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INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Anatomia (anatome = cortar em partes, cortar separando; e logos = palavra ou estudo) é a ciência que estuda a forma, a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente. Enquanto Fisiologia (physis = natureza, função ou funcionamento; e logos = palavra ou estudo) é a ciência que estuda o funcionamento da matéria viva, investiga as funções orgânicas, processos ou atividades vitais. Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. Anatomia Macroscópica: é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos. Anatomia Microscópica: é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Anatomia do desenvolvimento: estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. POSIÇÃO ANATÔMICA Na anatomia, existe uma convenção internacional de que as descrições do corpo humano assumem que o corpo esteja em uma posição específica, chamada de posição anatômica. Portanto a posição anatômica é uma posição de referência, que dá significado aos termos direcionais utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo. Nela o indivíduo está em posição ereta, em pé (posição ortostática) com a face voltada para a frente e em posição horizontal, de frente para o observador, com os membros superiores estendidos e com as palmas voltadas para a frente, membros inferiores unidos, com os dedos dos pés voltados para a frente. PLANOS DE INSCRIÇÃO OU DELIMITAÇÃO Delimitam o corpo humano por planos tangentes à sua superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico (um paralelepípedo). Têm-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes: Ventral ou anterior: plano vertical tangente ao ventre Dorsal ou posterior: plano vertical tangente ao dorso Lateral direito: plano vertical tangente ao lado direito do corpo Lateral esquerdo: plano vertical tangente ao lado esquerdo do corpo Cranial, cefálico ou superior: plano horizontal tangente à cabeça Podal ou inferior: plano horizontal tangente à planta dos pés Cranial/Cefálico/Superior Podal/Inferior Dorsal/Posterior Ventral/Anterior PLANOS DE SECÇÃO Os planos de secção são planos imaginários perpendiculares ao corpo na posição anatômica. Têm o objetivo de separar o corpo em partes para facilitar o estudo e nomear as estruturas anatômicas com relação espacial. Plano mediano ou sagital: planos de secção paralelos aos planos laterais que passa longitudinalmente através do corpo e o divide em metades direita e esquerda. Frontal ou Coronal: planos de secção paralelos aos planos ventral e dorsal, que divide o corpo de forma a separar os planos ventral e dorsal. Transversal ou Horizontal: planos de secção paralelos aos planos cranial e podal, que divide o corpo horizontalmente. TERMOS DE RELAÇÃO E COMPARAÇÃO Como a anatomia é uma ciência descritiva têm-se um aparato de termos referenciais que podem melhor indicar as posições das estruturas entre si e em relação ao corpo como um todo. Anterior (ventral, frontal): mais próximo da frente. Posterior (dorsal,atrás): mais próximo do dorso. Exemplos: O osso esterno encontra-se anteriormente em relação ao coração. Já os grandes vasos e a coluna vertebral localizam-se posteriormente em relação ao coração. Superior (cranial, acima): mais próximo ou em direção a cabeça. Inferior (podal, abaixo): mais próximo ou em direção aos pés. Exemplos: Os grandes vasos localizam-se superiormente ao coração enquanto que o diafragma localiza-se inferiormente ao coração. Mediano: que se situa na linha mediana. Medial: mais próximo ao plano mediano do corpo. Lateral: distante do plano mediano do corpo. Intermédio: entre duas estruturas, sendo uma media e a outra lateral. Exemplos: A traqueia está localizada na posição mediana do corpo. O músculo quádriceps femoral tem quatro porções, a que está entre a porção (vasto) medial e lateral denomina-se intermedia. O polegar é mais lateral em relação aos outros dedos. Proximal: mais perto do tronco ou ponto de origem de um vaso, nervo ou orgão. Médio: estrutura ou órgão interposto entre um superior e um inferior ou entre anterior e posterior. Distal: mais longe do tronco ou ponto de origem de um vaso, nervo ou orgão. Exemplos: O braço é considerado proximal quando comparado ao antebraço (distal), pois está mais próximo da raíz de implantação do membro. As falanges (exceto do polegar) possuem porção proximal e distal, além de uma terceira porção entre ambas denominada media. Superficial: mais próximo da superfície do corpo. Profundo: mais longe da superfície do corpo. Exemplo: A pele é uma estrutura superficial comparada às arterias ou os ossos que estão localizados mais profundamente. Homolateral/Ipsilateral: do mesmo lado do corpo ou de outra estrutura. Contralateral: do lado oposto do corpo ou de outra estrutura. Exemplo: Se considerarmos a mão direita como referência, o membro inferior direito é considerado homo/ipsilateral, pois está localizado do mesmo lado. Já o membro inferior esquerdo é considerado contralateral, pois está localizado no lado oposto à mão de referência (mão direita). Eferente: do centro para a periferia. Aferente: da periferia para o centro Exemplo: No sistema circulatório, as veias cavas superior e inferior são aferentes por drenarem todo o sangue da periferia para o coração, que é o centro deste sistema. A artéria aorta é eferente, pois impulsiona o sangue do coração para a periferia. Há ainda termos de direção que acompanham os eixos ortogonais longitudinal ou crânio-caudal, ântero-posterior ou dorsoventral látero-lateral. Exemplos: as falanges estão alinhadas em direção crânio-caudal, os ossos carpais na direção látero-lateral; a traquéia e o esôfago estão alinhados na direção ântero- posterior. DIVISÃO DO CORPO HUMANO Classicamente o corpo humano é dividido em: cabeça, pescoço, tronco e membros. Cabeça: se divide em face e crânio. O crânio protege o encéfalo, que é formada pelo cérebro, cerebelo e bulbo. A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfato e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e digestivo Pescoço: é a região de união da cabeça com o tronco Tronco: é dividido em tórax, abdômen e pelve. O tórax contém no seu interior, a parte inferior do trato respiratório, os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos sanguíneos. É sustentado pela coluna vertebral e ossos adjacentes. Abdômen é a parte do tronco entre o tórax e a pelve. Contém a maioria dos órgãos do sistema digestivo. A pelve (pélvis ou bacia pélvica) é a região de transição entre o tronco e os membros inferiores. É a uniãos ossos ilíacos com o sacro. Membros: são divididos em superiores e inferiores. Os membros superiores são divididos em ombro, braço, antebraço e mão. Os membros inferiores são divididos em quadril, coxa, perna e pé. FISIOLOGIA A Fisiologia é a parte da Biologia responsável pelo estudo das funçõese das atividades exercidas por cada estrutura de um organismo vivo. Homeostasia A homeostasia é um termo criado pelo fisiologista W.B Cannon (1871-1945) para designar a condição dinâmica que há no ambiente interno do corpo, resultante da interação continua dos processos reguladores do organismo. Define-se, portanto como o estado de equilíbrio, em resposta às condições em que ele se encontra. Este estado de equilíbrio passa por perturbações continuas como agressões físicas, calor intenso, falta de oxigênio, extravasamento de líquido, alteração nos níveis de eletrólitos, dentre outras. Contudo, o organismo apresenta mecanismos de regulação da homeostática a fim de manter ou regular o bom funcionamento do mesmo. Tais mecanismos são gerenciados pelos sistemas nervoso e endócrino, mas sobre influência de fatores ambientais, psicológicos e do estilo de vida do indivíduo (alimentação prática de exercícios, consumo de drogas etc.) Cada homeostase seja restabelecida, o corpo permanece sadio. Em contrapartida, se o equilíbrio permanecer de forma moderada, pode ocorrer um distúrbio ou uma doença; se permanecer de forma grave, pode levar à morte. CONSTITUINTES FUNDAMENTAIS DO CORPO HUMANO O corpo humano possui seis níveis de organização estrutural: Nível químico: inclui as menores unidade de matéria presentes no organismo, como os átomos e as moléculas. Por exemplo: hidrogênio (H), oxigênio (O) e ácido desoxirribonucleico(DNA). Nível celular: as células são unidades básicas, estruturais e funcionais, formadas pela combinação de componentes do nível químico. Por exemplo: células musculares, células sanguíneas. Nível tecidual: formado pelo agrupamento de células que possuem uma função em comum. Existem basicamente quatro tipos de tecidos no organismo, sendo eles o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o tecido nervoso. Nível orgânico: composto pelos órgãos. Estes são estruturas formadas pela união de diferentes tecidos que, juntos promovem àquele órgão uma função especifica. Por exemplo: coração, fígado, estomago. Nível sistêmico: órgão que correlacionados em sua função formam um sistema. Por exemplo: o sistema respiratório é composto por órgãos como o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões. O corpo humano é formado pelos sistemas: circulatório, respiratório, digestório, nervoso, endócrino, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico e tegumentar. Nível organismo: todas as partes do corpo humano (órgãos e sistemas, funcionando umas com as outras). CÉLULAS Dizemos que todos os seres vivos são formados por células, com exceção dos vírus, sendo conhecidos desde formas unicelulares até formas pluricelulares. Organismo unicelular: tem a célula como sendo o próprio organismo, isto é, a única célula é responsável por todas as atividades vitais, como alimentação, trocas gasosas, reprodução, liberação de excretas, etc. Organismo pluricelular: é formado por muitas células (milhares, milhões, até trilhões de células), apresenta o corpo com tecidos, órgãos e sistemas, especializados em diferentes funções vitais. As células dos pluricelulares diferem quanto às especializações e de acordo com os tecidos a que elas pertencem. Organização Geral das Células Todos os seres vivos são constituídos por células que podem ser de dois tipos básicos: procariontes e eucariontes. Células procariontes: Os procariotos são representados, basicamente pelas bactérias e algas azuis. A principal característica de uma célula procarionte é a ausência de um núcleo delimitado. Nessas células, observa-se apenas um local (nucleoide) contendo DNA circular (DNA cromossômico) não associado a proteínas histonas. Podem existir ainda pequenas moléculas de DNA livres no citoplasma, conhecidas como plasmídeos, que são capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossômico. Essas células destacam-se também pela ausência de organelas membranosas, como retículo endoplasmático e complexo golgiense. Nessas células são encontrados apenas ribossomos, organelas relacionadas com o processo de síntese proteica. Nas células procariontes, pode haver ainda uma parede celular rica em peptidoglicanos e a presença de fímbrias ou flagelos. Células Eucariontes: As células eucariontes, também denominadas células eucarióticas, são consideradas células verdadeiras, mais complexas em relação às procarióticas por possuírem um desenvolvido sistema de membranas. A célula eucariótica contem membrana, citoplasma (e suas organelas) e núcleo. Além disso, a célula eucariótica animal apresenta interior celular bem compartimentado, ou seja, uma divisão de funções metabólicas entre as organelas citoplasmáticas. CONSTITUÍNTE DAS CÉLULAS Membrana Plasmática A membrana plasmática, membrana celular é um envoltório fino, poroso e microscópico que reveste as células dos seres procariontes e eucariontes. É uma estrutura semipermeável, responsável pelo transporte e seleção de substâncias que entram e saem da célula. A membrana plasmática é quimicamente constituída por lipídios (glicolipídeos, colesterol e os fosfolipídeos) e proteínas. Por isso, é reconhecida por sua composição lipoproteica. Os fosfolipídios estão dispostos em uma camada dupla, a bicamada lipídica. Eles estão conectadas às gorduras e proteínas que compõem as membranas celulares. Funções da membrana plasmática: • Permeabilidade Seletiva, controle da entrada e saída de substâncias da célula; • Proteção das estruturas celulares; • Delimitação do conteúdo intracelular e extracelular, garantindo a integridade da célula; • Reconhecimento de substâncias, graças a presença de receptores específicos na membrana. Citoplasma O citoplasma, nos seres eucariontes, é a porção existente entre o núcleo e a membrana celular e é constituído pelo citosol, citoesqueleto e as organelas citoplasmáticas nele inseridas. Nas células animais o citoplasma representa um pouco mais de metade do volume total da célula e é nele que ocorre a maior parte do metabolismo intermediário celular - isto é, as muitas reações pelas quais algumas pequenas moléculas são degradadas e outras são sintetizadas. Organelas Mitocôndrias São organelas compostas por membrana dupla, sendo uma externa e uma interna que apresenta muitas dobras, as chamadas cristas mitocondriais. As mitocôndrias são organelas especiais, com capacidade de se reproduzir, uma vez que contem moléculas de DNA circular, tal como as bactérias. Sua função é realizar a respiração celular, que produz a maior parte da energia utilizada nas funções vitais. Retículo Endoplasmático São organelas cujas membranas se dobram formando sacos achatados. Existem 2 tipos de retículo endoplasmático, o liso e o rugoso, esse último possui grânulos associados à sua membrana, os ribossomos, o que lhe confere aparência rugosa e por isso o nome. O retículo endoplasmático liso (REL) não tem ribossomos associados e por isso tem aparência lisa, é responsável pela produção de lipídios que irão compor as membranas celulares. A função principal do retículo endoplasmático rugoso (RER) é realizar a síntese proteica, além de participar do seu dobramento e transporte até outras partes da célula. Além disso sua membrana é contínua com a membrana externa do núcleo, o facilita a comunicação entre eles.Aparelho de Golgi Também chamado complexo de Golgi ou ainda complexo golgiense, é composto de discos achatados empilhados, formando espécies de bolsas membranosas. Suas funções são modificar, armazenar e exportar proteínas sintetizadas no RER. Algumas dessas proteínas são glicosiladas, ou seja, sofrem reação de adição de um açúcar no RE e no golgi o processo é completado, caso contrário, essas proteínas podem se tornar inativas. Além disso, o aparelho de Golgi produz vesículas que brotam e se soltam originando os lisossomos primários. Lisossomos e Peroxissomos Os lisossomos e peroxissomos são envolvidos apenas pela bicamada lipídica e no seu interior há enzimas digestivas. Sua função é digerir moléculas orgânicas como lipídios, carboidratos, proteínas e ácidos nucleicos (DNA e RNA), além de gorduras e aminoácidos. Os peroxissomos possuem grande quantidade da enzima denominada catalase. Ribossomos Os ribossomos são organelas formadas por duas subunidades, uma maior e uma menor, compostas por RNA ribossomal e proteínas. A função dessa organela celular é a síntese proteica. Alguns ribossomos estão isolados no citoplasma, já outros estão aderidos a paredes do retículo endoplasmático rugoso. Citoesqueleto Trata-se de um conjunto de filamentos e microtúbulos de proteínas presentes no citosol das células. São responsáveis pela sustentação e forma da célula, além de participar do transporte de substâncias e na contração muscular. Centríolos Os centríolos não são envolvidos por membrana, atuam no processo de divisão celular e também estão ligados à organização do citoesqueleto e aos movimentos de flagelos e cílios. Núcleo O núcleo é o responsável pelo controle de todas as funções celulares. A maior parte das células de nosso corpo possui um único núcleo. Contudo, há células que não possuem nenhum (glóbulos vermelhos maduros) e outras que possuem vários, como, por exemplo, às células musculares esqueléticas. São duas as funções básicas do núcleo das células. A primeira delas é a regulagem das reações químicas que acontecem no interior das células, e a segunda é o armazenamento das informações genéticas dessas células. DNA O DNA (Ácido Desoxirribonucleico) é uma molécula presente no núcleo das células de todos os seres vivos e que carrega toda a informação genética de um organismo. É formado por uma fita dupla em forma de espiral (dupla hélice), composta por nucleotídeos. RNA O RNA (ácido ribonucleico), ao contrário do DNA, é composto por apenas uma fita e ela é produzida no núcleo celular a partir de uma das fitas de uma molécula de DNA. Tipos de RNA RNA Ribossômico (RNAr): recebe esse nome pois é o principal constituinte dos ribossomos. Ele é o principal responsável pela síntese de proteínas. RNA mensageiro (RNAm): é o responsável por levar a informação do DNA do núcleo até o citoplasma, onde a proteína será produzida. RNA transportador (RNAt): responsável por transportar os aminoácidos que serão utilizados na formação das proteínas até os ribossomos, onde haverá de fato a síntese das proteínas. DIVISÃO CELULAR Ao originar novas células, o processo de divisão pode ser caracterizado de duas maneiras distintas. Quando são produzidas células idênticas, esse processo recebe o nome de mitose. Ao originar uma célula diferente, formada pela metade dos cromossomos que integram a célula-mãe, é chamado de meiose. Mitose A mitose é o tipo de divisão celular capaz de gerar duas células idênticas à célula-mãe. Para isso, é necessário que uma célula diplóide (2n) dê origem a um novo par de células, com o mesmo número de cromossomos daquela que a originou. Esse processo acontece de maneira contínua e é considerado de extrema importância para o crescimento de organismos multicelulares. Essa divisão celular é comum no organismo humano e permite que ele continue se desenvolvendo, crescendo e repondo células perdidas, por exemplo. Para gerar duas novas células exatamente iguais, a célula-mãe não pode simplesmente dividir-se ao meio. Por isso, a célula deve primeiro duplicar todo o seu conteúdo - desde as suas organelas até o seu próprio DNA. Essa etapa recebe o nome de interfase e possui uma grande atividade metabólica.Após esse processo inicial, a divisão celular tem início. Ela é dividida em quatro etapas. Prófase: Essa é considerada a fase mais longa da mitose e consiste em alterações no núcleo e citoplasma celular. Inicialmente, o núcleo da célula apresenta um aumento significativo em seu volume e o citoplasma torna-se mais denso. Ainda no início da prófase, todos os cromossomos são formados por dois filamentos - eles são chamados de cromátides e são unidos pelo centrômero. Aos poucos, essa estrutura torna-se mais curta e menos espessa, caracterizando a espiralização cromossômica. Na sequência, o nucléolo começa a desaparecer lentamente devido ao fim da síntese de RNA. Metáfase: Antes da metáfase em si, ocorre a prometáfase. Essa etapa é caracterizada pela desintegração da carioteca. Como consequência, os cromossomos, envoltos no citoplasma, migram para a região equatorial da célula e se prendem às fibras do fuso pelo centrômero. Na Metáfase, os cromossomos são presos na chamada placa metafásica, nome dado à parte central da célula, e permanecem parados por um longo período de tempo. Enquanto isso, as partículas e organelas presentes no citoplasma dividem-se de maneira proporcional e migram também para as extremidades. Anáfase: A anáfase tem início no momento em que cada cromossomo, previamente duplicado, é dividido de maneira longitudinal e, consequentemente, tem as suas cromátides-irmãs separadas. Aqui, as cromátides-irmãs passam a receber o nome de cromossomos-irmãos. A estrutura também é puxada para os polos da célula e, ao atingirem-no, essa fase chega ao fim. Vale perceber que nessa etapa ambos os lados da célula recebem o mesmo material genético; afinal, cada cromossomo-irmão possui exatamente a mesma carga cromossômica. Telófase: Esta é a última fase da mitose. A divisão do núcleo e do citoplasma chega ao fim. A carioteca é reestruturada, os cromossomos são descondensados e o nucléolo se reorganiza - os cromossomos, em seu formato natural, permitem que a síntese do RNA volte a acontecer. Dessa maneira, são formadas duas células idênticas à célula-mãe originária de todo o processo. O processo final da mitose recebe o nome de citocinese. Meiose A meiose é um processo de divisão celular que gera quatro células-filhas, cada uma com metade do número de cromossomos da célula-mãe. Esse processo de divisão é responsável pela formação de gametas. É fundamental que os gametas possuam metade do número de cromossomos da espécie, pois, dessa forma, no momento da fecundação, haverá o restabelecimento do número de cromossomos da espécie. A meiose caracteriza-se por dois processos de divisão celular: a meiose I e meiose II. Na meiose I, temos a prófase I, metáfase I, anáfase I, telófase I. Já na meiose II, temos a prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II. Meiose I Prófase I: É considerada uma fase complexa. Divide-se em cinco subfases: Leptóteno: os cromossomos homólogos começam a se emparelhar; há pequenas condensações. Zigóteno: os cromossomos homólogos estão emparelhados. Paquíteno: cada par de cromossomo homólogo possui quatro cromátides. Nessa etapa, a estrutura pode sofrer rupturas e suas pequenas “perninhas” trocam de lugar - é o chamado crossing over, fenômeno quepossibilita a recombinação genética. Diplóteno: os cromossomos homólogos se afastam mas são ligados pelas regiões que sofreram o crossing over. Diacinese: os cromossomos se condensam e continuam se separando. O nucléolo e a carioteca desaparecem. Metáfase I: A membrana celular desaparece. Os pares de cromossomos homólogos são organizados nas extremidades da célula. Cada componente do par será, depois, puxado em direções opostas. Anáfase I: Os centrômeros são divididos e cada componente de um par de cromossomos homólogos migra em direção a um dos polos da célula. Telófase I: Ao final do processo, a telófase caracteriza-se pela desespiralização dos cromossomos, enquanto tanto a carioteca quanto o nucléolo se organizam novamente, dividindo o citoplasma. Aqui, nascem suas novas células, ambas haplóides. Meiose II Prófase II: Os cromossomos são duplicados e condensados novamente, enquanto o centríolo é duplicado. O nucléolo e a carioteca desaparecem de novo. Metáfase II: As cromátides-irmãs migram para a região equatorial da célula e os centríolos ficam prontos para serem duplicados. Anáfase II: As cromátides-irmãs são de fato separadas, migrando para os polos da célula. Telófase II: Os cromossomos são concentrados nos polos da célula. A carioteca e o nucléolo se reorganizam. O final do processo recebe o nome de citocinese e surgem quatro novas células filhas, todas haplóides, ou seja, quatro novas células com metade do número de cromossomos da célula-mãe. TECIDOS Para considerarmos que um determinado grupo de células forma um tecido é necessário que estas apresentem a mesma função. Tecido epitelial Compõe-se quase exclusivamente de células e tem a função de cobrir superfícies. Apresenta células justapostas, ou seja, bem encaixadas, com pouquíssima substância intersticial e com grande coesão. Nos epitélios nunca se encontram vasos sanguíneos. Destacam-se os tecidos epiteliais de revestimento e o glandular. O tecido epitelial de revestimento recobre a superfície externa do corpo e protege as suas cavidades internas. É formado por células chatas dispostas em númerosas camadas, o que evita a perda excessiva de água. O tecido epitelial de revestimento forma a pele, as mucosas (boca, nariz, etc.) e as serosas – membranas que revestem alguns órgãos como: pulmão (pleura), coração (pericárdio), abdome (peritônio). O tecido epitelial glandular forma glândulas, que produzem e eliminam substâncias necessárias nas superfícies dos tecidos. Tecido de Sustentação Os tecidos de sustentação forram todos os epitélios, ocupam todos os intervalos situados entre os órgãos. São constituídos por células unidas entre si por muita substância intersticial.Suas principais funções são: Sustentação; Preenchimentos e Ligação; Defesa; Nutrição; Armazenamento. Têm como características a presença de um vasto espaço extracelular que contém fibras (elásticas, colágenas e reticulares), substância fundamental amorfa e grande quantidade de material intracelular. Os tecidos de sustentação dividem-se em vários grupos sendo os mais importantes: Tecido conjuntivo, tecido adiposo, tecido cartilaginoso e tecido ósseo. Descritos abaixo: O tecido conjuntivo é encontrado abaixo do epitélio e tem a função de sustentar e nutrir tecidos não vascularizados. Pode ser denso ou frouxo (propriamente dito). As fibras colágenas são grossas, flexíveis e resistentes, são formadas por uma proteína denominada colágeno. As fibras elásticas são mais finas que as colágenas, têm grande elasticidade e são formadas por uma proteína denominada elastina. O tecido adiposo é constituído principalmente por células adiposas. São acúmulos de tecido gorduroso localizado sob a pele ou nas membranas que revestem os órgãos internos. O tecido cartilaginoso tem consistência mais rígida que os tecidos conjuntivos. Ele forma as cartilagens como as orelhas, a extremidade do nariz, a laringe, a traqueia, os brônquios e as extremidades ósseas. Suas células são os condrócitos, que ficam mergulhados numa substância intersticial densa e não se comunicam. A substância intersticial pode apresentar fibras colágenas e elásticas, em diferentes proporções, que lhe conferem maior rigidez ou maior elasticidade. O tecido ósseo é o tecido de sustentação que apresenta maior rigidez. Forma os ossos dos esqueletos dos vertebrados. É constituído por células chamadas osteócitos e por uma substância intersticial compacta e resistente. As células se acham alojadas em cavidades da substância intersticial e se comunicam umas com as outras por meio de prolongamentos finos. É constituído por grande quantidade de fibras colágenas, dispostas em feixes, entre os quais se depositam cristais, principalmente de fosfato de cálcio. A grande resistência do tecido ósseo resulta dessa associação de fibras colágenas com o fosfato de cálcio. Tecido Hematopoiético (Sanguíneo) Tem esse nome devido à junção de dois termos gregos (hemato=sangue, poiese=formação), sua função é produção de células do sangue. O sangue é um tipo especial de tecido que se movimenta por todo o corpo, servindo como meio de transporte de materiais entre as células. É formado 60% por uma parte líquida (o plasma) e 40% por células (eritrócitos ou hemácias, leucócitos e trombócitos ou plaquetas. Tecido Nervoso É um tecido formado por células altamente especializadas chamadas neurônios e uma substância intercelular com células menores que constituem a neuroglia. O tecido nervoso caracteriza-se por ser especializado na condução de estímulos. SISTEMA ESQUELÉTICO Constituição e função O sistema esquelético é constituído de ossos e cartilagens, além dos ligamentos e tendões que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, tais como: - Proteção para órgãos como o coração, pulmões e sistema nervoso central; - Sustentação e conformação do corpo; - Armazenamento de cálcio e fósforo - Sistema de alavancas que permitem os deslocamentos do corpo; - Produção de várias células do sangue. Tecido osseo O corpo humano possui 206-208 os ossos. Este número varia de acordo com a idade (do nascimento a senilidade há uma redução do número de ossos), fatores individuais e critérios de contagem. Estrutura do osso Os ossos é um tecido vivo e dinâmico que, unindo-se aos outros por intermédio das articulações, constituem o esqueleto. É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz óssea. As fibras de colágeno são responsáveis pela elasticidade do osso quando este sofre uma tensão e os sais de cálcio depositados na matriz impedem a fratura. Células do tecido ósseo O tecido ósseo é formado por três tipos celulares: os osteoblastos, osteoclastos e osteócitos. Osteoblastos: responsável pela síntese da matriz óssea. Osteoclastos: responsável pela reabsorção óssea. Isso ocorre pela liberação de enzimas que digerem a proteína do osso e quebram sais de cálcio. Osteócitos: Células maduras relacionados com a síntese da matriz e reabsorção quando estimulados Classificação interna da estrutura dos ossos (microscópica/interna): Podemos classificar o tecido ósseo em dois tipos: compactos e esponjosos. Os ossos compactos apresentam-se fortes e resistentes, com poucos poros. Já os esponjosos apresentam diversos espaços. Um mesmo osso pode apresentar região compacta e esponjosa. Periosteo e Endosteo Importante lembrar que os ossos são ricamente vascularizados. O osso se encontrasempre revestido por delicada membrana conjuntiva, denominada periósteo, com exceção das superfícies articulares. As artérias do periósteo penetram no osso, irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea. Enquanto o endósteo é uma camada fina de tecido conjuntivo frouxo que reveste a superfície interna do tecido ósseo que forma a cavidade medular dos ossos longos. Esta superfície é normalmente reabsorvida durante longos períodos de desnutrição, resultando em uma espessura cortical menor. Medula óssea É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. A medula óssea desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das células sanguíneas: leucócitos, as hemácias e as plaquetas. O sistema sanguíneo é composto por dois tipos de medula: a vermelha e a amarela. A diferença entre as duas está basicamente na função que exercem, sendo que a medula amarela tem origem a partir da vermelha. Quando nascemos, todos os ossos têm a capacidade de produzir células sanguíneas. No entanto, com o envelhecimento, parte de nossa medula vermelha vai sendo transformada em um tecido gorduroso que tem a função de preencher o interior dos ossos. Desta forma, a medula amarela não possui função de produção de células. Assim, a produção dos elementos do sangue fica restrita a alguns ossos (como costelas, esterno, bacia, crânio e extremidades de ossos longos dos membros inferiores e superiores, como o fêmur). A medula amarela pode voltar a produzir células sanguíneas, como a medula vermelha, caso o organismo apresente alguma deficiência no sistema sanguíneo, como uma anemia. Crescimento ósseo Os ossos começam a se formar a partir do segundo mês da vida intra-uterina. Ao nascer, a criança já apresenta um esqueleto bastante ossificado, mas as extremidades de diversos ossos ainda mantêm regiões cartilaginosas que permitem o crescimento. Entre os 18 e 20 anos, essas regiões cartilaginosas se ossificam e o crescimento cessa. Classificação dos ossos quanto a forma Ossos longos: Apresentam comprimento maior que a largura e espessura. São constituídos por uma haste (diáfise) formada por tecido ósseo compacto e duas extremidades (epífises). Ex: úmero, o rádio, ulna e a fíbula. Ossos curtos: têm seus comprimentos semelhantes as suas larguras. Ex: o tarso e o carpo. Ossos planos ou laminares: Possuem pequena espessura e comprimento e largura equivalentes. Ex: ossos do crânio. Ossos sesamoides: desenvolvem-se na substância de certos tendões ou da capsula fibrosa que envolve certas articulações. O principal osso sesamoide é a patela. Ossos pneumáticos: apresentam cavidades contendo ar. Compreendem os ossos frontal, esfenoide, temporal, etmoide e maxilar. Ossos irregulares: Esse tipo não apresenta uma forma geométrica definida. Como exemplo, podemos citar as vértebras. Divisão do sistema esquelético O sistema esquelético pode ser dividido em duas grandes porções: Esqueleto axial: porção mediana que forma o eixo do corpo, composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco. Esqueleto apendicular: porção anexa ao esqueleto axial, é composta pelos membros (superiores e inferiores). A união entre estas duas porções se faz por meio de cinturas: escapular ou torácica, constituída pela escápula e clavícula e pélvica constituída pelos ossos do quadril. Ossos do crânio e face Os ossos da cabeça são divididos em ossos do crânio e ossos da face e além de protegerem o encéfalo, protegem e oferecem suporte a outros órgãos presentes na cabeça. Os ossos do crânio são ligados pelas chamadas suturas e são denominados: frontal, parietal(2), temporal(2), occipital, esfenoide e etmoide somando-se oito ossos. A base do crânio é formada por ossos irregulares e possui forames (aberturas que dá passagem a vasos e nervos. As fontanelas são espaços constituídos por membranas fibrosas situadas entre os ossos do crânio, também chamadas de Fontículos, encontradas em recém-nascidos, e popularmente conhecidas por moleiras. Conforme a criança cresce, esta membrana passa pelo processo de ossificação. A face é formada por catorze ossos: nasal(2), maxilar (2), zigomático(2) mandíbula, lacrimal(2), palatino (2), concha nasal inferior (2) e o osso vômer. O único osso móvel da face é a mandíbula. Ossos do tronco O tronco do corpo tem seu esqueleto formado pelos ossos da coluna vertebral, pelo esterno e pelas costelas. A coluna vertebral é uma haste forte e flexível que abriga a medula espinhal, sustenta a cabeça e serve de fixação para as costelas e outros ossos da pelve. Ela é formada por vertebras que se dividem em cinco regiões: cervical (7 vertebras), torácica (12 vertebras), lombar (5 vertebras), sacral (1 osso denominado sacro, formado por 5 vertebras fundidas) e coccígea (1 osso denominado cóccix, formado por 4 vertebras fundidas). O esterno e as costelas formam a caixa torácica, que abriga e oferece proteção para órgãos do tórax e do abdome superior, além de dar suporte aos ossos da cintura escapular e dos membros superiores. O esterno é um osso plano, localizado na linha média anterior do tórax e consiste em três porções: o manúbrio (porção superior), o corpo e o processo xifoide (porção menor e inferior). Este osso desempenha importante função na produção das células do sangue (hematopoiese) e é um local acessível para realização de coleta de medula óssea para biopsias. As laterais da cavidade torácica são compostas por 12 pares de costelas, que se fixam ao esterno através da cartilagem hialina (cartilagens costais). Os sete primeiros pares de costelas se fixam diretamente ao esterno, sendo denominadas, por isso de costelas verdadeiras. Os próximos cinco pares, do 8° ao 12°, soa denominados costelas falsas, pois suas cartilagens não se fixam diretamente ao esterno ou nem mesmo se fixam, razão pela qual os 11° e 12° pares são também chamados de costelas flutuantes. O espaço entre as costelas chama-se espaço intercostal e é ocupado por músculos, vasos sanguíneos e nervos. Cintura Torácica (Escapular) A cintura torácica é responsável pela fixação dos ossos dos membros superiores no esqueleto axial, sendo constituída por uma clavícula e uma escapula de cada lado do corpo. A clavícula está presente na região anterior e se articula com o esterno, transmitindo a fora mecânica do membro superior para o corpo. A escapula se localiza na região posterior do tórax e se articula com a clavícula e com o úmero. Membros superiores Os membros superiores contam com 60 ossos em sua composição, sendo eles úmero, a ulna, o rádio, os ossos do carpo, os metacarpos e as falanges. O úmero é o osso mais comprido do membro superior, articulando-se com a escapula, proximalmente, e com a ulna e o rádio distalmente. A ulna se localiza na região medial do antebraço e é mais longa que o rádio. O cotovelo corresponde à extremidade proximal da ulna, denominado olecrano. A saliência localizada no punho, na direção do dedo mínimo, corresponde ao processo estiloide da ulna, localizado na extremidade distal deste osso. O rádio está localizado lateralmente à ulna, no lado do polegar, e articula-se na sua extremidade distal com três osso do punho. O carpo-punho- possui ainda mais cinco ossos, todos dispostos em duas fileiras transversais, cada uma com quatro ossos, cada osso com seu nome refletindo sua forma: semilunar, escafoide piramidal e psiforme na fileira proximal e trapézio, trapezoide, capitato e hamato na fileiradistal. O metacarpo consiste em cinco ossos metacárpicos, localizados na região da palma da mão, que são numerados de I a V, iniciando pelo osso que está na direção do polegar. As falanges compõem a extremidade distal da mão. No polegar, existem duas falanges – proximal e distal, enquanto os outros dedos possuem três- proximais, médias e distais. Cintura pélvica (quadril) Os ossos do quadril formam a cintura pélvica. Tais ossos, no período neonatal ainda são divididos em três ossos ligados por cartilagem (ilio, isquio e púbis). O anel formado pelos ossos desta região proporciona um forte e estável suporte para a coluna vertebral e os órgãos abdominais. . Membros inferiores Cada membro inferior é composto por 30 ossos, sendo eles: o fêmur (coxa), a patela, a tíbia, a fíbula, os ossos társios do tarso (tornozelo), os ossos metatársicos do metatarso e as falanges. O fêmur é o osso maior, mais forte e pesado do corpo. Ele se articula com o osso do quadril em sua extremidade proximal e com a patela e a tíbia em sua extremidade distal. O trocanter maior é uma projeção óssea presente no fêmur que pode ser palpada e vista na região anterior do quadril. Ele é habitualmente utilizado como ponto de referência para determinar o local de aplicação de injeção intramusculares na superfície lateral da coxa. A patela é um osso pequeno, de característica triangular, localizado anteriormente à articulação do joelho. Sua função é aumentar a força de alavanca do tendão do musculo quadríceps femoral. A tíbia está localizada na região medial da perna, se articula com o fêmur e com a fíbula e é responsável por transmitir o peso do fêmur para o pé. A fíbula se localizada paralelamente à tíbia. Possui uma projeção óssea denominada maléolo lateral, que forma a proeminência óssea que pode ser vista e palpada na face lateral do tornozelo. O tarso é formado por sete ossos: o tálus, o calcâneo, o cuboide, o navicular e três ossos cuneiformes (chamados primeiro, segundo e terceiro). O calcâneo destaca-se entre eles como o maior e mais forte. O metatarso possui cinco ossos metatársicos, numerados de I a V, do medial para o lateral e se articulam, em sua extremidade distal, com as falanges, também numeradas de I a V. SISTEMA ARTICULAR Os ossos estão ligados uns aos outros por meio das articulações ósseas, que podem ser móveis, como as do joelho, ou não permitirem a movimentação (fixas), como as articulações dos ossos do crânio. Esse movimentação ocorre em auxilio dos ligamentos e tendões. Ligamento: tecidos fibrosos que conectam dois ossos juntos em suas articulações Tendões: tecidos fibrosos que conectam os músculos aos ossos. As articulações podem ser classificadas de 3 tipos: sinartrose, anfiartrose e diartrose. Sinartrose: é uma articulação composta de tecido fibroso e, portanto, “imóvel” (grau de movimento muito pequeno e quase imperceptível). Pode ser encontrado de 3 tipos: Suturas: têm a forma de linha ondulada encontradas entre os ossos do crânio; Sindesmose: tem uma lâmina de tecido fibroso e ligamentos. Este tipo só é encontrado na articulação tíbio-fibular distal; Gonfose: tem uma articulação por inserção de uma saliência cônica numa cavidade, presente a da raiz do dente no alvéolo. Anfiartrose: é uma articulação composta de tecido cartilaginoso e, portanto, de movimento limitado. Pode ser encontrado de 2 tipos: Sincondroses: mantêm os ossos articulados por cartilagem hialina. Podem ser do tipo temporário (placas epifisárias) e permanente (cartilagem costal); Sínfise: mantêm os ossos articulados por tecido fibrocartilaginoso. Ex.: sínfise púbica. Diartroses: são articulações amplamente móveis, formadas por cartilagem hialina, no encontro de dois ossos com líquido sinovial mantido por uma membrana sinovial. As articulações do joelho apresentam ainda a patela, a qual tem função de cobrir e proteger a superfície articular do joelho, além dos meniscos que são estruturas semicirculares de fibrocartilagem, que estão localizadas no centro do joelho e agem como amortecedores de impacto, lubrificantes, estabilizadores e também como distribuidores das cargas que passam dentro da articulação. As articulações sinoviais possuem denominações especificas que descrevem seus movimentos (forma, direção e sua relação com o corpo). MOVIMENTO DESCRIÇÃO Deslizamento Ocorre nas articulações planas, na qual as superfícies ósseas movimentam-se para os lados ou para frente e para trás. Flexão Diminuição do ângulo presente entre os ossos que se articulam Extensão Aumento do ângulo presente entre os ossos que se articulam Hiperextensão Aumento do ângulo presente entre os ossos que se articulam, além da sua posição anatômica. Abdução Movimento do osso para longe da linha mediana do corpo. Adução Movimento do osso em direção à linha mediana do corpo. Rotação Movimento no qual o osso gira em torno do seu próprio eixo longitudinal. SISTEMA MUSCULAR Constituintes e função Sistema muscular O sistema muscular é composto pelos diversos músculos do corpo humano. Os músculos são tecidos, cujas células ou fibras musculares possuem a propriedade de contratilidade e de produção de movimentos. As fibras musculares são controladas pelo sistema nervoso, encarregado de receber a informação e respondê-la.. Os músculos contribuem para a homeostasia devido a quatro propriedades especificas. A primeira delas é: Excitabilidade elétrica (capacidade de responder a estímulos pela produção de sinais elétricos), Contratilidade (capacidade de contrair quando estimulado por um sinal elétrico), Extensibilidade (capacidade de estirar, sem ocorrer lesão) e da Elasticidade (capacidade de retornar ao tamanho normal após se contrair ou estender). Funções do Sistema Muscular Estabilidade corporal Produção de movimentos Aquecimento do corpo (manutenção da temperatura corporal) Preenchimento do corpo (sustentação) Auxílio nos fluxos sanguíneos Classificação dos Músculos Os músculos apresentam diferentes tamanhos, formas e funções, por isso, são classificados em três tipos: - Músculo Liso ou Não estriado: músculos de contração lenta e involuntária, localizados nas estruturas ocas do corpo, ou seja, estômago, bexiga, útero, intestino, além da pele e dos vasos sanguíneos. Assim, sua função assegura a movimentação dos órgãos internos. - Músculo Estriado Cardíaco: músculos de contração vigorosa e involuntária, presentes no coração (miocárdio). Esses músculos asseguram os vigorosos batimentos cardíacos. - Músculo Estriado Esquelético: músculos de contração voluntária, ou seja, os movimentos são controlados pela vontade do ser humano. Fixam-se aos ossos geralmente por meio de tendões e cartilagens e, através das contrações, permitem os movimentos, as posições corporais, além de estabilizarem as articulações do organismo. Tipos de músculos Músculos da cabeça Os músculos da cabeça podem dividir-se em dois grupos: os mastigadores e os da mímica. Músculos mastigadores: Este grupo compreende os músculos elevadores e os abaixadores do maxilar inferior. Ex: Masseter e Temporal Músculos da mímica: Se dispõem em torno dos orifícios palpebrais, das narinas e da boca, realizando as expressões fisionômicas. Ex: MúsculoZigomático Menor e Zigomático Maior e Risório. Músculos do pescoço Tem a função de manter a cabeça erguida e mover o pescoço. O esternocleidomastoideo situado lateralmente no pescoço é um músculo forte que movimenta a cabeça, inclinando-o para o lado do músculo e submetendo-a a um movimento de rotação, em que o queixo se volta para o lado oposto ao do músculo. Músculos do Tórax e do Abdômen Esses músculos permitem a respiração, impedem o corpo de se curvar e ceder ao próprio peso, entre outros movimentos. Ex: Peitoral Maior, Peitoral Menor, e Serrato ou Serratil, além do Reto e Obliquo do abdômen Os músculos intercostais funcionam em conjunto com o diafragma para levarem o ar até os pulmões. Ex: Intercostais é o próprio musculo Músculo dos membros superiores São músculos capazes de fazer a pressão exata e permitem flexibilidade e precisão para tarefas delicadas ou que exigem muita força. Determinados movimentos necessitam dos músculos flexores, que participam de retração muscular, outros dos músculos extensores, que permitem a extensão do membro. Na região do braço localizam-se os músculos com grandes massas, responsáveis pela força. Os principais são: Deltoide- encontra-se na articulação do ombro e produz a elevação do braço- é nele que se aplica injeção intramuscular. Bíceps -localiza-se na parte anterior do braço, sendo responsável pela flexão do antebraço sobre si mesmo – é bem delineado em pessoas em exercem praticas esportivas; Tríceps- situa-se na parte posterior do braço e afasta o antebraço do bíceps. O movimento do antebraço é limitado, o que lembra uma dobradiça. Porém, as mãos executam movimentos precisos e delicados, como abotoar uma blusa, fazer uma trança. Seus principais músculos são: Flexor dos dedos- situa-se na parte anterior do antebraço e promove a flexão dos dedos; Extensor dos dedos -localiza-se na parte posterior do antebraço, sendo responsável pelo afastamento dos dedos. Músculos dos Membros Inferiores Devido aos músculos do membros inferiores podemos ficar de pé, movimentar as pernas e o pé e manter o equilíbrio. Os principais músculos dos membros inferiores são: Glúteo superior - localiza-se nas nádegas e permite a extensão da coxa; Quadríceps femural– situa-se na parte anterior da coxa, sendo responsável pela extensão da perna; Sartório: é o músculo mais longo do corpo; inicia-se no quadril, cruza a coxa e termina na lateral interna do joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome; Bíceps femoral: localiza-se na face posterior da coxa, permitindo o movimento de flexão das pernas; Gastrocnêmicos – situa-se na face posterior da perna (batata da perna) e são responsáveis pela extensão dos pés. Por sua vez, os pés apresentam movimentos de extensão, flexão e rotação – possíveis devido à utilização dos músculos extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendõe SISTEMA TEGUMENTAR Constituintes e funções O sistema tegumentar é composto pela pele e anexos (glândulas, unhas, cabelos, pelos e receptores sensoriais) e tem importantes funções: - Proteção do corpo contra o meio ambiente, abrasões, perda de líquido, substâncias nocivas e microrganismos invasores. - Regulação do calor através das glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos. - Sensibilidade por meio dos nervos superficiais e suas terminações sensitivas. A pele forma um envoltório para as estruturas do corpo e substâncias vitais (líquidos). A pela possui apenas alguns milímetros de espessura, no entanto, é o maior órgão do corpo. Estratificação da pele: A pele é composta por camadas: a mais externa, a epiderme a camada mais interna é a derme, seguida por um tecido subcutâneo, também conhecida como hipoderme. Epiderme: Também chamada de cutícula, essa parte da pele encontra-se na camada superficial/externa da pele e pode adquirir espessuras diferentes em determinadas partes do corpo humano. O epitélio estratificado da epiderme é composto pelas seguintes camadas: estrato lúcido, estrato córneo, estrato basal, estrato espinhoso e estrato granuloso. A epiderme é formada por tecido epitelial e consiste na região mais superficial e mais fina da pele. Aproximadamente 90% das células da epiderme são queratinócitos, uma célula que, à medida que se move para a superfície, acumula queratina, impermeabilizando esta camada da pele promovendo proteção contra o calor e agentes nocivos ao organismo. Quando a pele descama, esta camada de células queratinizadas se desprende e é substituída por novas células que migram para a superfície. Este processo leva de duas a quatro semanas para ser finalizado. Os melanócitos as o segundo tipo de células mais importantes presentes na pele. Estes são responsáveis pela produção da melanina, um pigmento marrom escuro que contribui para a coloração da pele e absorve os raios ultravioletas (UV). Outro tipo celular encontrado na epiderme são as Células de Langerhans, que se formam na medula óssea e migram para a epiderme, sendo responsáveis pela resposta imunológica local. Estas células são facilmente lesadas pela radiação UV. O quarto tipo de célula presente na epiderme é denominado Células de Merkel. Elas se encontram na camada mais profunda e sua função está relacionada aos estímulos táteis. Derme: Também chamada de pele verdadeira, a derme é elástica, rija e flexível. É a camada intermediária da pele que fica abaixo da epiderme. Nela encontra-se a elastina e o colagénio responsáveis pela elasticidade. As fibras da derme não são substituídas com a idade e as pessoas mais idosas apresentam mais flacidez. Tecido Subcutâneo ou hipoderme: Esse parte não é considerado como parte da pele. Ele é formado essencialmente pelo tecido adiposo e tecido conjuntivo frouxo. Possui as seguintes funções: fixar a pele e isolar o corpo de mudanças extremas no meio ambiente. Anexos da pele Unhas Resultam da compactação de células bastante queratinizadas (queratina dura). Apresentam-se como lâminas esbranquiçadas e semitransparentes, na face dorsal da extremidades dos dedos das mãos e dos pés. Notam-se na unha: a) a raiz, escondida em uma dobra da derme; b) o corpo, cuja face superficial é convexa; c) a extremidade livre, branca, acinzentada, e em constante crescimento. Pelos Os pelos estão espalhados pelo corpo todo, com exceção das palmas das mãos, das solas dos pés e de certas áreas da região genital. Eles são formados de queratina e restos de células epidérmicas mortas compactadas e se formam dentro do folículo piloso. Os cabelos,crescem graças às células mortas queratinizadas produzidas no fundo do folículo; elas produzem queratina, morrem e são achatadas formando o cabelo. Têm função de proteção, principalmente aqueles localizados em regiões próximas a orifícios naturais, como os localizados nas narinas, nos ouvidos e e manter a temperatura do corpo A cor dos pelos e cabelos é determinada pela quantidade de melanina produzida, quanto mais pigmento houver mais escuro será o cabelo. Receptores Sensoriais São ramificações de fibras nervosas que possuem função sensorial, sendo capazes de receber estímulos mecânicos, de pressão, de temperatura ou de dor. Glandulas Glândulas Sudoríparas: Encontradas em quase toda extensão da pele e responsável pela liberação do suor. Este por sua vez libera substâncias tóxicas do corpo e regula a temperatura corporal. Nos seres humanos há dois tipos de glândulas sudoríparas: - Glândulas SudoríparasÉcrinas: Dispostas por toda a superfície do corpo humano e responsáveis pela produção de suor e pela temperatura do corpo. - Glândulas Sudoríparas Apócrinas: Essas glândulas são mais encontradas nas axilas e próximos a área genital. Responsáveis pelo odor causado pelo suor. Glândulas Sebáceas: São microscópicas e guardam uma matéria oleosa chamada sebo que é usada para lubrificar e proteger a pele dos mamíferos. São encontradas principalmente no rosto e couro cabeludo, mas não há glândulas sebáceas na planta dos pés e nas mãos. O sebo é formado por lipídios e outras substâncias. Glândulas mamárias: consideradas por certos autores como modificações das glândulas sudoríparas, e, por outros, como glândulas sebáceas alteradas na espécie humana, a situação peitoral. Existem nos dois sexos, mas só na mulher se desenvolvem e funcionam, após estimulo hormonal. SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular é responsável pela circulação do sangue, de modo a transportar os nutrientes e o oxigênio por todo o corpo. A circulação sanguínea corresponde a todo o percurso do sistema circulatório que o sangue realiza no corpo humano, de modo que no percurso completo, o sangue passa duas vezes pelo coração. Todo o funcionamento do sistema cardiovascular está baseado no batimento do coração, onde os átrios e ventrículos do coração relaxam e se contraem formando um ciclo que garantirá toda a circulação do organismo. Os vertebrados, apresentam sistemas cardiovasculares fechados e completo Sistema fechado: Um sistema circulatório é dito fechado quando o sangue circula sempre dentro de vasos sanguíneos. Sistema Completo: Um sistema circulatório diz-se completo quando o sangue venoso separa-se completamente do sangue arterial. Função do sistema cardiovascular O sistema circulatório é responsável por conduzir: - Oxigênio para as células, -Hormônios para os tecidos -Dióxido de carbono para sua eliminação nos pulmões, - Excretas metabólicos e celulares para órgãos excretores, como os rins. - Além de apresentar importante papel no sistema imunológico de defesa contra infecções. Constituintes do sistema cardiovascular O sistema circulatório humano é composto pelo sangue, condutores (veias e artérias) e coração. Coração: Órgão musculoso oco responsável por impulsionar o sangue pelo corpo. Ele esta localizado no centro do tórax O coração funciona impulsionando o sangue por meio de dois movimentos: contração ou sístole e relaxamento ou diástole. As principais estruturas do coração são: Pericárdio: membrana que reveste o exterior do coração. Endocárdio: membrana que reveste o interior do coração. Miocárdio: músculo situado entre o pericárdio e o endocárdio, responsável pelas contrações do coração. Átrios: é por onde o sangue chega no coração vindo do pulmão através do átrio esquerdo ou vindo do corpo através do átrio direito. Ventrículos: cavidade que bombeia o sangue. A partir daí o sangue vai para o pulmão (ventrículo direito) ou para o corpo (ventrículo esquerdo) sendo ejetado respectivamente pelo e ventrículo esquerdo Válvula tricúspide: impede o refluxo de sangue do ventrículo direito para o átrio direito. Válvula mitral: impede o refluxo de sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo. Quando comparadas com os ventrículos, as paredes dos átrios são relativamente mais finas. Isso ocorre porque os ventrículos bombeiam sangue para todo o corpo, enquanto os átrios bombeiam sangue somente para os ventrículos. Podemos dizer que os átrios funcionam como câmaras que recebem sangue do corpo, enquanto os ventrículos funcionam bombeando o sangue para o corpo. Cada átrio comunica-se com um ventrículo. O átrio esquerdo comunica-se com o ventrículo esquerdo através da valva atrioventricular esquerda, também chamada de valva bicúspide ou valva mitral. Já o átrio direito comunica-se com o ventrículo direito pela valva atrioventricular direita, também chamada de tricúspide. Essas valvas asseguram o fluxo unidirecional do sangue. Um átrio não se comunica com o outro átrio, assim como um ventrículo não se comunica com o outro ventrículo. Vasos sanguíneos: são as vias de transporte por onde o sangue circula. São divididos basicamente em artérias, arteríolas, veias e capilares. Artérias: As artérias são vasos do sistema circulatório, que saem do coração e transportam o sangue para as outras partes do corpo. A parede da artéria é espessa, formada de tecido muscular e elástico, que suporta a pressão do sangue. A maior parte das artérias transporta o sangue arterial, ou seja, rico em oxigênio. Contudo, as artérias pulmonares transportam o sangue sem oxigênio do coração para os pulmões. As artérias se ramificam pelo corpo, ficam mais finas, formam as arteríolas, que se ramificam ainda mais, originando os capilares. Veias: As veias são vasos do sistema circulatório, que transportam o sangue de volta dos tecidos do corpo para o coração. Suas paredes são mais finas que as artérias. A maior parte das veias transporta o sangue venoso, ou seja, rico em gás carbônico. Contudo, as veias pulmonares transportam o sangue arterial, oxigenado, dos pulmões para o coração. Esses vasos apresentam valvas que se abrem no sentido do coração, impedindo, assim, que ocorra um refluxo. A pressão sanguínea nas veias é relativamente baixa.; Artérias menores e arteríolas: possuem paredes musculares que ajustam seu diâmetro a fim de aumentar ou diminuir o fluxo sanguíneo em uma determinada área; Capilares: são vasos sanguíneos pequenos e de paredes extremamente finas, que atuam como pontes entre artérias. Estes permitem que o oxigênio e os nutrientes passem do sangue para os tecidos e que os resíduos metabólicos passem dos tecidos para o sangue; Anteriormente, muitos livros didáticos diferenciavam veias e artérias dizendo que as primeiras transportavam apenas sangue rico em gás carbônico e as últimas transportavam sangue rico em oxigênio. Eram utilizados, inclusive, os termos sangue arterial e sangue venoso para diferenciar o sangue com grande quantidade de oxigênio e aquele com maior quantidade de gás carbônico. Entretanto, essa definição de veias e artérias caiu em desuso, assim como os termos sangue arterial e venoso. O problema dessa definição é que as veias pulmonares transportam sangue rico em oxigênio e as artérias pulmonares levam sangue pobre em oxigênio. Sangue: é um tecido líquido, formado por diferentes tipos de células, que circula por todo nosso corpo. Em um adulto circulam, em média, seis litros de sangue. O sangue é composto de: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas e plasma. Glóbulos vermelhos – também chamado de hemácias, são células em maior quantidade nos humanos, não possuem núcleo. São ricas em hemoglobina, uma proteína cujo pigmento vermelho dá a cor característica ao sangue que tem a propriedade de transportar o oxigênio, desempenhando papel fundamental na respiração. Glóbulos brancos – também chamados de leucócitos, são células de defesa do organismo, que destroem os agentes estranhos, como bactérias, vírus e as substâncias tóxicas que atacam nosso organismo e causam infecções ou outras doenças. Leucócitos: são maiores que as hemácias, porém, a quantidade deles no sangue é bem menor. Quando o organismo é atacado por agentes estranhos, o número de leucócitos aumenta significativamente. Plaquetas – também chamadas de trombócitos, não são células, mas fragmentos celulares, que atuam na coagulação do sangue. Quando há um ferimento, com rompimentode vasos sanguíneo, as plaquetas aderem às áreas lesadas e produzem uma rede de fios extremamente finos que impedem a passagem das hemácias e retém o sangue. Plasma – é um líquido de cor amarela e corresponde a mais da metade do volume do sangue. É constituído majoritariamente por água, onde encontram-se dissolvidos os nutrientes, o gás oxigênio e hormônios, e os resíduos produzidos pelas células, como gás carbônico e outras substâncias que devem ser eliminadas do corpo. Fisiologia do sistema Cardiovascular O sistema cardiovascular pode ser dividido em duas partes: Circulação pulmonar ou pequena circulação: leva o sangue do coração aos pulmões e dos pulmões de volta ao coração; Circulação sistêmica ou grande circulação: leva o sangue do coração para todos os tecidos do organismo através da artéria aorta. A fisiologia do sistema cardiovascular é composta por diversas etapas, que incluem: O sangue vindo do corpo, pobre em oxigênio e rico em gás carbônico flui através das veias cavas superior (região cérebro e superior do corpo) e inferior (região inferior do corpo) até o átrio direito; Ao encher, o átrio direito envia o sangue até o ventrículo direito; Quando o ventrículo direito fica cheio, ele bombeia o sangue através da válvula pulmonar até as artérias pulmonares, que vão suprir os pulmões; O sangue flui para os capilares nos pulmões, absorvendo o oxigênio e eliminando gás carbônico; O sangue rico em oxigênio, flui através das veias pulmonares até o átrio esquerdo no coração;Ao encher, o átrio esquerdo envia o sangue rico em oxigênio até o ventrículo esquerdo; Quando o ventrículo esquerdo fica cheio, ele bombeia o sangue através da válvula aórtica até a aorta; Esse sangue, rico em oxigênio, irriga todo o organismo, exceto os pulmões. SISTEMA LINFÁTICO Além do sistema cardiovascular para a circulação do sangue, o corpo humano possui outro sistema de fluxo de líquido: o sistema linfático. O sistema linfático compreende o conjunto formado pela linfa, pelos vasos linfáticos e órgãos como os linfonodos, o baço, o timo e as tonsilas palatinas. O estudo do sistema linfático na sala de dissecação não é muito satisfatória porque a tenuidade das paredes dos vasos e seu pequeno tamanho fazem com que sejam indistinguíveis dos tecidos vizinhos. A maior parte da informação sobre o sistema linfático tem sido obtida por estudos em laboratórios, com injeção de massa corada dentro de vasos muito pequenos. A injeção em grandes vasos não apresenta resultado satisfatório para estudo do sistema linfático devido a presença de numerosas válvulas. Funções: Absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório; Produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos conhecidas como plasmócitos). Drenar o excesso de líquido que sai do sangue e banha as células. Esse excesso de líquido, que circula nos vasos linfáticos e é devolvido ao sangue, chama-se linfa. Constituintes do sistema linfático Linfa: É um líquido transparente, esbranquiçado (algumas vezes amarelado ou rosado), alcalino e de sabor salgado, que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos. A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (também conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Baço: órgão de forma oval e que pesa cerca de 150 gramas. Apresenta coloração vermelha-escura e consistência mole e esponjosa. Situa-se na região superior esquerda do abdômen, à esquerda do estômago e acima do rim esquerdo. É o maior dos órgãos linfáticos e tem função imunológica e hematológica desempenhados por duas polpas, uma branca, formada por tecido linfoide e que produz e armazena os linfócitos (células de defesa do corpo) e participa dos processos de hematopoiese (produção de células sanguíneas, principalmente em crianças; e outra vermelha, que destrói as hemácias defeituosas e idosas (hemocaterese). As principais funções do baço são: Filtrar microrganismos e partículas estranhas do sangue, como vírus e bactérias. Produzir linfócitos e plasmócitos que sintetizam anticorpos. Realizar reserva de sangue, para o caso de hemorragia intensa. O órgão pode armazenar até 250 ml de sangue. Remover as hemácias danificadas ou envelhecidas. Linfonodos: ou gânglio linfático, é um órgão do sistema linfático que encontra-se amplamente espalhado pelo corpo. É considerado um órgão secundário do sistema imune, responsável pela ativação de linfócitos T e B (células do sistema imune adaptativo) ao encontrarem-se com células específicas (células do sistema imune inato). São ligados aos vasos linfáticos cuja importância na drenagem de líquidos extravasados do sistema circulatório e excreções celulares, são essenciais para o organismo. Distribuem-se em cadeias ganglionares (ex: cervicais, axilares, inguinais etc). Tonsilas: Tonsilas palatinas, amídalas (português brasileiro) ou amígdalas (português europeu) são estruturas presentes na orofaringe (percurso entre boca e faringe) constituídas por aglomerados de tecido linfoide ricas em glóbulos brancos. São distinguíveis as tonsilas faríngeas (também chamada de adenoides), as tonsilas palatinas (também chamadas de amídalas) e as tonsilas linguais (também chamadas de amídalas linguais). Ao contrário dos linfonodos, as tonsilas não ficam no trajeto de vasos linfáticos. Produzem linfócitos, muitos dos quais penetram no epitélio e o atravessam, direcionados à boca e faringe. As tonsilas, pela sua localização estratégica entre a boca, nariz e garganta, as tonsilas são a primeira linha de defesa do sistema imunológico contra patógenos ingeridos ou inalados. A função principal das tonsilas é desenvolver anticorpos para bactérias específicas com o objetivo do corpo se defender rapidamente do agente invasor e criar uma imunidade específica para caso seja atacado pelo mesmo patógeno novamente. Timo: O timo localiza-se no tórax, entre os pulmões e a frente do coração. Ele muda de tamanho conforme as fases da vida. O timo acompanha o crescimento do indivíduo até a puberdade. Após este período, devido à presença dos hormônios sexuais, o timo começa a atrofiar e parte do timo é substituído por tecido adiposo. Apesar deste processo, o timo continua funcional na vida adulta, participando da maturação de células T. Mas é importante salientar que a regressão do timo não prejudica o sistema imune, visto como as células T de memória apresentam vida longa e se acumulam com a idade, a necessidade de gerar novas células T diminui a medida que o indivíduo envelhece. A principal função do timo é a maturação dos linfócitos T. Os linfócitos imaturos são produzidos na médula óssea e migram até o timo, onde amadurecem e transformam-se em linfócitos T. Do timo, eles entram na corrente sanguínea e chegam aos tecidos linfoides. O timo só libera os linfócitos T após reconhecer que estes não irão reagir contra proteínas ou antígenos naturais do organismo. Assim, ele realiza uma seleção dos linfócitos T a serem liberados na corrente sanguínea. Essa função do timo garante o correto funcionamento do sistema imunológico. Quando existem poucos linfócitos T no organismo aumentam as chances de se adquirir doenças. O timo também é responsável pela produção do hormônio timosina, que estimula a maturação dos linfócitos T.Circulação linfática: Cerca de 10% do plasma, escapa dos vasos sanguíneos. Parte do plasma sanguíneo extravasa continuamente dos vasos capilares, formando um material líquido entre as células dos diversos tecidos do organismo – o líquido intercelular ou intersticial. Nesse líquido se encontram pedaços de vírus e bactérias e detritos do nosso metabolismo. Uma parte desse líquido intercelular retorna aos capilares sanguíneos, carregando gás carbônico e resíduos diversos. Outra parte – a linfa – é recolhida pelos capilares linfáticos. Os capilares linfáticos transportam a linfa até vasos de maior calibre, chamados vasos linfáticos. Ao longo do seu trajeto, os vasos linfáticos passam pelo interior de pequenos órgãos globulares, chamados linfonodos. Os vasos linfáticos passam ainda por certos órgãos, como as tonsilas palatinas (amídalas) e o baço. Após a filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas, misturando-se ao sangue. A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da pulsação das artérias próximas e do movimento das extremidades. Todos os vasos linfáticos têm válvulas unidirecionadas que impedem o refluxo, como no sistema venoso da circulação sanguínea. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço denominado edema. SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório é o conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas entre o organismo dos animais e o meio ambiente, ou seja, a hematose pulmonar, possibilitando a respiração celular. Função do sistema respiratório: A função do sistema respiratório é fornecer oxigênio e remover gás carbônico do organismo, auxiliando as células no metabolismo. O sistema respiratório também esta envolvido com a vocalização. Fisiologia do Sistema respiratório Os seres humanos realizam dois tipos de respiração: a chamada respiração celular e a respiração pulmonar. Respiração Celular: processo que acontece no interior das células humanas, no qual, a partir do oxigênio, é produzida a energia necessária para a realização de importantes atividades. O gás oxigênio necessário para a realização da respiração celular é obtido através do sistema respiratório em um processo conhecido como respiração pulmonar. Respiração pulmonar: Processo de troca gasosa onde há a entrada de oxigênio e a eliminação de gas carbônico do organismo. Durante a respiração, o ar entra pelas fossas nasais ou pela boca e após percorrer as vias respiratórias superiores e inferiores, chega até a região dos alvéolos no pulmão, onde ocorre a “entrega” de oxigênio e retirada de gás carbônico. Após esse processo, o ar contendo gás carbônico segue o caminho inverso para ser expelido Constituintes do sistema respiratório Os órgãos do sistema respiratório dos humanos são: o fossas nasais, boca, faringe, laringe, traqueia, brônquios (e suas subdivisões), bronquíolos (e suas subdivisões), os alvéolos pulmonares e os pulmões Fossas nasais: São dois condutos paralelos revestidos de mucosa, separados por um septo cartilaginoso, que começam nas narinas e terminam na faringe. No interior das cavidades nasais, existem pelos que atuam como filtro de ar, retendo impurezas e germes, garantindo que o ar chegue limpo aos pulmões. A membrana que reveste as cavidades nasais contém células produtoras de muco que umidifica o ar. É rica em vasos sanguíneos que aquecem o ar que entra no nariz. O teto da cavidade nasal possui células sensoriais com função olfativa. Faringe: fica situada atrás das cavidades nasal (Nasofaringe) e bucal (Orofaringe), serve de passagem tanto ao ar da respiração para a traqueia como ao bolo alimentar para o esôfago (laringofaringe). Laringe: região cartilaginosa que liga a faringe a traqueia. Apresenta função de deglutição (na cartilagem da epiglote) e na produção de som (na cartilagem da tireoide). Deglutição: Processo que evita que alimentos e bebidas entrem na via respiratória Durante a deglutição, uma estrutura chamada epiglote fecha a laringe, permitindo assim a passagem do alimento para o esôfago, enquanto durante a respiração a epiglote se eleva permitindo assim um acesso livre para a laringe permitindo a passagem de ar. A laringe possui um esqueleto cartilaginoso, no qual, a maior cartilagem é a tireóide que têm duas lâminas unidas em forma de “v”. Serve para proteger as cordas vocais. Traqueia: é um tubo situado abaixo da laringe e formado por quinze a vinte anéis cartilaginosos que a mantêm aberta. É revestida por cílios e uma membrana mucosa, e nela o ar é aquecido, umidificado e filtrado. Brônquios: são duas ramificações da traqueia formadas também por anéis cartilaginosos. Cada brônquio penetra em um dos pulmões e divide-se em diversos ramos menores, que se distribuem por todo o órgão formando os bronquíolos. Cada brônquio se ramifica subdividindo-se várias vezes, formando a árvore brônquica. Na extremidade dos bronquíolos, são encontradas pequenas bolinhas que formam os alvéolos pulmonares. Alvéolos: Essas estruturas de paredes finas apresentam uma grande quantidade de vasos sanguíneos revestindo-as. É nesse local que ocorrem as trocas gasosas. Pulmões: são estruturas esponjosas formadas a partir dos alvéolos e bronquíolos terminais. Localizados na caixa torácica, e acima do diafragma os pulmões são revestidos por uma membrana dupla chamada de pleura. A pleura permite que os pulmões se movam suavemente durante a respiração. Normalmente, existe apenas uma pequena quantidade de líquido lubrificante entre as duas camadas da pleura O diafragma é um músculo situado abaixo do pulmão, e é onde ele se apóia. Separa o tórax do abdome e está relacionado com os movimentos da respiração. Quando inspiramos o ar, ocorre a contração da musculatura, onde o diafragma abaixa e as costelas sobem, forçando o ar a entrar nos pulmões. Quando expiramos o ar, a musculatura do diafragma relaxa, forçando o ar a sair dos pulmões. SISTEMA DIGESTÓRIO Definição e função O sistema digestório (capacidade de digerir) (antigamente digestivo – facilidade em digerir) é o sistema responsável por obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo A sua extensão desde a boca até o ânus mede seis a nove metros num ser humano adulto. Componentes do sistema digestório O Sistema Digestório divide-se em: Tubo digestório (propriamente dito) e os Órgãos anexos. O tubo digestório divide-se em: alto, médio e baixo: Tubo digestório alto: boca, faringe e esôfago. Tubo digestório médio: estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo). Tubo digestório baixo: intestino grosso (ceco, cólon ascendente, transverso, descendente, a curva sigmoide e o reto). Órgãos anexos: glândulas salivares, dentes, língua, pâncreas, fígado e vesícula biliar. Boca: A boca é a porta de entrada dos alimentos e a primeira parte do processo digestivo. Ao ingerir alimentos, estes chegam à boca, onde serão mastigados pelos dentes e movimentados pela língua (digestão mecânica). Acontece também a digestão química do amido, através da amilase salivar presente na saliva. Faringe: tubo que conduz os alimentos até o esôfago. Esôfago: conduto musculoso, controlado pelo sistema nervoso autônomo. Assim, por meio de ondas de contrações, conhecidas como peristaltismo ou movimentos peristálticos, o conduto musculoso vai espremendo os alimentos e levando-os em direção ao estômago. Estômago: grande bolsa que se localiza no abdômen, responsável pela digestão das proteínas.
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