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Direito civil, aulas 1 e 2

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DIREITO CIVIL III – CONTRATOS EM ESPÉCIE
AULA 1: PARTE GERAL
Profa Leila Medeiros
1
Introdução à Teoria Contratual 
Você já reparou na quantidade de relações contratuais que realiza no seu
dia a dia? 
Desde a hora em que se levanta da cama, até a hora de dormir, inúmeros são os contratos realizados: 
 acender a luz (prestação de serviço/luz); 
 escovar os dentes (prestação de serviço/água); 
 pegar um ônibus (transporte); 
 tomar café da manhã em uma panificadora (compra e venda); 
 assistir uma aula (prestação de serviços); 
 e, não esquecendo, o ato de conferir mensagens e redes sociais
no celular (além do contrato de telefonia, destacam-se ainda os contratos de
software dos diversos aplicativos que utiliza).
2
O que é contrato?
Para a maioria das pessoas se você pedir para definir contrato, possivelmente
descreverão um papel em branco, com letras (fonte) pretas pequenas, tomado de termos técnicos tantas vezes incompreensíveis. 
A imagem quase sempre vem acompanhada da afirmação: ‘nunca leio’.
Essa imagem, no entanto, representa o instrumento contratual, forma que
nem sempre estará presente nas relações cotidianas, uma vez que o ordenamento brasileiro adotou o princípio do consensualismo como regra (art. 107, CC), tendo os contratos, portanto, forma livre.
3
O que é contrato?
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
Institui o Código Civil.
 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Princípio do consensualismo: “no direito brasileiro a forma é, em regra, livre. As partes podem celebrar o contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. O consensualismo, portanto, é a regra, e o formalismo, a exceção” (GONÇALVES, 2015, p. 362).
***Sendo assim, um contrato verbal (que possua agente capaz; objeto lícito e possível, determinado ou determinável) é um contrato válido. (Art. 104, CC) 
4
O contrato verbal
Um contrato verbal precisa, antes de tudo, ter sua existência comprovada em caso de litígio, ou seja, ao ingressar no judiciário para pedir a execução de um contrato verbal, há a necessidade primeira, de provar que aquele contrato realmente foi pactuado. 
Essa comprovação pode ocorrer através de testemunhas, documentos, objetos, e-mails e outros meios periciais. Se uma parte, por exemplo, pagou por serviços prestados pela outra parte, essa é uma prova de existência de um contrato, ainda que não se consiga provar os termos e cláusulas estipuladas no acordo.
Em relação aos termos do contrato, os mesmos também podem ser provados por testemunhas, documentos como notas fiscais, objetos, mensagens, e-mails, etc. Uma vez provado que o contrato verbal existiu e quais foram os termos estabelecidos, o mesmo pode ser executado judicialmente.
5
Agente capaz
Pelo artigo 1º do Código Civil, toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, mas esta capacidade só é absoluta quando atingida a maioridade civil aos dezoito anos de vida ou nos casos de emancipação e, desde que, não se verifique nenhuma hipótese de incapacidade absoluta ou de incapacidade relativa.
Quando se configura incapacidade absoluta?
 Quando se configura incapacidade relativa?
*** Nesse caso, vamos requerer a presença de dois institutos: a representação e a assistência.
Quando utilizamos representação? Quando utilizamos assistência? 
6
Requisitos:
- incapacidade absoluta
menores de 16 anos; 
pessoas com menos de 16 anos de idade, segundo a legislação, não são capazes de decidir ou agir de forma coerente, sendo necessária a presença de um representante legal para assumir suas responsabilidades;
Essa nova construção foi dada pela lei: LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. 
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Requisitos:
- incapacidade relativa
Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:             (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)  - Vigência (Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência -Estatuto da Pessoa com Deficiência).
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;        
 III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;         
IV - os pródigos 
Requisitos:
Incapacidade relativa
Pródigos: este termo se refere a indivíduos que dissipam seus patrimônios de forma incoerente, ato que está associado a pequenos desvios de personalidade que não configuram incapacidade mental permanente;
Requisitos:
Como referido, além dos maiores de dezoito anos, os emancipados também poderão exercer todos os atos da vida civil, inclusive a atividade empresarial desde que, por força de disposição legal (CC, art. 976), averbado no Registro Público de Empresas Mercantis a prova da emancipação, que pode ocorrer nas seguintes hipóteses: 
Emancipação voluntária;
Emancipação judicial;
Emancipação legal.
Requisitos:
Emancipação voluntária
A emancipação voluntária é a mais comum. É a que decorre da concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro. 
Percebe-se aqui a real vontade e concordância dos pais em realizar o ato da emancipação do filho, isto é, não poderá haver discordância de vontade parental.
Caso um dos pais não concorde com a emancipação, o Juiz poderá autorizá-la caso o motivo da recusa não tenha justificativa. Esse ato é chamado de suprimento judicial.
Porém, existe um requisito legal objetivo do futuro emancipado ter no mínimo 16 anos completos.
Todo procedimento é feito em cartório, através de uma escritura pública, não havendo necessidade de homologação judicial para tanto.
Requisitos:
Emancipação judicial
Na falta dos pais ou em caso destes estarem destituídos do poder familiar, a emancipação poderá se dar por meio de sentença judicial, após ser ouvido o tutor do menor.
Ou ainda, caso haja divergência entre os pais (um quer emancipar e o outro não), o caso deverá ser levado ao Poder Judiciário para ser julgado.
Em ambos os casos, requer-se que o menor tenha no mínimo 16 anos completos.
Após a sentença, o juiz irá comunicar o oficial do cartório para proceder o registro.
Requisitos:
Emancipação legal
A emancipação legal se dá de forma automática, quando as situações previstas na lei civil (Art. 5º, p. U., incisos I a V do Código Civil) são alcançadas. São 4 as formas de emancipação legal:
I) Pelo casamento;
II) Pelo exercício de emprego público efetivo;
III) Pela colação de grau em curso de ensino superior;
IV) Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Emancipação é ato irrevogável
Requisitos:
I) Pelo casamento
Como já tratamos no artigo sobre o casamento civil, toda pessoa poderá contrair casamento a partir dos 16 anos, desde que autorizados pelos pais ou tutores. 
A partir do momento que o pai autoriza seu filho menor a se casar, tacitamente está autorizando a sua emancipação, para que tenha capacidade plena para iniciar uma nova família. Ilógico seria o contrário, permanecendo o vínculo parental mesmo após o matrimônio.
Importante destacar que essa regra, por objetiva previsão legal, só se aplica ao casamento, isto é, não se aplica à união estável.
Requisitos:
II) Pelo exercício de emprego público efetivo
Esta hipótese de emancipação legal, com o advento do Código Civil de 2002, tornou-se peso morto, visto que atualmenteé raro a lei permitir o provimento de emprego público efetivo antes dos 18 anos (quando a capacidade civil plena é alcançada).
III) Pela colação de grau em curso de ensino superior
Novamente esta espécie de emancipação legal ocorrerá muito raramente, considerando a extensão do ensino fundamental e médio do sistema educacional brasileiro. Caso um superdotado venha a colar grau antes dos 18 anos, estará emancipado.
Requisitos:
IV) Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Neste caso, adquire a emancipação o menor de 16 anos que se estabelecer como comerciante ou que tenha relação empregatícia nos moldes da CLT, desde que, para esses dois casos, adquira economia própria, isto é, tenha meios financeiros próprios para se sustentar, não precisando dos pais.
O que é objeto lícito e possível, determinado ou determinável?
Licitude é a possibilidade jurídica do objeto do contrato. Assim, não se pode firmar negócio sobre a compra e venda, por exemplo, de cocaína, substância ilícita. Tampouco se pode determinar como objeto de contrato a herança de pessoa viva, segundo o art. 426, CC.
Possível
Sendo a licitude a possibilidade jurídica, temos no “possível” a possibilidade física, entendendo-se tudo que estiver dentro das forças humanas ou da natureza. Assim, é impossível viajar ao Sol, sendo inválido o contrato estabelecido com este objeto. Já a viagem à Lua, que é possível, não invalidaria o contrato.
Determinado ou determinável
Pode o objeto não ter sido determinado no próprio ato, mas há de ser determinável, pelo menos. É determinado o objeto de um contrato que seja específico: um táxi de placa tal e chassi tal. Não sendo determinado, é determinável um táxi qualquer de uma tal frota. Ambos são objetos válidos.
Inválido é o negócio cujo objeto é indeterminável, como um táxi — sem especificações, sem conjunto que o delimite. Este objeto pode ser qualquer táxi no mundo e geraria diversos problemas jurídicos.
17
Agora responda
Qual o significado de contrato?
Quais as funções do contrato? Especifique.
Qual a perspectiva do Contrato na concepção Civil-Constitucional? 
18
Significado de contrato
De acordo com Stolze (2019), Contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades.
Desse modo, o conceito de contrato evidencia sua natureza jurídica como “negócio jurídico”.
Segundo Fiuza (2018), essa ‘autonomia da vontade’ é exercida em quatro planos: 
contratar ou não contratar; 
com quem e o que contratar; 
estabelecer as cláusulas, respeitada a lei; 
mobilizar ou não o Judiciário para fazer respeitar o contrato.
 ***Certamente, este princípio comporta exceções 
	(Ex: contratos de adesão, onde inexiste a liberdade de discutir cláusulas) e foi objeto de evolução, sob novo contexto econômico-social.
CONTRATO DE ADESÃO - é o contrato redigido somente pelo fornecedor, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
19
Princípio da Boa-fé objetiva
Stolze (2019) afirma que “a boa-fé é, antes de tudo, uma diretriz principiológica de fundo ético e espectro eficacial jurídico”; que se traduz em um princípio de substrato moral, que ganhou contornos e matiz de natureza jurídica cogente.
Portanto, para melhor tratar do princípio da boa-fé, importa esclarecer que a ‘boa-fé’ pode ser subjetiva ou objetiva.
Segundo FIUZA (2008), a boa-fé subjetiva “consiste em crenças internas, [...] no desconhecimento de situação adversa”. Ex: quem compra de quem não é dono, sem saber, age de boa-fé, no sentido subjetivo.
Já a boa-fé objetiva baseia-se, segundo o mesmo autor, “em fatos de ordem objetiva”, ou seja, “na conduta das partes, que devem agir com correção e honestidade, correspondendo à confiança reciprocamente depositada”. E é aqui que se encaixa a ideia da boa-fé contratual.
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Princípio da Boa-fé objetiva
A boa-fé (objetiva) contratual
O princípio da boa-fé contratual é um dever imposto às partes: agir com lealdade e retidão (com correção) durante todas as etapas de um contrato – tratativas pré-negociais; execução e conclusão do contrato.
Análise de Caso concreto
Narrativa: 
A senhora Maria O. de Barros, é dependente do esposo Pedro A. de Barros, sendo que este veio a óbito em julho de 2019, ocasião em que a seguradora apresentou novo contrato, sob novas condições e novo preço, em razão da morte do cônjuge titular. A viúva era pessoa de 77 anos e estava vinculada à seguradora como dependente do marido fazia mais de 25 anos. Com a morte do esposo, a seguradora a configurada como nova titular do contrato, reajustando assim os valores. A seguradora agiu adequadamente à luz do princípio da boa-fé objetiva? Justifique sua resposta.
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