Buscar

arte_educacao_3 (3)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Mara Pereira da Silva
Arte e Educação
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Por que respeitar as experiências artísticas dos seus alunos? ..........................05
Introdução ...................................................................................................................05
3.1 Arte e diversidade cultural .........................................................................................06
3.2 Manifestações das Artes Visuais .................................................................................08
3.2.1 Desenho .........................................................................................................08
3.2.2 Pintura ...........................................................................................................10
3.2.3 Gravura .........................................................................................................11
3.2.4 Escultura ........................................................................................................11
3.2.5 Fotografia ......................................................................................................12
3.2.6 Cinema .........................................................................................................12
3.2.7 Televisão ........................................................................................................13
3.3 As diversas matérias das Artes ...................................................................................13
3.4 O Teatro na educação ..............................................................................................15
Síntese ..........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas ................................................................................................21
05
Capítulo 3 
Introdução 
Formar um educador que seja capaz de realizar uma leitura crítica da realidade dos alunos e 
que consiga propor ações que levem em consideração as especificidades culturais, identitárias e 
produtivas das comunidades é um dos objetivos dos processos formativos da Educação, nos dias 
atuais. Desenvolver uma formação escolar contextualizada, pautada pelo princípio da indisso-
ciabilidade teoria-prática, que considere as experiências dos alunos na construção contínua do 
conhecimento é o que se deseja.
Nesse sentido, o presente Capítulo tem como meta despertar nos educadores a capacidade de 
refletir e propor práticas escolares que levem em consideração as realidades dos alunos, apre-
sentando uma formação comprometida não apenas com a transmissão do conhecimento, mas 
que tenha um viés político e humanístico. 
É possível realizar atividades artísticas considerando as realidades? Como trabalhar com a diver-
sidade? De que forma abordar as manifestações artísticas?
O Capítulo foi dividido em quatro tópicos. O primeiro, Arte e diversidade cultural, permeia o 
universo e o cotidiano do professor com questões relacionadas ao ideário dos alunos e à pro-
moção da diversidade.
No tópico 2, intitulado Manifestações das Artes Visuais, veremos as diversas formas dessa lingua-
gem se manifestar na sociedade.
O tópico 3 apresenta as diversas matérias das Artes, permitindo ao aluno identificar os materiais 
que podemos usar no ensino de Arte.
E, por fim, no tópico 4, veremos o Teatro na Educação. Conheceremos alguns aspectos do espa-
ço cênico, como cenário, figurino, maquiagem, iluminação e ação dramática. Veremos ainda a 
importância dessa linguagem na escola, em especial na Educação Infantil.
Desejamos a todos bons estudos e uma ótima leitura!
Por que respeitar as experiências 
artísticas dos seus alunos?
06 Laureate- International Universities
Arte e Educação
3.1 Arte e diversidade cultural
Vivemos em uma sociedade diversa. As pessoas se diferenciam seja por meio da religião, da cor, 
do lugar, de suas ideias ou crenças. A diversidade cultural está presente em todos os locais que 
frequentamos. Assim, é preciso se perguntar: o professor deve se preocupar com essa diversidade 
ou a preocupação dele deve estar em planejar as suas aulas e executá-las? Ou será que o seu 
foco prioritário teria que ser os processos de ensino e aprendizagem e a avaliação? As ideias dos 
alunos precisam ser valorizadas?
Figura 1- Diversidade cultural étnica.
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2017.
Essas interrogações nos levam a refletir que o professor precisa pensar no aluno como um hu-
mano, com todas as subjetividades e qualidades próprias, que diferem entre si, ocasionando 
também tempos de aprendizagem e modos de pensar diferenciados.
Bernadete Zagonel, em sua obra Arte na Educação Escolar, ao se referir ao respeito do professor 
às ideias dos alunos, afirma que:
Partindo daquilo que as crianças têm dentro de si e do que elas podem trazer como colaboração 
para as aulas, é possível fazer um trabalho verdadeiramente criativo e real. O professor deve 
saber ouvir o que elas têm a contar das suas vidas para que se encontrem e se descubram 
como pessoas. E, a partir dessa contribuição, construir algo, ou seja, transformar essas histórias 
em arte. É o que devemos chamar de partir da vivência. Não se trata somente de trabalhar 
exercícios já conhecidos pelas crianças e considerar tal prática como vivência. É preciso partir 
da vida delas, de suas lembranças de seus hábitos cotidianos. Assim elas sentem que isso 
lhes diz respeito e desfrutam de maior prazer em fazer, em inventar, e aí colocar sua emoção 
(ZAGONEL, 2008, p.93).
A melhor maneira de motivar o aluno a criar e idealizar uma obra de Arte é partir das suas experi-
ências cotidianas. Ao contar sobre as suas realidades, os estudantes vão se descobrindo como se-
res humanos e fazedores de cultura, de Arte. Suas narrativas vão criando formas nas obras de Arte.
07
Dependendo da diversidade cultural existente em sala de aula, as obras vão criando diferentes 
formas. Para Zagonel (2008, p.94) “em cada aula, vários elementos são integrados em um traba-
lho global, nos quais os conteúdos não são divididos no tempo ou apresentados separadamente”.
A autora revela que essa forma de ensinar, respeitando as ideias dos alunos, requer bastante dis-
ponibilidade, atenção e imaginação. O educador precisa estar sempre atento às reivindicações de 
seus alunos. Para Zagonel (2008, p.93), “o professor deve saber com clareza aonde quer chegar 
e quais as habilidades que pretende ver desenvolvidas em seus alunos a cada etapa do processo”.
As experiências têm mostrado que é possível fazer Arte na escola partindo das ideias dos alunos; 
oferecendo uma formação contextualizada que reflita suas identidades. Temos como exemplo o 
projeto da professora Julmara Goulart, O ensino da arte e a valorização do agricultor, que foi 
realizado na Escola de Educação Básica Ângelo Izé, localizada na zona rural de Forquilhinha, 
Santa Catarina. Os alunos são oriundos de famílias de pequenos agricultores.
Na prática, esses alunos saíram de dentro da sala de aula para uma atividade de campo, com 
o objetivo de fotografar e realizar entrevistas com trabalhadores rurais, juntando materiais para 
a construção de várias obras de artes - fotopinturas, colagens e instalações. Informações do site 
Arte na Escola, na sessão relatos de experiências, definem assim o projeto:
A presente proposta surge num desses diálogos, o qual aponta para a necessidade de 
desenvolver um projeto aliando conhecimentos escolares ao cotidiano dos alunos, uma 
vez que percebíamos que muitos sentiam vergonha de assumir sua origem rural, não tendo 
consciência de seu importante papel na sociedade. A disciplina de Artes fez-se um caminho, 
por permitir um olhar sensível para a realidade e oportunizar subsídios para a aproximação 
escola-comunidade. A proposta veioao encontro do Projeto Político-Pedagógico da escola que 
prevê cultivo de valores promotores da humanização e qualidade de vida dos educandos “por 
meio de atividades e conteúdos contextualizados com a realidade e que possam ser vivenciados 
no cotidiano do educando (ARTE NA ESCOLA, 2010).
O respeito à bagagem cultural dos educandos torna o trabalho mais atrativo para eles. Por meio 
dessas propostas, podemos perceber a diversidade cultural existente na turma, que mostra as 
diferentes identidades. Escolhemos como exemplo um projeto que revelou as identidades do agri-
cultor, mas que poderia ser realizada também com outros povos, como indígenas e quilombolas. 
Por meio da diversidade cultural podemos realizar trocas interculturais, ou seja, conhecer outras 
realidades e saber que nenhum conhecimento é melhor do que o outro. Todos são importantes 
e devem ser valorizados.
A coleção Diversidade na Escola, lançada em 2011, pelo Centro Difusor de Cultura 
LTDA (Cedic), tem uma publicação que apresenta quatro temas amplos sobre o tema: 
respeito às diversidades, diversidades regionais, cultura afro-brasileira e educação dos 
povos indígenas. Além do livro, a coleção é acompanhada de quatro DVDs sobre as 
temáticas apresentadas. Essas produções, com certeza, irão auxiliar na preparação 
para lidar com questões relacionadas ao respeito às diversidades.
VOCÊ QUER LER?
É fundamental ter em mente que o professor, ao trabalhar em sala de aula, precisa considerar 
as individualidades de cada aluno e, ao mesmo tempo, fazer com que sejam respeitadas. É, em 
síntese, conhecer para respeitar. E cabe ao professor de Arte exercer esse papel de mediador 
entre as manifestações culturais existentes na vida de seus alunos.
08 Laureate- International Universities
Arte e Educação
3.2 Manifestações das Artes Visuais
As Artes Visuais representam um conjunto de obras que podem ser captadas pelo olhar. Por meio 
delas, somos estimulados à observação. Essas obras podem ser representadas de diversas for-
mas. No caso de uma obra bem-feita, o gosto em observar aumenta mais ainda.
Você conhece as manifestações das Artes Visuais? Considera que os novos avanços tecnológicos 
são manifestações Visuais? Na região onde você mora existem artistas das Artes Visuais?
As Artes Visuais, por muito tempo, foram representadas pelo Desenho, Pintura e Gravura. O 
homem da Pré-História já desenhava nas paredes das cavernas objetos que representavam o 
seu cotidiano, como animais, pessoas e elementos da natureza. Para Oliveira (2004, p.74), “na 
história da humanidade, antes mesmo de representar a realidade pela escrita, os homens dese-
nhavam. As primeiras expressões artísticas são desenhos: os desenhos das cavernas”. Segundo 
Bueno (2008), a partir do século XIX, os estilos conservavam-se por um longo tempo e depois 
eram substituídos por outros.
No entanto, para Bueno (2008, p.69), “a partir do século XX, outras maneiras de visualizar a 
Arte apareceram, os avanços tecnológicos ampliaram as nossas possibilidades e dinamizaram o 
processo, abrindo nossas mentes”. Para a autora, nesse período, ocorreram mudanças na repre-
sentação das imagens, tornando-as mais atraentes e novas - momento em que foram incluídas 
as tecnologias, como a TV, o vídeo e o computador.
As formas de manifestação das Artes Visuais são diversas e têm como fundamentos a compreen-
são e o entendimento dos elementos visuais, como a linha, a superfície, o volume, a luz, a cor, 
entre outros, independentemente do tempo em que foram criadas, sejam obras da Pré-História 
ou da Modernidade. Vejamos a seguir algumas dessas manifestações.
3.2.1 Desenho
Desde crianças, somos impulsionados a realizar rabiscos ou desenhos sobre o chão ou papel. 
Segundo Bueno (2008, p.70), “o ato de desenhar ou rabiscar faz parte de todas as culturas e atra-
vessou toda a história da vida humana”. Então, podemos dizer que desenhar é uma ação cultural.
Ao se referir ao Desenho, Bueno (2008, p. 70) afirma que “desenhar é, portanto, utilizar a mão 
para executar gestos necessários para rabiscar e através de um objeto, que prolonga a mão, rea-
lizar os mais profundos sentimentos; transportar para o real algo presente apenas no sentimento”.
A autora faz uma divisão entre Desenho de Ilustração e Desenho Industrial. Ao se referir ao de-
senho de ilustração ela apresenta o seguinte:
A ilustração transforma palavras em imagens. Ela leva leitores que viajam usando a imaginação, 
através da leitura escrita, a visualizar com exatidão, aquilo que o autor pretendia expressar no 
seu íntimo. A ilustração torna real, atraente e compreensível a mensagem, sendo um recurso de 
grande utilidade na literatura infantil, pois incentiva a linguagem visual. E, em livros técnicos ou 
didáticos, facilita o conhecimento e a aprendizagem.
Essa transmissão pelo Desenho ocorre, quase sempre, quando estamos passando uma informa-
ção a determinada pessoa e surge aquela interrogação: entendeu, ou quer que eu ‘desenhe’? A 
mensagem pretendida é que se eu “desenhar” (no caso, detalhar visualmente a mensagem oral 
pretendida), talvez fique melhor para você compreender.
Em relação ao Desenho Industrial Bueno aborda que:
09
“[...] é uma atividade em que a criatividade é fundamental, tem como objetivo determinar 
as propriedades formais em objetos que serão produzidos industrialmente. Propõe um visual 
novo a ser aplicado em um produto, abrangendo suas características exteriores e também suas 
relações estruturais e funcionais”.
Podemos trazer como exemplo de Desenho Industrial a produção de cosméticos. Empresas que 
trabalham com perfumes, cremes, desodorantes e afins quase sempre estão mudando o design 
de seus produtos. Para elas, as mudanças são necessárias como forma de atrair novos clientes. 
Segundo Oliveira (2004, p.74), “o desenho vem antes de todas as coisas que o homem produz: 
roupas, sapatos, casas, edifícios, pontes, automóveis, aviões, móveis, computadores, utensílios, 
ferramentas, louças, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos”.
Figura 2 - Para atrair clientes, empresas renovam os formatos dos frascos de perfume.
Fonte: Reamolko, Shutterstock, 2017.
Outra classificação sobre o Desenho, apresentada por Bueno (2008), prevê Observação, Me-
mória e de Imaginação. O Desenho de Observação “é um meio para dominarmos tecnicamente 
o desenho e praticar nossa maneira de olhar” (BUENO, 2008, p.73). Porém, a autora faz uma 
crítica quanto a esse tipo de Desenho, pois apesar de ele auxiliar na produção acadêmica, pode 
interferir na criatividade do aluno, por se recheado de regras.
Em relação ao Desenho de Memória, para a autora a figura do professor é muito importante. O 
aluno que venha a ter domínio dessa Arte precisa primeiramente ser um ótimo observador. Ao 
dirigir-se ao Desenho de Imaginação, Bueno (2008, p.74) narra que:
É o momento em que o aluno desenvolve sua capacidade criativa com mais liberdade, mas isso 
não significa que vai aparecer aquela velha frase muito criticada que acontecia em algumas 
escolas de arte: “Hoje desenho livre”, cujo significado para a criança era: desenhar algo para 
passar o tempo e, assim, a aula acabar o mais breve possível.
Para a autora, “desenhar é uma linguagem muito apropriada para o trabalho com artes visuais 
na escola”. Segundo Bueno (2008, p. 74), existe a “facilidade de aceitação, pois a maioria das 
crianças já vem de casa gostando de desenhar e de pintar”. De acordo com Oliveira (2004, 
p.75), existem “diversas técnicas e diferentes tipos de desenho, dependendo do material que é 
usado, do tema e do objetivo que o desenhista tem em mente”.
10 Laureate- International Universities
Arte e Educação
3.2.2 Pintura
A Pintura é uma manifestação das Artes Visuais que existe desde os tempos das cavernas e com 
a qual temos relação desde cedo, seja em casa ou na escola. Bueno (2008) apresenta-nos al-
gumas técnicas dePintura, como Pintura a Óleo, Pintura Acrílica, Aquarela e Têmpera, além de 
Pintura com Cores em Barra. 
Bueno (2008, p. 77) acredita que “na escola, podemos variar as técnicas, porém o material 
normalmente fica limitado à tinta guache devido à dificuldade de acesso a outros materiais”. Se-
gundo a autora, uma experiência prática que “pode ser aplicada para alunos de todas as faixas 
etárias é a “pintura gestual”, ou seja, a pintura feita com as mãos”.
Caso
A professora de Arte Rosa Adelina, que dá aula em uma escola de ensino fundamental, chamou 
a atenção da turma para as diversas possibilidades de cores existentes nos objetos do dia a dia. 
A seguir, explicou aos alunos a mistura de cores, falando sobre cores primárias e secundárias.
Posteriormente, a professora apresentou para a turma as obras de Jackson Pollock, que foi o 
precursor da Pintura Gestual, e sugeriu o desenvolvimento de uma atividade de Pintura utilizando 
essa técnica. A ideia era que os alunos, de forma espontânea, pintassem diretamente em cima 
de uma cartolina branca, sem a utilização de materiais tradicionais. Foi o momento em que eles 
puderam expressar as suas emoções valendo-se de diferentes cores e ainda observar as maneiras 
com que os demais colegas usavam partes do corpo para trabalhar as tintas no papel, principal-
mente os dedos e as mãos.
As autoras Jô Oliveira e Lucília Garcez ensinam como desenvolver vários tipos de Pintura - Pin-
tura a Guache, Pintura a Óleo, Pintura com Tinta Acrílica e Pintura com Aquarela - na obra 
Explicando Arte: uma iniciação para entender e explicar as Artes Visuais.
Figura 3 - Bebê feliz pinta com os dedos em uma folha de papel.
Fonte: Martina Osmy, Shutterstock, 2017.
Na escola, é bom que o educador invista na Pintura, seja qual for a forma, não somente a Pintura 
com as mãos, utilizando os dedos, mas também aquela feita com pincéis, gravetos, folhas, car-
vão, lápis de cor, canetas coloridas, tintas, giz de cera e tintas fabricadas pelos próprios alunos. 
11
3.2.3 Gravura
A Gravura se diferencia das outras obras por permitir que uma cópia se reproduza várias vezes, 
ou seja, se tenho uma matriz posso fazer quantas obras forem precisas a partir dela, sem perder 
a originalidade. Bueno (2008, p. 78), ao se referir à Gravura assinala que:
Cada reprodução é assinada, datada e numerada; não se trata de uma grande escala, como as 
impressões gráficas, cada trabalho possui uma intervenção do artista e sua edição é restrita. A 
imagem reproduzida é uma obra de arte, pois acaba se tornando única e, independentemente 
do número de cópias feitas de uma mesma matriz, ela não perde sua originalidade, sua 
individualidade. 
Existem vários tipos de Gravuras, que se diferenciam entre si pelo material utilizado. É importante 
ressaltar que nem todas as modalidades são recomendadas para uso no ambiente escolar, pois 
se valem de produtos químicos. As mais conhecidas são: Monotipia, Gravura em Metal, Litogra-
fia, Xilogravura, Linoleogravura e Serigrafia.
Oliveira (2004) afirma que, primeiramente, surgiu a Gravura em Madeira, que é a Xilogravura. 
Depois, vieram as feitas em folha de cobre. Posteriormente, surgiu a técnica de gravar com ácido 
sobre o metal, que poderia ser o cobre, o zinco ou o aço. E, por fim, a Litografia, cujo molde 
é feito de pedra calcária, mas pode ser utilizado outro material. A autora menciona também a 
Serigrafia que, segundo ela, é realizável em qualquer material.
3.2.4 Escultura
A Escultura é uma obra que podemos olhar em três dimensões: altura, largura e profundidade. 
Ela é formada por materiais sólidos e, na contemporaneidade, ganhou outras formas, podendo 
ser produzida por matérias líquidas ou moles, que geram o que chamamos de modelagem. Se-
gundo Bueno (2008, p.83), “a palavra escultura vem de sculpere, que significa entalhar; porém, 
para esculpir, não precisamos necessariamente só do trabalho de entalhe, existem outros mate-
riais que podem ser esculpidos com as mãos, por exemplo.
A autora considera a Escultura uma das manifestações artísticas mais antigas, citando como 
exemplo a estátua de Vênus de Willendorf, fabricada 20.000 anos a.C., que mede aproximada-
mente 10,45 cm de altura e foi encontrada na Áustria. O material utilizado, diz Bueno (2008, 
p. 83), foi “pedra calcária, com ferramentas de pedra pontiaguda”, que é um material sólido.
Os materiais maleáveis que conhecemos e permitem ser empregados na produção da Escultura 
são o barro, a argila, a cera, a massa de modelar, o biscuit e outros produzidos pela indústria. 
Oliveira (2004, p.96) afirma que existem “filmes animados, a partir de bonecos de massa plás-
tica, que têm feito muito sucesso”. Ele apresenta como exemplo a obra de Alberto Giacometti, 
Praça Citadina (1948/49).
A Arquitetura, assim como a Escultura, permite expressarmo-nos de forma tridimensional. Ela 
surgiu como forma de suprir a necessidade humana, servindo de abrigo para o homem. É uma 
manifestação bastante antiga. Segundo Bueno (2008, p.88):
O processo arquitetônico acompanhou a evolução das culturas e civilizações, e não podemos dizer 
que tenha chegado a reta final. A cada dia, novas ideias são propostas para estruturar, projetar, 
construir, planejar e procurar meios e subsídios para conseguir dois desafios: tornar a obra funcional 
e ao mesmo tempo agradar esteticamente o olhar, pois ela estará constantemente exposta. 
No Brasil, um dos principais artistas que representaram essa manifestação foi Oscar Niemeyer, 
que ganhou reconhecimento internacional e morreu na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2012. 
12 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Figura 4- Catedral de Brasília, projetada por Niemeyer.
Fonte: Alf Ribeiro, Shutterstock,2017
Essa obra inaugurada em 1970, na capital do Brasil, Brasília, recebeu o nome de Catedral Me-
tropolitana Nossa Senhora de Aparecida. 
3.2.5 Fotografia
A fotografia é considerada uma manifestação das Artes visuais que se encontra presente no 
nosso dia a dia. Muitas vezes, manuseamos uma câmera fotográfica ou um celular com câmera, 
fotografamos vários momentos e nem nos damos conta que aquilo é uma manifestação artística. 
Segundo Bueno (2008, p.90-91):
A fotografia surgiu como uma grande descoberta, consolidada entre as décadas de 1820 
e 1830, porém, na antiguidade, houve uma prévia utilização da câmara obscura, um 
compartimento escuro com apenas um pequeno orifício em uma parede, onde se projetava 
uma imagem invertida da vista exterior sobre a parede oposta; mas ainda não se sabia como 
fixar as imagens produzidas pela luz na câmara obscura. Assim, o fenômeno era utilizado 
apenas como apoio nos trabalhos de desenhistas e pintores.
A Fotografia foi sofrendo transformações no decorrer do tempo, em especial com a revolução 
tecnológica que, a partir da década de 1990, mudou totalmente a maneira de capturar imagens. 
Antes, para termos uma Fotografia, precisávamos esperar até dias para obtê-la. Hoje é possível 
obtermos a Fotografia em tempo real, sem ter de aguardar a revelação do filme e a ampliação das 
fotos, como na era analógica. E, se não gostamos da foto, podemos simplesmente apagá-la no 
dispositivo digital e tirar outra. A Fotografia nos dá uma liberdade enorme de produção artística.
3.2.6 Cinema 
O Cinema, conhecido como “a sétima arte”, faz parte da nossa vida – tanto quando vamos às 
salas de cinema para assistir a um filme ou acompanhamos as produções nas telas da TV ou 
de dispositivos digitais. Na escola, os professores costumam utilizar o Cinema para auxiliar os 
alunos no processo de aprendizagem e, assim, discutir sobre algum assunto relacionado ao con-
teúdo que está sendo estudado. 
A autora Bueno (2008, p. 94-95) afirma que: “O cinema derivou da palavra grega kinema 
(movimento), que podemos entender como “imagem em movimento”, ou seja, um conjunto de 
fotografias diferentes projetadasde forma rápida numa ilusão óptica, dando a sensação de 
13
movimento contínuo”. Para a autora, “o cinema revela a vida do homem atual, suas angustias, 
sonhos e principalmente acompanha a velocidade do seu tempo” (BUENO, 2008, p.94).
As imagens retratam a nossa vida e são comuns nas realidades do ser humano. Então, uma das 
formas de transmitir as imagens com perfeição é por meio do Cinema. 
3.2.7 Televisão
A Televisão tem sido uma das formas de difundir o Cinema. Muitos pensavam que ela iria 
substitui-lo, mas não foi o que ocorreu. Bueno (2008, p.97), ao se referir à Televisão, diz que 
foi “um aparelho que invadiu quase que instantaneamente os lares com tamanha força e poder 
de realidade, influenciando opiniões e modificando o comportamento das pessoas, e que sem 
demora se tornou o melhor meio de transmissão de informação”. Uma das principais qualidades 
da Televisão é a possibilidade de fazer transmissões ao vivo.
A importância de usar a Televisão em sala de aula é o fato de ser um aparelho que está bem pre-
sente na casa dos alunos, fazendo parte da cultura visual dos mesmos. Nesse sentido, fazer uma 
conexão com essa manifestação das Artes Visuais, coloca o professor na condição de exercer 
práticas que dialoguem com a realidade dos alunos.
Podemos utilizar as tecnologias disponíveis para realizar obras de Arte. Por meio da in-
ternet, editores de imagens e programas de desenhos, constroem-se Artes Visuais. Para 
saber mais sobre o assunto, visite o site da Revista Nova Escola, lá você vai encontrar o 
texto O uso dos recursos digitais para ensinar Arte. Acesse pelo link: <https://novaes-
cola.org.br/conteudo/1064/o-uso-de-recursos-digitais-para-ensinar-arte>.
VOCÊ SABIA?
A partir dessas informações, percebemos que nas diversas expressões das Artes Visuais podemos 
treinar o nosso olhar. É possível sentir, olhar e fazer leituras das imagens que são colocadas a 
nossa frente. 
Essas são algumas das manifestações que trouxemos para discutir aqui. Mas existem outras, caso 
queira se aprofundar no assunto: histórias em quadrinhos, imagens projetadas no computador e 
filmes de animação, por exemplo.
3.3 As diversas matérias das Artes
Os materiais disponíveis para a produção de Arte são diversos. Na contemporaneidade, o artista 
ganhou uma liberdade de expressão enorme, que pode se valer de várias matérias para a produ-
ção da sua obra. Ao andarmos pelas ruas, percebemos vários materiais espalhados pela cidade. 
Você se lembra de algum? Já fez alguma experimentação artística com esse tipo de material? 
Caso tenha feito, qual foi a sensação?
Na escola, as linguagens artísticas, como a Música, a Dança, o Teatro e as Artes Visuais, apre-
sentam seus materiais para se corporificarem em obras de Arte. Iremos ver neste tópico materiais 
referentes a cada uma dessa linguagens artísticas. É primordial conhecê-los para potencializar o 
que se pretende produzir.
14 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Figura 5 - Materiais para criatividade em pintura.
Fonte: ivector, Shutterstock, 2017.
A autora Solange Utuari, em sua obra Por toda Parte, diz que que “a materialidade nas obras 
de arte é constituída, basicamente, por suporte, ferramenta e meios (matéria) ”. Segundo Utuari 
(2015, p.140), “ela proporciona consistência física às obras de arte, quando o artista transfere 
suas obras do plano das ideias para o plano real, no momento da produção do seu projeto”.
O suporte é o elemento que proporciona sustentação à obra de Arte. É por meio dele que a 
criação encontra segurança. Na Música, o suporte é o músico, que está cantando ou tocando. 
No Teatro e na Dança, é o artista e o seu corpo se movimentando. Nas Artes Visuais, são usados 
vários suportes, como a tela da pintura, as paredes, os muros, o papel, o bronze, a madeira. 
Nessa linguagem artística, até mesmo o próprio corpo pode ser um suporte, como ocorre com 
os povos indígenas que fazem uso das pinturas corporais.
A ferramenta é o elemento relacionado aos armamentos que precisamos para realizar para a produ-
ção das Artes. Na Música, pode ser o canto, os instrumentos musicais e o próprio corpo. Conside-
rando que a matéria-prima da Música é o som, podemos dizer que qualquer objeto que percutido, 
batido ou sacudido produza som, pode ser considerado uma ferramenta para produzir música.
Figura 6- Ícones de instrumentos musicais.
Fonte: Anna Frajtova, Shutterstock, 2017.
15
Em se tratando da Dança e do Teatro, a ferramenta e o suporte são o corpo. Nas Artes Visuais, 
as ferramentas são pincéis, lápis, goivas, assim como as mãos, que também podem ser usados 
como tal. Para Utuari (2015, p.141) as goivas “são ferramentas usadas na criação de matrizes 
em xilogravuras; têm a função de fazer cortes e sulcos na madeira. Essas ferramentas também 
são utilizadas por marceneiros e escultores”.
Utuari (2015, p.141) se refere aos meios (matéria) como “os materiais necessários para a arte 
se concretizar”. Ela apresenta ainda como exemplo: “a tinta e o grafite do lápis nas artes visuais, 
o ar por onde os sons da música se propagam, o espaço em que os movimentos expressivos e 
gestos nas artes cênicas (teatro e dança) acontecem”.
As manipulações das matérias da Arte devem ser feitas de acordo com a particularidade de cada 
artista. A manipulação está relacionada aos sentimentos, emoções, ideias, pensamentos poéticos 
de cada artista. Isso nos remete a um trecho da música interpretada pela cantora brasileira Ma-
risa Monte no seu álbum Universo ao meu Redor, composta por ela, Carlinhos Brown e Arnaldo 
Antunes, que diz: “Há algo invisível e encantado entre eu e você/ E a alma aproveita pra ser a 
matéria e viver”, ou seja, a alma vive por meio da matéria, assim como as expressões vivem por 
meio das manipulações das matérias da arte.
VOCÊ QUER VER?
O vídeo Frans Krajcberg, direção de Roberto Moreira, que integra a Enciclopédia Itaú 
Cultural, retrata o trabalho de Krajcberg, artista polonês naturalizado brasileiro. Ele usa 
como matéria-prima elementos da natureza, como troncos de árvores, folhas e cipós. 
Você pode conhecer o trabalho dele acessando o link: http://enciclopedia.itaucultural.
org.br/pessoa10730/frans-krajcberg#midias.
O professor deve manipular os materiais disponíveis em suas aulas da forma que lhe convém. É 
preciso também potencializar uma variedade de materiais para que os alunos venham a ampliar 
o repertório de materiais e não fiquem focados somente em um tipo.
3.4 O Teatro na educação
Por meio de uma narrativa, podemos contar uma história que aconteceu conosco ou com o outro 
e até mesmo compartilhar experiências da vida. De uma forma mais abrangente, o Teatro está 
relacionado a uma narrativa. 
Mas o que é Teatro? Você já assistiu a uma peça teatral? Conhece algum ator de Teatro? Já teve 
a curiosidade de perguntar a essa pessoa como funciona?
Na sociedade brasileira, acredita-se que o Teatro surgiu a partir da colonização, momento no 
qual os padres jesuítas se valiam dessa linguagem artística para catequisar os povos indígenas. 
Segundo Porto (2014, p.131) “o teatro é uma arte que tem a capacidade de comportar em si 
muitas outras manifestações artísticas: artes visuais, música, dança e literatura” que precisam 
ser trabalhadas de forma integrada. Dória (2009, p.20), por sua vez, acredita que “o teatro é 
uma arte que engloba sempre atividades de expressão e comunicação e de reflexão, bem como 
aspectos lúdicos próprios do jogo teatral”.
Sobre Teatro, Porto (2014, p.135) acredita que “a harmonização do grupo é de suma importância 
para a realização das atividades teatrais, e caberá ao professor lidar com os desafios que aparece-
rem nesse campo”. Para um bom desenvolvimento do trabalho com Teatro na escola, Porto crê que:
16 Laureate- International Universities
Arte e Educação
É preciso estabelecer regras básicas de convivência, metas eobjetivos definidos pelos próprios 
alunos desde o início das atividades, o foco na precisão e na resolução de questões operacionais 
por parte de todos e uma orientação não autoritária do professor formam a base ideal para o 
desenvolvimento de um bom trabalho.
É preciso que o grupo conviva de uma forma respeitosa, tratando-se com consideração e defen-
dendo cada um nos âmbitos individual e coletivo, quando se fizer necessário. O professor exerce 
o papel de mediador nessas regras de convivência elaboradas pelos alunos.
Segundo Porto (2014, p.135) “é importante ressaltar que o professor harmonize as atividades te-
óricas com exercícios práticos e improvisações, e que a prática criativa do aluno seja incentivada 
e livre”. É preciso ter um equilíbrio entre teoria, prática e improviso. Cabe ao professor incentivar 
o aluno na construção das improvisações, deixando o mesmo produzir de uma forma aberta. 
Para a autora, no processo de dramatização existe espaço para todos os alunos, desde os mais 
tímidos até os mais extrovertidos.
O dramaturgo do teatro brasileiro Nelson Rodrigues escreveu diversas peças para 
teatro. Dória (2009, p.50) cita como as principais: “A Mulher sem Pecado, Vestido de 
Noiva, Álbum de Família, Anjo Negro, Dorotéia, Senhora dos Afogados, Valsa nº.6, 
A Falecida, Perdoa-me por me Traíres, Viúva, porém Honesta, Os Setes Gatinhos, 
Boca de Ouro, Beijo no Asfalto”. Você pode obter outras informações sobre o artista 
acessando o site da Biblioteca Itaú Cultural: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/
pessoa4409/nelson-rodrigues
VOCÊ O CONHECE?
Um dos elementos importantes da linguagem teatral é o espaço cênico. O espaço cênico é o 
espaço do palco ocupado pela apresentação teatral. Segundo Dória (2009, p.91), “o espaço 
cênico é o espaço dentro da peça e não só o edifício teatral”. O professor que deseja desenvol-
ver uma atividade teatral com seus alunos em sala de aula precisa conhecer alguns aspectos do 
espaço cênico, como o Cenário, o Figurino, a Maquiagem, a Iluminação e a Ação dramática.
Figura 7- Espaço cênico, elemento importante da linguagem teatral.
Fonte: Macrovector, Shutterstock, 2017.
17
O Cenário é um conjunto de elementos que ornamenta o palco com a finalidade de formar um 
ambiente que corresponda àquilo que os autores precisam transmitir. Temos como exemplo mó-
veis, efeitos de luzes, projeções de imagens, flores, vasos, painéis etc.
O Figurino corresponde às roupas dos atores. O ator, segundo Dória (2009, p.42) “ é, “antes 
de tudo, um artista, um criador, um poeta”. O Figurino está relacionado à vestimenta que o ator 
precisa para caracterizar a sua personagem. Ele pode ser feito de diversos materiais, como teci-
dos, plásticos, elementos da natureza e outros.
A Maquiagem refere-se à pintura do rosto ou do corpo dos atores e faz parte da composição 
do Cenário. É de muita importância, pois contribui na transformação da estética dos atores. É 
preciso o professor atentar para o tipo de material que vai usar, inclusive para evitar reações 
alérgicas nos alunos. Nos teatros profissionais, esse papel é exercido pela figura do maquiador.
A Iluminação ajuda no melhoramento da cena. Ela é realizada pelo iluminador. Por meio da 
Iluminação, é possível ampliar as emoções que se quer passar ao público, o que torna essencial 
que o iluminador tenha conhecimento da peça a ser explorada.
A Ação Dramática corresponde à forma com que irá ser narrada a história. A história precisa 
ter um conflito; é nessa ação que os fatos serão organizados, conforme cada personagem. O 
Enredo é construído em cenas.
Além desses conceitos, o professor que deseja levar a linguagem teatral para a sala de aula 
precisa trabalhar com a improvisação, posto que a espontaneidade e liberdade fazem parte do 
fazer teatral. O trabalho de Viola Spolin, que virou um método de ensino e foi traduzido no Brasil 
por Ingrid Dormien Koudela e Eduardo José de Almeida Amos, em 1982, poderá auxiliar nesse 
processo. Ao se referir à obra de Viola Spolin, Dória (2009, p.52) relata que: “tornou-se um im-
portante instrumento para todas as pessoas que querem trabalhar com teatro e significativamen-
te, para aquelas pessoas que buscam uma relação entre teatro e educação”. Segundo a autora:
Toda a proposta de Viola Spolin se baseia na criação de um ambiente de jogo, que estimule 
a criatividade e a espontaneidade. Para quem tem interesse em desenvolver uma atividade de 
teatro com alunos ou com um grupo, o livro dessa autora se constitui em uma ferramenta muito 
importante no trabalho.
Para Viola Spolin, todas as pessoas são capazes de atuar, de fazer Teatro. Um outro método que 
o professor precisa conhecer é o do brasileiro Augusto Boal, conhecido como Teatro do Opri-
mido, que se expandiu no mundo. A proposta desse método é a prática de um Teatro que Boal 
chama de libertador. Segundo Dória (2009, p.56), nesse método são abordados “exercícios de 
aquecimento, de improvisação, de respiração, jogos de integração do elenco, sempre pontuados 
por observações sobre as relações entre as pessoas, com o objetivo de democratizar o conheci-
mento, assim como a capacidade de criação”. 
O método de Boal é uma proposta que tem como foco democratizar a Arte, nesse caso, o Tea-
tro. O Teatro do Oprimido vem como uma forma de libertação do homem por meio do diálogo, 
principalmente das classes minoritárias. O Teatro do Oprimido permite ao grupo trabalhar temas 
que estão em evidência na sociedade. Ao expressar-se por meio da Arte, o indivíduo está se 
libertando, expondo os seus problemas e as necessidades da comunidade em que está inserido.
Ao falar sobre a criação teatral na idade escolar, Vygotsky (2015, p.97) enfatiza a importância 
da dramatização no desenvolvimento infantil. Para ele “a criação teatral, ou a dramatização, é a 
que está mais próxima da criação literária infantil. Juntamente com a criação verbal, a dramati-
zação, ou encenação teatral, representa o tipo de criação infantil mais presente e difundido”. Ele 
acredita que a criação artística é a que mais se aproxima da vivência pessoal da criança.
18 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Sua preocupação está “nos modos de compreender, explicar e valorizar essa atividade humana 
nas relações de ensino. A tônica é pedagógica e o enfoque é didático” (VYGOTSY, 2015, p.97).
Vygotsky (2015) fala que um outro motivo que aproxima as crianças da linguagem teatral são 
as brincadeiras. Para o autor, “dada a raiz de toda criação infantil, o drama está diretamente 
relacionado à brincadeira, mais do que qualquer outro tipo de criação. Por isso é mais sincréti-
co, ou seja, contém em si elementos dos mais variados tipos de criação”. Assim, para o autor, a 
“narrativa, o faz de conta, a brincadeira, a dramatização, e o teatro emergem como formas de 
atividade que possibilitam a apropriação de diversos papéis sociais”. Para Vygotsky (2015, p.99), 
“com base nas experiências e por meio da linguagem, as crianças inventam situações imaginá-
rias, nas quais podem exercer funções e assumir as mais variadas posições”.
 Se o verdadeiro objetivo for aproximar a criança da cultura, levando-a a gostar, vivenciar e 
compreendê-la, nada melhor do que as atividades citadas por Vygotsky (narrativas, jogo de faz 
de conta, brincadeiras, dramatizações e o teatro).
A autora Betina Rugna em sua obra Teatro para a Sala de Aula: Guia Prático do Professor, lança-
da em 2009, defende a importância da prática teatral na infância. Segundo ela, 90% dos seus 
alunos são professores decididos a incluir a linguagem teatral nas salas de aula. A autora desta-
ca que, no entanto, a insegurança muitas vezes impede os professores de encamparem o projeto, 
por temor de não conseguirem ser claros e criativos para transmitir suas ideias.
Para ela, existe uma afinidade natural da criança e do adolescente pelo jogo dramático. Daí o 
grande valorda linguagem teatral e o seu poder de transformar uma atividade lúdica em apren-
dizado efetivo. A autora garante que todas as disciplinas e conceitos pedagógicos podem ser 
trabalhados com as técnicas teatrais. Podemos dizer que o Teatro pode ser um grande aliado no 
processo de ensino e aprendizagem de todas as disciplinas do currículo.
Tantos são os benefícios do Teatro que essa linguagem é prevista no ensino das Artes por meio da 
Lei 13.278, de 2 de maio de 2016, que altera o parágrafo 6º do artigo 26 da Lei 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases da educação nacional para o ensino das Artes.
O educador de Teatro precisa saber o que fazer em cada faixa etária, seja com crianças, adolescen-
tes, jovens e adultos. E é importante um momento de conversa, antes de iniciar qualquer trabalho.
A obra de Peter Slade intitulada O Jogo Dramático Infantil foi lançado em 1978. Se-
gundo Dória (2009, p.170), “trata-se de um livro fundamental para a compreensão 
das relações entre teatro e educação. Peter Slade relata experiências de trabalho com o 
jogo dramático com crianças em várias faixas etárias, além de fazer reflexões profundas 
sobre essa atividade”. A autora considera esse livro esclarecedor de várias dúvidas e diz 
que aponta caminhos para desenvolver trabalhos com o público infantil - uma bússola 
para o educador que deseja trabalhar com Teatro e Educação. 
VOCÊ QUER LER?
Considerando-se a necessidade de o educador saber propor atividades teatrais correspondentes 
a cada faixa etária, é bom que ele busque conhecimento sobre questões da Psicologia para lhe 
auxiliar nas escolhas das práticas teatrais.
19
A ideia do grupo de improvisação Jogando no Quintal é envolver a plateia durante 
todo o tempo de apresentação, que é provocada a escolher os temas da apresenta-
ção. Como o foco central é o jogo, os participantes criam um ambiente que remete a 
um estádio de futebol com direito até a juiz. Além dos atores, existem vários músicos 
em cena. Na internet, você pode encontrar diversos vídeos do grupo, cujos espetácu-
los já foram assistidos por inúmeras pessoas. Confira em: https://www.youtube.com/
watch?v=G0LwWNsOQQw.
VOCÊ SABIA?
Sem dúvida, o Teatro é uma prática viável na Educação. Se, como professores, procurarmos 
investir nessa linguagem, teremos no futuro jovens com uma formação completa, críticos e refle-
xivos, com a capacidade de parar, refletir e refazer o caminho, sempre que necessário.
SínteseSíntese
Você aprendeu que o professor de Arte precisa saber trabalhar na diversidade cultural e conhe-
cer as diversas manifestações das Artes Visuais. Além desse conhecimento, ao se trabalhar com 
Artes, o professor deve conhecer os materiais que podem ser utilizados na produção de obras de 
Arte. E por fim, pôde compreender e refletir sobre o Teatro na educação e descobrir que, para 
trabalhar com Teatro na escola, não existe uma fórmula pronta, um caminho a ser seguido, um 
método infalível. Esse caminho é construído durante o processo.
Neste Capítulo você teve a oportunidade de: 
• acompanhar conteúdos sobre Arte e diversidade cultural, que enfatizaram a necessidade 
de o professor considerar em sua atuação as experiências dos alunos, exercendo o papel 
de mediador entre as diversas culturas existentes no cotidiano da escola;
• conhecer as manifestações das Artes Visuais que ocorrem na sociedade, entendendo que 
as tecnologias podem ser utilizadas nas aulas de Arte;
• identificar os materiais que podem ser empregados na produção das obras de Arte, seja 
na Música, na Dança, no Teatro ou nas Artes Visuais; 
• refletir o Teatro como uma prática que pode ser desenvolvida na escola e que faz muito 
bem ao público infantil;
• saber que existem jogos de improvisação teatral que podem ser utilizados pelo educador, 
que precisa saber escolher cada atividade, de acordo com a idade do grupo.
21
Referências
BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras Poéticas Políticas. São Paulo: Cosac Naify, 
2014.
BRASIL. Lei 13.278 que altera o § 6º do art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
que fixa as diretrizes e bases da educação nacional, referente ao ensino da arte. Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 02 de maio de 2016.
_____. Lei de nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, estabelece as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 20 de de-
zembro de 1996.
BUENO, Luciana Estevam Barone. Linguagem das Artes Visuais. Ed. IBPEX; Curitiba, 2008.
COLEÇÃO DIVERSIDADE NA ESCOLA. Santos: Editora Cedic, 2011.
DÓRIA, Lilian Maria Fleury Teixeira. Linguagem do teatro. Ed. IBPEX: Curitiba, 2009.
FRANS Krajcberg. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Pau-
lo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10730/
frans-krajcberg>. Acesso em: 26 abr. 2017. 
GOULART, Julmara. O ensino de Arte e a Valorização do Agricultor. Site Arte na escola. 
2010. Link: http://artenaescola.org.br/relatos-de-experiencia/relato.php?id=58873 Acesso em: 
07.04.2017.
JOGANDO NO QUINTAL: Jogo de Improvisação de Palhaços. Vídeo. 2016, 49 min. Disponível 
em: https://www.youtube.com/watch?v=G0LwWNsOQQw. Acesso em: 20 abr. 2017.
NELSON Rodrigues. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Pau-
lo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa4409/
nelson-rodrigues>. Acesso em: 20 abr. 2017.
OLIVEIRA, Jô; GARCEZ, Lucilia. Explicando a arte: uma iniciação para entender e apreciar as 
artes visuais. Ed. Ediouro: Rio de Janeiro, 2004.
POLATO, A. O Uso de Recursos Digitais para Ensinar. Revista Nova Escola, São Paulo, jun. 
2009. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1064/o-uso-de-recursos-digitais-pa-
ra-ensinar-arte. Acesso em: 20 abr. 2017.
PORTO, Humberto (Org.). Arte e Educação. Pearson Education do Brasil, 2014.
RUGNA, Betina. Teatro em Sala de Aula: guia prático para o professor. São Paulo: Editora 
Alaúde, 2009.
SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. São Paulo: Editora Summus, 1978. 
SPOLIN, Viola. Jogos Teatrais na Sala de Aula. São Paulo: Editora Perspectiva, 2007.
UNIVERSO AO MEU REDOR. Marisa Monte. DVD. Gravadora Blue Note Recordes: Estados Uni-
dos, 2006. 13 músicas. 46 min
Bibliográficas
22 Laureate- International Universities
Arte e Educação
UTUARI, Solange et al. Por toda parte. Volume único. São Paulo: FTD, 2015.
VYGOTSKY, Lev. Imaginação e criação na infância. São Paulo, Ática. 2009.
ZAGONEL, Bernadete. Arte na Educação Escolar. Ed. IBPEX: Curitiba, 2008.

Continue navegando