Buscar

Restauracao Viollet le Duc

Prévia do material em texto

Artes&Ofícios 
o 
t::'l 
::?. 
o u, 
,\ rl c·s&Ofíeios 
Res tauração 
\ ,,u,.,.J, .. J hoc· 111 1-t- l fl7<l) ~ sy;;ha ~Jlf J ~ 
Jqf 01 { 1 o 
tlt n•• \t·rlw-tt• Ht·-.touruc;iiu-
11" , ,, . .lt· I I rr'iut,.,·wrt• 
1 ,,,, ..• ,. .. ,. ,, \ P uu .. \ rr ~it'· 
I nou .o l'•'l'o·IIII J II"''"' ' ' ''ou~uot 
Arlcs& Ofícios 
I Restauração 
Eugene Emmanuel Violl<'l-le-Duc; 
\prr•cntnçiio u ,-Jhuluçiio 
Ucau·iz 7\1ugayat· Kühl 
ll••\'ÍIIJl) 
H~nn l n !IIol'i o P a n·cirn Cord~il·n 
lE 
IAhl«: Plm.o \brim• rallol) 
l'r lodu I;'Jitttflo~l. tl:n:rdo A""~' 
OircoüO!!' 1\"~1"\ .a..!n· Q 
A n:ur. f.A•I ,,,RH. 
Hu 1 Man•>t"ll'C""'"i' 1 Lr·1 1 c-~ 1$ 
06-:'00-000 c ,)l jp SI' lJtJ-'í 
Tdd'u (0-JJ) lót2.%(,(, 
W'W'\Io·.atche.ccxu br 
Foi re-•l.ú W-p6 ·'I (...,.ai 
Pritt .... l in !:lr.,J 
2000 
Sumário 
Viollet·le·Duc e o\ erbete llt,tauração ...................... 9 
Bmtn; l/11ga)ar 1\!ilo/ 
Bibliotçt·af'in Sumária ................................................. 2S 
Restaut·11çilo ............................................................... 27 
Yerbete: Ht><lauração ................................................ 29 
Viollet-le-Duc e o Vedlete 
R es tauração 
Il<~a tdz Mugaym· Küh l 
Eugline Ernmanuel \ íollet·lc-Duc{ISJ I - 1879) é 
um,t pcn.onnl idade sempre prc.cntc tJUIIndo ~c alxm.b a 
que~liio do~ lt>ori as de r.:.,tauro. Foi um autor [!mlillo e 
\ 
quu ndu be invocam as obra;. e o~ c•.:ri to~ clt,s~e grande , 
P~t ud i oso c lc6rico de talentos ln tl lt ip loA. que tamhém 
al~rangiam os de arquiteto. ctH:Jitor. d iretor Je cante iros 
dP ohra~. dt"!ltnhi~ta. a polêmico(. rrrtn . Sua influência 
Coi ~ll011lle eul qlJ jo, c.:>!lllpOs e. no CJUI' C'OilC'Cme /l fCS· 
l<tur.u;üo. \ iollet-le·Duc imprimiu uma marca pessoal e 
i nele I é\ d. 
\ iollt-t·lt'·Duc 118"-CCU no »cio tlt urnn Cnmflw hur-
I(Uesa de esl!hel põ~ição. Scu f>Oi em Enunanuel Viollet· 
II'·Dur. um funcionário púhlieo. hihli6filo. c-om ,6(iJa 
cam~ i ra. e sua m!le, Eug~ni c Dc lécluJ.!'. eujo irmJn. 
I 
,1.(.:1 ... 
"'1/ 
f:ti~nnc Jrnn Dclfduze. ero um pintor fomMclo no ate· 
li~ de o ... ·id e t'rflico de arte. Eug~ne 'inho. pois. de um 
uu:iu <1uc t:ulthaH'l a cuhuhJ t· u::, arlc::;. f'•c4lh:ulu\UIII 
sun ~:o,o. principalmente o ap3rtruncnto de ~eu tio. ar-
quitetos. pintores. historiador<>s. e>critorcs. tlenlre os 
quoi~ Pro-per ~l érimée e Ludo\'rC Vitel, filiO posterior-
mente tcriom grande importl'lrwirt no <l<'srrwoll'imen to 
prolissional do jovem Eu gene. 
Viol let-lc-Duc atuou num,o épocto t•m •1uc n re5lau· 
roçilo se e~tavo finnando coJllo ciêuci<~ c bCII papel foi de 
grande releváncia. A parti r elo HerM;.c-imenlo, em que era 
nolihel o Nescente interesse pelos con,tnrçõcs da Anlt· 
e;uidode. a~ IIOÇÕC~ ligadas ao resl:luro for•ll11 tldinindo· 
se e esse morimento acentuou-se com 11:< grandes lrnns· 
fomraçõc• que ocorreram na Europa no ~éculo X\'111 -
tai~ como o od,·enlo da chamada Hrrolução lndu5trial e 
a~ profundas mudanças por ela acarr ctndu>. o de.~pontar 
do Iluminismo. a Re,·olução Frnnc(·•a- <illt' alteroram de· 
formo clramáticu o modo corno uma cl..rdu r uhu ra ~e rela-
ciona,·u com o ijCU passado. provoca11do o despertar da 
noçilo de n rptura entre pas.~aclo e pre<cntc c produzindo 
um sentimento de proteção a edifkin.- P omhil'ntrs his· 
tóricoi\ em ''á rios estados europeu>. 
'la Frartça. no pedodop<ls-re,oluç~o. numerosos e 
rrohhcis edirrcio,. medie\aitr ron~m dc~trufdos. Os rela· 
tórios ~obre o vandalismo aprc~cntados pelo ub.ide Gré-
goire no llllima rlécada do st<rulo X\' lll tin•ram grande 
import~ncin e influfnun nas primeiras medido' oliciais 
lllrnRdM por um estado moderno t'<>lll O OIJjctivo li c l>l'e· 
~;cn ar monumentos hi~tóricos. O panorum:r cuhunrl da 
Fr.uu;u do.inkio do $é<ulo XIX era a indu tlnminndo pela ' 
ligum de Antoine Quatremere cll" Quim·) < pelo, ideais 
cld!\.•Íf<l" . . ~ arq~m olicial ~Pguio 11111.1 t•stélica dita 
oeadêmicn. de deri\'açllo clás:>ica. rna" flllt' <'•lllrporta\'il 
nnlh i1;la~ faces, com di\'Cr!!JlS c·orrcnt•·•· luis con1o as 
neopallarlianas e as ~cogregas. 1\lu:>. l'"'wornitontrm••ntc. 
aurnentm•a o interesse pela nr<JUitctum mNiirvnl. que 
foro <lesconsiJeracla duranU:.s~~uloR. dnnclo origem a. vá· 
' 
rios estudos sobre o te ma nos urroM 1820 t' I BSO. Po1· 
muitos ela era encarado como urnu verdndl'ira manifes-
laçüo do l(i!tÚo..uacional. em opo..içll.u à arquitetura aca· 
denoÍCd. C inh;re~sanle. no entantn.l<·nrbrar que c-ose nüo · 1 
ern um fenômeno exclusi\'am~nte frnncl?b e <iUe em ou-
Imo pafbCS estudos mais consi~<tenlt-,; 'ohre o gó!ico co· 
IIII'Çnranr no s(!culo anterior corrr(l. por c).crnplo. na ln-
14lalcrn e na Alemanha. 
F' oi nesse ambiente. em (IUC 1101'118 idéias despon· ' 
lavam. em r1ue a arqui tetura gót ira se rc\'estia de um 
curá ter nac ionalista. em que SI" bu&cnvnm 1101'08 carni· 
nho~ paru a prod ução arc1uiteLOnicll c em que u r estilllrn· 
<;iln se Cbtavo es tabelecendo corno urnn ciência. que 
\ ivUct-le-Duc se fonnou, c .. obre o <JLool. por ~un ,·ez. 
exc-recrr.• l(runde influência. 
O pt>rfo<ltl em (l\IC \'iollet-le-l)ul' iniciavo seu 
t·.orninho t·onro arquiteto.~ atJO~ 1830. foi. pois. ri<'o 1'111 
clt·b.Jtr> •11hre o' art~ em geral t! Mbre n m<tuitclura em 
parti c 11lor. c rram grandes a~ t:onlrovfr,jo~. Nc~n épo-
•··•· •· priJWÍJMimcntc apó~ 1810. tmnlwrn se inicim·a a 
.. 
.'I 
sistcmutizoção da formaçllo cio arquiteto na F~nça ue 
multiJ,firouun ru; re\'istas fi,. nrqu.itctum. 
1 Quando \'iollet-le-Duc tcnnin()u seus C$lluin~ ge-
~" 
tais. o encaminhamento dc~(·jadn por seu tio "eria a Es· 
cols de Oda~·Artct'. ntas do· •c recuS<>u n eeguir um" 
formo ele e~tudos que con~ider,n•n uhmpnsaadu e petri-
fil·udo. c procltrou aprender a pr.Hicn ela .uquitetura tra· 
loo lhando para dois arquitetos t fll«" frcq!tentovnm ns •·eu-
niõcs em sua casa. Jean-JacqLws IIm f. e ;\ chi llc Lc!;ilhc. 
~'oi rntiio que Viollct·le-Due comcçe>ttn vtaj111·. de-
~ejondo c·onhecer melhor a Fnm\'a. Em 1831 di'i'l(ou por 
nlsun~ mc~cs o ateliê de Huvé. e arompuuhude> <I e Ddé-
cluze- cll'u umj!ii'O pelo pafs. Partiu IIQ•·omerth· •·m 1832. 
~ozinho. pela ~onnandia e aindnumn 'P1 t•rn lS:r~. com 
o mú.ko Lmile MiUet. por cinco me~,·~. Essa~ viall,ens 
aumentaram o seu interesse e •cu t·onhecimcnto em re· 
laçilo b urrtuitetura mc:diPI'81. !),.~t·ontenlc f'nl ambos o" 
utcli\!ri. o~~umiu em 1834 o posto tl,· pmfessur suplente 
no l·:•colu <.lc 0<"senho. que po;~tPrinrnu••ll•· '" tornotiu u 
Escolt• 1lc Artes Deeorali v as. à qual pcJ mnncceriu lig,•· 
du 1M 1850. 
Em 1836. j:\ casado c pai de fomrlw. vinjCI\t pam 8 
Itália ('Oill o desenlti~ta Léon Gauchett'l. <'juntos fizemm 
u pé uma volta pela SicClia. Conhcc<'tatn também outras 
locolidadc~. tais como :\ápoles. Pnmpéia. Pt"•tum. Ru-
mo. Ltvomo e Pisa. Retomaram o Rcom.t e\ iolll't-le-Duc 
,.li firou por !Sei• nt61'5. 'ie>:<"aij onrlnnça~. uprufu11dou 
' ,;'u ronhectmcnto sohre a arquit.-tura rltissicu em gc>ral. 
e ~obt<• 11 Ot<fUÍtelu t'll gt·e-gn 1'111 11:11 tic ·ttl/11. c·ujo modelo 
de <·onstrução c) fa.~dnou. Foi tamb4!m fi V!'nl'7a. ondt' se 
'll ' ll10fll\ 1 tou com o P:~lá<'io dos Doi'Cll. 'H·:~~ as \'iagt'n~ 
pela rrnnça t• pela Itália. conS<llirlou n noçuo, lfUC setor· 
nou uma CPrteza. de que existem prmdpin• \'l'rtl.td<•iros 
de 11clequaçào da forma li funçllo. d.t c•trutum li fnrmo. c 
do ornamentação no conjunto. 'I«'JU nn nntuit<'lura dás-
s icn. ~cjo na arquitetura rnedie1·nl. 
Voltundo a Paris. Viollet-1;>-Du~ t"~tuniu o cargo 
de suhinsp.elor.Jigado à arqu itetura nCic•iul. lnmHndn-se. 
em l838, auditor no Conselho de Con•tmções C:il•is. 
Ül! debate::. sobre a arqu i t<'hll~ medieval tomavam 
nwior vulto c o destino de ediffc-ios do perfodo. tJo sacri· 
firados no cfecélrrer do s4!culu '{\ 111 e infriodo ~fculo 
XIX. ~e tornou objeto de preocupação. llu1ia o participa-
c; ao de profis~ionais de 1ariada.• formações. com muitos 
autorc::. reconhecen<lo a belcla e racionaltdodc da arte du 
mtdie,·o. 5endo de grande importllncia os escritos de 
Victor I lugo. e os do arqueólogo Arci~•e <le Gumonl. 
l 'tua obru de restauração que ttl\e grande intluên· 
c io sobre o resl~turo e •ohre o pr<lpt iu movimento neo-
~vlico foi a daSainte Chapclle. inic·iocla <'111 1836. O tra· 
!.alho foi confiada a féli:>. Dub~n. u~~i~tido por um dis-
dpulo de ! I enri l.:Jhrousle. Jenn-Haptistc Lns.su~. Foi uma 
rc't~ur;:,ção em que se procurou 5Pr fi<' I aos documentos 
, •. In, indft-ios existentE"'> e f.!UC se con~tituiu l'm um vcr-
tlocl!'tm lnl,.•ratório exp<>rimcntal. \ 10llet-le·Dur. dela 
p.trticÍJ>OU "''lllf• adjunto de LaN04t• 
A prcocupaçiio com monumento~ ;aclquiriru mruor 
lllll"'rt~ncü ;· Lltdovic \'itet foi ll<ltttt'utln em 18:30 in~-
• 
I 
Jl 
petor geral tios monumentol' hi•tóricos. Um dt> l'<'US oh· 
jetivos era centralizar e regulorizur us intervem;õe~ em 
edif(cjos de va lor histórico. Fn várias viagens. pnnci· 
palmente prlos depnrtameuto~ do Norte da F'rançc,. e e lo· 
borou relatórios ttue teriam grunclc repercussão. rel't>lnn-
do muito:> dado. e edificaçõe' ntt' então esquecidos ou 
pouco conhec-idos. Em 1831 \'i te\ nbandonou o posto 
paro assumir o cargo de secretrtrio gcrnl no ~1 inisté1iD do 
Comércio. sendo substituído J«>r l' ,·osper ~érjmée. 
Em 1837 foi decidida n rriu~·no de um conselho de 
especialistas para auxiliar e lncleJr o inspetor gero!. dan· 
do origem à Coma•são dos Monumento.< Hi!'ló;ico~. sen· 
do nomeado presidente tt~at V .atout. que cru também o 
pa·esidente do Con~el ho de Colh\ruções Civis. Vi tcl foi 
escolhido vicc-1ncsiJente e Mérimée. 8ecretdrio. 
A Comios~o selecionou arc1ui tcto~ c1uc erJm de:.<ig-
nados para dirigir os obras c ns~im. em fel'ereiro de 
1840. Viollct·lc-Duc foi intlicudo pelo ~li-nistro <lo lntt'· 
rior. por rPcomendação de Mérimée, para re$\aurttr a 
Igreja de Vl"T.elny. Até então. Viol lct·le·Duc n~o J)<>Ssufa 
experiêncit~ em rc:;tau,·o (ouu nomcaçiio paro participar 
das obras da Suinte Chapellc ll<~to de no1embro daquele 
ano). Niio deixou d., ser uma Nurprl"•.l a • .,., escollw. 
principalmente por se tratar dP um proje-to c-omplexo c 
difícil qur fora rccusa~o por dCJis outro$ arquitetos. 
A partir ue sua atunçJo hcm·sucedida em V ÓZI'Iay 
os trab~lhos se muhiplicarum. Em l8-12 foi convitludo 
por Lo~su~ para participar do concul'>!o para a rutuum· 
ção Je Notre·03me de Pari~. c t•m l!H4 o_projelo ciPie~ 
I 
foi o c~colhido. Participou também de l'árin~ mis&ões 
para o Sen·iço dos Culto•. Em seg11icla. ir1iciou o projl'lu 
de Saint-Scmin de Toulousl'. e em 18-16. já l't•ronhecido 
co1no um grande especiolistu dn restauração. foi nomea-
do paro a abadia de Saint-OPni~. 
Uma particularidade do, ser~ iços de rc,touraçJo 
franceses no perrodo era o fato de a., igrejas serem de 
resl>Onsobilidade do Serviço do8 Cultos. que possuiu um 
, corpo pr6prio de profissiouuis. enquanto os "oul ro>s" mo· 
numcntos emm l igados b Comissão Jos Monumentos 
1-Usiórico,. Uma unillo entre o' dois ser"iços 1-ó ocorre· 
ria com a separação definiti,·a l"ntre a Igreja e o E>tado. 
' no inrcio do ~éculo XX. Os dois !VUpDS de arquitetos fo· 
l'nm enmo unificados, passando~ utual;.§obt·e as.Jl!'nncles 
igrej!UI ~ ~obre os "outros" monumentos históricos. que 
constitu(am um conjunto anuis amplo de cdiffcio! deva-
riado~ tipos e épocas. 
Em 1S.18aadminbtmç5o dO!! Cultos criou a Comis· 
são das Arte-s e Edif(cios Religiosos, para a c1ual forsm 
chamado~ Mériméc c Violle l·lc-Duc. !]ue oli 1 1~ssou a 
dedicar grande purte de seu tmhalho. Etu 1853 Viollct· 
le·l)uc foi nomeado. juntamente com Uon Voutloyer c 
Léonce RI')'IIOud, inspetor tteral dos cdifrca05 dioc:cHu-
no». formando um comitê que detinha a outoritladr ~<>· 
bre a nl'olioção dos proje tos ele rc,;tauração. Suu uçfio 
p..~ssou u cuglubar. dessa fol'm<~. niio Ul>cllus 11 1 11" 11~ l'do· 
freios c~purRo~. ma~ muitos igrrja~ tia fmn..-u. par· 
ticapando du 111 aliaçíio do~ prujcto.s de rcstuuraçJo c 
C'ldborando nlf\uns dele~. a e'rmplo dos piam" pnm a 
Catt'clr~l de Amiens e tendo influência decisiva ,obre o 
futuro de muitas delas. !'\e'·~ pcrrodo sua obta teórica 
também \Ri tomando corpo. fonnulando refle"tõe~ agudas 
sobre o papel do arquiteto e •ua." condições de trabalho. 
que influfram nas reforma~ que uhcrarmn o~ honorários 
dos nrquilelos em suas mis~ô<·~ paro o Serviço. Em 18·19 
foi puhlicodn uma in!!_tru!>_ão tt<rnicu. eluhoracla conjun-
tamente por Viollet-le-Duc e ~~~t·iméc. sohrc a rest.~u­
ruçilo dos etli[fcios diocesanos. <•ujo tex to foi difnnd itlo 
entre o~ seus fl l'tJUÍielos. Nela ft>rum rtC'omcnda.da.s. ma-
nulcnçõe~ periódicas para evilor os rc•tJurut§cs, e fo-
ram expo3tus questões prática• c técni(·u~. tui~ t:omo: u 
modo de fazer o le,·ant;;;,ento. de :mali~nr. e de 'erifi-
car os cau~a.s mais comun5ife degradaçllo.: us numeirus 
de talhar pedras e de fazer rejuntcs: Clllhcaçoos sobre 
as técnicas medic,ais. E também. c principalmente. in· 
dicaçücs de como reslatuar um crllffC'io. Foi um texto 
fundameninl <JUC exerceu enonne innui!nciu na formação I 
elos profissionais <JUC trabalhavam na •·estnurn<;'llo. r _... 
Ao mc:~mo tempo. continuou cxr·culnndo trahalhos 
para 11 Comissão dos Monumentos l i i~l6rico~. a exemplo 
das obras par.! Curcassonnc. Ape$ul' de lllii iCII ter siclo 
in~p<"lor ~ernl dos monumento~ hi~t6ri<"os. foi designado 
em 1860 membro da Comissão. ten<lo tumllém grunde 
influência sobre seus arquitet~. 
Se a in~lrução léi:nica. C'irC'ulort"s e rt'latórios per-
maneceram restritos a um certo drculo de profi~sionais. 
ou tros de seu; e,;eritos, ctn compen"llçllo- principal -
mente os Entrrtiens sur l'Architeclure. publicados ent re 
11!6:~ < 1872. e o /Jirtionnnirc Rniwnnf de i ilrdlitectur~ , 
r 
J.'mnçui<~ clu 17 au .\'\'/' Steck. pul>linulo ••mtlc~ vulu-
nw~ cnlrf' 185.J. e 1868- leriam .ltfu•4o muito mnio1. 
lunlo na r rança quanto no extc-nor / 
\esse~ textos foram e~p<>slos ~<'li" <·"nlwcimentos 
..ohT<• 11 nrquitelum r análi se~ ~ohr1• li" fnnu.•• <le <·on,;- 1.. 
lmir. opre~eniãíltlo rcllexüe!S sohn• 11 r;><"i<>nnlitlude. a 1 
udcqunçilo de mateyiai.Jforrnas/f• r n<;iíc~ 1: c~li'Uh 1 ... ._,.,, e 
fornm propostos novoR caminhu~ pm·u 11 nr'lni lctnra elo 1 
p(·rfodo. Tiveram l mporUlncio fundonu•nwl pant u <Lifu· 
1\i.iO <I~ prindpios J .Jcionais de eon~lruçüo c nn prop;1g:1~ão 
.d11 idé111 de CJUC O ver\ladctro futuro da OrtjlHlelun> <'~In ria • 1 
cnr "' <'~lahelecer um sistema lar> <'ucrcnlt'. <'OC$0. racio-
nal " eftci<'llte quanto aquele da arquilctur,l gótica. 
\n /)i~ttonnairt. de c.\põe til' forma pormf'nori7.a-
du -cu~ aprofundados conhecimento~ ~ob•c 11 arqui tetu-
rJ tn<'<litval. utiliwndo a iluslr.tção romo c:ontrapuntu de 
•u~~ IP•eR P vÍ<'<--vensa. Dentro do uni1 erso cb arquite· 
I um gútica. concebe um si~ma icleul de cuJtt·sp<mdên- ' 
t•in 1'1111!' forma. C$lrulura e função. formurHI<• um s iste-
ma lúgieo. perfei to. e fcchlltlo cul SI. I::.S8a sull tendl!r1cia~ 
de .:ncurnr um dorlo objeto ~égundo umu concepçã~ ide-
alizadn ,.e >cri fica l«rniJém na reslauraç:'ln. ~::~~c tema foi 
-tratarlo de fõnna t:~•Jrio• dos wrhctt'~. mfls a 
p•i•w•pal formulação está no atiÍf(u "r~,tauroçãu". <'ujo 
III>IÚIIu iuft·io ~e <lá em tom iio.s!n.11il·u: 
\ I' 1:\\f,j f' 11 ·t:-:-WlLU ._Jo mcxkrnrÃ.", n(.,.,,,llr.ll um t-tllrfd tl r .. tu 
(f m 1 "llt'-ln. ,, 1·~r•-lu uu td'az~ lv. é n1-t.ll• ·ff:\.-(o..J.,, t 111 um •"'="'I li.(~ t ( nttl-
!•!t to 11111' f'II'NII~ 1\.\U lt'l' f'\jolCitJo UUUCM t·tn Ulll dr.•ln h\•lfiWI11ll. 
I 
J" 
• 
lR • Cn~(u,. E.:IJnump,.J\iullf'l lt' ·Uuc 
., No Dtctumnaire !.liO tl illl'l'l'l\lne l~!< as formuluçlll'~ 
tC'órieasde ~uas experiênria' pr.ític:a3 c uln é ,,,. ~e ~ur· 
prccncltr que Hlri~ das recoutl'ndaç~s_p<>-~nm •er ' 'e· 
rificncloo< em suas ohras de rc•lauro. que muita, vc>zes 
rf',;ult:ar-.lm ~•n intervençõt-"" 111t'I'H\A~. ftt7tlondn lnry,-o U;,O 
• rle reconstituições ou mesmo .. r·urriginclo .. o projl'lo cmde 
cl,• ~c mostrava defeituO:lO. , 
Os pnmeiros preceitO$ s•·n(onc·o,·~nl,rc a re .. lu\t l'iiÇiiO 
ele monumentos oparc_cemm nu Fmn\'" já no século X.V 111. 
O excrclcio teórico da~cousti tuiçlk~. pur ~un \'CZ. era 
algo com lmclição. fazendo parti' do llnhallw <lus pensio· 
ui&tM nu 1\cademia de Françn em Romu. etut• tinham que 
estudar monumenlo.s dn AitligUidncl<• Cld.••ica. fater o :.cu 
le1nntamenlo e elaborar recon~lilu•ç.-...~ hipotéticas. 
\"iollet·lc·Duc. porém. pn--•• elo 1'\Prrfco!!!_!l'órico à 
prJtica em ediffcio;, medie1 aib. Pwcura ~nlendt•r a lógi· 
r:s dn <·onccpçi!(l do projeto que. qu"udu compre-endida 
conl(l um todo. daria ro.>·:>vosla~ unlvoli"M. l'<11o se <'OIIIcu· 
la ljnicamenlc clll fAzer uma recon~titu i \·ÕIJ hipol•'ilcrlilo 
1)4fmln Clti origcnl. mas prõCUra ft~ll\1 1111111 rcconsl iluiçilo 
daqu ilo <JUC leria sido Íf'i to "~- cpwmlo du c<• ll~t r!!S'õo. 
tiN i ve~scm todo~ os conhPcimculo:! c c:xpc1 i('nrin~ ele 
suu própria época. ou seja. unH• lc-ftumuta,.ao ideal de 
um elado proJeto. O seu procedinwnlo ~e c·aracltriZal'a 
por. ~nici~tlmcntc. procu!!!!.!nlendcr profundamente um 
sistema. concchendo então um tnocll'lo idE-a) f' tmpondo. 
Q ~e-guir. sobre a obra. o e<q!_lrma ~elc>alll.<tclo. 
F:!;~e méludo foi algo <tut• ••lc• Jplicuu l'ftllvnmenle 
em muita~ riP suas restaurtu;.õe:s. >rlll o rl'speilu <til c mui-
~L 
lo~ ele seus cont~>mporanf'os. no Fnu•~·11 c em outros paf-
-r,~. tinha"i'ii' pela malt'ria. r>ela C'onfi~turn..-ãn origino! c 
pc>lo~ trnn•formaçõe:. da obra no dc<·orrN elu tempo. AI· 
gumos ve7e~ alterou tMrles ori~in.tio< 'llle e·e11bielcrava 
'"dt·feihl<>Ms"'. em vário3 cxçmplo" niln r. •(ll'itou modi· 
fiC'ac;ões posteriores. buscando a purt'711 de• <'~til<>. e n~o 
;e acnnlíavilém fazer recon~tituiçüe~ dt• grn11dc cxten-
~no. Sua relativa falta de cerimônia em 1 olnçllo no prc· 
e~i~le nl e era algo bastrutle diferente do prut.l~ncia apre· 
sentado nus obra~ e nas justificntii'U-! t><trn o pr~c:lo de 
Notre·Dame tlo:J>~is. cujo tç~ to ~ofreu prtmH'clmcnle 
.çande influencia cJJ:_la.~;Su~. 
A po>ic;ão de \'iollet-le-Duc era eltnmctralmenlo: 
opo,la à de Jolül '"Ruskin que. na Inglaterra. em 1849. 
puhlic-ar:~ 1'/re Scun Lamp$ of,trcllih!clllre em que faz 
pe•:~das criticas às reslauraçõe~. Ru~kin trilo expoente 
de um moi'Íménto que preg_o1•o oh~oluto r~~peito pela 
matéria original. que h:vt\VII cu1 con~idcwç!!o a~ Lr..tns· 
fornul<,'ÕC~ fei tas em umn ohro no riPC'ot·rcr do IPillf>o. scn· 
do n at itudc n tomur u de simples lral>ol hoR de conserva · 
çJu, pum evitar degradações. nu. nté llltblllO. a do l}lll'll 
~OIIICIII p]u~·iio. 
;\ mhns n'l posições excrccrum cn!lrmc innuênciu. 
nlo apenM em seus próprio$ <Ullbicult:$. uut>~ turnLérn 
em outro~ plllscs e foram as posturas eon~nKrllfln~ pd.t 
hi~loriogrnfin elas teorias clo,:.LC!ILWro. f: inlere~•onle. 
porc'm. cnfulizur ttue mesmo no~ n·~p~rtivos meios dos 
dtoi~ rmincnh:~ teóricos ltavi;t IJiu'!SÕC'' <e&\Jindo prc· 
u-i tos diversos. Na França. por C'X("IIlplo. muitos outros 
I 
y 
' I 
J 
1 Quanto à sua fal;!tla d" oe:<ltourador. lllliOtS f>Oii'mi-
Cil cll'ln~. seria interessante. unto·> dc nt<li& n11du. twoli~­
la dentro do contexto em qu•• rni produ7ttla. um momen-
to d., '·redt'•<'obena" e de gmnole al>reciaçilo d11:> qusli -
dodt'~ tln arquitetura m~>dit•\ ;I( - t' \ iolltl·lf'-Dtll teve 
f>OJ>d rundamcnta( no estudu t• tlirU~ilO dt• <·onhecimen· ~ 
to~- c um pNíodo em que "' '..,.,ficaram os pnmeiras I ~ 
tenlutivns metódicas de reAtnumçüo d<• obras considera-
ll4!1mOmlnl!mlos históricos. sisl<' llluliwçilo que n~o tiniV 
po\,<'t'dcntcs e que se estava fon,. ondn na épocn. 
A p<"sur du tt'<~preciaçiío f<'C<'ntc llt• >~uu <>Imo, c la é, lá 
lon~e de estar li,Te rle polêmicu' c num f >UI" i•so o urotui· 
tt'ln pn•!lou n ~e r inseosado- hajn ví~tn n • ·ontmv<'~ia em 
torno tia "dchrc.,tauração" cln igrPJa "a•nt-Sernin de 
Toulou•e. t'lll que um principio .. lt·du<"innu" cloo ma1~ con-
trol'ertidos. o de desrespeitar o <"~todo ex10l<•nle parn \OI· 
tilr a um t·~tá~o anlerin~ a um u~lado eun~idcrudo ma i~ 
roJTelo. foi u~ado ·'contra .. umu \lbm dt> próprio\ iollet· 
le-Duc. Üh traba lho!; de \'ioll<'t-le-Duc puo,t à ij;reju tlc 
S~tioli -Sctllin começaram em nu·ttdu~ t io ~éculo XIX e 
acm-rcturum numerosas mudança<. a ma ior dc•lus cousis· 
tintlo nu ~uprcs~ão das adi~·õe~ gótic,ts puno~" oblcr um 
romllniro puro. 1'\a execuçiio tkt ohru. no l'ntanlo. nem 
todo o plano do arquiteto Íoi seguido. ~a rM"enlf' .. des1·cs· 
tuuruçuo" procurou-se retomo~r ao estado tia obm Jnte., 
tlt' H!óO <'paro i.-1'0 existia um lc,anhmlenlo ponnenori-
zado feito pdo próprio VioDN-11'- Du.- I' também foto:u-11-
fills. Nem todos o< elementos. porém. roram l'l'COil'!litufdo-< 
~~!!' ' ".lo a documentação tÜsponfvc•l. h o' rndo nlgto ma~ ai· 
lPnu;ii<'s t'Ol relnçj_o no e:>tado pr.S- \ 1oi1P1-I•· Du<. Hou-
\C muitos di~cugsões c>m f<'laçiio u c<"" inl<'r\ 1·nçiio. t'ujns 
oln.l• tiH•r.Jm que ser •ntcrrompicl." t•m 1989-1990. mas 
qut> IIPpois foram rclornuda• e c-onrluícln~. 
Es3e é um dos exemplos da~ cc>nlm\f.r~iu~ e da p<~i· 
\Jn que até hoje mart:"am os cleh'''*'' ~uluc• '" ohm~ e 
icl.'in~ de \'iollet-lc-Duc e n polt'mir.J 'I"'' c·11usuu o o in-
tia c-ausa é proporcional à grundt•7.a clt• NIIU tll 01111\'iío. 
I' ela anlipatia criada é nt rt' lltçilo ~~ Kll n~ ohr:os como 
rc .. tnurador. muitas vezes deixou-Me de uprccia1· u coe-
rlhot"ia de ~uos formu lações teóo iras. sru~ u!lpeclo:< i no-
'uclc>rl's. e _::us muitos 8>pcclos <linclu atuais. Suas mais 
cunheeido5 formulações sõhre a re~tnu1u~õu e>tõo enuu-
ruula, no Dt<"IÍ<mnaire. princ1p111nu>nlt' no \"t'rhete R~;:>· 
IAIInt\Jo (ape:.nr de oulrOi' df' '<'llb textos. me-mo no pró-
pno> clit•iouário. se referirem ao lt'ma). F.ntrc a~ questQ.:s 
tlt• ~ronde atualidadt> podem 8<'1 •·ittula<: o futo de_J!'co- -
::;;•;(~;·~·q'~::~a:~:~~~:~~~;t:.:1~~~u1:;u(::::•,~e~~~a:~:~l~o~ ) 
no: pr<~rttr ,;egnir n co;." f'))illl , ,,. oligono puro resoh-er 
o< p•·ühlcma~ l'SliUlW'llb: u importância de ~f' In.zer IP· 
' antumenlo~ pom1enorizado~ tlu ~1l u~çílo exi>tente: agir 1 
><llnt·nlc em funr,:ão das circunstlln.-io~. pob f.ll índpws 
.olhnhoitb podem lc'ur ao ahsurtlo: o nnporUin<' ia da ro:u-
tilir,.çno para a solm•,·i,ênd;l dac1hru.poi• n•staurar não 
c· npt·n,t~ unlllcon~"rT:lÇão cln mat1'1 ·'· lllib ele um •••pf· 
11111 cb <tllltl o·l,o 1' suporte. 
O te·~ to c·onlfl<lt1a. çomo qoutlq~~t·r c•• o·ri tu. \ ária-.IPi · 
'""" <' intcqiii"LO\'Õcs. Lm mo<lu <' unnli~.l- lu ~onfrnntau· 
do a teoria de Tf'<lauro de \ iullct-lc-Duc C'On1 a~ obras 
em que atuou. Yerificando "''uma~ o alimento cb outra 
c 1 íce-1c1. o. procu~do ob~··n nr até qu~ponlg de usa 
a teoria para justificar_a.sua.prúp11a atuo~;no t."Umo III'(J\IÍ· 
tl"to. f. po•slvt' l: também. entre outr<l~ po•~ibilidade<>. 
nhatroir u• referências direta< 11 su.1 n~1o clt .1rquiteto 
fl'•laurndor. procurando ler o h'xto ele forma i~olad(l. ao 
pé da letra. t nesse C!l$0 que nl l(umo~ •le sua~ recomen-
clu\'Õt'S pnt~rem. para a no•sa ví~ll~ tnc> p•·er:onceiliJosu 
('111 relnçüo iis rcst.uurações do nnhhclt<>cll iC'o. t>•tranha-
m<'nle !!>ábias. ponderado;< e atuai>. 
Des~e modo. parece oportuno apu:•t·ntac c<lo lm-
duç~o elo u·rbete Restauração par:~ CJUV ~e possa ofe1'e· 
c:cr uma idéia mais imparcial de >Un l(>()ria. rll"iX:Jndo que 
o próprio \'ioUet-le-Duc exponhu ;ud• t·unccpções. e 
par:~ que hC J>O""~' apreciar IOOtl u ~rdJHicld ele •Pu lexlo. 
Bib liogr afia Sumát"ia 
\rt~s clu Colfoqu~ fllltrtuuumal l•oll<t f, f)uc.l'tnu. 1980. 
Pdru. 1\oo>~llc:. EditJons ~'"'"'· 1982. 
D\lllOT. ;\. "\'iollct-le-Due. Archilc•·lc·". EIIC)clopidi~ d'Ar-
(/IJI~cturt . 1880. Pl'· 3i-·IO. 
11111111 1. Yves. "Saint-Ser11 in. Ptu~th~ .. , H~forn,t<<•". Comuti.t-
.wncc rlcs Arts. 1991. 11. ·16'>. I'Jl· 1 05· 112. 
- ---· "Problàmes di' la H c~IIIUJ'Ili!Oll'', Mouumt~tl., /li$-
loriqncs. lYllO. n. 112. I'Jl· 50-53. 
Foll <:~111, On111o. "Viollct-le-l>u<· ' ' perdu une Oataill<•", Cnn-
turimu"·~ rlc• tn.s, 1991. n. 472.1'· 22. 
IJ \lU n. \lochcl. l'i•>llet-lc-Duc ou 1-. t/1/un du <y<t~mc. Pa-
"'· \len!(~. I <)()4. 
\ OIH r-u·-Ot~ Eu,:l-n .. F:mmomwl IJICIW1111mr. Rui•MIII ri~ 
/'.hcloitc< llzrc l'ra11çaiJe d11 \/• 1111 .H f· ·'•te/~. Paris. 
LiLr<"tl<'""'lmprinwrif'."- Réunjp,, A. cl 
~· Etllr-I<<J•• sur l~lrchllutllf~ l'mk \lon•l. 1 1{6,~ -
18i2. 
R estauração 
Verb et e : R esta uração* 
nos. lleolnurnr um edifício nau é mantê-lo. rc:JJIIrá-lo ou 
refazê-lo. é rc,tabclect:-lu ~m um estado completo CJUe 
pode nilo ter cxi~tido nunca em um dado momento. 
J?oi •omente o pru1ir elo ~l'gundo quartel li!• nOSRO 
~:>éculo <IUO tiC pretendeu re~tuurar edifíciruLcle uma ou-
tro t'p()('ll, ~.-m qut> !<C th·cs'c definido prcci~anwntc a 
reslauruçJo arquitetônica. ~ tnhez oportuno fnur um 
relnto exato daquilo <JUC se entende ou daquilo <JUC ~c 
eleve cntrncler por uma rr$tlllml{'<io. pois pn~t•ct· <JliC nu-
• F.u~ t.tnruuud \'inllt-t-~ .. ouco ... ,. [. t~ \"i•-lkt·lf-1~·. Dia. .... ,..,·,,. 
ll•úoolli ,, n .. hotttiUII f,.,,., .• Ju .\t ••. \I; ni'<u. l'•n•. ,., ... ,. 
IÍ<>·IIU('OO rtlfO ll#l<ftiu. L cl, IJ~\.JIJb810\,~ ll.top. ll·ll . 
I 
... 
mcroso• e<(Uhoco; passaram .t pcrmcur o ~cntirlo que 
lttribufmo• ou que de,·emos atnbuir a e~•n ope-ração. 
Oi.~emos que a pala' m e o a,sunto ~lo mod~rnos 
e. com efeito. nenhuma cinhzoção. nenhum pu\'O. em 
lCinJKl;o,. pa.tt!'lado:s. teu.: a iutcuc,·ilt~ clt" fa1rr ~~~laurdç~ 
<·orno 11rls ns compreendemo~ h11je. 
Na -~~ia. tonto outroro r·omrl hoje. quatHio um tem-
plo ou um pnlllcio sofria a.~ degrntlaçõcs do u:mpo. cr· 
~uitt-~e ou ergue-se utn outro Ao l.tdo. Nao ~e dest rói 
l)(lfO lanlo o a ntigo ed ifíc io: ele (o tthantlonndo à a<·iio tios 
~éculo~. que dele se apoderam como ~e f~>•M· Unl<l coisa 
t(UC Ih._., pertencesse. para corroê-IJ. pouco 11 (>OU('O. Os 
roman~ rt'stitufam ma.o niio rr>~laurnvam. e u pru\'a t< 
que o lullrn nilu tem pala.-ra qut' C"orre~()()tlda à nossa 
pnln\'TO re,Lauraçiio. segundo o ••t~nilicetlo ((Ue a elo da-
mo" hQJr>. ln.<taurare. rejicue. rt"llmar~ não c1uerem d i-
zrr rc,tuurar. mas restabelecer. rccdtficur. Quando o im· 
()Crodor Adriano qu is tomar a pG1 <'m hom estado • :.trio, 
n1nn11nocntos tia Grécia antiga ou t lu ,\.w Menor proce· 
dc::u de wl modo que sublevaria r·unt11t ~i . hoj('. todos as 
~oci edades arqueológicas da Em·opu. mesmo tendo ele 
pr<.>t ensões aos conhecimentos do unti c1uá r io. Não ~e 
po<le comidernr o restabclecim<"nto do lf•mplo do Sol. em 
Bnnlhek. cornQ urua restauração. ma~ f'onw umu recuns-
trução. •cgundo o modo admitido no momento t'lll f(UI' 
cosa rccunstrução ocorreu Os prúpno~ Ptoloml'u•. fJUe 
ostPnla1am urcafsmo. ulfo ri'~Jl<'it ... ·arn de modo al11um 
a~ fonnu~ dos monumentn'< dn~ 1 elha~ 11tnustms do Egi -
to. lliM os restituíam confonne o mocl<> de ~<'li tempo. 
r .. t{ 
Quunlo aos grego>. long,. de re .. Luurilr. i~lo f>. reprfl(lu-
zi r .-xntatncllle as fom1as do;; c·chffrotu• l(llf' h.o\Ímn ~o· 
frido clcgroclaçã<'~. :trreclita\am C\ illc•ntrmt·nh• nn!rtar 
ao dar o cunho do momt>nlll a e•q"' tmhallw~ <(UI' M'' tor-
n,u--.. •m nM"e~&ários • .Erp1er um ort·n cln triunfo t.•umu ()tio 
Con~tnntino. em Roma. com o~ fragnu•nto• urrruwados 
<lo lln:o ele Trajnn<>. não é reshlunlçao. t:unp~>U I'o recons-
trução: <! um alo de l'andalisrno. tmw pi l ho~;Pm de bár-
lmros. Cobrir de estuques n tli'I(Ui h:luro d<> templo da -
fortuna l'il il. em Roma. ta mpOli C() é til( Ui lo qur: bC pode 
ccmstd('rar como uma resltturttt;·llo: (> umo mu t ilaçã~. 
De\(:·~>C reconhecer que o go~to i>du ~ re&Lourações. !C-
nilo at'Caica,_, ao menos con~iderad:t~ c mno tc:novaç·ilo 
do~ <'dtffcoos. se manifestou. desde •empre. ao ~c linda-
rf'm Dl' pe-rfodoij ele civilização nM Mx:iedudcs. Restau-
ru,·nm-$e. ou melhor dizendo. rr>p:mt\'am-~c o~ monu-
mcntob untigos da Grécia. quando st C\lmguia n gênio 
ttr~'go soh n miio (X'S:JUa de Romn. O pr6pti<l Lnpériu em· 
pe11huu-se em t·eslnurar o, l~;~mplo~ nu mumenl ll em ((l1e 
11 igr<'jQ ia s ubstitur-lo. e. entre nó~. fui com uma cspé· 
c ic de pressa <JUC se recupcmrum. que se reparoraltl c 
que ll<.' ucabaram muitas igrejtts cató licas à,; ,,~~pera~ da 
Hl'fPnnn. 1 y I 1 
\tn.~. alidl'.11ldadc M~o não P~>•sufn tnuig do que 
a \nti!(Uid,Hie a percepção dn~ n·,taur.t\ões como nó;; .t~ 
l'<lmprt'('lllff'lllt)S hoje: longe tli"<O. St• ro,•e flt:ec--ánu, 
o·m um ecliCkio dn ~éculo XII. >Uihlttutr um c-apitei f(Uc· 
l.tHdo . .:ru um r·.tpitel <lo ~t'c-ulu XIII. XI\ <>U X\ que s .. 
t·c>l<l<'ot\'11 1'111 ···u lu~tar. Se f'lll 11111 IIIIIJ.Iíl r, i'" do: jcJIIws 
moJttautes1 cfo ~éculo XlLL um pNiaço. &m ucnte um. 1 i-
e;;~e a faltar. era um ornanwnto conforme no go~to do 
momento que era incmstado. Por isso. aconteceu vária~ 
l"czes. antes que o estudo at<>nto dos estilos fosse leva1lo 
~s sua~ úllinm.s f'nn~t,..tiUPnc•i••" (IP se con..,id,...rar CíJ.J.ns. 
modifica~ões como extra\'3,:âncias. ele ~e atribuir dat:t 
falsa n frtJgmeuto~ que deveri;un ter !<ido con~iderados 
como iniN polações em um li'~ tu. 
Poder-se-ia diz(' r que exiMI!' tanto ~>erigo em rCJ~Iau­
rar reproduzi ndo-se em fiJc-sfmrl~ tudo aqui lo que se 
en;:õnt ru uum edíffc io. qunnlo em •c ter a prete n->ilo de 
~ubstituir p<~r fom1o~ posterior;>~ aquela~ que deveriam 
existir fll imill\'amenlc. No primeiro caso. n hoa fé. a ~in­
ceridac lc do tJt li•ta po.-lem protluzir os ma i~ J!roves cno~. 
cufl:!agrando. p<~r 8-'ttl1 dizer. uma intcrJX~Iação: no •to-
gun<lo. u ~ubstiluiçiio de l UllU funnn pnnntin1 1.10r uma 
forma P~i~lcnte. rccunhecidn romu po~tel'ior. fa7, igmJI-
mcntc de~aparec-cr os traços de uma reparuçilo cujo ro-
nhecJmcnto da cau~ateria. laht·l. permiLid,, con~tal<lr a 
prt!Sençn tle UliUI tl i ~t>Osiçào <>xr•·tx: iunn l. Explican"f1108 
i••o mais adiante. 
O IIU•>U tempo. e i'OnlCIIIC u nos~o tt>m(><). dc~de o 
começo elos século~ histórico~. tomou. em face do pa~­
~ado. umu atitude inu•itndu. Qui~ anali;J-Io. compará-
lo. cla~-ificá-lo e fonnar sua \tnl<~deira hrslória. setzum-
1. f\'o on,:uual. uotl•rt l'·''"'·ra us&d...tl'-''1' •"'-"'tt.mar r 1nJn1M\IO ~ ul''•ri~·">l. 
t'r&prq:...J.. ,.._ t•rdL•I•1 r.• ht..d~t Mb.J•·t""r.e ntn-1r 1 •r:tt:4• &t-.u~. l mJ• 
C'"~ rh· • f JiN a f n:lA dl, psrk 6Mf,..fl'of t1f" Ul'll141.6 OU tJe .. M J,lha,. 
~f-111 lrnU'\lkh~ Tart.i.t:'Jl '-·h.amõti~ ,, .. J·wll,. d cr.~l~ (:"\. d .. r\ 
do p(l!lso a passo o tli Jt('ha. os progre~so~. ~~~ lr:JnsloJma-
ções da humanido<lc· Um foto ti'lu c~trunho nno pc><l<· ••·r. 
corno ~upõern al~un~ cspfrito• ~uperfiC'1.n~. urna mn<ln. 
um C'aprirho. umu t•nfcrrnidad!'. pois o ft·nômcno ú c·wtJ· 
plexo. Cu\'ier. ntmn•~ de ,;eus trabalho~ uhre :l atl-llo-
mia comparada. de ~uns pe-.<1ui•a~ geol6gk3~. cl~,c·ulti­
na. el e N'pcntc. aos •!lho5 do~ conlemroràuc•us. u hi stc'irin 
do mundu an tes du reino do hunwm. A,. ilnOf!tina~·<.e• o 
~egu(•tn com ardor n•·-~n no1·a v1a. Filólo~<. dep<~i" dele. 
descobrem as ori gt•ns dns lfnguttS europ~ias. Lodu~ or i-
ginadnl! t lc uma mc~rnn fonte. Ftnólogoll direcionam ~cu• 
trabalho~ para o ,.,tudu das raças e dt> 6\lll~ aptidões. 
Dcpoi~. por fim. I Ptll os arqut·61o~os. que de~de a fndill 
até o E~ i to c à Europa. comp111 um. discULPm. sepnmm A" 
protlu~õe, artfstit-o>. dc~ma>camm ~na• origen~. Buus 
filiaçile~ ("chegam. pouco u pouco. pelo mtsiC><Io annlfli-
<-o. o cooJ c l cná-la~ s~gundo certas le i,;, \ 'o•rnis>~o umn 
fanl1l,ia. um:t mO<In. um e•tàdo de d .. ,...onforto mural. é 
jul~nr um fnto tle t•nn<tder.<ivd nkancc 1.1111 pouco ~UP<'T­
firittltut'lll<;. O UII.'BillO seria prl"tender <tU<' us futo~ des-
c:ortinatlu• peln cií-nriA. 1ieo>dc Ne" ton. •iín o Tt>•ult~du 
ele um c•upricho rlo l'~pfrito hum.uw. Se o fato é !'onsitl•·-
r;ivel c•m ~eu conjunto. como poderio ni\o ler impor llln-
r·m em "<'li' dt'tallw-;? TodO!< t'!l.•<>s trnh.1lho~ "f.' t•nc•aclo· J 
am ,. ,,. auxiliam muluamt•ntt·. "e o t'Urt>I~<'U clu ~uu 11 
1'-'~fl ftl•f• tlu l'f<J>Íl Íltt humUtiO, tplt' ClllllÍII JIIttlt JO <'UI pu•· 
"'" :1r J' IJ•Jú<lll' c·m ohl'<'\'iiO acJ' l ll'•tinch ol11 pnn'u. •• t.JI-
"''I'or t.lnlinll.or olrpr··~•a. •t•tllc· n fll'('(' •ulnde clt• 1'11111· 
pilar ltl( lfl st•upn.-udoJ. :lSSitll rmnn f •• Curnm urna UUUII!-
I 
rosa hihllot~a. para preparar lai>Otco futuros. é ra7.oá-
' cl ocu~á-lo de se deixar levar por um r11pricllo. por uma 
fanhl~Íil ,.ffmf"ra? E então o; rctardahlno•. os ohtu'OS. 
não -4io ,.Jes os mesmos que dt-.prcltun e~ses estudos. 
i><etendcndo considerá-los como uma mi~órtlia Ílíl1til? 
Dil>llip<~r preconceitos. exumar verdades eoquecidas. nllo 
é. no c-ontrário. um dos meio:; nwi~ ativos de ucelerur o 
progrf>~~o? 
Se nos~o temp<J SÓ tiveRfil' que tnUIMiitir l\08 sécu-
Jog fu turos c~se novo método de !'Jttndm n~ <'oi:;ns do pns-
snJo.tnnto no plano material quanto no plano moraL bem 
mNccerin a posteridade. )la~ nó~ o ~abcmo;; Jc sobra: 
no•"' tempo niio se contenta em lunçar um olhar pers-
cmt:'IC(or por trás de si: esse trabalho retrospectim ape-
no~ deoenn1he os problemas coloc-ado~ nn futuro e faci-
lita a ~ua ~olução. _ta sfntt'»c <1uc '~' 5egtoe l :mt!li.e. 
I\ o entanto. esses perscrutador<·~ do pa.,udo. es~es 
arqueólogo~. exumando pac ientenoentP o~ m(nunos res-
tfuCcins das artes que se supunham pcrtlidus. lt'm <JUe 
vcnecr p l"o:CtHlceitos mantido:; com cuidado polu nll mP-
roRn <" i(l~se da~ pes:<Oas paraM qu.1 i ~ tooln deMcolwrta ou ' 1 
todo hori>:ontc novo é a perdn dn tr1Hli~·ilo. isto é. de um 
•'~Indo, btt~hlnlc cômodo de quietude dn e~pCo i lo. A his-
tilria da c.,Jiléia é a de bClnprc. Surge em um ou \ ário~ 
c:-calues. máS i: encontrada ~empti.' ,.o!Jn: ~ de~au$ que 
a humunidatlc gal~"- 'lotemos. dt> pa<~A!;C'Ill.quc 1.1~ ét>O-
<':Is '"'inalada:; por um graml•· moHmento \nngunrclosla 
se dtstonguorom entre todas p()l um c•tudo <.~o 111cno:; pnr-
l'ial do pa~~odo. O s6culo XII. "" Ocod~nte. foi 11111 \Cr-
datl4'arn rena-cimento polftico. ~o<'inl. (iJo•ólit·u. <~rt(•ti­
co r litrnlrio: ao mc.mo tempo. algun~ humt•n• UJUdu,·um 
C'~sc 1110\Ímento alra\éS de pesquo'd~ tio p.o-.ath O ~é­
cu lo \\ I apre,.entou o me;mo fenómt•no. <>• nrqueólo-
6"~ nllo tem. pois. mui ao que se ínquiPtnr por ••,<o pau~o 
f(UC •c pretende a ele• impor. poiR nJo ,.I>IIH'IJh• nn Frnn-
ço. mos em Lodau Europa. scuA lah<Jrt'' •ilo aprt>t•indn:; 
poa· um pllblico ávido de pcnNrur r·om rios owllrnago o li' 
ép()(·us anteriores. Que por vezes c~K<'íl mYJtol•ólngo!< dei-
xem 11 poeira do passado pnr:1 •e lonço1· eon Ulllll polêmi-
co. nJo é tempo pcrtlodo. pois a polt-mica gero as idéias 
e I!'\' O ao ~\ame mais atento do; problcnw~ du1 ido:;u:;: o 
t•ontrudição OJuda a resolvê-los. 'luo a<-usemo~.J><>is. c .. -
~c~ e•pfritos imobili7.ados n'~ cunteonplaçllo do pre!'ente 
ou opc"gado.., a preconceitos paramt'ntadob 1.'0111 o uomc 
rle tradição. fechando os olh~ doantP do~ riqueza!:' f:)(ll· 
mMins do p<t..saclo. e pretencJ,.nclro <IAtNr 11 lounwnidade a 
pnrtir do dia em que ua~cerurn. pois mh •omns Jc.,sa for-
11101 foo<;udo~ a supoir a sua miOtliu c u onoMtrur- lhe~ de 
11111í~ (JCrto o resu ltado de nMM~ i''"lf ui~tl8. 
Mus o tflle dizer de,st•s fanático;. pO'squi~ndo.-es de 
ull(un~ te~ouro~. que não permitem fiLie ~e III<'Xn num 
ulo qui' l'les negligenciaram. cnnRader~ndo n flJ'-;ado 
r·omo uma mal<' ria 11 fCr o.:xplor3tld ntra1 (o, .J,. 11111 onono-
p<lloo. c olt·daranclo em alto e bom ""m •1uc" hum"nida· 
oi•· •ó produ.tno oLr-s boa~ de"" o·oli~ir em certo~ p•·r(n-
,J.,, ho~l<lou '" pm t:l,·s delinutudns: 'l"'" Jlrc>tt'olllt·no or-
r.uu-ur rap(tuln.• mtPit(f'; da fH,to'lria "'" tr.thnlhn, hunon-
uu:-~-. qu•• H' (•ri~Pm C'omo os rf·n~nh·~ cln c ln:·t-,e cJu~ ur-
' 
' 
queólogo~. dizcmlo-l hc~: ··Tnl 1 <:i o é noci\o. não o es-
cavem: ~e IO<'~S o r<·vt!larern. n<lll (h <l!'nunciaremoo a 
seu~ <"ontl'mpor.'ln~os romo c·urruptorcs!"' ihsim eram 
chama<lo~. lu\ pouco:s ::mo,;. 1>• homens que t>as•avam sua 
1·igrha descortinando o~ artes. os rostumt>g. a literatura 
da Idade Médw. Se é'4~es fanático,. dimmufram em m\-
mero. oqut'l!'s <tuc per:.1~tem ~<.'lo :unda mais passionais 
em seu~ atmtuc~. e adotaram umo táiJca bastante hábil 
para impô-1:. à• flt'N•Olls pouco di~posta~ o 1er a fundo 
a~ t·oiso~. Raciocmnm <l•sirn: "" \ ocês estud:.m e preten-
dem fnzer rom <tue 1·onheçamo" Ob ortt":; da Idade \fé. 
1lio. ~~~~im qut'rem no• fozer retornar à Idade !llt>dia c 
excluem o t'olud<> <la AnllflUidudc: •e rcdenno~. hmerá 
rua~morms <'lll<·adu c·rdnbouço <'uma <ól l.l<lc torturas ao 
lado ela sexltl c.imuro. \ <K·<:s nos falam dus trabnlhos dos 
monse~. <JIII' tCIII pois no~< rPccmduzi•· uo rc~ime <los mon-
ge~. 110 <lft imo: fazer-nos rct:uir em um ascetismo encr-
\'ante. \ "orúij 11011 falam do" <'H!!l~los feudais. então não 
go•hun do~t pri n rftlio~ de 89. P ~" nó~; o:~ CilCu lurmos. as 
corvé itlh ,;cdlo re!<t nbc lccidu ~"'. O CJUP h ~ ele nttrúdávc] 
ó que c~<~es fontlli t·o~ (m1t11temn~ 11 pulavm) nos at ribu-
em o epH<•to e.,~lu<it·(). t>Ol'<]LH'. pronl\ehlll!lllc. não e;>.-
clurmo~ o •·~tudo dos artP~ <lu lrlutlc Média e noopenni· 
limos r!'cont<·mlá-l.t. 
Tahc:t no:l P~"l'!llllltclll 'I"'' wln)i"K'3 cs'"'" I(Uel">llii$ 
podtml ter C"Utll o lflulo riE-•~c· <l rt ip>. e n<ls iremo;, diz<?· lu. 
Os orquilrto~. nn Ftun\·a. niic• ,.,. dpllrdm. Já por ,·oll<l do 
lim do prirncrro qunrto d<·•~t• shulo. '" <'>tudlh lit eráriO!; 
soure a lclacll' \lédia 'e tinhmn luuwdo sério~. f' os :~rqui-
I 
teto:< umcln 1 •um 11.1~ uhóbudas gótic•as apenllil ti unitaç<W 
dtrs}lorestas da Cemu7nw (era uma frase tnn~ugrock•) <:na 
ogi111.apenr:h umn OJié' tloml.c. O un·o ogiml rctü•l.itNo é 
.egmentaclo. porl:.nto é doente. c· i••t> (: <':Jtcgórico. As 
ip:~jn~ elo ldaclc M('di,J. <lc·\a~toclas clu r.lnl<· a Rl'voluçiio. 
abandonadas. cnegrecid11.• pelo t~mpo. opoc!Jeddas pdn 
umiclacll'. aprc~rnt:nam !\Omenle a apu...-.neia de grundes 
~mxõc" \'azios. Dar n.s fra5es fúnebres de 1\otzebue. repe-
tidos det>ois dele2• Os interior<·• do~ cdiffcio" gótic-os 
in-pinnam ap ... nct~ o tn~teza (t~~o é fdcil de crer dado o 
estado a que foram rPduJ.iciO!I). As flecha!' diáfanos de,-
tocondo-,t- na lmuno JHV\ oca1 orn frabcs romílnticas: des· 
crev1arn-sc os rcmli/h(l(/os de pedra. ~agulhas ecigidns 
wbre o~ C"ont rnforte~. a~< clcgant~> co luneta~ ngntpadas 
j)tlfil ~u~tcnto 1 "' oll6bados d<' altura ~spalllosa. Essas 
1 
tt>stemunhas dn piedfl(/c (outros diziam do fana tismo) de 
IIO.S>W pc1~ rcfictiom opcnn; uma C:!t>écie de Colado me-
I lade m(~lico. mPlncle h:lrhal'<l. nu rtual o capricho re ina· I \f 
, 1 1 u ~olx:nm!tntent c. lmllil ~ no~ Cblcmlcnno~ ~liU i ~obre 
~ssn confu ~ilo l.mnnl ((UC f>rOI'Ot"O\'O fútia em 1825. e que 
só se encontra no~ lolllclins ele:: jotnub al rusados. De 
2. V1 1 f'ft'l ~•li& t 'lflf tlt' Paru m 18tJ.I. por ~u-.. Ktottt"bu:f (trnd. 00 &it'mJo~ 
)f!(l.,). IU.I u .. lll b. nb• I)JI 41,. ~,_int·U<'ni~ V f ... ~ dc .. pontu nec~ c-arf~ 
tu lo a i'·l··l i ro~ti•J ruea.11\1 ... \'.t ou hNI1 .. tl <~t·.t p.rlu"' H H..:."" edifíciO!:. }'Pa.r-
hr.lo~"'"' ti~'-Y 1•.-·al • .l•h·ulJ·("n (1lat. u .llll •r-) , (..a <~.&ltl ltót p.u.a drnltu 
tb ll"\1fllllh4 aol,ttri-. , ..... ,,.o ll"'tnl•' t ' '"f'\"' ... ~ • al~o~~trr ("(.oUU 111o1.11 f,,f .. 
C(' O 't"lbo (~..,...,I".- h• um ,c-~m M• tufn•'l ~ ~~"' ,J,. ,,.rum tfi.a~.ur.td• •u1 •I~J,.,. fJnd.t c .. HfloCl&nÇ• nll•lgum.as JUt..'-ra~ fJJ.C' 
D<~p. rtr t!...J\OU f'~ ... , .... Mu >24'» t'a.-.u lcJ~~ ~ r\l~nw· 
Ritntr or\fll!l.lt., n\o lo(' dt·\e pl ...... llil~ rlt'lo lltOIDe!nlO .. -
t 
I 
l 
qualfJU<'I' modo. essas frnAe!'. ocas. com a njucla do Mu-
seu do!! Monumentos rrnnc-e~es (' de alsumas c-olc\'ÕCS. 
eorno a dedu Sommerntd. fizeram t:om que vário!' :Jrtis-
ta~ c-omeço~'cmtt examinnrt'om c:uri<>"i d~de esses rema-
nescentes do~ •~eu los de igt~orllneia e de bariJIJrie. Esse 
exame. um tunto superficial " IIm ido no mlcio. provoca-
''a v:lrios e m1111o en~rgicas ud,·erténcias. Era necess-.1-
rio esconder-se para de~<'nltar c~~es monumentos eleva-
dos pelos godOlo. como di7imn al~uns graves per,;ona-
gens. Foi l'nlilo que ltomen~. de modo algum artistas. se 
,·ir.un. a~sim. fom do alcunce da férula acadêmica. e ini-
ciammu <·ampanlw atra1·f', 1le tmbalho,; ba.~tantc nottheis 
paro o tempo em que foram feito~. 
Em 1830. o Sr. \'it~t foi notnPaclo in~petor geral dos 
monumentos hi~lóricos. lsse escri tor refinado 80ubc 
con tribu ir ru•ssa$ 110111~ funçõe~. nilo cvnl gwnrles co-
nltPr imcllhJ8 urqueológkos que uinguém naquele mo-
mento podia po,btt ir. mus eom 11111 .:~plri to de <"tílica e 
rffl aná lise que. o nl e~ ele tudu. fct. penetrar u ltcl tw his-
tória ele no~sus tuttigoll monumento~. Em 18.H. o Sr. 
\'itel endereçou no ministro do in lt>rior um relatório lú-
c ido. melódico. ~oh(c a inspcçilo li qual 5<' linha Jedica-
do nos ci<'portont ~nlos do l'iorl~. CJUC dc$Corlinou de n:-
pente ao~ Pspfrilos e~durecnlo~ l <>~ouros Blé enlão igno-
rados. relatório con~icleradú hojt: c.·omo uma obra-prima 
ne~~e gl'n~:ro Je Cdtudos. PPrlit<'mo, a vennis~ão de ci-
tar alguns de ~eu~ trcd1o": ''Eu H· i (rliz o autor] que aos 
olhoo de muilaJõ J)f>'-011~ que e't'tcem .1 outoridade. é um 
singul:tr paradoxo falàr 5erinmc•n1t• tla <:,;cultura do Ida-
cJ,, ~11'rlia. A c.l tt r- l ltc.•:~ <'l'l'd ito. d~>scle og Antonino~ até 
Francisco I. nlio hm11 c- t'sru ltura tttt Europa. c• o" e~ta­
IUát·ioA foram apenn• pedreiro~ inc·uho~ e 1\r!l'scirM. (.; 
sulic-il'ntc. contudo. lc·t olho~ P um pout·o de hoa-ff. puro 
fater justi..:a o ()IHhr cle•sc preconcetto. p~r:t reconhecer 
que ao ,c >li Ir elo~ ~<-rulo~ de puro barh.lric•. constiluiu-
,e na Idade \1 c:'dio urna grande c bela escola de •·~;Cultu­
ra. hcrd!'tra do~ proc:cdtmento.. c mesmo do e:;lilo da arte 
antir;a. apesar de •cr bem moderna em ,;t>U .,.prrito e em 
seus efeitos e que. como todas a~ e~colas . 1e1e sua~ fa-
~rs e "ua• 1 evolu~·õe,, i~to é ... ua ittfíincia. sun maturi-
dade e Hta dec-adênc-10 ... " 
''( ••• 1 Por i~ro ~ nccc:;~l\rio c·onsider'..trmo-no,; feli· 
zes quando o aca~o 110, foz dl'•c-obrir em um canto bem 
abrigado. e:: unde ol! golpes de martelo uõo puder.nmatin-
gir. lllf(UilS fragme-nto• dc~SR iwh• e nobre e•cuhura.'' 
L como paro C'Omhnter u influencia dessa fraseo-
logia scpull"rnl Pmpreg(td u lJUillldo se !ralava de dcoc:re-
vcr monumcttloo dn lrlodc Média. o Sr. Vitel exprime-se. 
mui:; ,,Ji~tnl <·, 1le~1n fonnnn prup1hito tlil colorn)ãO a pli-
cndn lln t·qui lelut'tt: '·Com cfci lo. recentes 1•iagcns. expe· 
ri<'ndas inconlcstávei~ nno 1wrmilemmais dul' idar. hoje. 
que a Cr~t· i n nnliga lc1•ou lilv longe o gosto pelu cor que 
t•obriu fip pintura• até O l'X lCrior d~ ~PUS cJifrciO:I. P 110 
rntnnto, ba~CI\\I o~ c•m nlgun~ pPdaços tlc.· mórmore dt>5-
colorid(>~. nM~~~~, ic•ntislas. há trt~" •<~cu lo~. nos faziam 
imogínnr 1·•••• :trquilclura fna t• clcsc.·olorido. Fcz-s•· algo 
~Pmelhanh' c·m tc•l<~ç.lo 11 lclnde ~l édiu "ucedeu <pte no 
fim do ~f<·ulo \\ I. f(rac;aq ao prolt'<lantismo. no pedon-
ti~mo. "a muitas oulras cau•u. nOR~n ima~ioação. tor· 
nando-sc a rnda dia mE"no~ I'Í\a. meno• nutural. mais 
lemo por ossim diz.-..r. começamo, a branqu<'ar I'~Ms be-
llll! ir:rejal! pintada.;. tomamos )l:O~Io pelas muralha~ e 
pl'lo' mnl't'enaria:; desguamecida5, e ~,. ainda fossem 
pintadas algumas decoraçõE"s inll'nore3. ;;r riam apenas. 
por tc~., im ti i Ler. miniaturas. l:m,c 1 êl <JUe o fato é Msim 
dcsdl' clurcntos ou lrezento~ nnc)l\. nó~ nos l13bihuuttos a 
conchur que sempre havia sido ele• nwsm<• mo. lo. e que 
Cti~e~ J>Obres monumentos sempr~ fornm 1 isto~ pálido, e 
de~pnjado$ como o são hoje. Mnq "''os ol.scrrorem com 
niPn._-llo. cl(':;cobririio bcth r.cpidamenle alguns trapos de 
sua ~t•lha roup;1gcm: em todo~ o•luf!are~ onde u ewaçilo 
c;camo. cnconLrarão a pinturn pnmi111a ... " 
Para nuccluir seu relatório •ohrt' o• monumentos 
das provfneca6 do Norte vi~ilado~ por c-lc. o Sr. Vitel. ten· 
do "'do pot1iculannenle tocado p('lo "'I)(:Clo imp•'lncutc 
dtts rufnas do custeio de Coucy. ~ndct t'ÇO {10 ministro 
~stP pedido. <1ue hoj" adquire 11111 c•anltcr oportuno dos 
mo is 111ortlazes: 
''Concluindo aqui <l<jui lo que• ~'' rerf'rc.' 11os monu-
lll('ntoo e il 8Un <'Oilservaçào. drixc··mc. ht:nhOI mittÍblro. 
dizer ainda algumas palavras o t•''P<'i l•> dl· um monu-
mento lahez maio surpreen.lt•ntt- c tnats pro>cio>o do que 
todo~ Jqudes que acabo de mc•th'IOtlllr. c t•ujn r~>•lauru­
çilo me proponho t .. ntar. [';a •Ndu.le (- 1111111 rcstuuraçlio 
JXlrà a <Junlnão ~ení neceS"árinn••m peclrn•. nem drncn· 
lo. mu" somente olf!Umas folha. <I•• p•tpcl. Rf'<"Otl<lruirou 
:~nlf'' rf'slituir em seu conjun to,. c•m "''11' m(uimos dl'ta-
lhe·, uma fortaleza da ldadl' J'Mdin. rr•produ1.ir suu Je-
coro'iJo interior e até o seu mobiliánc~; t•m umJ palavra. 
de•·ohcr sua fomcu. •un cor 1'. ~t· uu•n duN. ~ua •·ida 
primitiva. tnl ~ o projelll c1ue mr •eio primt>im à mente 
uu entrar na muralha do clll!tclo de Couc). A• lnrrc:" 
mtcn•a;;. o torreão colossal. parecem. sub c~1·tos aspec-
to~. Nlll~lrurdos ontem. E em ~UM ptlltl's dl'gradadas, 
qunntos vc~tfgio:; de pintura. de e~cu l llltA. de rli5Lribui-
~·õc6 interiores! Quantos documentos p:~rccu imugilltlçiio! 
Quantas indicações para guiá-In cum tertc;.o à descoLcr· 
to do pa,;,ado. bém mcncionn• o. antigo~ planos de du 
Ccrceau Clllc.'. apesar de incorrcto~.podrm t:unhém S<?rtl~ 
grant.lc ajudo!'' 
-Até agora csRe g€nero <le troh.:clho fot aplicado so-
mente aos monumentos da Antigoiduue. Creio que. no 
iimbito du Idat.le Média. podcritl cunduti1 R re~ultados 
ainda mais útei~: pois as indicuçêle~ lendo por lu1sc fa-
lo!\ mais recentes e monumento:! moi>; inteiro~. u que. em 
!(<:ncl . ent se tmtanclo da Antigtt irlncl~ "!!"somente con-
jcC'turns. ~<'torna rio c1ua~e r-erte1n 'luondo se tratus~e du 
ldt1dc Média: c. pot' CXCillplo. •1 re~louroçilo da qual eu 
fulo. con[ronta,la com o cabll'lo ta l romo ~ .. arha hoje. 
Pnconlraria. ouso crer. bem pouco~ tnnt.<tlulo~.'' 
E•sc programa lJo vi• itl,uncnlc lloçado pelo ~lus­
t rc ufllco há trlntn I' quatro nno.~. n.S.. o 'e mos nw.l izado 
hOJt'. nlo sohre o p:tpel. não por desenho.s,Iutudtoo. mas 
uc p<.'<lra. ,1,. matl.·im c de ferro pat.c um r:t:.tPio não me· 
110c> inlct••,•úntc•. t> til' Pierrrfon(l~. \lu i la <'OiM af'onle-
<'PU cle,.cJp o r!'lalório c.lo in8pclor ~cr.cl tlu~ monumento~ 
I 
lu~tórico~ t'lll 1831. muita!> cli~c-t.-qõc~ ~obrc- a nrlt' for11rn 
lf'\'antada~: no entanto as primeira~ s~mentes lan~odas 
pelo ~r. \ 'itet deram frutos. Pionetrumcnl<" o r \ ilel se 
preocupou C'Otn a restauração ~éria de no•~o~ antigos 
monumentos: pioneiramente emiltu I\Obre '''"e tema idéi-
as prtHica>: ptoneiramente fe.t com qu~ a crit ica intervl-
e~~e ne~sa e$J>écie de tmbalhto: a \ia foi uhena. outros 
crflicos. outros cientistas deb1 uçnranl-!;C sobr!' o tema. 
~depois de les. artistas. 
Catorze anos nutis tanle. o mesmo c.critor. sempre 
ligado~ obra que havia começado tilo hem. t>loborova a 
hi~tório d., catf,'(jral de Noyon. e ~ ao$im qu~ n~sse tra-
balho notá\l!l' con..tata\'a a~ etopall percornd.h pelo, ci-
enti~tas e artistas li@:ado• aos mc:~mos estudo~. "Com 
ef~11o. p.u;~ conhecer a história de-umn ortf'. nilo é sufi-
<'if'nte determinar os dh·ersos J>er(od~ que trilhou em 
um d~do lugar. é preciso seguir sua matchaem todos O» 
l ugnre~ o1tde ela se produziu. indicar o• di''Ct:>as formas 
de llll~ se rev.-gtiu sucessivamt>nle-. ~ clttbora r o quadro 
compurutivo de todas essas Jiver.ms foamos. <·onfronlnn-
do niio apt>nas eatla nação. mn$ l'Uda prol'fnc-in de um 
111c~mo pais ... É par-J esse cluplo ol>jctivo. é para esse 
espfrilu <Jlle foram d irigidab tJUa~c toda~ o. pesquisas 
reali~adRs há \in te anos entre n(),; ~obre o ttmn do> mo· 
numento~ da Idade Média. Jó no romcço tio ~éculo. al-
gun~ dentistas da lnglaterTa c c.lu \!!'manha no> tinham 
. 1. \ ,., .1 410t'fllerllplu~ olc ~~~!lU' Jr \pt,(' fJu,.u• d"" .\'v'• -t. ,.,.to :'-r 1 \·~·i': 
f' IMI l>"ntf'l Ran~t-. 181~ 
d,ulo o exemplo 3lta,és de ensaio' •'~Jlt'rialnwnte upli-
cadu• ao• <'di((cios dt"""" dois p:~f~l'~. :)""" trabalho$ 
mal dtt>garam à I· rança. e partrculurm<'nlt• na ~omtan­
d!a. e suscitaram urna \·ha emulação \n Alsácia. na 
Lorena. no Languecloc. em Peitou. t>m todo, tu. ri<>So;Ob 
pro\•fncias. o ornor por eoseo ti]>o" ele e~tutlot- "e propa-
gou rapidamente c agora. em todo~ O!' lugnn's se traba-
lham. em tocla a parte se buMtom. se pn•pnrum. ~e reú-
rr CIII 1110te•·ia is. A moda, que se e~pnlhu e se mis tur11 com 
as coisa;; novas. com muita freqtlência pura o,; ~stragar. 
infelizmente n~o respeitou essa ciência na~rente e tal-
lll:t tenha comprometido. tlm pouco. seu• progressos. As 
J>e~son$ do mundo têm pre;,.a de u~ufruir: rwdiram mé-
todos expeditos para aprender u utnbuir. a cada monu-
mento que ,;am. sua data. Em compensnç1io. algun" es-
turlio~os. le\·arlos por eKcesso de zelo. cafrom num dog· 
mutiHmo de»pro,·ido de pr0\'11$ e t'oberto de as~rçõcs ca-
t('góricas. me• o de tomar incr~dulo~ dqucl c~ que Fe pre-
tende conl't'11er. M.as apeear dr,s<'s oh~tdcu l os. inerenleô 
u totln tcnhtliva no,·a. os verdadei ros trohulhodorcs con-
ti nuorn a •ua obra com paciência e modt>rnçilo. As \ er-
dades lundarncntais são ltdqu i rirla~;: n ('iilncio existe, Ira-
Ia-M• :~pt>1ws de con.wlidá-ln c de t·~to:ndê-h•. <llllflliandr> 
nlgumn~ noções ainda cerccuJus. o.;oncluindo algum1111 
dcmon,trações incompletas. Rt>~to muito o fa1.er. nllb O:> 
re~ultadn< ohtidos -.ão tamanho~ IJUt' com tcr1cza n oh-
jf>li\·o d,.,,. ~t·r. um dia. Jcfinlhvnnwnl<• nkançatln"' . 
t 
~ . 
,y 
De, erramos citar a maior parte ~~~~~e texto para 
mostror ''quanto o Aeu autor foi pioneiro no estudo e na 
~ )!~preciaçiio f[c.,sus arte~ ~la Idade Média. c como 11 luz 
se fez em meio ru. Ire'~~ prop3f\adas ao ~eu redor. Diz o 
Sr. \'itt>l após ler mo-Irado clanunt•nlr que " n!VJuil"-
turOJ doquelcs tempo' é uma nrle completa. tendo Mlll$ 
leis nov113 e ~ua ral.ilo: "(.;por nitt1 hav.-r 11berto os o lhos. 
' que toclns essas verdades süo Lrlltoda.s como qujmcras c 
que ~~~ J>f'SSoas ill" fecham em uma incredulidatl<' de'-
denho~a•·.;_ 
O Sr. \ 'itet tinl1o então abandonado a inspcr;ilo ge-
ra l do~ monumentos histórico!!: e~~lls funções. dc>s!lc 
1835. hn,·iam ~ido confiadas a wn do., espfritos mais 
t'lllinentes de noi!~a éJ)()Ca. ao Sr. \lérimée. 
I· oi com c~se~ doi~ J>adrinho~ CJUC se formou um 
primei1·o mkleo cle orti ~ta.~ jovcll!l. dcsPjows de penei rnt· 
no conhecimento Intimo dessas mie, Cott~ecida.<: foi sob 
suu iMpiração oáb1a. ~Pmpre ~ubmelida u uma crflica 
St'\'et<t. que foram empreendidas n.·.tauruçõe5. de tnfcio 
com lllllll grande rfll'fl'\'tl. logo em R1•guidn c.:om moi~ l)U-
.-adia c de ma.ucira mui~ abrangente. De 1835 11 18-18. o 
St. \'itcl presidiu " Comi~são do.-- \lunumento• Históri-
cos. e durante cose P"rfodo um tçrundt' rnlmcro de ediff-
dus du A ntigUidatle Homnna c ela ldudt> ~l édia. nu Fran-
ça. fo1 (1111 e~ludodos . bem como ll l'eocn ados da rulnll. 
IJe\1'-FC dizer qu<' o programu dto uma rc~lauração Na 
então ulgo totalmente no, o. Com ..feito. !1<'01 n•cncwnar 
5. IJ~n~. I'· 1-..i . 
~~~ rP~tnurações f1'1tns nos século~ prececl~ntf'• I' C'J"" 
erurn npenas substi tui..,ões, já S(' tinl111, rle8tlt• u c·unH•ç•l 
do ~~culo. tentocln clar uma itlt: ia do" arlt·~ .nlll'ttnto'' 
·•lra\t'S de compu-.ções p3l!Savdmo•ntt• fonla•in ••· mCUt 
<JUC IÍnham a Jllt"h'll'Jô de r<"pr"Khuir f"'lMna!\ iU\hj§ü.!" Q 
Sr. l..<·noir. no Mwwu dos MonunwnloM Frnn<'<''c~. fomm-
tlo por ele. tentou reunir todos o' fmgmcuto~ ~uh·o~ 1l11 
de•lnrição em uma ordem cronoló~icn t\las t' prN'i"o di-
zer que a imogina.,.llo do célebre eon~en-ador mten·eio 
nt'h~C trabalho mais do que o ~oh<'r e a critica. Oe,se 
modo. por exemplo. o túmulo de ll(• lofsa e de t\helordo. 
hoje transferido puru" celtlitériu o lo Leste. foi c•on1posto 
rle an:aduras e r·olunelas provenrt'nles das na' t'i luterais 
da rgr<'ja abartal rle S:tint-DI"nis. <11' baixos-rclc,os pro-
veniente:> do:; lt1mulu~ dt: FeliJW c• clr Lufs. im11io e filho 
de Silo Llt(s. d<' IIIO~I.'nrões provl"nientes tl<1 c<tpcla da 
\ irgem de s~int-Gcrmain de~ Pré>~. e de duao estátuas 
do começo do ,éculo XIV. 0<'•"<' modo. as C'~ttllua~ de 
CariM \· e de Jouna de Bourbon. proveniente:; du túmulo 
de ~aint-Dcni~. fonun col<>Cudog :;obre marc·cn111 in. tio 
'<·l.'u lo X\'1 nrranrncla.~ da cnpl"ln elo castelo tlt> <:aillou • 
c cnrtmadns por umn eclfcula do fim elo século 'dll: ttue 
a "ala tlita do hC:ntlo XI\' fui clt·l·otoda com 11111<1 ~rrnrin 
pro\ ctlicnlc do o•lt•mcnlo de ,;t·pnr.•Çil!l dn t'OI'O clu S.oiuto> 
Lhapl"il<' e~~~ e~ltllna• elo s.Sruln XIII ado~sac i J~ •lll< t>i-
larP~ do me•rnn •·•lifkio: qut• J••r f.1illl c(t' um I Jlf~ I X c· 
ele uma \lar~.uitl., olc• Pro' 1'11\'•'· ,,. ,.,t.nua• dt· < .~riu,\ 
t• dt· Joonn ,[, lluu1 lw•n. qui' nnt•·~ lic•o·or-.\\ nm o J~lllul elo, 
Cc•lc~t ino•. <'111 l'tll'!'. fornru ln•ti1.1Hio• •·on1 o 11"""' tlu 
' 
d6 • Eu,..~·l_u~: [_,utnanud \·io!J~I-f,. l )ut" 
santo rei ~rifO sua mulht>r-6. \IJ~ tenrlo sido o Mu~~~~ dos 
\1onumcnto~ France,.es cJe,trufdo em 18l6. a c-onfusão 
só aumentflu ~ntre tnnt<:>s monum('ntos. tmnsferidos. em 
sua maior pnrtc. para Saint-Deni~. 
p,.J., vontade do Ílnp<'rt>dot Napoleão I. qu< em tudo 
estava à frente de Eeu tempo. ,. que compreenclr3 n im-
portãn<'ia da~ restaurRçOO,. "'"a igreja de arnt-Dt-nrs 
estava de~linada não $Otncntr n ~en·ir de sepultura à 
nova dinastin. mas l:tmb!'m u on•r~ccr urn tipo de lllliOs-
tra dos progrcs>'<ls da arte do ~écr r lo> XTH no XVIuu ~'r lln­
ç.a. O imperador destinou fu ndos para c.ssa re,tauru\·Ao: 
mas o efeito t·orrespondeu tão pouc-o às suas a.•prrnções 
desde Ob Jlrimerros trabalhos . que o arquiteto cntilo f'n-
C'arregarlo du direção da obra 11•,-e que ngüento r rcpn· 
mendas muito 1 (vidas por pnrto do soherauo que for afe-
tado a ponto, dizem. de morrer de w·rependimcnto. 
~-.s,,,. infdit igrej:t de Saint-Deni» foi como Q ~·adá­
\'er sobre o qunl os primeiro~ artr~ta>'. que elllr.n·ant lld 
1 ia da,. r~oluuraçoes . pr·atrcamrn. Durunte trinta uno' 
wfreu todn~ as nrutilações po<•(vf'is. de moda qun ··~tun­
do a sua sol i ti<'' comprometirfn. lil'J>Ois de rlespc~aN con· 
siderávei. c depois de modificnd.ts a• sua~ di,po~içãf', 
antigas. e e>stnn<lo todos os ~eu, bdos tnouwuenlo• ~ub­
\'ertido;., te• l'·~c de ce~s"r e~"' t'U!<tO>-a experit'ncin c 
re tomar au progrnnw relativo h lt"~tuuração PStulx·lcri-
do pela Comissão dos \1onurnl' ntos H isl6rico~. 
6 E!Ja ,.J,.tih:iç.lo !(,.i • r.au-..~. •!I"'~ fhC..o . • ! .. fJJ-"-'-e to.Jo,. 1,.. ~nl ll'l 
oa r-~ .th.,..• C'Dt.,)tfi'"J .. I"' M ,.,..,,.v"'•' N l("t ~w·~!:""-' tl 1,. .. • 
Sltt LAílf• ,J mJtcan ,s,.. r .. ui(\oc.. \'. 
[ I 
~ 
€ tetnJ)O df'l''l'hcar esse pro~ram.1. -··~uíolu hoJI' na 
Tnglotrrm e na Alem<~nha.!juc n~ lull'iam nnh·t·rdítlo 11.1 
'' ia das estutllls teóricos dos arte~ antign•. nc·c•rto nn ltd· 
Üa e na E~panhn. qui' pre tendem. por sua VC'7, rntrndu-
zir tt <"rltico na conser\'rtçlio de ~l·us velho.., mnnum••ulo.;..E-~e pro,-ama. ante~ dt• mais nndn . • ulmrh• por 
prindpio ljUC (',lr]a edrfkro ou t·atla parte tlt• um o•clrffcio 
de1·am ~er r,•,taurados no estilo que lhes p1'rtl'l11'<'. niio 
somr-nll' como upurê ncia. mno NJnlfl e•tr1rtur-a. :'nu ]lOU-
cos o~ erl ifrcios que. durtm te o Idade Médin ~trlm·nrdo. 
foram eon~t nrfdo;: de uma ~6 1ez. ou. se nssim o fomm. 
que ni!u h:nharn sofrido modrlic11~ões nouhds. >cja atra-
vés de ncré~cimos. lran~formnções ou muduru;o• pJr-
cia is, t. . portan to. essencial. antPs de qua lquer lr.Jbalho 
de rrparnçno. constatar CXtlhtmt•nte a idarlt> e o curálcr 
de cadn p1mc. com!)Or umn <'•pécit> de relatório rc,.pal-
dado por documentos •eguro •• ~cja por uorn, ~•critas. 
~ejn por le• :In tomento:; gnl{i<'o~. -\demais. nu ~ runç.t. 
cada ptovfucia f>O'i-'ui um estilo que lhe é próprio. uma 
cs<:ola d11 qua l é necessário couhcccr os )'rincfpio• ~os 
meios práticl)S. lrúormaçõr:; tnmudas sobre um monu-
mento do llc-dc-Franr<' niio podem. pois. »cn ir pnr·a res-
taurnr um edtffcio da Chump.mh,, ou da Horgonha. Es-
~"-' diferen~al! de c:;cola "ub,i,tem prolongndnmente: s.'!o 
marc~ttha. l'Oufornrt' uma lt> r que não c! uiJ~erv.uha tiP 
modo r<·gulor. '\ ,;sim. par exemplo. "c a anc do A~t·ulo 
X 1\ da "'m·ni.IIUiia séqu1111a ~•' aproxima bastanlt! cbquc-
la da llt•·tlc• Jornuc.- da nw,mn l'pora. o rcna><·ínwnto 
nonnanrln. t•m rontrapartid.r. difere c•~"n<'ialmfntt do 
•·cna.~<'lm~nto cie Paris e de ~f'us arredor~•. Em al~umas 
pro~fncia~ meridionais. a arqu•teturn ciita gótica não foi 
mai11 do que wna importaçilo; dc«a fom1n um ,.,Jiffcio 
'ótic-o dt" Clermont. por exempln.t)()(ll' ter .... reto cl!' uma 
~ ... c:nlu c. na mesmut época. urn ~c~i((<'Ío ele Carc..·a.ssone. 
de uma ou tra. O arquiteto cncarrc>gado dt" umn ,...,.laura-
çilo devt>. pob. conhe<'er exutonwnte não &omrnte os ti-
JI(JM rt{crentes a cnda perfodo tia orl e. rnM tumbém os 1,, 
1 
est i lo~ pertenc~l'ltCs H cada esl"oln. N1io é apeno• du ran·· 1 
te •• Idade .\lédin CJUe essas difercnçM .. no obs~n•ndns: 0 
nH'diii!J rcnõmeno nparece n(>S monwnrntos tln An tigUi-
dndt' Grl'ga <' Romana. Os monumento~ romanos da épo-
t•a antonina que cobrem o sul da FrJII\'8 diferem sob 
muit<>s aspectos dos monumentoM dt' Homa da mt'lillla 
<'poca. O romano das costas orit'nh11s do Adriático não 
pode st'r ronfundido com o romano do hálm central. da 
Provinda ou d;~ Síria. 
\1:h pün• no, atem1os aqui li hlndc \ lédin. ns difi-
cul!ludl'K 1111 a<·nnmlam em prest'n<·a da I'P~hllll'llt.-ilo. Em 
gt•mlvN monumentos l)u pnrtcs d!l monumcnl(>8 de uma 
t:erlu época e de uma certa esrola lor~m 1cparados rl t· 
vcrt~as verPs. e isso por artistas IJU(' niln p~rtcnciam il. 
prul'lnci" ow.lc foi con.~t n~rdo o cdiffcio. Dar n• clilicttl-
tlnrll"< c on,idcrá,eis. Em se tratando c.le reKtaumr as par-
te~ pnmltl\'lll'\ e as portes modilic:~rl.l~. d('\ e-~e nlo lt'-
\'ar em conta us últimas c regt:lhele<'er n unidade de e•-
tilo nltetndo. ou reprodur.ir t'Xalamt·ntc o todo com as 
modifi<'llÇÕI'A [».!teriores? f; <'nlilo que aaduç:lo absolu-
ta deu"' tio, dois partidos pode ofcrrrf'r pl'rigol>. c que 
• 
• 
é fl('<'c'l'osário. ao contr.1rio. oiio se :11hni1indn •wnhum do5 
do•~ prindpios de uma maneiro nh«1lutu. •IJUI (•m rat.Jn ~· 
da" cin·un~Uincia> p.1r11t-ularl's. Quai~ .lu<''"·" c·in·un•· ~IV tlrKÍil~ p~rticulares·~ \'ão poclerfamo, incltl'OJ tntJn,.; 'f'~J' 
Aufirtt>nte a<~inolar algumas entre· <L-1 ma•~ uuportantcs. 
a fim ele ressalto r o Indo crftico tio lmholho. '\ntc~ de 
mai~ nada. antes de ser or((Ue6lol\o. o Utt(uilcto cncorrc-
gndo de uma rcslauração deH· ser um t·on<ll utor htihil e 
t•XpNimentado. não somente elo ponto d(• visto gcrnl. mas 
du ponto de vista J>M1ÍI"ular: io;to é. tle''" C'OIIh <'C'I'I'<l>< pro-
t·rdnuentos de consln~çi'lo admit i do~ ntl~ dift"rcutes é po-
r as de no-~a a11e e na~ <li"cl":ts e•cola~. E~~~ pi'O<'edi-
mcntos de construção têm um '·alor r,.lallvo c nem todo~ 
~;io igunlmcnte hons. Algun' tiH•ram até lll('~mo de ;;cr 
ahundnnados poRJUc eram defe1tuo"''~· A<•im. por e;cem-
plo. tal t>difCcio COibtruCdo no ~éculo \11. c que não ti-
nha t·ulha> sob o escomuento do• telhudo,. le\t! de ~er 
redtuun:ado no século XW P munido de ralhU!! (OnJ e•~;o­
tRIJIPnto comi.Jinado. Estando todo o cormunc:nto em mau 
r~l ndo. é pl'e<.'iso refar.8-lo pot i!ltPiro. Sup1ÍIIl ll'-se-ilo as 
c11lhas do ;;éculo Xlll pura resltliJc lc•rrr <I antigo çornija 
do ~j<('u)o xn. da C(Uill •e CllCOIIIfAI'imn. adcm!I Í~. OS elc-
lllCilto~? Cloro que n~o; devt>•8e restubclt><'er a ~otnija 
rom c <Ilha do 'éculo :X1n. cort.'"" unc.lo-llw a fornl<l <1<'~-
•a c'po!'a. uma ve1 que não ,.., potiC'na l!ll('tlntrar uma 
rnrnija com «Ilha tio ~éculu XII. f' qu~ c tnlwlf't't'r uma 
imaf!:Ínári.•. c-om a preten~llo de dur a t•la o c<~ráh'r tlu 
tlrqltilC'tur.t tlnc1ucl.1 épol"ll. :<f'ria futN um onucrunl~mo 
d~ pedra. Oul111 t>:ccmplu: M nhóhacla~ tlc· uma nu' c do 
lOé~ulo XIL por conseqill'ncw tle um aricl(•flt<' •{Udltjuer. 
fmam parc•olml'nle destrufda~ e rcfeilll~ maiA tarde. não 
com sua fonna pnmeira, mas de orordo rom o modo en· 
til o adm111do. Es~as último>' abóbada~. por <uo \ t"Z. amea-
çam ruir: é preciso reconln1i-hh. !=: preci~o rt>,.t<~l><>l,.,-1'. 
lo~ rm >ua fomut posterior. ou n·,tobcleccr as olx\badas 
primi tl\as'! Sim. poi~ niio há nenhumu \'OiltJgcm em se 
fuzer dt> out ro modo. e há qut ~f' consicl~ror IColituir ao 
edifrc::io u sua unidade. Não ~c troltl uqu i. cOIIl t) no caso 
P• •·cedcnle. de conservar uma melhllrio oc•·escentada a 
um ~i~l<'ma defei tuo~o. mas de considerar <fUC a restau-
fll\'llo po~terior foi feita sem ('rrtico. "'guindo o método 
:tplannlu até nosso sé•·ulo. e que C'On~ist ia. em tod:t re-
con<tmçilo ou restauração de um eclaf(cio. ~~~~ adotar as l ' 
formas adnutida~ no tempo pw•<'ntc: nó, pro<:t'demos 
<t'gumlo um princípio oposto. quP C'OIJ,I~lc cru re~taurar 
cutl<~ Pdifrcio nu cstjlo que lhe é próprio. Mab e~sas 
nb6b.tdu~. de cardter all1cio às prim<'i~<~s c lfUe tle\ em >Cr 
rcconstmfda;o. sJu nola1·elmenh.: lwlu.•. 1-'Msil?ili tntuon a 
criu~·~tJ de Janelas ! UarneciclnR de I.JdoK v itrni~. <:foram 
combinndas de modo a se ordenar com todo um si~tema 
tlc <:unstrução exterior de grnndc Y~Jiur. l.le~trnia·-b~-á 
tudo i~o~o paro se ler a Mti~ftt~ão de r~~tllb<'l cu~r tt na1·e 
priamh1'3 em ~ua pureza't Guarcler-~e-ilo ~'"M janela> 
t'm um dcpó•ito? Deixar-&e-ão. st>m ra7.llo de tlcr. os con-
trafortes e os arcobotanteR <"XIl'aiuac~ <fUC não teriam 
nada mai~ u sustentar? Não. claro. \ f-~e. po1s. tjUt! o;; 
prinrípios absoluto~ ne••as maténa• pod<'m C'onduúr ao 
ab~urdo. 
Trata-se de sub•tituir pnrt<'s1 clt· pal,11c• ••ulndn~ de 
uma sala. o,. <fUnis fomm danificado, •uh u •·nrgo. pois 
o, matt'riai~ emprel(ado, slio fráJI,<'IM dt•IIIJI~ t' ll• fi.1•ln., 
de-lgada• demais. Em \árias <'pocas, .al~mh tlt'"'"' plln-
tca fuuuu recuperado .... C' ll cleti for,lm dmhu ,.,.,.\·ÕC.-\ tfUC 
n~o ~uo d~ modo algum aquela~ 1r.1ç:uln~ prinulllurnen-
te. f)"" e remos. uo refuz,.,· ess,., pi I o re~ cn1 c~tado novo. 
~:opiM e~•as secções alterada;; e llllllller 11s ••hurus das 
fiutlu~ un tigos. que são frágeis dcnwis? \ ilo: reproduzi-
remo~ para todos O$ pilnres a st·r..-~o primitll'a. e •ls ele-
vnremo~ em granel<!, blocos parn prevenir u r~to1110 dos 
ac-idt>ntes <JUC são a •·au~a d~ no••a operação. \la_~ nl-
guns tles~e> pilares ti1eram sua 'erçiio modificada em 
t·onsetjllêncin de um projeto de mudança que se quis 
ft~~.l.'r no monumento: mudança que. do ponto de' ista do 
vrogres:;o da arte. é de suma import~nria. a~,;im como 
ocorreu. por exemplo. na 'iotrt'·Damt' de Pans no sécu-
lo XIV. Ao substi tuir as sun' purll,_, tlc-~tn•iremoij tssc 
t ra~o tão in tcrcssoute de um projeto CfUc nuo foi inteirn-
menle ex~cutado. ma~ <Juc denotaM tend<;, rias de uma 
escoln? 'l ão: nós o.;; reproduziremos em suo fonnll mo-
dificada. poisessJ• modifiC'ot;õP• pod('m c~clan·t'f'l' um 
pontD dll história du ru1e. Em um e•lifft•io •In •t'rulo Àill. 
cujo c~roamPnto das ~··tuls S<: fatill pnr la<·ramtLi•. como 
:. :\o onp.aaj 1, 1,,.,../u '" Cbii.J·Wt.rn. t•n•·nlaur t, •r ,,. ttlf'l .. l~U • m ~ 
f rl~tuit ,.,4 mrh•o-. ,,,..,.f"ivnv!a. .t..t u•• 'vlt.~t&a., I Jlat UU pil.'"t'-k-. ,.~111 
.Uf1rnlt ... pM1r• r'I'O 1.,.-xn c.;!!l-1~ J\u-ol i•'IO. a• f tllf'J ••tm.t .f,.,. f'J(" 
ll:('JS1~ ... I ..-r ty( tJf)lo"rall "f. t"f1UU •u•ff' l 1° I J,n r r111 t1 ti J ... I.J~ fta.hl 14' f-
J. r tub .. lh lll ._., J~.l' •Lamf'H"Acll (~ cl.t T.). 
na cateclral de Chartrl'•. por c·xl'mplo. nC'hou-s~ <Jue Fe 
de~io. pnrn mr lho1' regu lor <'•Nf' escoomento, a<'n·scen-
tar. d urante o século XV. ,;á ll)lllas aos <'UililÍ~. Es~M 
gárgu iM t·~tào <'rtl mau c•tndo. lo III'CCssáriCl ~uhMilu i -ln;;. 
ColO<'.tHI'IllO< ('111 ~eu lugar . • ob o pretexto de un1dade. 
gárgula~ do ~éculo X[[l? \Jo: po1s deslruirfamo. a!sim 
os lru~o' dt· uma di~po~i~ilo primith3 intcrt>l'•:tntl'. ln-
sistircmo~. oo cuntrário. ua n•:.tunrJção posterior. man· 
tendo seu estilo. 
&:ntre os con trafort e~ de uma na1 e. foram ll('l"!'sccn-
tada~. o•xtcmfl<lraneamentc. capt>lat-. As paredn ...,J, a.• 
janelas df'-.a~ capelas e o.. pé.-dtreitos das aberturas 
não ~e une111 de fonna a lgumn t·on• os contraforleb mais 
antigos e IJcm dcnotGm que t·osos construçõe• foram 
acrescentadas posle rionnl!nte. I~ necessário reconstruir 
os J>M<Imcnto:! c\leriorcs Jc::~sch L'Ontraforlc~ que foram 
corroído~ pelo tempo e as pnrtf',; ~uperiores da• :~h .. rtu -
rili! Jas cupelu •. Dcvcrcmo:! unir c....,ru; dlW!! corHruçõcs 
de época' clifl'l'<'ntes que. no mc~mo tempo. reFtaummos? 
N5o: conservaro>mos cu i clado~nmente o apurelhmnento 
distinto dn~ Lluas parte,, as clc-~r\lntinuidades. « fim de 
pod~r •cmpte reronhec.-r que a~ <"apelas foramltc·re"<'f'n· 
tada~ (Xhtcrionncntc entre o• contraforte•. 
Do mesmo modo. nas partes C'8condidll8 dos c•diii-
cio..'l . d('\'trrmo~ re$pe itnr l'~crtlpulosamente toclo~ ostra-
I ços CJUC podem servi r pa ra constutar a~ adjun~·õcs. "" 
modifico.çlles o.las disp(l;içõ('~ ptimith·as. 
Exi,t<'m alguma.• C'lltl'dl.l" n~ Frano;n. entrt> aque-
las refeito~~ no fim Jo século Àll. que não tinluun trau-
~epto. f: o t•a-.o. por exemplo. das cakclrai~ .J,. 'X•n,. ele 
~leuux. de- ~·nl i s. 1\o• século, '\ I\ "''\ \ . fur.uu IH'tt'l'· 
co>ntndos lrun~cplos h~ 11.1\es. tomando·•<' clui• tio• &PU~ 
tramos '· Et.<sa., modifi,·açõc:H foram fe il;" f'HIIl muwr CHI 
menor habi lidade: m<~s. para um olhar treinado. olt· i ~am 
sub.si~lir tra~o~ das di'J"I~ições primitÍ\JR. f o·m <',1"0' 
~emelbantes <fUt' o re•launulor de\ e st'r <'~t·rupu(u,o ao 
excesso. c CJU C eleve. antes. flllcr sohres~:ur o:; I ruços 
dessa~ wodificações. em I'C~ de dissimul~-lo~. 
Ma~. se for o caso tle rt'fuzer em estado novo por· 
ções do monumento da• qua is nilo re::lta traljo algum. seja 
por necc;~,.irlndes de construção. seja paro ~:un1pletar 
uma obra mutilada. cntllo o .tttJuitetv encnrreguJo de 
uma re~tuuJ.tçllo tleve 1mbuir·>'<' bcnt do c>tilo prót>ri(l ao 
mouunwnto ruja rcsl.•uraçao lhe é confiaclu. Tt~l pinácu-
lo do 'éculo XHL copiado de um cc.lifCcio da me!<ma épo-
ca. fonnaril uma mancha se o transportanno• para um 
outro. Tnl perfil retirado cl~ um t'tliflciu pe<jueno destoa-
rá se for oplicudo a um f(r,ut(lo·. Alt'm do mui,,(: um C'rro 
grosscir<l <' lf'r que um momhto ela arquitetura da Idade 
Mé,Jia pode bCf num~>ntadu ou tliminufdo impuncm<'nte. 
Nf's~ nr<Jllitclurn. cada mcmhm está na esco la do mo· 
utunculc> para o qual fo1 compo~lo. Mudor c••a e~clllll (: 
tomar.,.,, .. membro chsfomw. F. so6rc t'><S<' "~"unto c·lta-
maremos n ntl'n~·iío <JU e a muim· pa t1e tios lllonnnwlltos 
góticus qu•· ~iln t•oustrufdo~ IIO\'O~ hoje. r<·pt<'H iw:•·m. <'111 
8 7\u c.-1~1Ml ,,,,._.(,. '"' ,rja_ rlrro(•r'll et •'"' JU'"I"'I'Jif,.!-1 f'l-111" •t~•J"lf'' ,. ,j ... 
•mio Jlfll'li 'I~" ,1,. uma • oca._.N\JQ.. (,otou-~ pd••l..sl.nut lt.,6CJ ru ma 
d.lç.lo l ' J. I I 
\ 
J, 
g<"r~l. l'rn uma outra escala. cdifrcios conhccidr~>. l:ma 
igreJa ~erá a réplica e m miniatura da 1'8tl'<l ral ~~~ Char· 
trc-. outra. da igrt'ja aint-Ouen rle Houen. t partar de 
u111 prin<'fpio oposto àquele qn<'. com tanta ratão. o• mes-
lrc• do~ rd .. dc )1édio. admitiam. \•la• ~,. t .... , ,, .. r .. ito~ ~Q 
chocwates uo~ ediffcios l'l0\'0~ c tir~m llt'le" todo •·alor. 
•' lro 8JO nronst r'llOSOS quando "' tra ta <Jc rcstaura~ões. 
Cu do monumento da Idade Médaa tem s ua c~caln r·clali-
' ~' cro corrjunto, embora es.&o cscnlu •·~tcj11 ~ompre sub-
llll'tida à dimensão do homem. J)~vt'-~C J>Orlanlo pensar· 
dum. H'7~~ 11uando se trata de c-ompl<'tar ptu'tt>s fa lt an tes 
d1' um t>daffcao da Idade ~lédia e <'>lar ha•lllnte iml>ufdo 
dta ~'~'a lu admitida pelo conitrutor pnrnith·o. 
\a~ rc~t8llfl1Çõe5. há 111110 ('onrliç3o domin:mte que 
~e deH~ ter sempre em mente. ta de ~uO..tituir IO<la par-
te retirada ~Wmcntc por muteriai, mdhon.-, ~· por meios 
um i~ cfir•a7t'5 ou nmis perfeitos. f: nec~-1~ári o que u cdi-
f(rio re~làurado tenha no futuru. •·m I:OihCtiU~nda da 
OJ>crar;il<l i\ (JIIal foi ~ulmretido. urna fr11i~llo rnui~ longa 
dn ((11 1! n já dec.on·ida. Não se podl' ncppr· que tvJu tra-
htalho tlc t·estalara~·ilo é um~ pr•wn hn•t:ml~> rlu r·a para 
llllt(r eunslruçilo. Os andaime~. o~ r•ll'io~. nquilo que é 
nr('~••i!rio arrancar. us c"tnu;õc>< paaca.;i~ du llh c:n~rid. 
rau~am na obra ahalos que às \ezcs dttcmrinararu ad-
dcntc,; muito gra,·es. f:. poi<. pnad<"ntl' ron•ider:~r que 
todn ron~tnrção ahandonad!l J><!r<lcu certa parte de :.uu 
força. em costs<.'{jUi!ncia dc~;St'• nhalo>. <'que do•\Pr,.mo~ 
bUprir c~,:l dinúnuiçilrl cito for~ a peln potl"nria tia< par-
li'" 110\'a•. por aperfeiçosmenh» no • i ~lt'lllll C>trutural. 
por arnam\WS ba~tantc cou•cirrl<'io<n~. por r<'•r•ti'rwin« 
mnaor,.,. lmitil dizer 'I"" a l'..colha '''" muto•11ui• rnflui 
crn ~:mndc parte nos trabalhos''" rc<t:tul.l\'11•>. ~1uitos 
(•tliffcin~ ~orncntc t-,tão ameaçado• do· ruir JH·Iu fntl(lll· 
dml<' ou qualirinde mf'tlrocre do, rn<Ht•ri:ah t•mpn·~·"'"'· 
Toda pedra a ser retirada deve. poi,, &e r sul~ti l11fc l n por 
um à [ll.'dm (fi: qualidade supêri o r. 'r <X lo ~i~l •· run ti•• f(lillll-
po:-~ suprimido •11'\'c ser substt lu ftlo por urnn nm/IIT•IÇiío 
contfnua posta no lugar oc11pnuo por es~P~ ~rompo.~: pois 
uiio tW poderiam modificar ns concla~·il<'~ tle cquilfbl'io de 
11111 monumento que tem de seis a sc:tc sê<'ll los ele exis· 
tência ot'rn correr risco;;. As ron~tnaç<>e•. tU<<im como os 
indrvfduu~. adquirem maneiru" de• ~cr com a~ quois "e 
dc\e contar. Têm (oU><~ndo->c a~~im ~o: t•xprimir) ~eu 
tt'mperamento. que de\ e ser e•tudutlo e bem c:onhceido 
ante~ de se empreender um lrntamo:nto lCI(lllat. A natu-
tcZ.l dos materiais. a qualidade da• argam.l,~a>. o •olo. 
o ~í ~l!'mu gerul da estruturtl 1-'"r j>Orrto:. de Uf>OlO v!'rli-
e.r í~ ou pot uni!W• lwrüontai~. o fW~o P n maior ou me-
IIOr ronrrcçiio das abóbadas.'' rnnior ou nrt~nor clu~ti.,;i­
ll,rdc do ah~;narila. coust ituem ternprrnnr<'nlo~ diferente:<. 
l~rn um cdifrci<> <'111 ([111' o~ ponto~ de RJlOIO \Nticai~ es-
tilo bastante enrijecido~ po.- •·ulnna~ crn l'nntrn·IPito'', 
como no Hol'l\onha. por excmplu. "' cothtruçõ•·, ~.- t•om-
fJ. \,, toCI-=11 aJ tYZJt,-. wp. q-un.!o .t ,_..dra I C'"'ólor'~ tko nw .. l • 1 r r.ru• 
lutc..t .-twat• "'!•· •'St'rtUDt\!ó C' .. l t'Jam ru \f"l1.,; •' r-tn "'/. l"" ru l:r"i· 
'' dal UlrtJ~'ot ,., rJ.·k1: na poti~Al•"-' "f•Hrt I' Jlll •llf"IOO ·r» •S.• JairJ 
~ .. ,., H1tr,., \ .t.f,., \,~o~uc"'u /Jt<h r•'r41Ut 1'1olt\(•"' ('o.•rtw~.,,~. I'AN•. 
(: lmi~'T• 'ti (~ ti,. l J 
I 
por1urilo <if' um 1111)UO totahuentl' difer<'nte do q111' t-m um 
ccl ifkio dn Normamli<' ou dn Pi <'HI"tliu. em qu<' toda u cs-
tmturo é feita com p.-quenus fi nda~ na direção tio 1cio 
natural.Os meios de rccupera~llo. de esconunt·nto que 
~rtlo hem sucedidot< num ca,o. •·ausllJ'I!o aciol<'nh:.• nu 
ou tro. S~ é possrvei l"ei"U(>emr impunemente. f)<lr pa11e•. 
um pila r com 1~0SlfJ inteiramente ele p<.-quenos aa!lt'n lo-
nwntos na dir~Jo do~ veios nàturui<'. es!!e me~mo tra-
balho exec-utado em rol unas a~~t>ntadas em contra-leito. 
causará frahrra~. lnlilo é prPciso preencher o~ juntas 
com a rga1nossa com a ajuda de palhchl!l de feno c de 
Jllll11eJados. para <'I"Ítnr <jU3JquCJ dcprf'.<;('oâo. por mrnima 
que >CJO: é preciso até mesmo. l'm cl'rto:> caso~. r!'tiror 
ll> colunM de fu,te 1ínico• durante ,, ro:t upera~Jo das 
tiudu~. j)l1ra rccolorá-hL" depui~ quP lodo o ll'diJ:olho de 
Ku!J~t i t ui\•iio estiver terminado r t i\•er tido o lcmpo cll' se 
n~~enlar. 
:;t· o arquitrto PncMregado rln restnursção di' um 
ediffrio do\ie conllccer U$ fomln"'. 01:1 csliln..' perlPn<•t•n-
le!< 11 e~~c cdiffcio e~ P!cola tla quul proveio. deve ain-
da ma i". ~e for pos~fl cl. conhrrrr ~un estrutura. ~un :tno-
tomJR. ,l'u temperamento. pois nnte• de tudo f II<'C"<''\Sá-
rio que de o faça vi1 er. f: ncct•,,áno que tenha pene-
trado em todas nR pn•"les dcs~a C!llrutura, como se l' ie 
me~mo a tivesse dirif(ido. e adquirido CliSC conh.-c-im~n­
lo. fi<'\ e ler à sua di,po:oição ,-áriu. meios para empu:en· 
I O ~u ntiAin;~J IM1tc-,n ftt J•:1.n dnieo (,.m OfM)'iç.lt) n p1b• rll~kulat&o) ou 
f"Oiolr. I f.UI, Uln; $Ó fu.~lf" f 'I; 1!.1 ~f.). 
rir r um tralmlho oi•• te<'UJ)<'ra~·iiu. St• um dt ~ ,,., mo· i os 
>i<'r u fttlhor. 11111 ~~·~ u mlo. um lt" l'o•r•im. do·11·m ··~tnr to-
ltllmrnte pron!llo. 
\ão C$(JI1t"~OOW< <JUe O~ 11l!U1UII11'11tM dn iti,uJo \1é-
di .. t n.Jo são çon1tn1ldo~ como Ot\ monumt•ntu .... tht -\uti-
p(Uidmlr •-omnna. rujn eslruturn funcionn por u•síMt(·nci,,g 
pa~~ivas. opostas I' forças ativas. Nos consu·uçtl~M tio hln-
de ~1édia. todo membro atua Se a abóbada I\'"' a um 
empuxo. u nK·ohutante ou o contraforte o su•t••ntnm. Se 
um •:umcl se nrhntu. não bn.,to eworá-lo vertit••1lmente. 
é preciso suslt>ntJr n• dwer~as forças que agem ~r1brc ele 
110 8entido iiHcr..o. St> um arco ~c deformo. não ba,tn fn-
7!'r um eimbre. poi~ de lõene paro sustentar outros ar-
cos lfliC têm nçilo uhlfqua. Se ,uhlmmnos um pi'~O qual-
' lllt'r ele um pilnr. I'S~c peso terá UI11.18Çiio de prcssiio que 
dl'l'n1 ser suprida. Em uma palavra, não de1 Cl llll~ SUJ!-
tcntar forças incrtr~ npmlo ,;onwnle no :;cntido 1crticah ~ 
ma~ forças que "!!:~"' toda& l'm sentido opo5to. para es-
tahclccer um e!tu illhdo: lotlu supressilo de; uma parte 
tc l1<lc . pois. t1 i>el lurhar esso <"fluillbrio. SI- e~~"~ i>rohle-
mas colocad(L• ao restaurador dc.,cncominhUiu c alrapa-
lh:un a todo monu•nto o con•trutor •rue não fc1 uma nprc-
c•ução exata da, r·nndições de P<JUilrbrio. <'il's <c tontnrn. 
em rompeHs:tç•Ju. um e~tbnuln p111u :tquele que r•onhcl'e 
lwm o cdiffri<) a rc·p<uar. f: Ull lll ~lH'11'3, umn S<'< fUl!ncia 
de manobnL~ ' I'" ,. preciso mo<lili<·ar todo d1a at ruvf~ •la 
oiN•rvaçilo eom .tante dos efelll).' qur ~e rod<•m prO<!u-
Zil. Vimo!>, pm •·"·uoplo. torre~. •·,uup:máno>~ c·~t.,f,<·le­
cidos ~obre qunll" pontos dn upuin. ~<Ut>Orl nr "' t"argn~. 
S8 • E\l~ne l~nu:na.nud Yíoll.-1 t~ l)ur 
em ron~cqOêncio do substituições de elementos. tanto 
sobre um ponto. quanto ,;obr,· outro. t• cujo eixo muda\a 
•"" f'lllltO tll' prnj,.~iln hnr,.nnt.•l Pm ~lgom- rPntlm,.lros 
rm Vtn(C" <' IJUOlr<) hora.,. 
Siio c•scs os cfetlos rom o~ CJUOÍ~ o arquttt•lo o•xpe· 
ricntc ~e compmz. m:l3 sob a cnndiçllo tlr ~ .. mpn• lt•r 
meios. no proporc;-õo de dez pura um. pura prc1 cntr um 
twidt' lll<': gob ::t condiçllo de inspi•·•·" bnslunte co11finnça 
nos operános para que ptlnicos n~o possam reti t·ar os 
nH'io,; rll• c•1·i I ar <.JUalquer incidenlr. sem demorn~. ~em he-
Ait nc;õt-~ . ...:m mutúftstar létllorcs. O arqu iteto. nesst•s ca-
,.o~ dtffccts que se npresentam rom fu:qll€nciu dut·;mle as 
re<taut.u;ões. c.Jc,·c ler pre' i, to tudo. até o' pfeitO>. ma i~ 
itW•JX'rudo,. e de1 e ter de resen·a. ~<em J>l't"<"-1 P ;;em in-
quict.tçào. o< meios de pre,·enir n• ('Ott<t'qCit•ttlllh tles-•~· 
ti'Ul>a~. Oi~amos que ncSS<~ tipo de trabalho. ,,. opcrári~. 
que entrP nó!< compreendem muito l.t·m "• manolm1:. que 
d ele:> ordenamo~. ntO!!Imm mai• confiança e tledkaçilo 
CJUnndo PXJWIÍ llll'llt~m a prc1 cnçJu t· <I b<lll~uc-l'rio elo c h f'· 
(t!, t'I)Ut' ,.(,.~ ll llJõltal ll c.J.,HI'UIÚÍUHI,'Il 1fl1Uildu j)CI't•ebt•m 3 
opott'nc·ia ~~~ uma )Jerturuaçiío nu< uniC!n~ cl:,dn~. 
Os tr~ba lho,; tio rcstsurnçilo qut•. c.IIJ ponltJ de l'istn 
,(!rio. prulico. pertencem n no~~o 1<-mpo. (<$ hom·atilo. 
Ele• fon;aram 05 arquiteto~ a e,;tendl'r oi\'tJq ronhetimeu-
loq, n pt>,qui,..ar meiO:> enérgico~. c~pcditu~. ""goro.: a 
dP!<emoh e r relações ma1s diretas com o:> opcráno5 da 
<'Oil:llruçJu. a motruf·los t.ambém. t' :t fonnar mlrle~ t-eja 
na pro1·fncia. 8Cjd em P,ui~. que fon:~t·em. l'nt ~um.t. os 
melhore• mtlivrduo•. nos grnnd6 o'allt<'i tul'. 
Fni grnc;as a e•se. trabalhoq ((<• ro·•lnttr·•\·i\u qut· in-
dú~tnw; importuuh'S l<e Tl'l'rgttc'r.lm11 • cpu· ,, c'\\'t'll~iin 
dR• nh Pnorios SI' tomou mai• cuiclntl.t. cJuc• <> •·mJm•go 
tln~ maltotiais se expandiu: pois o~ •IHJIIIII-Ic>- <·nt·om:j!:u-
dos ele trawlhos de rt"'itaurnção. rnuit.,, \C'I.t'" c·m ··itla-
clcs ou aldcul~ ignoradas. n~sprovidas ele tu<lu. til't·rnm 
!le peijquisnr a~ pedreiras e, ~l'gunclo ~~~ nt•rc>.,·mlm(e,. 
rcabt ir 11111 i ga.~. fonnnr ateliês. Longt• dl' c•nrnnl rnr todos 
o~ n:cu r·sos <JUC ol! grandes cenlr'os fol'llcccm. tivcuun de 
cria t·. fortnat· operário~. estahelrcer m~todo~ r<:gu lnrf's. 
•l'ju como tontahtlidade. ~cja como modu de t·onduzir 
<'outeiros. Foi assim que tn3Leriai' que '"' enc:onlrn\'am 
inexplorados fornm postos em circuluçllo: que métodos 
tej(UI.uc, ~;c difundiram em c.lepartllmcntc" CJUe não os 
po~•ufam: que centro:> de opPr:inn• <JUe ~c torrHtClltn ca-
p:~rituclo~ fornc:<:Cfllm indi,·rduos para urn.t rl'guio exten-
;a: que o hábito de resohcr difit·ult!nd ... d .. <'on~lntção 
~f' inlroduLiu Clllllleio a populações qu~ sal>iant ap!'nas 
cr i~i1 a> rAsas m:tis simples. A ccntrol ização adrn iuis-
t t t~tll·a frnn<'~3u tem méritoo c· vunto!;<'11ft que niio con-
te~tatllvS, da cimentou a unidud~ pol!tko: mn~ não se 
1l . Ft4 no-: t•ruro.ff"'J d"' ~~~tu_....L, 'i" .. :a.· l:11fd,tna1 ,,,. ..,.rr.1lh.ana fuu l01· 
' JlildL t.U4 (und~ ... ,..., clr-' h1om!Joo tr.;),.~..Aolo. 11& nun ,., ;ar\.1. • "' 1 .. c-rradl· 
.t, i"OPIO Ul"'la ~rutura rr··1~11. d..l ,, h.-rca :.t llf,t~ "· tl.a t•lr:htt.t llt:Jt.2L 
"'"" ,..JW,<l 1 d. N.I.Ji,.l •de- Ai»l~r·u f"lll 'I'~ uir.uu t.-l t oo,.,.,.~o,,;. 
01lt" '·ua ir 'Mt:'•.a~ Úlo101 um. ~hmD1•'~ elo- .... ~.'"' •l,.hk ((om101 
dnt pd'2!' tr.a}..!hot o.k r...,..:.:t;.a-t~">. ~M-o 1"..Ut• 4Jl r~• IW'Ir,:.tn tf..ll.t-
lutd ~ ... ,. hloO tiro ~r ... tir 1 rt'.J \[.-ra '' IN•• u1.ar '1'11'1.ttt.<M r N11tOo-
tl ~ CDCif~· rnoJ .... ..,..J C) IU•o!Í'-l 'l·j fl• ·• I I"'"'''"' f, t~Vt?-r U.tll tl.tJ•J 
t!t.NJ n..ttUI•"la 
de1c dt~simulor Sl'US in<'Oil\'l'nientes. Pura mencionar 
B<lui ap<>na~ a arquitetu ra. a centrahzaçuu uzlo somente 
tirou as c»<collb das pro"tncin•. e tom tio~ o;. procedi-
mento• particulares. as indllslria, ICX'aill. mas também os 
indi,,f<htniõ; capa.z.eK,. que er-.un todo'" ab.or"\-idOá llOr Pa-
ris ou por dots ou três grandes centro~; de modo <Jlle nos 
capil11i' dos departamenlos. h(t ll in to anos. ni!o se e ncon-
lravll nem um arquiteto. nem um empreiteiro. nem um 
r• héfl' rh· otel iê. nem um operário com copae idnde de 
d irigir (' rlc e.xeculllr trabalhos de alguma impot tância. 
Ba.qta. pa ro ~e ter ttma pro•·a do '1'11" natTnmos aqui. olhar 
rupidumente us igrejas. prefeituras. O$ mercados. hospi-
tais t'lc .. construrdos de 1815 o 1835. c ttuc pennane-
<"ernm de pé nas cidades das prodncta~ (poi~ muttos Li· 
\ enun apt'na.~

Continue navegando