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DIREITO TRABALHO - PECA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA __VARA DA JUSTIÇA DO TRABALHO DA COMARCA DE PELOTAS-RS
MIGUEL ANTONIO DOS SANTOS, brasileiro, casado, montador de veículos portador do RG Nº ................................ CPF Nº .........................., residente e domiciliado em Pelotas RS, CEP ............, vem, à presença de Vossa Excelência, vem por seu procurador, endereço eletrônico ..............., (instrumento de mandato incluso, doc. 1), propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em face de
AZ AUTOMÓVEIS S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº............ com sede na Rua ................................., Bairro ......................., Cidade de Pelotas, Estado Rio Grande do Sul, CEP................, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor
I - DOS FATOS
O reclamante, Miguel Antônio dos Santos, residente na cidade de Pelotas/RS declara que foi contratado pela reclamada AZ Automóveis S/A, em 01/12/2017, na função de operador de produção executando montagem de veículos percebendo mensalmente a quantia bruta de R$ 2.0000,00 (dois mil reais). Foi dispensado em 21/01/2019.
Suas atividades eram desenvolvidas no período noturno, entre 00:00 horas e 06:00 horas. Todas as obrigações trabalhistas quanto ao pagamento à observância de jornada noturna reduzida bem como pagamento de adicionais sempre foram cumpridos rigorosamente pela empresa empregadora.
Miguel relata também que ia ao trabalho de motocicleta tendo em vista que o local onde a AZ Automóveis estava sediada era afastado do centro da cidade de Pelotas, de difícil acesso e os horários de transporte coletivo não eram compatíveis com seu horário de trabalho.
Se tomasse o ônibus das 21:30 horas chegaria à empresa às 22:00 horas e seria necessário ficar esperando até 00:00 horas para iniciar seu turno de trabalho. O próximo ônibus só às 4:30 horas. Para ir de moto para o trabalho gastava vinte minutos e o mesmo tempo para retornar à sua casa.
O reclamante informa ainda que sofreu acidente de trânsito às 23:50 horas do dia 16/11/2018, quando se deslocava para seu trabalho.
A moto que conduzia foi abalroada por um veículo em um cruzamento entre a rodovia e a rua de acesso ao bairro da empresa onde laborava, localizada há três quarteirões do local do acidente. 
No Boletim de Ocorrência constou que a causa do acidente foi a violação de sinal vermelho pelo condutor do veículo que atingiu Miguel. Submetido ao teste de alcoolemia foi constatado que ele havia ingerido bebida alcoólica em limite muito superior ao legalmente permitido.
Em razão do acidente em questão o reclamante sofreu fratura na perna direita tendo sido submetido a cirurgia o que ocasionou seu afastamento das atividades laborativas até o dia 02/01/2019.
A empresa reclamada prontamente lavrou a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). No período em que esteve afastado, recebeu auxílio acidente por parte do INSS.
Em que pese o procedimento cirúrgico, Miguel não ficou com sequela alguma ou cicatriz decorrente do acidente de trânsito.
Em 03/01/2019 retornou ao trabalho e em 21/01/2019 foi dispensado com todos seus direitos legais. O aviso prévio foi indenizado e o depósito das verbas rescisórias foi feito em 23/01/2019, mediante depósito em sua conta bancária.
Os documentos necessários para o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e para o recebimento do seguro-desemprego foram entregues na mesma data.
Miguel lhe entrega a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) lavrada pela empresa, o Boletim de Ocorrência e o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT). Neste último extrai-se que a empresa AZ Automóveis S/A está inscrita no CNPJ, e tem endereço na cidade de Pelotas/RS. 
II – FUNDAMENTAÇÃO
A) ACIDENTE DE TRAJETO- RESPONSABILIDADE CIVIL
O acidente de trajeto ou “in itinere” é espécie do gênero acidente de trabalho e encontra-se amparo legal na Lei 8.213/1991:
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
(...)
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
(...)
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
Ainda que o objetivo do seguro pago pela Previdência Social ser amparar o trabalhador por ocasião do infortúnio, o empregador está obrigado a indenizar o trabalho quando há relação direta do dano com o trabalho a serviço da empresa.
Por cúmulo, a responsabilidade do empregador é objetiva, tendo em vista que o nexo de causalidade quanto ao acidente de trajeto é apurável mediante o nexo cronológico e o nexo topográfico.
Figura-se dentro da previsibilidade empresarial, inclusive o deslocamento do trabalhador de sua casa ao trabalho e vice-versa, correndo o risco por conta do empregador, na forma do Art. 2º, CLT, visto que assume o risco decorrente da atividade econômica.
Com fundamentação legal no Código Civilista, no Art. 927, que diz:
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
É propício observar preconizado os Arts. 932 e Art. 933, do mesmo diploma legal:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
 III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933.As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. (Grifei) 
DANOS MORAIS
Em jurisprudência o TRT vem decidindo que:
... o dano moral existe in re ipsa, ou seja, decorre do próprio acidente e lesões sofridas pela parte autora. É um dano evidente, que surge logicamente da ocorrência do fato, prescindindo de prova específica. Cabe destacar possuir a indenização por danos morais também a função pedagógica/punitiva, devendo, além de prestar-se a compensar o sofrimento de quem foi submetido ao dano, servir de fator inibidor de novas ocorrências lesivas, pela adoção de processos mais seguros no ambiente do trabalho”. (Processo Nº 0000135-48.2011.5.04.0861 RO, 14/03/2013, Relator Desembargador Alexandre Corrêa da Cruz)
Neste seguimento, os precedentes do STJ:
Quanto ao dano moral, em si mesmo, não há falar em prova; o que se deve comprovar é o fato que gerou a dor, o sofrimento. Provado o fato, impõe-se a condenação, pois, nesses casos, em regra, considera-se o dano in re ipsa.(AgRg no AREsp 259.222/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 28/02/2013
Ressalta o Art. 223-G, § 1º:
Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
(...)
§ 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017);
(...)
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
 (...)
Com este fundamento, considerando os danos sofridos pelo reclamante e sua plena recuperação requer-se o reconhecimento como ofensa de natureza média a lesão sofrida, atribuindo-se o valor de cinco vezes o último salário percebido, acrescido de indenização de igual valor em decorrência do caráter pedagógico/punitivo, fator inibidor de novas ocorrências lesivas por parte daempresa reclamada no importe R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
B) ACIDENTE DE TRAJETO- ESTABILIDADE NO EMPREGO
A Lei Nº 8.213/9, em seu artigo 19, define como acidente de trabalho aquele que "ocorre pelo exercício do trabalho (...) provocando lesão corporal ou perturbação, que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho".
Cita o Art. 21, IV, d do mesmo diploma legal equipara ao acidente de trabalho o ocorrido no deslocamento do operário de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
Com base no Art. 118, da Lei Nª 8.213/91 regulamenta a estabilidade no emprego ao segurado que sofreu acidente equiparado na forma a lei ao acidente de trabalho:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantido, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
É notório que não é todo acidente de trabalho que resulta na estabilidade no emprego, mas somente quando há afastamento do trabalhador pelo órgão previdenciário (INSS). Afastamentos do trabalho por período inferior a (15) quinze dias sem encaminhamento para o INSS não gera direito à estabilidade provisória no emprego. O reclamante manteve-se afastado por (47) quarenta e sete dias.
Neste caso em concreto fica ainda mais evidenciado à análise da Súmula nº 378 do TST que diz:
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. (inserido item III) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) 
III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no n no art. 118 da Lei nº 8.213/91.
A Súmula 396 do TST é clara ao tratar sobre a estabilidade provisória, o pedido de reintegração e a concessão do salário relativo ao período de estabilidade já exaurido. inexistência de julgamento "extra petita" (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 106 e 116 da SBDI-1):
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego. (ex-OJ nº 116 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT. (ex-OJ nº 106 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997)
Desse modo, considerando-se que, em não havendo a reintegração do reclamante no emprego, requer seja atribuído o valor de R$ 37.000,00 (trinta e sete mil reais), correspondente ao período compreendido entre a data da despedida e o final de estabilidade acrescidos de férias, décimo terceiro salário e recolhimentos ao fundo de garantia.
C) GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Considerando que o último rendimento auferido pelo reclamante foi de R$ 2.000,00, valor inferior a 40 % (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do RGPS, requer a Vossa Excelência que se lhe conceda a benesse da Gratuidade Judiciária, nos termos do Art. 790, § 3º, Decreto Lei 5452/43:
(...)
§ 3º - É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
D) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Com fundamentação no Art. 791-A, CLT, são devidos ao advogado, honorários advocatícios fixados sobre o valor da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou sobre o valor atualizado da causa. Sendo assim requer a Vossa Excelência a condenação da reclamada ao pagamento do valor máximo legal.
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
III- DOS PEDIDOS
Diante de todo exposto, o reclamante requer seja JULGADA PROCEDENTE a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, com
a) a CITAÇÃO DA RECLAMADA para, querendo, comparecer à audiência e responder à presente, sob pena do decreto de sua revelia e consequente aplicação dos efeitos da confissão, presumida, quanto à matéria fática (CLT, art. 844, caput);
b) a CONDENAÇÃO DA RECLAMADA às seguintes obrigações:
REINTEGRAÇÃO DO RECLAMANTE no emprego ou, sucessivamente, INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA no valor de R$ 37.000,00 (trinta e sete mil reais);
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
PAGAMENTO DO VALOR DEVIDO acrescidos de juros, correção monetária, custas e demais cominações legais.
c) o ARBITRAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS no valor máximo legal nos termos do Art. 791, A, da CLT.
d) o DEFERIMENTO DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA previstos no artigo ART 790, § 3º da CLT.
IV – VALOR DA CAUSA
Dá-se à presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA o valor de R$ 52.000,00 (cinquenta e dois mil reais). 
O reclamante protesta ainda pela produção de todas as provas admitidas em Direito, especialmente o depoimento pessoal do representante da empresa, assim como a oitiva de testemunhas.
Termos em que,
Pede deferimento.
						Pelotas, 02 de Fevereiro de 2019
						____________________________
							ADVOGADO(A)
							OAB Nº

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