comprovação, 
o que consta de um assentamento ou processo ou, ainda, o que é 
apenas do conhecimento de quem assina o ato. Dividem-se em:
Alvará Certificado Atestado Declaração Certidão
O Alvará é o documento firmado por uma autoridade com-
petente, certificando, autorizando ou aprovando atos ou direitos.
O Atestado é a afirmação positiva ou negativa, escrita e assi-
nada, sobre a existência ou verdade de um fato ou de um estado, 
firmado por uma ou mais pessoas a favor de outra.
Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
A Certidão é documento de fé pública, de fim comprobatório, 
emitido por funcionário autorizado e baseado em documentos ou 
papéis oficiais. A certidão recebe o nome de verbum ad verbum ou 
de inteiro teor quando reproduz, integral e fielmente, o texto de um 
documento. Chama-se certidão um breve relatório quando trans-
creve, em resumo, os dados ou pontos solicitados pelo requerente. 
Já a certidão parcial refere-se apenas a uma parte do ato ou do-
cumento. A certidão negativa comprova a falta de inadimplência, 
restrições ou qualquer outro impedimento legal. A certidão positi-
va atesta a ausência de ações e/ou execuções cíveis e/ou criminais 
contra a pessoa.
Observações:
- A certidão deve ser escrita sem abertura de parágrafos ou 
rasuras.
- Quando houver engano ou omissão, o certificante o corrigirá 
com “digo”, colocado imediatamente após o erro.
O Certificado é documento expedido por servidor público 
atestando fato de que ele tem conhecimento em razão do cargo que 
ocupa ou de atribuição a ele delegada.
A Declaração é o documento de manifestação administrativa, 
declaratório da existência ou não de um direito ou de um fato.
Atos de Assentamento
São atos que se destinam a registros. Esses documentos con-
têm assentamentos sobre fatos ou ocorrências. São eles:
Apostila Ata Auto de Infração
A Apostila é uma anotação feita na ficha funcional de um ser-
vidor ou aditamento feito a um título ou documento envolvendo 
fixação de vantagens, retificações, atualizações ou esclarecimen-
tos, a fim de evitar a expedição de novo título ou documento. É o 
documento que complementa um ato oficial, vinculado à situação 
funcional dos servidores públicos, fixando vantagens pecuniárias, 
retificando ou alterando nomes ou títulos.
Auto de Infração é o documento que registra a ocorrência ou 
flagrante de transgressão à lei. Geralmente é feito no local onde se 
verifica a infração, sendo datado e assinado pelo servidor creden-
ciado que aí verificou e pela pessoa ou representante da firma que 
nela incorreu.
A Ata é o registro objetivo de fatos, ocorrências, resoluções e 
decisões de uma assembleia, sessão ou reunião.
Cuidados:
- As atas são redigidas sem se deixar espaços ou parágrafos, a 
fim de se evitarem acréscimos.
- O tempo verbal, preferencialmente, utilizado na ata é o pre-
térito perfeito do indicativo.
- Nas atas os números devem ser escritos por extenso, evitan-
do-se também as abreviações.
- Caso haja erro na redação escrever-se-á a expressão “digo”. 
Se for notado no final da ata escrever-se-á a expressão – “em tem-
po: onde se lê..., Leia-se...”
- Organizar clara e precisamente as ocorrências.
- Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas 
desde que as mesmas sejam convenientemente arquivadas, impos-
sibilitando fraude.
- Quanto à assinatura, deverão fazê-la todas as pessoas pre-
sentes ou, quando deliberado, apenas o presidente e o Secretário.
Atos de Pacto ou Ajuste
São os que expressam um acordo mútuo de vontades em que 
o Estado é parte. Dividem-se em:
Contrato Convênio Termo Aditivo
O Contrato é o acordo de vontade firmado entre a Adminis-
tração Pública e um particular para a execução de obra ou presta-
ção de serviço. A esse ato contratual precedem atos administrati-
vos unilaterais, como a escolha dos candidatos mediante tomada 
de preços ou concorrência, a verificação da idoneidade dos propo-
nentes e a verificação das melhores ofertas em conformidade com 
os dispositivos legais e regulamentares.
O Convênio é o acordo de vontade entre pessoas de Direito 
Público interno, na consecução de objetivos de interesse coletivo 
ou da administração.
O Termo Aditivo é o ato lavrado para complementar um ato 
originário – contrato ou convênio – quando verificada a necessi-
dade de alteração de uma das condições ajustadas.
Atos de Correspondência
Os atos de correspondência são aqueles que têm por finalida-
de estabelecer comunicações entre pessoas, órgãos ou entidades. 
Compõem o grupo: Aviso, Carta, Circular, Exposição de Motivos, 
Memorando, Mensagem e Ofício.
O Aviso tem como finalidade o tratamento de assuntos ofi-
ciais, sendo um documento de uso exclusivo dos Ministros de 
Estado, que o utilizam para se dirigirem a autoridades de mesma 
hierarquia.
A Carta é forma de correspondência com personalidade pú-
blica para fazer solicitações ou transmitir informações. As cartas 
expedidas por autoridade pública, fora do exercício de suas fun-
ções, são atos de correspondência paraoficial. Seu objetivo é for-
mular pedido, convite, externar agradecimento, oferecer resposta, 
fazer apresentações e outros assuntos.
A Circular é o ato de correspondência que tem vários desti-
natários e texto idêntico, transmitindo instruções, ordens, reco-
mendações, determinando execuções de serviços ou esclarecendo 
o conteúdo de leis, normas e regulamentos. Quando toma forma 
de Ofício ou Memorando, recebendo os seguintes nomes: Ofício-
Circular; Memorando-Circular.
A Exposição de Motivos é forma de correspondência oficial 
assinada por Secretário de Estado ou por dirigentes do órgão do 
Governo do Distrito Federal, encaminhando e submetendo assun-
tos de sua administração à deliberação governamental, ou, ainda, 
projeto de lei ou decreto.
O Memorando é correspondência interna utilizada entre uni-
dades de um mesmo órgão, no qual se expõem assuntos referentes 
à atividade administrativa. Na área militar o memorando recebe o 
nome de papeleta.
Observação: O memorando é usado no mesmo nível hie-
rárquico ou em nível hierárquico diferente, do superior para o 
inferior.
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre 
os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en-
viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para 
informar sobre fato da Administração Pública; expor o plano de 
Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter 
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de 
suasCasas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunica-
ções de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da 
Nação.
O Ofício é forma de correspondência oficial utilizada por au-
toridades públicas para tratar de assuntos de serviço ou de interes-
se da Administração Pública, podendo ter como destinatário tanto 
o poder público quanto uma instituição privada.
Meios de Transmissão
O telegrama, o fax e o e-mail(correio eletrônico) são meios 
de transmissão de mensagens, não se constituindo em documen-
tos propriamente ditos.
- Telegrama: é uma forma de comunicação de transmissão 
rápida. Por ter custo operacional bastante alto é hoje substituído 
pelo fax e pelo e-mail, que são meios mais modernos e eficientes 
de transmissão, devendo-se, por isso, restringir o seu uso a men-
sagens urgentes que não possam ser enviadas de outro modo ou 
quando se precisa da confirmação de recebimento.
Não há estrutura rígida para o telegrama, que, contudo, deve 
pautar-se pela concisão e adequar-se aos formulários disponíveis 
nas Agências dos Correios e em sua página na Internet. Moder-
namente, vem caindo em desuso a linguagem abreviada (apro-
priadamente qualificada como “telegráfica”), dando ela lugar ao 
texto corrido comum, devendo este, portanto, ser redigido com 
pontuação e acentuação normais.
- Fax: Forma abreviada e já consagrada de fac-símile, é o 
meio de transmissão a ser utilizado, em situações de urgência ou 
necessidade de envio de cópias de documentos. Para o arquiva-
mento, quando necessário, deve-se atentar quanto à qualidade do 
papel, que, em certos modelos, deteriora-se rapidamente.
Os documentos são enviados por fax em sua estrutura origi-
nal, mas é conveniente que sejam acompanhados de uma folha de 
rosto. Com dados de identificação do remetente, do destinatário 
e da mensagem (quantidade de páginas e, conforme o caso, as-
sunto).
- E-mail: É a principal forma utilizada na transmissão de in-
formações, em razão de seu baixo custo e rapidez de sua veicula-
ção. Embora cada vez mais difundido, ainda é usado apenas para 
comunicações informais ou oficiais que não requeiram confirma-
ção de assinatura, como, por exemplo, para a divulgação interna 
de boletins de determinado órgão público.
Ao se fazer uso do e-mail, deve-se preencher sempre o campo 
“Assunto”, pois esse dado é importante para a organização das 
mensagens. Do mesmo modo, quando se anexa um arquivo, é re-
gra de cortesia indicar minimamente seu conteúdo. Leve-se em 
conta, também, que, ao se valer do e-mail como forma de envio 
de informações, ainda que não oficial, deve-se usar da linguagem 
formal que se usaria em qualquer outro documento oficial, evitan-
do-se a linguagem descontraída que caracteriza o e-mail pessoal.
Atos Deliderativo-Normativos
Os atos normativos são aqueles que transmitem orientações 
do Executivo, visando à correta aplicação a lei.
Na intenção de facilitar o elaborador de atos deliberati-
vo- -normativos, seguem alguns aspectos da técnica legislativa 
adotada na Administração Pública. São exemplos de atos norma-
tivos: Ato Declaratório, Ordem-de-Serviço, Decreto, Portaria, 
Estatuto, Regulamento, Instrução Normativa, Resolução, Edital 
e Veto. 
O Ato Declaratório é o instrumento pelo qual os órgãos da ad-
ministração transmitem declaração de vontade, relativa a obriga-
ções de particulares e decorrente de despacho ou pronunciamento 
em processo, baseada em reconhecimento expresso dos motivos 
que a justifiquem. O ato declaratório pode ser substituído por uma 
Portaria, Circular ou Ordem-de-serviço.
O Decreto é ato emanado do Poder Público, com força obri-
gatória e destinado a assegurar ou normalizar situações políticas, 
sociais, jurídicas, administrativas ou a reconhecer, proclamar, atri-
buir, extinguir ou modificar um direito, uma obrigação ou uma 
responsabilidade. É por meio de decretos que o chefe do Governo 
determina a observância de regras legais.
O Estatuto é o regulamento de organização ou funcionamento 
de um órgão, uma instituição ou uma empresa pública disciplinan-
do as relações na hierarquia.
A Instrução Normativa apresenta as normas disciplinadoras 
de um determinado ato oficial, emanado de uma autoridade da ad-
ministração pública.
O Edital é o ato de caráter obrigatório, emitido pelos titulares 
de órgãos e entidades e presidentes de comissões, que se destina a 
fixar condições e prazos para a legitimação de ato ou fato adminis-
trativo, a ser concretizado pela Administração Direta ou Indireta.
A Ordem de Serviço é o expediente interno de um órgão pelo 
qual o seu titular regula procedimentos para a execução de servi-
ços, fixa comandos de ação ou estabelece normas para o cumpri-
mento de determinado serviço.
A Portaria é ato expedido pelo Chefe do Executivo ou di-
rigentes de órgãos e entidades da Administração Pública, com o 
objetivo de dar instruções com referência ao pessoal ou à organi-
zação e funcionamento de serviços, orientar a aplicação de textos 
legais, e disciplinar matéria não regulada em lei.
O Regimento é o ato que indica a categoria e a finalidade dos 
órgãos e entidades, detalha sua estrutura em unidades organizacio-
nais, especifica as respectivas competências, define as atribuições 
de seus dirigentes e indica seus relacionamentos interno e externo.
O Regulamento é o conjunto de regras da competência do 
Poder Executivo com a finalidade de esclarecer ou complementar 
um texto legal, garantindo, assim, a exata execução de determina-
da lei ou decreto.
A Resolução é ato emanado de autoridade competente de ór-
gãos de deliberação coletiva, colegiados ou dos Poderes Legisla-
tivo e Judiciário, para estabelecer normas concernentes à adminis-
tração, podendo conter determinações para a execução de serviços.
O Veto é deliberação de oposição do Poder Executivo a proje-
to de lei a ele remetido pelo Legislativo. O veto pode ser total ou 
parcial. O veto total rejeita o projeto. O parcial fá-lo retornar ao 
Legislativo, para reexame da parte vetada.
Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
Atos Enunciativo-Esclarecedores
Atos enunciativos são aqueles que se limitam a emitir opinião 
sobre determinado assunto ou declarar um fato com base em dis-
positivos legais. Fazem parte do grupo:
Relatório Parecer Despacho
O Relatório é o documento em que se relata ao superior ime-
diato a execução de trabalhos concernentes a determinados ser-
viços ou a um período relativo ao exercício de cargo, função ou 
desempenho de atribuições.
Cuidados:
- Se o relatório tiver mais de uma folha, numerar as folhas 
subsequentes com algarismos arábicos.
- Há várias modalidades de relatório: roteiro, parcial, anual, 
eventual, de inquérito, de prestação de contas ou contábil, de ges-
tão e administrativo.
- O destinatário deve figurar no canto superior esquerdo da 
primeira página, quando não for encaminhado por outro documen-
to.
O Parecer é instrumento de esclarecimento pelo qual são for-
necidos dados sobre determinado assunto, tendo como base o exa-
me do processo ou o fato de que se tenha conhecimento.
O Despacho é a nota escrita pela qual uma autoridade dá so-
lução a um pedido ou encaminha a outra autoridade pedido para 
que decida sobre o assunto, podendo ter caráter interlocutório ou 
decisório.
Observações:
- É breve e baseado em informações ou parecer.
- Consta do corpo do processo (quando houver).
- É geralmente manuscrito.
- É assinado pela autoridade competente, podendo, contudo, 
ser elaborado e assinado por outros servidores desde que lhes seja 
delegada competência. Nesse caso, inicia-se pela expressão: “De 
ordem”.
- Não é publicado.
Outros Atos
Outros atos usados na Administração Pública: 
Autorização Procuração Requerimento
AAutorização é o ato administrativo ou particular que permi-
te ao pretendente realizar atividades ou utilizar determinado bem 
fora das rotinas estabelecidas.
A Procuração é o instrumento pelo qual uma pessoa recebe 
de outra poderes para, em nome dela, praticar atos ou administrar 
haveres.
O Requerimento é o instrumento dirigido à autoridade com-
petente para solicitar o reconhecimento de um direito ou a con-
cessão de um benefício sob amparo legal. Constitui-se, também, 
no único instrumento de comunicação pessoal de um subordinado 
para uma chefia.
 MECANISMOS COESIVOS. 
FATORES DE COERÊNCIA TEXTUAL. 
PROGRESSÃO TEMÁTICA. 
PARAGRAFAÇÃO. 
CITAÇÃO DO DISCURSO ALHEIO. 
INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS. 
LINGUAGEM DENOTATIVA E LINGUA-
GEM CONOTATIVA. 
Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: intro-
dução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber o que se deve 
(e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do texto, é 
preciso saber escrever obedecendo às normas de coerência e coesão. 
Antes de mais nada, é necessário definir os termos: coerência diz res-
peito à articulação do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do 
raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, 
ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao emprego do vocabulário.
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de produção e 
compreensão do texto. A coesão contribui para a coerência, mas nem 
sempre um texto coerente apresenta coesão. Pode ocorrer que o texto 
sem coerência apresente coesão, ou que um texto tenha coesão sem 
coerência. Em outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente 
bem construído, com frases bem estruturadas, vocabulário corre-
to, mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência lógica: há 
coesão, mas não coerência. Por outro lado, um texto pode apresentar 
ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no plano da expressão 
as estruturas frasais sejam gramaticalmente aceitáveis: há coerência, 
mas não coesão. 
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela hierar-
quização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas estru-
turas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada 
à competência linguística. Deduz-se que é difícil ensinar coerência 
textual, intimamente ligada à visão de mundo, à origem das ideias no 
pensamento. A coesão, porém, refere-se à expressão linguística, aos 
processos sintáticos e gramaticais do texto.
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. 
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação semân-
tica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na lingua-
gem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, 
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo ou 
conexão sequencial. Se o vínculo coesivo faz-se via gramática, fala-
se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, tem-se 
a coesão lexical.
Coerência
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão conceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com 
o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
Coesão
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão sequen-
cial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes 
componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou 
compreensão do texto. Um texto bem redigido tem parágrafos bem 
estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias neles con-
tidas. As estruturas frasais devem ser coerentes e gramaticalmente 
corretas, no que diz respeito à sintaxe. O vocabulário precisa ser 
adequado e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos 
significados possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais co-
muns de redação sejam devidos à impropriedade do vocabulário e 
ao mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por função 
ligar uma frase ou período a outro). Eis alguns exemplos de impro-
priedade do vocabulário, colhidos em redações sobre censura e os 
meios de comunicação e outras.
“Nosso direito é frisado na Constituição.”
Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta
“Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar 
exposta.”
Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar 
sujeita. = correta
“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensaciona-
listas ou punir os meios de comunicação que veiculam tais notí-
cias. = correta
 
“Retomada das rédeas da programação.”
Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz 
respeito à programação. = correta
O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas vezes 
a compreensão das ideias. É importante, ao redigir, empregar pa-
lavras cujo significado seja conhecido pelo enunciador, e cujo em-
prego faça parte de seus conhecimentos linguísticos. Muitas vezes, 
quem redige conhece o significado de determinada palavra, mas 
não sabe empregá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente 
com o emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não 
basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas nomi-
nais no interior das frases e que as conjunções ligam frases den-
tro do período; é necessário empregar adequadamente tanto umas 
como outras. É bem verdade que, na maioria das vezes, o emprego 
inadequado dos conectivos remete aos problemas de regência ver-
bal e nominal.
Exemplos:
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, intera-
ção.
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos 
fatos, estar informada.
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
“Ir ao encontro” quer dizer concordar.
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias” 
significa a liberdade não é ameaça; 
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias”, 
isto é, a liberdade fica ameaçada.
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um dicio-
nário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou três regências 
diferentes; cada uma, porém, tem um significado específico. Lem-
bre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre o emprego da crase 
decorrem do fato de considerar-se crase como sinal de acentuação 
apenas, quando o problema refere-se à regência nominal e verbal.
Exemplos:
O verbo assistir admite duas regências: 
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar assistên-
cia (O médico assiste o doente):
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao jogo 
da seleção).
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi 
o jornal do dia).
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que fi-
zessem silêncio).
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da classe); sig-
nifica também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu ajuda 
para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a alguém 
(para si): (Pediu ao colega para ajudá-lo); pode significar ainda 
exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de salário).
O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à 
falta de coesão gramatical. Frequentemente, emprega-se no qual 
ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do texto; 
outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. 
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim 
no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que (o 
qual) estava sem remetente).
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sen-
sibilidade...”
Encontrei belaspalavras e não duvido da sensibilidade delas 
(palavras cheias de sensibilidade).
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das 
frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões para o 
emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, prepo-
sições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
- Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação sin-
tática faz-se por meio de conjunções adversativas: mas, porém, 
todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem também ser em-
pregadas as conjunções concessivas e locuções prepositivas para 
introduzir a ideia de oposição aliada à concessão: embora, ou mui-
to embora, apesar de, ainda que, conquanto, posto que, a despeito 
de, não obstante.
- A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de 
conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por isso 
que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser emprega-
das as preposições e locuções prepositivas: por, por causa de, em 
vista de, em virtude de, devido a, em consequência de, por motivo 
de, por razões de.
Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
- O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o 
time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também expressar 
condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde 
que, a menos que, a não ser que.
- O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum 
de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de juros 
para que a economia se estabilize” ou para a economia estabilizar-
se. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros 
articuladores que expressam finalidade: a fim de, com o propósito 
de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o 
fito de, com o intuito de.
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos ar-
ticuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por 
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir 
mais um argumento a favor de determinada conclusão emprega- 
-se ainda. Os articuladores aliás, além do mais, além disso, além 
de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, apresentado 
como um acréscimo, para justificar de forma incontestável o argu-
mento contrário.
- Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvolvi-
mento do que foi dito empregam-se os articuladores: isto é, quer 
dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” anuncia 
não a repetição, mas o desenvolvimento do discurso, pois acres-
centa uma informação nova, um dado novo, e se não acrescentar 
nada, é pura repetição e deve ser evitada.
- Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação 
entre os correspondentes de determinada escala. No alto dessa es-
cala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no plano mais baixo: ao 
menos, pelo menos, no mínimo.
Estrutura Textual e Progressão Temática
Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a capaci-
dade que temos de pensar. Por meio do pensamento, elaboramos 
todas as informações que recebemos e orientamos as ações que 
interferem na realidade e organização de nossos escritos. O que 
lemos é produto de um pensamento transformado em texto.
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, quando 
escrevemos sempre procuramos uma maneira organizada do leitor 
compreender as nossas ideias. A finalidade da escrita é direcionar 
totalmente o que você quer dizer, por meio da comunicação.
Para isso, os elementos que compõem o texto se subdividem 
em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos eles devem 
ser organizados de maneira equilibrada.
Introdução
Caracterizada pela entrada no assunto e a argumentação ini-
cial. A ideia central do texto é apresentada nessa etapa. Entretan-
to, essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu tamanho 
raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém, em textos mais 
curtos, essa proporção não é equivalente. Neles, a introdução pode 
ser o próprio título. Já nos textos mais longos, em que o assunto é 
exposto em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo 
ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter 
vários parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm 
de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
Desenvolvimento
A maior parte do texto está inserida no desenvolvimento. Ele 
é responsável por estabelecer uma ligação entre a introdução e a 
conclusão. É nessa etapa que são elaboradas as ideias, os dados e os 
argumentos que sustentam e dão base às explicações e posições do 
autor. É caracterizado por uma “ponte” formada pela organização 
das ideias em uma sequência que permite formar uma relação equi-
librada entre os dois lados.
O autor do texto revela sua capacidade de discutir um deter-
minado tema no desenvolvimento. Nessa parte, ele se torna capaz 
de defender seus pontos de vista, além de dirigir a atenção do leitor 
para a conclusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o escritor já 
deve ter uma ideia clara de como vai ser a conclusão. Por isso a 
importância do planejamento de texto.
Em média, ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos textos mais 
longos, pode estar inserido em capítulos ou trechos destacados por 
subtítulos. Deverá se apresentar no formato de parágrafos medianos 
e curtos. 
Os principais erros cometidos no desenvolvimento são o desvio 
e a desconexão da argumentação. O primeiro está relacionado ao 
autor tomar um argumento secundário que se distancia da discussão 
inicial, ou quando se concentra em apenas um aspecto do tema e es-
quece o seu todo. O segundo caso acontece quando quem redige tem 
muitas ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, não 
conseguindo estruturá-las. Surge também a dificuldade de organizar 
seus pensamentos e definir uma linha lógica de raciocínio.
Conclusão
Considerada como a parte mais importante do texto, é o ponto 
de chegada de todas as argumentações elaboradas. As ideias e os 
dados utilizados convergem para essa parte, em que a exposição ou 
discussão se fecha.
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma brecha para 
uma possível continuidade do assunto; ou seja, possui atributos de 
síntese. A discussão não deve ser encerrada com argumentos repe-
titivos, sendo evitados na medida do possível. Alguns exemplos: 
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em con-
clusão...”.
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve ser equi-
valente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das características de 
textos bem redigidos.
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões ficam muito 
longas: 
→ O problema aparece quando não ocorre uma exploração de-
vida do desenvolvimento. Logo, acontece uma invasão das ideias de 
desenvolvimento na conclusão.
→ Outro fator consequente da insuficiência de fundamentação 
do desenvolvimento está na conclusão precisar de maiores explica-
ções, ficando bastante vazia.
→ Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no texto em 
que o autor fica girando em torno de ideias redundantes ou paralelas.
→ Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamente dis-
pensáveis.
→ Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão, o 
autor acaba se perdendo na argumentação final.
Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
Em relação à abertura para novas discussões, a conclusão não 
pode ter esse formato, exceto pelos seguintes fatores:
→ Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas po-
lêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
→ Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade do 
texto, ou autor não fecha a discussão de propósito. 
→ Por apenas apresentar dados e informações sobre o tema a 
ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o assunto.
→ Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor enu-
meraalgumas perguntas no final do texto.
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o autor fizer 
um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica é um roteiro, em 
que estão presentes os planejamentos. Nele devem estar indicadas 
as melhores sequências a serem utilizadas na redação. O roteiro 
deve ser o mais enxuto possível.
Fonte:
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%-
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/
Tipos de Discurso
Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles 
escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática social. 
A análise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto 
em que se encontra, assim como as personagens e as condições de 
produção do texto.
Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de 
discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indi-
reto livre. Não necessariamente estes três discursos estão separa-
dos, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá de quem 
o produziu.
Vejamos cada um deles:
Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens gan-
ham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite 
que traços da fala e da personalidade das personagens sejam desta-
cados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as 
falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre 
outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzi-
das e elas ganhem vida, como em uma peça teatral.
Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito co-
muns durante a reprodução das falas. Ex.
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que 
suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de guaxinim 
do banhado!...”
“- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala 
e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pes-
soa. Nesse caso, o narrador utiliza-se de palavras suas para repro-
duzir aquilo que foi dito pela personagem. Ex.
“Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de As-
sis)
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo 
cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se 
o tivesse não poderia consultá-lo à fraca luz da masmorra, imagi-
nava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto)
Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa 
e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria, 
de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é 
uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se 
fundem. Ex.
“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com 
a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que 
pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!”
“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entre-
tanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado)
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. 
Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. 
Irmãos.” (Graciliano Ramos)
FONTE:
http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discurso/
Denotação e Conotação
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, 
que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como 
sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente 
com a ideia associada a este conjunto.
Sentido Próprio e Figurado das Palavras
Pela própria definição acima destacada podemos perceber que 
a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada a sua 
forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a outra 
relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que ela traz 
(denominada significado).
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-se 
assim:
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido co-
mum que costumamos dar a uma palavra.
- Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figurado”, que 
podemos dar a uma palavra.
Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes con-
textos:
1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável, 
que adota condutas pouco apreciáveis)
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece 
muito sobre alguma coisa, “expert”)
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum 
(ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido 
figurado.
Podemos então concluir que um mesmo significante (parte 
concreta) pode ter vários significados (conceitos).
Denotação e Conotação
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o 
seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; 
usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este exem-
plo: Cortaram as asas da ave para que não voasse mais.
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido pró-
prio, comum, usual, literal.
Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
Dica da Zê! - Procure associar Denotação com Dicionário: 
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu 
sentido dicionarístico.
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o 
seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico); 
usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e expres-
siva. Veja este exemplo:
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que 
seja tarde demais.
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada, 
fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações; disci-
plina, limitação de conduta e comportamento.
Fonte:
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-jus-
tica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-
-palavras.html
Questões sobre Denotação e Conotação
01. (Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 
2013). Uma frase empregada – exclusivamente – com sentido 
figurado é:
A) Não é o tipo de companhia que se quer para tomar um 
vinho ou ir ao cinema.
B) No início de maio, Buffett convidou um sujeito chamado 
Doug Kass para participar de um dos painéis que compuseram a 
reunião anual de investidores de sua empresa, a Berkshire Hatha-
way.
C) Buffett queria entender o porquê.
D) Questiona.
E) Coloca o dedo na ferida.
02. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). As-
sinale a alternativa que apresenta palavra empregada no sentido 
figurado.
A)...somente eles podem decidir o que vão ou não comprar.
B) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com supér-
fluos.
C)… deve comprar o produto em outro lugar.
D)… de onde vem o produto que estamos consumindo…
E) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.
03. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP 
– 2013). Leia o texto a seguir.
“Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeduca-
ção
João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois 
meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos pre-
so por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, grades, 
cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos em co-
mum: tabuleiros e peças de xadrez.
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula 
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o 
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pen-
sar duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada, 
pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate, 
instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça 
errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha 
vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema 
maior é tomaro xeque-mate”, afirma João Carlos.
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos em 
22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez 
que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar a 
atividade sob a orientaçãode servidores da Secretaria de Estado 
da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado o pri-
meiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi implan-
tado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da disputa, 
inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória não é o 
mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não 
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas 
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como estou 
sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido ao bom 
comportamento”.
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido 
Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças 
no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo 
por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, 
já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam 
melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude”.
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a 
liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Car-
los já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também 
minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a 
minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai 
ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”.
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que 
o egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós 
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso 
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair sem 
retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho Esta-
dual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo.
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-
-que-liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. 
Acesso em: 18.08.2012. Adaptado)
Considerando o contexto em que as seguintes frases foram 
produzidas, assinale a alternativa em que há emprego figurado 
das palavras.
A) O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos 
em 22 unidades prisionais do Espírito Santo.
B) Além dos muros, grades, cadeados e detectores de metal, 
eles têm outros pontos em comum...
C) Nós não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil.
D) “Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”, 
afirma João Carlos.
E) Já passei para a minha família: xadrez, quando eu sair para 
a rua, todo mundo vai ter que aprender...
Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP – 2013). 
Leia o texto a seguir.
Na FLIP, como na Copa
RIO DE JANEIRO – Durante entrevista na Festa Literária 
Internacional de Paraty deste ano, o cantor Gilberto Gil criticou 
as arquibancadas dos estádios brasileiros em jogos da Copa das 
Confederações.
Poderia ter dito o mesmo sobre a plateia da Tenda dos Au-
tores, para a qual ele e mais de 40 outros se apresentaram. A au-
diência do evento literário lembra muito a dos eventos Fifa: classe 
média alta.
Na Flip, como nas Copas por aqui, pobre só aparece “como 
prestador de serviço”, para citar uma participante de um protesto 
em Paraty, anteontem.
Como lembrou outro dos convidados da festa literária, o me-
xicano Juan Pablo Villalobos, esse cenário é “um espelho do que 
é o Brasil”.
(Marco Aurélio Canônico, Na Flip, como na Copa. Folha de 
S.Paulo, 08.07.2013. Adaptado)
O termo espelho está empregado em sentido
A) figurado, significando qualidade.
B) próprio, significando modelo.
C) figurado, significando advertência.
D) próprio, significando símbolo.
E) figurado, significando reflexo.
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP 
– 2013). Leia o texto a seguir.
Violência epidêmica
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora 
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais, 
é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas.
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades 
de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros 
urbanos e se dissemina pelo interior.
As estratégias que as sociedades adotam para combater a vio-
lência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito pouco 
no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços ocorridos no 
campo das infecções, câncer, diabetes e outras enfermidades.
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações 
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências 
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas 
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de 
seus desejos.
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que 
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao 
desenvolvimento psicológico pleno.
A revisão de estudos científicos permite identificar três fatores 
principais na formação das personalidades com maior inclinação 
ao comportamento violento:
1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos, humi-
lhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmiti-
ram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impu-
seram limites de disciplina.
3) Associação com grupos de jovens portadores de comporta-
mento antissocial.
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crian-
ças que se enquadram nessas três condições de risco. Associados 
à falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social, 
esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a 
violência crescente nas cidades.
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a res-
posta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o cri-
minoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver preso. 
Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares e sociais 
e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao mesmo tempo, 
na prisão, terá criado novas amizades e conexões mais sólidas 
com o mundo do crime.
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. 
Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa, aumen-
taremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão super-
lotadas.
Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a cri-
minalidade e tratar os que ingressaram nela.
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. Preci-
samos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os policiais 
a executar sua função com dignidade, criar leis que acabem com 
a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e construir cadeias 
novas para substituir as velhas.
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas pre-
ventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão capazes 
de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na socieda-
de por meio da educação formal de bom nível, das práticas espor-
tivas e da oportunidade de desenvolvimento artístico.
(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adapta-
do)
Assinale a alternativa em cuja frase foi empregada palavra ou 
expressão com sentido figurado.
A) Tendências agressivas surgem em indivíduos com dificul-
dades adaptativas ...(4.º parágrafo)
B) A revisão de estudos científicos permite identificar três fa-
tores principais na formação das personalidades com maior incli-
nação ao comportamento violento... (6.º parágrafo)
C) As estratégias que as sociedades adotam para combater a 
violência variam... (3.º parágrafo)
D) ...esses fatores de risco criam o caldo de cultura que ali-
menta a violência crescente nas cidades. (10.º parágrafo)
E) Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade 
formada num ambiente desfavorável ao desenvolvimento psicoló-
gico pleno. (5.º parágrafo)
06. O item em que o termo sublinhado está empregado no 
sentido denotativo é:
A) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu 
frutos políticos.”
B) “...com percentuais capazes decausar inveja ao presiden-
te.”
C) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...”
D) “...a indústria disparou gordos investimentos.”
E) “Colheu uma revelação surpreendente:...”
Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
07. (Analista em C&T Júnior – Administração – VUNESP – 
2013). Leia o texto a seguir.
O humor deve visar à crítica, não à graça, ensinou Chico 
Anysio, o humorista popular. E disse isso quando lhe solicitaram 
considerar o estado atual do riso brasileiro. Nos últimos anos de 
vida, o escritor contribuía para o cômico apenas em sua porção de 
ator, impedido pela televisão brasileira de produzir textos. E o que 
ele dizia sobre a risada ajuda a entender a acomodação de mui-
tos humoristas contemporâneos. Porque, quando eles humilham 
aqueles julgados inferiores, os pobres, os analfabetos, os negros, 
os nordestinos, todos os oprimidos que parece fácil espezinhar, 
não funcionam bem como humoristas. O humor deve ser o oposto 
disto, uma restauração do que é justo, para a qual desancar aque-
les em condições piores do que as suas não vale. Rimos, isso sim, 
do superior, do arrogante, daquele que rouba nosso lugar social.
O curioso é perceber como o Brasil de muito tempo atrás sa-
bia disso, e o ensinava por meio de uma imprensa ocupada em 
ferir a brutal desigualdade entre os seres e as classes. Ao percor-
rer o extenso volume da História da Caricatura Brasileira (Gala 
Edições), compreendemos que tal humor primitivo não praticava 
um rosário de ofensas pessoais. Naqueles dias, humor parecia ser 
apenas, e necessariamente, a virulência em relação aos modos 
opressivos do poder.
A amplitude dessa obra é inédita. Saem da obscuridade os no-
mes que sucederam ao mais aclamado dos artistas a produzir arte 
naquele Brasil, Angelo Agostini. Corcundas magros, corcundas 
gordos, corcovas com cabeça de burro, todos esses seres compos-
tos em aspecto polimórfico, com expressivo valor gráfico, eram os 
responsáveis por ilustrar a subserviência a estender-se pela Corte 
Imperial. Contra a escravidão, o comodismo dos bem--postos e 
dos covardes imperialistas, esses artistas operavam seu espírito 
crítico em jornais de todos os cantos do País.
(Carta Capital.13.02.2013. Adaptado)
Na frase –… compreendemos que tal humor primitivo não 
praticava um rosário de ofensas pessoais. –, observa-se emprego 
de expressão com sentido figurado, o que ocorre também em:
A) O livro sobre a história da caricatura estabelece marcos 
inaugurais em relação a essa arte.
B) O trabalho do caricaturista pareceu tão importante a seus 
contemporâneos que recebeu o nome de “nova invenção artística.”
C) Manoel de Araújo Porto-Alegre foi o primeiro profissional 
dessa arte e o primeiro a produzir caricaturas no Brasil.
D) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e 
atacava esta ou aquela personagem da Corte.
E) O livro sobre a arte caricatural respeita cronologicamente 
os acontecimentos da história brasileira, suas temáticas políticas 
e sociais.
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públi-
cas – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir.
Tomadas e oboés
“O do meio, com heliponto, tá vendo?”, diz o taxista, apon-
tando o enorme prédio espelhado, do outro lado da marginal: “A 
parte elétrica, inteirinha, meu cunhado que fez”. Ficamos admi-
rando o edifício parcialmente iluminado ao cair da tarde e penso 
menos no tamanho da empreitada do que em nossa variegada hu-
manidade: uns se dedicam à escrita, outros a instalações elétricas, 
lembro- -me do meu tio Augusto, que vive de tocar oboé. “Fio, 
disjuntor, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho 
que chega a contaminar-me.
Pergunto quantas tomadas ele acha que tem, no prédio todo. 
Há quem ria desse tipo de indagação. Meu taxista, não. É um ho-
mem sério, eu também, fazemos as contas: uns dez escritórios por 
andar, cada um com umas seis salas, vezes 30 andares. “Cada 
sala tem o quê? Duas tomadas?”
“Cê tá louco! Muito mais! Hoje em dia, com computador, 
essas coisas? Depois eu pergunto pro meu cunhado, mas pode 
botar aí pra uma média de seis tomadas/sala.”
Ok: 10 x 6 x 6 x 30 = 10.800. Dez mil e oitocentas tomadas!
Há 30, 40 anos, uma hora dessas, a maior parte das tomadas 
já estaria dormindo o sono dos justos, mas a julgar pelo núme-
ro de janelas acesas, enquanto volto para casa, lentamente, pela 
marginal, centenas de trabalhadores suam a camisa, ali no pré-
dio: criam logotipos, calculam custos para o escoamento da soja, 
negociam minério de ferro. Talvez até, quem sabe, deitado num 
sofá, um homem escute em seu iPod as notas de um oboé.
Alegra-me pensar nesse sujeito de olhos fechados, ouvindo 
música. Bom saber que, na correria geral, em meio a tantos profis-
sionais que acreditam estar diretamente envolvidos no movimento 
de rotação da Terra, esse aí reservou-se cinco minutos de contem-
plação.
Está tarde, contudo. Algo não fecha: por que segue no escri-
tório, esse homem? Por que não voltou para a mulher e os filhos, 
não foi para o chope ou o cinema? O homem no sofá, entendo ago-
ra, está ainda mais afundado do que os outros. O momento oboé 
era apenas uma pausa para repor as energias, logo mais voltará à 
sua mesa e a seus logotipos, à soja ou ao minério de ferro.
“Onze mil, cento e cinquenta”, diz o taxista, me mostrando 
o celular. Não entendo. “É o SMS do meu cunhado: 11.150 toma-
das.”
Olho o prédio mais uma vez, admirado com a instalação elé-
trica e nossa heteróclita humanidade, enquanto seguimos, feito 
cágados, pela marginal.
(Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 06.03.2013. Adaptado)
No trecho do sexto parágrafo – Bom saber que, na correria 
geral, em meio a tantos profissionais que acreditam estar dire-
tamente envolvidos no movimento de rotação da Terra, esse aí 
reservou-se cinco minutos de contemplação. –, o segmento em 
destaque expressa, de modo figurado, um sentido equivalente ao 
da expressão: profissionais que acreditam ser
A) incompreendidos, que são obrigados a trabalhar além do 
expediente.
B) desvalorizados, que não são devidamente reconhecidos.
C) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de 
grande importância.
D) metódicos, que gerenciam com rigidez a vida corporativa.
E) flexíveis, que sabem valorizar os momentos de ócio.
09.Assinale a alternativa usada em sentido figurado:
A)A dureza das pedras.
B)O perfume das flores.
C)O verde das matas.
D)A dureza dos corações.
E)Nenhuma das alternativas anteriores.
Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITO
01. E 02. B 03. D 04. E 05. D 
06. B 07. D 08. C 09. D
 RESOLUÇÃO
1-) Coloca o dedo na ferida. 
Frase empregada para dizer que acerta o ponto fraco, onde 
dói.
2-) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com 
supérfluos.
Exagero, hipérbole. 
3-) Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”, 
afirma João Carlos.
É o lance que põe fim à partida, acaba com a liberdade, no 
caso.
4-) O termo espelho está empregado em sentido figurado, sig-
nificando reflexo do que é o país.
5-) criam o caldo de cultura que alimenta a violência crescente 
nas cidades. (10.º parágrafo)
Criam o ambiente, as situações que alimentam, fortalecem a 
violência.
6-) com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.
Sentido denotativo = empregado com o sentido real da palavra
7-) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e 
atacava esta ou aquela personagem da Corte.
Zunir: Produzir som forte e áspero. Empregado no sentido de 
“gritar” aos leitores as notícias.
8-) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de 
grande importância.
Comparando-se ao movimento de rotação, que acontece sem 
a intervenção de quaisquer trabalhadores, “importantes” ou não.
9-) A dureza dos corações.
Corações de pessoas que parecem não ter sentimento.
2. CONHECIMENTO

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